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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS (MESTRADO)
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ESTUDOS LITERÁRIOS

Disciplina: Literatura Juvenil: arte e indústria cultural

Prof.ª Drª Lúcia Osana Zolin

Aluna: Ieda Maria Sorgi Pinhaz Elias

CEVASCO, Maria Eliza. As Dez Lições Sobre os Estudos Culturais. São Paulo: Boitempo
Editorial, 2003, p. 9-25.

Resenha

No primeiro capítulo do livro “Dez lições sobre os estudos culturais” (2003), de


Maria Elisa Cevasco, cujo título é ‘O tema “cultura e sociedade”’, coloca em pauta as
noções sobre cultura e apresenta um resgate etimológico da palavra e as mudanças no
significado da palavra ao longo dos séculos XVI ao XX, na Inglaterra, ligada às
transformações sociais ao longo da história. Para ampliar as considerações acerca desse
assunto, busca amparo nos estudos de Raymond Williams (1921-1988), autor referência
quando se tratamos dos estudos culturais. Seguindo os conceitos de Williams, Cevasco
apresenta a mudança de conceito em relação a cultura, antes considerada de posse de um
grupo seleto, no século XX vista como modo de vida, assim, a definição do conceito de
cultura foi concebida ao longa da história inglesa moderna.
A seguir a autora cita três obras, de autores diferentes, tidos como fundamentais
quando o assunto são os estudos culturais. Dentre elas está o livro de Raymond Williams,
Culture and Society: 1780-1950. Cevasco aponta que com esse livro o autor apresenta
que as mudanças sociais são uma reação da Revolução Industrial na Inglaterra a partir do
séc. XVIII. Pensadores arraigados à tradição, produzem discurso criticando a nova
sociedade industrial. Williams faz um estudo do pronunciamento desses autores, dentre
eles, analistas políticos, publicistas, poetas, romancistas, críticos literários. Nesse
panorama encontramos discussões que remetem aos seguintes autores: Edmund Burke,
William Cobber, Robert Owen, William Wordsworth, Samuel Taylor e Matthew Arnold.
De acordo com os ideais de Arnold e Burke, a cultura precisa ajudar a conter “a multidão
imunda’ que estaria pronta para pisotear a ‘luz e o saber’” – uma crítica a cultura nos
moldes que se formava, à luz da Revolução Industrial. Para ambos os autores, o papel da
tradição cultural é fazer o papel de “cimento social”, além de defender a criação de uma
“casta”, que asseguraria o mundo tido como “da doçura e da luz”, a cultura idealizada por
essa minoria.
De acordo com a escritora, é somente no século XX, que o projeto de Williams
prova como a tradição de cultura e sociedade modifica o status quo, levando a uma
sociedade mais orgânica. Retoma considerações de Eliot, para afirmar que “cultura é mais
do que literatura e outras artes (...), mais de todo um modo de vida” (p.19), valorizando
assim, as produções culturais das classes trabalhadoras.
Outro autor mencionado pelo estudioso é Leavis, que segue na mesma cartilha de Arnold,
portanto, cultura para ele era coisa de minoria, difundidas por meio da educação.
Williams propõe uma cultura comum, de todos, não destinada a um grupo seleto. Segundo
ele, “ela é uma prática social cujo significado é estendido e aprofundado por certos indivíduos,
cuja criatividade depende do grupo social para sua inteligibilidade. (p. 20)”, assim, o estudioso
“propõe a comunidade de cultura em que a questão central é facilitar o acesso de todos ao
conhecimento e aos meios de produção cultural. (p. 20)”.
Cevasco mostra que outras vozes estão com Williams, pensando a cultura do ponto de
vista da classe trabalhadora, como Richard Hoggart e E. P. Thompson. O último tem origem no
Partido Comunista e tem interesse em recuperar ‘a história dos de baixo’, sendo membro influente
da New Left. Hoggart, como William, vem da classe trabalhadora, com formação em literatura.
Para ele, a cultura não é algo estático e sim que está suscetível à reapropriação, tendo intenção de
guiar e proteger as massas no caminho da alta cultura e por meio de valores espirituais. Já
Williama pretende superar a dicotomias estruturantes de cultura e sociedade. Não despreza as
grandes obras da Cultura, sua grande contribuição é trazer para discussão a questão materialista
de cultura. Para ele, “definir cultura é pronunciar-se sobre o significado de um modo de vida”
(p.23).
De acordo com Cevasco, a partir de 1960, época tida como pós-moderna, o conceito de
cultura é alterado. A Cultura hegemônica, aquela com C maiúsculo, e substituída por culturas no
plural, envolvendo questões maiores, as diferentes identidades nacionais, étnicas, sexuais ou
regionais.

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