Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Sobre la estupidez
«VOCES»
consejo editor JUAN BARJA
JO SÉ MANUEL CUESTA ABAD
FÉLIX DUQUE
JOAQUÍN GALLEGO
FERNANDO GUERRERO
JULIÁN JIM ÉN EZ HEFFERNAN
Reservados todos los derechos. N o se p erm ite rep rod u cir, alm acenar
en sistem as de recu p eración de la in fo rm a c ió n n i tran sm itir alguna
p arte de esta p u b lica ció n , cu alq u iera que sea el m ed io em pleado
—electrón ico , m ecán ico, fo to cop ia, grab ación , etc.—, sin el p erm iso
previo de los titulares de los d erechos de la p ro p ie d a d intelectual.
© F é l ix D u q u e , del P ró logo , 2 0 0 7
© ROLAND BREEUR, d e la In tro d u cció n , 2 0 0 7
© R ow ohlt V er la g G m b H , R ein bek bei H am bu rg, 19 7 8
del texto de R ob ert M usil
© A bada E d it o r e s , s . l ., 2 0 0 7
de la presente edición, para todos los países de lengua española
Plaza de Je sú s, 5
2 8 0 1 4 M adrid
tel: 9 14 2 9 6 8 8 2
fa x: 9 1 4 2 9 7 5 0 7
p ro d u c c ió n GUADALUPE GlSBERT
ISBN 978-84-96258-99-0
depósito legal M -3 8 17 0 -2 0 0 7
prólogo
FÉLIX DUQUE
introducción
ROLAND BREEUR
traducción
FRANCISCO DE LARA LÓPEZ
«VO CES»
A B A D A EDITORES
Prólogo
DEJARSE DE TONTERÍAS ES UNA ESTUPIDEZ
F é l i x D u q ,u e
vien és (a v e c e s , p ú d ic a m e n te d isfra z a d o de re p u ta d o n o v e
lista) y, en fin , a la s o c a r r o n e r ía de o tr o p r o fe s o r , a le m á n
esta vez, y b u e n h e g e lia n o (a m é n d e e d it o r de las o b ra s de
L e ib n iz ), q u e hace cien to cu aren ta añ o s escrib ía ya c o n m ás
g a rra y gracia que m u ch o s p lu m ífe ro s de h oy, tan m ed iático s
com o efím ero s.
¿ Q u é h a c e r, p u e s ? B ie n , p r im e r o in te n ta ré escu ch ar al
le n g u a je , y lu e g o a m is c o n g é n e re s, y a m í m ism o en h o ra s
bajas, a fin de d e ja r p o r lo m en o s situ ad o en los tercio s este
p a v o ro so p r o b le m a c o n c u e rn o s (a c la ra ré p o r e stú p id a
p ed an tería, y p ara evitar ser tild ad o de basto y de am igo de las
corridas de toros, que la expresión es de Nietzsche, en la creen
cia estú p id a de que q u ien es le e n estas cosas que n o s traem o s
en tre m uleta y capa n o lo ib a n a sab er).
P ara em pezar, las con feren cias de n u estro p o eta-n o velista
y de n u estro p ro fe s o r h egelian o tie n e n u n m ism o títu lo : Über
die Dummheit. T r a d u c ir lo c o m o Sobre la estupidez es, p o r c ie rto ,
cosa ab solu tam en te co rrecta. Y , sin em b argo , los respectivos
cam p o s sem án tico s n o p u e d e n su p e rp o n e rs e c o n fa c ilid a d .
Eine Dummheit es m ás b ie n « u n a t o n t e r ía » , dumm vale co m o el
ad jetivo « t o n t o » y Dummkopf (lite ralm e n te: « cab eza t o n ta » )
vale p a ra el c o rre sp o n d ie n te sustantivo. E s verd ad q u e tan to
M u sil c o m o E r d m a n n a m p lía n p o d e ro sa m e n te ese s ig n if i
cad o, e n tre c ru z á n d o lo así c o n ac e p c io n e s q u e, en esp añ o l,
v ie n e n b ie n d ife r e n c ia d a s . P e ro , e n to d o caso, dumm se u sa
c o m ú n m e n te e n u n se n tid o m u c h o m ás d é b il, e in c lu so
c a riñ o s o , c o m o e n la m ad re q u e en la c o n fe re n c ia de E r d
m a n n llam a « t o n t it o » a su p e q u e ñ o . ¿ S e im ag in an V d s. que
le h u b ie ra llam ad o « e s t u p id illo » ? E tim o ló g ic am en te , dumm
rem ite a stumm: « m u d o » , co m o se ap recia aú n m e jo r p o r el
té rm in o in glés dumb. T a m b ié n M u sil (au n q u e en este caso n o
sea c o rre c ta la e tim o lo g ía ) ace rca derisch o terisch a töricht, es
d e c ir: « s o r d o » a « l e l o » . E x p re sa d a e n lo s añ o s tre in ta , la
DEJARSE DE TONTERIAS ES UNA ESTUPIDEZ 7
estaban p o r el d io s: s o n lo s p o etas y lo s p ro fe ta s q u e, en su
theía manía —P la tó n dixit—, d ic e n p o r inspiración las v e rd a d e s
s u p e r io re s , ved ad as al c o m ú n de lo s m o rta le s . E n c a m b io ,
p ara el rig o ris m o b in a r io sa lo m ó n ic o (o D io s o el m u n d o ),
todos somos tontos —al m e n o s, de n a c im ie n to —, llev a d o s c o m o
estam os ab initio de nuestras p asio n es sin tin o .
A l re sp e c to , d e b e ría m o s —d ig o y o , c o n to d o r e s p e t o -
c o rre g ir pedem aliquantulum al R ey S a lo m ó n y ser m en o s ra d ic a
les. Pues q u ien se d eja llevar p o r u n a m o r ab sorben te, d e so r
d en ad o, será m ás b ie n u n loco o u n c rim in a l, a m en os q u e el
« d e s o r d e n » a lo s o jo s h u m a n o s se d eb a e n c am b io a u n
O rd e n su p e rio r, d iv in o . P ero en am bos casos se trata de u n a
pasión total. Q u ie n así p ro c e d e b ie n p o d r ía ser visto en to n ces
c o m o u n santo o co m o u n (a p re n d iz de) d e m o n io , p e ro n o
c o m o u n tonto. E ste, el to n to de veras, es aq u e l ser tan d éb il
que se deja ir con todos los vientos. P erson ificación de la inercia,
to d o le p arec e b ie n , de to d o re c ib e u n im p u lso , basta q ue
u n a fuerza distinta lo gana para su causa. P or cierto, H egel, en
su Ciencia de la lógica, se ha fija d o p o r u n m o m en to en este e le
m en to alógico p o r excelencia: en la necedad. E l ú n ico m ed io de
resistir a la razón —dice— es n o ten er n ad a en absoluto que ver
c o n ella. Pues, al « ig u a l que u n p añ u e lo lib rem en te su sp en
d id o en el a ire n o es a g u je re a d o p o r u n a b a la , [ ...] así u n
esp íritu en teram en te d éb il está m ás segu ro fre n te al esp íritu
fu e rte q u e o tro m ás c e rc a n o a é s t e » . P o r e llo , añ a d e, lo
n o b le n o p u e d e e je r c e r so b re lo estultoy lo innoble el m e n o r
in flu jo . Y ya es sign ificativo que aq u í E legel —al igual que h ará
M u sil— ligu e la falta de seso c o n la d ep ravació n m o ra l. G o m o
en el O sc u ro de E fe so , de lo que se trata es de escuchar al lógos,
de d ejarse p o s e e r y g u ia r p o r él, en lu g a r d e o cu p arse de (o
m ás exactam ente: de estar ocupado por) cosas baladíes.
Sea com o fu e re , p reciso es co n fesar que el to n to , el stultus
(n o el b o b o , n i el le lo , a h o ra lla m a d o fin a m e n te « d is m i-
DEJARSE DE TONTERÍAS ES UNA ESTUPIDEZ II
i . E s t u p id e z y e r r o r
2 « L a señora Stoe h r llo ró con pesadum bre al ver en lo que se había convertido
aquél que fu e Jo a c h im . « ¡U n h éro e, u n h é r o e !» , exclam ó repetidas veces y
pro p u so qu e era preciso tocar en sus fu n erales la « e r ó tic a » de B eeth o v en »
(T h om as M an n , Der /¿íuberberg, F ran k fu rt am M ain , Fischer, 19 8 8 , p. 5 8 8 ).
