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PERSPECTIVA HISTÓRICA
Em termos bem simples, a direita defende o pensamento ocidental formado através da moral
cristã, do direto romano e da filosofia grega, logo, o que vai direcionar o nosso estudo seria o termo
de assimilação, transformação e continuidade, que é fator determinante para a formação do processo
histórico, politico e social das sociedades contemporâneas.
Em contraponto o pensamento da esquerda é oriundo da ruptura e da negação de todo
acumulo histórico que formou a identidade do ocidente e do mundo, negando os valores adquiridos
ao longo da história, em detrimento de novos valores “progressistas” e iluminados, que vem negar
todos os principais pilares do ocidente.
O nosso estudo será baseado nesses dois conceitos, a assimilação e continuidade a qual a
sociedade ocidental se desenvolveu, e a negação e a ruptura de todo um processo histórico o qual é
defendido pela esquerda.
Quando vamos falar de consolidação da religião cristã no mundo ocidental temos que ter em
mente o período medieval. O que seria marcado neste recorte temporal seria o governo
descentralizado por parte das monarquias e a influência da igreja nas relações culturais e sócias. O
que deu início a esta nova formação cultural foi a queda da antiga, o Império Romano, que há
séculos havia perpetuado uma estrutura politica e econômica sólida que começa a ruir por diversos
fatores, dentre eles o principal, o qual teria influência sobre o resto seria o geográfico.
O império havia se expandido demais, não havia poder militar suficiente que desse conta das
fronteiras que estavam sendo cada vez mais atacadas pelos povos germânicos (os bárbaros). Devido
a esse fator, a mão de obra escrava, base fundamental da economia Romana, começa a sofrer
escacês, pois a demanda populacional aumenta, e o império não consegue dar conta de mais mão de
obra, pois está ocupado demais em defender as suas fronteiras das invasões cada vez mais
crescentes. E para atenuar a situação da carência de mão de obra muitos escravos estavam
conseguindo o direito de cidadania Romana se tronando homens livres. A conversão do imperador
Constantino e a cristianização do império atenua mais ainda a situação, pois a mão de obra escrava
passa a ser mal vista pela sociedade cristã. Devido a estes diversos fatores, a mão de obra escrava
vai sendo paulatinamente diluída eté a sua completa dissolução.
Segundo o historiador Paul Veyne, Diferentemente do que é ensinado pela historiografia
tradicional, a queda do sacro império não foi devido a tomada de Roma, e sim a assimilação dos
bárbaros pelo império. Segundo Vayne os bárbaros não queriam derrubar o império, e sim fazer
parte dele, segundo fontes históricas, os devidos ataques forçaram os romanos a fazerem aliança
com diversos povos germânicos para que suas fronteiras ainda permanecessem protegidas. Assim, a
cultura germânica passou a ser assimilada pela Romana, e esta transformada por aquela. Quando
Odoacro comandou a invasão e o saque de Roma em 476, a estrutura política e administrativa do
império já havia ruido a muito tempo. O fator determinante para essa nova sociedade germano
romana foi a religião cristã, que cuidou de validar os valores e a conduta que determinariam essa
nova sociedade emergente.
Os generais e líderes bárbaros que foram aderidos pelo antigo império casaram-se com as
filhas da aristocracia romana, dando origem futuramente ao que seria a aristocracia feudal. A união
familiar e cultural entre o império e os germanos foi moldada a base do Cristianismo. O conceito de
família, valores e reta conduta dessa nova cultura emergente que daria base a formação do ocidente
foram baseados no cristianismo.
