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Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.
Argélia
As mulheres
de branco
de Ghardaia
FUGAS | Público N.º 10.061 | Sábado 4 Novembro 2017 Geofood
Arouca, a Freita e um
piquenique às costas
Dormir
Puralã, um hotel
no aconchego
da serra da Estrela
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Semana de lazer
Mais sugestões em lazer.publico.pt
Livros e imagens.
Tapete estendido a
provas e balões. Palco
às escuras. E artistas
a meter o nariz.
Sílvia Pereira
Uma narrativa, Cabeças no ar
muitas mãos Trinta equipas de sete países chegam ao
José Fanha passa o testemunho a Cristina norte do Alentejo prontas a colorir os céus
Carvalho no Books&Movies - Festival Literário com dezenas de balões. Fazem o check-in
e de Cinema de Alcobaça. É ela a escritora a 5 de Novembro e, no dia seguinte, abrem
em residência na quarta edição, e por isso os cestos à população, que é “convidada a
encarregada de continuar a narrativa sobre viver a inesquecível experiência de voar”.
a história e cultura de Alcobaça que os seus O acesso faz-se através de vouchers de
antecessores começaram. Outra figura voo distribuídos pelas entidades que o
em destaque é Ana Zanatti, a actriz que é 21.º Festival Internacional de Balões de Ar
também letrista (escreveu, por exemplo, Quente apoia — a Associação Spina Bífida
Telepatia) e autora de vários livros (o mais e Hidrocefalia de Portugal e as corporações
recente, O Sexo Inútil, de 2016). Mas o festival
Das empadas aos bordados de bombeiros locais — ou por ordem de
extravasa as categorias que lhe dão nome. Arraiolos é mais do que capital da chegada. Com garantia de confiança:
Além de lançamentos de livros, conversas e tapeçaria. Que o digam os frequentadores “Todos os pilotos são profissionais com
projecções de filmes, inclui peças de teatro, da Mostra Gastronómica e do Festival da créditos firmados no balonismo, pelo que
concertos, exposições, ateliers, sessões de Empada, que vão na 18.ª e 10.ª edição, a organização [da Publibalão e do clube
contos, um mercado e uma secção dedicada respectivamente. Domingo é o último dia de balonismo Alentejo sem Fronteiras]
à gastronomia (Books&Cooking). Os dez dias para saborear o património gastronómico garante que é totalmente seguro voar com
começam hoje com a apresentação de De da região — sopas, migas, açordas — e uma qualquer uma das equipas”. É só subir.
Mosul a Alfeizerão em 6000 Palavras – ou a marca local em particular: as tradicionais
história de um refugiado em fuga do Daesh –, empadas de galinha aromatizadas com
com uma mesa-redonda em torno de Preto e salsa e manjerona. Vinhos, queijos,
Branco, filme de José Carlos Oliveira, e com doces e mel complementam a ementa,
um concerto de Rui Massena, entre muitas que serve também animação musical.
outras iniciativas. O programa completo E não é preciso ir muito longe para
está em www.cm-alcobaca.pt. trazer o tal outro produto por que a vila
alentejana é tão conhecida: está aberta,
ALCOBAÇA simultaneamente, a Feira do Tapete de
Vários locais Arraiolos.
De 4 a 14 de Novembro.
Grátis (excepto concerto de ARRAIOLOS
Ricardo Araújo, dia 5, 8€) Pavilhão Multiusos
Até 5 de Novembro, das 12h às 24h ALTER DO CHÃO, FRONTEIRA,
(até às 22h no domingo). MONFORTE E PONTE DE SOR
Grátis De 6 a 12 de Novembro. Voos todos
os dias, excepto domingo, às 7h30
(encontro às 6h45) e 15h30 (encontro às
14h45).
Grátis
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FUGAS N.º 908 Foto de capa: @kitato FICHA TÉCNICA Direcção David Dinis Edição Sandra Silva Costa
Edição fotográfica Nelson Garrido Directora de Arte Sónia Matos Designers Daniela a Graça, Joana Lima
e José Soares Infografia Cátia Mendonça, Célia Rodrigues, Joaquim Guerreiro, José Alvess e Francisco Lopes
Secretariado Lucinda Vasconcelos Fugas Praça Coronel Pacheco, 2, 4050-453 Porto.
Tel.: 226151000. E-mail: fugas@publico.pt.
pt. fugas.publico.pt
LISBOA
Gare Marítima da Rocha do Conde de
Óbidos (Doca de Alcântara)
Até 19 de Novembro. Quarta a domingo,
das 14h às 19h (a partir das 11h aos fins-
-de-semana).
Bilhetes de 3€.
3€ Grátis para crianças até
cinco anos
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Argélia
Viagem
milenar ao
misterioso
mundo
ibadita
a Um olho. Um dos dois. E apenas algumas regras. E a grande lição: fo- de negócio. Pelo menos é assim que É possível gens do islamismo. E só lamento não
um. É tudo o que podemos apreciar tografar uma mulher ibadita — jovem nos parece. Agradecemos, dizemos fotografar as ter a oportunidade de falar com mu-
numa mulher ibadita — e é através ou casada — é um momento sober- que preferimos explorar sozinhos e mulheres de lheres. Entender se sonham com ou-
dele que ela pode contemplar o mun- bamente fotogénico, mas interdito, avançamos. O desconhecimento da branco de tra realidade ou se são, elas mesmas,
do. Tapada por um virginal manto reprovado e altamente censurado. rigidez das regras leva-nos a fazer Ghardaia, mas orgulhosas defensoras desta secular
branco, nada pode estar visível para Como se uma imagem dilacerasse analogias com o que acontece em sempre com tradição.
os outros. Nem as mãos. Esse secre- mil anos de uma conduta social que vários países do Magreb, em que os “luz verde” de Na nossa deslumbrada exploração,
tismo ilustra muito bem o singular pouco ou nada mudou. improvisados guias não nos mostram um guia local também encontramos crianças, jo-
universo Mzabita (vale do M’zab). o que queremos, condicionam a nos- vens e adultos. E bastantes idosos.
“Esta é a sua garantia de pureza”, Prevaricar sem saber sa experiência e, muitas vezes, se tor- Curiosamente, ninguém nos aborda.
explica-nos, pacientemente, Hassis- nam uma verdadeira chatice — até Sabem que não devemos estar ali,
sane. “E também a de que ninguém a Esta explicação ajuda-nos a entender que um punhado de notas os satis- sozinhos, mas não há quem nos faça
aborda indignamente. Não sabendo que já tínhamos violado uma regra faz e os faz desaparecer. Aqui não é sentir que estamos onde não deve-
quem está por detrás, não há quem fundamental. No vale do M’Zab, é im- nada disso. Mas não estávamos sufi- mos. A atmosfera serena que aqui se
arrisque. Já se imaginou mandar pedida a visita ao centro histórico de cientemente documentados para o respira dita o nosso respeito: somos
um piropo a alguém que pode ser a qualquer uma das cinco cidades de que iríamos encontrar. Esta viagem mesmo muito comedidos na hora de
sua irmã ou a sua mãe? Impensável. Ghardaia (nome do povoado prin- pela fantástica Argélia foi decidida tentar registos fotográficos. Mesmo
Esta opção ajuda a manter a estru- cipal, mas também da aglomeração — e planeada — em cima do joelho. sem sabermos o quanto, sentimos
tura familiar como um pilar sólido das cinco que ocupam uns compac- Estimulante aventura ao ritmo do que somos um corpo efectivamen-
da nossa sociedade.” O nosso guia tos 75 quilómetros quadrados) sem improviso. Seja como for, fica a in- te estranho nesta tela. Que cativa.
