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2017

1º Simulado

Intensivo Revalida
2017
É possível ter coisas na vida. Roupas demais nos tiram o entusiasmo pelas novas; dinheiro demais nos distancia
da realidade; tempo livre em excesso pode embotar a alma. Precisamos às vezes chegar bem perto do osso
para que possamos SENTIR A ESSÊNCIA DA VIDA e não as suas superfluidades.
– JOAN CHITTISTER.

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100 Questões objetivas
TEP – 2011 ença se expressa clinicamente por um quadro
1. Recém-nascido de quatro horas de vida apre- de desconforto respiratório quase sempre leve
senta, desde o nascimento, quadro de ta- e de rápida resolução. A radiografia sela o diag-
quipneia e cianose. História perinatal: GIG, nóstico (muito embora seja pouco frequente
38 semanas de idade gestacional de acordo na vida real encontrar uma radiografia típica
com a data da última menstruação materna, nestes casos). O padrão encontrado é o de hipe-
nascido através de operação cesariana na rinsuflação pulmonar consequente ao edema
ausência de trabalho de parto prévio. Ra- bronquiolar e aprisionamento de ar, congestão
diografia de tórax: discreta hiperinsuflação vascular pelo líquido em processo de reabsor-
com aumento da trama vascular peri-hilar ção e, por vezes, um discreto derrame pleural
bilateral e pequena lâmina de derrame pleu- ou intercisural por transudação de líquido para
ral à direita. Gasometria: hipoxemia e hipo- o interior do espaço pleural. Não há necessi-
capnia. A principal hipótese diagnóstica e a dade da administração de óxido nítrico na ta-
conduta indicada neste momento incluem, quipneia transitória, pois, na grande maioria
respectivamente: dos casos, a doença é leve, autolimitada e não
a) lesão de ducto torácico – drenagem torácica cursa com hipertensão pulmonar significativa.
em selo d’água A conduta terapêutica indicada, e por vezes a
b) taquipneia transitória – administração de única necessária, é a administração de oxigênio
oxigênio por capacete por capacete enquanto se aguarda a resolução
c) taquipneia transitória – administração de espontânea da doença. Resposta b.
óxido nítrico por via inalatória
d) pneumonia neonatal – administração de TEP – 2011
ampicilina e gentamicina venosas e surfac- 2. Recém-nascido de quatro dias de vida, em alei-
tante traqueal tamento materno exclusivo, apresenta quadro
e) lesão de ducto torácico – dieta com triglice- de apatia, dificuldade para mamar, alguns epi-
rídeos de cadeia média e acompanhamento sódios de vômitos e taquipneia. Deu entrada
com radiografias seriadas na emergência com quadro de acidose meta-
bólica, sendo transferido, em algumas horas
1. Trata-se de um caso típico de taquipneia em coma, para o CTI. A mãe informa que, por
transitória ou síndrome do pulmão úmido. Em sugestão de uma amiga, fez dieta vegetariana,
geral os pacientes portadores desta condição com “carne de bichos mortos de forma cruel”.
são recém-nascidos a termo por operação cesa- O quadro descrito é secundário à carência de:
riana na ausência de trabalho de parto. A au- a) biotina
sência de trabalho de parto retarda a absorção b) sarcosina
do líquido pulmonar e esta circunstância justi- c) L-carnitina
fica a fisiopatologia desta doença que consiste d) cobalamina
na redução da complacência pulmonar. A do- e) hidroxifolato
2. A base teórica fundamentada da situação de Durante a vida intrauterina, o ferro é transporta-
carência causada pelo vegetarianismo não con- do de maneira eficiente para o feto. O recém-nas-
duzido por profissional, como é o caso propos- cido a termo e com peso adequado para a idade
to na questão. A fonte exclusiva da vitamina gestacional nasce com taxas de hemoglobina e
B12 (cobalamina) é animal e dietas vegetaria- reservas de ferro dentro da normalidade. Com
nas não acompanhadas causam consequências o início da respiração pulmonar há o aumento
sérias, inclusive com baixa excreção no leite da oferta de oxigênio com diminuição da eritro-
materno, podendo por isto, não ser incomum poetina, levando à redução das taxas de hemo-
