Вы находитесь на странице: 1из 23

CAPÍTULO 2

NOÇÕES DE
TRANSFERÊNCIA DE
CALOR

1 INTRODUÇÃO

2 MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

3 TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM PAREDES PLANAS


SIMPLES E COMPOSTAS COM SUPERFÍCIES
CONVECTIVAS

4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM PAREDES


CILÍNDRICAS SIMPLES E COMPOSTAS COM
SUPERFÍCIES CONVECTIVAS

5 O COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE


CALOR

6 BIBLIOGRAFIA

A transferência de calor é vital ao funcionamento de máquinas e equipamentos


térmicos. Para isso, exploram-se neste capítulo os mecanismos de transferência de calor por
condução uni-dimensional em paredes planas e cilíndricas, simples ou compostas, por
convecção e por radiação de calor.
DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 1
ÍNDICE

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3

2 MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ....................................................... 3

2.1 CONDUÇÃO ............................................................................................................... 3


2.1.1 A analogia elétrica da condução ....................................................................... 6
2.2 CONVECÇÃO............................................................................................................. 9
2.2.1 A analogia elétrica da convecção ....................................................................10
2.3 RADIAÇÃO ................................................................................................................11
2.3.1 A analogia elétrica da transferência de calor combinada de radiação com
convecção sobre uma superfície sólida..........................................................14
3 TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM PAREDES PLANAS SIMPLES E COMPOSTAS
COM SUPERFÍCIES CONVECTIVAS ..........................................................................15

4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM PAREDES CILÍNDRICAS SIMPLES E


COMPOSTAS COM SUPERFÍCIES CONVECTIVAS...................................................18

5 O COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR ...................................21

6 BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................22

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 2


1 INTRODUÇÃO
Transferência de calor é a ciência que estuda os mecanismos de transporte de
energia térmica por diferença de temperatura. Em diversas situações o técnico terá que
avaliar taxas de transferência de calor em paredes planas e cilíndricas, do tipo simples ou
compostas, que servirão de subsídios para projetos de climatização de ambientes, para o
cálculo de isolamento térmico de tubulações, dentre outros. Para isso, é imprescindível que
se conheçam os princípios físicos e o equacionamento relacionado com os mecanismos de
transferência de calor.

2 MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR


Os mecanismos de transferência de calor observados na natureza são três: a
condução, a convecção e a radiação, os quais são ilustrados na Figura 1.

Figura 1 - Mecanismos de transferência de calor.

2.1 CONDUÇÃO
Condução de calor é o mecanismo de transferência de calor que ocorre por
diferença de temperatura em meios sólidos ou fluidos (em repouso). Ocorre em função da
atividade atômica e molecular, onde a energia das partículas mais energéticas é
transferida para as menos energéticas, por um processo denominado difusão. Nos líquidos
a difusão acontece de forma semelhante ao que ocorre nos sólidos, embora as moléculas
se encontrem mais afastadas umas das outras.
No caso da condução de calor unidimensional, é possível avaliar as taxas
relacionando-as com um diferencial de temperatura através da equação (1.1), denominada
equação de Fourier, em homenagem ao cientista que estudou esse fenômeno (Jean-
Baptiste Joseph Fourier, físico e matemático francês).

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 3


T
q   kA [W], (1.1)
x

Esta equação foi obtida experimentalmente por Fourier, como mostra a Figura 2, utilizando
uma amostra isolada lateralmente e submetida a um diferencial de temperatura. Na
equação (1.1) k é uma propriedade denominada condutividade térmica da amostra, A é a
área da seção transversal à direção da transferência de calor, T representa a diferença
entre as temperaturas e ∆x o comprimento ou espessura da amostra. O sinal negativo está
relacionado com a direção da transferência de calor, definida por T . Como a diferença de
temperaturas decresce ao longo de L, ou com x num caso unidimensional, o sinal negativo
é colocado na equação (1.1) para estabelecer que q , a taxa de transferência de calor, é
positiva.

Figura 2 - Transferência de calor por condução. (Fourier).

(http://www.brasilescola.com/fisica/estudo-quantitativo-transferencia-calor.htm)

A mesma equação (1.1) pode ser escrita também na forma de fluxo de calor por:

T
q   k [W/m2] (1.2)
x

Uma quantidade de calor transferida por unidade de tempo (p. ex. j/s ou w) é denominada
taxa de transferência de calor. Essa transferência de calor por unidade de tempo e por
unidade de área recebe a denominação de fluxo (w/m2, por exemplo).

