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A relação entre Arquivística e Ciência

da Informação na sociedade pós-moderna


The relationship between Archival Science and Information Science in the post-modern society

Irisneide de Oliveira Souza SILVA (1), Mariângela Spotti Lopes FUJITA (2)
e Paula Regina DAL’ EVEDOVE (3)

(1) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Faculdade de Filosofia e Ciências,
Departamento de Ciência da Informação - Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Av.
Hygino Muzzi Filho, 737, Campus Universitário, CEP. 17525900 - Marília, SP, Brasil, Caixa-Postal: 421.
(1) irisneidesilva@yahoo.com.br; (2) fujita@marilia.unesp.br; (3) sud_dove@yahoo.com.br

Resumen Abstract
Aunque existe un consenso según el cual la Bibliote- Though a consensus exist in Brazil that Librarianship,
conomía, Archivística y Museología forman el núcleo Archival Science and Museology form the common
común de la Ciencia de la Información, sin embargo, core of the Information Science; nevertheless, there is
se constató que el foco principal de las reflexiones y a lack of discussions and reflections on the relation-
discusiones realizadas por el área no aborda la rela- ship between Archival Science and Information Sci-
ción existente entre la Archivística y la Ciencia de la ence. This article explores, from a social-
Información. Este artículo pretende demostrar, a epistemological perspective, this relationship with an
partir de una perspectiva epistemológica-social, la emphasis on Information Retrieval.
relación existente entre Archivística y Ciencia de la Keywords: Information Science. Archival Science.
Información con énfasis en la Recuperación de la Information Retrieval. Interdisciplinarity. Social re-
Información. sponsibility.
Palabras clave: Ciencia de la Información. Archivísti-
ca. Recuperación de la Información. Interdisciplinari-
dad. Responsabilidad social.

1. Introdução fato de que a CI surgiu nos anos 50 como disci-


plina do corpo teórico da Biblioteconomia e, com
Como qualquer outro campo do conhecimento a o passar do tempo ganhou uma identidade
Ciência da Informação (CI) possui três carac- própria tornando-se uma área do conhecimento.
terísticas gerais que são sua razão de existên- A partir disto, constatou-se que o foco principal
cia, as quais são compartilhadas por vários das reflexões e discussões realizadas não
campos atuais. Por sua vez, a área apresenta- aborda a relação existente entre Arquivística e a
se como sendo interdisciplinar por natureza, CI, portanto, sendo necessário ampliar o referi-
entretanto, as relações com as diversas discipli- do escopo temático. Neste contexto, um dos
nas estão mudando; está inexoravelmente co- problemas crescente é a carência de estudos
nectada à tecnologia da informação, sendo uma que reflitam a questão da relação entre as refe-
participante ativa na evolução da sociedade da ridas áreas.
informação e; possui uma forte dimensão social
e humana, a qual está acima e além da tecnolo- Por sua vez, entende-se que tal discussão é
gia. relevante tanto para os estudiosos, profissio-
nais, bem como para as instituições educacio-
Ao longo das décadas os pesquisadores com- nais responsáveis pela formação de pesquisa-
partilham de um discurso consensual, segundo dores e profissionais destas áreas. Além disso,
o qual a CI é uma ciência que tem como disci- esta nova abordagem torna-se necessária ao
plinas originárias a Biblioteconomia, a Arquivís- delimitar uma possível fronteira entre Arquivísti-
tica e a Museologia. A partir desta colocação, ca e a CI, com intuito de ampliar os seus espa-
verificou-se uma gama de trabalhos que se ços comuns e propiciar uma maior visibilidade
preocupam em investigar como foi historicamen- do papel social que circunda tais áreas nesta
te construída a relação da Biblioteconomia com nova sociedade, a qual, devido ao processo de
a CI, dentre eles Ingwersen (1992) e Saracevic globalização, é marcado pela necessidade in-
(1996; 1999). Isso em parte, justifica-se pelo formacional, uma vez que a informação é con-

