1572, na casa de António Gonçalves, com privilégio real e licença da Santa Inquisição. No séc. XVI, o sonho de todos os poetas era criar uma epopéia à semelhança de Virgílio e Homero. Para isso, o tema mais escolhido neste século foi o dos Descobrimentos, que naquela altura era um assunto nacional e universal, o que despertou vários escritores para este tema. Para a sua obra escolheu a viagem de Vasco da Gama como ação principal, baseando-se em relatos recheados de pormenores. Mas na viagem de Vasco da Gama, o Poeta não encontrou um enredo, mas sim, uma seqüência cronológica. Isso não bastava para escrever uma epopéia. Por isso, utilizou um enredo mitológico entre os deuses. Portanto, em comparação à viagem de Vasco da Gama, decorre um outro plano de narrativa que corresponde à intervenção dos Deuses no Olimpo. N’Os Lusíadas a ação reside nas dificuldades e obstáculos que os portugueses têm de superar e nas rivalidades que Vênus, protetora dos portugueses, opõe a Baco, inimigo deles. Desta intriga resultam os obstáculos para os portugueses, pois Baco tinha inveja e queria prejudicá-los. Por outro lado, Vênus, com o auxílio de Júpiter, tenta ajudá-los, servindo-se de ninfas para acalmar os deuses marítimos e fazer com que estes acalmem as ondas.
Quanto à estrutura da obra, esta pode dividir-se em três partes: a estrutura
interna, a estrutura externa e os planos da narrativa.
A estrutura interna é composta por:
Proposição, onde o Poeta refere os seus objetivos Invocação, onde o Poeta invoca as Tágides ou Ninfas do Tejo Dedicatória, onde dedica o poema a El-Rei D. Sebastião Narração que se inicia a partir da estância 19, no canto I, até ao fim do canto X.
Quanto à estrutura externa, é composta por:
10 cantos, com estrofes de 8 versos, com rima emparelhada e cruzada Versos com 10 sílabas métricas (decassílabos).
Os planos da narrativa são constituídos por:
Narração histórica - História de Portugal Narração da viagem de Vasco da Gama Narração mitológica - intervenção dos Deuses.