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RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho é apresentado uma análise de sensibilidade da variação da taxa interna de retorno
em função de parâmetros como o preço de venda, taxa de recuperação e parâmetros
relacionados com a geometria do método de desmonte.
Para fazer a avaliação económica preliminar partiu-se do princípio que a empresa já efectuava a
exploração de mármore a céu aberto, estando esta a uma profundidade de 42 metros a partir da
qual se irá iniciar os trabalhos em subterrâneo. Admite-se que a empresa já possui os terrenos a
explorar assim como alguns equipamentos de apoio a céu aberto, e por isso não foram
considerados no investimento. Para efeitos de cálculo foi considerado uma reserva hipotética
de 100000 m3.
Os resultados obtidos mostraram que os valores da Taxa Interna de Retorno (TIR) aumentam
exponencialmente com o aumento do preço de venda e também com o aumento da recuperação,
para qualquer dos casos simulados.
Verifica-se que o caso 1 é o mais pessimista, o caso 3 o mais atractivo, e o caso 2 situa-se numa
posição intermédia, concluindo-se que o aumento da altura das câmaras é economicamente
vantajoso, pois consegue-se diminuir os custos operacionais por metro cúbico desmontado.
Fazendo variar, para o caso 1, o factor de segurança verifica-se que, para igual vão e altura de
desmonte, o aumento do factor de segurança (correspondendo a uma diminuição da taxa de
extracção in situ) é economicamente penalizador.
Também se verifica que variando a produção anual para o mesmo preço de venda ou para a
mesma recuperação, aumentam os valores de TIR. Havendo por isso uma grande dependência
das quantidades vendidas no mercado.
Nas figuras 1 e 2 apresentam-se para um valor fixo de TIR, que por hipótese se assume ser o
valor de 17,5% aquele que a empresa usa como limite inferior para as tomadas de decisão, as
variações do preço de venda com as recuperações para os casos estudados. Definem-se então
zonas economicamente viáveis aquelas que estão acima das linhas representadas e zonas
economicamente inviáveis aquelas que estão abaixo das linhas correspondentes aos casos
propostos. O caso 1 corresponde a um cenário mais pessimista e o caso 3 ao mais optimista. A
variação do factor de segurança, para o caso 1, mostra que este parâmetro geotécnico influi de
forma significativa na viabilidade do projecto.
TIR = 17.5 %
120.000 Esc.
110.000 Esc.
100.000 Esc.
Preço de Venda
90.000 Esc.
80.000 Esc.
70.000 Esc.
VIABILIDADE
60.000 Esc.
50.000 Esc.
INVIABILIDADE
40.000 Esc.
30.000 Esc.
20.000 Esc.
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70
Recuperação (%)
Fig. 1 – Variação do preço de venda com a recuperação para o valor de TIR de 17,5% para os
três casos estudados
TIR = 17.5 %
90.000 Esc.
80.000 Esc.
Preço de Venda
70.000 Esc.
VIABILIDADE
60.000 Esc.
50.000 Esc.
INVIABILIDADE
40.000 Esc.
30.000 Esc.
20.000 Esc.
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68 70
Recuperação (%)
Fig. 2 – Variação do preço de venda e da recuperação para o valor da TIR de 17,5% para o caso
1 variando o factor de segurança
8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002
No caso em estudo foi realizada uma campanha de sondagens direccionadas para a zona alvo
deste trabalho, que permitiu reconhecer as densidades e direcções da fracturação natural do
maciço, bem como o zonamento da qualidade do mármore susceptível de ser extraído.
Foi também importante o estudo de natureza geotécnica da zona, pois só com o conhecimento
das características de índole geomecânica do maciço a explorar, é possível prever o seu
comportamento em serviço e, desta forma, adoptar o método de desmonte mais adequado [6] e
[7].
O método seleccionado [7] foi o de câmaras e pilares, tendo como dimensões nominais para os
pilares uma secção quadrada com 12mx12m, e câmaras com vãos de 12 metros de largura e
sendo a altura máxima dos pilares de 16.5 m, subdividida em três pisos, o primeiro de 4.5
metros e os dois seguintes de 6 metros de altura.
