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ISAVE Fisioterapia 2ºAno

 INTRODUÇÃO:

Este relatório tem como objectivo expor os conhecimentos adquiridos durante as aulas e ao longo
deste estágio de aprendizagem na Policlínica da Feira nos dias 20, 27 de Outubro e 2, 9, 16 e 23 de
Novembro. Permite também fazer uma descrição sobre as diversas actividades e uma breve
avaliação no que respeita à aprendizagem e intervenção. Estes estágios de aprendizagem são
verdadeiramente importantes e necessários visto que nos permitem ter uma ideia mais ampla do que
é ser fisioterapeuta.
A existência do estágio de fisioterapia tem como intuito permitir o contacto mais real do aluno com a
profissão, aproximando-me de algumas situações possíveis de ocorrer durante a profissão, induzindo
a aplicação de conhecimentos teórico-práticos adquiridos previamente. O contacto com os doentes e
profissionais de saúde experientes é, também, uma vivência favorável à consolidação das
aprendizagens.
Deste modo dá-nos a oportunidade de lidar directamente com o doente, aprofundar os
conhecimentos existentes, adquirir novos conhecimentos, desenvolver novas capacidades e trabalhar
em equipa.

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 1


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CARACTERIZAÇÃO:

Localização:
A Policlínica Central da Feira situa-se na Rua Cd’ e Fijó, 4520-181 Santa Maria da Feira.
No ginásio que se situa no rés-do-chão, no qual nós trabalhamos, existe luminosidade natural devido
à existência de várias janelas. Existe, também uma rampa que permite o acesso aos doentes que se
movimentam através de uma cadeira de rodas.

INSTALAÇÕES:
A Clínica tem 1 Piso, e neste existe:
 1 Ginásio que possui:
 Almofadas
 Aparelho de pressão alterna
 Bandas de estabilização
 Barras paralelas
 Bastões
 Bicicletas
 Cadeiras e bancos
 Colchões
 Gaiola
 Espaldares
 Espelhos fixos
 Bolas Bobath
 Halters
 Toalhas
 Marquesas
 Mesas
 Plano inclinado pneumático
 Push-Ups
 Jogos para crianças
 Rolos

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 Cunhas
 3 Standig Frame
 Tábua de Freeman
 Meia lua
 Escadas
 Therabands
 Prono-supinador
 Jogos de terapia ocupacional
 Pesos de areia e metal
 Roldanas
 Cadeiras
 Aparalhos de deambulação
 Material de proprioceptividade
 Aparelho de pressão alterna
 Balança
 Parafina
 Óleo e cremes de massagem

 Cabinas de electroterapia com:


 T.E.N.S
 Toalhas
 Aparelhos de Correntes Diversas
 Aparelhos de Ultra -Som
 Marquesas

 1 Sala de Preparação:
 2 Hidrocollector
 Material de apoio (eléctrodos e respectivas esponjas, toalhas, …)
 Parafango
 Máquina de lavar
 Toalhas
 1 Consultório

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 Aparelho de infravermelhos
 Aparelhos de ultravioletas
 Aparelhos de microondas
 Cama de tracção lombar

 RECURSOS HUMANOS:
 3 Fisioterapeutas
 1 Médico Fisiatra
 5 Auxiliar

 PATOLOGIAS PREDOMINANTES:
 Foro ortopédico
 Foro neurológico – AVC (Acidente Vascular Cerebral)
 Foro reumatológico
(Nesta clínica são tratadas outras patologias embora estas sejam predominantes)

 RELAÇÕES INTER – PESSOAIS:

Na clínica pode observar-se um bom relacionamento entre as fisioterapeutas, auxiliares e


pacientes, tornando o trabalho mais eficiente e agradável. O tratamento torna-se mais eficaz e há
uma maior colaboração por parte dos pacientes, o que permite manter um bom ambiente num local
que é de todos os que lá se encontram. Os fisioterapeutas têm em conta o profissionalismo e a
compreensão para com todos os pacientes, pois cada pessoa tem os seus problemas, necessitando de
uma atenção personalizada. As solicitações dos fisioterapeutas contrastam com as responsabilidades
e atenções dispensadas a um número elevado de pacientes que necessitam de tratamento, sem no
entanto, pôr em causa um atendimento eficaz e profissional. Por outro lado a actuação do
fisioterapeuta deve consistir numa abordagem pedagógica na reeducação do paciente para que este
modifique os seus hábitos diários.

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ESTUDO DE CASO:

Paciente І :
Nome: J.R
Idade: 51 anos
Sexo: M
Profissão: Camionista. Nos dias de folga trabalha no quintal, actividades domésticas.
Medicamentos: Foram-lhe prescritos medicamentos mas, não os toma.
Diagnostico Médico: Tendinite supra- espinhoso e dor cervical
História Médica: Ombro direito doloroso na abdução e rotação. Dor na abdução resistida e dor à
palpação do tendão. ECO acusou tendinite supra espinhoso.
26/10/2005-Melhor a nível do ombro. Mantém dor na palpação do supra-espinhoso. Queixas de
cervicalgia e lombalgia.
Historia clinica: Já foi operado a uma hérnia discal, a nível de L5, e à mão esquerda, síndrome do
túnel cárpico
Plano de tratamento prescrito no dia 21/09/2005: calor húmido na cervical e no ombro direito,
TENS ao ombro, massagem transversal profunda e ultra- som ao ombro.
26/10/2005-Continuação do tratamento e também calor húmido e ultra-som na lombar.
Plano de tratamento efectuado: calor húmido na cervical e no ombro direito, TENS ao ombro,
massagem relaxamento, ultra- som ao ombro e M.T.P com o ombro em rotação interna.
A partir de 26/10/2005 continuou a fazer o mesmo tratamento e também calor húmido e ultra-som na
lombar.
Objectivos gerais de tratamento: fazer com que o paciente volte a retomar as suas actividades de
vida diária o mais rápido e o melhor possível.
Objectivo específico de tratamento:
Ultra-som: utilizado como anti-inflamatório e evita a fibrose
Calor húmido: para alivio da dor, relaxamento e melhoria da circulação
TENS: alivio da dor no ombro e relaxamento na cervical
Massagem: efeitos mecânicos, térmicos, relaxamento, diminuição da inflamação
M.T.P: efeitos mecânicos (mobilização) e químicos (hiperémia e estimulação mecanoreceptora)

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Avaliação:
Teste muscular
Dia 20/10/2005 Dia 09/11
Esquerdo Direito Direito
Bicipete 5 5 5
Rotadores 5 4+ 5
laterais
Rotadores 5 5 5
mediais

Goniometria
Dia 20/10/2005 Dia 09/11
Esquerdo Direito Direito
Flexão 166º 159º 165º
Abdução *134º *124º *126º
Rotação lateral 85º *80º 85º
Rotação medial 85º *77º *80º
* A partir desta amplitude o paciente referia dor
Nota: É de considerar que a avaliação através do teste muscular e da goniometria são subjectivas,
pois há falta de rigor. No teste muscular os graus de resistência dependem da resistência do
terapeuta, sendo esta diferente conforme o terapeuta.

Avaliação postural:
- Ombro esquerdo anteriorizado e em rotação medial;
- Trapézio superior do lado esquerdo com maior volume;
- Inclinação da cabeça.

Edema: não tem edema.


Temperatura: sem alteração da temperatura.
Rubor: não tem rubor.

