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Prof. Dr. Raimundo Nonato Gomes dos Santos
Orientador/História-UFRR
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Professor José Darcísio Pinheiro
Membro
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Prof.ª Dr.ª Maria das Graças Santos Dias Magalhães
Membro
DEDICATÓRIA
Аоs meus pais, que hoje já não estão mais conosco: Leonardo Conceição de
Souza e Maria Cleudes Medeiros de Souza (In Memorian) meus maiores
incentivadores nessa vida me ensinaram grandes princípios eternos, referência que
tenho de amor, carinho, compreensão e caráter. Aos meus irmãos, Klinger Medeiros
de Souza, Maria Auxiliadora Medeiros, Kathner Medeiros de Souza, Kelson
Medeiros de Souza e Cristiane de Souza Figueiredo amo todos vocês, minha
esposa Sheila Medeiros dos Reis pela capacidade de acreditar em mim e investir em
mim, obrigado pela sua grande ajuda, meu filho que tanto amo Joel de Souza Reis,
minha filha Camila Marques Xavier. A todos os meus sobrinhos e sobrinhas não
desistam dos sonhos de vocês. А todos os meus colegas de curso pelo incentivo е
pelo apoio constante. A todos os amigos que fizeram e fazem parte das minhas
constantes lutas, alegrias e desabafos. A todos os meus amigos e amigas das
oficinas de teatro, vocês são uma terapia para mim.
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos a Deus
Agradecimento a Universidade
(Augusto Boal)
RESUMO
O presente trabalho tem como temática “ENTRE ATORES E PALCO: o Teatro Carlos
Gomes da ascensão ao abandono” onde faz uma abordagem histórica sobre o
surgimento do teatro no mundo, demonstrando como essa arte está diretamente
ligada a história da humanidade, assim também como traz o legado das artes
cênicas grega, romana e chinesa, discutindo pontos que são necessários para o
entendimento da arte no contexto atual. Posteriormente, discorre sobre a arte cênica
no Brasil desde a época colonial chegando até os dias atuais, aonde a arte vem
ganhando espaços em algumas situações e perdendo em outras, como é o caso do
estado de Roraima, mas precisamente da arte representada pelo Teatro Carlos
Gomes, que conforme vistos no decorrer deste trabalho surgiu em uma época
bastante importante para a cultura local, mas devido à falta de manutenção
necessária este teatro se encontra em ruínas, o que afeta diretamente a arte local,
pois este é até o presente momento o único espaço público para demonstração da
arte teatral.
The present work has as its theme "BETWEEN ACTORS AND THE PALACE: the
Carlos Gomes Theater of the rise to abandonment", where it approaches the
emergence of theater in the world, demonstrating how this art is directly linked to the
history of humanity, Legacy of the Greek, Roman and Chinese performing arts,
discussing points that are necessary for the understanding of art in the current
context. Subsequently, he talks about the scenic art in Brazil from colonial times until
the present day, where art has been gaining ground in some situations and losing in
others, such as the state of Roraima, but precisely the art represented by the Teatro
Carlos Gomes, who as seen during the course of this work emerged at a time very
important for the local culture, but due to the lack of necessary maintenance this
theater is in ruins, which directly affects the local art, because this is until the present
moment the The only public space for demonstration of theatrical art.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 ARTES CÊNICAS COMO MANIFESTÃO CULTURAL ......................................... 15
2.1 O Surgimento do Teatro como Expressão de Arte e Cultura ........................... 16
2.2 O TEATRO NO BRASIL ................................................................................... 24
3 O TEATRO CARLOS GOMES: DA ASCENSÃO AO ABANDONO ...................... 30
3.1 ASCENSÃO ..................................................................................................... 30
3.2 A QUEDA DO TEATRO CARLOS GOMES: uma perca a cultura local ............ 34
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 40
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA .............................................................................. 41
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1 INTRODUÇÃO
observações sobre a cidade, por exemplo, elas estão produzindo textos singulares
que carregam suas visões de mundo” (SANTOS, 2015, p.20). Em nosso caso
específico, é quando elas fazem suas observações sobre as artes cênicas em Boa
Vista na segunda metade do século XX, que procuraremos, em suas informações,
compreender a ordem de lugar viabilizada, ou seja, o lugar do teatro na sociedade
ou dos atores nas artes cênicas boa-vistense e a forma como era praticada.
