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SÃO PAULO
2017
BEATRIZ NASCIMENTO COSTA
DAVI GOMES DA SILVA
MARIAH ALMEIDA FERREIRA
REBECA LAÍSE VIEIRA SOARES
THADEU LEANDRO DA SILVA
SANTOS – SP
2017
BEATRIZ NASCIMENTO COSTA
DAVI GOMES DA SILVA
MARIAH ALMEIDA FERREIRA
REBECA LAÍSE VIEIRA SOARES
THADEU LEANDRO DA SILVA
Aprovado em:
______________________/__/__
Prof. Dr.ª Márcia Aps
______________________/__/__
Prof. Eng.º Márcio Lara
Universidade Paulista – UNIP
RESUMO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7
1.1. Contexto Histórico .......................................................................................... 7
1.2. Justificativa ................................................................................................... 12
1.3. Objetivo ........................................................................................................ 12
1.4. Hipótese ....................................................................................................... 13
1.5. Metodologia .................................................................................................. 13
1.6. Estrutura do trabalho .................................................................................... 13
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA ............................................................................... 14
2.1. Estudos geológicos ...................................................................................... 14
2.1.1. História Geológica do Litoral ..................................................................... 15
2.1.2. Influência das elevações do nível do mar na Baixada Santista ................ 16
2.1.3. Planícies sedimentares quaternárias de São Paulo .................................. 17
2.1.4. Avanços geológicos .................................................................................. 18
2.2. Características Geotécnicas ........................................................................ 18
2.2.1. Parâmetros geotécnicos dos sedimentos da Baixada Santista................. 19
2.3. Aterro sobre solo mole ................................................................................. 23
2.3.1. Características dos solos moles................................................................... 24
2.3.2. Recalque ...................................................................................................... 24
2.3.3. Métodos para estimativa do recalque .......................................................... 25
2.4. Tratamento dos solos moles ........................................................................... 27
2.4.1. Construção por etapas ................................................................................. 27
2.4.2. Aplicação de sobrecargas temporárias ........................................................ 27
2.4.3. Drenos verticais ........................................................................................... 28
2.4.4. Colunas de pedra ......................................................................................... 29
2.4.5. Estacas de distribuição ................................................................................ 29
7
1. INTRODUÇÃO
A cidade de Santos foi elevada à vila em 1546, mas sua ocupação se deu antes
disso. Segundo Giraud (2000, pág. 11), o porto e a cidade de Santos surgiram na
mesma época do descobrimento do Brasil e seu início está ligado com os relatos sobre
a Ilha de São Vicente. Os colonizadores portugueses estavam em busca de novos
locais para se instalar e que estivessem livres de piratas e tempestades.
Santos subiu para a categoria de cidade em 26 de janeiro de 1839 através de
uma Assembleia Provincial que corresponde hoje a Assembleia Legislativa Estadual.
A data coincide com a mesma data em que ela foi elevada à vila em 26 de janeiro de
1546, razão pela qual é nessa data em que se comemora o aniversário da cidade
desde a fundação da vila por Brás Cubas até hoje.
No princípio, as naus1 ancoravam no antigo porto em São Vicente. De lá as
cargas iam por terra até a Ilha de São Vicente. Brás Cubas foi quem teve a decisão
de alterar o local de ancoradouro para um lugar mais seguro. Sua escolha foi pelo
Lagamar do Enguaguaçu, hoje centro da cidade de Santos, mais especificamente
entre as ruas Visconde de Rio Branco e Brás Cubas.
A primeira fase da realização do trecho de 2.200 metros do cais linear do porto
de Santos, que iam do cais do Armazém 1 até o 10, ocorreu de 1892 a 1898. Seus
primeiros 260 metros iam da área do Arsenal (atual Armazém 4) à Alfândega, onde o
famoso vapor Nasmyth atracou, inaugurando-o em 2 de fevereiro de 1892.
Basicamente no século 18, o porto movimentava o sal que era importado de
Portugal e que não precisava de navios com grandes calados. Mais à frente, São
Paulo iniciou sua produção de açúcar e a exportação do produto exigia navios
maiores. Nesse momento se fez necessário a construção de trapiches2.
Foi através das antigas pontes de madeira e pelos trapiches onde
descarregavam-se as cargas que iam e vinham dos portos da Europa, que Santos se
desenvolveu no início da parceria entre vila e porto.