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cebida como base para a construção e formaç- Após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945),
ão da sociedade pós-moderna. o governo dos EUA instaura uma reforma admi-
nistrativa, com o objetivo de racionalizar e con-
Desse modo, o presente trabalho torna-se perti-
trolar a informação de grandes massas docu-
nente ao apontar o processo histórico da Ar-
mentais. Segundo o arquivista e historiador
quivística e da CI, os seus complexos relacio-
Schellenberg (2004), administrar os arquivos
namentos interdisciplinares e a responsabilida-
correntes tornava-se necessário, já que isso
de social que permeia o escopo de ambas as
promoveria a eficiência da administração dos
áreas do conhecimento tendo como foco a Re-
serviços públicos e a economia de tempo na
cuperação da Informação (RI), respeitando as
recuperação de documentos, com acesso rápi-
suas especificidades. Contudo, espera-se con-
do pelo governo e pesquisadores. Até então, a
solidar a necessidade de uma maior interlocuç-
Arquivística se preocupava prioritariamente com
ão entre a Arquivística e a CI, de forma que
a preservação de documentos de valor histórico,
pesquisadores e profissionais compreendam
cuja mudança deu-se devido à reorganização
que a teoria e a prática estão vinculadas a um
administrativa norte-americana que criou um
compromisso social.
modelo que estabelecia o controle de documen-
tos de arquivo desde a sua produção, armaze-
2. O processo histórico de construção namento, eliminação e guarda permanente.
da Arquivística e da Ciência da
Informação no campo das ciências Com a denominada “explosão informacional”, no
que tange aos arquivos, surgiu a concepção de
Inicialmente, para que haja uma efetiva articu- informação como recurso estratégico a ser ge-
lação em torno das congruências e divergências renciado. Esse enfoque informacional emerge
que circundam a CI e a Arquivística, busca-se em função da atribuição de novos valores à
esclarecer que diferentemente desta última, a CI informação, relacionado à significação social do
não é uma ciência clássica, mas sim uma ciên- progresso e da inovação tecnológica. Contudo,
cia recursiva que se apropria, visando a seus considera-se que a obra de Schellenberg possui
objetivos, dos conhecimentos já existentes, dos a gênese do conceito de “informação estratégi-
avanços tecnológicos e suas possibilidades, ca”, posteriormente designada, por Heredia
bem como se define segundo as demandas Herrera (1991, p. 98) de “gestão de documen-
sociais. Portanto, reforça-se que desde o final tos” ou “gestão da informação”.
do século XX a sociedade passa por profundas
Consequentemente, as circunstâncias históricas
transformações nos modos de produção e, es-
atribuíram a relevância da informação para a
pecialmente, nos modos de produção do con-
tomada de decisões, o que gerou as condições
hecimento, influenciando diretamente no campo
necessárias para o processo de desenvolvimen-
científico de ambas as áreas.
to da “nova Arquivística”. No que tange ao pro-
cesso de construção Arquivística evidencia-se
2.1. Arquivística
na literatura, particularmente, as obras Arquivos
A Arquivística surge em decorrência do proces- modernos: princípios e técnicas de Schellenberg
so histórico e social aberto pelo movimento da publicada em 1956; a obra de Jean-Yves Rous-
Revolução Francesa de 1789, com a criação do seau e Carol Couture, Os fundamentos da dis-
Arquivo Nacional da França. Desde então, co- ciplina Arquivística, publicada em 1994 e a obra
meça a considerar como seu objeto a documen- elaborada por Armando Malheiros da Silva et
tação arquivística que interessava e legitimava a al., Arquivística: teoria e prática de uma ciência
história do Estado Nação. Posteriormente, pas- da informação (1999), destacando-se, sobretu-
sou a preocupar-se com os “métodos e técni- do, esta última pelo seu aprofundamento e
cas”, com o objetivo de constituir, recuperar e comprometimento com a CI.
difundir a documentação dentro do Estado bu- Entretanto, a obra dos canadenses Rousseau e
rocrático moderno. Na segunda metade do Couture (1998) tem como premissa a necessi-
século XIX, franceses formularam o princípio do dade de mudança do objeto da Arquivística
respect des fonds (1) (1841), mais tarde refor- como condição para que esta se transforme em
mulado pelos estudiosos alemães e holandeses uma ciência autônoma, no contexto de uma
como princípio da proveniência (2) (1874). Esse sociedade que é movida pela informação. Os
princípio básico talvez explique porque a Ar- referidos autores verificaram que um dos pro-
quivística permaneceu por muito tempo voltada blemas vivenciados pela Arquivística refere-se à
para os arquivos históricos ou permanentes. diversidade de abordagens, suscitando três
Porém, o referido princípio não descartava o visões: uma concepção unicamente administra-
tratamento documental nos arquivos correntes. tiva, voltada para o valor primário do documen-
to; uma postura tradicional que se preocupa