LA ESTUPID EZ TRANSCENDENTAL 23
4 René Descartes, Meditación TV, edición de Adam y Tannery (AT VII, p. 54)*
LA ESTUPID EZ TRANSCENDENTAL 35
5 T al com o M u sil señala más adelante, tales erro res tien en in clu so u n carác
te r p o é tic o , p u e s a veces g e n e ra n exp re sio n e s d el tip o : « I n v ie r n o : Está
com pu esto de n ie v e » o « ¿ Q u i é n era S a n P e d r o ? : C an tó tres v eces» , que
se apoyan en prácticas pertenecien tes al arte de la poesía, com o la elipsis, la
m eto n im ia, la c o n d e n sa ció n ...
26 ROLAND BR EEU R
de b u e n a v o lu n ta d c o m o p a ra ev itar e r r o re s , o c o m o p a ra
e n ju ic ia r de u n m o d o q u e h ic ie se ju s t ic ia a su n a tu ra le z a
in t e r io r y a su « a m o r p o r la v e r d a d » . A la vista q u e d a q u e
q u ie n c o n d e v o c ió n d escu b re u n a v erd a d , ta m b ié n lo tie n e
b ie n m erec id o .
D escartes d e n u n c ia ta m b ié n la « s u t ilid a d » de bastan tes
f iló s o fo s : « L o s filó s o fo s s o n tan su tiles q u e sab en e n c o n
t r a r d ific u lta d e s en las cosas q u e a lo s d em á s h o m b re s les
p a re c e n e x tre m a m e n te c l a r a s . . . » (A T X I , p . 3 5 )- M ás de
una p re su p o sic ió n p u e d e lle g a r a c o n fu n d ir a n u estra c o m
p re n sió n . Se trata, n o ob stan te, de p re su p o sic io n e s que son
adulteradas p o r los sen tidos, p o r las ilu sion es y p o r las c re e n
cias a d h e r id a s p r o c e d e n t e s d e las o p in io n e s de lo s d em ás
p e ro q ue p u e d e n ser p u rific a d a s c o n ayuda d el trata m ien to
a d e c u a d o , el m é to d o c o rre c to y ev itan d o de m a n e ra c o n s
tante c u a lq u ie r c o n ta g io . De ah í q ue el o rig e n de la e stu p i
dez se co n v ierta en algo tan lo calizad o c o m o in o fe n s iv o . D e
igu al m o d o q u e lo s n iñ o s p u e d e n a p r e n d e r a e s c r ib ir y a
s o lu c io n a r p r o b le m a s m a te m á tic o s, así t a m b ié n p u e d e
c u a lq u ie r in d iv id u o in tro d u c irs e en el ap re n d iz a je de n u e
vos y a ce rta d o s c o n o c im ie n t o s c o n r e la c ió n a sí m is m o , el
m u n d o y D io s. G ra c ia s a este c o n o c im ie n to estará en m e jo
res c o n d ic io n e s de p o d e r d is tin g u ir lo v e rd a d e ro de lo n o
v e r d a d e r o , y e v ita r así c o m e n t a r io s a b s u r d o s . L o e s e n c ia l
yace p o r tan to en esta s e g u rid a d de q u e u n m é to d o p u e d e
d e sp e rta r n u e stro im p u lso in n a to p o r c o n o c e r la ve rd a d y,
sob re to d o , lib e ra rn o s de c re e r in g e n u a m e n te en o p in io n e s
p reestab lecid as. S ie m p re q u e se ten ga el m éto d o co rre cto es
p o s ib le a p r e n d e r , c o m o B o u v a r d y P é c u c h e t, c u a lq u ie r
cosa: an a to m ía , físic a , filo s o fía , q u ím ic a o g u ita rra .
7 IbúL, p. 195.
LA ESTUPIDEZ TRANSCENDENTAL 29
P o r tan to, tam b ién el p en sam ien to debe ser co n sid erad o
u n « ó r g a n o n a t u r a l» . E n o tras p a la b ra s, la re la c ió n c o n
aq u ello que n o p erten ece al o rd e n m ism o d el p en sar, co n el
afuera, q u ed a d e fin itiv a m e n te a n c la d a e interiorizada en u n a
activ id ad q u e ya estaría « f o r m a lm e n t e » e n p o s e s ió n de la
v e rd a d . N o so la m e n te es « e l b u e n se n tid o la cosa m e jo r
rep artid a del m u n d o » ; adem ás, es u n a garan tía p ara e n c o n
tra r la verd ad , p u es se expresa a sí m ism o en la verd ad y está
o r ie n ta d o c o rre c ta m e n te h a c ia ella . P o r eso el « m é t o d o »
sirve an te to d o p a ra g u a rd a r al e s p ír itu d e l « a f u e r a » y de
aq u ello que desvía n u estro p en sam ien to de su recta o rie n ta
c ió n (el cu erp o , las cosas m ateriales, etc.). E l m étodo crea de
esta m an era la ilu sió n de en señ arn o s a p en sar; o crea sin más
la ilu sió n de q u e, m ed ian te él, el p en sam ien to ap ren d e algo
y se d e s a rr o lla o d e sp lie g a . P e ro tal c o m o , p o r e je m p lo ,
señ ala el f iló s o fo fra n c é s G ilíe s D eleu ze en su lib r o so b re
Niet&chej la filosofía, ese p en sam ien to es m eram en te reactivo, y
p o r tanto n o es afirm ativo n i creativo. ¿ P o r qué n o ? P o rq u e
él en sí m ism o n o crea n ad a , se o r d e n a h a cia v erd a d es que
tie n e n la fo rm a de ab straccion es c o n valid ez g e n e ral, que él
ha « a d q u i r i d o » so b re la base de u n a o b e d ie n c ia g e n e ra l a
p rin c ip io s. L o distintivo aq u í es que los p rin c ip io s son calca
dos de los h ech os fácticos, o, en otras p alabras, que lo tra n s
cen den tal y aq u ello que el p en sam ien to tien e de iure es calcado
de lo que es m era m e n te e m p íric o y cuya validez es exclusiva
m en te defacto.
P o r ello , el p r in c ip io g e n e ral válid o es el de u n a u n ific a
c ió n cada vez m ay o r, el de la su b o rd in a c ió n a la u n id a d y el
d estierro de la m u ltip lic id a d : el p en sam ien to se erige com o
u n a cap acid ad u n ific a d o r a q u e p o r n atu raleza se o rd e n a en
u n a fu era u n ific a d o , esto es, en lo s ob jeto s. D e esta m an era
llegam os p o ste rio rm e n te a la id ea (al m en o s de acu erd o co n
D e le u z e ), p o r e je m p lo e n K a n t , de q u e el p e n s a m ie n to
30 ROLAND BR EEU R
3. « P r a x is d e la e s t u p id e z »
C o n s e c u e n te m e n te , n o s o tr o s te n e m o s la v e rd a d q u e n o s
m e r e c e m o s , d e p e n d ie n d o d el m o d o de m e d ir n o s c o n las
ex ig e n cia s d e la re a lid a d . La verdad no tiene ningún sentido fuera de
J u n t o al u so de lo s « i n s u l t o s » , e x iste n m u ch as o tras
m an eras de lo g ra r la « n e u tr a liz a c ió n » g e n e ral o de b u rla rse
de estos valo res. Una de ellas se basa en la propagación de opiniones.
E n efecto , u n a o p in ió n se q u ie re n e u tra l co n resp ecto a
n u estra re la c ió n resp o n sab le c o n el ser: u n a o p in ió n n u n ca
m e c o m p ro m e te , es o p aca y p esad a c o m o u n a p ie d ra . U n o
n o tie n e q u e formarse o p in io n e s , las ad o p ta. P o r tan to , éstas
n o se d an c o m o u n e m p e ñ o o r ig in a l p o r e n te n d e r lo q u e a
u n o le o c u rre , n o su rg en d el esfuerzo p o r d eterm in arse co n
re la c ió n a alg u n a a flic c ió n , p o r e je m p lo . A l c o n tr a rio , u n a
o p in ió n ayuda ju sta m e n te a e n c u b rir la n ecesid ad de ello .
