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População portadora de deficiência

A deficiência representa qualquer perda ou alteração de uma estrutura ou


de uma função psicológica, fisiológica ou anatómica∗.

O Recenseamento Geral da População e Habitação realizado em Junho de


2000 registou 13948 pessoas portadoras de deficiência, seja 3,2% da
população residente em Cabo Verde, afectando de forma não diferenciada
os homens (49,9%) quanto as mulheres (50,1%)

As deficiências motoras 1 afectam mais de metade do total dos portadores de


deficiência (51,5%). As não motoras (outras deficiências 2 ) afectam cerca de 41,4%
dessa população, correspondendo os restantes (7,1%) às deficiências múltiplas 3 .

A deficiência visual é a com maior incidência no nosso país. Com efeito, no universo da
população portadora de deficiência 18 em cada 100 são cegos, parcial (15%) ou total
(3%).

A surdez afecta 10% da população deficiente, com maior predominância de surdo


parcial (9%).

Entre os deficientes, alguns não gozam na plenitude das suas faculdades psíquicas, pois
10 deficientes em cada 100 são deficientes mentais. Salienta-se ainda que a paralisia
de membro superior/inferior afecta também 10% dessa população.

As pessoas portadoras de deficiência vivem em maior número no meio rural com 55%
contra 45% no meio urbano.

Esta diferença constitui certamente tema importante a abordar no quadro de estudos


aprofundados sobre a problemática da deficiência.

A população portadora de deficiência distribui-se pelas ilhas, de forma muito


aproximada à distribuição da população residente com excepção das ilhas de S.Vicente
e Santo Antão. Esta última é menos populosa do que São Vicente mas tem mais
deficientes (16,4% da população deficiente).

*Clasificação Internacional das Deficiëncias, Incapacidades e Desvantagens (Handicaps) OMS – Livros


SNR n° 7
1
Paralisia cerebral, total, membro inferior/superior, ladoesquerdo/direito, outras def. motoras e multipla
motora.
2
Mental, cego total ou parcial , surdo parcial ou total, mudo, múltipla outra.
3
Combinação da deficicência motora e outra deficiência.
População portadora de deficiência por ilha

Outros S. Antão
Fogo 12%
16% S.Vicente
10%
15%

Santiago
47%

Santiago é a ilha mais populosa de Cabo Verde (54% da população residente) e alberga
cerca de (46,4%) da população deficiente.

Seguem-se as ilhas de São Vicente com 14,5% e a do Fogo com 10,4%. Os cerca de
12,3% restantes distribuem-se pelas demais ilhas com destaque pela de S.Nicolau com
3,8%.

A análise das características da população deficiente leva-nos a inferir de que o acesso


aos cuidados de saúde em melhores condições, designadamente à saúde preventiva
permitiu diminuir a incidência da deficiência.

Assim constata-se que de cada 100 deficientes, 35 tem idade igual ou superior a 60
anos e estão concentrados no meio rural onde residem cerca de 60% dos indivíduos
desse grupo etário, portadores de deficiência.

Cerca de metade da população deficiente de idade igual ou superior a 60 anos (49%)


sofre de deficiências motoras. As não motoras (outras deficiências) afectam cerca de
42% desta população e os restantes 9% sofrem de deficiência múltipla.

No grupo etário 10-19 anos a incidência da deficiência é preocupante (15% do total da


população deficiente) , com maior incidência no meio rural onde residem 53% dos
deficientes deste grupo etário contra 47% no meio urbano.

Seguem-se os grupos etários 30-39 anos, 20-29 anos e 40-49 anos com 12, 11 e 10%
respectivamente dessa população.

É de salientar que a incidência da deficiência diminui consideravelmente quanto mais


baixo for a idade.