Como dito anteriormente, o império romano passou a introduzir os líderes dos povos
germânicos no governo imperial, logo, a relação entre o império e esses líderes era de concessão de
terras nas fronteiras – para protegê-las – em troca de fidelidade ao imperador, dando origem aos
primeiros feudos, tornando a relação do imperador e dos germanos em suserania e vassalagem. Com
a queda do império esses bárbaros passariam a se tornar a nobreza, e os monarcas, das terras que
lhes foram concedidas, já que, para fechar o acordo entre eles, a aristocracia romana, como dito
anteriormente, passa a casar suas filhas com a aristocracia germânica dando origem a aristocracia
feudal (Paul Vayne). Devido aos contantes ataques germânicos aos ajuntamentos urbanos a
aristocracia romana, bem como o povo, que viviam em grandes cidades, passam progressivamente a
migrar para os campos, principalmente após a queda do império – pois a administração romana
havia ruído – viver da agricultura era a maneira mais lógica de sobrevivência. Muitos dos nobres
falidos e cidadãos livres sem emprego, a mercê da violência e dos saques que se tornaram
constantes devidos a ausência da antiga força militar imperial, passam a vender sua mão de obra em
troca de terra para moradia e proteção por parte da nobreza, e outros que tinham terra, mas não
podiam defendê-la, devido ao grande caos que o fim do império deixou, ofereciam aos nobres da
guerra suas terras em troca de proteção.
A economia também sofre uma mudança bastante acentuada, devido a ascensão do
Cristianismo, desde a época de constantino, o dinheiro passou a ser associado a usura pela igreja, o
acumulo monetário passou a ser visto com maus olhos a luz de textos bíblicos do evangelho onde
relatam que o homem não pode servir a Deus e as riquezas ao mesmo tempo (Jackes Le-goff). Com
a queda do império o sistema administrativo dos feudos se tornam independentes, a mão de obra
agrícola faz com que cada feudo se torne autossustentável, pois estes passam a produzir o
necessário para sua sobrevivência, fazendo com que o uso monetário, já tão mal visto pela igreja,
seja progressivamente substituído por uma economia de trocas. Os frutos da terra seriam o
pagamento ao Senhor Feudal pela proteção e uso da terra por parte do camponês e sua família. O
termo rico e pobre é deixado de lado pelos termos humilde e poderoso, que é determinado por
aquele que tem terras e pode cobrar a corveia (o valor dos frutos da terra) e aquele que não tem.
A administração do feudo era de total autonomia do Senhor Feudal, a autoridade deste era
ligada a posse da terra, que poderia ser concedida pela igreja ou pelo Rei, este poderia conceder
terra a outros nobres, que a concedia para os seus cavaleiros, que podia conceder para outros
terceiros (nobres), e nisso se constituia a relação de suserania e vassalagem (March Bloch). Dentro
desta pirâmide, a base de sustentação de mão de obra era feita pelo camponês, que não podia ir para
guerra, nem tinha como se defender. Logo, a relação de contrato era, seu trabalho para o sustento
dos demais, em troca de proteção, moradia e segurança. Em alguns feudos essa troca era bem
vantajosa, pois o camponês poderiam tirar seus sustento e segurança durante toda a vida, mas essa
situação não era normativa, em outros feudos, a corveia, imposto cobrado pelos senhores feudais
dos frutos da terra, eram extremamente altos, o que diminui um bocado o bem-estar social.
Contudo, caso o camponês fosse um cidadão livre, (haviam os vilões e os servos – estes não podiam
abandonar o feudo –), ele não tinha a obrigação de permanecer naquele feudo, caso não quise-se,
poderia negociar sua mão de obra em outra terra.