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exclusivamente com o valor secundário do do- é equacionar problemas teórico-metodológicos


cumento; ou, por último, uma concepção nova, com aplicação prática, particularmente, no que
integrada e global que tem como objetivo ocu- se refere à organização e representação das
par-se simultaneamente do valor primário e do informações, objetivando uma efetiva RI.
valor secundário do documento. Contudo, de-
Assim, influenciados pela tradição dos manuais
fendem uma Arquivística integrada.
clássicos a maioria dos estudos da Arquivística
A nova Arquivística integradora concebe como continua a focar no tratamento documental ape-
objeto a informação, ao mesmo tempo em que nas a organização e representação documental.
defende a gestão documental colocando-se Por sua vez, não conseguem visualizar que na
contrária a Arquivística tradicional, que desde sociedade pós-moderna a questão da RI deve
sempre, tem os arquivos e os documentos como ser relacionada aos usuários da informação,
objeto. Nesta concepção a informação é tida cuja problemática precisa ser equacionada pela
como estratégica no ambiente organizacional, Arquivística. Para tanto, salienta-se a necessi-
cujo acesso informacional contribui na tomada dade de um olhar atento para os estudos que
de decisões, na agilidade do processo produti- focam as abordagens que integram aspectos
vo, na melhoria da qualidade de produtos e humanos e tecnológicos desenvolvidos há
serviços e, conseqüentemente, torna-se um décadas pela CI no campo da RI.
fator decisivo para a competitividade.
2.2. Ciência da Informação
Considerando-se que a literatura arquivística
caracteriza-se pelas publicações de seus ma- A CI nasce no entremeio contraditório entre as
nuais, constata-se que a questão do objeto e do disciplinas sociais e tecnológicas e no espaço
método não é colocada pelos grandes tratados deixado por recortes já instituídos pela Bibliote-
da Arquivística clássica, dentre eles o Manual conomia e demais ciências sociais. Portanto,
dos arquivistas holandeses (Muller, Feith e surge ao lado de outras configurações temáticas
Fruin, 1898), o qual fornece os primeiros fun- datadas de 1950 em diante, tais como a do pro-
damentos das regras e dos métodos de trata- cessamento automático de dados, análise de
mento dos arquivos, tomando por base o positi- sistemas, cibernética, inteligência artificial, pes-
vismo clássico; o Manual of Archive adminstra- quisa operacional, psicologia cognitivista e ou-
tion (Jenkinson, 1922), proporcionando uma tras, todas consideradas ciências novas.
visão mais pragmática da área; e o Manual Ar-
chivinistca general: teoría e practica (Heredia Neste período, dois fatos marcaram a história
Herrera, 1991), que aborda os princípios, os da CI: o primeiro referente à publicação da obra
critérios e as normas fundamentais do tratamen- de Paul Otlet denominada Traité de Documenta-
to arquivístico, distinguindo arquivos administra- tion: le livre sur le livre - theorie et practic
tivos e históricos. Nessa perspectiva, os autores (1934), a qual lança os fundamentos episte-
da Arquivística voltam-se para os problemas de mológicos para o conceito da nova Ciência da
natureza prática, não descendo à essência da Documentação, de caráter universal, que em
disciplina e às causas de sua inserção no cam- 1958 seria denominada de Ciência da Informaç-
po da CI. ão e; o outro evento deve-se a publicação do
artigo As we may think, de Vannevar Bush
Entretanto, dentro desta nova concepção a Ar- (1945), no qual o referido autor delineia uma
quivística apresenta-se como sendo (Silva et al., proposta para o tratamento e uso da informação
2002, p. 211): em conformidade com as tecnologias da época,
uma ciência da informação social, que estuda o idealizando a máquina MEMEX (3). Na visão de
arquivo enquanto sistema (semi-) fechado, não a- Saracevic (1999, p. 1052), Bush tornou visível a
través de um dispositivo metodológico fragmentá- “explosão informacional” e a necessidade de
rio virado só para a componente funcional/serviço, “tornar acessível os acervos de conhecimento”.
isto é, transferência e recuperação da informação,
mas através de dispositivo coeso, retrospectivo e Naquele momento, governos do mundo inteiro
prospectivo, capaz de problematizar em torno de passam a apoiar projetos de cunho informacio-
leis formais, ou princípios gerais, [cuja] atividade nal tendo em vista que a ciência e a tecnologia
humana e social implica no processo informacional são estrategicamente importantes para o pro-
arquivístico cesso de desenvolvimento da sociedade capita-
Portanto, o novo paradigma para a Arquivística lista. Nos EUA, a National Science Foundation
deve evidenciar os aspectos humanos no bojo (NSF) de 1950 a 1958 - criou algumas ações
dos arquivos, uma vez que o mesmo é partici- governamentais visando estimular o intercâmbio
pante de um sistema intermediário de RI. Toda- entre cientistas do país e do exterior para pro-
via, entende-se que um dos grandes desafios mover a disseminação da informação científica
para a Arquivística na era da pós-modernidade

