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2 Professor do Curso de Engenharia Mecânica; Laboratório de Modelagem e Simulação Numérica; Universidade Estadual do Maranhão;
E-mail: filholouri@gmail.com;
3 Professor do Curso de Física; Departamento de Ensino; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão -Campus
Grajaú; E-mail: gvmartins@gmail.com;
RESUMO
Este trabalho apresenta o estudo numérico do escoamento e das características aerodinâ-
micas em aerofólios simétrico e assimétrico sem e com flap. Um modelo bidimensional,
permanente e viscoso é adotado no problema. As equações da conservação de massa (Con-
tinuidade) e da conservação de movimento (Navier-Stokes) são diferenciadas pelo méto-
do dos volumes finitos através do software CFD (Computational Fluid Dynamics) ANSYS/
Fluent™. Inicialmente o código numérico é validado com a comparação dos resultados
obtidos numa simulação para um aerofólio da série NACA 4 dígitos sem flap com os re-
sultados apresentados na literatura. Em seguida buscou-se averiguar como se comporta
os campos de pressão e velocidade, as linhas de corrente, os coeficientes de sustentação e
arrasto para os aerofólios simétrico (NACA 0012) e assimétrico (EPLLER 423) sem e com
flap. Por fim é verificado qual aerofólio é mais eficiente aerodinamicamente.
Para as equações acima, θ representa o ân- talhadas sobre todo o campo do escoamento,
gulo que a componente normal exterior ao foram desenvolvidos gradativamente no de-
elemento diferencial de área faz com a dire- correr do anos diversos métodos numéricos
ção positiva do escoamento. capazes de resolves tais problemas.
Tanto o Método dos Painéis quanto o Mé- função dos valores nodais. Como resultado,
todo de Vortex-Lattice, que são apresenta- obtém-se uma equação algébrica para cada
dos com detalhes em Hess e Smith (1966) volume, na qual aparecem os valores das va-
e Miranda, Elliott e Baker (1979) respecti- riáveis no nó em causa e nos nós vizinhos.
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Desta forma tem-se que, para que a integral seja nula, qualquer volume de controle ar-
bitrário deve ser nulo em todos os pontos dentro do volume de controle, caracterizando
assim a equação diferencial da continuidade, sendo esta expressa por:
Como apresentado em Patankar (1980), Ma- Como resultado desta integração, temos a
equação geral de discretização, onde esta é
liska (2004) e Vesteeg e Malalasekera (2007)
expressa segundo Patankar (1980) por:
o procedimento para se obter as equações
discretizadas no método dos volumes finitos
consiste em integrar, no volume de controle
Sendo que, P é o ponto central da malha
finito, a equação diferencial na forma con-
computacional e os sub-índices N, S, E e W
servativa. Gonçalves (2007) comenta que o
indicam a localização dos pontos discretos,
processo de discretização torna-se mais con-
como ilustrado na figura (6).
veniente se todas as equações governantes
possuírem uma forma comum, isto é, a for- Figura 6: Ilustração da malha computacional:
ma da equação geral de transporte.
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optou-se pelo método iterativo, devido a ra-
pidez que ocorre o processo de convergência.
realizada visando garantir resultados numé- para satisfazer a condição de não des-
lizamento.
ricos confiáveis e a figura (7) apresenta tais
resultados. Verifica-se que há uma boa con-
cordância no que diz respeito aos resultados 4 RESULTADOS E DISCURSÃO
numéricos apresentados com os dados ex- Com base na metodologia apresentada ante-
perimentais, logo pode-se afirmar que os da- riormente, nesta parte do trabalho serão apre-
dos expostos neste trabalho são confiáveis. sentados e discutidos os resultados obtidos.
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Fonte: Autor.
Pode se observar na figura (9) que para o ângulo de 0° a sustentação produzida por esse
aerofólio é zero, como esperado devido a simetria do campo de pressão. À medida que se
aumenta o ângulo de ataque, constata-se que o gradiente de pressão se torna favorável
(∂P/∂x<0) na parte superior do perfil e adverso (∂P/∂x>0) na parte inferior, essa diferença
de pressão causa a sustentação e uma curva linear é gerada até aproximadamente 15°.
Fonte: Autor.
Pode também ser observado que quando o aerofólio se encontra a 15° (ver figura (10)),
os vórtices estão por toda parte superior do perfil. Esses vórtices fazem com que as linhas
de corrente divirjam, de modo que a velocidade diminui e como consequência a pressão
aumenta, logo a camada limite se desprende do escoamento e o aerofólio entra em estol.
Para o perfil assimétrico EPLLER 423 nota-se que mesmo com o ângulo de ataque zero é
gerado sustentação, isto é decorrência do seu camber (curvatura), o CLmáx para este aero-
fólio é de 2,1 e o estol ocorre a 12°.
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Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Entretanto, o estol ocorre a ângulos inferio-
Para os aerofólios com flap, verificou-se
que mesmo a baixos ângulos de ataque a res aos aqueles próprios para perfis sem flap
diferença de pressão entre as superfícies su- como pode ser observado na figura (13). Tal
perior e inferior é muito grande (ver figura fenômeno é fundamentado pela presença
(12)), provocando altos valores nos coefi- excessiva de vórtices em aerofólios com
cientes de sustentação. Isto é decorrência flap a baixos ângulos, como observado no
da mudança na geometria do perfil. campo de velocidade da figura (14).
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Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
Quanto ao arrasto, percebe-se que o aero-
Figura 14: Campo de velocidade do aerofó-
fólio simétrico possui valores menores para
lio EPPLER 423 com flap:
pequenos ângulos de ataque. Todavia, para
ângulos acima de 10° este possui coeficien-
tes maiores que aqueles apresentados pelo
perfil assimétrico.
Fonte: Autor.
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Fonte: Autor.
5 CONCLUSÃO
Neste trabalho, foi estudado, numericamente, o escoamento e as características aerodi-
nâmicas em aerofólios sem e com a utilização de flaps, onde foi fixado um número de
Reynolds e variado o ângulo de ataque, com intuito de verificar qual aerofólio e sua dis-
ponibilidade (sem ou com flap) seria mais eficiente aerodinamicamente.
As simulações mostraram que quando analisado somente os aerofólios sem flap, o assimé-
trico possui coeficientes de sustentação superiores e coeficientes de arrasto aproximados
aos aqueles apresentados pelo perfil simétrico.
Quando avaliado os perfis com flap, verificou-se que o assimétrico da mesma forma que
quando analisado os sem flap possui melhores relações CL/CD aos do aerofólio simétrico.
No entanto, foi constatado também que o estol para os perfis com flap ocorre a ângulos
inferiores aos dos sem flaps.
Por fim observou-se que o perfil EPPLER 423 sem flap é o que possui maior eficiência, pois
este aerofólio é o que possui melhores relações CL/CD. Entretanto, este perfil entra em
estol a ângulos menores que o aerofólio simétrico estudado.
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