Desta forma, nesta pesquisa a “ordens de lugar” será compreendida a partir
da síntese apresentada nos discursos das pessoas que se relacionaram com esta
arte, tanto artistas, governantes e público consumidor, ou seja, a partir de matérias
publicadas em jornais, revistas ou em entrevistas pessoas.
Portanto, o teatro deve ser visto como sendo um espaço socializador, onde
através da prática teatral é possível se buscar a consciência coletiva e assim se
alcançar um objetivo comum, o teatro trabalha a questão do trabalho em equipe, o
fortalecimento destas relações, por isso a sua importância para a expressão social.
O que se percebe no mundo capitalista é que o próprio sistema torna as
pessoas materialistas e egocêntricas, Marx (1989) discorre que a própria estrutura
econômica é quem condiciona a existência e as forma de Estado da consciência
social, sob este viés percebe-se que tudo está voltado ao lucro e ao poder, onde as
pessoas tem-se preocupado cada vez menos umas com as outras.
Portanto, é necessário que venhamos a buscar meios e mecanismos que nos
retorne a humanização, e o teatro é uma dessas metodologias a serem utilizadas
para se promover o resgate da solidariedade com o próximo.
eram recitados nos cultos de Krishna (era uma espécie de homem mensageiro de
deus).
Na China o surgimento do teatro se deu a partir das danças ritualísticas
voltadas à fecundidade, assim também como nas cerimônias mágicas que
posteriormente foram absorvidas pela dinastia Chou. Historicamente o teatro na
China teve seu maior progresso no século VIII, conforme veremos:
O teatro trágico grego conservou por muito tempo traços dos seus começos.
Foi hábito construir no centro do conjunto teatral, no coração da orchéstra, a
thiméle simbólica que trazia à memória o altar-berço da tragédia; o coro
permaneceu como uma reminiscência formal do ditirambo; a indumentária
dos atores nunca perdeu o seu sentido hierárquico; e a ocasião do
espetáculo trágico foi sempre a festa religiosa de Dionísio (ARAUJO, 1991,
p. 71).
O que se pode demonstrar sobre a origem do teatro em Roma é que este não
possui uma data específica para o seu surgimento, o único relato que se tem é que
os atores etrusco foram chamados a irem à Roma em 364 a.C, para demonstrar
suas artes na dança, assim também como as manifestações de ira dos deuses
através de suas pragas A arte romana consistia basicamente em cantos, danças e
diálogos. Apesar de Roma não demonstrar uma data exata para o surgimento do
teatro e de obtermos dados concretos que a Grécia foi o berço do surgimento do
mesmo, ainda assim foi em Roma que a arte atingiu seu ápice, sendo também
construídos os edifícios locais para a apresentação dos espetáculos (ARAÚJO,
1991).
O edifício teatral em Roma, tanto quanto a sua literatura dramática, inspirou-
se no grego, com numerosas alterações. Mais grandioso e maciço, o teatro
romano, ao contrário de seu modelo, podia ser construído em terreno plano,
já não se valendo das encostas das elevações para a disposição das
arquibancadas (cavea), agora em semicírculo. A orquestra teve também
este desenho, não mais se destinando ao coro, anulado dos espetáculos,
mas transformada em recinto seleto para espectadores. A skéne passou a
chamar-se scaena e a fachada-cenário (frons acaene) elaborou-se ao
extremo. Diante dela ficava o palpitum, o palco, bem mais baixo que o
grego. (...) Outra descoberta romana foi a cobertura cavea com um toldo
pintado, para proteger os assistentes. (...) Mais significativa foi a introdução
da cortina de palco, (...) a partir de 133 a.C. A cortina não descia, mas se
erguia de uma cavidade do palco (ARAÚJO, 1991, p. 99).
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O autor tinha um orgulho imenso de sua obra, primeiro por ser a primeira obra
escrita por um brasileiro e segundo porque ela retratava assuntos da realidade do
país. Posteriormente outros autores brasileiros foram se consagrando, inclusive
grandes nomes dos quais até hoje se tem encenação de suas peças, nomes como:
Martins Pena, Joaquim Manuel Macedo, Gonçalves Dias, este posteriormente foi
consagrado um dos maiores poetas da história brasileira e apesar de escrever peças
teatrais as mesmas só foram reconhecidas após sua morte. Além destes muitos
outros se consagraram posteriormente, dos quais não iremos nos ater, por não ser
objeto central deste trabalho.