A situação mais simples de cálculo de taxas de transferência de calor por condução é


aquela aplicada a paredes planas submetidas a um diferencial de temperatura em regime
permanente, considerando que o material da parede é único (isto é, não é uma
composição de vários materiais), com condutividade térmica constante e cuja relação entre

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 4


a espessura e a altura ou a largura seja muito pequena (imaginemos uma parede muito
fina, mas muito alta). Isto permite o uso da hipótese de uma transferência de calor
praticamente unidimensional. É o que ilustra a Figura 3, abaixo.

Figura 3 - Transferência de calor por condução em paredes planas.

(http://help.solidworks.com/2010/portuguese-brazilian/SolidWorks/)

Aplicação:
Uma barra de alumínio (liga 2024-T6) de 100 mm de comprimento e 10 mm de
diâmetro, isolada lateralmente, tem as suas extremidades sujeitas às temperaturas
de 100oC e 0oC, respectivamente. Calcule:
a) A taxa de transferência de calor entre as extremidades;
b) O fluxo de calor observado;
c) A temperatura no local situado a 25% do comprimento a partir da extremidade
com maior temperatura.
Dados: Condutividade térmica da barra k = 177 W/mK

Solução:
a) Cálculo da taxa.
T W 0, 012 2 (0  100)o C
q   kA  177  m  13, 9 W
L mK 4 0,1 m
b) Cálculo do fluxo de calor.

T W (0  100) o C
q   k  177  177 kW / m 2
L mK 0,1 m
c) Temperatura a 25% do comprimento a partir da extremidade a 100oC

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 5


Como L  0, 25*100  25mm
qL 177 kW / m 2 .0, 025m
T     25o C
k 177W / mK

Ou seja, T25%  T  100  25  100  75 C


o

Note que, de acordo com a equação (1.2), o comportamento das temperaturas é linear
entre as duas extremidades.

2.1.1 A analogia elétrica da condução


Diz-se que todo material bom condutor de calor, tem baixa resistência térmica (a
resistência imposta pelo material ao fluxo de calor é baixa e a redução na temperatura ao
longo da direção considerada é pequena) e que todo cabo bom condutor de eletricidade tem
baixa resistência elétrica. Desta forma, podemos fazer um paralelo físico entre diferença de
potencial elétrico e térmico.

Figura 4 - Analogia entre circuitos elétricos e térmicos.

O cobre é conhecido como um ótimo material condutor de calor. Ele tem uma baixíssima
resistência térmica. Por outro lado, a lã de vidro é um conhecido isolante térmico, usado na
superfície externa de equipamentos como trocadores de calor. Ela tem uma altíssima
resistência térmica.

De acordo com a Figura 4 a corrente elétrica que passa através de um material é definida
pela seguinte expressão, onde V1 – V2 é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos do
material e R é a resistência elétrica entre esses dois pontos:

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 6


V1  V2
I (1.3)
R

Sabe-se que a taxa de transferência de calor é definida por:

kA
q  T (1.4)
L
ou
T
q  (1.5)
L
kA .

Observando as equações (1.3) e (1.5), pode ser feita uma comparação direta entre
corrente elétrica e taxa de transferência de calor. A corrente elétrica, I, é função de um
potencial elétrico, enquanto a taxa de transferência de calor está relacionada com um
L
potencial térmico. Desta forma, da equação (1.5), podemos definir como sendo uma
kA
resistência térmica. Generalizando, tem-se que
T
q  (1.6)
RT .

Assim, de acordo com a Figura 5, teríamos uma resistência térmica associada a um


potencial térmico produzindo uma transferência de calor pelo mecanismo de condução, assim
como uma resistência elétrica a um potencial elétrico, produzindo uma corrente elétrica (que
é uma transferência de cargas elétricas).
Em muitas situações práticas é necessário avaliar taxas de transferência de calor em
tubos, como o mostrado na Figura 5.

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 7


Figura 5 - Condução de calor em paredes cilíndricas.

Neste caso, a taxa de transferência de calor por condução é avaliada pela equação
(1.7), em coordenadas cilíndricas.

