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BRAGA, J.L. O conhecimento comunicacional entre a essência e o episódio.

In:
FRANÇA, V.R.V; SIMÕES, P. G. (Orgs). O modelo praxiológico e os desafios da
pesquisa em Comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2018.

1 A questão
A questão dentro do campo comunicacional se faz a partir de dois pontos; a
comunicação como essência, que fornece base para teorias; e as abordagens
empíricas de investigação sobre o fenômeno.
“O risco da primeira démarche é só perceber aquilo que cabe dentro do ângulo
essencial adotado que tende a se confirmar pelas inclusões e a permanecer cego a
tudo o que escape a seu esquadrinhamento imediato. O risco da segunda démarche
é a dispersão”(p.2)
O autor então, busca uma “visada” entre as duas posições.

2 A percepção diversificada do fenômeno comunicacional


A área se ocupa a estudar mais aspectos específicos do que a buscar a essência. Os
estudos focam no empírico aprofundando o conhecimento em questões especificas.
“Entretanto, sentindo esse macrofenômeno fora de nosso alcance conceitual (porque
não detemos a essência), trabalhamos tais aspectos com a esperança de por ali
avançarmos para conhecimentos mais amplos. “ (p.2)
O autor destaca que a sociedade já se percebe em comunicação, ou seja, percebe a
midiatização e a relevância do processo comunicacional. Essa afirmação se sustenta
porque a comunicação foi introduzida em vários campos de conhecimento. “Todos os
campos, todas as ciências sociais incluíram em sue horizonte de percepção aspectos
do fenômeno comunicacional. Isso se tornou uma preocupação geral da sociedade; e
é por isso que se tornou uma preocupação das Ciências Humanas e Sociais (CHS).”
(p.3)
Além da questão teoria, tem o lado prático na qual a questão se sustenta, já que as
tecnologias da informação se desenvolvem a partir da importância dada pela
sociedade. Outro fato é dado pelo autor como “forte experimentação social de
processos interacionais. A sociedade experimenta - começa a acionar,
intencionadamente, processos que assume serem da ordem da comunicação, a
desenvolver expressamente processos tentativos para interagir.” (p.3).
Dessa forma o autor mostra a preocupação da sociedade com as questões
relacionadas à comunicação e aponta novamente para o fato de diversas CHS
estarem estudando objetos comunicacionais. Assim, Braga traz uma citação de
Martino (2007, p.30) que mostra as diferenças entre teorias sobre a comunicação e
teoria da comunicação, onde a primeira são elaboradas a partir de outros saberes e a
segunda consiste em constituir um conhecimento próprio.

3 O papel da teoria
“O argumento principal em defesa da usca do que seja essencialmente a comunicação
é o interesse por uma perspectiva sólida sobre o fenômeno objeto de nossa
curiosidade, que forneceria um critério de rigor para os objetivos de conhecimento e
para problematizar situações específicas - um fundamento seguro sobre o qual se
ergueriam e articulariam características específicas assim como a organização dos
conhecimentos produzidos pela pesquisa, correlatamente, esse apreensão conceitual
seria a base fundadora de uma disciplina da Comunicação.” (p.5)
As grandes teóricas que usamos não são diretamente comunicacionais, mas
filosóficas, sociológicas, linguísticas, etc. Dentro disso, é complicado desentranhar o
que seja essencialmente comunicacional. Ficamos presos aos conceitos de outras
áreas. Para o autor as teorias de aporte não comportam tensionamentos dos aspectos
comunicacionais estudados para fora de suas áreas de origem.
“...não basta acolher o que nos é oferecido pelas CHS estabelecidas: devemos
desentranhar o conhecimento comunicacional desse conjunto diversificado de
percepções, para poder desenvolvê-lo em consistência, enquanto conhecimento
específico. Não há nada, aí, de territorialidade: nós temos, simplesmente, a obrigação
de devolver às CHS um conhecimento consistente, para além do que estas ciências
– em seus espaços específicos – fazem, quanto à apreensão do fenômeno.” (p.7)

