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RESUMO E COMENTÁRIO
O ano em que foi proibido proibir
JOÃO PESSOA
2017
Resumo
O texto jornalístico O ano em que foi proibido proibir foi escrito por Linaldo Guedes e
publicado pelo Correio das Artes em maio de 2008. Nele o jornalista paraibano traça
um panorama dos movimentos sociais que marcaram o maio de 68 em várias regiões do
mundo. O texto começa mostrando que diversas manifestações sociais foram
desencadeadas a partir de um grupo de estudantes rebeldes que protestavam na
Universidade de Nanterre, França. A proibição do acesso aos dormitórios femininos
pelos garotos gerou o protesto cabeceado pelo estudante conhecido como Dany le
Rouge (Daniel, o Vermelho). Dois meses após esse fato, a França presenciou uma greve
geral que foi represada pelo Partido Comunista Francês e pelo governo. Mas os
estudantes não se intimidaram e organizaram uma séries de greves, ao passo que
fábricas foram ocupadas e milhões de trabalhadores cruzaram os braços. Além da
França, Linaldo Guedes mostra que o ano de 1968 inspirou outros países à luta: o
exército norte-vietnamita invadia o Vietnã do Sul, tomando a embaixada dos Estados
Unidos em Saigon; Mao Tse-tung dava início a Grande Revolução Cultural Proletária
na China Popular; ocorria a Primavera de Praga sob liderança do chefe de estado
Alexander Dubcek; surgia nos EUA o movimento hippie com ações de contracultura; o
líder do movimento negro, Martin Luther King era assassinado em Memphis; entre
outros. No Brasil, o estudante Edson Luís era morto por policiais militares enquanto
protestava. O acontecimento mobilizou ainda mais o país contra o regime militar. Em
junho do mesmo ano, ocorria a Passeata dos Cem Mil pelo fim da censura.
Comentário
O ano em que foi proibido proibir nos apresenta uma visão geral e sobretudo
histórica da conjuntura dos acontecimentos de maio de 68, plano de fundo para o
surgimento da Análise do Discurso de linha francesa no ano seguinte. Foi em meio a
uma grande insatisfação política que esse campo do conhecimento ganhou seu caráter
de intervenção social. Característica essa que seu fundador, Michel Pêcheux, tanto
prezou ao voltar seu trabalho somente para o discurso político. Importava para AD,
contrariando a Linguística, o sujeito social e considerar o seu lugar de fala. O que
Pêcheux buscava era desenvolver uma “máquina discursivo-estrutural” que pudesse
analisar o discurso político.