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Secador Rotativo
Intermitente: Projeto,
Construção e Uso
1
Engenheiro Agrônomo, Ph.D. em Engenharia Agrícola, Professor Titular (aposentado) da UFV e bolsista do Consórcio
Pesquisa Café, Viçosa, MG, juarez@ufv.br
2
Engenheiro Agrícola, DS em Engenharia Agrícola, Professor Ajunto da UFV, Viçosa, MG, roberto.precci@ufv.br
3
Engenheiro Agrônomo, bolsista do Consórcio Pesquisa Café (EPAMIG), Viçosa, MG, douglas.vitor@ufv.br
4
Engenheiro Agrícola, DS em Engenharia Agrícola, Pesquisador da EPAMIG, Viçosa, MG, slopes@ufv.br
2 Secador Rotativo Intermitente: Projeto, Construção e Uso
Quadro 1. Comparação entre as condições de preparo do café apontadas pelo Dr. Dafert (1896) e as dos dias atuais apontadas por Silva
e Machado (2002).
Situação apresentada por Dr. Dafert Situação atual apresentada por Silva e Machado
Situação apresentada por Dr. Dafert Situação atual apresentada por Silva e Machado
Terreiro impermeável e com o café estendido sobre Pesquisa indica que o tempo de secagem é muito
esteiras era considerado o melhor sistema. prolongado para esse sistema.
Pesquisa indica que a secagem em minileiras é mais
A secagem deveria ser feita em camada pouco indicada (o Consórcio Pesquisa Café já coloca à
espessa e homogênea. disposição do cafeicultor equipamentos e técnicas
para executar o trabalho).
Custo da mão de obra para terreiro (4% do valor da Custo da mão de obra para terreiro (6% do valor da
saca beneficiada). saca beneficiada).
Custo de secagem em terreiro (8,5% da saca Custo de secagem em terreiro (até 20% da saca
beneficiada). beneficiada).
Custo da secagem mecânica (9% da saca Custo da secagem mecânica (até 24% da saca
beneficiada). beneficiada).
Em relação ao desenvolvimento futuro, pode-se Segundo Ukers (1922), existiam muitos secadores
afirmar que, apesar dos sofisticados secadores e fabricados com base no modelo original de José
dos sistemas de secagem disponíveis para produtos Guardiola, da Guatemala; os secadores da Figura 3a
industrializados ou outros tipos de grãos, não e 3b são exemplos.
existe, ainda, nenhum caminho que venha a mudar
substancialmente, no médio prazo, a maneira de
secar o café.
O novo secador rotativo idealizado e cujo primeiro Com relação ao novo modelo, semelhante ao
protótipo é visto na Figura 7, trabalha na posição protótipo da Figura 7, alguns de seus componentes
horizontal e, além de permitir a solução dos problemas podem ser facilmente fabricados por terceiros
apresentados pelo secador rotativo tradicional, tem (ventiladores, redutores e mancais) e, portanto,
seu projeto básico, detalhado mais adiante, facilmente não haveria necessidade de grandes investimentos
adaptado aos secadores rotativos tradicionais. Devido em ferramentas sofisticadas, caso uma pequena
à simplicidade das modificações, podem ser realizadas metalúrgica decidisse a produzir o secador.
por um profissional serralheiro com ferramentas para
desmontagem, corte/solda de chapas e remontagem. Foi com base no protótipo apresentado na Figura 7
que Santos et al. (2006) modificaram um secador
rotativo convencional e compararam os desempenhos
do secadores original com o modificado (Figura 8).
Operando os secadores sob as mesmas condições,
os autores observaram que, além de ter minimizado
as desvantagens e mantido a boa qualidade do café
no secador rotativo original, o secador modificado
reduziu o consumo de energia (elétrica e térmica) em
50% e 30%, respectivamente.
a b
Figura 9. Detalhe da carambola difusora após a modificação realizada
por Santos et al. (2006) e (b) esquema da carambola original.
Figura 10. Vista geral do secador rotativo intermitente “Barra do
Choça” com fornalha a carvão vegetal.
Para forçar o ar de secagem através da camada de Como mostrado na Figura 14, a metade da superfície
café, será utilizado um ventilador centrífugo com do duto-eixo deve ser envolvida por uma calha
capacidade para fornecer 20 m3 de ar por minuto a perfurada com diâmetro suficiente para deixar um
uma pressão estática de 10 a 15 mmca (Figura 12). espaço de 10 a 15 cm entre o duto-eixo e a calha,
Para que o ar seja uniformemente distribuído pela para formar a câmara de distribuição de ar.
camada de grãos, um duto-eixo (Figura 13) tendo
a metade da superfície com perfurações de 20 mm A porcentagem de perfuração da calha envolvente
de diâmetro é conjugado com uma câmara formada (Figura 15) deve estar em torno de 25%. O diâmetro
por um semicilindro construído em chapa perfurada. dos furos também deve ser tal que não permita
A área perfurada do duto-eixo não deve ser superior a passagem de café para dentro da câmara de
a 25% da área externa a ser perfurada (Figura distribuição de ar. Se for utilizar o secador, também,
13). Caso a opção seja, também, pela confecção para a secagem de produtos com volume de grão muito
do ventilador, este pode ser construído com base menor que o grão de café (soja ou arroz, por exemplo),
em (SILVA et al., 2013). Os autores detalham o diâmetro dos furos deve impedir a passagem do
metodologia em que todas as outras dimensões do menor grão a ser seco. Uma chapa perfurada com furos
ventilador devem ser feitas com base no diâmetro com 2 mm de diâmetro, apesar do custo mais elevado,
calculado do rotor. Para o presente projeto, deve-se serviria para a maioria dos grãos agrícolas.