1 Denominação genérica dada a navios de grande porte com capacidade de 200 pessoas, até o
século XV usados em viagens de grande percurso.
2 Armazém onde são estocadas mercadorias destinadas à importação ou à exportação; armazém-
geral.
8
3 Espaço ocupado pelo navio dentro da água. Distância entre a quilha do navio e a linha de flutuação.
9
Seja para o aterro, seja para a muralha foi utilizado um material proveniente
do desmonte dos Outeirinhos e da pedreira do Jabaquara.
Para a construção do cais e dos armazéns do Porto de Santos, foi necessário
aterrar a região, e as rochas que eram retiradas do bairro do Jabaquara eram
transportadas por uma pequena linha férrea até a área do porto.
11
1.2. Justificativa
1.3. Objetivo
1.4. Hipótese
O nosso estudo visa demonstrar a partir de análises, o custo que se tem para
aplicar métodos de reforço em solo mole, a fim de manter nivelado o pavimento da
área de um terminal de contêineres do porto, e o custo e tempo que se leva fazendo
manutenções em solos não reforçados.
1.5. Metodologia
Este trabalho está dividido em três capítulos: introdução, que consta a história
de Santos e do Porto, e a apresentação da importância desse estudo para a região
portuária, analisar os tipos de métodos de reforço que existe e o custo benefício de
executá-lo; revisão bibliográfica, com a explicação da origem e das características do
solo do litoral santista e especificamente de Santos; e o estudo de caso, para analisar
os recalques ocorridos na pavimentação em terminais de contêineres no Porto e
simular um reforço no solo e verificar o custo e benefício da sua execução.
14
2. REVISÃO BIBLIOGRAFICA
De acordo com M. Vargas para Revista USP (maio/1999), há muito tempo atrás
a região da baixada santista estava coberta por uma camada de aproximadamente 50
m de água, era possível ver apenas os morros mais altos. Embora a região tivesse
grande importância histórico-geológica, até recentemente suas características
geológicas e geográficas não haviam sido analisadas suficientemente.
A partir de 1940, através das novas instalações da Cia. Docas de Santos, que
mediante a necessidade do conhecimento do solo, solicitou um estudo do mesmo ao
IPT; nos estudos iniciais para a construção do trecho da Baixada da Via Anchieta; com
as análises geotécnicas para os primeiros edifícios residenciais na Praia do Gonzaga
e a partir de 1950 com os estudos de fundação da Cosipa em Piaçaguera, que a
geologia da Baixada Santista passou a ser conhecida.
Os estudos possibilitaram que fosse traçado um esboço de perfil geológico
desde o pé da serra até a praia de Santos. O solo de Cubatão era formado por 15m
de argila orgânica mole preta sobre uma camada de pedregulho sobre uma base
gnáissica decomposta, conforme a Figura 04. Considerou que a camada de argila
orgânica mole, intervalados com as camadas de areia, estavam sobre a base
gnáissica que descia suavemente até chegar no Rio Casqueiro. Desse ponto em
diante a superfície era coberta por areia, onde na praia atingia mais ou menos 15 m
de profundidade e a base gnáissica ficaria a mais de 80 m de profundidade.
O embasamento gnáissico consiste em rochas de origem metamórfica,
resultante da deformação de granitos ou de sedimentos arcóseos, ou seja, sedimentos
de rocha sedimentar arenítica.
15
Conforme M. Vargas para Revista USP (maio/1999), foi em agosto de 1962 que
se iniciaram estudos amplos guiados por professores do Departamento de Geografia
da USP sobre aspectos geográficos da Baixada Santista. Os resultados da pesquisa
foram publicados em quatro volumes, pela Editora da USP. No primeiro volume da
obra, As Bases, encontram-se informações satisfatórias sobre aspectos Físicos, traz
um sumário sobre a geologia da serra e da região redigido por José Carlos Rodrigues
e uma exposição da evolução geomorfológica escrita por Aziz Ab’Saber, que afirma
4Solo das encostas dos morros, constituído por uma camada pouco espessa de detritos provindos do
alto.
16
De acordo com Suguio (1996), até a década de 60, pesquisas sobre flutuações
do nível do mar durante o Quaternário eram muito escassas no Brasil. Após 1974
foram intensificados os estudos sobre as mudanças de nível relativo do mar,
principalmente nos últimos 7500 anos.
