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MANUAL PARA TRADUTORES ,

PREPARADORES DE O RIGINAIS
E
REVISORES DA E DITORA R OCCO

EDIÇÃO ATUALIZADA

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NOTA DA EDITORA PARA TRADUTORES,
PREPARADORES DE ORIGINAIS E REVISORES

Embora este manual pretenda ser o mais abrangente possível, é


imprescindível a consulta a dicionários e gramáticas sempre que
necessário. Apenas dessa forma podemos assegurar a qualidade
de nossas publicações.

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“Minha única sabedoria consiste em recorrer sempre ao dicionário.”
– CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

“Tenha pena dos leitores.”


– KURT VONNEGUT

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SUMÁRIO

Maiúsculas e minúsculas........................................................................................... 9
Numerais ..................................................................................................................... 13
Medidas ....................................................................................................................... 15
Siglas e acrônimos ..................................................................................................... 17
Remissões ................................................................................................................... 18
Pontuação ................................................................................................................... 20
Citações ....................................................................................................................... 23
Nomes de pessoas ..................................................................................................... 24
Topônimos estrangeiros ........................................................................................... 26
Destaques.................................................................................................................... 27
Sumário, prefácio e bibliografia .............................................................................. 29

APÊNDICE I
O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ..................................................... 30

APÊNDICE II
Algumas recomendações e dicas ............................................................................ 35
Concordância verbal – casos particulares ............................................................. 38
Falsos amigos em inglês ........................................................................................... 39
Os cem erros mais comuns ..................................................................................... 41
Padrão de lauda da Rocco ........................................................................................ 56

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MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS

Maiúscula Minúscula

Eras, períodos e épocas geológicos Cargos como presidente, governador,


devem ser grafados com maiúsculas: ministro, general etc., bem como
Mesozoico (mas era mesozoica), títulos como dom, dona, papa, duque,
Quaternário (mas período quaterná- lorde, sir figurarão em minúscula.
rio), Plioceno (mas época pliocena).
Assim também os períodos históricos: Disciplinas e ciências também aparecem
Antiguidade, Idade Média. em minúscula: neurobiologia, espele-
ologia, ciências humanas. Idem os
Títulos de obras têm inicial maiúscula movimentos e escolas intelectuais e artísticos:
apenas na primeira palavra (e nos realismo, impressionismo, barroco.
nomes próprios, é claro). Assim: Um
homem por inteiro, Laços de família. Os Religiões, correntes e escolas de pensamento,
títulos de obras devem seguir as doutrinas: catolicismo, nazismo,
convenções das línguas em que estão comunismo.
grafadas. Em inglês, a primeira letra
de cada palavra deve vir em caixa alta: Nome de povos e grupos (étnicos,
Are We Unique? Em francês, utiliza-se políticos, religiosos etc.): xavantes,
um critério misto. Quando a primeira bororos, hunos, tenentes, socialistas,
palavra for um artigo, a segunda mencheviques, negros etc.
também leva caixa alta; do contrário
só a primeira vai em caixa alta. Ex: La
Nausée, Empire des signes. Em alemão,
são grafados com maiúscula os
substantivos presentes no título: Zur
Genealogie der Moral.

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Títulos de periódicos têm inicial Quando se tratar do nome próprio do
maiúscula em todas as palavras: La país, as indicações de divisão em função
Recherche, Science, Veja, Jornal do Brasil. dos pontos cardeais virão em minús-
culas: África oriental, Rússia asiática.
Os acidentes geográficos só levam No entanto, temos consagrados pelo
maiúscula nos nomes próprios: mar uso: Sudeste Asiático, Hemisfério
Báltico, ilha de Paquetá, montes Norte, Polo Sul, Cone Sul, Leste
Apeninos. Nomes consagrados como Europeu.
Mar Vermelho, Ilha Grande e Ilha do
Governador ficam em maiúscula. São sempre em minúscula os designati-
Idem para os nomes de logradouros: vos de divisão política: estado, muni-
avenida Nossa Senhora de Copaca- cípio, cidade, distrito, vila etc; única
bana, largo dos Leões, e o mesmo em exceção: Distrito Federal.
nome de prédios: palácio do Catete,
igreja da Candelária. É bom lembrar: Quando se indica a
instituição, ainda que especificamente,
A palavra igreja no sentido de conjunto apenas pelo substantivo comum que
de instituição ou de catolicismo, designa sua espécie, usa-se minúscula.
protestantismo etc. é escrita com Assim: “É funcionário do Ministério
maiúscula: Igreja Adventista, Igreja da Fazenda. Diariamente, no ministé-
Metodista etc. rio...”, ou: “Filiou-se ao Partido Verde.
Acreditava que o partido...”
São em maiúsculas os três poderes
(Executivo, Legislativo, Judiciário, bem Conceitos como universo, cosmos,
como Poder Executivo etc.). natureza e sistema solar devem vir em
minúsculas.
Também com maiúsculas nomes de
instituições. Exemplos: União (no Nomes dos dias da semana, dos meses,
sentido de poder central); República, das estações: em minúsculas.
quando substitui Brasil (os poderes da
República, o presidente da República)
e Estado (conjunto dos poderes
políticos de uma nação). O mesmo
com Império, Reinado etc.

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São em maiúsculas os nomes de datas,
feriados e festas religiosas e populares:
Primeiro de Maio, Dia do Trabalho,
Sete de Setembro, Yom Kippur, Dia
da Bandeira, Carnaval, Natal, Páscoa.
As Forças Armadas devem vir em
maiúsculas: Exército, Marinha e
Aeronáutica. As armas, porém,
escrevem-se com minúsculas: infantaria,
artilharia, cavalaria.

Escrevem-se com maiúsculas os nomes


de leis, decretos, instruções, atos e
emendas (Lei de Informática) ou sua
numeração: Instrução 202 da Sumoc,
Ato Institucional no 5. As subdivisões
(artigo, inciso, parágrafo) vêm em
minúscula.