É evidente que irão existir algumas infraestruturas e equipamentos partilhados pelos dois tipos
de exploração, já que estas se encontram directamente relacionadas. Irá também ser reservada
uma parcela para a recuperação paisagística.
Reservas
Piso Altura Área
Brutas
2 6m 5357 m2 32116 m3
3 6m 5357 m2 32116 m3
Tabela 3 – Volumes a produzir por piso expressos em unidades de exploração e por mês
Taxa de
60% 50% 40% 30%
Recuperação
Nesta pedreira pode-se extrair três tipos principais de mármore, cujo preço de venda é muito
variável. No entanto estabelece-se um preço médio, uma vez que apenas se comercializam
blocos com alguma dimensão, pois os blocos irregulares de qualidade são comercializados a
peso.
No caso em estudo e com base nos dados fornecidos pelo levantamento geológico,
principalmente pelas sondagens, não se espera que exista mármore ruivina, pelo que será
possível comercializar blocos de primeira, segunda e terceira qualidade em função da qualidade
estética e da blocometria.
Assim, podem-se definir três situações em que se indica um preço de venda médio para cada
variedade, sendo este para cada um dos cenários de 101, 90 e 79 contos/m3.
Para as três situações de preço médio de venda e consoante a taxa de recuperação, partindo do
principio de que tudo o que se produz é vendido, tem-se um conjunto de receitas, que para o
cenário de preço de venda de 90 contos/m3, estão representados na tabela 5.
Taxa de
60% 50% 40% 30%
Recuperação
Face à determinação dos montantes de investimento previsíveis, dos custos de produção e dos
volumes a produzir, assim como das receitas esperadas com as quantidades comercializáveis,
torna-se possível o cálculo dos fluxos de capital.
O Período de Recuperação do Capital (PRC) representa o número de anos ao fim dos quais o
investimento inicial é recuperado pelo somatório dos valores positivos gerados após a entrada
em produção.
Taxa de
60% 50% 40% 30%
Recuperação
PRC (anos) 4 5 6 10
Da observação das tabelas anteriores e tomando como indicativo o cenário de 50% taxa de
recuperação e preço médio de venda de 90 contos/m3 obtém-se um período de recuperação do
capital de 5 anos.
O cálculo do Valor Líquido Actual (VAL) pressupõe a existência de uma taxa conveniente que
seja considerada como adequada tendo em conta os critérios de análise da entidade que a utiliza,
sendo calculada pela diferença entre a soma actual dos recebimentos e a soma actual dos
pagamentos efectuados durante a vida útil do projecto.
O método da Taxa Interna de Retorno (TIR) fornece a taxa de desconto para a qual se verifica a
igualdade entre a soma actual dos recebimentos e a soma actual dos pagamentos gerados ao
longo da vida do empreendimento.
O problema que se coloca nos métodos de desconto de fluxos de caixa é a necessidade de se ter
de definir uma taxa de referência conveniente e que representara a taxa mínima com que um
investidor pretende ver remunerado o seu capital, tendo em conta o risco especifico do negócio.
Interessa determinar esse índice para os diferentes cenários estudados, conforme mostra a tabela
7, para o caso estudado do preço de venda de 90 contos/m3.
8º Congresso Nacional de Geotecnia, Lisboa 2002
Taxa de
60% 50% 40% 30%
Recuperação
T.I.R. (%) 49 38 25 10
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todos os indicadores utilizados, bem como a análise económica efectuada, são dependentes da
quantidade produzida, da qualidade da rocha a explorar, dos custos de produção, da taxa de
recuperação e do preço de venda.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
[1] IGM (1999) – “Análise de pré-viabilidade económica – projecto piloto para a exploração
subterrânea de mármores” .
[4] Krajewski, L.J. e Ritzman, L.P. (1993) – “Operations management”. Ed. Addison-Wesley
Publishing Company.
[5] Cabral, L. (1994) – “Economia industrial”. Ed. McGraw Hill de Portugal, Lisboa.