em El-Atteuf é um homem pleno de estarmos devidamente acompanha- dicação: a “orientação turística” de Inebria. Deambulamos numa outra
certezas. Desta vez temos um guia. dos por um guia local. Ghardaia não só é obrigatória, mas época da existência humana. Somos
Aprendemos a lição. É vivido, inteli- Há uma rudimentar oficina de tu- igualmente muito útil para entender- alienígenas figurantes neste filme e
gente e revela sentido de humor, que rismo — Associação de Orientação mos esta peculiar existência. temos a feliz noção disso. Poucas
desaparece quando o tema central é Turística de Ghardaia — que nos pro- Deambulando pelas estreitas e vezes uma experiência errante em
o feminino mzabita. põe uma visita guiada, mas o nosso labirínticas ruelas, nas quais rapi- lugar estranho é tão rica, instrutiva,
O haik é a peça dominante na pai- interlocutor não é assertivo a indicar damente perdemos o Norte, vamo- balsâmica.
sagem humana de Ghardaia. Impossí- a obrigatoriedade de o fazermos com nos cruzando, invariavelmente, por
vel passar despercebido. São brancos alguém da comunidade, que nos ex- mulheres que à nossa vista se redu- Códigos sociais imutáveis
anónimos que vão deslizando num plique os valores e as regras ibaditas. zem a um olho: umas mudam o seu
palco surreal. O casamento é o mo- No fundo, que nos situe nesta realida- caminho, algumas baixam a cabeça, Aprendida a primeira lição, é hora
mento da verdade para as jovens. de tão diferente (depois do incidente, outras quantas olham para a parede, de sabermos um pouco mais sobre
Antes deste passo, geralmente deci- voltaremos a este modesto escritório, ajustam o manto ou aceleram o passo. os ibaditas. Afinal, não tomámos o
dido pelo conselho de 12 sábios que em atitude mais consciente). Sentimo-nos como que anestesia- nosso descontrolado interlocutor por
governa cada um dos cinco povoados Antes de o fazermos, e quando dos. Tento imaginar-me por detrás louco. Uma rápida pesquisa diz-nos
que compõem Ghardaia, as meninas procuramos dirigir-nos ao coração deste castrador branco, mas não que serão o único sub-ramo sobrevi-
exibem os seus rostos dóceis, de fei- de Ghardaia, ao alto onde, invaria- consigo. Poderia procurar entender vente dos carijitas, o primeiro ramo
ções infantis. Não se atrevem a falar velmente, fica a mesquita, há quem uma vida nesta penumbra, como é a formar-se no Islão durante o cisma
com estranhos. Consumado o acto nos pergunte pelo guia. Está senta- possível viver nesta prisão, não me de 655-661 entre Ali Abi Ibne (xiita)
matrimonial, fecha-se a cortina: per- do numas escadas e fá-lo como se fosse esse pensamento demasiado e Moáuis ibne Abi Sufiane (sunita),
dem boa parte da já parca liberdade fôssemos para si uma oportunidade absurdo. Aqui vive-se como nas ori- cunhado e escriba do profeta. c
e principia a existência atrás de um
incompleto e fugidio meio olhar.
Quando a nossa curiosidade se fixa
numa mulher ibadita, não é raro que
esta ajuste o manto, fechando ainda
mais o já de si pequeno buraco. Al-
gumas, contudo, persistem nos ges-
tos do passado: viram o rosto para a
parede sempre que passam por um
forasteiro. Ficam imóveis nas som-
bras. As outras é certo que desviarão
o olhar.
Este mundo mais rígido é-nos ser-
vido de forma tão inesperada quanto
intempestiva. Quando, em despreo-
cupada deambulação por Ghardaia,
as nossas objectivas descobrem um
grupo de imaculadas jovens que
abandona a escola, há alguém que
perde a cabeça e nos aborda em des-
controlado tom ríspido. Atravessa-se
à nossa frente e, em incomodativa
sofreguidão, interroga-nos, berran-
do. Que é proibido, que não o deve-
mos fazer. Que Alá não ficará nada
satisfeito.
Surpresos, escudamo-nos na nossa
ignorância, mas os músculos do seu
rosto não relaxam. Desculpamo-nos
repetidamente. Indiferente aos nos-
sos argumentos, genuínos, mantém
a postura alterada durante mais um
longo par de minutos. Aprenderemos
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Argélia
A construção encavalitada
de Ghardaia esconde
muitos segredos de uma
cultura milenar que até hoje
atribui papéis distintos a
homens e mulheres
Argélia
As cidades
fortificadas do M’Zab
M’Zab é um vale-oásis — dos maio-
res do Sara — profundo e estreito uns
600 quilómetros a sul de Argel, e que
abrange as cinco terras amuralhadas,
conhecidas por pentapolis, compri-
midas numa fictícia linha que não
ultrapassa os 10 quilómetros e esta-
belecidas pelos ibaditas berberes.
Ghardaia, Melika, Beni Isguen, Bou
Noura e El-Atteuf. Juntas, costumam
ser designadas Ghardaia. O cresci-
mento, protagonizado por uns 100
mil habitantes, tem-nas aproxima-
do, embora mantenham identidades
bem distintas.
Todas vivem envoltas em atraen-
te secretismo. E merecem o nosso
profundo apreço: não é fácil terem
preservado a sua cultura original e a
coesão entre as comunidades ao lon-
go de mil anos, incorruptíveis pelo O rio (que não
mundo exterior. Foi também isso que é um rio) é a
a UNESCO valorizou em 1982. principal via de
Ghardaia é o principal assenta- ligação entre as
mento no M’Zab, enquanto a El- aldeias do vale,
Ateuf é o mais antigo. Beni Isguene é o parque de
o mais enigmático. A cidade sagrada estacionamento
da liga mzabita excluía, até há pou- e um gigante
co, todos os não membros dacomu- parque infantil
nidade de algumas partes do burgo.
E proibia os estranhos de pernoitar
dentro de suas paredes. É famoso o
seu mercado diário de leilões. Me-
lika é povoada essencialmente por
negros africanos, albergando gran-
des cemitérios. Bou Nouara, erigido
sobre uma rocha que se sobrepõe ao
leito do rio, é o mais pobre.
Cada uma das cinco povoações foi
planeada sobre uma colina na qual
pontificam edifícios cúbicos em tons
pastel. Uma tela que se expande em
círculos concêntricos ao redor de
uma mesquita central, no alto, que
pode ser avistada de todos os lados.
No seu livro de 1963 (um ano após a
libertação da Argélia do jugo francês),
A Força das Coisas, a filósofa existen-
cialista gaulesa Simone de Beauvoir
descreveu Ghardaia como “uma pin-
tura cubista lindamente construída”.
Nos centros históricos, desta-
cam-se mesquitas com minarete
em estilo pirâmide (funcionavam
como torre de vigia) e uma pra-
ça com arcadas. E distintas casas
brancas, cor-de-rosa e vermelhas,
feitas de areia, argila e gesso, que
se erguem em terraços e arcadas.