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Paciente ІI:

Nome: C.R.C
Idade: 70 anos
Sexo: F
Medicamentos: Toma medicamentos para a tensão, colesterol, ossos e vesícula.
Profissão: Doméstica, trabalhou numa fábrica de metalurgia.
Diagnostico Medico: Artrose do joelho
História Médica: 07/07/2005- Gonalgia bilateral, raquialgia com predomínio da lombar e cervical,
alteração venosa e diminuição de força nos M.I.
08/09/2005- Algumas melhoras, tem pouca força no quadricipete.
Plano de tratamento Prescrito: Parafango ao longo da coluna, ultra- som na cervical, T.E.N.S nos
joelhos, mobilização activa e passiva aos joelhos
Plano de tratamento Efectuado: Parafango ao longo da coluna, ultra- som na cervical, T.E.N.S nos
joelhos, mobilização activa e passiva aos joelhos
Objectivos gerais de tratamento: fazer com que o paciente volte retomar as suas actividades de
vida diária o mais rápido e o melhor possível.
Objectivo especifico de tratamento:
Parafango: para alivio da dor, relaxamento
Ultra-som: utilizado como anti-inflamatório e evita a fibrose
TENS: alivio da dor
Mobilização: manter a estabilidade e integridade da articulação, manter a amplitude articular ou o
aumento da mesma, impedir a formação de aderências

Avaliação ao joelho:
Teste muscular
Dia 20/10 Dia 02/11
Direito Esquerdo Direito Esquerdo
Quadricipete 4 4 4 4
Isquiotibiais 5 4+ 5 4+

Goniometria

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Dia 20/10 Dia 02/11


Direito Esquerdo Direito Esquerdo
Flexão *105º *110º *108º *114º
* A partir desta amplitude o paciente referia dor

Nota: É de considerar que a avaliação através do teste muscular e da goniometria são subjectivas,
pois há falta de rigor. No teste muscular os graus de resistência dependem da resistência do
terapeuta, sendo esta diferente conforme o terapeuta.

 Tem pouca força nos últimos 30º de extensão do joelho, o que indica fraqueza do vasto interno.

Edema: não tem edema.


Temperatura: sem alteração da temperatura.
Rubor: não tem rubor.

Paciente ІII:

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Nome: C.
Idade: 75 anos
Sexo: F
Profissão: Doméstica,trabalhou numa fábrica de olaria
Diagnostico Medico: Ruptura da coifa dos rotadores
História Médica: 10/01/2005- Antecedentes de lombalgia mecânica com irradiação para a região
escapular, ombros dolorosos na abdução e rotação resistida. Joelho com crepitação na mobilização,
pouca força muscular no quadricipete com dificuldade em estabilizar na marcha, em terrenos
inclinados. Fez infiltração. Raio x na coluna com listesis na L4/L5, espondilartrose, e raio x do
joelho com gonartrose.
07/07/2005- Operada ao ombro direito por rotura da coifa dos rotadores no dia
14/06/2005, ombro imobilizado.
Plano de tratamento Prescrito: Calor húmido suave e mobilização
Plano de tratamento Efectuado: T.E.N.S, correntes interferenciais, ultra-som ao ombro 1
watt/cm2, calor húmido na cervical e ombro, massagem na cervical e ombro, mobilização ao ombro
com 30º de flexão da gleuno-umeral e fortalecimento muscular
Objectivos gerais de tratamento: fazer com que o paciente volte retomar as suas actividades de
vida diária o mais rápido e o melhor possível.
Objectivo especifico de tratamento:
Ultra-som: utilizado como anti-inflamatório e evita a fibrose
TENS e Correntes Interferenciais: alivio da dor
Calor húmido: para alivio da dor, relaxamento e melhoria da circulação
Massagem: efeitos mecânicos, térmicos, relaxamento, diminuição da inflamação
Mobilização: manter a estabilidade e integridade da articulação, manter a amplitude articular ou o
aumento da mesma, impedir a formação de aderências
Fortalecimento muscular

Avaliação ao ombro:

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Teste muscular
Dia 20/10 Dia 02/11
Direito Esquerd Direito Esquerd
o o
Bicípite 4+ 5 4+ 5
Rotadores laterais 4 5 4 5
Rotadores 4 4+ 4 4+
mediais

Goniometria
Dia 20/10 Dia 02/11
Direito Direito
Flexão 155º 158º
Abdução *93º *95º
Rotação lateral *50º *50º
Rotação medial *45º *45º
*A partir desta amplitude o paciente referia dor

Nota: É de considerar que a avaliação através do teste muscular e da goniometria são subjectivas,
pois há falta de rigor. No teste muscular os graus de resistência dependem da resistência do
terapeuta, sendo esta diferente conforme o terapeuta.

 Aos 42 anos tinha dores na cervical e alterações degenerativas do membro superior, inferior e
mão

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Paciente ІV:
Nome: M.S.B
Idade: 66 anos
Sexo: F
Medicamentos: Toma medicamentos para os ossos.
Profissão: Reformada, trabalhou numa fábrica de sapatos
Diagnostico Medico: Fractura maleolar e gonalgia
História Médica: 27/04/2005-Fractura maleolar no pé esquerdo, ao qual foi operada há 1 ano.
Passado 9 meses retirou o material de osteossíntese e foi fazer fisioterapia. Edema do pé, rigidez da
tibio-társica.
08/09/2005- Gonalgia bilateral, dores e rigidez da tibio-társica esquerda ainda
com edema e claudicação do pé.
20/10/2005- Algumas melhoras, ainda edema e claudicação do pé
Plano de tratamento Prescrito: Corrente interferêncial no tornozelo, calor húmido, pressoterapia,
mobilização com o joelho em extensão
Plano de tratamento Efectuado: Corrente interferencial no tornozelo, calor húmido, pressoterapia,
mobilização com o joelho em extensão para estirar os gémeos e exercício na tábua de
freeman( mobilização fisiológica, treino proprioceptivo e diagonais)
Objectivos gerais de tratamento: fazer com que o paciente volte retomar as suas actividades de
vida diária o mais rápido e o melhor possível.
Objectivo especifico de tratamento
Correntes Interferenciais: alivio da dor, efeito analgésico
Calor húmido: para alivio da dor, relaxamento e melhoria da circulação
Pressoterapia: drenagem e redução do edema
Massagem: promove a circulação sanguínea, seguindo-se o relaxamento muscular
Mobilização: manter a estabilidade e integridade da articulação, manter a amplitude articular ou o
aumento da mesma, impedir a formação de aderências. A mobilização é feita com o joelho em
extensão para estirar os gémeos
Treino proprioceptivo na tábua de freeman: para dar noção dos movimentos que pode executar
activamente. A informação é transmitida ao cérebro permitindo que esta seja assimilada e recordada.

Avaliação:
Teste muscular

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27/10 09/11
Direito Direito Esquerdo Esquerdo
Tibial anterior 2+/5 5 4+ 5
Tibial posterior 5 5 5 5
Peroneais 5 5 4 5
Tricips 4

Goniometria
27/10 09/11
Direito Esquerd Esquerd
o o
Inversão 32º *12º *19º
Eversão 22º 19º 20º
Flexão dorsal 12º *2º 10º
Flexão *40º *40º 50º
plantar
* A partir desta amplitude o paciente referia dor

Nota: É de considerar que a avaliação através do teste muscular e da goniometria são subjectivas,
pois há falta de rigor. No teste muscular os graus de resistência dependem da resistência do
terapeuta, sendo esta diferente conforme o terapeuta.

Edema: Tem edema na tíbio-társica esquerda, devida à artrite.


Temperatura: sem alteração da temperatura.
Rubor: não tem rubor.
 A fractura foi devido a uma queda, na qual ficou com o corpo em cima do pé. Não aguenta peso
no ante-pé, deste modo a outra perna avança mais depressa, manca.
Dor na tíbio-társica quando caminha, no joelho contralateral e na parte posterior da coxa.

 OBSERVAÇÕES:

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Pude verificar que a clínica apresenta boas condições, o ginásio é um local arejado e apresenta
uma boa luminosidade. São de notar as condições de limpeza e arrumação. A equipa multidisciplinar
é empenhada e colabora para o bem-estar dos pacientes. Existe um bom ambiente de trabalho. O
barulho devido ao elevado número de pacientes não é incomodativo.
No decorrer do estágio contactei com doentes de diversas patologias: AVC, Acromioplastia,
Gonalgia, Fracturas, Entorse.
Neste estágio tive a oportunidade de assistir ao tratamento de uma menina com asma. O tratamento
iniciava-se com reeducação funcional respiratória em D.D, D.L e D.V (sobre uma cunha), de seguida
a terapeuta fazia tappotement em concha, posteriormente utilizava um vibrador para fazer vibração.
Por fim fazia exercícios com o objectivo de fazer tossir a criança, tais como, soprar para deitar uma
argola ao chão, soprar para dentro de uma caneca (que no interior tinha papeis) e sentar-se numa bola
de bobath, para cantar e pular.