T
q  2k L (1.7)
R 
ln  2 
 R1  ,

sendo T a diferença entre as temperaturas das paredes interna e externa. Neste caso,
aplicando a mesma analogia, a resistência térmica é dada por:

R 
ln  2 
Rk   1 
R
(1.8)
2 k L
Aplicação:
Um tubo de cobre (k = 283,7 W/mK) de ¾ pol de diâmetro externo e 1 mm de
espessura tem 100oC para a temperatura da parede interna e 99oC para a parede
externa. Considerando propriedades constantes e que estas temperaturas não
variam ao longo da tubulação, calcule:
a) A resistência térmica do tubo;
b) A taxa de transferência de calor por metro de tubulação.

R   0, 75 x 25, 4 
ln  2  ln  
a) RT   1  
R  0, 75 x 25, 4  2   6, 22 E  5o C / Wm
2 k L 2 x 283, 7W / mKx x1

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 8


T 1
b) q    16, 07 kW / m
RT 6, 22 E  5

2.2 CONVECÇÃO
Convecção de calor é o mecanismo de transferência de calor que ocorre por
diferença de temperatura em interfaces sólido-líquido ou em fluidos em movimento. É
composta de dois mecanismos: transferência de calor devido ao movimento aleatório
molecular (difusão) e devido ao movimento global ou macroscópico do sistema (advecção).
De acordo com a natureza do escoamento, a convecção pode ser forçada, natural ou
mista.

Quando você liga um ventilador, em um dia de bastante calor, o ar é forçado a circular num
determinado ambiente o que causa uma sensação refrescante. Na verdade, está
ocorrendo um processo de transferência de calor por convecção forçada. O termo forçada
vem do fato de que o ventilador recebe energia (elétrica, p. ex.) para impelir o ar.

Figura 6 - Transferência de calor por convecção em aquecedor.


(http://www.dignow.org/post/transmiss%C3%A3o-de-calor-1585800-46827.html)

A equação geral da convecção aplicada a uma interface sólido-líquida é definida por

q  hAT . (1.9)

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 9


Esta equação é denominada Lei do resfriamento de Newton, onde h é denominado
coeficiente de transferência de calor convectivo ou de filme, A é a área da região da
interface sólido-fluido e T é a diferença entre as temperaturas da superfície do sólido e a
do fluido.

Aplicação:
Suponha uma parede a 40oC em contato com ar a 10oC. Calcule o fluxo de calor
considerando um coeficiente de filme ou de convecção de 40 W/m2oC.

q  hAT
q  40 W / m 2 oC  x(40  10)o C
q  1200W / m 2

2.2.1 A analogia elétrica da convecção


A Figura 7 mostra o circuito térmico equivalente aplicado à camada de fluido próxima à
parede que é submetida aos efeitos de transferência de calor por convecção.

Figura 7 - Resistência térmica de convecção (Na foto, Sir Isaac Newton).

Para saber mais sobre Isaac Newton pesquise no sitio:


http://educacao.uol.com.br/biografias/isaac-newton.jhtm .

Combinando as equações (1.6) e (1.9) pode-se definir uma resistência de convecção


nesta interface sólido-fluido por.

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 10


1
Rc  . (1.10)
hA

2.3 RADIAÇÃO
Radiação, ilustrada na Figura 8, é a forma de energia emitida através de ondas
eletromagnéticas por toda a matéria que se encontra a uma temperatura finita. Não
necessita de um meio físico material para que seja transmitida, tanto que o mecanismo da
transferência de calor por radiação é mais eficiente no vácuo.

Figura 8 - Transferência de calor por radiação (Stephan e Boltzmann elucidaram o


mecanismo).

Alerta para o aluno.


Para saber mais sobre a Lei de Stephan e Boltzmann pesquise no sitio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Stefan-Boltzmann .