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A mesquita é concebida como uma sa desfigurar a beleza da natureza, Apreciamos a azáfama e pregões
inviolável fortaleza, pois é o último adornada pelo azul do céu e pelo solo que se espraiam também pelas rue-
bastião da resistência no caso de um avermelhado do deserto. las que desaguam na praça ou que
cerco. Aqui se guardam armas e um Cada aldeia foi fortificada de tal for- desta se espalham. Há comerciantes
celeiro capaz de alimentar os derra- ma que eram inacessíveis aos grupos de rua, alfaiates, bordadores e quem
deiros heróis. nómadas. E as residências são orien- se dedique a vender especiarias, sal,
As habitações foram pensadas e tadas de tal modo que todas recebem trigo, lã e até gado… No passado, as
projectadas para uma existência em luz solar. “Os habitantes de uma casa diferentes áreas comerciais estavam
comunidade, em ambiente defen- onde entra o sol nunca verão um mé- mais segmentadas, agora tudo está
sivo, privilegiando uma estrutura dico”, diz um provérbio. mais disperso.
social grandemente igualitária que No Verão, os mzabitas mudam-se Em 1997, o mercado foi reabilitado
respeita ao limite a privacidade da para improvisada cidadela fora das al- pela primeira vez, com os cuidados
família. Os edifícios parecem empa- deias fortificadas, em ambiente mais de quem preza um dos principais lo-
cotados numa organizada pratelei- informal no extenso palmeiral, onde cais para trocas e convívio. Antiga-
ra, que respira através das estreitas também têm cemitério — as campas, mente, tinha uma área mais elevada
vielas. Não há porta de frente para igualitárias, não se distinguem entre para as orações e no meio tinha uma
outra porta. E as chaminés nunca si — e uma mesquita. houita, umas pedras em semicírculo,
questionam o conforto do vizinho. de uns cinco metros, onde se senta-
Em todas as habitações há forma vam os membros da assembleia dos
O coração de Ghardaia
de ver para a rua, já o contrário é notáveis para discutir os assuntos da
impossível. De olhos cerrados é como melhor comunidade. A intervenção corrigiu
A maioria das casas nas colinas sinto o forte pulsar em meu redor. boa parte dos defeitos estruturais e
têm dois andares e cada uma tem o Há gente, barulho, lojas e comercian- lavou a face dos materiais desgasta-
seu próprio pátio, terraço e cerca. tes nómadas oriundos de terras dis- dos pelo tempo…
Há a preocupação de juntar a intimi- tantes. Estou no Azghar Ougharme, A antiga mesquita de Ghardaia
dade ao bem-estar da luz solar. que significa fora da cidade, o emble- remonta ao século X, nos primór-
Por fora, prevalece o estilo auste- mático mercado (souk) de Ghardaia. dios da fundação. De estilo mouris-
ro. Igualitário. Por dentro, autênticas Situa-se na periferia sudoeste do ksar. co, com torre simples e elegante,
surpresas. O luxo pode ser extremo. Dizem que esta praça, rendilhada em com uma abertura para ventilação.
Só entrando — ousámos e penetrá- toda a sua periferia por arcada co- A decoração das mesquitas é prati-
mos numa casa a ser remodelada, mercial, foi fundada em 1884. camente inexistente: não precisam
com vários tipos de ostentação bem Este histórico bulício é milenar. de sinais exteriores de riqueza. Ge-
vincados — podemos perceber os Aqui encontramos um pouco de ralmente, a sala de oração é sóbria
segredos. tudo, mas destacam-se os tapetes e e banhada por luz suave. Goza de
As ruas e os edifícios parecem tecidos famosos na região, bem co- uma frieza agradável. “Assim como
harmoniosas obras esculpidas na mo especiarias e saudáveis legumes. a natureza nunca faz duas árvores
encosta, misturando-se na paisagem. Cerâmica, roupa e quinquilharias. iguais, o ventre da mesquita é com-
Ghardaia é um paradigma perfeito de Este cenário é imutável há demasia- posto de arcos irregulares e diferen-
como o engenho humano não preci- do tempo. tes”, justificam-nos. c
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Argélia
Juntamente com aperfeiçoados mé- lago e abruptas dunas sem fim. E um tâmaras, experienciado no Gite
N
COM O PÚBLICO
Limitado ao stock existente. É proibida a venda de álcool a menores de 16 anos. Seja responsável, beba com moderação.
04 Nov Beyra Reserva Tinto 2015 . 7,49€ | 11 Nov Morgado de Sta. Catherina Branco 2015 . 8,99€ | 18 Nov Portas da Luz Tinto 2016 . 8,50€
25 Nov Herdade de São Miguel Alicante Bouschet 2015 . 10€ | 02 Dez Maquia Tinto 2015 . 12€ | 09 Dez Tyto alba Touriga Nacional 2014 . 10,90€
16 Dez Herdade Grande Tinto Gerações 2013 . 12€ | 23 Dez Caçada Real Branco 2016 . 6€
Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público. FOTOS: PAULO PIMENTA
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Protagonista
A Cisjordânia é apenas uma na ressaca dos atentados às Torres Objectos que Paulina leva
André Vieira dessas casas temporárias que Gémeas e do início do conflito no sempre em viagem: t-shirt Star
habitou e este é apenas um dos Afeganistão, faz um contacto com a Wars oferecida por um amigo,
a Há um carro com matrícula muitos episódios que a marcaram RAWA – Associação de Mulheres do uma agulha para ligar e um
palestiniana que é mandado parar das vezes em que esteve em zonas Afeganistão e parte à aventura para pente para desembaraçar
por militares da IDF (Forças de do globo em conflito. “Não foi o o Médio Oriente, para leccionar
Defesa de Israel) num checkpoint mais trágico”, mas conta-o para Teatro e Dança no Afeganistão e
entre a Cisjordânia e Israel. Lá ilustrar os choques civilizacionais no Paquistão, onde encenou vários
dentro está a curadora, instrutora que existem com base em eventos espectáculos.
e performer portuguesa Paulina que tiveram lugar gerações antes “Tinha 22 anos. Não fazia ideia
Almeida com um grupo de jovens das que estão agora a sofrer as da realidade que ia encontrar”,
com idades entre os 17 e 18 anos,
nascidos naquele território da
consequências. Um dos episódios
mais trágicos aconteceu quando
recorda. Lá, encontrou um
mundo muito diferente do
?