São em maiúscula: os nomes de instituições


e empresas (Colégio Militar, Lojas
Americanas); departamentos administrati-
vos, entidades oficiais, partidos políticos
(Fundação Pró-Memória, Partido dos
Trabalhadores etc.).

Em inglês grafam-se com inicial


maiúscula adjetivos gentílicos (Brazilian,
French), nome de meses (January,
November), nome de dias da semana
(Tuesday, Wednesday) e religiões
(Protestantism). Em títulos, citações ou
transcrições, respeitar esta convenção.

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Os próprios pontos cardeais, quando escritos por extenso, figurarão com inicial
minúscula: O navio seguia para o norte. Excetua-se a indicação de região: o Oeste
dos EUA, o Nordeste do Brasil. Na forma abreviada, virão com maiúscula sem
ponto: N (norte); S (sul).

Episódios históricos importantes devem figurar sempre com inicial maiúscula:


Revolução Chinesa, Renascença, Reforma, Guerra da Coreia. Se a referência for
feita de forma não usual, utilizam-se minúsculas. Assim: movimento militar de
março de 1964, conflito coreano etc.

São em maiúsculas os nomes das instituições que compõem os poderes da nação:


Senado, Assembleia Constituinte, Gabinete Civil da Presidência da República.
As mesmas palavras, quando não designam instituições específicas, têm valor
substantivo comum, sendo portanto escritas com minúsculas: “Nos países europeus
o senado é...”, “Propôs a convocação de uma assembleia constituinte...”

Ao usar a palavra sol, comece com minúscula quando se referir à ideia de luz ou dia
(ex.: O sol estava forte no domingo.). Mas grafe-a com maiúscula quando se referir
ao corpo celeste (ex.: O astrônomo previu um desvio da órbita da Terra em
torno do Sol.).

Quando se referir ao elemento da paisagem ou à luz do satélite, use lua em minúscula


(ex.: A lua cheia oferecia um belo espetáculo.). Comece com maiúscula quando se
referir ao próprio satélite natural da Terra como corpo celeste (ex.: Os astronautas
da Apolo 11 foram os primeiros a pousar na Lua.).

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NUMERAIS

FICÇÃO
Em traduções de obras de ficção deve-se seguir o original quanto aos
numerais. Se estiverem grafados por extenso, mantenha desta forma.

NÃO-FICÇÃO
• de um a dez e de primeiro a décimo por extenso e a partir daí em algarismos,
com exceção dos números redondos (vinte, trinta, mil, vigésimo, trigésimo,
milésimo).
• para as unidades de milhar a partir de 2 mil, escreve-se o(s) algarismo(s) seguido(s)
da palavra que designa a ordem de grandeza. Ex: O apartamento custou 20
milhões de dólares. Havia 1,5 milhão de pessoas sem emprego no país.

Quando vierem acompanhados de unidades de peso, medida ou indicarem


percentual, todos os numerais devem ser grafados em algarismos. Assim, 10
quilômetros, 200 litros, 25%.

ATENÇÃO:
Grafe sempre as percentagens com algarismos e seu respectivo símbolo: 1%,
70%, 100%.

Algarismos romanos
Serão usados nos seguintes casos:
séculos: século XVIII
reis, imperadores, papas: Eduardo III, João XXIII
conclaves, reuniões, congressos etc. que se repetem periodicamente: X Salão Nacional de
Artes Plásticas. (Isto não se aplica a fenômenos que não sejam periódicos; assim,
teremos Segunda Guerra Mundial.)

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divisões das Forças Armadas: I Exército, II Zona Aérea. As subdivisões, no entanto,
virão em arábico. Assim, 4a Divisão de Blindados do II Exército.

Frações
As frações serão grafadas por extenso quando dispensarem a expressão avos.
Assim, dois quintos, oito décimos. Nos outros casos, grafar com algarismos:
1/13, 1/18, 2/25.

Décadas e anos
A convenção adotada é a que predomina nas editoras: década de 1930, década de
1950. Isso vale também para anos 1930, anos 1950. Atenção quando se referir a
século XX: não utilize mais “nosso século” ou “neste século”.

Horas
Para grafar horas inteiras utilize o critério dos numerais: por extenso até dez
(inclusive) e vinte horas. Assim: à zero hora, até às quatro, depois das 16 horas,
até às vinte horas.
Quando a indicação de horas contiver minutos, grafe desta maneira: 3:40, 22:30,
12:20, tanto em ficção quanto em não-ficção.

Atenção:
Quando se tratar de transcurso de tempo, não deixar coisas do gênero “a sessão
durou 2:15h”. Assim: “a sessão durou duas horas e 15 minutos”.

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MEDIDAS

Se medidas (como quilômetros) se repetem muito no texto, use a abreviatura


oficial, sem espaço. Assim: 2km, 17ha, 200t. Nunca, porém, abrevie litro, para
evitar confusão com o algarismo 1.

As medidas de comprimento, massa, velocidade, energia, volume e área deverão


ser convertidas para o Sistema Internacional (sistema métrico).

As abreviaturas devem ser evitadas em obras de ficção.

Tabela de conversão

Multiplique para obter o


o número de por equivalente em

Medidas de área
Acres 0,4047 Hectares
Jardas quadradas 0,8361 Metros quadrados
Milhas quadradas 2,5899 Quilômetros quadrados
Pés quadrados 0,0929 Metros quadrados
Polegadas quadradas 6,4516 Centímetros quadrados
Alqueire mineiro 4,84 Hectares
Alqueire paulista 2,42 Hectares

Medidas de comprimento
Jardas 0,9144 Metros
Milhas 1,6093 Quilômetros
Milhas náuticas 1,852 Quilômetros

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Pés 0,3048 Metros
Polegadas 2,54 Centímetros

Medidas de peso
Libras 0,4535 Quilos
Onças 28,3495 Gramas
Onças troy 31,1034 Gramas

Medidas de capacidade
Barris de petróleo 1 158,9873 Litros
Galões americanos 3,7854 Litros
Galões britânicos 4,546 Litros

1
O barril de petróleo equivale a 42 galões americanos.

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SIGLAS E ACRÔNIMOS

Não devem aparecer, nos livros, siglas não decifradas. O título completo da
instituição ou órgão deve vir por extenso, seguido da sigla entre parênteses. Caso
a instituição volte a ser mencionada, basta usar a sigla.