 INTERVENÇÕES:
No estágio tive a oportunidade de executar várias técnicas, tais como: massagem ao ombro e pé,
mobilização passiva e acessória, teste muscular, goniometria e ultra-sons.

 AUTO - ANÁLISE:
O estágio na Policlínica da Feira deu-me a oportunidade de adquirir e aprofundar novos
conhecimentos. No entanto senti algumas dificuldades que foram esclarecidas pela orientadora. Tive
também, a oportunidade de conhecer novas técnicas que posteriormente irei abordar nas aulas.
Executei algumas técnicas aprendidas anteriormente e foram-me feitas perguntas que me permitiram
colocar em prática alguns conteúdos práticos e teóricos.
Verifiquei que a relação entre as fisioterapeutas e os doentes é muito positiva, e que cada doente é
único, sendo deste modo necessário aos fisioterapeutas e aos profissionais de saúde adaptar e
arranjar estratégias para um tratamento eficaz, usando a imaginação quando esta for necessária.
Contudo para se obter um bom resultado é necessário que o paciente colabore activamente no
tratamento.
Particularmente, neste estágio fiquei impressionada quando uma paciente de cadeiras de rodas disse
à terapeuta que queria muito andar, tendo uma enorme vontade em fazer o tratamento.

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 13


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 CONCLUSÃO:
Após a realização deste estágio de aprendizagem os conhecimentos adquiridos foram muito
importantes, visto que houve contacto directo com os doentes. A comunicação e o contacto com o
doente são muito importantes, sendo um aspecto primordial para a execução do tratamento. Cada
doente necessita de ter uma intervenção única visto que cada um tem uma maneira própria de sentir
e de reagir.
Foi-me possível contactar com diversas patologias ainda não estudadas.
Este estágio foi produtivo pois deu-me a oportunidade de adquirir novos conhecimentos e
experiência. O estágio permitiu-me verificar a importância da relação recíproca entre
terapeuta/doente na recuperação deste último.
A abordagem, o incentivo e o contacto com os doentes são aspectos importantes na fisioterapia, uma
vez que os doentes são diferentes e necessitam de abordagens diferentes não só em termos
terapêuticos mas também na forma de falar, de abordar, de “brincar”, isto é, consoante a sua
personalidade.
Permitiu, ainda, a compreensão e a familiarização com diferentes programas de tratamento, assim
como com a aplicação das diversas técnicas nos diferentes casos observados.

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Anexo:
Pesquisa sobre:

Acromioplastia

Fractura bimaleolar
Gonartrose

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COMPLEXO ARTICULAR DO OMBRO

O ombro é uma estrutura capaz de realizar movimentos com mais de 180 graus, graças aos
movimentos coordenados das várias articulações que o compõem, e possui a maior liberdade de
movimento do corpo humano (VEADO e FLÓRA, 1994).
Posturas viciosas, desvios do tronco ou posições inadequadas da escápula podem proporcionar
desequilíbrio no espaço subacromial e consequências no seu conteúdo (bursas e tendões)
(MORELLI e VULCANO, 1993).
O ombro é formado por um conjunto de articulações que, associadas, proporcionam um grande arco
de movimento nos três planos. Porém, não é apenas a somatória dos seus movimentos que é
importante para o bom desempenho final, mas também a maneira coordenada como eles ocorrem.
Essa harmonia tem como principais objectivos, a diminuição do esforço a que são submetidas as
diversas estruturas envolvidas e a manutenção da estabilidade articular (MORELLI e VULCANO,
1993).
O ombro constitui um complexo formado por 5 articulações: glenoumeral, escápula-tóraxica,
acromio- clavicular, esterno- costo- clavicular e “subdeltoide”.
A articulação glenoumeral é a mais importante, devido à sua maior mobilidade e menor estabilidade,
que pode ser atribuída à rasa fossa glenóide, à grande e redonda cabeça umeral (HALBACH e
TANK, 1993; BOLLIGER, 1998).

ASPECTOS BIOMECÂNICOS

Abdução (esta ocorre em três fases):

1º Fase: de 0 a 90º.
Os músculos motores são o deltóide e o supra- espinhoso. Este movimento inicia-se na gleuno-
umeral. A 1º fase termina perto dos 90º, quando a gleuno- umeral bloqueia devido ao impacto da
tuberosidade maior do úmero contra a margem superior da glenoide.
A rotação externa e uma ligeira flexão, deslocam a tuberosidade maior do úmero para trás e atrasa o
bloqueio. Steindler considera que a abdução associada com a flexão de 30º no plano da omoplata é a
verdadeira abdução fisiológica.
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2º Fase: de 90 a 150º.
Com o bloqueio da gleuno-umeral a abdução ocorre devido ao movimento pendular da escápula, ao
movimento de rotação longitudinal, ao trapézio e o serrátil anterior.

3º Fase: de 150 a 180º.


É necessário que a coluna vertebral participe neste movimento para chegar à vertical. Se só um braço
faz a abdução, basta uma inclinação lateral sob a acção dos músculos espinhais contralaterais. Se os
dois braços fazem a abdução, é necessário uma hiperlordose lombar sob acção dos espinhais. Esta
descrição é esquemática, pois as acções musculares estão inter-relacionadas. Deste modo podemos
verificar que a escápula faz um giro antes que o braço chegue aos 90º de abdução.

Flexão (esta ocorre em três fases):

1º Fase: de 0 a 50-60º.
Os músculos motores são o deltóide, coraco-braquial e o peitoral maior. A flexão fica limitada
devido à tensão do ligamento coraco-umeral e à resistência do redondo maior, menor e o infra-
espinhoso.

2º Fase: de 60 a 120º.
Rotação da escápula que orienta a glenoide para cima e para a frente e das articulações
esternocostoclavicular e acromio-clavicular. Os músculos motores são o trapézio e o serrátil anterior.

3º Fase: de120º a 180º.


O movimento de flexão está bloqueado pela gleuno-umeral, deste modo é necessário a intervenção
da coluna vertebral. Se a flexão é unilateral no final do movimento podemos fazer uma abdução do
braço e uma inclinação lateral da coluna. Se a flexão é bilateral o final do movimento é idêntico ao
de abdução com uma hiperlordose.

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Coifa dos rotadores:

As lesões da coifa dos rotadores representam um distúrbio cada vez mais observado na prática
clínica. Estas lesões geralmente estão relacionadas com o impacto das estruturas tendinosas contra o
arco coracoacromial, que podem ser muito incapacitantes para os pacientes acometidos.
Até há pouco tempo considerava-se que a dor e a impotência funcional do ombro eram devidas a
bursite, reumatismo, mau jeito e que o tratamento, sem qualquer tentativa de diagnóstico inicial não
passaria da tríade clássica: medicação, infiltração e fisioterapia. Felizmente, evoluiu-se. Sabe-se que
a dor no ombro tem grande incidência no consultório ortopédico, vindo após a dor lombar (LECH,
1995).
A coifa dos rotadores é constituída pelos tendões dos músculos subescapular, supra-espinhoso, infra-
espinhoso e redondo menor. Cada tendão funde-se com a cápsula gleuno-umeral, reforçando-a e
contribuindo de maneira significativa para a estabilidade dinâmica da articulação glenoumeral
(WILK et al., 1998).
Os músculos da coifa dos rotadores funcionam também comprimindo a articulação gleuno-umeral e
actuam de forma a reduzir ou controlar o cisalhamento vertical transmitido na direcção da cabeça do
úmero (MOORE, 1994).
Quando íntegro, permite a formação de um espaço articular fechado, sugerindo uma participação na
nutrição da cartilagem e consequentemente prevenção de processos degenerativos (CHECCHIA e
BUDZYN, 1991). A coifa dos rotadores é um estabilizador dinâmico da articulação gleuno-umeral e
inicia o seu movimento através da fixação da cabeça umeral contra a fossa glenóide, permitindo que
o músculo deltóide exerça a função de elevação e abdução do braço, já que é o músculo que possui o
maior braço de alavanca (GODINHO, SOUZA e BICALHO, 1996).
Segundo Volpon e Muniz (1997), os componentes da coifa dos rotadores, particularmente o supra-
espinhoso, ocupam um espaço relativamente pequeno na região subacromial que, em algumas
pessoas pode ser ainda diminuto devido ao formato do acrómio que, quando muito inclinado leva ao
atrito exagerado dos tendões contra as estruturas rígidas, principalmente o bordo anterior do
acrómio.
As lesões da coifa dos rotadores constituem a causa mais comum de dor no ombro. Caracterizam-se
por dor na face ântero-lateral do ombro, e que aumenta na abdução com rotação externa ou interna
da articulação (BARBIERI, MAZER e CALIL, 1995).