As crianças de menos de cinco anos portadoras de deficiência representam 2,7% dessa


população contra 7,1% das de cinco a nove anos

Esta tendência deve-se certamente à vacinação das crianças e à melhoria da saúde


materno- infantil em geral.
Em matéria de acesso ao saber, a população portadora de deficiência constitui um caso
digno de realce. Por um lado, o analfabetismo afecta cerca de 55,6% dos deficientes de
idade igual ou superior a 15 anos. Por outro lado o acesso ao ensino não parece ser tão
fácil. A titulo de exemplo, de cada 100 deficientes cerca de 42 nunca frequentaram um
estabelecimento de ensino, 43 já frequentaram e apenas 15 estão a frequentar. As
mulheres são as mais penalizadas pois elas representam cerca de 63% dos deficientes
que nunca frequentaram um estabelecimento de ensino, apenas 40% dos que alguma
vez frequentaram e 45% dos que estão a frequentar.

As limitações intrínsecas à condição de deficiência e a desvantagem relativa em matéria


de acesso ao saber constituem grandes impedimentos ao desenvolvimento de uma
actividade económica. Assim, cerca de metade (50,9%) das pessoas portadoras de
deficiência de idade igual ou superior a 15 anos são inactivas, das quais 55,2% são
mulheres e 44,8% são homens.

Cerca de 15,9% dos deficientes activos estavam desempregados no momento do Censo


2000. Os deficientes dos 25-44 anos são os mais afectados pelo desemprego (44,1%)
seguido dos de 15-24 anos (33,0%).

As mulheres portadoras de deficiência são também as mais atingidas pelo desemprego,


representando 63 em cada 100 deficientes desempregados.

De cada 100 deficientes que exercem alguma actividade económica 32 trabalham por
conta própria, 22 trabalham para o Estado (Administração Publica central e local
incluindo projectos de investimento publico e o Sector Empresarial do Estado), 16 são
trabalhadores familiares sem remuneração, 11 trabalham no Sector Empresarial Privado
e o restante encontra-se em outras situações.

Dadas as dificuldades de acesso ao emprego e, em geral, à actividade económica como


anteriormente referido, facilmente se entende que a maioria (53%) dos deficientes viva
principalmente a cargo de familiares residentes no País ou no estrangeiro. No entanto,
22 em cada 100 vivem principalmente do trabalho, 9 em cada 100 vivem principalmente
de pensão e 16 em cada 100 tem outros meios de vida.

Apesar de muitas dificuldades vividas as pessoas portadoras de deficiência não fogem


às suas responsabilidades. Cerca de 36,5% são chefes de agregado familiar, sendo 38%
no caso dos portadores de deficiências motoras. É no entanto preocupante a situação de
cerca de 6% dos deficientes que vivem sozinhos ou seja em agregados unipessoais.

A grande maioria (88,3%) dos deficientes vive em casa de tipo individual, cerca de 8%
vive em parte de casa e os restantes em outros tipos de habitação. Quase dois terços
(72%) dos deficientes vive em casa de tipo individual pertencente ao agregado.

A maioria dos deficientes são membros de agregados numerosos e vivem em condições


habitacionais precárias. Com efeito, entre os deficientes 65,6% não tem casa de banho
com retrete, 56,6% não tem acesso à electricidade e 79,2% não tem acesso à água
canalizada de rede pública. Mais de metade (56,3%) dos deficientes vive em agregados
com cinco a dez membros e 6,8% em agregados com 11 membros ou mais.
Em suma, e consequentemente, os deficientes não beneficiam de muito conforto.

De cada 100 pessoas portadoras de deficiência, cerca de 70 tem um nível de conforto


baixo (17) ou muito baixo (53), cerca de 14 tem nível de conforto médio, igual
proporção tem nível de conforto alto e 2% têm nível de conforto muito alto.

Estas são algumas informações que o INE pode doravante disponibilizar, graças ao
Censo 2000, a maior operação estatística do País.

Instituto Nacional de Estatística na Praia, 29 de Agosto de 2001.

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