T o m e m o s el sig u ien te e je m p lo : hace p o c o escu ché e n la
rad io la reacción de algu ien a q u ien se le p id ió que com en tara
un a pieza m usical. L a p erso n a en cu estión n o parecía co n o ce r
o reco n o cer la pieza; adem ás, p o r lo visto, ése n o era su estilo
de m ú sica . S u re a c c ió n fu e so rp re n d e n te m e n te la de estar
m olesto e irrita d o , en el sentido de « o d io ese tip o de m úsica,
es u n a p u ra m ezcla de estilos, n o tien e estru ctu ra , n o tien e
nada de auténtico, e t c .» . E n respuesta a esto u n colega intentó
e x p lica rle la im p o rta n c ia de aq u e lla m ú sica, su e stru ctu ra
in tern a, refin am ien to , sutileza e inventiva. A l o que el oyente
resp o n d ió que todos estos argum entos p o d ía n ser verdad y que
él n o ju z g ó si la m ú sica era m ala o b u e n a , sin o que s im p le
m en te él n o p o d ía sop ortarla. N o estaba « a b ie rto a e lla » . P o r
su p u esto, u n o p u ed e p regu n tarse p o r q u é esta falta de a p e r
tu ra causa tan ta ir r ita c ió n , p e ro eso es o tro p ro b le m a . L a
cuestión es: ¿d ó n d e está la estupidez en este caso?
A l in ten tar ju stific a r su reacción y falta de co m p ren sió n o
de receptividad hacia esa m úsica, el oyente afirm ó que ésa era
sim plem en te su o p in ió n , y que n o p o d ía h acer nada en con tra
de ella: era m ás fu e rte q u e él. S u te m p e ra m e n to , carácter y
p erso n alid ad se negaban a to le rar y escuchar ese tipo de cosas.
P ero , a la vez, él n o q u ería cu estion ar y d iscu tir la verdad de lo
LA ESTUPID EZ TRANSCENDENTAL 37
4. U n a m a n e r a b a ja d e pen sa r
5. E s t u p id e z e in d iv id u a c ió n
A veces p o d e m o s m a ra v illa r n o s , d ic e E rd m a n n , de q ue
alg u ien que n o sabe n ad a sob re u n d eterm in ad o tem a « ju z
gue, sin em b argo , c o n tanta ligereza de m o d o c o n d e n a to rio .
N o d e b e ría m o s s o r p r e n d e r n o s . C o m o ta m p o co de q ue
rech ace ser llevad o a u n a m e jo r c o m p re n sió n . N o ju z g a tan
p e r e n to r ia m e n t e a p e sa r de su falta de c o m p r e n s ió n , sin o
d e b id o a e l la » . S e g ú n E r d m a n n , la estu p id ez va u n id a en
44 ROLAND BREEUR
C o n c l u s ió n
¿ D e d ó n d e p r o v ie n e e n to n c e s n u e s tra fa s c in a c ió n p o r la
estu p id ez? T an to E rd m a n n com o M u sil p o n e n el acen to en
el h e ch o de q u e la estu p id ez n o p u e d e ser re d u c id a a m e ra
ex p re sió n de u n d efecto de c o n o c im ie n to o de ideas. E n este
sen tid o , d ich a fa sc in a c ió n n o c o in c id e c o n u n m e la n có lico
in te ré s p o r u n estado su p era d o de n u e stro d e sa rro llo in te
le c tu a l: la e stu p id e z g o lp e a n u e s tr o p e n s a m ie n to desde
d em a siad o cerca c o m o p a ra ser m e ra m e n te u n a c o n fir m a
c ió n de n u estra p r o p ia s u p e rio rid a d . T o d o s som os u n p o co
estú p id o s, segú n M u sil. A s í, en cada u n o de n o so tro s to d a
vía se e n c u e n tra n « r e s t o s » de ese estad io o r ig in a r io ( E r d
m a n n ), resto s q u e n o se h a n d e s a r r o lla d o y q u e de vez en
cu an d o re su e n a n « c o m o u n a cu erd a que se hace v ib r a r » .
P arece c o m o si n u e stro p r o p io p e n sa m ie n to se h u b iese
d e s a rro lla d o a lr e d e d o r d e estos resto s, lo s cu ales de vez en
c u a n d o v ie n e n a p e r tu r b a r n u e stra a p e rtu ra a la v e rd a d :
suena u n a n o ta falsa.
50 ROLAND BR EEU R
q u ie n se a r r ie s g u e a h a b la r so b re la estu p id ez c o r r e h o y el
p e lig ro de lle g a r a s u fr ir p e rju ic io s de m o d o s diversos; pues
p u ed e ser in te rp re ta d o co m o u n a a rro g a n c ia p o r su p arte e
in clu so co m o u n esto rb o p ara el d e sa rro llo de su ép oca. Y o
m ism o e s c r ib í h ace ya v a rio s a ñ o s: « S i la estu p id ez n o se
p a r e c ie r a ta n to al p r o g r e s o , el ta le n to , la esp eran z a o la
m e jo r a , n a d ie q u e r r ía ser e s t ú p id o » . E sto fu e en 1 9 3 1 ¡y
n ad ie se atreverá a p o n e r e n d u d a q u e el m u n d o h a asistido
tam b ién desde en ton ces a p ro g re so s y m ejo ras! D e ah í que se
vaya h a cien d o in aplazable p reg u n ta r: ¿ q u é es p ro p iam en te la
estu p id ez?
T a m p o c o q u is ie r a o m it ir q u e , en m i c a lid a d de p o e ta ,
c o n o z c o la estu p id ez d esd e m u c h o a n tes, e in c lu s o p o d r ía
d ecir q u e, en ocasion es, he m an ten id o c o n ella u n a re la c ió n
de c o m p a ñ e r is m o . T a n p r o n to c o m o a u n h o m b re se le
a b re n lo s o jo s p a ra la p o e sía , se ve e n fre n ta d o , p o r a ñ a d i
du ra, a u n a resistencia apenas d escrip tib le y que p arece p o d e r
54 ROBERT M USIL
• T e sis: E l ju i c i o de gu sto n o se fu n d a e n c o n c e p to s,
p u e s, de lo c o n t r a r io , se p o d r ía d is p u ta r so b re él (d e c id ir
p o r m ed io de p ru eb as).
• A n títe s is : E l j u i c i o de gu sto se fu n d a en c o n c e p to s,
p ues, de lo c o n tra rio , n o se p o d ría n i siq u iera d iscu tir sobre
él (asp irar a u n ac u erd o ).
M u c h o s m a n ifie s ta n ta m b ié n te n e r u n p r e s e n tim ie n to d el
d o m in io , ta n d e s h o n r o s o c o m o e n o r m e , q u e la estu p id ez
ejerce so b re n o so tro s, m o strán d o se am able y c o n sp ira d o ra -
m e n te s o r p r e n d id o s c u a n d o se e n te r a n d e q u e a lg u ie n en
q u ie n c o n fía n tie n e in te n c ió n d e c o n ju r a r a ese m o n s tru o
llam á n d o lo p o r su n o m b re . N o sólo p u d e ex p e rim en tar esto
de m o d o p e r s o n a l, sin o q u e p r o n to c o m p ro b é ta m b ié n su
validez h istó ric a c u a n d o , en la b ú sq u ed a de p red eceso res en
56 ROBERT M USIL
e s tú p id o . N a d a de esto p u e d e se r g e n e ra liz a d o , o la ú n ic a
g e n e ra liz a c ió n a d m isib le ya en este p u n to d e b e ría ser ésta:
¡q u e lo m ás in te lig e n te e n este m u n d o sería hacerse n o ta r lo
m en o s p o sib le! Y , a d e c ir verd ad , n o h a n sid o pocas las veces
que se h a p u esto este p u n to fin a l a to d a sa b id u ría . N o o b s
tan te, es to d av ía m u c h o m ás c o m ú n h a c e r só lo u n u so a
m edias o sim b ó lic o -rep resen ta tiv o de este m isán tro p o re su l
tado, algo que d irig e la co n sid e ra c ió n a la esfera de los m a n
d am ien to s de m o d e stia sin te n e r que a b a n d o n a r d el to d o el
ám b ito de la estupidez y la in te lig e n cia .