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 18


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Causas:

As causas mais frequentes de lesões da coifa dos rotadores são: o síndrome do arco doloroso ou
conflito subacromial, alterações degenerativas e traumatismos (CHECCHIA e BUDZYN, 1991).
Além disso, na região próxima à inserção do músculo supra-espinhoso, existe uma área de
hipovascularização (área crítica), o que torna essa região mais vulnerável à lesão e de recuperação
difícil (WILK, et al., 1998).

Conflito Subacromial ou Sindrome do Arco Doloroso

Traduz uma perturbação da dinâmica do ombro por conflito subacromial, ou seja, perturbação do
normal deslizamento do troquiter sob a abobada formada pelo bordo ósseo do acrómio e pelo bordo
fibroso do ligamento córaco-acromial. (In Serra Luís M. Alvim)
Em 1972, Charles Neer descreveu os conceitos clássicos do síndrome do arco doloroso
(impingemente syndrome): a coifa dos rotadores, a cabeça longa do bíceps e a bolsa subacromial são
continuamente comprimidos pela porção anterior e inferior (terço anterior) do acrómio, pelo
ligamento córaco-acromial e, às vezes pela articulação acrómio-clavicular (LECH et al., 1992).
É assim designado por se tratar de um impacto que ocorre entre a tuberosidade maior do úmero
contra o arco coracoacromial, principalmente durante os movimentos de elevação do braço,
resultando de microtraumas repetidos aos tecidos que estão no espaço subacromial (HALBACH e
TANK, 1993).
Durante os movimentos diários, os músculos da coifa dos rotadores estão susceptíveis a
microtraumatismos repetidos que podem resultar numa lesão estrutural. Muitas vezes, a fonte da
lesão é a colisão com o arco coracoacromial quando a articulação glenoumeral é abduzida ou flectida
(GUIMARÃES, 1995).
A própria tendinite da cabeça longa do bíceps, que antes era uma entidade separada, hoje é
considerada juntamente com a coifa dos rotadores, devido a sua situação anatómica (VEADO,
MEDRADO, OLIVEIRA Jr., 1998).
Vários estudos confirmam a hipótese de que a lesão é iniciada por hipovascularização na inserção do
músculo supra-espinhoso, causada pela compressão contínua entre a tuberosidade maior do úmero e
a porção ântero-inferior do acrómio.

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 19


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Por outro lado, o impacto subacromial primário, determinante do atrito e degeneração da coifa dos
rotadores, é um fenómeno conhecido de longa data, uma vez que a elevação do membro superior
ocorre geralmente em flexão, produzindo o impacto (LECH e SEVERO, 1998).
Quando a presença de pinçamento subacromial é comprovada, cabe considerar também se a
compressão subacromial é causada por estreitamento (produzido por esporões ou por acrómios muito
curvos), ou se é secundária a outras alterações, como, por exemplo, o desequilíbrio funcional
provocado por instabilidade da glenoumeral ou por alterações degenerativas, que enfraquecem os
tendões e os músculos da coifa dos rotadores, tornando-os insuficientes para estabilizar a cabeça
umeral e susceptível às forças que produzem lesões intrínsecas (NICOLETTI e MANSO, 1995)
Quando a origem de dor no ombro é o pinçamento da coifa dos rotadores contra o arco
coracoacromial denominado de “outlet impingement” por Neer, deve-se ter em atenção a
classificação descrita por Bigliani, Morrison e April, para os tipos de acrómio (tipo I, II e III), que
consideram o tipo III responsável pelo pinçamento da coifa dos rotadores.
No entanto, Nicoletti e Manso (1995), consideram que não há associação significante entre os
diferentes tipos de acrómio e a presença da lesão subacromial típica do pinçamento.
NICOLETTI e MANSO, 1995, reforçam as observações de autores que consideram as lesões da
coifa dos rotadores como sendo decorrentes do envelhecimento biológico, enquanto o pinçamento
subacromial constitui-se secundariamente ao aparecimento do enfraquecimento dos tendões da coifa
dos rotadores.
Segundo Neer (1995), entre as principais causas de pinçamento subacromial figuram as variações
morfológicas do acrómio, as disfunções do mecanismo de estabilização glenoumeral e os
desequilíbrios funcionais da musculatura escapulotorácica.
De acordo com Rasch (1991), a colisão pode ser produzida se o volume da musculatura for
aumentado por hipertrofia ou edema resultante de lesão e se o espaço disponível for diminuído por
crescimento ósseo que invada o tecido.
A degeneração, entre as outras causas do síndrome do impacto, parece ser o denominador comum
dessas lesões, uma vez que tendões normais raramente se rompem. Além disso, as rupturas da coifa
dos rotadores são vistas quase somente em pacientes de meia-idade e idosos (GIORDANO et al.,
2000).

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 20


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

Evolução

Neer (1995), classificou três fases evolutivas da patologia (conflito subacromial)

-Fase I: fase de edema e hemorragia, ocorrendo em jovens, devido ao excesso do uso do membro
superior no desporto ou no trabalho. Esta lesão é reversível com o repouso, e os tecidos voltam ao
normal;

-Fase II: fase de fibrose, espessamento da bolsa subacromial e tendinite da coifa dos rotadores,
ocorrendo de forma crónica e intermitente, em pacientes com idade entre 25 e 45 anos;

-Fase III: nessa fase ocorrem lacerações parciais ou completas da coifa dos rotadores, ruptura do
bíceps e alterações ósseas. Ocorre geralmente em pacientes acima de 40 a 50 anos.

Quadro Clínico do ombro doloroso:

- Nos graus médios (lesão do tendão do supra- espinhoso)


- Nos graus iniciais (lesão da coifa)
- Nos graus finais (artrose acromio- clavacular)

Nos graus médios (lesão do tendão do supra espinhoso):


A dor tem as características gerais da “ dor do ombro”, desconforto nocturno, irradiação,
exacerbação pela rotação interna do ombro. Tem uma característica particular em que ocorre dor
entre os 45 e os 160º não existindo antes nem depois. A dor instala-se progressivamente.
A causa é a tendinite do supra-espinhoso, que é devida a microtraumatismos do acrómio, próximo da
sua inserção no troquiter, durante a abdução. Outra causa é a inflamação da bolsa subacromial
(bursite). Pode-se formar um depósito de cálcio no tendão, por vezes evolui para a expulsão na bolsa
serosa a que aderiu por fenómenos inflamatórios e origina uma bursite aguda com dor intolerável nas
primeiras 24 ou 48 horas. Deste modo podemos concluir que nem todas as calcificações do tendão
significam que há conflito subacromial, podendo este degenerar sem ocorrer o conflito subacromial.

Nos graus iniciais (lesão da coifa)


Os tendões dos músculos que envolvem a cabeça do úmero podem ser lesados, sobretudo se
apresentam fenómenos degenerativos. Estes são frequentes depois dos 45-50 anos, no tendão do
supra-espinhoso, que é facilmente sujeito a microtraumatismos contra a abóbada acrómio-coroideia.