A regra geral é: até três letras, toda a sigla é grafada com Caixa Alta (Organização
Não-Governamental, ONG; Pontifícia Universidade Católica, PUC; Central Única
dos Trabalhadores, CUT). A partir de quatro letras, usar Caixa Alta e caixa baixa
se as iniciais formarem uma palavra, que recebe o nome de acrônimo: Universidade
Estadual do Rio de Janeiro, Uerj; Universidade Metodista de Piracicaba, Unimep;
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa; Petróleo do Brasil,
Petrobras; Companhia Municipal de Limpeza Urbana, Comlurb.

As siglas dos estados brasileiros só aparecerão (e sempre entre parênteses) após o


nome de uma localidade que se queira situar – e em geral é conveniente fazê-lo na
primeira vez em que aparece no livro: Santa Bárbara (MG), serra do Caraça (MG).

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REMISSÕES

Notas
A chamada das notas será indicada pela colocação de número ou asterisco um
pouco acima da linha. Caso a chamada esteja junto a aspas ou sinal de pontuação,
estes serão colocados antes.

Alguns autores usam um critério misto, combinando notas numeradas (sempre


com referências bibliográficas) e notas indicadas com asteriscos (as quais podem
trazer elementos que detalhem, complementem ou comentem o texto).

Notas de tradutor, revisor técnico ou editor


Serão indicadas no corpo do texto por asteriscos e seguem o mesmo padrão das
remissivas: se estiverem junto a aspas ou sinal de pontuação, estas virão antes do
asterisco.

Ao final de cada nota, deverá vir uma indicação:


(N. do T. ou N. da T.), (N. do E. ou N. da E.), (N. do R.T. ou N. da R.T.)
ou (N. do P.O. ou N. da P.O.).

Referências
Em obras de ficção ou não-ficção, é imprescindível que os títulos de obras
(literárias, cinematográficas e dramatúrgicas) em outras línguas sejam traduzidos
no corpo do texto caso exista uma tradução consagrada para o português. A
Internet é uma excelente fonte de consulta. É possível conferir a existência de
tais traduções em sites como: Biblioteca Nacional (www.bn.br), Livraria Cultura
(www.livrariacultura.com.br), Wikipedia (www.wikipedia.pt) e IMDB
(www.imdb.com).

Obs.: As notas de tradutor ou revisor técnico devem conter informações realmente


relevantes.

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Figuras e tabelas
Nunca se usa nos textos coisas tais como “aqui entra a figura tal”. Se há uma
única ilustração, insere-se no lugar adequado, entre parênteses: (ver Figura); se for
uma única tabela, coloque: (ver Tabela).

No caso de muitas tabelas, o mais usual é denominá-las figuras. Se há muitas


figuras e tabelas, “batize” as tabelas de figura e numere por ordem de entrada no
texto, sem discriminar tabela e figura. A chamada é feita pondo-se, entre parênteses
(Figura 1), (Figura 2) etc.

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PONTUAÇÃO

Aspas

Quando um período abre e fecha com aspas, coloque-as depois do ponto final,
de interrogação ou exclamação:

“Valéria era a irmã maior. Sempre tomou conta dela. Hoje eu tenho de fazer
isto.”

Quando as aspas abrangem apenas parte do período, serão colocadas antes da


pontuação:

Para Whorf, a ilusão do significado “se enclausurou nas línguas indo-europeias


do Ocidente”.

Caso haja vírgula para pontuar o intervalo de fala ou raciocínio, a vírgula deve ser
colocada sempre depois das aspas ou do travessão:

“São uns porcos”, diria Lamia, uma garota da embaixada que eu conheceria no
dia seguinte.
– Na verdade – interveio o guia, um tanto sem graça –, o que se vê aqui é uma coroa
clássica da IV dinastia.

Quando a citação vier precedida de dois-pontos, indicando comentário de alguém,


as aspas virão depois da pontuação:

Um esquecido poeta espanhol, José Moreno Villa, dizia com graça melancólica:
“Descobri na simetria a raiz de muita iniquidade.”

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Em diálogos, quando a fala de um personagem ultrapassa um parágrafo, serão
abertas aspas a cada parágrafo, que só serão fechadas no final do trecho. Assim:

– Quando oramos para a estátua de Zeus, essa estátua, embora o contenha, como
tudo o mais que existe, não é o próprio deus, mas apenas uma ideia dele.
Naturalmente, como colegas sacerdotes, podíamos ser francos sobre esses
assuntos de adultos.
“Agora quero pedir que mantenham a paz nas cidades. Se não o fizerem, como
magistrado chefe eu os disciplinarei.”

Serão usadas aspas simples para indicar a ocorrência de aspas no interior de


transcrição/citação:

“Teria sido muito mais interessante se os versos ‘ali também há outro hóspede da
lua’ se referissem não a outro, mas a ti mesmo.”

As aspas não devem ser usadas em diálogos. Use travessão.

Travessão

É utilizado para indicar ligação ou movimento entre dois pontos: estrada Belém–
Brasília, ferrovia Manaus–Porto Velho. Neste caso, o travessão fica junto das
palavras: ponte rodoviária Curitiba–Porto Alegre e não Curitiba-Porto Alegre.

Em obras de ficção, o travessão é indicativo da mudança de interlocutores nos


diálogos:

– Malu, quando eu tiver meu segundo filho você quer ser a madrinha?
– Quero, claro! Ai, que emoção! Peraí, por que só do segundo? Quem vai ser
a madrinha do primeiro?
– A Nanda, ela pediu quando a gente tinha 9 anos.
– Fala sério, Alice!

(Thalita Rebouças, Fala sério, amiga!)

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Quando ocorre interferência do autor na fala de um personagem, utilizam-se
também travessões. Assim:

– Puxa – exclamei. – Talvez eu não devesse estar aqui.