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e técnica de valor consistente para o interesse Para superar essa condição, desde o final dos
nacional. anos 80 os estudiosos passam a investigar a CI
sob o paradigma da complexidade, contextuali-
Em 1968, a American Documentation Institute
zando-a como uma ciência pós-moderna. Essa
(ADI) passou a ser denominada American So-
concepção vem sendo discutida nos estudos de
ciety of Information Science (ASIS). Nesse
Wersig e Windel (1985); Wersig (1993); Day
mesmo ano Harold Borko (4), publica o clássico
(2003); Robredo (2003) e Kobashi e Tálamo
artigo Information Science – Wat is it, no qual
(2003). De forma genérica, defendem que a CI
procura conceituar a CI, tornando-se um marco
deve ser contextualizada no período posterior a
histórico na área devido a sua profundidade
sociedade moderna, ou seja, concebida como
teórica.
uma ciência pós-moderna. Por sua vez, esse
No final dos anos 70, Belkin (1978) passa a status liberta a CI do modelo clássico de ciência
defender o conceito de “informação útil” relacio- com objeto e método único anteriormente acei-
nado à questão da RI. Para tanto, o referido to.
autor pauta-se na relevância e operacionalidade
Conforme essa nova concepção, o objeto e o
ao enfatizar a aplicabilidade da informação em
método são elementos sociais contextualizados
contextos específicos na CI, com intuito de pre-
dentro de fluxos de informação e de conheci-
ver dificuldades dos diversos usos da informaç-
mento, pois a CI apresenta-se como um campo
ão na perspectiva social da RI. Assim, após a
de estudo, pesquisa e aplicação relacionada
década de 70, a CI incorpora abordagens
com a informação, cuja amplitude em muito
humanas e sociais orientadas para a questão
ultrapassa seus limites pré-estabelecidos (Ro-
dos usuários.
bredo, 2003). Assim, este novo posicionamento
Para Ingwersen (1992) na década de 80, o acentua na CI uma natureza interdisciplinar, a
campo da CI enfatizou a possibilidade de coo- qual ampliou o foco das abordagens e implicou
peração entre a tecnologia e a esfera humana na adoção de métodos diferenciados. Sobre
no que tange a transferência da informação isto, Smit, Tálamo e Kobashi (2004) apontam
armazenada em vários meios. Consequente- que a abordagem do objeto da CI é interdiscipli-
mente, o referido autor apontou como tendên- nar, uma vez que esta é uma imposição das
cias da CI para os anos 90 o foco na transfor- problemáticas abordadas.
mação da informação em conhecimento, bem
Assim, considera-se importante frisar que a CI
como previu o renascimento dos modelos mais
constitui um campo específico do conhecimento.
sólidos de RI capazes de promover o acesso
Nesta vertente, a mesma não possui um único
adequado à informação potencialmente relevan-
objeto, mas problemas informacionais dentro de
te. A partir deste escopo, as questões voltadas
um contexto social, político, cultural e social
ao acesso e uso da informação deixam de se-
amplo e complexo que necessita ser investigado
rem tratadas separadamente.
a partir de questões apresentadas pela ciência e
Ao longo da história, a construção do campo pela sociedade.
científico da CI vem se defrontando com pro-
Portanto, há uma nova orientação para as pes-
blemas, sobretudo, de natureza conceitual rela-
quisas em CI no quadro do conhecimento da
tiva à pesquisa básica e aplicada. Neste senti-
sociedade pós-moderna assinalada pela des-
do, a questão do objeto e do método por muito
personalização, fragmentação, confiabilidade e
tempo perpassou essas questões de forma que
racionalização do conhecimento (Kobashi;
muitas discussões caminharam no sentido de
Tálamo, 2003). Contudo, acredita-se que o pa-
verificar a identidade da CI, conforme o padrão
radigma da informação é conhecimento para a
de cientificidade ocidental instituído depois do
ação e, que o papel da CI é auxiliar os atores
século XVII e consolidado no século XIX. Tais
sociais que necessitam do acesso e uso da
posturas fizeram com que, “a ciência da infor-
informação (Wersig, 1993).
mação nunca atinge a categoria de ciência,
porque as características de ciência estão au-
sentes: objeto único, método único” (Wersig, 3. A esfera interdisciplinar entre
1991 apud Robredo, 2003). Arquivística e Ciência da Informação:
algumas contextualizações
Desse modo, por mais de quatro décadas os
cientistas da informação delimitaram o objeto da A CI apresenta-se como sendo dinâmica, instá-
CI como sendo informação registrada passível vel e potencialmente catalisadora dos estudos
de ser transmitida. Certamente, esses fatos sobre fenômenos informacionais, cujo objetivo é
contribuíram para a crise de identidade da CI, compreender as relações humanas mediadas
principalmente em relação ao seu caráter de pela informação e os desdobramentos dessa
cientificidade. ação considerando todas as suas configurações