T a n to p o r m ie d o a p a r e c e r e s tú p id o c o m o p o r el de
o fe n d e r el d e c o r o , m u c h o s h o m b re s se c o n s id e r a n c ie rta
m en te in te lig e n te s, p e ro n o lo d ic e n . Y c u an d o se ven f o r
zados a h a b la r de e llo , lo p a ra fra se a n d ic ie n d o de sí m ism o s
algo así c o m o : « Y o n o soy más estúpido q u e o t r o s » . M ás
c o rrie n te todavía es ob servar de m o d o d esin teresad o y o b je
tiv o : « B i e n c re o p o d e r d e c ir q u e p o s e o u n a in te lig e n c ia
n o r m a l» . A v e c e s , el c o n v e n c im ie n to so b re la p ro p ia in t e
lig e n c ia sale a r e lu c ir ta m b ié n d e m o d o in d ir e c t o , c o m o
p o r e je m p lo e n la lo c u c ió n : « ¡ Y o n o d e jo q u e m e to m e n
p o r e s t ú p id o !» . T a n to m ás n o ta b le es el h e c h o de q u e n o
só lo el h o m b r e p r iv a d o e in d iv id u a l se vea e n sus p e n s a
m ie n to s c o m o su m a m e n te in te lig e n te y b ie n d o ta d o , sin o
q u e ta m b ié n el h o m b r e q u e in flu y e e n la h is t o r ia , ta n
p ro n to tie n e el p o d e r p a ra e llo , d ice o m a n d a d e c ir q u e es
in te lig e n te , in s p ira d o , resp etab le, elevad o , c lem en te, e sco
g id o p o r D io s y lla m a d o a h a c e r H is t o r ia m ás allá de to d a
m e d id a . T a m b ié n t ie n e a b ie n d e c ir lo d e o tr o p o r cu yo
r e fle jo se sien te ilu m in a d o . E sto se co n serv a p e trific a d o en
títu lo s y trata m ien to s c o m o M ajestad , E m in e n c ia , E x c e le n
cia, M a g n ific e n c ia , M e rc e d y o tro s sim ila re s, si b ie n ap en as
con serva ya u n a lie n to de c o n c ie n c ia ; a u n q u e vuelve a m o s
tra rse de in m e d ia to c o n p le n a v ig e n c ia c u a n d o el h o m b re
SO BRE LA ESTUPIDEZ 6l
Y si an tes h a b lá b a m o s d e la v a n id a d p o r la q u e p u e b lo s y
p a rtid o s se v an ag lo rian b o y de su in sp ira c ió n , d eb em os a ñ a
d ir ah o ra que la m ayoría, en el d isfru te de la vid a —igu al que
el m eg aló m an o p a rtic u la r en sus e n so ñ acio n e s—, n o sólo ha
tom ad o en a rrie n d o la sab id u ría, sin o tam b ién la v irtu d , p o r
lo que cree ser valien te, n o b le , in ven cib le, p ío y b e llo ; y que
u n a p a r tic u la r te n d e n c ia en el m u n d o es q u e lo s h o m b re s,
cu an d o se p re s e n ta n e n g ra n n ú m e r o , se p e r m ite n to d o lo
q u e les está p r o h ib id o in d iv id u a lm e n te . E stos p riv ile g io s de
u n N o so tro s acrecen tad o casi p ro d u c e n h o y la im p re s ió n de
q u e la c re c ie n te c iv iliz a c ió n y d o m e stic a c ió n de la p e rs o n a
in d iv id u a l d eb e se r c o m p e n sa d a c o n u n p r o p o r c io n a l
au m en to de la b a rb ariz ació n de las n acio n es, los estados y los
gru p o s id e o ló g ic o s. E vid en tem en te, se m an ifiesta en ello u n
tra s to rn o afectivo , u n tra s to rn o d el e q u ilib r io afectivo que
p re c e d e , en el fo n d o , a la o p o s ic ió n e n tre el Y o y el N o s
o tro s , así c o m o a to d a v a lo r a c ió n m o r a l. P e ro , h a b rá q u e
p reg u n ta rse , ¿sig u e sien d o esto estu p id ez ? ¿S ig u e te n ie n d o
esto todavía algo que ver c o n la estu p id ez?
¡R esp etad os oyentes! ¡N a d ie lo p o n e en d uda! P ero antes
de re sp o n d e r a ello p erm íta n m e to m ar alien to c o n u n e je m
p lo b ie n am ab le. T o d o s n o so tro s —en esp ecial n o so tro s, los
h o m b res, y en especial tod os los escritores fam osos— c o n o c e
m os a esa dam a que n os q u iere c o n fia r a tod a costa la novela
de su vid a y cuya alm a, al p arece r, se h a en c o n trad o siem p re
e n circu n stan cias in teresan tes sin que n o ob stan te esto haya
dad o lu g a r a éxito alg u n o ; éxito q u e, sin em b argo , esp era de
n o s o tr o s . ¿ E s esa d a m a e s tú p id a ? A lg o p ro c e d e n te de la
a b u n d a n c ia de las im p r e s io n e s a c o stu m b ra a s u s u r r a r n o s :
¡sí, lo es! P ero la co rtesía y ta m b ié n la ju s tic ia n os o b lig a n a
c o n ce d e r que n o lo es d el to d o n i siem p re. E labla m u ch o de
sí m ism a y, e n g e n e r a l, h a b la m u c h o . Ju z g a c o n m u ch a
d e t e r m in a c ió n y so b re to d o s lo s a su n to s. E s v a n id o s a e
64 ROBERT M USIL
co m o se va fo r m a n d o d esc u id ad a m en te a p a r t ir de las r e c í
p rocas fo to grafías de g ru p o , está com p uesto ú n icam en te p o r
las variacion es de estas dos palabras de c o lo r feo e in d efin ib le .
T a l vez valga la p e n a r e fle x io n a r so b re e llo . S in d u d a,
am bas re p re s e n ta n el n iv e l in fe r io r de u n ju ic io q ue n o h a
lleg ad o a fo r m a r s e , de u n a c rític a to ta lm e n te d esa rticu la d a
todavía, que sien te q u e algo está m al p e ro que n o lo g ra in d i
car q u é . E l u so d e estas p alab ra s es la e x p re s ió n de rech azo
p e o r y m ás sim p le q u e se p u e d a e n c o n t r a r , es el in ic io de
u n a ré p lic a y ya su fin . E sto tien e algo de « c o r t o c ir c u ito » y
se co m p re n d e m e jo r cu an d o se tien e en cuen ta que estúpido
e in fa m e , m ás allá de lo q u e s ig n ifiq u e n , se u sa n ta m b ié n
c o m o in s u lto s . P u e s, c o m o es sa b id o , el s ig n ific a d o de lo s
in su lto s n o ra d ic a tan to en su c o n te n id o co m o en su u so ; y
p u ed e que a m u ch o s de n o so tro s n os gu sten los b u rro s, p e ro
n o s e n fad a rem o s si alg u ien n os llam a así. E l in su lto n o su s
tituye a aq u e llo q ue rep resen ta, sin o m ás b ie n a u n a m ezcla
de re p re s e n ta c io n e s , se n tim ie n to s e in te n c io n e s q u e él n o
lo g r a de n in g u n a m a n e r a e x p re sa r, sin o ta n só lo s e ñ a la r.