– Ah, não se preocupe – responderam-me. – Eles só matam famílias inteiras.
(Margaret Atwood, O conto da aia)

ATENÇÃO:
Abrir linhas separadas para diálogo e narração:

– Imagino quem pode ser – disse J. Ward.

Havia algo de intrigado e nervoso na maneira como falou.

OU

– Imagino quem pode ser – disse J. Ward. Havia algo de intrigado e nervoso na
maneira como falou.

Parênteses
Sempre que o trecho entre parênteses vier depois de terminado um período, ele
se iniciará com letra maiúscula e a pontuação final ocorrerá antes do fechamento
dos parênteses. Observe o exemplo:

Os meios não são a mensagem: os meios são a sociedade. (Ademais, cada meio é,
por si mesmo, uma sociedade: assunto que hoje não posso desenvolver.)
(Octavio Paz, Convergências)

Quando o trecho entre parênteses se encontra inserido no período, ele se inicia com
letra minúscula e termina sem pontuação antes do fechamento dos parênteses. Assim:

Quando estive na Índia, me dei conta do etnocentrismo de Marx (limitação,


aliás, que não foi somente dele, mas de seu tempo).
(Octavio Paz, idem)

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CITAÇÕES

No corpo do texto a citação de outrem deverá vir entre aspas. Se, no entanto,
ultrapassar três linhas datilografadas, será colocada com recuo a partir da linha
seguinte.

Citações em outros idiomas que não o do original virão em redondo, mas serão
acompanhadas de tradução colocada entre colchetes, seguindo os mesmos critérios
do item “remissões” (citações de até três linhas e maiores do que esse padrão).

Nas citações em língua estrangeira a quebra de palavras deve obedecer as regras


da língua em questão. Exemplos: re.cap.itu.late, An.lage (os dicionários costumam
trazer). Quando não se souber corretamente onde a palavra quebra, o melhor é
colocá-la numa linha só, sem quebras, mesmo que isso signifique um
espacejamento maior ou menor do que o usual entre as palavras.

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NOMES DE PESSOAS

Nomes de personalidades brasileiras e portuguesas devem ser grafados


obedecendo-se à forma pela qual foram registradas: Gilberto Freyre, Affonso
Romano de Sant’Anna, Delfim Netto, Sérgio Britto. Em caso de obras em que
seja difícil verificar a grafia correta dos nomes, use a forma vernacular.

Nomes estrangeiros que devem ser traduzidos:


• papas, santos, reformadores religiosos, figuras notórias do clero e personagens
bíblicas: João XXIII, santo Agostinho, Martinho Lutero, Inácio de Loiola, Jacó.
• personagens da história e da mitologia greco-romanas: Júlio César, Marco
Antônio, Péricles, Plutarco, Dionísio, Ártemis.
• personagens históricas notórias: Napoleão, Joana D’Arc, Luís XV (mas, Elizabeth
I, Abraham Lincoln, Otto von Bismarck).

Nomes de família podem ou não ser flexionados. Assim: os Ribeiro ou os Ribeiros,


os Cousteau ou os Cousteaus, os Clinton ou os Clintons, os Bourbon ou os
Bourbons, mantendo uma das opções como padrão, do início ao fim do texto.

As preposições que integram sobrenomes estrangeiros virão em minúsculas


quando o nome vier completo. Assim: Vincent van Gogh, Lope de Vega, Gabriele
d’Annunzio. Mas, quando se escrever apenas o sobrenome, a primeira letra vai
em maiúscula: Van Gogh, De Vega, D’Annunzio.

No caso de transliteração de nomes em outro alfabeto que não o latino (russo,


chinês, árabe, japonês etc.), faça-o preferencialmente por meio do inglês e dos
sistemas oficiais adotados.

• russo: adotar o sistema de transliteração inglês (a maioria dos originais é de


língua inglesa) e utilizando no lugar de:

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zh = j Brezhnev = Brejnev
ch = tch Mikhailovich = Mikhailovitch
oe = oie Dostoevsky = Dostoiévski

Acentue os nomes de acordo com as normas do português:


Trótski, Lênin, Gógol.
Se não houver certeza sobre a sílaba tônica, não se deve marcar nenhum acento.
Alguns nomes russos se consagraram por outra transliteração. Assim, mantenha
Rachmaninoff, Gurdjieff.

• chinês: para o chinês existe uma transliteração oficial denominada Pinyian (em
vigor desde 1979), que a editora providenciará em caso de excesso de nomes
nessa língua. Porém, nomes consagrados na grafia Wade-Giles (a anterior) devem
permanecer: Mao Tsé-tung, Chu En-lai, Chiang Kai-shek.

Nomes em outras línguas de alfabetos não-latinos são raros e sua grafia será
decidida pela editora.

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TOPÔNIMOS ESTRANGEIROS

De maneira geral, aportuguesar os nomes dos países (Quênia, Uruguai, Dinamarca


(mas Sri Lanka).

As subdivisões dos países (províncias, estados, regiões) devem ser mantidas no


original, exceto as com grafia consagrada. Exemplos: Île-de-France, Maryland,
Avignon; mas: Provença (ou Provence), Filadélfia.

Os nomes de cidades também devem ser mantidos no original, com exceção das
capitais e das grafias consagradas pelo uso. Exemplos: Nova York, Nova Orleans,
Munique. Assim: Los Angeles, San Francisco, Louvain.

Mantenha-se atualizado em relação às novas divisões territoriais em nível mundial.

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DESTAQUES

Itálico

Usa-se itálico para destacar:


Títulos de livros, periódicos, peças teatrais, filmes, programas de rádio e televisão,
composições musicais clássicas em sua íntegra, pinturas, esculturas e discos:
A mão e a luva, Opinião, Veja, Assim é, se lhe parece, Paris, Texas, Balança mas não cai,
Casseta e Planeta urgente, Nona sinfonia, Os girassóis, Os burgueses de Calais, Gal fatal.

Nomes de embarcações: Queen Elizabeth, Titanic, Eugenio C.