A máxima taxa com que a energia é liberada por radiação, associada a um corpo
ideal, é avaliada através da equação (1.11):

E   Ts4 (1.11)

onde  é a constante de Stephan-Boltzmann (que tem o valor de 5,67E-8 W/m2K4). A


temperatura, T, deve estar em graus Kelvin ou Rankine (é uma temperatura absoluta). No
caso da equação (1.11) o corpo é denominado “corpo negro”, por que representa uma
situação idealizada. No caso de corpos reais, esta taxa de transferência de calor pode ser
avaliada através de:

E   Ts4 (1.12)

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 11


onde  é uma propriedade denominada emissividade e que depende do corpo emissor de
calor.
Para o caso especial da troca de radiação entre uma superfície a Ts e uma superfície
isotérmica muito maior (as vizinhança, por exemplo), que envolve completamente a menor,
a equação para a transferência de calor por radiação toma a forma:

q   A (Ts4  Tviz4 ) (1.13)

Esta equação representa a taxa de transferência líquida de energia entre as duas


superfícies. Vejamos o seguinte exemplo:

Aplicação:
Considere um corpo sólido cúbico com 10 cm de aresta com emissividade 0,8,
posicionado dentro de um forno de grandes dimensões, cuja temperatura das
paredes internas é mantida em 800oC através de resistências elétricas. Em um
determinado instante do processo de aquecimento do sólido, a sua temperatura é de
100oC. Neste instante, qual seria a taxa de transferência de calor líquida por radiação
entre ele e a vizinhança (paredes internas do forno)? Considere que o sólido está em
contato com o fundo do forno.

Aplicando a equação (1.13), tem-se que:

q   A (Ts4  Tviz4 )
q  0,8 x(5 x0,1x0,1)m 2 x5, 67 E  8W / m 2 Kx (100  273) 4  (800  273) 4  K 4

Assim,
q  2, 962kW

Por conveniência, esta taxa poder ser representada na forma da equação de


resfriamento de Newton, supondo um coeficiente de transferência de calor por radiação hr

qr  hr AT (1.14)

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 12


onde

hr   (Ts  Tviz )(Ts2  Tviz2 ) , (1.15)

Esta equação é o resultado da comparação entre as equações (1.13) e (1.14).

Oficina teórica
a) Cite os três mecanismos de transferência de calor
Condução Convecção Radiação
_________________ _____________________ _________________

b) Qual o mecanismo de transferência de calor que não requer a existência de


matéria no meio propagador?
Radiação
_________________

c) Defina condutividade térmica


É a quantidade de calor que um determinado material pode transferir através
de um meio sólido.
____________________________________________________________

Qual a diferença entre difusão e advecção térmica?


A difusão está relacionada com transferência de calor por contato direto
entre as moléculas ou átomos de um determinado material.
____________________________________________________________
A advecção corresponde à transferência de calor num determinado fluido
que agrega simultaneamente transporte de energia de forma difusiva quanto
transporte de energia por deslocamento de massa.
____________________________________________________________

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 13


2.3.1 A analogia elétrica da transferência de calor combinada de radiação com
convecção sobre uma superfície sólida.
Da mesma forma como foram definidas as resistências térmicas por condução e
convecção, existirá uma resistência térmica equivalente para o mecanismo de radiação. É o
que mostra a Figura 9.

Figura 9 - Resistências térmicas de radiação e convecção.

Neste caso, como os mecanismos de convecção e de radiação ocorrem


simultaneamente, tem-se duas resistências em paralelo, a partir das quais se pode obter uma
resistência térmica equivalente utilizando as mesmas relações aplicáveis a circuitos elétricos.
A resistência térmica equivalente passa a ser calculada por:

1 1
.
hA hr A
R (1.16)
1 1

hA hr A
Aplicação:
A superfície de uma parede plana (emissividade 0,85) encontra-se à 40oC e está
próxima à uma outra parede cuja temperatura da superfície é aproximadamente igual à
temperatura do ar existente entre elas medido em 20oC. Sabendo-se que o coeficiente
de filme da parede mais quente vale 50 W/m2oC, calcule:
a) o fluxo de calor por convecção e por radiação e a relação entre eles;
b) a taxa de transferência de calor em kW, considerando a parede com 3 m de altura
por 10 m de largura.

a) Sabe-se que o coeficiente de radiação pode ser calculado por:

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 14


hr   (Ts  Tviz )(Ts2  Tviz2 )
hr  0,85 x5, 67 E  8W / m 2 K 4 x(313  293) x(3132  2932 )
hr  5,368W / m 2 o C