D ic h o sea de p aso, esto es algo que co m p arte co n las palabras
de m o d a y lo s e x tr a n je r is m o s , s ie n d o ésa la ra z ó n de q u e
éstos p arez can im p re sc in d ib le s in c lu so c u an d o se lo s p u e d e
s u stitu ir p e rfe c ta m e n te . P o r ese m o tiv o hay en lo s in su lto s
algo que en fad a e n o rm e m e n te y q u e c o n c u e rd a ciertam en te
c o n su in te n c ió n , p e ro n o c o n su c o n te n id o . D o n d e esto se
m uestra co n m ayo r clarid ad es tal vez e n las b u rlas y m ofas de
la e d a d t e m p r a n a : u n n iñ o p u e d e d e c ir « ¡ B u s c h ! » o
« ¡M o r i t z ! » 2 y c o n ello , a causa de ciertas asociacion es secre
tas, e n fu re c e r a o tro .
¡S e ñ o r a s y se ñ o re s! A m e n u d o se h a b la h o y e n d ía de u n a
crisis de la h u m a n id a d , u n a crisis de esa c o n fian za que hasta
74 ROBERT MUSIL
a h o r a se sigu e d e p o s ita n d o en la h u m a n id a d . Se p o d r ía
h a b lar tam b ién de u n p án ico que está a p u n to de su p lan tar a
la seg u rid ad de que som os capaces de d ir ig ir n u estro s a su n
tos de u n a m a n e ra lib re y ra c io n a l. Y n o d eb em o s e n g a ñ a r
n os al resp ecto , p u es estos dos co n cep to s m o ra les y tam b ién
a r tís tic o -m o r a le s , la lib e rta d y la ra z ó n , h e re d a d o s de la
ép oca clásica del c o sm o p o litism o alem án com o em blem as de
la d ig n id a d h u m an a, n o h a n gozado de b u en a salud ya desde
m ed ia d o s d el siglo X IX o u n p o co después. Se h a n id o « r e t i
ra n d o de la c ir c u la c ió n » p au la tin am en te, n o se ha sab ido ya
m u y b ie n « q u é h a c e r » c o n ello s, y el que se haya p e rm itid o
q u e se e n c o ja n de esta m a n e r a n o es tan to m é r ito de sus
e n e m ig o s c o m o de sus a m ig o s. P o r eso ta m p o c o d e b e m o s
e n g a ñ a rn o s re sp e c to al h e ch o de q u e n o s o tro s , o lo s q u e
ven gan tras n o so tro s, n o p o d re m o s v o lv er a estas ideas in a l
te ra d a s; n u e stra ta re a , y el se n tid o de las p ru e b a s a q u e se
v e rá s o m e tid o el e s p ír itu , será m ás b ie n —y ésta es la tarea,
p en o sa al tiem p o que alen ta d o ra y ra ra vez co m p re n d id a , de
to d a g e n e r a c ió n — lle v a r a cab o el s ie m p re n e c e s a rio , e
in c lu s o m u y d e se a d o , trá n s ito a lo n u e v o c o n las m e n o re s
p érd id a s p o sib les. Y p uesto que se ha o m itid o h acer el tr á n
sito a ideas que a u n tiem p o con serven y tra n sfo rm e n —tr á n
sito que d eb e te n e r lu g a r e n el m o m e n to o p o r tu n o —, tan to
m ás n ecesarias so n , en esta tarea, rep resen tacio n es q u e ayu
d en a d e fin ir lo que sig n ifiq u e v e rd a d e ro , ra c io n a l, s ig n ifi
cativo, in te lig e n te y ta m b ié n , a la in v ersa, lo que s ig n ifiq u e
estú p id o . P ero , ¿q u é con cep to o qué con cep to p arcial p u ed e
fo rm a rse de la estupidez cu an d o se tam b alean lo s con cep tos
de in te le c to y s a b id u r ía ? G o m o p e q u e ñ o e je m p lo de lo
m u c h o q u e las c o n c e p c io n e s se m o d ific a n c o n el tie m p o ,
q u ie ro a d u c ir sim p lem en te que en u n m an u al de p siq u iatría
a n tig u a m e n te m u y c o n o c id o , la p re g u n ta «¿Q ^ué es j u s t i
c i a ? » y la resp u e sta « ¡ Q u e se castigu e al otro!» s o n citadas
SO BRE LA ESTUPIDEZ 75
activid ad es q u e n o le in c u m b e n ; y p u d ie n d o te n e r e n sí
todas las m alas p ro p ie d a d e s del in telecto d éb il, tien e adem ás
todas aq u ellas q u e causa u n á n im o d e se q u ilib ra d o , c o n tra
h e c h o , de a g ilid a d d e sig u a l: en sum a, q u e se d esvía de lo
sa lu d a b le . P e ro c o m o n o hay á n im o s « n o r m a liz a d o s » , lo
q u e en esa d esv ia ció n se expresa, d icho m ás c o rre cta m e n te,
es u n a in te ra c c ió n in su ficien te en tre las u n ilateralid ad e s del
s e n tim ie n to y u n in te le c to q u e n o basta p a ra r e fre n a rla s .
E sta estup id ez m ás elevada es la verd ad era e n fe rm e d a d de la
fo rm a c ió n (p e ro , p a ra salir al paso a u n m a le n te n d id o : ella
sig n ific a falta d e fo r m a c ió n , fo r m a c ió n fa llid a , fo r m a c ió n
m a l re a liz a d a , d e s p r o p o r c ió n e n tre m a te ria y fu e rz a de la
fo r m a c ió n ) , y d e s c r ib ir la es casi u n a ta re a in fin it a . E sta
estup id ez se extien d e in clu so hasta la más elevada e s p iritu a
lid a d ; p u es si la au tén tica estup id ez es u n a artista silen cio sa,
la estupidez in teligen te es la que coopera en la m ovilidad de la
v id a e s p ir itu a l y, so b re to d o , e n su in c o n s ta n c ia y fa lta de
resultados. H ace ya años que escribí de ella lo sigu ien te: « N o
existe p e n sa m ie n to sign ificativ o algu n o que la estup idez n o
sep a u t iliz a r ; p u e d e m o v erse p o r tod as p a rte s y p o n e rs e
to d o s lo s vestid os de la verd a d . L a verd ad , p o r el c o n tra rio ,
tie n e en cada caso só lo u n vestid o y u n cam in o y está s ie m
p re en d e s v e n ta ja » . L a estu p id ez aq u í in d ic a d a n o es n in
gu n a e n fe rm e d a d m en tal y, sin em b argo , es la m ás p elig ro sa
e n fe r m e d a d de la m e n te , la e n fe rm e d a d q u e h ace p e lig r a r
in clu so la vid a.
C ie r ta m e n te , d e b e ría m o s o b se rv arla ya en cada u n o de
n o so tro s y n o esp erar a re co n o c e rla en sus gran d es ir r u p c io
n es h is tó r ic a s . P e r o , ¿ c ó m o r e c o n o c e r la ? ¿ Y q u é estigm a
in e q u ív o c o p o d e m o s im p r im ir le ? L a p siq u iatría u tiliza ho y
com o p rin c ip a l sign o distintivo de los casos que trata la in c a
p a c id a d p a ra d esen vo lverse en la v id a, el fraca so an te todas
las tareas q u e ésta p o n e o, sú b itam en te, an te u n a tarea en la
8o ROBERT M USIL
q u e n o se e sp e ra b a tal fra c a so . T a m b ié n en la p s ic o lo g ía
e x p e rim en tal, que se o cu p a sob re to d o de p erso n as sanas, se
d e fin e la e stu p id e z de m o d o a n á lo g o . « D e c im o s q u e u n
co m p o rta m ie n to es estú p id o cu an d o n o es capaz de realizar
u n a tarea a u n c u a n d o se d a n to d as las c irc u n sta n c ia s p a ra
e llo , in c lu id a s las p e r s o n a le s » , escrib e u n c o n o c id o r e p r e
sen tan te de u n a de las m ás recien tes escuelas de esta cien cia.