Além dos fatores religiosos e uma economia agrícola autossustentável que pouco a pouco
minaram o uso da moeda, a acensão do Islamismo no oriente e o cerco feito por estes no
mediterrâneo para vetar o comércio com o ocidente foram um dos principais fatores que
contribuíram para tirar a moeda de circulação. Com o passar dos anos, esse cerco foi desfeito, o
oriente, que nunca deixou de ser voltado para o comércio – e nunca abandonou o uso monetário –
volta a comercializar com ocidente, fazendo com que grandes feiras passem a ser formadas aos
redores dos castelos, estas feiras que inicialmente tinham como fator primário a economia de trocas
passam a se tornarem mais complexas fazendo com que o uso da moeda volta-se a circular no
ocidente. (Le-Goff)
Esses grandes mercados passaram a atrair muitas das pessoas que viviam nos feudos para as
cidades, camponeses passaram a comercializar o excedente dos produtos da terra, e os artesãos, que
trabalhavam no feudo a serviço do senhor feudal e que tinham como salário parte dos produtos do
campo para o seu sustento, começam a migrar par as cidades e a comercializar seu trabalho, e ter
um lucro muito maior voltado para ele mesmo, estes – seguindo o exemplo dos orientais – passam a
criar oficinas de ofício, onde passam a assalariar, com dinheiro, seus ajudantes e funcionários, que
aprendiam o ofício, e criavam suas próprias oficinas. E assim o mercado urbano passou a crescer
cada vez mais, muitas das pessoas que vivam nos campos migram para as cidades, pessoas comuns,
que eram fadadas a viverem como camponesas a mercê de proteção, começam a adquirir
independência por meio das propriedades adquiridas com o dinheiro, rompendo aos poucos com o
sistema feudal rígido que havia perdurado por séculos. Os castelos e cidades começam a se expandir
por meio dos burgos – pequenas cidades que eram formadas por comerciantes ao redor dos castelos
para poderem comercializar os seus produtos com aqueles que vinham e iam – que vão sendo
murados e anexados a cidade principal e se tornando parte dela, fomentando a transição do mundo
rural para o mundo urbano.
Assim, o mercado começa a criar uma nova condição social, e passa a moldar a sociedade o
qual ele começa a imergir. Até mesmo a religião católico passa a ser condicionada por essa
mudança, os Franciscanos – a ordem dos mendicantes – observam que o aumento populacional nas
grandes cidades também geraram para muitos os que não conseguiam crescer nos negócios,
pobreza, e como não havia um meio de autossustentabilidade nas cidades como havia nos campos, a
esmola, através do uso da moeda, passou a ser vista como um dever cristão, logo o dinheiro que
anteriormente era mal visto pela religião como augo mal, nessa nova sociedade emergente ganha
um papel essencial através da caridade.
A assimilação do mercado no ocidente foi o fator principal para adaptação social, cultural e
moral que determinaria todas as seguintes transformações políticas a qual iremos discorrer. Os
valores cristão e a hierarquia entre nobreza, religiosos e plebe ainda permaneciam, mas a liberdade
civil passou lentamente a ser idealizada por meio da propriedade, uma pessoa comum, poderia
adquirir independência, parcialmente, através de seus esforços, e essa liberdade será o fator decisivo
para entendermos a próxima etapa que determinará a transformação do pensamento político.
3.1 A Inglaterra e o livre mercado
A liberdade cívica que se inciou com o mercado, concebendo ao cidadão comum o direito de
propriedade viabilizando a emancipação parcial do controle da nobreza, que se dava através das
propriedades de terra, começam a refletir no campo político através de pensadores como Petrarca
ainda durante o período da idade média.
O humanista Italiano Petrarca foi o percursor dos humanistas cívicos do renascimento.
Através do estudo dos escritos clássicos, principalmente os do escritor político Cicero, da República
Romana pré imperial, ele começa a criticar a forma de governo vigente em sua época, voltada para
os benefícios da nobreza em detrimento da liberdade cívica. Petrarca como seus predecessores
passam a alegar uma república como forma de governo superior a nobreza estamental a qual se
baseava a política de sua época. O filoso Cicero alegava que todo o homem que quisesse exercer a
primazia, ou se tornar um representante do povo, deveria ser aquele dotado da Virtus (virtudes) as
quais todo o homem deveria almejar alcançar, negando o direito pelo sangue, e defendendo a
representação popular característica da república.
Os pensamentos da petrarca deram origem na geração posterior aos humanistas cívicos da
Itália, os quais defendiam a ascensão da república em detrimento da monarquia ainda feudal, e a
volta aos valores políticos e filosóficos clássicos, antes da era cristã, como era determinado através
dos escritos do período, negando a reinterpretação, tanto da filosofia (feita por Thomas de Aquino)
quanto da política, que haviam se perpetuado na era medieval.
