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FACULDADE MULTIVIX – CAMPUS DE VITÓRIA

BACHARELADO EM DIREITO

JULIANA MANTOVANELLI DE OLIVEIRA

RESENHA DO TEXTO “IMPLICAÇÕES CONTEMPORÂNEAS DO ESTADO DE


EXCEÇÃO NA TEORIA DE AGAMBEN”

VITÓRIA – ES
2018
JULIANA MANTOVANELLI DE OLIVEIRA

RESENHA DO TEXTO “IMPLICAÇÕES CONTEMPORÂNEAS DO ESTADO DE


EXCEÇÃO NA TEORIA DE AGAMBEN”

Atividade avaliativa apresentada ao curso de Direito da


Faculdade Multivix de Vitória com objetivo de obtenção
de nota parcial na matéria de História do Direito, sobre a
orientação do professor João Santos Neves.

VITÓRIA – ES
2018
O texto “Implicações Contemporâneas do Estado de Exceção na Teoria de
Agamben” busca compreender o desenvolvimento de determinadas contradições e
dificuldades encontradas a partir da implantação do estado de exceção no contexto
contemporâneo a partir da análise da obra do pensador Giorgio Agamben.
Estado de exceção pode ser conceituado como um mecanismo utilizado
pelo governo soberano de suspender o ordenamento jurídico vigente, valendo-se se
uma medida “provisória e excepcional” para solucionar determinado estado de
necessidade. Teoricamente vigoram os princípios democráticos, mas, na realidade,
esses são suspensos ou violados.
Foi a partir da análise de acontecimentos internacionais - como o ataque
terrorista de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos - que Giorgio
Agamben iniciou sua reflexão a respeito das consequências causadas: o Estado
direcionou as ações tendo como objetivo a garantida de direitos e política foi tomada
como espaço que dirige essas ações. Foi considerado um marco histórico, uma vez
que o Governo adotou uma visão caracterizada como o “paradigma da política de
segurança e controle sobre os cidadãos como forma de conceber a própria política”
AGAMBEN (2004 apud BRITO E BAZZANELLA, 2017).
Em sua análise, o pensador enfatiza que na atualidade estão em curso
práticas permanentes de algo que não deveria ser regra geral, mas apenas usado
em momentos restritos e de extrema necessidade, que é o que se denomina como
estado de exceção e seria usado inicialmente como portador de medidas de
segurança relacionadas apenas a fatos ou acontecimentos excepcionais em
determinado tempo e espaço restritos.
Na história da humanidade é possível identificar vários episódios do uso
dessa medida excepcional, como os judeus submetidos ao estado nazista, sob o
argumento de proteger a sociedade.
Há um cenário de incertezas quando se observa diferentes formas de
governos e parlamentos criarem mecanismos e legislações com o intuito de privação
social referente aos direitos que foram conquistados ao longo da história. O que era
para ser “exceção” tende cada vez mais a se apresentar como o paradigma
dominando na política; o estado de exceção tem se tornado regra geral nos
governos das nações atuais em detrimento aos interesses e direitos da coletividade,
com natureza de paradigma constitutivo da ordem jurídica, ou seja, apresenta-se
como uma “forma legal daquilo que não pode ter forma legal” (AGAMBEN, 20017, p.
12).
Um governo que adota o estado de exceção como paradigma tem como
uma de suas características a sucumbência dos direitos subjetivos frente à
implantação de medidas e de restrição dos direitos e da liberdade de cada cidadão,
pois isso é justificado como forma de manutenção da ordem social em função da
estabilidade do Estado. Assim, os indivíduos se tornam seres juridicamente
inomináveis e inclassificáveis; a vida humana fica sem a devida proteção por parte
da lei, sendo tratada como mera vida natural (BRITO E BAZZANELLA, 2017).
A partir da análise de obras de outros pensadores, Agamben percebe
questões acerca do estado de exceção propriamente dito como ponto chave no
campo interpretativo para entender as consequências do estado de exceção dos
paradoxos jurídico-políticos contemporâneos.
Afirma que “o estado de exceção é sempre algo diferente da anarquia e do
caos e, no sentido jurídico, nele ainda existe uma ordem, mesmo não sendo uma
ordem jurídica” (AGAMBEN, 2004 apud BRITO E BAZZANELLA, 2017).
Assim, o estado de exceção é uma área de penumbra, de indiferença entre
a total falta de organicidade mínima de modos jurídicos e o estado de normas
reguladoras das relações de poder na contemporaneidade, pois se suspende a
norma dando lugar ao que é exceção. A regra agora suspensa abre espaço para a
exceção.
Vale ressaltar que a exceção não é a responsável pela subtração da regra,
mas sim a regra, que ao se suspender abre espaço para a exceção, e neste sentido
esta se constitui como regra, sendo mantida esta relação entre ambas. Neste
sentido, o estado de exceção se caracteriza por esta estrutura política-jurídica sendo
usada constantemente pelos governos e parlamentares não como exceção, mas
especificamente como regra na atualidade.
Diante da necessidade de responder e dar solução a uma determinada
situação de emergência, geralmente de ordem política, militar e econômica, os
governos criam uma série de medidas de cunho totalitário, conforme AFONSO e
MAGALHAES (2012 apud BRITO e BAZZANELLA, 2017).
O Brasil vem caracterizando cada vez mais como um Estado que adota o
estado de exceção como paradigma. Podemos citar como exemplo uma recente
medida implementada nesse sentido: com a argumentação de proteção do Estado
do Rio de Janeiro, que estava passando por uma crise de segurança, o Governo
Federal decretou intervenção federal, de uma forma legítima, uma vez que está
prevista na Constituição de 1988, e dentre os cenários passíveis de intervenção está
a necessidade de "pôr termo a grave comprometimento da ordem pública". Dessa
forma, a segurança pública do Rio deixou de ser da competência da esfera estadual
e passou a para a federal, com comando militar.
Nitidamente observa-se um típico estado de exceção, dando a impressão
de uma falsa segurança jurídica pela suspensão do ordenamento jurídico. Agora, no
Rio, a segurança pública está nas mãos do comando militar e isso causa a sensação
de medo e mais insegurança na sociedade.
REFERÊNCIAS:

AGAMBEM, Giorgio. Estado de Exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.

BRITO, José Wilson Rodrigues de; BAZZANELLA, Sandro Luiz.


Implicações Contemporâneas do Estado de Exceção na Teoria de Agamben. In:
Cadernos Zygmund Bauman, vol. 7, num. 14, 2017. Disponível em
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/bauman/article/viewFile/7350/47
61. Acesso em 25/03/2018.

ROSSI, Amanda. Congresso aprova decreto de intervenção federal no


Rio de Janeiro; entenda o que a medida significa. BBC Brasil em São Paulo.
2018. Disponível em <http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43079114>. Acesso em
25/03/2018.

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