E ste sign o d istin tivo de la cap acid ad de actu ar c o n o b je tiv i
dad, esto es, de la eficien cia, es d el to d o adecuado cu an d o se
a p lic a a lo s « c a s o s » p a te n te s de la c lín ic a o d el d e p a r t a
m e n to de e x p e r im e n ta c ió n c o n s im io s ; p e r o lo s « c a s o s »
que se pasean en lib ertad hacen n ecesarias algunas ad icion es,
ya q u e e n e llo s el c o rre c to o e r r ó n e o « r e a liz a r u n a t a r e a »
n o es sie m p re tan ev id en te. P o r u n a p a rte , e n la cap a cid ad
p a ra c o m p o rta rs e sie m p re tal y c o m o lo h a ría u n a p e rs o n a
lista en las circu nstan cias dadas está p resen te ya toda la a m b i
g ü e d a d s u p e r io r de la in te lig e n c ia y la e stu p id ez , ya q u e el
co m p o rta m ie n to « a p r o p ia d o » , « c o m p e t e n te » , p u ed e u t i
liz a r a q u e llo de lo q u e se o c u p a p a ra su v e n ta ja p e r s o n a l o
b ie n p o n e r s e al s e rv ic io d e e llo , y el q u e h ace u n a de esas
cosas suele c o n sid e ra r estú p id o al que hace la otra (m ien tras
que m éd ica m en te es só lo estú p id o q u ie n n o p u ed e h a cer n i
lo u n o n i lo o t r o ) . Y , p o r o tra p a r te , ta m p o c o se p u e d e
n e g a r q u e u n c o m p o rta m ie n to q u e n o v ie n e al caso , e
in clu so u n o p o c o co n v en ien te, p u e d e n ser a m en u d o n e c e
sario s, ya que la ob jetivid ad y la im p e rso n a lid a d , la su b je tivi
dad y la falta de c o n v en ien cia están em p aren tad as en tre sí, y
d el m ism o m o d o que la su b jetivid ad d esp reo c u p ad a es r id i
cu la, u n c o m p o r ta m ie n to to ta lm e n te o b je tiv o es, n a t u r a l
m e n te , im p o s ib le de v iv ir e in c lu s o de p e n s a r; e q u ilib r a r
am bas cosas es p recisam en te u n a de las d ificultad es p rin c ip a
les de n u estra cu ltu ra. Y , p o r ú ltim o , se p o d ría o b je tar que,
e n ocasion es, n ad ie se c o m p o rta tan in te lig e n tem en te com o
SOBRE LA ESTUPIDEZ 8l
N a tu ra lm e n te , c o n estas ad ic io n es h e m o s vu elto a so b re p a
sar el ám b ito de la e x p lica c ió n p sic o ló g ic a . E sta n o s en señ a
que u n p en sam ien to in teligen te tien e d eterm in ad as cu alid a
des, com o la clarid ad , la exactitud, la riq u eza, la so lu b ilid ad
a p esar de la solidez y m uchas otras que p o d ría n en u m erarse;
y que estas cu alid ades son en p arte in n atas y en p arte a d q u i
rid a s ju n t o c o n lo s c o n o c im ie n to s de lo s q u e u n o se a p r o
p ia , c o m o u n a e sp ec ie de h a b ilid a d de p e n s a m ie n to ; de
m o d o que u n b u e n in telecto y u n a cabeza h á b il v ie n e n a sig
n ific a r lo m ism o . N o hay m ás q ue su p e ra r la in d o le n c ia y la
p re d is p o s ic ió n , sien d o esto algo q u e p u e d e e n tre n a rse ; y la
extrañ a p alab ra « d e p o r te m e n ta l» n o expresa tan in a d e c u a
dam en te aq u ello de lo que se trata.
E n c a m b io , el ad ve rsario de la estu p id ez « in t e lig e n t e »
n o es tanto el in telecto com o el e sp íritu y tam b ién el án im o ,
82 ROBERT MUSIL
sie m p re q u e u n o n o se lo im a g in e tan só lo co m o u n m o n -
to n c ito de se n tim ie n to s. P u esto q u e lo s p e n sa m ie n to s y los
sen tim ien to s se m u even co n ju n tam en te , p e ro ta m b ié n p o r
que en ellos se expresa u n a m ism a p erso n a, p u e d e n ap licarse
tan to al p e n s a m ie n to c o m o al s e n tim ie n to c o n c e p to s tales
co m o el de estrechez, am p litu d , m o v ilid ad , sen cillez o fid e
lid a d ; y a u n q u e la c o n e x ió n q u e re su lta de ello n o esté del
to d o cla ra to d avía, basta p a ra p o d e r d e c ir q ue e n el á n im o
hay ta m b ié n in te le c to y q u e n u estro s sen tim ie n to s n o están
exentos de re la c ió n c o n la in te lig e n cia y la estupidez. C o n tra
esa estupidez hay q u e actu ar m ed ian te el ejem p lo y la crítica.
L a c o n c e p c ió n a q u í ex p u esta se a p a rta de la o p in ió n
c o r r ie n te —q u e n o es e n a b so lu to falsa, p e r o sí e x tre m a d a
m e n te u n ila t e r a l—, se g ú n la cu al u n á n im o p r o f u n d o y
a u té n tic o n o p re c is a d e l in te le c to , q u e in c lu s o lle g a r ía a
c o n t a m in a r lo . L a v e rd a d es q u e e n las p e rs o n a s se n c illa s
ciertas cu alid ad es valiosas, co m o la fid e lid a d , la co n stan cia,
la p u reza de sen tim ien to s y sim ilares, se p resen ta n sin m ez
cla, p e ro esto es así so lam en te p o rq u e la co m p eten cia de las
d em ás es d e m a sia d o d é b il. Y a an tes h e m o s to p a d o c o n u n
caso lím ite de ello en la im ag en de la am able d eb ilid a d m e n
tal. N a d a m ás le jo s de m i in te n c ió n q u e d e g ra d a r el á n im o
b u e n o e ín te g r o c o n estas a p re c ia c io n e s —¡su c a re n c ia es
in c lu s o re s p o n s a b le e n b u e n a m e d id a d e la estu p id ez m ás
elevada!—, p e ro actualm ente es m ás im p o rta n te todavía an te
p o n e r le e l c o n c e p to de lo s ig n ific a tiv o , algo q u e, p o r
su p u esto, m e n c io n o sólo de fo rm a co m p leta m en te u tóp ica.
L o sig n ific a tiv o u n ific a la v e rd a d q u e p o d e m o s p e rc ib ir
e n e llo c o n las c u a lid a d e s d e l s e n tim ie n to q u e go zan de
n u estra c o n fian za , llevá n d o lo a algo n u evo , a u n a c o m p re n
sió n , p e ro tam b ién a u n a d e c isió n , a u n ren o v a d o em p eñ o ,
a algo que tien e co n te n id o esp iritu al y p síq u ico y « e x ig e » de
n o s o tr o s o de o tro s u n c o m p o r t a m ie n t o . D e m o d o q u e
SO BRE LA ESTUPIDEZ 83
n es de e r r o r d e tu a c c ió n , s u p o n d ría ya h a b e r avanzado u n
b u e n trech o h acia u n a p ro m e te d o ra fo rm a de vida.
P ero co n estas in d ic ac io n e s hace ya rato que he llegad o al
fin a l de m is co n sid era c io n es, q ue, co m o ya h e an u n cia d o en
m i d efen sa, sólo se d eb en to m a r co m o u n estudio p re v io . Y ,
c o n el p ie en la fro n te ra , d eclaro n o estar en c o n d icio n e s de
seg u ir ad elan te; p ues c o n u n solo paso m ás allá d el p u n to en
q u e n o s d eten em o s n o s sald ríam o s d el ám b ito de la e stu p i
dez, q u e es ta n v a ria d o y e n tr e te n id o in c lu s o en la te o ría ,
p ara lle g a r al re in o de la sab id u ría, u n a re g ió n d esierta y p o r
lo g e n e ra l evitada.