De acordo com os estudos de Suguio e Martin (1978, 1981), verificou-se que
na região de Santos – Bertioga, o nível máximo relativo do mar foi atingido por volta
de 5100 anos, situando-se 4,5m acima do nível atual, por volta de 3500 anos o nível
do mar passou por um segundo máximo atingindo + 4,0m e há cerca de 2000 anos o
nível do mar estava 1,5 e 2,0m.
5 Diz-se de um período geológico do final da era secundária, durante o qual se formou a greda.
17
Suguio e Martin (1981, apud MASSAD, 2009, p. 32), com o trabalho sobre as
flutuações do nível do mar e a evolução costeira do Brasil, conseguiram propor um
modelo geológico para explicar a formação das planícies quaternárias do Estado de
São Paulo, apontando as elevações do nível do mar como causa principal da origem
dos depósitos sedimentares.
A evolução destas planícies foi, resumidamente, dividida em cinco etapas:
1º no auge da transgressão Cananéia o mar atingiu o pé da Serra do Mar e se
formaram os sedimentos argilo-arenosos chamados transicionais e as areias
marinhas transgressivas.
2º iniciou-se o processo de regressão e com isso cordões de areias regressivas
foram depositados sobre os sedimentos transgressão que posteriormente foram
retrabalhados pela ação do vento.
3º por volta de 17.000 anos atrás, o nível do mar abaixou até a cota -110m,
com isso os sedimentos superficiais da formação Cananéia foram erodidos, formando
18
Serão analisadas nos subitens a seguir, algumas das características dos solos
e sedimentos da baixada santista, principalmente da cidade de Santos, onde é o foco
da pesquisa, para que nos capítulos posteriores, possa-se dar, através dos estudos
uma análise das possíveis soluções técnicas de reforço no solo.
Legenda:
(1) Machado (1961); (2) Teixeira (1960-b e 1994);
(3) Gonçalves e Oliveira (2002); (4) Teixeira (1960-a)
Figura 05 - Perfis de sondagens (A) Ponta da Praia, Santos; (B) Guarujá – próximo à
Ponta da Praia, em Santos.
2.3.2. Recalque
𝜌 (𝑒1 −𝑒2 )
𝜀= = (2)
𝐻1 (1+𝑒1 )
Faz-se o aterro por camadas, ou seja, subdivide-se a altura do aterro para ser
feito em duas ou em três etapas. Cada camada, ao ser depositada deve passar por
um período de repouso para que o solo mole que está sob esta, possa consolidar e
ganhar resistência para que suporte a carga da próxima camada de aterro. Devido a
essa espera, esse método por etapas demanda tempo, sendo viável apenas se for
permitido um longo prazo para a execução.
7 Tensão gerada por forças aplicadas em sentidos opostos, porém em direções semelhantes.
28
a vida útil da obra, para adiantar os recalques primários e secundários e para que o
solo mole ganhe resistência. Porém, para que esse método seja eficaz, é fundamental
que o coeficiente de adensamento8 do solo mole seja relativamente alto, ou que a
camada do mesmo seja delgada.
Esse método possui duas formas distintas para ser executado, porém ambas
utilizam bomba a vácuo:
a) Sob uma membrana de borracha encobrindo todo o solo, é aplicado vácuo,
o qual produz uma pressão sobre o solo de 80 kPa, equivalente a um aterro de
aproximadamente 4 metros de altura.
Por não necessitar de empréstimo de material e não precisar se preocupar com
a estabilidade do aterro para a instalação e retirada dos equipamentos, esse método
é relativamente rápido.
b) Abre-se um poço no solo mole, podendo ser profundo, para atingir a camada
de estratos9 arenosos. Insere-se a bomba a vácuo, reduzindo a pressão neutra
hidrostática e aumentando a tensão efetiva do solo com o próprio peso do solo mole,
provocando o adensamento da camada.
Deve-se ter um cuidado com essa técnica devido a dois fatores: o primeiro é
na retirada dos tubos, podendo o dreno ser seccionado, e o segundo é sobre minimizar
o amolgamento do solo mole que pode ocorrer em volta dos drenos, acarretando na
redução da permeabilidade do solo.
Se o material constituinte do aterro não for drenante, deposita-se uma camada
de areia ou manta geotêxtil para que possa ocorrer a interação entre aterro e dreno.