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 21


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

A queixa é dor e impotência funcional do ombro. O exame revela que os movimentos passivos do
ombro são normais, mas a abdução activa a partir da posição de repouso está comprometida. O
diagnóstico é confirmado pela comunicação da bolsa subacromial com a cavidade articular,
confirmada através de artrografia. A radiografia poderá mostrar alguns sinais indirectos, como por
exemplo a planificação do troquiter ou um acrómio curvo que facilita o contacto (acrómio em
gancho) ou uma subida da cabeça do úmero.

Nos graus finais (artrose acromio- clavacular)


A articulação acrómio-clavicular, é sobretudo solicitada no movimento de abdução do ombro a partir
dos 90º e particularmente nos graus máximos. Se neste local existir um processo degenerativo
secundário a uma lesão traumática, a microtraumatismos repetidos surge dor local nesta fase do
movimento. Ocorre geralmente associada a outros processos degenerativos, como por exemplo
bursite acromial, que favorece a tumefacção articular resultante da artrose que estreita a passagem ao
troquiter criando o conflito subacromial.
O tratamento pode consistir na recessão articular.

Diagnóstico

Segundo Neer (1995), a idade do paciente é da maior importância no diagnóstico das lesões por
pinçamento subacromial. Rupturas da coifa dos rotadores são comuns após os 50 anos, mas muito
raras antes dos 40.
Para auxílio do diagnóstico Neer (1995), sugeriu radiografias em várias posições, cada uma
objectivando visualizar determinados aspectos. Na ântero-posterior (AP) comum em rotação interna,
observam-se o achatamento, esclerose e cistos subacromiais ao nível da grande tuberosidade. Na AP
com 30º caudal, vê-se nitidamente a presença do esporão ântero-inferior do acrómio. No perfil da
escápula com 10º-15º, estuda-se a forma do acrómio e confirma-se a presença do esporão acromial.
O diagnóstico pode ser baseado nos achados descritos por Neer, e que consistiam basicamente num
quadro de dor no ombro, referido na face anterior e lateral, que piora com movimentos de elevação
do braço.

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 22


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

Tratamento do conflito subacromial

Médico:
Os agentes físicos que comunicam calor profundo atenuam a dor e promovem maior comodidade na
mobilização – e este é o ponto principal.
A infiltração, a instilação por agulha, de corticosteróides na bolsa subacromial tem um efeito
sedante, permitindo deste modo o exercício. O corticosteroide da infiltração é acompanhado por um
anestésico local que tendo um efeito imediato sedante, informa se a infiltração foi colocada na
origem real da dor. (In Serra Luís M. Alvim)

Cirúrgico:
Nos síndromes por conflito subacromial pode-se obter um alivio com a infiltração, mas os casos
persistentes e incapacitantes podem-se resolver cirurgicamente.
A operação consiste na secção do ligamento córaco-acromial, regularização do acrómio ou da
articulação, associada à reconstrução da coifa, em caso de ruptura. A ruptura da coifa pode ser bem
tolerada nos idosos e o tratamento poderá consistir apenas na reeducação através da fisioterapia. (In
Serra Luís M. Alvim)

Segundo, Doneux et al. (1998-a), o tratamento do conflito subacromial baseia-se na reabilitação


conservadora por pelo menos três a seis meses e, na falha deste, pode-se optar pelas diversas técnicas
cirúrgicas.
(GIORDANO et al., 2002) referem que o tratamento do conflito subacromial deve ser inicialmente
clínico, mesmo naqueles casos em que é observada uma causa anatómica, como esporão subacromial
ou acrómio ganchoso.
Morelli e Vulcano (1993) preconizam que o tratamento do conflito subacromial deve ser
conservador, com programa de reabilitação visando a melhoria do quadro doloroso, inicialmente, e
trabalho de ganho do arco de movimento e da força muscular, posteriormente.
(CHECCHIA et al., 1994) referem que após a falha do tratamento clínico por um período de três a
seis meses, não se deve prolongar a indicação do tratamento cirúrgico, pois uma lesão pequena de
fácil reparação, pode-se agravar e passar à lesão grande, com intensa retracção dos tendões, o que
leva a difícil reparação e abordagem terapêutica, com resultado imprevisível e, na maioria das vezes,
mau. O tratamento cirúrgico das lesões da coifa dos rotadores associado ao conflito subacromial dá

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 23


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bons resultados em grande percentagem dos pacientes (78%), principalmente se as lesões não forem
extensas, se a acromioplastia for realizada correctamente e se for obtida a sutura da lesão
(CHECCHIA et al., 1994).
Neer (BARBIERI, MAZER e CALIL, 1995), realizou estudos anatómicos em escápulas dissecadas
e observou que em cerca de 10% delas a ponta do acrómio apresentava alterações degenerativas na
sua face ântero-inferior, “aparentemente causados por impacto repetido da coifa dos rotadores e da
cabeça umeral, com tracção do ligamento coracoacromial”. Correlacionou o impacto com variações
na forma do acrómio e preconizou a acromionectomia parcial, ou acromioplastia, e a secção do
ligamento coracoacromial como tratamento de escolha.
A técnica cirúrgica proposta por Neer é defendida por muitos autores, consta de acromioplastia
(osteotomia da porção anterior e inferior do acrômio), ressecção do ligamento córaco-acromial e
bursectomia, através de ampla abordagem látero-anterior do ombro, o que permite igualmente acesso
à reparação das rupturas da coifa dos rotadores, quando presentes (LECH et al., 1992).
Nicoletti e Manso (1995) consideram que apesar de eficaz no alívio da dor, a acromioplastia não está
isenta de morbidade. Na ausência de pinçamento, a acromioplastia deve ser evitada, já que, nessas
condições, a causa da dor e da lesão dos tendões da coifa dos rotadores deve se produzida por outro
fenómeno.
A maioria dos problemas do ombro pode ser tratada sem cirurgia, apenas por cuidados físicos
primários (BELZER e DURKIN, 1996) e, segundo Bartolozzi, Andreychik e Ahmd (1994),
factores como a idade do paciente, ocupação, instabilidade da articulação, entre outros, influenciam
os resultados do tratamento.
Os princípios fundamentais que regem o tratamento de reabilitação do ombro no conflito
subacromial são: conhecer a mecânica articular e suas alterações; diagnóstico preciso das condições
articulares; conhecer a origem da dor; conhecimento das sinergias musculares e evitar os
traumatismos de repetição (GREVE, 1995).
O componente vital de um programa de reabilitação é a avaliação inicial, que possibilita o
conhecimento da real situação funcional do paciente. A avaliação do complexo do ombro, inclui
elementos subjectivos e objectivos da prática propedêutica (SOUZA, 2001).

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 24


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Acromioplastia e rupturas da coifa dos rotadores

Ponto de vista cirúrgico

 Conflito
O tratamento do conflito por acromioplastia, segundo Neer, transformou a evolução das
tendinopatias da coifa dos rotadores. Actualmente existem diferentes técnicas de acromioplastia
cirúrgica.
Do ponto de vista da reabilitação, estas técnicas diferem, no que se refere ao deltóide e à capa
trapeziodeltoideia. A escolha consiste numa desincerção, às vezes demasiado importante do deltóide,
sobretudo no que respeita ao fascículo anterior. As técnicas artróscopicas preservam melhor as
estruturas musculares.

 Ruptura da coifa dos rotadores


O tratamento das rupturas da coifa dos rotadores evoluiu muito desde De Sèze e o seu ombro
seudoparalitico.
Em primeiro lugar, graças aos trabalhos de Neer e mais recentemente pelo desmembramento das
lesões anatómicas, actualmente, se compreendem, tendão por tendão, as rupturas parciais ou
comunicantes e diferenciam-se as lesões profundas das superficiais.
Por outro lado já não se considera sistematicamente que o conflito é responsável pela ruptura da
coifa dos rotadores e se contemplam outras causas, traumáticas, degenerativas ou vasculares.
Actualmente, as indicações de reparação têm muito mais em conta a qualidade do tendão e a
degeneração adiposa muscular, avaliada por tomografia computurizada. Quando as condições
mecânicas não são favoráveis, opta-se por um tratamento médico e reabilitador, ou por uma simples
descompressão sem reparação da coifa dos rotadores, que permite obter bons resultados no que
respeita à dor e mobilidade.