Os humanistas cívicos vão além dos petrárquicos, seguem o conceito de seu predecessor de
que a idade média (foi nessa época que surgiu o termo medieval) teria sido o período das trevas que
causou o atraso cultural da humanidade, e se autodenominam de modernos, aqueles que traziam o
pesamento iluminado da antiguidade de volta a história, para o aperfeiçoar e dar continuidade
aquilo que havia sido interrompido pela idade das trevas (esse conceito também surge com eles).
Com os humanistas renascentistas veio a surgir interpretação de que o período imperial romano foi
o início de sua queda, quando eles abandonaram o governo representativo republicano em troca do
governo do imperador.
Apesar do renascimento ser marcado por rupturas com a cosmovisão cristão medieval, o que
de fato acontece é a assimilação de muitos dos valores clássicos para a cultura política cristã, de
maneira que veio até mesmo a reinterpretá-la. O espírito renascentista é determinado pela volta a
literatura e pensamento clássico, Erasmo de Roterdã, teólogo humanista neerlandês, assim como
todos os humanistas da época, não quiseram romper com o Cristianismo ou com a moral Cristã, os
quais entendiam a luz da razão serem determinadas pelo Deus verdadeiro, o que eles questionavam
era a interpretação que a igreja romana havia feito do cristianismo original, dos manuscritos gregos
pré era cristã, e foi nesse espírito renascentista que Erasmo de Roterdã traduz o novo testamento do
original grego para o Latim, corrigindo muitos erros de tradução da versão feita por Jerônimo de
Savonarola, corrigindo erros determinantes para interpretação do Cristianismo como: Praticais
penitências e creia no evangelho (da versão de Savnarola) para: Arrendei-vos e creiam no
evangelho. Foi por meio da tradução de Erasmo que o reformador Marim Lutero começa a
questionar a interpretação da igreja acerca das escrituras, propondo uma reforma a luz da palavra de
Deus, afirmando ter sido o Evangelho de Cristo deixada de lado em detrimento de tradições
humanas, o vaticano, asseverava ele, havia omitido por séculos que o pecador é justificado pela fé
somente, pela fé em Jesus Cristo, colocando fardos que o próprio Deus não colocava, entendendo o
Senhor que para o homem era impossível o cumprimento da lei fora de Cristo.
O renascimento como um todo pode ser interpretado como a assimilação e reinterpretação
de alguns conceitos políticos, filosóficos, artísticos, etc, da cultura greco-romana pelo ocidente, os
quais foram remodelados a luz da moral cristã. As próprias virtudes que petrarca defendia serem
inerentes a todo homem por meio dos escritos de Cicero eram bem diferentes das defendidas pelo
próprio Cicero, essas virtudes eram cristãs: A fidelidade, o amor, a misericórdia, o autocontrole e
assim por diante. Quando Maquiavel escreve sua obra: “O Príncipe”, Erasmo, um dos maiores
humanistas do Norte, para combater o pragmatismo de Maquiavel escreve um tratado chamado “O
Príncipe Cristão”, baseado nas virtudes defendidas pelos humanistas.
No geral, a maior liberdade cívica condicionada pelo livre mercado fez com que muitos
pensadores passassem a questionar o direito de governar pelo sangue a qual mantinha a hierarquia e
estrutura feudal os fazendo voltar para os antigos modelos políticos do passado, onde a
representação cívica parecia se encaixar mais com novas demandas socieconômicas que
começavam e emergir na história. O humanismo foi o propulsor do renascimento, que começou no
meio artístico, onde esculturas e pinturas nus, assimiladas do paganismo, passaram a ser mesclada
com a história dos personagens bíblico. Eu não nego que por meio do renascimento o paganismo
começou a imergir novamente no ocidente, pois isso é um fato, mas outro fato que não pode ser
negado é que os valores clássicos foram moldados a luz da moral cristã ocidental. Em uma
interpretação pessoal, acredito eu ter sido o renascimento o fundamento para dois caminhos
culturais destintos na formação ocidental: Um desses caminhos foi a reforma protestante, e a
reafirmação do Cristianismo apostólico clássico, aonde todo o cristianismo moderno passa a ser
moldado por esses valores perdidos na antiguidade, e remoldado através da liberdade cívica que vai
orientar o processo de formação da economia capitalista, e o iluminismo, que seria reflexo da
relativização moral a qual adentra a sociedade por meio do paganismo.
