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Antropologia Cultural
Nos dois capítulos que integram a obra, a autora fala precisamente no poder e na
violência da imagem. No primeiro capítulo, “ A violenta história das imagens”, a autora
pretende compreender o significado de imagem e perceber as relações que estas mantêm
com a violência. Para Mondzain é impossível “interrogar-nos sobre a violência da
imagem e a imagem da violência antes de qualquer reflexão sobre o que é uma
imagem?” (Mondzain, 2009, p.15)
Mondzain tem por objecto e ponto de partida a "discussão das imagens", com
uma visão distopica, centrada na luta entre iconoclastas e defensores dos ícones, os
iconófilos, e que obrigou estes últimos a elaborar o primeiro grande pensamento da
imagem, o qual estaria na base do imaginário contemporâneo, quer dizer, na base tanto
da produção de imagens quanto da relação com as imagens
A cultura ocidental continuou a impor-se às restantes até aos nossos dias, só que
no presente impõe-se de forma mais massificada e implacável, nesta nova sociedade
global, que os novos meios de comunicação, ou mais concretamente de difusão,
permitem. Os novos meios de difusão audiovisuais, ou mass media são instrumentos
ainda mais eficazes de controlo e manipulação das sociedades, que apesar de
proclamarem um mundo mais tolerante com respeito às diferenças e à identidade
cultural, acabam por impor valores, formas de vida e de cultura, sempre com a certeza e
a prepotência, tal como no passado, de que os valores que transmitem são melhores do
que os restantes. Estes conceitos são hoje transmitidos com a vantagem do imediatismo
dos audiovisuais que atingem todos em larga escala, tornando real e verdadeiro apenas
aquilo que existe dentro desta realidade virtual, mais determinante e consequente do que
qualquer outra no mundo actual.
A imagem pode gerar violência exemplo disto são os filmes nazis que exaltavam
a perfeição Ariana e se alimentavam da fusão de todos no ódio do outro. Portanto, a
imagem pode gerar violência pois esta pode agir sobre o sujeito na parte do visível.
Agora e apesar de poder gerar violência, é posta em causa esta contradição, que tudo o
que acontece (violência) não é feito pelas imagens, mas sim pelos sujeitos que o
proporcionam. Apesar de tudo isto é a imagem que “ faz fazer”.
Mas segundo a autora a imagem não é intrinsecamente violenta, isto é, não pode,
por si só matar.
Posso concluir, que a imagem é então inocente. Porque ela não pode, em si
mesma, cometer qualquer acto, salvo se considerarmos que o seu poder sobre o juízo e a
liberdade do indivíduo que a percepciona, é tal que pode comprometer o seu próprio
discernimento. Mas se pelo contrário, concluir-mos que a imagem não é recebida
passivamente, fica mais uma vez ilibada de qualquer responsabilidade, uma vez que o
sujeito é livre de agir segundo a sua própria vontade. “Supondo que a imagem induz
passividade, como pode ela levar a cometer um acto? Se pelo contrário, coloco a
hipótese de que não a recebo passivamente, a imagem deixa de estar a origem dos
meus actos, mas sim eu mesma, enquanto sujeito livre da minha acção”. (Mondzain,
2009, pp. 19-20). A autora, argumenta que não se pode sair desta contradição, se não se
estudar metodicamente a imagem, e nos debruçarmos, não sobre “o que é que a imagem
faz”, mas sim do que “ela leva a fazer”. Como diz o ditado, “ uma imagem vale mais
que mil palavras.”