Nomes científicos de animais, plantas e micro-organismos: Nasua nasua, Myosotis


alpestris, Staphylococcus. (Nomes científicos têm sempre o gênero com inicial
maiúscula e a espécie, minúscula.)

Palavras ou locuções em língua estrangeira, de maneira geral, devem vir em itálico.


Assim: manu militari, littérature engagée, in dubio pro reo, self-made man, comme il faut.

Não serão grifadas palavras e expressões estrangeiras de uso corrente como show,
short, know-how, jeans, jazz, rock, marketing.

ATENÇÃO:
Aportuguese sempre que houver um correspondente razoável. Prefira estresse a
stress, uísque a whisky, caubói a cowboy.

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Aspas

Usam-se aspas para destacar:


• Os títulos de elementos de livros (artigos, capítulos, partes, verbetes, prefácios);
trabalhos publicados em periódicos e obras coletivas (antologias, coletâneas);
teses, conferências e seminários; manchetes, reportagens e seções, suplementos
e cadernos especiais de jornais e revistas; contos e poemas; árias de óperas,
canções. Exemplos: o capítulo “O menino é pai do homem”, o verbete “Estados
Unidos”, a tese “A origem do prazer em Nietzsche”, o seminário “A fome no
Terceiro Mundo: alternativas”, as seções “Mais!”, “Segundo Caderno”,
“Ilustrada”, a manchete “Lula é reeleito”, o poema “E agora, José?”, a ária
“Allegro”, a canção “Feitiço da Vila”.

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SUMÁRIO, PREFÁCIO E BIBLIOGRAFIA

Livros de ficção e não-ficção devem ser estruturados da mesma forma que seu
respectivo original em língua estrangeira. Tradutor e preparador de originais devem
respeitar, reproduzir e conferir dedicatória, epígrafe, sumário, divisão de capítulos,
quebra de página, parágrafo ou seção etc.

A bibliografia deve constar sempre no final da obra e deve ser escrita conforme
as normas da ABNT.

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APÊNDICE I

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Resumimos neste apêndice as modificações introduzidas na ortografia da língua


portguesa pelo novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
É necessário adotar as novas regras em suas traduções, copidesques ou revisões.

Para consultas, recomendamos a edição preparada pelo Instituto Antonio Houaiss,


Escrevendo pela nova ortografia, e o livro A nova ortografia, do prof. Evanildo Bechara.

Além da reintrodução das letras k, w e y no alfabeto, as demais mudanças na


ortografia dizem respeito a sinais gráficos, acentos e emprego do hífen.

ACENTO DIFERENCIAL

NÃO SE USARÁ MAIS:

• pera (substantivo), para (verbo), pelo (substantivo) e polo (substantivo);

• para também perde o acento quando entra num composto:

Exemplos: para-brisa, para-choque, para-lama.

SÓ OCORRE EM DOIS CASOS:

• pôr (verbo) e por (preposição);

• pôde (pretérito perfeito do indicativo) e pode (presente do indicativo).

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TREMA

Não será mais usado em palavras portuguesas.

Exemplos: aguentar, consequência, cinquenta, frequência, eloquente, arguição

Obs.: Será mantido nos nomes próprios e derivados.


Exemplos: Müller, müllerianos

ACENTO AGUDO

NÃO SE USARÁ MAIS:

• Nos ditongos abertos ei e oi das palavras paroxítonas.


Exemplos: assembleia, ideia, boleia, heroica, jiboia, apoio, boia, paranoico.

Atenção:
destróier, Méier mantêm o acento porque são paroxítonas terminadas em r.

• Em i e u paroxítonas, precedidos de ditongo.


Exemplos: baiuca, boiuna, feiura, Bocaiuva.

• No u, precedido de g ou q, antes de e ou i, nas formas verbais rizotônicas.


Exemplos: argui, apazigue, averigue, enxague, oblique.

ACENTO CIRCUNFLEXO

NÃO SE USARÁ MAIS:

• Palavras terminadas em hiato oo.


Exemplos: enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo.

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Preto
• Nos hiatos ee nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do
subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados.
Exemplos: creem, deem, leem, veem.

HÍFEN

NÃO SE USARÁ MAIS:

• Quando o segundo elemento começar com s ou r, estas consoantes serão


duplicadas:
Exemplos: antessala, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirrival,
autorregulamentação, contrassenha, contrassenso, extrarregimento, extrassístole,
infrassom, infrarrenal, suprarrenal, suprassensível, ultrarromântico,
ultrassonografia, microrradiografia, microssistema, antissemita, contrarregra,
multissegmentado, pseudossigla, semirrígido, minissaia, antissemita, cosseno.

• Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com vogal


diferente:
Exemplos: autoafirmação, autoajuda, autoescola, autoestrada, contraindicação,
contraofensiva, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular,
intrauterina, neoexpressionista, neoimperialista, pseudoalucinação,
pseudoepígrafe, semiaberto, semiárido, semiobscuridade, semiembriagado,
supraocular, ultraelevado.

MANTER O HÍFEN

• Prefixos terminados por r, se a palavra seguinte for iniciada também por r:


Exemplos: hiper-realista, hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, inter-relação,
super-racional, super-realista.

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Preto
• Quando o primeiro elemento termina por vogal igual à que inicia o segundo
elemento:
Exemplos: anti-ibérico, anti-infeccioso, anti-imperialista, anti-inflamatório, arqui-
inteligente, auto-observação, contra-almirante, neo-ortodoxo, micro-onda, semi-
interno

ATENÇÃO:
os prefixos co, pre e re são exceções.
Exemplos: coobrigação, preestabelecer, preexistir, reedição, reeleição.

Para memorizar mais facilmente, consulte a tabela a seguir:

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CHAVE PRÁTICA DO USO DO HÍFEN
Primeiro elemento Segundo elemento

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Fonte: Escrevendo pela nova ortografia.

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APÊNDICE II

ALGUMAS RECOMENDAÇÕES E DICAS

• Tradutores podem e devem sugerir tradução para o português dos livros em


que estão trabalhando.

• Usar sempre as formas abreviadas a.C. e d.C. deixando um espaço depois do


número.