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fenomenais, suas qualidades, características e A interdisciplinaridade é um marco das Ciências


singularidades. Para tanto, torna-se impres- Sociais e Humanidades, sendo componente da
cindível compreender, do ponto de vista do su- maioria das Ciências que emergiram a partir dos
jeito, os aspectos sociais e técnicos envolvidos anos 1940. De acordo com Domingues (2005),
na ação de produzir, sistematizar, organizar, as pesquisas interdisciplinares apresentam dois
disseminar e recuperar a informação, uma vez aspectos: a aproximação de campos disciplina-
que a mesma é sustentada por fundamentos res diferentes para a solução de problemas
teóricos e metodológicos, processos, manifes- específicos, e o compartilhamento de metodolo-
tações culturais, sociais e organizacionais. gias visando equacionar os problemas específi-
cos de cada área. Assim, a interdisciplinaridade
Outrossim, uma das propostas da área é a
refere-se à aproximação de distintos campos
abordagem científica dos fenômenos que envol-
disciplinares para a solução de problemas es-
vem a “noção de informação” ocorrendo, para
pecíficos.
tanto, um diálogo entre as várias áreas do con-
hecimento que trabalham efetivamente com o Muitas vezes se confunde interdisciplinaridade
conhecimento da informação e seus registros, com a mera incorporação de conceitos, teorias
as necessidades e os usos da informação em e métodos de uma disciplina para outra. Porém,
seus contextos sociais, institucionais e indivi- deve-se colocar em foco que esse percurso não
duais, bem como com a comunicação humana. caracteriza a interdisciplinaridade, no máximo a
potencializa, sugere sua necessidade, oferece
As bases conceituais da CI apontam que a área
as condições necessárias ao seu aparecimento,
dedica-se à investigação científica em torno da
que só se concretizará a partir do diálogo con-
informação registrada buscando sanar as possí-
creto entre as disciplinas.
veis necessidades informacionais, sobretudo
dos indivíduos, instituições e sociedade. Porém, Segundo Barreto (2004), a interdisciplinaridade
Popper (1972) salienta que a CI não estuda no cenário atual tem sido usada para introduzir,
assuntos, mas sim os problemas, os quais, no de maneira vaga e circunscrita num certo autori-
seu entendimento, devem atravessar os limites tarismo acadêmico, as soluções mal arrumadas
de qualquer assunto ou disciplina. Portanto, a CI para os problemas centrados nas dificuldades
como qualquer outro campo, é definida pelos teóricas, metodológicas e práticas de uma área.
problemas que apresenta e pelos métodos que Nesta problemática, busca-se preencher as
escolhe para resolvê-los (Saracevic, 1996). lacunas teóricas com arcabouços prontos de
outras áreas originando, por vezes, o apareci-
Assim, acredita-se que a CI caracteriza-se como
mento de novas lacunas.
um campo do conhecimento que estuda a in-
formação registrada e alicerçada no bojo social. Contudo, concorda-se com a visão de Mostafa
Neste sentido, seus processos requerem a con- (1996) ao pontuar que o campo da CI é contra-
solidação de diálogos interdisciplinares, nos ditório na medida em que nega as suas demar-
quais a mediação, a formação e a interação cações embrionárias. Ao mesmo tempo em que
informacional sejam evidenciadas, a fim de ser a área se aprofunda em determinadas questões
possível compreender o modo como os sujeitos e busca resolver algumas contradições, lacunas
e informações se articulam. permanecem abertas, uma vez que toda demar-
cação é limitante.
A partir de uma das definições mais influentes
da área cunhada por Borko (1968, p. 1) obser- Portanto, para Palmade (1979) a interdisciplina-
va-se à abrangência de disciplinas relacionadas ridade não pode ser apenas uma simples e rasa
à CI, enquanto um: transferência de problemas, conceitos e méto-
dos de uma disciplina para outra, mas deve
campo devotado à investigação científica e prática
profissional que trata dos problemas de efetiva proporcionar uma integração interna e concei-
comunicação de conhecimentos e de registros do tual que rompe a estrutura de cada disciplina
conhecimento entre seres humanos, no contexto para construir uma axiomática nova e comum a
de usos e necessidades sociais, institucionais e/ou todas elas com o fim de dar uma visão unitária
individuais de informação. de uma determinada área do saber.
Portanto, entende-se que a CI em seu escopo Desse modo, a interdisciplinaridade na CI oco-
compreende a investigação em diversas áreas rre por duas razões, uma interna e outra exter-
como: a Biblioteconomia, Arquivística, Museolo- na. A primeira está relacionada ao movimento
gia, Comunicação Social, Lingüística, Psicolo- epistemológico interno, oriundo de problemas
gia, Ciência Cognitiva e Computacional, dentre da área que não são respondidos por construtos
outras tantas. Todavia, tais áreas podem e de- ou abordagens de uma única disciplina. A se-
vem manter um relacionamento ativo com a CI, gunda tem origem nas diferentes formações e
a partir da esfera interdisciplinar.