 Protocolo de reabilitação
Fase pós-operatória da recuperação passiva
Os objectivos desta fase consistem na recuperação completa da mobilidade passiva e luta contra as
más posturas.

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 25


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

A reabilitação começa no dia da intervenção e continua num centro de reabilitação, ou consultório do


fisioterapeuta, pelo menos três vezes por semana.
A imobilização, destinada principalmente a proteger a cicatrização tendinosa, pode fazer-se com o
cotovelo contra o corpo, em posição funcional a 30º de abdução, antepulsão e rotação interna
(posição 30, 30, 30). Esta fase dura de 30 a 45 dias, pelo que pode encurtar-se em caso das
descompressões simples.

Massagem e fisioterapia analgésica:


A massagem na região cervical, em particular, trapézio superior, associada a uma mobilização,
utiliza-se contra contraturas. Esta massagem estende-se a nível dorsal.
O estiramento axial activo e preventivo se implanta contra as posturas antálgicas.
Usam-se várias vezes durante o dia a crioterapia, em casa e durante a sessão de reabilitação.
Associa-se um tratamento analgésico e anti-inflamatório.

Recuperação da mobilidade passiva:


Trabalha-se mediante mobilizações passivas manuais em decúbito dorsal, realizadas pelo terapeuta.
Consiste em primeiro lugar, na recuperação da elevação no plano da omoplata, que pode ser máxima
desde o início, segundo a mobilidade preoperatória e as dores.
Em casa, o paciente faz quatro vezes por dia, em decúbito dorsal, um trabalho de auto-mobilização
passiva, exercendo uma tracção com a mão oposta e associando a elevação do braço com a descida
da cabeça umeral no eixo do membro superior. Deste modo, deve realizar exercícios pendulares,
várias vezes por dia, em perfeita descontracção, ensinados pelo terapeuta. A posição pendular,
indolor, serve tambem ao paciente como posição de ajuda para a higiene, vestir-se.
A recuperação passiva das rotações internas e rotações externas começa em decúbito dorsal, com o
cotovelo contra o corpo e com um bastão para a auto reabilitação.

Centralização activa da cabeça umeral:


Realiza-se o trabalho de centralização mediante uma descoaptação com analgésicos, manobras
manuais passivas associadas com massagem.
A aprendizagem da colocação activa deve fazer-se o mais precocemente possível, mediante a busca
de um movimento de deslizamento escapulatoráxico interno da omoplata (trabalho dos fixadores da

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 26


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

omoplata) acompanhado de uma descida da cabeça umeral (trabalho dos músculos depressores
extrínsecos), em decúbito dorsal, com os braços ao longo do corpo.
A mobilização passiva da escapulatoráxica, em decúbito contralateral, facilita o movimento de
deslizamento escapulatoráxico interno da omoplata.
É importante que o paciente tome consciência da colocação activa da cabeça umeral antes de
começar a segunda fase de reabilitação.

Fase de recuperação da mobilidade activa:


Esta fase só começa quando a recuperação da mobilidade passiva está completa. A manutenção da
mobilidade passiva prossegue por meio de mobilizações manuais realizadas pelo terapeuta e auto
mobilizações em casa.

Procura da mobilidade anterior activa


Este trabalho começa com o paciente em decúbito dorsal. Uma vez adquirida, continua em posição
de semi-sentada e depois em posição de sentada. Deve ser indolor e realizar-se com uma boa
colocação activa do ombro, omoplata fixa e ligeira rotação lateral.
A busca do bloqueio activo faz-se primeiro com o membro superior em posição neutra. De seguida,
trabalha-se com diferentes graus de elevação. Uma vez adquirida a postura estática começa-se um
trabalho excêntrico do movimento de elevação. A elevação activa concêntrica, última etapa só
começa quando já se adquiriu o controlo da descida excêntrica. Primeiro trabalha-se acima dos 130º,
depois nos 70 primeiros graus e por fim no sector angular conflitivo, mantendo sempre uma boa
colocação activa do ombro.

Centralização activa da cabeça umeral


O trabalho de centralização activa, começado na fase precedente em D.D mediante a busca da
correcta colocação activa da cabeça umeral, continua com o trabalho isómetrico dos depressores: co-
contracção do peitoral maior e dorsal a diferentes graus de elevação. (Elevação passiva exercida pelo
terapeuta), sempre em associação com o trabalho dos fixadores da omoplata, logo, repete-se o
trabalho dos depressores durante o movimento de elevação activa, em continuidade com um trabalho
contra uma resistência manual durante o retorno. Do mesmo modo que com a aquisição do bloqueio
activo, a progressão faz-se passando de D.D para a posição de semi-sentada e de seguida para a
posição de sentada.

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 27


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

Recuperação das rotações activas


Sempre que em posição corrigida, a busca da amplitude activa com resistência na rotação faz-se em
D.D, com o cotovelo contra o corpo. Este trabalho activo livre faz-se acompanhar de um trabalho
activo assistido, realizado em auto-reabilitação com a ajuda de um bastão, que se prossegue em casa.

Em caso de descompressão simples sobre ruptura total


Num caso de impotência pronunciada, é possível recuperar a elevação activa do braço no decorrer da
reabilitação. A acromioplastia (de preferência artroscópica, para não deteorar o deltóide) tem por
objectivo preparar a reeducação mediante a supressão do conflito e da dor. A reabilitação pretende
repousar de maneira mais intensiva os depressores para activar os músculos da coifa. O deltóide só é
atrofiado depois de uma impotência funcional prolongada e um longo período de dores crónicas. È
necessário então reforçá-lo na sua função de elevação, mediante um trabalho concêntrico sem
resistência, em posição corrigida, próxima da posição intermédia, para evitar o conflito. Reforça-se o
músculo sub-escapular, se está intacto, para facilitar a rotação interna, que estabiliza melhor a cabeça
do úmero e limita o conflito.

Hidroterapia
A hidroterapia só deve começar uma vez que foram compreendidos os exercícios fora da água, em
particular, a posição corrigida, com o fim de não induzir mal os esquemas durante a execução dos
exercícios. A massagem mediante jactos de água pode usar-se como técnica descontracturante.
Facilita a recuperação da mobilidade activa da rotação e elevação, assim como o trabalho dos
depressores. Mais tarde fazem-se movimentos do braço em posição horizontal e o trabalho activo
dos rotadores contra uma resistência.

Fase de recuperação da força muscular


O trabalho activo de rotação interna e externa contra uma resistência é primeiro isométrico, depois
concêntrico e por último excêntrico, com o cotovelo contra o corpo. Quando a evolução global do
tonús dos rotadores internos e externos é corrente, tanto no trabalho concêntrico como no excêntrico,
iniciam-se movimentos globais que combinam, no mesmo movimento, um trabalho concêntrico do
agonista com um trabalho excêntrico do antagonista. No trabalho proprioceptivo, sempre com
colocação activa da cabeça do úmero, realiza-se em cadeia aberta e fechada. O seu principal
objectivo é que o paciente possa controlar a posição correcta do ombro em todas as situações.

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 28


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

Na maioria dos casos, a reabilitação termina aqui, com a possibilidade de associar “ergoterapia”. No
caso de quem for desportista que apresente etiologia traumática e deseja voltar à actividade
desportiva propõe-se um trabalho isocinético assim como um intertenimento ao esforço adequado
para o desporto praticado.

Osteoartrose

A artrose é uma alteração degenerativa da articulação, na qual ocorre perda progressiva da


cartilagem articular, acompanhada de nova formação óssea e fibrose capsular. É definida como
primária, quando não há causa óbvia e secundária quando segue uma anormalidade (Apley, 1998). A
artrose é conhecida sob inúmeras designações: osteoartrite, artrite hipertrófica, artrite senil, artrite
deformante, artrite degenerativa e reumatismo degenerativo entre outros.