Então, o surgimento do teatro no Brasil ocorre de maneira diferente dos
outros tipos de artes, apesar de seu surgimento ser anterior, o mesmo só se torna
significativo nos anos de 1940 com a “comédia dos costumes”, onde traz uma crítica
em forma de sátira as situações que estavam ocorrendo no país. Têm-se relatos de
inúmeras comédias serem apresentadas antes desta data, como por exemplo, no
governo de Getúlio Vargas entre os anos de 1930 e 1932 onde devidos as inúmeras
mudanças que estavam ocorrendo no campo político, uma vez que Getúlio buscava
industrializar o país, já se notava as primeiras investidas em se modernizar a
dramaturgia brasileira, de acordo com Almeida Prado (1988, p. 14) “O teatro
nacional não se mostrou indiferente a essa onda de inquietação, procurando, de
vários modos, escapar dos limites estreitos da comédia de costumes”.
Autores como Joracy Camargo, Renato e Oduvaldo Vianna e pesquisadores e
romancistas como Mário e Oswald de Andrade, influenciados pelas leituras de obras
de Freud e Marx passam a introduzir fenômenos políticos, sociais e psicológicos em
suas obras. Mas a efetividade da mudança ocorrida no teatro só ocorre a partir de
grupos de trabalhos amadores inspirados em Stanislavski e de O’neill.
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O que víamos no palco, pela primeira vez, em todo o seu esplendor, era
essa coisa misteriosa chamada mise en scène (só aos poucos a palavra foi
sendo traduzida por encenação), de que tanto se falava na Europa.
Aprendíamos, com Vestido de Noiva, que havia para os atores outros
modos de andar, falar e gesticular além dos cotidianos, outros estilos além
do naturalista, incorporando-se ao real, através da representação, o
imaginário e o alucinatório. O espetáculo, perdendo a sua antiga
transparência, impunha-se como uma segunda criação, puramente cénica,
quase tão original e poderosa quanto à instituída pelo texto.
visíveis.
Almeida Prado (1988) discorre que o Arena findou-se devido a fixação pelos
seus objetivos centrais o que impossibilitou que o mesmo tivesse uma nova
remodelagem, e isto, de certo modo causou estarrecimento nos seus atores e
direção.
“O único erro de Boal parece ter sido o de considerar as invenções formais do
texto e da representação como fórmulas definitivas, válidas para todos os autores e
todas as representações – uma espécie de pedra filosofal do teatro brasileiro”
(PRADO, 1988, p. 37).
Já no ano de 1978 houve a extinção dos efeitos do Ato Institucional nº5 e a
partir de então o teatro brasileiro passou por uma nova definição, foi neste período
que ocorreu o lançamento de “Macunaíma” uma obra adaptada de Mário de Andrade
que foi encenada pelo grupo teatral Pau Brasil e constou com a direção de Antunes
Filho, Magaldi (2003) discorre ser este um período muito essencial ao teatro
brasileiro, pois consolida uma fase que chamamos de hegemonia do
encenador/criador, conforme é possível observar:
3.1 ASCENSÃO
No período da década de 1950 foi utilizada uma pequena sala na escola Lobo
D’Almada que era dirigida pela Gestora Jacobede Cavalcante de Oliveira é aí que
surge o Teatro Carlos Gomes, o mesmo possuía a capacidade para 19 lugares. No
ano de 1958 o teatro que antes funcionava em uma sala sofreu ampliações, uma vez
que a Rádio Difusora de Roraima foi instalada juntamente com ele, mas no ano de
1960 a rádio mudou de lugar e o espaço que antes era ocupado pelos dois passou a
ser só do teatro que sofreu mudanças com a construção de uma área administrativa,
assim também como a construção de um auditório com 224 lugares (GOVERNO DE
RORAIMA, 2002).
Mas foi no ano de 1960 que José Celestino resolveu se afastar de seu teatro
Shangrilá, e para isso, alugou o seu espaço cultural para outro artista, o então Jaber
Xaud, que após assumir mudou o nome para Hi-Fi (FOLHA DE BOA VISTA, 2000).