Palestina. É 25 de Dezembro de o líder do Freedom Theater, que conhecia. Ainda no Porto
2010, tarde de Natal, e o plano é Juliano Mer-Khamis, com quem tinha um projecto direccionado Resposta rápida
oferecer àquele grupo com quem estava a trabalhar na Palestina, para mulheres. O trabalho que De que forma é que estas
trabalhou durante os meses que lá foi assassinado. “Dias antes de desenvolveu com aquele grupo experiências a transformaram
passou um presente: levá-los até à acontecer, tinha-me dito que fê-la perceber que há lutas muito enquanto pessoa?
praia para poderem ver o mar. pressentia que um dia isso podia diferentes intrinsecamente ligadas Ajudaram-me a quebrar uma
O mar está “do outro lado”, acontecer”, recorda. à geografia. “Não é fácil explicar série de muros e de ideias pré-
em Israel. Os militares pedem os Paulina Almeida nasceu em a alguém que não conhece outra concebidas. Fazem parte de
passaportes. Paulina Almeida, Guimarães no Verão de 1978. Viveu realidade que podem escolher um processo de aprendizagem
com passaporte europeu, tinha a 13 anos na cidade berço, 13 no o homem com quem querem que contribuíram para a minha
via aberta para passar. O mesmo Porto e outros 13 em Berlim. É na casar”, afirma. O contributo que capacidade de adaptação e de
não acontece com os outros transição para a Alemanha que dá tinha para dar era apresentar-lhes flexibilidade. É o reconhecimento
passageiros. “Qual é a garantia início a uma série de viagens por “possibilidades e perspectivas da existência de realidades
que têm de que não posso estar vários países de diferentes conti- diferentes” através das artes do infinitas que me ensinou a
eu mais próxima de ser uma nentes. Na cidade onde nasceu, espectáculo. Quando lá esteve posicionar-me nas várias
terrorista e eles não?”, pergunta ainda aos seis anos, desperta para numa base regular tinha que perspectivas que existem.
aos responsáveis por controlar o ballet e para a dança. Já no Porto, mudar de casa para preservar o
o checkpoint. A resposta foi um inscreve-se no curso de joalheria anonimato da RAWA. Conta que São as pessoas assim tão
acenar para o “outro lado”, da Escola Secundária Soares dos no dia seguinte após ter dado uma diferentes umas das outras?
incentivado pelo próprio grupo Reis, onde foi conhecendo outros entrevista a um jornal paquistanês, Na sua essência o ser humano
que não passava por essa situação alunos ligados a diferentes áreas o sítio onde vivia na altura, não é assim tão diferente. Quanto
pela primeira vez. artísticas. Entre 1996 e 1999, logo um hospital, foi atacado a tiro. mais contacto tenho mais me
Não conformada, tenta outra via após concluir o diploma, frequen- “Não me parece que tenha sido apercebo dessa semelhança. Há
e consegue furar até Israel. Chegam ta o TUP - Teatro Universitário do coincidência”, diz. um factor que nos une a todos. O
à praia e saltam para a areia, Porto e a ESMAE – Escola Superior Quando voltou a Berlim não era que muda é a aprendizagem e o
onde não conseguem estar muito de Música e Artes do Espectáculo. a mesma pessoa. “Numa praça de percurso de vida de cada um. Se
tempo. Há uns soldados que se Nos três anos seguintes, até 2001, Berlim havia uma manifestação limparmos tudo isso que está à
aproximam e que pedem para que especializa-se em Teatro de Rua na contra a guerra. Não quero volta daquilo que é o ser humano,
saiam dali. O grupo de jovens não ACE – Academia do Espectáculo desvalorizar o acontecimento, mas essa essência torna-se mais clara.
está confortável com a situação e do Porto. Nessa altura já existia a senti que queria estar no centro de
percebe que poderá estar em maus Companhia Kabong Teatro de Rua, acção dos conflitos”, afirma. Como é regressar à
lençóis. Paulina Almeida pede aos que fundou em 1998. A partir daí esteve em várias “normalidade” depois de uma
rapazes para pegarem nuns sacos Na Porto 2001 Capital Europeia zonas do Magreb, no Senegal, passagem por zonas com uma
plásticos que tinha guardado no da Cultura integra a companhia na China, nos Estados Unidos, realidade tão complexa e muito
carro e monta um personagem e oficial de Artes de Rua, ano em Canadá, México e em muitos diferente daquela que cá existe?
uma manobra de diversão. Com que também trabalha com as outros países. Leva as artes de Há uns tempos, sentia uma
o plástico todo nas mãos, pede companhias La Fura Dels Baus rua a vários zonas de conflito que frustração muito grande. Dantes,
explicações à IDF sobre o estado (Espanha), Compagnie Kumulus “nem sempre passam por cenários sempre que regressava pensava:
de poluição da praia. “Somos do (França) Natural Theater Company de guerra”. Os resultados práticos “O que estou aqui a fazer quando
Green Peace, acham que uma (Reino Unido), entre outros. das intervenções artísticas que há tanta coisa para fazer noutros
praia pode estar assim tão suja?”, Um ano depois, estava a leva a cabo, para a performer, não sítios?”. No entanto, à medida
interrogou. Os dotes de performer leccionar a cadeira de teatro são fáceis de descrever. Recorda que fui tornando os meus
e actriz serviram para distrair e na Faculdade de Letras da as palavras de um líder de uma projectos mais complexos, fui
para poderem voltar em segurança Universidade do Porto, quando é tribo afegã que um dia lhe disse: também puxando toda essa
à casa temporária da artista, convidada a integrar a companhia “Paulina, tu estás a alimentar a experiência acumulada para
também activista, que desde 1997 alemã Grotest Maru. É aí que se alma”. “Talvez seja isso que este esta realidade dita normal. Num
usa o espaço público como palco. muda para Berlim. Na Alemanha, tipo de intervenções faz”, afirma. cenário de conflito há uma acção
mais directa. É mais fácil de
Paulina Almeida
identificar o que se está lá a fazer.
No entanto, cá, onde existe essa
tal normalidade, haverá muita
coisa que poderá ser ainda mais
perversa e por isso é também
Espanha
Espanha
para a mesa uma travessa de quejo com um pouco de cerveja ou pão de Corunha
tetilla (que os clientes compraram castanha para molhar sem medo de GALIZA
Região
umas bancas à frente) e pega numa sujar as mãos em azeite isbilya ou na
garrafa de vinho galego, a especiali- manteiga de cogumelos. “O pão ga- Santiago de
dade da casa. “Abrimos aqui há seis lego tem muita fama” e este vem da Compostela
ho
anos porque é um local de reunião Padaria Divina, com banca no mer- ESPANHA
in
Leão
Rio M
Passeio
a Está escondida num edifício recen- estilo de vida saudável, é o objectivo vários elementos do projecto, que “Freita estas entradas saíram das estufas de
te, mas parece uma mercearia das do projecto GeoFood, uma parceria junta 70 produtores arouquenses, Encantada” é Manuel Bouça, produtor há já três
antigas: chão de mosaico hidráulico, entre a autarquia e o Geoparque de integrados no Arouca Agrícola, e seis o nome de um anos que viu as encomendas cres-
armários de madeira com portas de Arouca, a piscar o olho ao turismo restaurantes com ementas dedica- dos itinerários cerem com a preocupação de sus-
vidro recortado, fruta disposta em sustentável que pôs a vila no mapa. das. Um deles é o do Hotel S. Pedro, criados pelo tentabilidade alimentar e territorial.