As definições de osteoartrose variam, mas ela é considerada uma afecção crónica, degenerativa e
progressiva que afecta as articulações sinoviais. Caracteriza-se por dor, limitação da ADM e possível
deformidade nos estágios mais avançados. Cartilagem e ossos são afectados antes das estruturas
periarticulares. Anteriormente pensava-se que fosse uma afecção na qual a resposta normal de
reparação aos danos diários às articulações estivesse ausente. Entretanto, acredita-se cada vez mais
que a osteoartrose pode ser resultado de vários processos diferentes que levam a doença articular
sintomática.(Altman Chadwick, 2001).
A osteoartrose é uma afecção, primária ou secundária, que pode ter origem tanto na cartilagem como
no osso subcondral ou mesmo no líquido sinovial, como facilmente se deduz da análise das suas
formas secundárias, mas que tem, como resultado final, lesões anatómicas características,
representadas por degeneração cartilaginosa, e remodelagem óssea, podendo haver, também, sinovite
de grau variável, geralmente nas fases mais evoluídas do processo (Seda, 2001).

 CLASSIFICAÇÃO

A classificação das artroses varia, mas segundo Cooper apud Chadwick, 2001 podem ser
classificadas em:

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 29


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

-Número de articulações afectadas, ou seja, pode ser mono, oligo ou poliarticular.


-Tipo:
 Inflamatória – quando existe inflamação evidente em várias articulações;
 Erosiva – tipicamente uma osteoartrose poliarticular agressiva, que afecta principalmente as
articulações interfalângicas das mãos, progride com rapidez e é acompanhada por destruição
óssea detectável em radiografias. Em geral, as osteoartrose que progridem rapidamente são as
que provocam diminuição de 2 mm ou mais no espaço articular em um período de 6 meses.
 Generalizada – que afecta muitas articulações em mulheres com idade entre 45 e 64 anos.
-Localização: por exemplo, osteoartrose nodular, frequentemente inflamatória, que afecta as mãos.

 INCIDÊNCIA

A osteoartrose é uma afecção bastante comum, com 44 a 70% dos indivíduos acima dos 55 anos
apresentando evidências radiológicas (Fisher apud Chadwick, 2001), enquanto, na faixa etária acima
de 75 anos, esse número eleva-se a 85% (Moskowitz apud Chadwick, 2001). O período mais comum
de início do desenvolvimento da afecção é entre 50 e 60 anos. Estima-se que entre a população
acima de 65 anos, cerca de 12% tende a ter osteoartrose sintomática.
A incidência da osteoartrose sintomática aumenta com a idade e o peso. As articulações do joelho, as
interfalângicas distais, carpometacarpicas e as articulações facetarias são as mais frequentes
afectadas.
As mulheres, contudo, tendem a ter doença poliarticular mais grave, que frequentemente afecta as
mãos e os joelhos (Hirsch apud Chadwick, 2001). A idade, a genética e a presença de outras
patologias articulares afectam as estruturas biomecânicas das articulações e influenciam a
localização e a severidade do desenvolvimento da osteoartrose numa articulação (Chadwick, 2001).

 FISIOPATOLOGIA

Uma vez iniciada a doença, ela pode evoluir até à destruição da articulação, pode parar em qualquer
ponto do processo evolutivo, ou mesmo, em situações raras, pode reverter.
O achado inicial mais evidente é na cartilagem articular. A matriz demonstra perda do conteúdo de
proteoglicano, o qual tem a sua capacidade de agregação alterada e um aumento no teor de água. As

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 30


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

cadeias de condroitinossulfato estão encurtadas e a composição dos glicosaminoglicanos é anormal.


O condrócito, que normalmente é uma célula aminótica, divide-se para formar clones celulares.
Estas células aumentam a sua produção de colágeno tipo II e de proteoglicanos, numa tentativa de
reparar o processo destrutivo da matriz. A cadeia de DNA-RNA e a síntese enzimática estão
aumentados. Quando a capacidade de síntese da matriz é menor do que a destruição, predomina o
processo catabólico e a superfície da cartilagem perde a sua textura lisa, torna-se fibrilar,
desenvolvendo fendas e erosões. Tais fendas estendem-se até ao osso subcondral e as superfícies
articulares perdem a sua congruência. Enquanto isso acontece na cartilagem, o osso subcondral sofre
alterações proliferativas. Essas ocorrem na margem das articulações e no assoalho das lesões
cartilaginosas. Essa proliferação compromete a elasticidade e aumenta a rigidez do osso, o qual se
torna mais sensível ao desenvolvimento de microfraturas. As microfraturas curam com formação de
calos e mais rigidez óssea. Surgem osteófitos, luxações e instabilidade articular.
Todos os elementos da articulação sofrem hipertrofia entre eles a cápsula, ligamentos, tendões e
músculos.
O condrócito não só é a fonte dos principais componentes da matriz, como também é capaz de
produzir componentes que a degradam. Isso acontece de uma maneira acentuada no processo
osteoartrítico. Entre essas enzimas são muito importantes as metaloproteases neutras, que em
presença de activadores plasmáticos, degradam a matriz cartilaginosa e permitem que catabólitos
sejam liberados no líquido sinovial, provocando um processo inflamatório. Este processo, às vezes,
aumenta a produção de enzimas proteolíticas, que se difundem de volta na cartilagem, aumentando a
destruição.

 SINTOMAS E SINAIS

Os sinais e sintomas dos pacientes com osteoartrose, segundo Moreira (2001), são os seguintes:
- Dor e sensibilidade à mobilização, palpação ou manobras
- Crepitação palpável, excepcionalmente audível
- Espasmo e atrofia da musculatura articular satélite
- Limitação da amplitude articular, sem anquilose como regra
- Sinais discretos de inflamação articular, raramente acentuados
- Derrame articular, comumente relacionado com trauma ou uso excessivo.
-Rigidez
-Perda da função

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 31


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

 Durante a inflamação activa há: calor, rubor, tumefação, e dor. (Thompson , 1994, Apley A .
1998).

GONARTROSE

A osteoartrose do joelho, também chamada de gonartrose, é a localização periférica mais comum,


predominando entre os 51 e 60 anos, geralmente no sexo feminino.
Defeitos posturais da articulação, como joelho valgo e varo, são frequentemente responsáveis pelas
formas secundárias. Está amplamente demonstrada a ligação entre gonartrose e obesidade,
principalmente nas mulheres.
Profissões que exigem flexão prolongada e repetitiva dos joelhos também constituem um factor de
risco para o seu desenvolvimento, atingindo tanto as articulações fêmoro-patelar como a fêmoro-
tibial.
Os sintomas variam em função da gravidade das lesões. À medida que o processo se agrava, a dor
surge aos pequenos esforços e até mesmo em repouso, sendo característica muitas vezes, a queixa de
dor ao se levantar de uma cadeira, melhorando após alguns passos.
O exame físico pode detectar aumento de volume da articulação, atrofia do quadríceps, dor à
palpação das interlinhas articulares e à mobilização da rótula (que pode estar parcialmente ou
totalmente bloqueada), crepitação palpável à flexo-extensão, limitação da mobilidade articular, calor
e derrame, quando há componente inflamatório. A limitação da extensão do joelho e a bilateralidade
do processo são causas significativas de incapacidade (Moreira, 2001).

 Avaliação do paciente

A avaliação físico-funcional é fundamental, pois através dela podemos confirmar o diagnóstico


médico, avaliar o seu estado físico geral, para, a partir daí, começarmos a desenvolver o tratamento
fisioterapêutico visando sempre o bem-estar do paciente.

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 32


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

-Fazemos uma Anamnese, onde observamos desde o primeiro contacto, incluindo o seu tipo físico,
modo de andar, posturas viciosas, defeitos posturais, obesidade, etc. No exame físico, nós traçamos o
trajecto da dor, o tipo de dor e suas características.

-Na inspecção, observamos, a presença de edema local difuso, coloração da região, presença de
hipotrofia. Na palpação, pode-se evidenciar hipertrofia óssea (osteófitos), hipersensibilidade,
mobilidade de patela, alteração térmica. Os derrames, quando presentes, em geral são pequenos. É
comum a crepitação óssea evidenciada pelo movimento articular.

-Realizamos os testes articulares, visando avaliar a articulação do joelho de um modo geral, testando
ligamentos, músculos e cápsulas.