JOHANN EDUARD ERDMANN
Sobre la estupidez
[Berlín, 18 6 6 ]
H o n o ra b le asam blea,
c ió n p r o fu n d a d eb e e m p e z a r fo r m u la n d o la e se n cia de su
o b je to . P ara e llo , esos m ism o s estu d io s, así co m o la elevada
con sign a de re c o n o c e r el á rb o l p o r los fru to s, m e en se ñ a ro n
q u e , p a ra d a r c o n d ic h a fó r m u la , d e b ía p re s ta r a t e n c ió n a
lo s efec to s de lo q u e se p r e te n d e d e f in ir . S in e m b a rg o , al
h acer esto, resu ltaba ya de p o r sí grave q ue la estupidez ten ga
efectos tan diversos co m o el e n o jo y la risa; p e ro lo p e o r era
que estos dos efectos, m ás que desvelar, ocu ltan la esen cia de
su causa, p u es q u e algo sea e n o jo s o o ris ib le n o m a n ifie s ta
qué y cóm o sea u n o b je to , sin o m ás b ie n cuál es la c o n d ic ió n
de q u ie n lo observa. P ara d esc u b rir la esen cia de la estupidez
a p a rtir de sus efectos se la d eb ería in vestigar ju sta m e n te allí
d o n d e se la e n c u e n tr a ta n p o c o e n o jo s a o r is ib le c o m o la
salida d el sol p o r el E ste, p o r sen tir que es lo m ás n o rm a l del
m u n d o . P e ro , p o r m ás celo sam en te q ue bu scaba, n o era en
a b so lu to fá c il h a lla r u n a situ a c ió n d e este t ip o . N o es q u e
escasearan las estupideces, al c o n tra rio , las ten ía al alcance de
la m an o sin levan tarm e de m i e s c rito rio ; y, de h a b e r puesto
u n p ie e n la calle, h a b ría n caíd o sob re m í a m o n to n e s. P ero
n in g u n a de estas d os clases era de las q u e b u scab a, p u es las
p r im e r a s m e e n o ja b a n y las seg u n d as m e p ro v o c a b a n ris a .
U n a casu alidad p u so ante m is o jo s lo q u e a la p ostre ya a p e
n as e sp e ra b a e n c o n t r a r . F u e a m ás de v e in te m illa s de m i
ciu d ad , m u y cerca d el lu g a r en el q u e a h o ra m e e n c u e n tro ;
y, com o lo que h allé en ton ces co n stitu irá el p u n to de p artid a
de m i in v e s tig a c ió n , m e h e visto o b lig a d o a h a c e r p r e v ia
m en te esta c o n fe s ió n p a ra e x p lic a r p o r q ué les in v ito a q u e
m e a co m p a ñ e n hasta el lu g a r d el hallazgo.
E n la sala de e sp e ra de la e s ta c ió n d e fe r r o c a r r ile s de
H a m b u rg o , u n a fa m ilia m u y n u m e ro sa m e h abía llam ad o la
aten ció n . P rim e ro p o rq u e de su con versación se d ed u cía que
v ia ja b a n a K y r it z c o n m o tiv o de u n a fie sta fa m ilia r , y ese
n o m b re m e traslad ó a aq u el tie m p o in o fe n siv o en el q u e yo
SO BRE LA ESTUPID EZ 89
N o só lo lo s d e sp iad a d o s h e rm a n o s , sin o ta m b ié n la m ad re
llam ó to n to al c h iq u illo , y m e tem o q u e n o so tro s les dam os
la ra z ó n a am b o s. ¿ P o r q u é ? C ie rta m e n te , n o só lo p o rq u e
su alm a esté totalm en te colm ad a p o r el viaje a casa d el ab uelo
y a trib u y a e r r ó n e a m e n te el m ism o d e stin o a to d o v ia je r o .
P ues im ag in e m o s a u n m u ch ach o viajan d o al m ism o tiem p o
de K y r itz a B e r lín q u e, d esp u é s d e lle v a r sen ta d o casi dos
h o ras en el vag ó n c o n la m ad re, está del todo so rp re n d id o de
e n c o n t r a r a tan tas p e rs o n a s e s p e ra n d o en N e u sta d t, y q ue
m ás tard e, al lle g a r el tre n de W itten b erg , p ie rd e la calm a y
90 JOHANN ED. ERDMANN
p re g u n ta : « ¿ Q u é v an a h a c e r to d as estas p e rs o n a s a B e r
l í n ? » . E ste m u ch ach o n o p a re c e rá tan e stú p id o , n i m u ch o
m e n o s , c o m o m i v ia je r o a K y r itz , e in c lu s o q u izá n o lo
p arezca e n a b so lu to . ¿ D e d ó n d e p ro c e d e esta d ife re n c ia de
j u i c i o ? N a d ie la p r e te n d e r á e x p lic a r b a sá n d o se e n n u e stra
p re fe re n c ia p o r B e r lín o en u n d esafecto h acia la re g ió n de
P rie g n itz , y sí p o r el h e c h o d e q u e B e r lín sea ta n g ra n d e y
K y r itz ta n p e q u e ñ o . P o r e x tra ñ o q u e p arez c a q u e la m e ra
d ife re n c ia de m ag n itu d n o sólo m o d ifiq u e , sin o que in clu so
constituya la c o n d ic ió n de n u estro ju ic io sob re la estupidez y
su con trario, así es, y centenares de experiencias lo co n firm an .
S i, v ia ja n d o p o r u n p u e b lo m u y, m u y p e q u e ñ o , c o m e n ta
m os que lo s an cia n o s árb o les so n allí p re c io so s y u n ca m p e
sin o n os contesta: « O sea, que ustedes tam b ién se h a n e n te
rad o ya de q u e n u estro alcalde q u iere ta la r lo s » , y si, an te el
Théâtre du Luxembourg, u n c iu d a d a n o r e s p o n d e al m ism o
c o m e n ta rio d ic ie n d o : « e s u n a in d ire c ta so b re los p lan es de
re m o d e la c ió n d el B a r ó n H a u sm a n n , ¿ v e r d a d ? » , lo q u e el
cam p esin o de L eim b a c h o de L o d e rsle b e n y el épicier p a risin o
h a n d ic h o es lo m ism o y, sin e m b a rg o , a q u é l n o s p a re c e rá
estú p id o c o n to d a certeza y éste tal vez n o . S i re fle x io n a m o s
sobre estas exp erien cias y a la vez ten em os en cuenta, au n q u e
n u n c a p u e d a h a c e rse s u fic ie n te m e n te , lo s g u iñ o s q u e n o s
o fre ce n las len guas —la alem an a cu an d o h abla de Beschränktheit,
la fran cesa cu an d o dice homme borné, la in glesa c o n su narrow-
nessofmind—, esto n o s c o n d u c irá h acia lo c o rre c to : la lim it a
c ió n de u n a p e r s o n a n o c o n siste e n q u e lo p o n g a to d o en
re la c ió n co n las ideas que viven en ella o en que lo su b o rd in e
a sus p a rtic u la re s p u n to s de vista —si n o h ic ie r a tal cosa, n o
ju z g a r ía e n a b so lu to , n o s e ría n i e stú p id o n i in te lig e n te —,
sin o en q u e el n ú m e r o de d ich as id ea s y p u n to s de vista es
m u y re d u c id o , sie n d o ésta la ra z ó n p o r la q u e el c írc u lo
v isu a l q u e e llo s c o n fig u r a n sea tan lim ita d o y e stre c h o .