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conhecimento dos especialistas da área (Sara- nação ou conscientização, sucesso ou fracasso,


cevic, 1999). desenvolvimento ou estagnação, conforme seja
ela transmitida e utilizada e para quem e como
Analisando o campo interdisciplinar da CI, per-
seja direcionada (Machado, 2000). Consequen-
cebe-se que os estudos e pesquisas que tratam
temente, a informação deve caminhar ao lado
sobre a interdisciplinaridade acabam por recon-
do homem na construção da cidadania.
hecer que (Pinheiro, 1999).
No panorama mostrado acima, a informação
a Ciência da Informação incorpora muito mais con-
tribuições de outras áreas, do que transfere para sempre foi fundamental para qualquer socieda-
essas um corpo de conhecimentos gerados dentro de, independente de seu contexto histórico. O
de si mesma. que se percebe neste entremeio é a constante
modificação no papel e na relevância da infor-
Considerando-se que existem aproximadamente mação em um dado contexto (Saracevic, 1999).
cerca de 40 campos nos quais a informação A partir desta realidade, faz-se cada vez mais
desempenha um papel estratégico, mas não é eminente que os profissionais da informação
objeto de estudo, a Arquivística insere-se ativa- assegurem e façam valer o cunho social de
mente nesse cenário interdisciplinar da CI ao suas áreas de atuação, pois o ato de transmitir
trabalhar com os suportes informacionais visan- informação para aqueles que dela necessitam é
do sua preservação e disseminação (Machlup; uma responsabilidade social, a qual reflete o
Mansfield, 1983, apud Pinheiro, 1997). verdadeiro fundamento da CI, bem como de
Desde a Revolução Francesa o modelo ar- suas áreas afins como a Arquivística.
quivístico vigente que está voltado principalmen- Nessa perspectiva, Silva et. al (2002) propõem
te à conservação do patrimônio documental é que o novo paradigma para a Arquivística deva
questionado pela abordagem arquivística pós- caracterizar-se pela teoria sistêmica, no qual o
moderna ou pós-custodial, que vem sendo arquivo é visto como um sistema de informação
construída nas últimas décadas. Todavia, os social em que a estrutura, a função e a memória
novos estudos procuram definir a Arquivística são definidoras dos possíveis tipos de arquivos.
como disciplina autônoma, a qual apresenta um Nesta mesma linha de pensamento, González
bojo interdisciplinar pertinente, principalmente de Gómez (1990, p. 118) aponta que o arquivo
com a CI. é um participante e representante de um “Sis-
Diante desta nova perspectiva, Gagnon-Arguin tema formal intermediário de Recuperação da
(1992) recorre à concepção da Organização das Informação”. Conforme a autora um dos desa-
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a fios consiste em investigar tais sistemas sob o
Cultura (UNESCO), quanto às relações entre a ponto de vista dos fatores externos como as
CI, a Biblioteconomia e a Arquivística, segundo condições culturais, históricas e sociais para
a qual, os três domínios possuem o mesmo perceber o “universo da ação, do conhecimento
objeto (a informação registrada num suporte), e do discurso social”.
embora de forma distinta. Tendo em vista que Belkin (1978) defende a
Assim, mesmo que o domínio da Arquivística necessidade de um auto-conhecimento da CI
esteja definido, com fundamentos teóricos dis- com intuito de ultrapassar a visão reducionista e
tintos que se aplicam ao tratamento de conjun- adequar essa disciplina aos modelos tradicio-
tos documentais, acredita-se que a área, apesar nais da ciência, propõe os atributos pautados na
dos avanços científicos deva reconhecer a ne- relevância e na operacionalidade, os quais se
cessidade de discussões em torno da RI em relacionam à RI quanto a três aspectos: meto-
suas bases conceituais. Para tanto, a Arquivísti- dológicos, comportamentais e conceituais. O
ca deve buscar uma ativa aproximação com a referido autor enfatiza a importância da aplicabi-
CI a fim de atender a demanda informacional da lidade da informação em um contexto específico
sociedade pós-moderna, por meio de um diálo- para a CI e, ao mesmo tempo aponta a dificul-
go permanente. dade de se prever os efeitos individuais dos
diversos usos da informação na perspectiva
4. A recuperação da informação como social da RI.
contribuição da Ciência da Informação Por sua vez, a RI enquanto um dos focos da CI
para a Arquivística: um olhar para a faz-se presente no desenvolvimento de especia-
responsabilidade social lidades como a Bibliometria, Estudo de Usuário
e Comunicação Científica. Entretanto, a partir
A informação no cenário da sociedade pós- de uma visão mais profunda exposta por Sara-
moderna configura-se como um instrumento cevic (1996) tem-se a RI como o núcleo da CI,
transformador de libertação ou dominação, alie- uma vez que a RI insere-se na área como uma