O que se observa é que nas décadas de 60 e 70 a arte em Roraima não teve
grandes incentivos (apesar de que houve alguns incentivos por parte do Governo,
conforme veremos mais adiante), acredita-se que devido a repressão do período da
ditadura militar, neste período muitos artistas fizeram arte informalmente, inclusive
muitos deles são reconhecidos até nos dias atuais, como por exemplo, Adolpho
Brasil Filho, que além de atuar também dirigiu algumas peças, a maioria dos ensaios
aconteciam na casa dos próprios artistas e as apresentações eram realizadas no
Teatro Carlos Gomes, sendo este palco de peças como “Pluft, o fantasminha”, “Amor
a oito mãos” e “O rapto da cebolinha”, dentre outras (TRIBUNA DE RORAIMA,
1986).
As atividades no palco do teatro cessaram no ano de 1976, uma vez que a
Rádio Difusora de Roraima passou ao patrimônio da Empresa Brasileira de
Rádiofusão – RADIOBRÁS através do decreto nº 6.301/76, vindo a ser
reincorporado à posse do Território Federal de Roraima em 1987, mas somente no
ano de 1988 é que as atividades no teatro foram retomadas (TRIBUNA DE
RORAIMA, 1986).
Ao analisar o jornal Tribuna de Roraima (1986) encontrou-se relatos sobre o
Teatro Boa-vistense de Amadores, o que não ficou claro é se este era um espaço ou
um grupo de teatro amador, ou se era um movimento em prol do teatro. Relata-se
que as peças eram apresentadas em datas comemorativas como dia das mães,
natal, páscoa, ou seja, o teatro era utilizado para expressar a arte nos períodos
comemorativos, sejam eles cívicos, religiosos, etc.
32
Fonte: http://ronnypro.blogspot.com.br/p/boa-vista-rr.html
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Fonte: http://folhabv.com.br/noticia/Abandonado--Teatro-Carlos-Gomes-serve-de-abrigo-para-
desocupados-e-viciados--/24641.foto
Apesar da lei, como pode ser visto cultura cênica vem caindo em
esquecimento por parte do poder público local, que não valoriza o espaço físico
destinado para a prática dos espetáculos teatrais deixando o teatro Carlos Gomes
abandonado como também não cumpre a lei de incentivo a cultura fazendo com os
artistas não mostrem as mais variadas formas de expressões, diversos e múltiplos
da arte cênica para sociedade boa-vistense.
O teatro pode ser pensado não só como uma forma de arte que expressa
diferentes circunstâncias das experiências humanas, mas também como
seu elemento formador. Podemos ainda considerar o teatro um instrumento
de interferência na vida social e observar sua potencialidade como “fala”
(BARTHERS, 2003) que constitui peça chave na construção do Humano.
A arte como cultura, tem que salientar o valor que ela tem como instrumento
de inclusão sócio-cultural, sem as preocupações com críticas culturais, é sim
resultado de uma forma geral. O teatro é fundamental na formação cultural de
qualquer pessoa já que também ele nos faz conhecer um pouco mais sobre a nossa
cultura onde muito não dão o devido valor.
Uma reportagem publicada no jornal Folha de Boa Vista do dia 05/08/2015,
relatava que:
cada aluno e como forma de levar o conhecimento de outras culturas através dos
textos de peças, pois quando se monta um espetáculo tem todo um processo de
pesquisa e de laboratório por parte dos atores.
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4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
BESSA, Camila Pinto. Teatro: uma análise crítica da cobertura jornalística da Folha
de Boa Vista (Janeiro a Dezembro de 2006). Monografia de Conclusão de Curso.
Universidade Federal de Roraima, Boa Vista – RR, 2010.
BURKE, Peter. O que é História Cultural? Trad. Sergio Goes de Paula 2ª ed. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar Editora. 2008.
Hunt Lynn, A nova História Cultural / Lynn Hunt; tradução Jefferson Luiz Camargo.
Sahlins Marshal, História e Cultura: Apologia a Tucídides/ Marshal Sahlins;
tradução de Maria Lucia de Oliveira-Rio de Janeiro.
Jornal Folha de Boa Vista. Folha de Boa Vista: um quarto de século a serviço da
cidadania. Boa Vista: Editora Boa Vista, volume único.
MCGUIGAN, Jim. Culture and the public sphere. Londres e Nova York: Routledge,
1996.