O fluxo de calor total é a soma do de convecção com o de radiação, portanto,

1 1 1 1 1 1
. . .
hA hr A h hr 50 5,368
R    0,0181o Cm 2 / W
1 1 1 1 1 1
  
hA hr A h hr 50 5,368
Desta forma o fluxo total fica
T (40  20)o C
q   o 2
 1107, 36W / m 2
R 0, 0181 Cm / W
b) Para determinar a taxa de transferência de calor, basta fazer

q  qA  1107,36W / m 2 .30m 2 q  33, 221kW

Oficina teórica
a) Fazendo-se analogia entre um circuito elétrico e um térmico, a diferença de
potencial elétrico está para uma diferença de temperatura assim como a
corrente elétrica está para a taxa de transferência de calor.

3 TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM PAREDES PLANAS SIMPLES E


COMPOSTAS COM SUPERFÍCIES CONVECTIVAS

Tomando o que foi exposto até agora, podemos montar o circuito térmico equivalente
para uma parede plana com trocas de calor por condução e por convecção em regime
permanente, como o mostrado na Figura 10.

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 15


Figura 10 - Circuito térmico equivalente em parede plana com faces convectivas.

Uma situação muito comum é a de paredes com mais de um componente,


normalmente com condutividades térmicas diferentes, como mostrado na Figura 11.

Figura 11 - Circuito térmico equivalente em parede plana composta com faces


convectivas.

Neste caso a resistência térmica equivalente é avaliada pela seguinte expressão:

1 L
R  i (1.17)
i hi A i K i A

Aplicação:
A parede de um frigorífico é composta de 2 mm de chapa de aço (k = 60 W/mK),
200 mm de alvenaria (k = 1 W/mK) e 300 mm de isolamento térmico (k = 0,023 W/mK). A
temperatura do ar externo é de 30oC e a interna -18oC. Considerando que os

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 16


coeficientes de filme interno e externo são 25 W/m2oC e 30 W/m2oC respectivamente,
calcule o fluxo de calor e a taxa de transferência de calor para a parede com 10 m de
comprimento e 2,5 m de altura.

Cálculo da resistência térmica da parede composta:


1 L L L 1
R  1  2  3 
hi A K1 A K 2 A K 3 A he A
1  1 L1 L2 L3 1  1  1 0, 002 0, 2 0,3 1
R            
A  hi K1 K 2 K 3 he  A  25 60 1 0, 023 30 

1
R 13,317 o C / W
A
Logo, o fluxo de calor será:

30  (18)
o
C
q  o 2
 3, 6W / m2
13,317 Cm / W

E a taxa de transferência de calor será:

W
q  3, 6 2
x 2,5 x10m 2  90W
m

Oficina teórica
a) Observando-se os perfis de temperatura da parede composta mostrada na
Figura 11, qual material conduz calor mais facilmente, o de maior ou o de
menor coeficiente angular? Justifique.
O de maior coeficiente angular porque é o que apresenta maior diferencial de
temperatura
___________________________________________________________________

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 17


4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR EM PAREDES CILÍNDRICAS SIMPLES E
COMPOSTAS COM SUPERFÍCIES CONVECTIVAS

Em muitas situações, há necessidade de se avaliar taxas de transferência de calor


através de tubos de processos industriais, como tubulações de transporte de vapor, de
transporte de petróleo, de fluidos refrigerantes, onde os custos envolvidos são significativos.
Vejamos por exemplo o exemplo do tubo da Figura 12 que conduz um determinado fluido e
troca calor com o meio externo. Neste caso, o material da parede é único e a resistência
térmica equivalente contempla as resistências de condução pelas paredes do material e as
de convecção interna e externa. Mais uma vez é bom lembrar que se está usando a hipótese
de situação estabilizada ou de regime permanente, assim como nas outras situações.

Na prática, em ambientes industriais, é comum termos grandes equipamentos cilíndricos que


são denominados Trocadores de Calor. Como o nome indica eles trocam o calor entre dois
fluidos, um mais frio e outro mais quente, por exemplo. Na superfície externa desses
trocadores de calor é comum colocarmos uma camada de um material isolante (por exemplo,
lã de vidro). Logo a parede original do trocador de calor e a parede de lã de vidro totalizam
uma parede cilíndrica composta.

Figura 12 - Circuito térmico em parede cilíndrica com superfícies convectivas.