tomar como ponto de partida um rotor com 35 cm
de diâmetro com 10 pás. Ao duto-eixo devem ser fixadas três aletas
perpendiculares, para facilitar o revolvimento e
homogeneização do café durante a secagem. Uma quarta
aleta deve ser fixada na câmara de ar (Figura 14). Entre
as aletas e a superfície interna do cilindro secador, deve
haver um espaço de 10 cm (Figuras 11 e 18) para a
passagem do produto durante o período de revolvimento.
b
Figura 17. Cobertura superior de chapa lisa (a) e cobertura inferior
de chapa perfurada (b) para formação do cilindro secador.
b
Figura 16. Discos para sustentação do cilindro secador: (a) disco
de tração e (b) disco frontal.
Cilindro secador
Para sustentar e permitir o giro do cilindro secador Se possível, deve-se adaptar um “timer” ao sistema
com o mínimo esforço, devem ser construídas de redução, para que o giro do cilindro secador
colunas de sustentação, que podem ser de madeira ocorra, automaticamente, em intervalos de tempo
ou de perfis metálicos, como mostrado na Figura 7. preestabelecidos e que pare sempre na mesma
Com qualquer opção, o sistema pode funcionar posição e com a chapa perfurada do cilindro
com mancais de bronzinas ou, preferencialmente, secador voltada sempre para baixo (Figura 11),
com um sistema de rolamentos comuns, como de modo que a exaustão do ar de secagem ocorra
apresentado na Figura 19, por ser mais fácil de na metade inferior do secador. Caso o sistema de
encontrar no mercado de máquinas agrícolas. giro motorizado venha inviabilizar a aquisição do
Como o duto-eixo ficará apoiado em apenas dois secador, o sistema pode ser movido manualmente,
rolamentos (rolamentos de sustentação), ele pode como mostrado nas Figuras 7 e 10. O secador
ter dimensões (largura e diâmetro) maiores que os pode ser construído de tal forma que o sistema
rolamentos guias (Figura 20). Apesar de apresentar eletromecânico para giro automático possa ser
centro de gravidade relativamente baixo, a base adaptado em outra oportunidade.
das colunas de sustentação do secador deve ter
largura mínima equivalente ao diâmetro do cilindro
secador (Figuras 7 e 10).
Construção do secador
alternativo e dentro de suas possibilidades financeiras. componentes do secador devam ser projetados para
Silva et al. (2013) informa que equipamento em aço fixação com parafusos. Com essa técnica, pode-se
inox tem uma vida útil bastante longa e necessitarão baratear o transporte e facilitar a manutenção do
de poucos reparos. Assim, um secador construído em secador quando o local de uso for muito distante
aço inoxidável pode ter um custo inicial mais elevado, da fábrica. Para facilitar a montagem, as aletas, o
entretanto, no médio prazo, o cafeicultor verá que aeroduto e a calha perfurada devem ser parafusados
fez menor investimento em razão da maior vida útil e nos discos do cilindro secador (Figura 24).
menor gasto com reparos e peças de reposição.
Duto-eixo
b
Figura 23. Cilindro secador de um protótipo: vistas superior (a) e
inferior (b) sem envoltório de chapa perfurada externa.
Adaptação do ventilador
Considerações finais
e. usa pouca energia elétrica para movimentar o SANTOS, R. R.; LACERDA FILHO, A. F.; SILVA,
cilindro secador que funciona cinco minutos a J. de S. e; MELO, E. C. Modificações técnica
cada duas horas de secagem; e e operacional de um secador rotativo para a
secagem de café (Coffea arabica L.). Revista
f. por ter um projeto simples, pode ser
Brasileira de Armazenamento, Viçosa, MG, n. 9,
fabricado em oficinas modestas ou ter parte
p. 1-11, 2006.
dos componentes adquiridos no mercado
especializado em ferragens.
SILVA, J. de S. e; MACHADO, M. C. Estado
da arte da secagem e armazenagem de café no
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de tecnologias na produção de café. Viçosa,
MG: UFV/Departamento de Fitopatologia, 2002.
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Acesso em: 16. dez. 2013.
SR/10>. Acesso em: 16. dez. 2013.
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E-mail: sac.cafe@sapc.embrapa.br
Expediente Supervisão Editorial: Adriana Maria Silva Macedo
1ª Edição Revisão de texto: Flávia Raquel Bessa
1ª Impressão (2014): 1.000 exemplares Normalização bibliográfica: Alessandra Rodrigues da Silva
Fotos e ilustrações: dos autores
Tratamento das imagens: Thiago Farah Cavaton
Editoração eletrônica: Thiago Farah Cavaton
Impressão e acabamento: Embrapa Informação Tecnológica