REVISÃO
Podemos ver que a liberdade civil que foi germinada através do comércio na baixa idade
média, foi o fator fundamental para a transição de novas ideais políticas e sócias. Essas ideias se
consolidam no renascimento, e vão gradativamente tomando formar por meio de intelectuais que
vão surgindo ao longa dos séculos. Os valores morais do Cristianismo nunca foram abandonados,
eles sedimentaram a moral ocidental até os nossos dias, sendo assimilado a esses valores a liberdade
civil, que demanda uma nova forma de política moderna de inspiração clássica na democracia grega
e república romana.
A formação do Ocidente nunca foi marcada por negação histórica, e sim pelo acumulo
cultural oriundo da própria experiência histórica que determinara a formação dos nossos valores
morais, políticos e filosóficos. E é nisso que o pensamento Ocidental (a direita), vai divergir
fortemente dos valores defendidos pela esquerda.
6.2.1 Rousseau
Se a esquerda pude-se revindicar uma paternidade, com certeza o DNA de sua estrutura
ideológica apontaria para a pessoa do filoso suíço Jean-Jacques Rousseau. Diferente dos conceitos e
modelos que foram formados ao longo do ocidente através do processo histórico que determinariam
o pensamento político do que se chamaria direita, a ontologia esquerdista foi determinada a partir
do pensamento de um único homem, que negando todo o acumulo filosófico adquirido até o
presente momento histórico em que se encontrava, cria um modelo epistemológico distinto dos
demais, legando a natureza humana algo que a bíblia e a maioria dos teóricos da época negavam
veementemente.
Para Rousseau o homem em sua natureza pura era bom, uma folha em branco, contudo a
sociedade e suas instituições o corromperam, sendo a culpa dos roubos, assassinatos, furtos, etc,
das instituições, e não do homem propriamente dito, para que a sociedade pude-se se reergue era
necessária a criação de novas instituições, e a negação de todas as outras construídas dentro do
processo histórico até então. No pensamento do filósofo, o grande problema da humanidade estaria
concentrado na propriedade privada, que causava desigualdade, furtos, miséria, etc. Marx e os
demais teóricos do socialismo se baseariam nessas ideias para afirmarem a necessidade da
destruição da burguesia, do capitalismo e do cristianismo para implantação de uma sociedade
igualitária, no conceito de Rousseal, igualdade e liberdade significavam a mesma coisa.
Contudo teóricos como Thomas Hobbes e John Locke, e a própria realidade histórica,
discordam veementemente. Como podemos ver nesse estudo o que garante a liberdade do indivíduo
é a sua propriedade, pois ele conduz o seu destino a sua livre escolha através do que é seu, se o
individuo não tem propriedade, ou aquilo que é seu é condicionado por outros (como por exemplo o
estado), este fica a mercê do controle de terceiros não podendo ele mesmo exercer a sua
independência. A primícia de que todo homem é bom e é a sociedade que o corrompe é quebrada
pelo próprio fato de que foi o homem que corrompeu a sociedade pois ele a antecede. A sociedade
utópica onde tudo é de todos não funciona pois pessoas têm gostos, desejos e vontades diferentes e
iriam sempre descordar no uso da propriedade comum, e nisso, na ideia de Rousseal e Marx, é que
o estado entra para ordenar o bem-estar comum até que a sociedade por si só se organize, a questão
é que as pessoas pensam diferente, e sempre vão discordar umas das outras, e o estado assumirá em
todas as instâncias o poder total em nome da igualdade social, enquanto as pessoas por não terem
propriedade, aquilo que é seu para fazerem o que bem entendem, ficarão eternamente a mercê do
totalitarismo do estado.