-O fisioterapeuta poderá fazer uso de exames radiológicos complementares para chegar à conclusão
do estado real da lesão, e assim fazer a programação do tratamento dentro de critérios mais
específicos e direccionados ( Cash, 1995 ).Nas radiografias observamos os seguintes sinais:
estreitamento do espaço articular, esclerose subarticular, cistos ósseos, osteófitos. A densidade óssea
pode apresentar - se normal ou aumentada ( Apley,1998, Thompson , 1994)

1. Esclerose subcondral 1. Osso subcondral


2. Redução do espaço 2. Espaço articular
3. Osteófito 3. Bordo ósseo

Relatório de Estágio de Aprendizagem II 33


ISAVE Fisioterapia 2ºAno

 TRATAMENTO
O tratamento da osteoartrose continua a ser, basicamente, sintomático, mas hoje já se pode exercer
alguma influência positiva no controle da sua sintomatologia e evolução.
Com a identificação de alguns factores de risco passíveis de intervenção como obesidade, stress
mecânico, trauma, inflamação articular, algumas desordens congénitas e doenças endócrinas, já se
torna possível uma abordagem mais adequada e directa de prevenção primária e secundária da
enfermidade (Moreira, 2001).
O tratamento cirúrgico muitas vezes pode-se tornar necessário devido ao processo crónico e ao
aumento da dor e da limitação funcional do paciente.
As técnicas mais utilizadas são as osteotomias que são usadas para corrigir uma alteração
biomecânica, como o joelho varo. As artroplastias totais que substituem a estrutura articular e
diminuem a dor, além de melhorar a função, e as artrodeses que são pouco comuns, sendo realizadas
basicamente para aliviar a dor e restaurar a estabilidade da articulação.

 TRATAMENTO FISIOTERAPEUTICO:
As aplicações do calor ou do frio são recursos valiosos na prática da fisioterapia. Ambos constituem
recursos terapêuticos de grande valia no alívio da dor e na melhoria da função articular.
Actualmente não existe um consenso entre os profissionais de reabilitação sobre qual dos recursos
terapêuticos utilizar em pacientes com artrose avançada. A literatura é vasta em defender o uso tanto
da crioterapia quanto do uso sistemático do calor, seja ele na forma de calor superficial ou profundo.
O uso do calor no tratamento de pacientes portadores de gonartrose é eficaz, pois têm a propriedade
de aliviar a dor, aumentar a flexibilidade dos tecidos músculo-tendíneos, diminuir a rigidez das
articulações, melhora o espasmo muscular e a circulação (Krusen, 1999).
Já para Rodrigues (2000), os efeitos terapêuticos da crioterapia são mais pronunciados pois através
de pacotes ou o gelo em pinceladas se obtém os seguintes resultados: diminuição do espasmo
muscular, alívio da dor, eficaz nos traumatismos (entorses, contusões, distensões musculares, etc.),
previne o edema e diminui as reacções inflamatórias.
As terapias usando o calor (termoterapia) e usando o frio (crioterapia) não levam à cura de nenhuma
enfermidade, porém são instrumentos importantes que auxiliam no tratamento de várias patologias
ortopédicas e neurológicas.

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ISAVE Fisioterapia 2ºAno

São recursos que, quando aplicados adequadamente, reduzem o espasmo muscular e a


sintomatologia dolorosa, preparando a região afectada para a aplicação de outras técnicas
terapêuticas.
Segundo Petit (2001), na gonartrose, para o alívio da dor e inflamação serão utilizados termoterapia
por condução, calor local e também eletroterapia, como o TENS e o interferencial. Para Rodrigues
(2000), a crioterapia levará a um efeito analgésico, diminuindo o metabolismo tecidual, reduzindo os
efeitos da histamina e da enzima colagenase presente no processo de destruição da cartilagem
articular.
Já para Boscolo (2003), a crioterapia na gonartrose, tem actividade de sedação e de acção física, pois
aumenta a viscosidade do líquido sinovial, onde a densidade é directamente proporcional à
temperatura e acrescenta que o gelo na prevenção da artrose é utilizado mais na intenção de diminuir
metabolismo.

Fractura bimaleolar

 Definição de fractura:
Define-se fractura como sendo uma interrupção na continuidade do osso, que pode ser um
rompimento completo ou incompleto (fenda).
Existem dois tipos principais de fracturas: fechada (não há comunicação entre a superfície externa do
corpo e a fractura) e aberta (há comunicação entre a fractura e a pele) e várias subdivisões que são
denominadas de acordo com a posição das partes fracturadas do osso.

 Fracturas na Região do Tornozelo


As fracturas comuns nesta região, atingem as extremidades distais da tíbia e do perónio e geralmente
associam-se à luxação do tornozelo. Em geral, elas ocorrem como resultado de forças tencionais ou,
às vezes, de uma força de compressão vertical.
A limitação do movimento na articulação do tornozelo e do pé poderia resultar de aderências peri e
intra-articulares ou de rompimento das superfícies articulares.

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As fracturas de tíbia dividem-se em fracturas da tíbia e em fracturas dos maleolos. Estas fracturas
articulares tem repercussões na tíbia. A impossibilidade de uma redução anatómica é um factor
negativo para a evolução e para as perspectivas funcionais.

Fracturas Bimaleolares
As fracturas bimaleolares têm em comum a falta de estabilidade lateral e/ou sagital da articulação.
Na prática podem apresentar distintos aspectos: ser trimaleolares, apresentar uma linha peroneal por
cima do maleolo ou ser unimaleolares, e apresentar também uma lesão grave dos ligamentos
colaterais da tíbia.

Fracturas do pilão da tíbia


As fracturas do pilão da tíbia incluem fundamentalmente as lesões da superfície inferior da tíbia. As
formas de transição com as fracturas bimaleolares são frequentes. Todas as formas se caracterizam
por uma superfície tibial destruída ou desviada pela força da componente inicial de compressão.

Diagnóstico Médico
O exame clínico pode revelar um edema imediato e de grande volume. As lesões vasculonervosas
são escassas, por outro lado as lesões cutâneas são frequentes e reflectem a violência do traumatismo
que constitui um factor fundamental de artrose.
O exame radiológico consta de radiografias em rotação (R.I de 30 e 60º, R.E de45º). As tomografias
computorizadas podem completar este exame

Consolidação
A consolidação do foco da fractura desenrola-se em quatro fases, das quais as três primeiras
constituem o período de união.
A primeira fase caracteriza-se pelas reacções celulares iniciais. Na segunda fase produz-se a
formação de um calo e caracteriza-se pela resistência deste. A terceira fase do processo, consiste na
mineralização do calo. Uma vez terminada a união entre os fragmentos, a quarta fase consiste num
processo de remodelação que trata de adaptar o osso neoformado às pressões. Também graças à
remodelação o osso recupera a sua forma, o qual fica apto para realizar a sua função. A remodelação
final que lhe devolve a sua forma original é um processo que dura vários anos.

Factores que influenciam a consolidação

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Entre os vários factores que intervêm na consolidação óssea, só três a que dizem respeito aos
profissionais de saúde, tais como, factores vasculares, forças e osteogénese e a influência da
nutrição.

Tratamento médico e cirúrgico


A eleição do tratamento ortopédico e cirúrgico realiza-se de acordo com a linha de fractura, a
localização e segundo exista ou não uma abertura do foco

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 Bibliografia:

Alvim Serra, Luís M.,”Critérios fundamentais em fracturas e ortopedia”; Líder; 2ºedição;


Lisboa;Setembro 2001.

J.F.Bach, J.C. Imbert, C. Jasmim, J. Ménard, J.Y.Meveux,”Encyclopedie Médico Chirurgicale”;


Kinesiterapia, Medicina Física; Lidel

A.I. Kapandji, Fisiologia articular, Membro Superior, 5º Edição, Editorial Médica Panamericana

www.unioeste.br/projectos/elrf/monografias/2003/pdf

www.foa.org.br/vitalsampol/Artigos/Artigo5.html

www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/reumato/gonartrose/htm

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