caixas de madeira, um balcão alto e “Historicamente, este território a paragem que se segue. Geoparque de Por semana, o agricultor de 45 anos
imponente. Não há arcas para con- foi-se desenvolvendo em torno da Assim que chegamos ao hotel, a Arouca, que colhe entre 30 a 40 quilogramas de
gelados nem alimentos processados agricultura”, começa por dizer Ana mesa para o jantar está posta. Há um inclui onze shiitake, que também transforma em
industrialmente, são poucos os ingre- Helena Pinto, nutricionista respon- pequeno menu impresso com o ca- geossítios doces, patés, broas — que havemos
dientes sintéticos nas receitas e as eti- sável pelo GeoFood. Mas a tradição rimbo GeoFood e a garantia de que de provar — e até chocolates rechea-
quetas apresentam um código-postal perde-se com o passar dos anos e “al- apenas vamos provar produtos da dos. A vitela arouquesa, prato prin-
local — e isso é bom. Bem-vindos ao guns produtores de pequena escala terra. É um menu 100% arouquense, cipal do jantar, é servida com legu-
Mercado Local de Arouca, onde os precisam deste apoio para conse- este que está à nossa espera, e a lousa mes da época e batata-doce em vez
produtos deste concelho do distrito guirem desenvolver a sua activida- com as entradas já vem a caminho: da tradicional. É que a batata-doce
de Aveiro (mas parte da Área Metro- de”. Unir os produtores locais aos broa de milho caseira, enchidos lo- dá-se muito bem em solo arouquen-
politana do Porto) têm uma montra restaurantes locais e, a partir destes, cais, cogumelos shiitake salteados se, continua Ana Helena Pinto. E nas
para a comunidade, local e não só. a quem visita o concelho “é a valori- e paté de cogumelos. Eis um caso receitas regionais — que tiveram de
Aqui começa uma viagem pelo ter- zação económica que faltava”, defen- exemplar do impacto que o GeoFood ser adaptadas à sazonalidade dos ali-
ritório através da gastronomia. Co- de. O Mercado Local, de portas aber- pode ter na economia local. Os co- mentos — também.
mer o que é local e da época, num tas diariamente, faz a ponte entre os gumelos de época escolhidos para No início de Outubro, o GeoFood
foi distinguido com a segunda men-
ção honrosa dos Food & Nutrition
Awards 2017. A “visão global de
um sistema alimentar”, como Ana
Helena Pinto descreve, actua des-
de o início do processo produtivo,
passando pela distribuição e termi-
nando no consumo. “É um produto
turístico promotor de bem-estar e
saúde, com responsabilidade social
e ambiental globais.” Foi com esta
ideia em mente que o Hotel S. Pedro
criou a Experiência GeoFood 360º,
um pacote que inclui refeições 100%
arouquenses, uma noite e um pas-
seio pela serra da Freita com direito
a piqueniques. Vamos a isso?
Passeio
i
Experiência
GeoFood 360º
Disponível desde o início do mês
de Outubro, esta experiência
do Hotel S. Pedro inclui jantar
com menu GeoFood, uma noite
em quarto duplo com pequeno-
almoço, passeio pela rota dos
miradouros da serra da Freita
e dois piqueniques (reforço
matinal e almoço). O passeio
pelo Geoparque da Arouca e o
menu podem ser personalizados:
o primeiro pode incluir outros
geossítios e os Passadiços do
Paiva e o segundo pode ser
adaptado, seguindo preferências
ou regimes alimentares. Os
menus 100% arouquenses estão,
também, disponíveis na carta do
restaurante do hotel.
no do miradouro, ora ocultando ora reza atrai cada vez mais pessoas ao
revelando as aldeias do planalto, as concelho de Arouca, onde a oferta
linhas de água, os trilhos marcados. neste campo tem crescido desde a
Naqueles dias em que as nuvens são criação do Geoparque. Inaugurado
totalmente inexistentes, sublinha Da- há quase dez anos, em Dezembro de
niela, é possível vislumbrar os braços 2007, integra a Rede Europeia de Ge-
da ria de Aveiro e uma franja de mar. oparques sob a tutela da UNESCO —
Uma das aldeias que o nevoeiro Organização das Nações Unidas para
esconde é Merujal, aonde é possível a Educação, a Ciência e a Cultura e
chegar percorrendo um percurso pe- envolve uma área de 327 quilómetros
destre com cerca de dois quilóme- quadrados.
tros. Além da pedra — que é a imagem A zona de merendas adjacente ao
de marca deste território —, o trilho Parque de Campismo de Merujal é a
está rodeado por pinheiros bravos escolhida para o primeiro piqueni-
e cedros e o chão coberto de arbus- que do dia, em jeito de reforço ma-
tos, flores e outras plantas comestí- tinal. Do saco de papel pardo, pensa-
veis. É o caso da carqueja, da urze do para caber numa mochila, saem
e do tojo, que Ana Helena Pinto vai produtos locais: fruta da época — no
cheirando e apanhando ao longo do caso, maçãs pequenas, imperfeitas e
caminho. É também destes passeios saborosas —; fatias de enchidos e de
pela serra que a jovem nutricionista broa de milho caseira; minibroas do-
colhe inspiração para a introdução ces de cogumelos; e “marmelices”,
de novos ingredientes nas ementas pequenos cubos de marmelada ca-
que ajuda a desenvolver. A descida seira, embalados individualmente.
de Saõ Pedro Velho é íngreme, mas “É para prevenir possíveis quebras
isso não demove os corredores com de tensão”, justifica Ana Helena Pin-
os quais nos vamos cruzando e os to. Restabelecida a energia à sombra
grupos organizados de caminhan- dos pinheiros bravos, é tempo para
tes. O turismo desportivo e de natu- continuar a visita. Ao contrário dos
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Um aconchego
de lã e história para
ver o Outono chegar
à serra da Estrela
a Sobre a marquesa estão à nossa em regime de soft opening, o Puralã rios do grupo hoteleiro, donos de
espera uma manta dobrada e dois – Wool Valley Hotel & Spa foi reinau- uma fábrica têxtil de lanifícios e das
pompons feitos de finos fios de lã. gurado oficialmente em Junho des- lojas de novelos e meadas Tricots
Chegámos atrasados ao Puralã – te ano. A estrutura arquitectónica Brancal.
Wool Valley Hotel & Spa, situado à mantém-se, mas tudo o resto está Todo o hotel é, por isso, uma
entrada da Covilhã, e por isso salta- diferente. Antes podia estar locali- “homenagem à lã”. À entrada, a
mos o programa directamente para zado em qualquer parte do mundo. fachada representa um tear: os
o Ritual da Lã, um tratamento ex- Agora conta “uma história” que só novelos sobem a parede para pas-
clusivo do spa do hotel. Primeiro, o aqui fazia sentido ser narrada: a sar pela estrutura de madeira, já
corpo é coberto por uma pasta de da cidade que galga a encosta da no exterior, e emaranharem-se
chá verde de Idanha, com alecrim e serra da Estrela e da indústria dos numa malha de rectângulos entre
esteva da região, que vai ajudar “a lanifícios que a ela sempre esteve as janelas dos quartos. Na ala que
desintoxicação do organismo”, ex- ligada. reúne bar, restaurante e salas de es-
plica a terapeuta Cláudia. Ficamos “Os hotéis têm de espelhar a ci- tar, um mural assinado por Fátima
assim durante 15 minutos, envoltos dade em que se encontram”, de- Pereira Nina retrata o impacto da
em lençóis de plástico cobertos pe- fende Vasco Pinho, designer e de- indústria têxtil na Covilhã, durante
la manta quente feita de lã. Depois, corador de interiores responsável séculos principal motor económi-
segue-se uma massagem de corpo pela transformação. Para o filho da co, social e cultural da cidade. “Se
inteiro, em que o óleo quente à base terra, que já tinha colaborado an- os filhos de Adão pecaram, os da
de azeite virgem extra da Beira Bai- teriormente com o grupo Natura Covilhã sempre cardaram”, lê-se Em vez de cartões com os horários
xa e extractos naturais de essência
de três lavandas, que “crescem em
IMB Hotels (proprietário do Puralã
e de outros cinco hotéis na região),
num dos painéis. Em cada recanto,
há abat-jours ou almofadas feitas de i de entrada e de saída de cada fun-
cionário, a estante é agora preen-
diferentes altitudes aqui na zona”, o passado foi sendo “desvaloriza- malha. Nos quartos, um tronco de chida com folhetos de sugestões
são espalhados pelo corpo com os do” ao longo dos anos e “não havia madeira derrama fios de lã sobre Puralã – Wool Valley de eventos, actividades e locais a
pompons de lã. Nenhum pormenor nada que homenageasse a verda- a cama. Aqui e ali, objectos resga- Hotel & Spa visitar na região.