• Faça distinção entre hífen (-) e travessão (–).

• Evite o uso de através de significando por meio de. Através significa de lado a lado.

• Prefira as formas catorze, cotidiano a quatorze, quotidiano.

• Grosso modo é uma expressão latina. Não precisa escrever em grifo, mas não use
com a na frente.

• Este(es)/Esta(as)/Isto referem-se:
a) ao que está próximo da pessoa que fala;
b) a indicações de seres e fatos que serão mencionados imediatamente depois.

Exemplos:
a) Este caderno em minhas mãos é seu.
b) Meu desejo é este: correr mundo.

• Esse(es)/Essa(as)/Isso referem-se:
a) ao que está próximo da pessoa com quem se fala;
b) ao que foi mencionado anteriormente.

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Preto
Exemplos:
a) Esse caderno em suas mãos é meu.
b) João é muito inteligente. Esse menino vai longe.

• Aquele(es)/Aquela(as)/Aquilo refere-se:
a) ao que está próximo da pessoa de quem se fala;
b) a um afastamento no tempo de modo vago.

Exemplos:
a) Aquele caderno nas mãos de Maria é de Antônio.
b) Naquela tarde de que lhe falei ontem, chorei muito.

Este(s), (a), (as)/Aquele(s), (a), (as)


Quando nos referimos a dois termos já mencionados anteriormente, usamos o
demonstrativo aquele(es), (a), (as), para o citado em primeiro lugar e o este (es),
(a), (as) para o citado em segundo.

Ex.: Carlos e João irão à festa. Este vai de ônibus, aquele de carro.

Ir de encontro a/ir ao encontro de – “A opinião de Clara foi de encontro à dos


demais” (= foi contrária); O resultado do jogo vai ao encontro das previsões (= está
de acordo).

Tanto em originais brasileiros como em traduções, deve-se atentar para os


cacófatos. Não deixe passar frases como “Ele havia dado de presente”, “Ela tinha
por hábito”. Uma dica: a preposição por seguida de palavra começada por r provoca
cacófatos como “por razões”, “por radar”.

• Atenção para o uso pretérito do verbo haver em frases com ação no passado.
Compare: “Ela está no ramo há cinco anos.”
“Ela estava no ramo havia cinco anos.”

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• Para a concordância das percentagens, observe o seguinte quadro:
50% estão desanimados
50% do colegiado está desanimado
50% da repartição está desanimada
50% dos funcionários estão desanimados
50% das secretárias estão desanimadas
1% está desanimado
1% do colegiado está desanimado
1% da repartição está desanimada
1% dos funcionários estão desanimados
1% das secretárias estão desanimadas

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CONCORDÂNCIA VERBAL – CASOS PARTICULARES

1. Em a maioria de/a maior parte de/metade de, ou qualquer expressão partitiva,


o verbo vai para o singular e plural.
Ex.: A maioria acha; a maior parte considerou; metade das pessoas achava; a
maioria dos habitantes são operários; a maior parte das mulheres são vaidosas;
metade dos alunos eram estudiosos.

2. As percentagens poderão estar no singular e plural:


Ex: Só 30% da empresa aderiu à greve; 20% da torcida é tricolor; 60% das pessoas
defenderam a medida; 1% do eleitorado é feminino; 1% dos homens sofrem
desta doença.

3. As frações irão para o singular e plural.


Ex.: Um quarto do trabalho foi feito; dois quintos dos habitantes são crianças.

4. A locução um e outro pode levar o verbo para o plural, ou, com menos frequência,
para o singular:
Ex: Um e outro dormiam; uma e outra experimentou a comida.

5. As expressões um ou outro e nem um nem outro, empregadas como pronome


substantivo ou como pronome adjetivo, exigem normalmente verbo no singular.
Ex.: Um ou outro cavalo seguia pela estrada; só um ou outro estudante compareceu
à aula; nenhum nem outro escapava à fiscalização.

6. Quando o relativo que vem antecedido das expressões um dos, uma das (mais
substantivo), o verbo de que ele é sujeito vai para a terceira pessoa do plural ou,
mais raramente, para a terceira pessoa do singular.

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Ex: Era uma das poucas mulheres que exerciam a profissão; era um dos poucos
meninos que brincavam sozinhos; foi um dos poucos que terminou o curso.

FALSOS AMIGOS EM INGLÊS

Abuse – frequentemente apresenta o sentido de insulto (substantivo) e maltratar


(verbo).
Actual – significa real.
Alias – é usado principalmente com os sentidos de nome falso ou apelido.
Anticipate – traduz-se por antegozar, preceder, prever ou adivinhar.
Apology – significa desculpa, escusa.
Assume – além de assumir, pode significar admitir e fingir.
Available – traduz-se por válido ou disponível.
Billion – nos EUA, significa bilhão. Na Inglaterra, trilhão.
Casualty – significa baixa ou perda.
Character – significa, de acordo com o contexto, caráter, personagem ou pessoa
excêntrica.
Claim – traduz-se por invocar, alegar ou exigir.
College – é faculdade, não colégio.
Complexion – tez, cútis, cor da pele.
Comprehensive – é amplo, abrangente.
Consistent – coerente, compatível.
Cynic – significa cético.
Deception – traduz-se por ilusão, engano, tapeação.
Disgust – aversão, nojo, náusea.
Editor – o anglicismo editor já tem sentido corriqueiro na língua, como redator,
responsável por publicação etc. No caso, porém, da organização de coletâneas
ou obras literárias, preferir a tradução mais correta “organizador”. Assim, em
bibliografias, o “ed.” ou “eds.”, em inglês, traduzem-se por “org.” ou “orgs.”.
Engage – sentidos múltiplos. 1. Empenhar-se; 2. Ficar noivo; 3. Ocupar-se; 4.
Atacar.