S O B R E L A ESTUPIDEZ 91
de si n o d e b e rá m a n d a r a Ju a n it o al m é d ic o p o rq u e h o y se
c o m p o rta c o n m u c h a e d u c a c ió n . T o d o s n o so tro s n acem o s
estú p id o s y ru d o s, sólo la vid a n os sazona y p u le , sien d o ella
q u ie n ejerce en realid ad el p ap el que la fábu la atribuye in ju s
tam ente a las m adres oso. P ero , com o ese p roceso se d e sa rro
lla sólo grad ualm en te, q u ed an en cada u n o de n osotros más o
m en os partes sin p u lir, restos de esa estupidez o rig in a ria que
d u ra hasta q u e c o m e te m o s la m a y o r de ellas: c o n s id e ra r
inaceptables todas las otras. C o m o la sim pleza es en la in fa n
cia el estado n atu ral, co n el fin de que desaparezca toda a p a
rie n c ia de c rític a , se la a c o stu m b ra a lla m a r in g e n u id a d , si
b ie n to d o el m u n d o sabe q u e se trata de lo m ism o , p u es
cu an d o u n ad u lto se m u estra sim p le o hace estup ideces se le
llam a in g e n u o eu fe m ísticam e n te. P uesto que la edad in m a
d u ra d iscu lp a la estup id ez, lo q u e la m ad re h izo al a ñ a d ir el
d im in u tiv o fu e aten u ar su ju ic io . A l a in versa, de ap licarlo a
u n ad u lto , este añ ad id o h a ría m ás fu erte el re p ro c h e , p u es le
agregaría el de la in m ad u rez. E n m i ju v e n tu d creíam os ten er
q u e lim p ia r c o n san gre esa p alab ra que en b o ca de la m ad re
serv ía de lis o n ja a p a c ig u a d o ra . A fo r t u n a d a m e n t e , n o he
te n id o que ser á rb itro en tre aq u ella g e n e ra c ió n a la que h oy
se le a trib u y e h a b e r sid o d e m a sia d o d e lic a d a re sp e c to al
« c o n c e p to r o m á n tic o d el h o n o r » y aq u ellas q u e p r e fie r e n
to m a r c o m o divisa el dictum d el p o e ta : « T a m b ié n el m a m e
lu c o e x h ib e v a le n tía , p e r o la p ie l san a es el o r n a m e n to d el
h é r o e » 2. S in e m b a rg o , hay algo de lo q u e estoy se g u ro :
ten íam o s d erech o a c o n sid e ra r el p red icad o d e la estupidez,
re fo r z a d o o n o c o n la a ñ a d id u r a d el de la ju v e n t u d , c o m o
m en te so lo . N o es só lo que n a d ie p u e d a h a c e rn o s m ás fá cil
d ich a re so lu c ió n , sin o q u e tam p o co p u ed e ap o y arn o s en su
rea liz ació n ; in c lu so n o so tro s m ism o s la d ificu lta m o s, tan to
m ás cu an to m ás tie m p o la v am o s a p la z a n d o . C o m o to d o ,
tam b ién el n o q u e re r d evien e h á b ito , y la exp e rien cia de que
m uchas p erso n as se vu elven m ás estúpidas cu an to m ás viejas
so n se explica p o r q u e , cu an to m ás tiem p o se h a p u esto u n o
co m o c rite rio p a ra to d o , m ás d ifíc il es d e ja r de h a c e rlo . D e
m o d o que, sin d a rle la razó n a los que h acen de la estupidez
u n a en fe rm e d a d de la que u n o n o tien e la cu lp a, tam b ién yo
p o d r ía h a b la r de u n a estu p id ez in c u r a b le , p e r o só lo e n el
sen tid o en q u e tam b ién algu n o s vicio s se vu elven in cu ra b le s
cu an d o u n o d esap ren d e a querer en m e n d a rlo s.
Q u e la e stu p id ez es u n v ic io y es m ala v o lu n ta d ex p lica
ta m b ié n y ju s t ific a p o r q u é n o s e n fa d a m o s c o n e lla . S in
e m b a rg o , tan to m ás in e x p lic a b le e ir r e s p o n s a b le p a re ce
a h o ra q u e n o s d e le ite . T o d o el m u n d o c o n c e d e rá q u e la
estup id ez n o s h a re g o c ija d o n o só lo en el teatro , sin o ta m
b ié n en la v id a y n o s ó lo s ie n d o n iñ o s in m a d u r o s , sin o
ta m b ié n a d u lto s, y q u e e x p e r im e n ta r ía m o s m u c h a m e n o s
d iversión si n o existiera. E n to n ces, si es u n vicio lo que tanto
n o s re g o c ija , p a re c e q u e cae m o s p e lig r o s a m e n te cerca d el
m e fis to fè lic o « e s q u e m i p la c e r e n eso h a llo » 5. C ie r t a
m en te, n u estro reg o cijo en la co n te m p la c ió n de la estupidez
tie n e m u ch o de m e fis to fè lic o ; p a ra em p ezar, está la aleg ría
p o r el m al aje n o —q u e n o sólo p ad ec en los chicos de la calle
q u e se m o fa n d e c u a lq u ie r d e fe c to fís ic o , sin o ta m b ié n el
h o m b re d e m u n d o c u a n d o c o n fie s a q u e in c lu so e n la d e s
g ra cia d el m e jo r am ig o h ay algo q u e n o n o s d esa g rad a— y,
ad em ás, el o rg u llo de estar p o r e n c im a de tal s im p lic id a d y
5 Gfr. Goethe, Fausto, prim era parte, escena en el jardín de Marta, verso
final. [N. del T.]
io 6 JOHANN ED. ERDMANN
6 Erdm ann se refiere aquí, con toda evidencia, a Charles Blondín (1824-
1897), acróbata y funambulista francés que alcanzó fama mundial al cruzar
por un cable de 335 metros las cataratas del Niágara en 1859. Más tarde repi
tió el número con variantes, como llevar los ojos vendados, cargar a un hom
bre a su espalda o llevar a su empresario subido en una carretilla. [N. del T.]
SO BRE LA ESTUPIDEZ 107
sie m p re q u e u n h o m b re sim p le es a lg u ie n o r ig in a l. J u s t a
m en te p o rq u e lo es p u ed e u n a p e rso n a esp ecialm en te estú
p id a p o se e r u n a g ra n fu erza de atracc ió n p ara el ob servad o r
ag u d o , y hay h o m b re s in te lig e n te s e in clu so in g e n io so s que
se c o m p la c e n e n el trato c o n d ich as p e rso n a s o rig in a le s, es
d e c ir, c o n los estú p id o s y toscos. L as m u jere s, co m o e n e m i
gas d eclarad as de la to sq u ed a d , n o lo e n tie n d e n y a co stu m
b ra n —in clu so las m ism as q ue se h a n casado c o n u n h o m b re
e s tú p id o — a a c u sa r a lo s h o m b re s de b u s c a r ese tra to só lo
p ara h acerse co n scien tes de su p ro p ia su p e rio rid a d in te le c
tual. N o se n egará q u e esto es así en realid ad , com o tam p oco
que algu n os de los que c e d ie ro n a esa in c lin a c ió n se h u n d ie
r o n p o r e llo . S in e m b a rg o , n o d eb e o lv id a rse q u e es u n
im p u lso m u ch o m e jo r el que con d u ce a o tro s hacia ese in te
rés, a sab er, el p la c e r p o r to d o lo in d iv id u a l, q u e es e n el
h o m b re u n d é b il r e fle jo d el p la c e r p o r to d o ser c o n q u e el
am ab le so l b r illa so b re lo s b u e n o s y lo s m alo s. D o n d e se ha
d ad o este gozo p o r lo in d iv id u a l —q u e llevó a b u sc a r lo m ás
in d iv id u a l de to d o , el in d iv id u a lis m o e n sí m ism o , q u e se
h alla m ás cerca d el id io tism o , o eg o ísm o in te lectu a l, q u e de
u n sim p le h o m ó n im o — p u e d e n re su lta r de su estu d io a fe c
tuoso y, p o r ello , p r o fu n d o ob ras m aestras, co m o el id eal de
la lim it a c ió n de D ic k e n s, la m a d re N ic k le b y , y el le c to r
p u e d e lo g r a r r e fle x io n a r so b re este p e rs o n a je in m o r ta l sin
im p u lso m alicio so alg u n o . E se gozo p o r la in d iv id u a lid a d ha
llevado a a lg u n o s q u e n o so n p oetas n i están , p o r ta n to , en
c o n d ic io n e s de c re a r tales m a g n ífic o s e je m p la re s, sin o q ue
d eb en b u scárselo s p o r ah í, a en ta b la r co n v ersa cio n es in te r
m in ab les c o n u n a cabeza de p o llo , que n o alb erga e n sí m ás
id eas q u e a q u e lla h o n o r a b le s e ñ o ra , só lo p a ra in te n ta r
m eterse en su p iel. L o que u n o gana al lo gra rlo n o es u n m ero
p la c er, sin o u n a p ro vech o sa fo rm a c ió n , u n a a m p lia c ió n del
h o rizo n te visual. P ara lo g ra rla , todos aco n sejan tratar co n las
SO BRE LA ESTUPIDEZ 10 9
Sobre la estupidez 51
R o bert M u s il
Sobre la estupidez 85
JO H A N N E D U A R D E r DM ANN