foi deixado ao acaso e todos eles deira tradição” da Covilhã no ramo tados às antigas fábricas da cidade Rua Alameda Pêro da Covilhã O objectivo é “entrosar o passa-
acrescentam um fio à meada com hoteleiro da cidade. Era esse o ca- transportam-nos para a época áu- 6201-909 Covilhã do da Covilhã” com a actualida-
que se cose o novo hotel. minho. E a lã o fio ideal para tecer rea dos lanifícios. “No restaurante, Tel.: 275 330 400 de, destacando os “pontos fortes
No ano passado, o antigo Hotel o novo capítulo de uma unidade por exemplo, estão móveis de ar- geral@naturaimbhotels.com da cidade” e da sua história “sem
Turismo da Covilhã foi completa- hoteleira com mais de vinte anos. quivo recuperados”, aponta Vasco www.puralahotel.com.pt transformar o hotel num museu”,
mente renovado, num investimento Além de estar associada à ideia de Pinho. “Junto à recepção temos um Preços: quarto duplo a partir refere Vasco Pinho. O ambiente
que rondou um milhão e meio de “conforto” e intimamente ligada à antigo [aparelho de] picar o ponto”, de 60€, de domingo a sexta, e quer-se requintado mas informal
euros, para renascer com novo no- história da cidade, é matéria-prima acrescenta Luís Veiga, administra- desde 85€ ao sábado. e moderno. O mobiliário contem-
me e conceito. Depois de seis meses do negócio familiar dos proprietá- dor executivo do grupo hoteleiro. porâneo e minimalista, em tons
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+ —
Produtos regionais Distância
A primazia dada aos O hotel fica a cerca de três
ingredientes da região é quilómetros do centro histórico
notável e transversal: dos da Covilhã — e o caminho até
óleos utilizados no spa aos à cidade faz-se sempre a subir
produtos vendidos na loja do pela encosta.
lobby, passando pelas cartas do
bar (especialidade: tábuas de
queijos e enchidos da região)
e do restaurante (receitas
serranas reinterpretadas
e com um empratamento
contemporâneo),
acompanhadas por uma
selecção de vinhos da região
Livros
Gastronomia
Boi ou vaca?
O que conta
é o sabor das
carnes maduras
do gado velho
FOTOS: DR
Vinum
Um menu especial
para o costeletão
a O costeletão de vaca velha faz feijão branco, uma surpreendente
parte da oferta regular do restau- combinação de sabores com fundo
rante Vinum e pode ser apreciado caldoso que resulta deveras interes-
durante todo o ano, mas já o de boi sante. Intensa e saborosa, com notas
E acima de tudo são diferenças durecimento da carne”, num am- corresponde apenas às carnes do salgadas (do bacalhau) e picantes
que se notam nestes dois animais biente controlado, em câmaras de animal seleccionado para as Jorna- (de malagueta) ao despique mas
concretos, mas que de forma algu- frio e com ventilação e humidade das Gastronómicas do Boi Velho de sempre afinadas e sem destoar.
ma permitem estabelecer um pa- a 70%, durante pouco mais de 20 Trás-os-Montes. O programa, que O costeletão é laminado e servido
drão entre o boi e a vaca. Iñaki é dias. “O que se pretende é encon- arrancou a 24 de Outubro, dura três numa recomposição da sua estrutu-
de opinião que a diferença pode trar o autêntico, o sabor e textura semanas mas nada garante que as ra inicial. As carnes são separadas
até resultar mais da história de vi- que contem a história de vida do carnes do macho durem o tempo to- do osso, mas há que esquecer ele-
da de cada um destes animais que animal. A partir daí, começam a do. Boi enquanto houver, portanto. gâncias e recorrer ao estilo primi-
da condição de macho ou fêmea. surgir alterações do sabor e aroma Para acompanhar a degustação tivo para pegar no osso e saborear
“Não é como a Coca-Cola. O pro- e até bactérias que podem ser tóxi- dos imponentes costeletões grelha- as carnes mais saborosas que lhe
+
duto não é constante e depende da cas”, adverte. dos em brasas de carvão, o Vinum estão juntas.
natureza e do contexto de vida do Muito importantes também para preparou um menu especial, que O Stilton, servido com marmela-
animal”, diz. preservar as características do ani- inclui um interessante guisado com da de citrinos e doce de maçã, vem
Importante mesmo é que o co- mal são o corte e a forma como é bacalhau e um queijo Stilton único, de Nothinghamshire, onde é criado
zinheiro escolha bem o produto cozinhado o costeletão. A medida Vinum de confecção artesanal. pelas mãos de Billy Kevan, e parece
e respeite as suas características, do corte é feita pelo osso, devendo Restaurante e Wine Bar Único e irresistível é também o ter sido feito na exacta medida para
sublinha ainda o especialista bas- ter sempre um mínimo de quatro Rua do Agro 141 (Caves pão de fabrico próprio e num esti- o Porto Vintage Graham’s 1970 que
co, mostrando estar “radicalmente centímetros e repousar umas horas Graham’s) lo artesanal com farinhas moídas à é sugerido em casamento.
contra a moda das maturações”. à temperatura ambiente. Carvão de 4400-281 Vila Nova de Gaia moda antiga, em mó de pedra. Tam- Sem vinhos, o preço do menu di-
E para respeitar as características qualidade (aromas suaves), já sem www.vinumatgrahams.com bém merece prova atenta o azeite verge consoante o costeletão é de
basta que a carne seja naturalmente chama, e calor potente de forma a Tel. 220930417 virgem extra Quinta do Ataíde, uma boi (125€) ou de vaca velha (85€),
maturada após o abate. Significa isto selar a carne rapidamente e concen- Aberto todos os dias das propriedades do Grupo Syming- uma discrepância que é justifica-
que deve “repousar no frio para que trar no seu interior todos os sucos. O Estacionamento próprio ton, ao qual pertence também o res- da pela disparidade de preço dos
os músculos do animal relaxem, as sal é colocado apenas sobre a parte taurante. animais, que tem por base funda-
gorduras superficiais e infiltradas se já selada, que impede a penetração De entrada, é servida uma es- mentalmente a raridade das reses
envolvam com a carne e os proces- e consequente desidratação. timulante combinação agridoce masculinas. O suplemento de vinhos
sos químicos naturais comecem a com alheira de Mirandela e maçã sugeridos (32€) inclui os dois tintos
desenvolver-se”. A Fugas esteve na abertura das caramelizada. Segue-se o guisado 2014 da Quinta do Ataíde e o já re-
A isto Iñaki Viñaspre chama “ama- jornadas a convite do Vinum com lascas de bacalhau, amêijoas e ferido Porto Vintage 1970.