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tentativa de solucionar o problema da explosão derando-se que nenhuma ciência pode ser ana-
informacional com vistas a assegurar o seu lisada isoladamente, mas deve ser vista dentro
papel social. Na visão do autor, a RI engloba os de um processo interacional.
aspectos intelectuais da descrição de informaç-
No anseio pela interdisciplinaridade, as áreas do
ões e suas especificidades para a busca, indo
conhecimento devem se ater ao fato de que a
além dos sistemas, técnicas ou máquinas em-
ação ou ato interdisciplinar não pode simples-
pregados para o desempenho da operação.
mente enfatizar as teorias e conceitos de um
Alguns estudiosos da CI, dentre eles Belkin campo/área e a partir deles formar um novo
(1978), Saracevic (1996) e Capurro (2003) de- conhecimento em outro campo/área. Torna-se
fendem que a RI, assim como a aquisição, pro- imprescindível, a partir das discussões e reflex-
dução, armazenamento, tratamento e organi- ões ora expostas, que este transporte de idéias
zação seria uma atribuição de interesse dos e métodos respeite as características existentes
profissionais de informação. A participação dos e manifestadas da área que empresta, uma vez
cientistas da informação em RI baseia-se na que o estabelecimento de um canal formal de
linha histórica da Biblioteconomia. Entretanto, comunicação e de relações entre as áreas será
Svenonius (2000) reconhece a emergência de o nicho necessário ao seu desenvolvimento e
outras entidades. sustentabilidade enquanto ciência.
No tocante à Arquivística, Taylor (2003) observa Contudo, entende-se que este novo cenário
que a organização dos documentos de arquivo abre precedentes para o surgimento de outros
obedece aos Princípios da Proveniência e do paradigmas e diretrizes entre a Arquivística e a
Respeito à Ordem Original e destaca que um CI, visando a uma maior fundamentação dos
movimento significativo de padronização da corpos teóricos e delineamento de seus horizon-
descrição arquivística vem se intensificando nos tes científicos, os quais se encontram em cons-
últimos anos, em função do crescimento das trução. Neste sentido, acredita-se que a delimi-
pesquisas que utilizam a fonte arquivística. As- tação do escopo de abrangência da Arquivística
sim, a descrição arquivística, materializada nos em relação a CI suscitará a aproximação das
instrumentos próprios de pesquisa, insere-se áreas e, conseqüentemente, contribuirá para um
num contexto mais amplo que é o do papel so- fortalecimento teórico-conceitual de seus cam-
cial dos arquivos, o qual vai ao encontro da pos científicos.
proposta social da CI.
Salienta-se que a Arquivística enquanto área do
Diante do exposto, assinala que a utilização das conhecimento possui seu próprio domínio, com
normas de descrição viabiliza, no âmbito ar- fundamentos teóricos distintos que se aplicam
quivístico, o acesso a documentos como “pro- ao tratamento documental. No entanto, torna-se
vas de ação” e a construção dos instrumentos importante reconhecer que apesar dos avanços,
de pesquisa, os quais concretizam a recuperaç- os estudiosos da Arquivística precisam urgen-
ão dos documentos e das informações neles temente refletir sobre a questão da RI, com
contidas (Duranti, 1994). vistas a um efetivo acesso e uso da informação
na sociedade pós-moderna. Para tanto, salien-
Considerando-se que o foco da CI refere-se à
ta-se a necessidade de se manter um diálogo
“informação como um fenômeno inscrito na
permanente com a CI.
realidade humana e social”, tal objeto coincide
com o da Arquivística, o qual consiste num con- Neste sentido, as sociedades pós-modernas
junto documental produzido e acumulado, ou requerem uma nova postura de estudiosos e
seja, a informação resultante das atividades do profissionais da Arquivística e da CI. Por isso é
homem em sociedade (Silva et al., 2002, p. 31). preciso ir além das fronteiras estáticas, de modo
Portanto, ao considerar as relações entre a Ar- que possibilite um ‘novo olhar’ sobre o docu-
quivística e a CI no contexto social e a infor- mento enquanto objeto tangível e intangível,
mação enquanto objeto de interesse, a preocu- dentro de um contexto social, político e cultural
pação acerca da RI é comum na concepção das mais amplo, fruto das relações sociais entre os
duas áreas. homens no processo de produção e reprodução
do conhecimento. Só assim, a Arquivística e a
5. Considerações finais CI cumprirão o seu papel social, ao mesmo
tempo em que ganharão status e visibilidade
Para compreender uma ciência torna-se ne- perante a sociedade.
cessário, ainda que de forma breve, voltar às
suas origens e buscar a essência, visando a um Os esforços de cientistas e profissionais da
efetivo entendimento de sua relação interna, informação que investigam a pesquisa básica e
com outras ciências e com a sociedade, consi- aplicada na Arquivística e na CI são necessários
na atual sociedade, complexa e pluralista, na

