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Roseni Pinheiro
Ruben Araujo de Mattos
Cuidar do Cuidado:
responsabilidade com
a integralidade das
ações de saúde
I a Edição
Rio de Janeiro
2008
C uidar do C uidado: resp on sab ilidade com a in teg raiid ad e das ações de saúde
Roseni Pinheiro e Ruben Araújo de Mattos (Orgs.)
1* edição / setembro 2008
Esta publicação contou com apoio de CEPESC-IMS/UERJ, que tem resultados de pesquisas realizadas
com auxílio de CNPq e Faperj.
CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/CB-C
C966 Cuidar do cuidado: responsabilidade com a integraiidade das ações de saúde / Roseni
Pinheiro, Ruben Araújo de Mattos, organizadores. - Rio de Janeiro: CEPESC:
IMS/UERJ: ABRASCO, 2008.
3 56 p.
ISBN: 978-85-89737-48-7
CDU 614.39(81)
Im p resso n o B ra sil
Direitos exclusivos para esta edição dos organizadores. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta
obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autorização expressa dos organizadores.
O usuário como mediador. Em busca de
uma perspectiva “ecológica” sobre os
condicionantes sociais de saúde
OCTAVIO BONET
FÁTIMA REGINA GOMES TAVARES
Este texto teve sua origem em uma frase que contém uma pro
posta e uma pergunta: “busca por cuidado como um condicionante
de saúde: é possível considerar a escolha do usuário na redefinição
das ações de saúde?”. Podemos ver várias questões dentro dessa
frase: em primeiro lugar, a questão propõe uma mudança de pers
pectiva, o interesse se centra na escolha do usuário; em segundo,
incluímos os conceitos de cuidado e de saúde que lidam com pers
pectivas de diferentes graus de abrangência e, finalmente, nos depa
ramos com o conceito-problema: condicionante de saúde. A res
posta não é fácil. Exige um rodeio.
O objetivo do texto é mostrar como podemos duvidar da pro
posta da frase, pelo fato de que a idéia de condicionante de saúde
é problemática, mas torna-se necessário responder afirmativamente
à pergunta. Porque justamente da consideração da escolha do usu
ário é que podemos pensar na inclusão da idéia de cuidado e em
redefinir as ações de saúde. Começaremos pelo terceiro ponto.
^ E stivem os com agen tes, po r exem plo , que faziam as visitas do m iciliares em grupo
de três, por que assim um po deria u tilizar a pressa do outro como desculpa para fazer
a v isita m ais ráp id a e não co n v ersar de form a p ro lo n g ad a com o usuário.
passar pra gente que a gente não pode carregar essa carga de
sentimento pra vida da gente... Você fica angustiada, você quer
resolver, pelo menos uma palavra, precisa até de uma palavra pra
passar pro usuário, coisa que não tem solução, é coisa que a gente
tem que escutar, procura passar uma calma pra pessoa, mas essas
coisas, problemas de família por exemplo, na intimidade das pes
soas, você não pode entrar, você não pode resolver.
3 R essalva-se que este en vo lvim en to afetiv o e em o cio n al não o co rre com todo s os
usuários e, talvez, nem com a m aioria. Em nossas idas a cam po com os agentes, vim os
que com alguns m oradores a relação u suário-agente é estritam en te p ro fissio n al, lim i-
tando-se apenas a troca de receitas, pedidos de consulta etc. E ntretanto, as experiências
vividas pelos agentes, nas quais fica m arcado o envolvim ento afetivo e em ocional, de
on d e d esp o n ta o sen tim en to de im p o tên c ia, são m u ito reco rren tes.
4 O papel do assistente social na equipe é orientar os usuários quanto ao recebim ento
de benefícios (Bolsa-fam ília, Bolsa-escoia), quanto ao recebim ento de cestas básicas etc.
se você não usa? Não que não seja válido... Claro, esta criança tem
que ter um acompanhamento. Mas é um grupo que nunca vai
melhorar, porque eles não têm o que comer em casa. Se não é uma
dessa bolsa escola da vida, que ajuda uma parte [...]. Existe toda
uma condição social ali por trás. Se o povo não tem educação, ele
não vai saber fazer prevenção. Se ele não tem o que comer dentro
de casa... Adianta você falar quê que é bom pro colesterol quê que
não? Você até fala, faz o seu papel, mas não é resolutivo...
Referências
ALMEIDA, C. et al. A Reforma Sanitária Brasileira: em busca da eqüidade.
Research in Public Health, Technical Papers 17. Washington, DC: OPAS, p. 82, 1999.
ALVES, Paulo C.; SOUZA, Iara M. A. Escolha e avaliação de tratamento para
problemas de saúde: considerações sobre o itinerário terapêutico. In: RABELO, M.