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Vinhos
num produto alimentar como são aqueles que vencem o desafio de Vouvray; ou o Sauvignon
Elogio do vinho o vinho não é pouco, é muito. do tempo e apuram com ele. Blanc Les Monts Damnés, de
Basta para destruir um jantar O jantar que Marcos Lagoa François Cotat, de Sancerre; ou,
e causar grandes prejuízos na organizou no passado domingo continuando no Loire, o Sílex, de
imagem de um vinho. Não por ter mostrou isso mesmo. Mostrou Pouilly Fumé, do lendário Didier
TCA, porque pode acontecer a também que já andámos muito Dagueneau, morto em 2008 num
qualquer um, mas porque o vinho nos brancos. Partimos quase acidente com um ultraleve; ou o
atingido perde o seu momento, do zero e em menos de duas magnífico Corton Charlemagne
e o vinho é o momento, ainda décadas já alcançámos um nível Grand Cru de Pierre Ives Colin
mais, como foi o caso, quando assinalável. As pontuações Morey, um dos grandes brancos
Pedro Garcias em confronto estão vinhos de das revistas da especialidade de Chardonnay produzidos
classe mundial. Ora, é também confirmam-no. Há cada vez mais na montanha de calcário de
a Marcos Lagoa, presidente da nestes confrontos que se forja a vinhos brancos com notas acima Corton, na Borgonha; ou, ainda,
Resiquímica, empresa portuguesa reputação de um vinho. Como dos 90 pontos em 100 possíveis, o excepcional e mítico Coche-
que produz e comercializa não havia uma segunda garrafa algo que até há poucos anos era Dury, de Mersault, Borgonha, um
polímeros destinados às de Gouvyas, este branco perdeu o só reservado aos tintos. dos melhores vinhos brancos do
indústrias de tintas e vernizes, é seu momento. É verdade que estamos a assistir mundo. Cito estes, porque foram
um enófilo militante e generoso. Já aqui escrevemos que, apesar a uma inflação das pontuações os que mais impressionaram
Possui uma grande colecção dos muitos investimentos e nos vinhos. A tendência é mundial no jantar. Mas houve mais.
de vinhos e gosta de fazer avanços que foram feitos pela e também já chegou a Portugal. Houve E. Guigal e J.L.Chave,
jantares com provas às cegas. Os indústria das rolhas de cortiça Atribuir 19 pontos em 20 a um dois monstros de Hermitage, no
convidados só têm a certeza de natural, o problema do TCA vinho tinto português com apenas vale do Ródano, ambos feitos
que vão provar grandes vinhos, nos vinhos continua a ser uma dois anos, por exemplo, era quase de Marsanne e Roussanne;
mas desconhecem os nomes e as tragédia. Algumas empresas já uma impossibilidade, mas a nova Réserve de Caveau, um Savagnin
regiões de origem. possuem tecnologia de despiste revista Vinho-Grandes Escolhas, de Arbois, Jura, de Lucien
Há uns anos, Marcos Lagoa do TCA, só que ainda não o fazem criada pela antiga redacção da Aviet & Fils; Schoenenbourg
provou o branco Gouvyas 2007, a uma escala industrial. Quando Revista de Vinhos, acaba de fazê-lo Grand Cru, de Marcel Deiss, da
do Douro, e gostou tanto do vinho se julgava que o problema a dois vinhos do Douro de 2015, Alsácia; Wehlener Sonnenuhr,
que decidiu naquele instante era cada vez mais residual, a o Poeira 44 Barricas e o Quinta um Auslese da Joh.Jos.Prum, do
programar para 2017 um jantar experiência do dia-a-dia tem- da Leda. Os vinhos podem ser Mosel; Schloss Lieser Riesling
só com grandes brancos dessa nos vindo a mostrar que não muito bons, mas que margem de Beerenauslese, também do
colheita. Vinhos com dez anos, é bem assim. Por mais que os pontuação fica para os vinhos Mosel; e os champanhes Bollinger
portanto. A prova, memorável empresários do sector insistam realmente excepcionais? Não La Grand Anné, Larmendier-
e harmonizada com belíssimos em traçar um quadro cor-de- estaremos a ir longe e depressa Bernier Vieille Vigne de Cramant,
pratos criados pelo chef João Sá, rosa, a contaminação dos vinhos de mais? Benoit Marguet Sapience, de
aconteceu no passado domingo devido a problemas nas rolhas Apesar desta súbita Ambonnay (uma das melhores
à noite em Oeiras e juntou duas continua a ser um problema generosidade da crítica, que comunas para casta Pinot
dezenas de amigos e convidados. sério em Portugal. E o mais abrange tanto tintos como Noir), e Agrapart & Fils Minéral
Os vinhos foram servidos em grave é que o problema incide, brancos, ainda não somos um Extra Brut, de Avize, o nosso
pequenas séries de dois e de especialmente, sobre as rolhas país de grandes vinhos brancos preferido. Mas aqui tenho que
três copos. Em 22 vinhos, só um mais caras, porque estas, ao — e dificilmente o seremos, revelar uma franqueza: sou um
deles estava contaminado com contrário do que acontece com porque os grandes vinhos fã de Agrapart, apesar deste
TCA (abreviação da substância as mais baratas, não podem ser brancos têm origem em terras vigneron não ser uma figura
química 2,4,6- Tricloroanisole,
que provoca o chamado cheiro
sujeitas a tratamentos de choque,
sob pena de se deformarem. Se os frias e Portugal é um país de
clima quente. Quantos vinhos
particularmente simpática. Mas
quantos franceses do mundo do
e gosto a rolha, semelhante a
mofo), por triste ironia, o vinho
Por isso, temos mesmo que
invocar todos os santinhos industriais brancos de topo há no Alentejo?
E No Douro? Na Bairrada e no
vinho o são? Nisso, em simpatia,
somos mesmo os melhores do
que havia inspirado o jantar, o
Gouvyas, produzido desde 1996
quando vamos abrir uma garrafa
especial. É um momento de fé das rolhas Dão já encontramos alguns.
Mas precisamos de puxar pela
mundo.
por João Roseira e Luís Soares que devemos habituar-nos a cabeça para dar num minuto
Duarte. É nestas alturas que introduzir na liturgia do vinho. soubessem a uma lista de dez vinhos brancos
A FUGAS ERROU
vinha a calhar ter alguém da Não para a enriquecer, mas portugueses de nível mundial.
indústria das rolhas por perto
para podermos despejar toda a
como um sacrifício que somos
obrigados a fazer. Porque, mesmo
quantidade Três deles foram servidos no
jantar de domingo: o Bussaco, o Por lapso, no último Elogio do
nossa ira. Imaginem se era uma
garrafa de Romanée-Conti?
com todos os problemas, a rolha
de cortiça continua a ser o melhor
de desgostos Redoma e o Soalheiro Reserva.
Todos já com dez anos e todos
vinho é dito que Sarah Ahmed
escreve para Jancis Robinson.
Se os industriais das rolhas
soubessem a quantidade de
vedante para vinhos. Em especial,
para os vinhos com uma longa
que provocam ainda muito bons, em especial
o Bussaco. Muito bons mas não
Quem escreve é Julia Harding.