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Eventually – um dos erros mais comuns entre tradutores. Significa finalmente,
afinal.
Exquisite – refinado, requintado.
Injury – significa dano, prejuízo, ferimento.
Intoxicate – traduz-se por embriagar.
Journal – geralmente traduz-se por revista, periódico.
Library – este falso amigo o tradutor não tem o direito de errar. Mas é sempre
bom lembrar: significa biblioteca.
Luxury – luxo, fausto.
Miserable – significa principalmente triste, infeliz. Também usado no sentido
de penoso.
Negotiate – deve-se observar o sentido de transpor, vencer (obstáculo).
Novel – significa romance.
Oblong – usado como substantivo e adjetivo, significa retângulo e retangular.
Ordinary – comum, normal.
Pamphlet – erro muito comum em traduções. Significa folheto, livreto (e não
panfleto).
Phrase – significa locução (frase de sentido incompleto) ou expressão.
Police – polícia.
Policy – pode ser: 1. Diplomacia; 2. Sagacidade; 3. Programa de ação; 4. Apólice.
Politics – política no sentido comumente empregado no Brasil.
Prejudice – preconceito.
Quote – significa citar.
Realize – traduz-se, principalmente, por perceber, compreender.
Resume – significa retomar, continuar.
Sentence – na terminologia gramatical, significa frase. “Death sentence”, no
entanto, é “sentença de morte”.
Sympathy – a tradução mais correta é solidariedade, afinidade.
Tutor – é professor particular, orientador.

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Preto
OS CEM ERROS MAIS COMUNS

Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no


entanto, como ocorrem com maior frequência, merecem atenção redobrada. O
primeiro capítulo deste manual inclui explicações mais completas a respeito de
cada um deles. Veja os cem mais comuns e use esta relação como um roteiro para
fugir deles.

1 – “Mal cheiro”, “mau-humorado”.


Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado
(bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-
estar.

2 – “Fazem” cinco anos.


Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos.
/ Fez 15 dias.

3 – “Houveram” muitos acidentes.


Haver, com sentido de existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. /
Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.

4 – “Existe” muitas esperanças.


Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas
esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns
objetos. / Sobravam ideias.

5 – Para “mim” fazer.


Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer,
para eu trazer.

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6 – Entre “eu” e você.
Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.

7 – “Há” dez anos “atrás”.


Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.

8 – “Entrar dentro”.
O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação,
monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.

9 – “Venda à prazo”.
Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a
palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a
pé, a esmo, a cavalo, a caráter.

10 – “Porque” você foi?


Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por
que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que
razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o
trânsito estava congestionado.

11 – Vai assistir “o” jogo hoje.


Assistir com sentido de presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão.
Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles
obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou
ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

12 – Preferia ir “do que” ficar.


Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma
norma: É preferível lutar a morrer sem glória.

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Preto
13 – O resultado do jogo, não o abateu.
Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo
não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o
sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.

14 – Não há regra sem “excessão”.


O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta:
“paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio”
(privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar),
“frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo”
(bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho” (empecilho),
“envólucro” (invólucro).

15 – Quebrou “o” óculos.


Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns,
meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.

16 – Comprei “ele” para você.


Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você.
Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

17 – Nunca “lhe” vi.


Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto
direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.

18 – “Aluga-se” casas.
O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É
assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se
empregados.

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19 – “Tratam-se” de.
O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores
profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se
com os amigos.

20 – Chegou “em” São Paulo.


Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao
cinema. / Levou os filhos ao circo.

21 – Atraso implicará “em” punição.


Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. /
Promoção implica responsabilidade.

22 – Vive “às custas” do pai.


O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não “em vias de”: Espécie
em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.

23 – Todos somos “cidadões”.


O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores,
escrivães, tabeliães, gângsteres.

24 – O ingresso é “gratuíto”.
A pronúncia correta é “gratúito”, assim como “circúito”, “intúito” e “fortúito”
(o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: “flúido”,
“condôr”, “recórde”, “aváro”, “ibéro”, “pólipo”.

25 – A última “seção” de cinema.


Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção
Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de
pancadas, sessão do Congresso.

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Preto
26 – Vendeu “uma” grama de ouro.
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas.
Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal etc.

27 – “Porisso”.
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.

28 – Não viu “qualquer” risco.


É nenhum, e não “qualquer”, que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum
risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.

29 – A feira “inicia” amanhã.


Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.

30 – Soube que os homens “feriram-se”.


O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou...
O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios:
Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava
no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. /
Depois o procuro.

31 – O peixe tem muito “espinho”.


Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou.
/ Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabeçário” (cabeçalho).

32 – Não sabiam “aonde” ele estava.


O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento,
apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

33 – “Obrigado”, disse a moça.


Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / Obrigado pela
atenção. / Muito obrigado por tudo.

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Preto
34 – O governo “interviu”.
Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma:
intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados:
entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera,
entrevimos, condisser etc.

35 – Ela era “meia” louca.


Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

36 – “Fica” você comigo.


Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você
comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.

37 – A questão não tem nada “haver” com você.


A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma:
Tem tudo a ver com você.

38 – A corrida custa 5 “real”.


A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.

39 – Vou “emprestar” dele.


Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou:
Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu
emprestadas duas malas.

40 – Foi “taxado” de ladrão.


Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.

41 – Ele foi um dos que “chegou” antes.


Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos
que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a
vitória.

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42 – “Cerca de 18” pessoas o saudaram.
Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca
de 20 pessoas o saudaram.

43 – Ministro nega que “é” negligente.


Negar introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja
negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide
para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.

44 – Tinha “chego” atrasado.


“Chego” não existe. Use particípio regular para verbos combinados com os
auxiliares ter ou haver: tinha chegado, havia expulsado, para se referir à voz ativa.
Use particípio irregular para verbos combinados com os auxiliares ser e estar: fui
pego, estou suspenso, para se referir à voz passiva.

45 – Tons “pastéis” predominam.


Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas
rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal:
Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.

46 – Lute pelo “meio-ambiente”.


Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega
etc. O sinal aparece, porém, em matéria-prima, primeira-dama, vale-refeição,
meio-campo etc.

47 – Queria namorar “com” o colega.


O com não existe: Queria namorar o colega.

48 – O processo deu entrada “junto ao” STF.


Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não
“junto ao”) Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não “junto
aos”) leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não “junto ao”) banco. / A
reclamação foi apresentada ao (e não “junto ao”) Procon.

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Preto
49 – As pessoas “esperavam-o”.
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma
no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos,
impõem-nos.

50 – Vocês “fariam-lhe” um favor?


Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do
presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe
fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca
“imporá-se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. / Tendo-
me formado (e nunca tendo “formado-me”).

51 – Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos.


Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro
(não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a
(tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de
12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

52 – Blusa “em” seda.


Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de
seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.

53 – A artista “deu à luz a” gêmeos.


A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado
dizer: Deu “a luz a” gêmeos.

54 – Estávamos “em” quatro à mesa.


O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

55 – Sentou “na” mesa para comer.


Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para
comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.

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Preto
56 – Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu.
Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém
se feriu.

57 – O time empatou “em” 2 a 2.


A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por.
Da mesma forma: empate por.

58 – À medida “em” que a epidemia se espalhava.


O certo é: À medida que a epidemia se espalhava. Existe ainda na medida em que
(tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

59 – Não queria que “receiassem” a sua companhia.


O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma:
passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que
precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).

60 – Eles “tem” razão.


No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre
com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles
põem.

61 – A moça estava ali “há” muito tempo.


Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo.
/ Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir
havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e
no mais-que-perfeito do indicativo.)

62 – Não “se o” diz.


É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-
os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a etc.

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Preto
63 – Acordos “políticos-partidários”.
Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários.
Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras,
partidos social-democratas.

64 – “Ele veio rápido.”


Cuidado para não usar adjetivo em lugar de advérbio de modo. O correto é Ele
veio rapidamente, Joana falou calmamente etc.

65 – Andou por “todo” país.


Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). /
Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada,
qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação)
tem inimigos.

66 – “Todos” amigos o elogiavam.


No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas
as contradições do texto.

67 – Favoreceu “ao” time da casa.


Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu
os jogadores.

68 – Ela “mesmo” arrumou a sala.


Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala.
/ As vítimas mesmas recorreram à polícia.

69 – Chamei-o e “o mesmo” não atendeu.


Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e
ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país
conhecerá a decisão dos servidores (e não “dos mesmos”).

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Preto
70 – Vou sair “essa” noite.
É este que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta
semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo),
este século (o século XX).

71 – A temperatura chegou a 0 “graus”.


Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.

72 – A promoção veio “de encontro aos” seus desejos.


Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro
dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos
salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.

73 – Comeu frango “ao invés de” peixe.


Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa
apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

74 – Se eu “ver” você por aí...


O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se
eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer),
desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.

75 – Ele “intermedia” a negociação.


Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a
negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam,
que eles anseiem, incendeio.

76 – Ninguém se “adequa”.
Não existem as formas “adequa”, “adeque” etc., mas apenas aquelas em que o
acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse etc.

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77 – Evite que a bomba “expluda”.
Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram
etc. Portanto, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”, substituindo essas
formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as
pessoas. Assim, não existem as formas “precavejo”, “precavês”, “precavém”,
“precavenho”, “precavenha”, “precaveja” etc.

78 – Governo “reavê” confiança.


Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos
casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso,
não existem “reavejo”, “reavê” etc.

79 – Disse o que “quiz”.


Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram,
quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.

80 – O homem “possue” muitos bens.


O certo: O homem possui muitos bens. Verbos terminados em uir só têm a
terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos terminados em uar é que admitem ue:
Continue, recue, atue, atenue.

81 – A tese “onde”...
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as
crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa
ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...

82 – Já “foi comunicado” da decisão.


Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” de alguma coisa. Assim:
Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria
“comunicou” os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou
a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.

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83 – Venha “por” a roupa.
Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com
pôde (passado): Não pôde vir.

84 – “Inflingiu” o regulamento.
Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não “inflingir”)
significa impor: Infligiu séria punição ao réu.

85 – A modelo “pousou” o dia todo.


Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante etc. Não confunda
também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico
(contrabando) com tráfego (trânsito).

86 – Espero que “viagem” hoje.


Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar):
Espero que viajem hoje. Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento
(saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente:
Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

87 – O pai “sequer” foi avisado.


Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse
sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

88 – Comprou uma TV “a cores”.


Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV “a” preto e branco).
Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.

89 – “Causou-me” estranheza as palavras.


Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro
de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram
iniciadas esta noite as obras (e não “foi iniciado” esta noite as obras).

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90 – A realidade das pessoas “podem” mudar.
Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso: A
realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários
foi punida (e não “foram punidas”).

91 – O fato passou “desapercebido”.


Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa
desprevenido.

92 – “Haja visto” seu empenho...


A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus
esforços. / Haja vista suas críticas.

93 – A moça “que ele gosta”.


Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de
que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou,
o amigo a que se referiu etc.

94 – É hora “dele” chegar.


Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos
seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado...
/ Depois de esses fatos terem ocorrido...

95 – Vou “consigo”.
Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com
você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é
para o senhor (e não “para si”).

96 – Já “é” 8 horas.
Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e
não “são”) 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.

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97 – A festa começa às 8 “hrs.”.
As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8
h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg.

98 – “Dado” os índices das pesquisas...


A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado...
/ Dadas as suas ideias...

99 – Ficou “sobre” a mira do assaltante.


Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob
a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou
sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da
mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.

100 – “Ao meu ver”.


Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.

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Padrão de lauda da Rocco:

CONFIGURAR PÁGINA:
Margem:
Superior e inferior: 2,5 cm
Direita e esquerda: 3,0 cm
Tamanho do papel:
Carta (letter) 21,59cmx27,94cm

FORMATAR:
Fonte:
Corpo 10
Courrier New
Parágrafo: Recuo e espaçamento:
Alinhamento: justificado
Recuo: Direito: – 5 cm
Especial: primeira linha 1,27 cm
Espaçamento: Entrelinha: pelo menos 20 pts

Veja, na página a seguir, o exemplo da lauda formatada.

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Preto
Exemplo de lauda formatada pelo padrão da Rocco

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