Para o caso em que o tubo é revestido com outros materiais, como isolantes térmicos
e revestimentos de uma forma geral, a forma de obtenção da resistência equivalente é a
mesma utilizada para paredes planas compostas, como mostra a Figura 13.

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 18


Figura 13 - Circuito térmico de parede cilíndrica composta com superfícies
convectivas.

A resistência térmica total é então avaliada por

Aplicação:
Uma tubulação de cobre (k =110 W/mK) de 1 mm de espessura e 8 mm de
diâmetro interno transporta vapor saturado na temperatura de 100oC. Para fins de
redução de perda de calor para o meio externo, o tubo é revestido com 100 mm de
espessura de isolamento térmico (k =0,025 W/mK). Sabendo-se que a temperatura do ar
externo é de 25oC calcule:
a) A taxa de transferência de calor por metro linear de tubo;
b) Os fluxos de calor interno e externo.
Considere que os coeficientes de filme interno e externo são 1000 W/m2oC e 30
W/m2oC, respectivamente.

Solução:

r  r 
ln  2  ln  3 
  1  2
1 r r 1
Rt 
hi Ai 2k1 L 2k2 L he Ae

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 19


a) Cálculo das áreas considerando comprimento unitário

Ai   di L   0, 008 Lm 2  0, 0251m2
Ae   d e   0, 21Lm2  0, 66m2

 10   210 
ln   ln  
Rt 
1
  8   10   1
1000i x 0, 0251 2 x110 x 2 x 0, 025 x 30 x 0, 66
Logo

T 100  30
q    3,59W
Rt 0, 0398  0, 000323  19,38  0, 0505

b) Cálculo dos fluxos de calor interno e externo.


Para o cálculo dos fluxos de calor em regime permanente, note que as taxas de
transferência de calor interna e externa devem ser iguais. Assim, o fluxo interno fica:

q 3,59W
qi   2
 143, 6W / m2
Ai 0, 025m
e o externo:
q 3,59W
qe   2
 5, 44W / m2
Ae 0, 66m

Note que os fluxos são inversamente proporcionais às áreas, de modo a manter


a mesma taxa de transferência de calor.

Oficina teórica
a) Cite uma razão pela qual uma tubulação de água quente para chuveiro deva
ser revestida com material isolante térmico.
Com a aplicação do isolante térmico, as perdas de calor para o meio externo ficam
sensivelmente reduzidas. Isto pode representar economia significativa de gás
utilizado em aquecedores ou em caldeiras.

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 20


___________________________________________________________________

b) Cite mais três situações onde é importante a aplicação de isolamento térmico


em tubulações.
Tubulação de fluido refrigerante de sistemas de refrigeração; Tubos de água de
sistemas de aquecimento solar; Dutos de insuflamento de ar condicionado.
___________________________________________________________________

5 O COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Vimos nos itens anteriores que a taxa de transferência de calor pode ser avaliada pela
seguinte equação:

T
q  (1.18)
Rt

sendo que a resistência térmica pode estar relacionada com os mecanismos de condução,
convecção ou radiação, de forma isolada ou conjunta. Em paredes compostas, esta
resistência térmica pode ser representada de forma global por:
1
Rt  (1.19)
UA

onde U é chamado de coeficiente global de transferência de calor e representa a capacidade


que a parede composta tem de transferir calor. Desta forma, pode-se representar a taxa de
transferência de calor de uma parede composta por:

q  UAT . (1.20)
Aplicação.
Determine o coeficiente global de transferência de calor de uma parede composta
com a seguinte resistência térmica

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 21


1 L L L 1
R  1  2  3 
hi A K1 A K 2 A K3 A he A
Solução:

De acordo com a equação (1.19)


1 1
UA  
Rt 1 L L L 1
 1  2  3 
hi A K1 A K 2 A K 3 A he A
e, portanto,
1
U
1 L1 L2 L3 1
   
hi K1 K 2 K 3 he

6 BIBLIOGRAFIA
INCROPERA, F.P, De Witt, D. P., , “Fundamentos de Transferência de Calor e de
Massa”, Editora LTC.
ÇENGEL, Y. A., “Heat Transfer”, Editora Mc Graw-Hill, 2003.

DAMEC LACIT Prof. Raul/Rossi 22

Вам также может понравиться