Os vinhos aqui apresentados são, na sua maioria, novidades que chegaram recentemente
ao mercado. A Fugas recebeu amostras dos produtores e provou-as de acordo com os
seus critérios editoriais. As amostras podem ser enviadas para a seguinte morada:
Fugas - Vinhos em Prova, Praça Coronel Pacheco, n.º 2, 3.º 4050-453 Porto
55 a 70 71 a 85 86 a 94 95 a 100
91 Um 84 90
Quinta dos Carvalhais
Alfrocheiro 2015
Alfrocheiro Discórdia Tinto 2013
Edual- Sociedade Agrícola do
Quinta do Cardo
Vinha do Castelo Tinta
Quinta dos Carvalhais
Sogrape
para beber Guadiana - Mértola
Castas: Syrah, Touriga Nacional,
Roriz 2014
Companhia das Quintas
Castas: Alfrocheiro
Graduação: 14% vol e guardar Alicante Bouschet e Touriga
Franca
Figueira de Castelo Rodrigo
Castas: Tinta Roriz
Região: Dão Graduação: 15% vol Graduação: 14% vol
Preço: 16,95€ Região: Alentejo Região: Beira Interior
a A Touriga Nacional é a grande Preço: 6,5€ Preço: 17,95€
casta do Dão. É a pedra angular,
a força motriz, o elemento que Correndo o risco de ser motivo Tinto potente e concentrado,
determina o perfil da região. Mas de “discórdia”, este é um tinto com longo estágio em barrica
os grandes vinhos do Dão não são franco, porque expressa bem o e taninos bem afinados e nada
feitos apenas de Touriga Nacio- lugar (as encostas de Mértola, secos, o que é bom. Um exemplo
nal. Mesmo no seu berço natural, junto ao rio Guadiana). Ou seja, mais a comprovar a tese de que
a grande casta tinta portuguesa é quente. Os seus 15% de álcool a Tinta Roriz é essencialmente
melhora com companhia. Fica não enganam. Mas como não é uma casta de altitude. Em zonas
melhor se contar com a leveza e a muito denso e concentrado, até mais baixas, como no Douro ou
jovialidade da Jaen, os taninos da se bebe bem, desde que seja no Alentejo, a Roriz dá vinhos
Tinta Roriz e a frescura e o vigor ligeiramente refrescado. Tem demasiado maduros e tânicos e
do Alfrocheiro, só para citarmos boa fruta e é macio. P.G. com baixa acidez. Este também
Proposta as suas acompanhantes mais usu- tem um aroma demasiado
da semana ais. No limite, pode até dispensar maduro, com algumas notas
a Roriz e a Jaen, mas perde muito licoradas pouco interessantes.
se abdicar da Alfrocheiro. O azar Mas na boca já mostra outros
da Alfrocheiro é existir a Touriga atributos: além de grandes
Nacional. É por existir a Touriga taninos, também sabores mais
Nacional que o Alfrocheiro não complexos e um delicioso frescor
brilha tanto e não tem mais noto- balsâmico. P.G.
riedade.
Também, diga-se, não é uma
casta fácil. Por ser muito fértil,
nem sempre amadurece bem e tem
89 87
tendência para apodrecer. Mas, se
for contida em verde, para dimi- Grainha Reserva Dona Matilde
nuir a produção e acelerar a sua Branco 2016 Branco 2016
maturação e, com isso, permitir Quinta Nova de Nª Sª do Carmo Quinta D. Matilde
fugir à época das chuvas, dá vinhos Castas: Gouveio, Viosinho, Castas: Rabigato, Gouveio,
com uma garra tânica e uma fres- Rabigato, Fernão Pires Viosinho e Arinto
cura admiráveis. Vinhos de longa Graduação: 13,5% vol Graduação: 13,5% vol
guarda que, em novos, são muito Região: Douro Região: Douro
suculentos e apimentados, com Preço: 12,50€ Preço:8,90€
notas vegetais deliciosas, como
este Quinta dos Carvalhais. O final tenso e persistente, bom Surpreende pela acidez
Ao contrário de outros, é um volume de boca e aroma bem citrina e aromas de fruta,
Alfrocheiro já sem arestas, com balanceado ente as notas frescas igualmente cítricos, com uma
taninos bem polidos mas consis- e tropicais fazem deste Reserva expressividade e harmonia fora
tentes. Ressuma a flores e a fru- 2016 o branco mais afinado dos padrões a que a região
tos silvestres maduros (amoras, das últimas colheitas na Quinta nos habituou. Ainda por cima,
sobretudo) e é muito balsâmico Nova. Num ano genericamente proveniente de vinhas em cota
e especiado. Esta sensação mais mais fresco a elegância e baixa, a mostrar que também
apimentada nota-se acima de tudo acidez compõem um equilíbrio pode haver frescura no Douro e
na boca, onde o vinho revela um que ampara gordura, fruta e que a região não é toda igual.
grande fulgor e uma refrescante estrutura numa textura sedosa Às virtudes da diferença, associa
frescura. e sedutora. A colheita ajudou, ainda o final saboroso e com
Está prontíssimo a beber, mas, mas a harmonia parece vir em alguma persistência que, além
até pela forma como outros tintos crescendo como tributo de dos peixes, lhe permitem fazer
de Alfrocheiro da Quinta dos Car- um apurado trabalho de vinha, boa figura com cozinhados de
valhais têm vindo a evoluir, é um conjugando características pouca intensidade, como frango
vinho que promete durar muitos de parcelas e castas de forma ou massas. E até alguns queijos.
anos. Mesmo sendo bem madu- eficiente. Esa é a evoluçºao das Boa compra. J.A.M.
ro, possui uma estrutura tânica últimas colheitas e também
e uma acidez muito boas. Pedro a promessa de vinhos mais
Garcias afinados. J.A.M.
Os direitos de propriedade intelectual de todos os conteúdos do Público – Comunicação Social S.A. são pertença do Público.
Os conteúdos disponibilizados ao Utilizador assinante não poderão ser copiados, alterados ou distribuídos salvo com autorização expressa do Público – Comunicação Social, S.A.
A nova vida da i
Chá das Cinco
Praça da Alegria Praça da Alegria, 63 Porto
Tel.: 916 419 826
Horário: De quarta a sexta das
9h30 às 19h; sábados, domingos
e feriados das 10h às 17h. Fecha
à segunda e terça-feira.
Preços: Pão de banana a 1,25€;
Chunky Monkey a 4€; expresso
blend Chá das Cinco a 1,20€;
brunch a 14€. Com opções
vegan.
https://www.facebook.com/
ChadasCinco.Confeitaria/
VIAJA COM
VALÉRIAN
ATÉ À PARIS
DOS NOSSOS
DIAS.
Valérian, o agente espaciotemporal, leva-te à Paris dos dias de hoje.
Para embarcares nesta viagem no espaço (mas, infelizmente,
não no tempo), só tens de apresentar prova de compra de 5 volumes
da colecção Valérian (pode ser uma fotografia) e escrever uma frase
onde constem as palavras: Valérian, Laureline, viagem, universo, ASA
e Público. Envia a frase e a fotografia para passatempo@publico.pt,
entre 9 de Outubro e 9 de Novembro. A avaliação das frases concorrentes
será feita por um júri constituído por elementos do Público e da ASA.
O vencedor do passatempo ganha uma viagem a Paris para 2 pessoas
com estadia incluída de 2 noites; aos restantes 9 classificados, será
atribuído um livro da colecção assinado pelo autor.
a72d7fca-c875-4f37-b897-dc86ebbaa053