4 O problema da articulação
O que ocorre é que a diversidade de descobertas não tem sido capaz de sistematizar
o campo da comunicação. “Se, por um lado, a diversidade de conhecimentos e
evidências sobre aspectos e episódios não é suficiente para gerar consistência; e se,
por outro lado, o pensamento teórico sistematizador não oferece quadros reflexivos
suficientemente fundadores; implicaria isso a impossibilidade do desenvolvimento de
um conhecimento comunicacional e da geração de pesquisas empíricas voltadas para
a consistência?”(p.8)
O problema epistemológico do campo da comunicação, não é fruto da dispersão dos
conhecimentos, mas sim “a um reduzido processo de articulação e tensionamento
entre as múltiplas teorias disponíveis e o trabalho de investigação empírica, por um
lado; e à insuficiência de inferências modelizadoras das descobertas obtidas nessa
investigação, por outro lado.”(p.9)
Para dificultar a criação de teorias nesse campo, temos de um lado, as macroteorias,
que por sempre bem estabelecidas não se deixam tencionar, e dos outro, “os
conhecimentos decorrentes da pesquisa empírica, se muito dependentes das
macrotorias de referência, teriam menos potêncial inferencial para gerar ideias gerais
desentranhadas daquelas e a serviço de um conhecimento comunicacional mais
abrangente. “(p.9)

5 Teorias de nível intermediário


O que falta são teorias de intermediárias entre as duas posições que o autor se propõe
a desenvolver. “São teorias sem pretensão de fundamentarem o campo de
conhecimento ou de buscar a essência conceitual da comunicação, mas elaboradas
como perguntas e hipóteses decorrentes de um conjunto especif́ ico, embora
diversificado, de observações empiŕ icas, buscando aí organizar caracteriś ticas e
perceber processos.”(p.9)
“Como ilustração da proposta de teorias de nível intermediário enquanto tática de
desenvolvimento evolutivo do conhecimento comunicacional, faço rápda indicação de
minha reflexão teórica sobre dispositivos interacionais como hipóteses heurística para
desentranhamento de perspectivas comunicacionais”(p.10)
“Por outro lado, não é só o participante de um processo interacional que aciona
objetivos a sociedade gera, desenvolve e torna disponiv́ eis estratégias de interação,
em termos culturais. Essa aproximação tentativa da sociedade, nos seus processos
interacionais, acaba gerando matrizes de ação comunicacional. Nós exercemos
determinadas práticas que na medida em que funcionam razoavelmente tendem a
se estabilizar e desenvolver. Chamo- a essas matrizes de dispositivos interacionais :
sistemas de relações que viabilizam a interação, gerando compartilhamento de
códigos e táticas inferenciais. Como vão se produzindo socialmente, podem ser
acionados na medida em que pareçam adequados para um episódio.”(p.10-11)
Essa sistematização surgiu quando o autor analisou 100 artigos da Compós, na qual
fez perguntas similares para todos os artigos. “Cheguei assim a isso que considero
uma teoria dos dispositivos interacionais” (p.11)

6 Conclusão
“Teorias de niv́ el intermediário não podem ser exclusivistas. Como tratam de apanhar
um determinado ângulo do fenômeno, mais ou menos abrangente que permita
compreender um conjunto de aspectos e episódios , a questão envolvida não é a de
sua verdade universal, contraposta a outras pretensões de verdade. Sua
potencialidade de produção de conhecimento se relaciona, antes, à acuidade com que
conseguem captar e organizar os aspectos e processos que abordam; e à
abrangência de episódios diversificados que conseguem encompassar.”(p.12)
“Teorias de niv́ el intermediário são aquelas que se deixam aperfeiçoar pelos testes e
pelo tensionamento recebidos de pesquisas empiŕ icas para as quais, justamente,
produzem suas perguntas e aproximações heuriś ticas.) (p.14)

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