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e Ciência da Informação na sociedade pós-moderna. // Ibersid. (2009) 281-289. ISSN 1888-0967.
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Portanto, tentou-se neste trabalho, de forma Heredia Herera, A. (1991). Archivística general teoría y
resumida, relacionar a interface existente entre práctica. 5. ed. Sevilla: Diputación Provincial de Sevilla,
a Arquivística e a CI a partir das contribuições 1991.
da RI. Considera-se, porém, que outros estudos Ingwersen, P. (1992). Conceptions of Information Science. //
devem ser realizados com base nessa perspec- Vakari, P.; Conin, B. (eds.). Conceptions of Library and
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tiva objetivando um maior aprofundamento des- perspectives. London: Taylor, 1992. p. 299-312.
ta relação.
Jenkinson, H. (1937). A manual of archive administration.
[1922] 2 ed. London, 1937.
Notas Lopes, L. C. (1998). A imagem e a sombra da arquivística.
Rio de Janeiro: Arquivo Público, 1998.
(1) No ano de 1841, foi formulado na França o princí-
Kobashi, Y.; Tálamo, M. F G. M. (2003). Informação: fenô-
pio do respect des fonds, segundo o qual deve-se meno e objeto de estudo da sociedade contemporânea.
agrupar os documentos oficiais de acordo com a // Transinformação. 15 (set./dez., 2003) 7- 21.
natureza das instituições públicas que o acumula-
Mostafa, S. P. (1996). Ciência da informação: uma ciência,
ram. uma revista. // Ciência da Informação. 25:03,
(2) De acordo com esse princípio os documentos de 1996.Muller, Feith; Fruin, R. (1940). Manual for the ar-
rangement and description of archives. Trad. Arthur H.
cada órgão devem ser mantidos, no arquivo de Leavitt. New York, 1940.
custódia, na ordem dada pelo serviço de registro
Otlet, P. (1934). Traité de Documentation: Le livre sur le livre
do órgão e não devem ser reorganizados por gru-
– Théorie et pratique. Bruxelles: Editions Mundaneum,
pos de assuntos. 1934. 411 p.
(3) O MEMEX teria capacidade de “associar idéias” e Palmade, G. (1979). Interdisciplinaridade e ideologias.
promoveria a duplicação dos “processos mentais Madrid: Narcea, 1979.Pinheiro, L. V. R. (1997). A Ciên-
artificialmente”. Apesar do Memex nunca ter sido cia da Informação entre sobra e luz: domínio epistemo-
construído, as idéias de Bush foram importantes lógico e campo interdisciplinar. Rio de Janeiro, U-
FRJ/ECO, 1997. Tese (Comunicação e Cultura). Orien-
para a criação da Ciência da Informação (Sarace- tadora: Gilda Braga.Pinheiro, L. V. R. (1999). Campo in-
vic, 1999, p. 1052). terdisciplinar da ciência da informação : fronteiras remo-
(4) Artigo publicado com base na concepção de Ciên- tas e recentes. // Pinheiro, L. V. R. Ciência da Informa-
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