lactentes serem gravemente afetados por esta globina (chegando a 10 g/dL) até 4 a 6 semanas,
carência alimentar materna. Por outro lado, a quando então a eritropoetina é estimulada e a
vitamina B12, como adenosilcobalamina, é co- hemoglobina volta a se elevar. Dessa maneira,
fator específico de duas mutases (enzimas) no entre o nascimento e os 4 meses de vida prati-
metabolismo de aminoácidos. Estas quando ina- camente não existe mudança no teor de ferro
tivas (mutases) são causadoras de defeitos bio- corpóreo total, sendo rara a anemia nessa idade,
químicos que irão dar origem secundariamente a não ser que o recém-nascido seja prematuro,
a acidemia metil-malônica. Na evolução de um de baixo peso ou gemelar. Este quadro, portanto,
quadro de Acidemia metilmalônica secundária é mais compatível com traço talassêmico. Para
poderá ocorrer letargia, dificuldades para ma- confirmação do diagnóstico, solicitar eletrofore-
mar, vômitos, taquipneia (devido à acidose) e se de Hb. Resposta d.
hipotonia nos primeiros dias de vida, que quan-
do não corretamente tratada evolui para coma UFPE – 2004
e morte. Resposta d. 4. Paciente masculino de 3 anos com queixa de
anemia desde os 4 meses de idade, tendo sido
tratado desde então com sulfato ferroso sem
UERJ - 2009
melhora. Nunca foi transfundido. Exame fí-
3. Lactente de três meses, nascido a termo, ali-
sico com palidez cutaneomucosa ++/4+ com o
mentado exclusivamente no seio materno,
restante normal. Hemograma (valores de refe-
com crescimento adequado e bom estado ge-
rência para a idade): Hb 9 (10,5 - 12,5); Ht 26,7
ral, apresenta o seguinte resultado de exame:
(30 - 36); VCM 58 (75 - 85); HCM 21 (18-24); CHCM
28 (29-32); RDW 12 (12-14). Com base no expos-
Hematócrito= 30%
to, é CORRETO afirmar:
VCM = 85 fL
a) o hemograma é normal, compatível com as ca-
Plaquetas = 250.000/mm3
racterísticas clínicas da criança
Hemoglobina = 10 g/dL b) o diagnóstico provável é de anemia falciforme
CHCM = 31% e o exame diagnóstico é confirmado com teste
de fragilidade osmótica
Baseado no diagnóstico mais provável, a con- c) o diagnóstico provável é de talassemia e o exa-
duta adequada na abordagem desta anemia é: me diagnóstico é dosagem de Hb A2 e fetal,
a) iniciar sulfato ferroso que estarão elevadas
b) contraindicar o uso de sulfas d) o hemograma mostra anemia normocrômica
c) prescrever penicilina profilática normocítica
d) não fazer tratamento medicamentoso e) tratamento com sulfato ferroso não funciona
devido à intolerância gastrointestinal
3. Sob o ponto de vista da saúde pública, a ava-
liação da hemoglobina é considerada, pela OMS, 4. Um dos diferenciais mais importantes da ane-
suficiente para a caracterização da anemia em mia ferropriva que não responde ao tratamento
populações. Anemia é considerada quando os va- com sulfato ferroso é a talassemia minor (traço
lores de hemoglobina se situam abaixo de 11 g/ talassêmico). As alterações hematológicas são
dL para crianças de 6 a 59 meses de idade, abaixo frequentemente confundidas com deficiências de
de 11,5 g/dL para aquelas de 5 a 11 anos e abaixo ferro e são tratados de maneira errônea por lon-
de 12 g/dL para a faixa etária de 12 a 14 anos. gos períodos de tempo. A anemia é leve, há micro-
Quanto aos índices hematimétricos, o VCM (volu- citose e hipocromia. A eletroforese de hemoglobi-
me corpuscular médio) define a microcitose, en- na mostra níveis aumentados de HbA2 e discreto
quanto a HCM (hemoglobina corpuscular média) aumento de HbF em 50% dos casos. Resposta c.
e a CHCM (concentração de hemoglobina corpus-
cular média) definem a hipocromia. IPSEMG – 2005
O RDW obtido nos contadores eletrônicos é um 5. Todas as seguintes alternativas são fatores de
elemento útil no diagnóstico diferencial das ane- risco para a asfixia perinatal, EXCETO:
mias e é o sinal mais precoce da deficiência de a) anemia grave
ferro, medida quantitativa da anisocitose. Na b) choque ou hipotensão materna
anemia ferropriva há heterogeneidade do tama- c) mãe droga adita
nho das hemácias, resultando em anemia micro- d) ruptura de membrana amniótica com menos
cítica com RDW elevado. de 6 horas

Gabarito comentado 4
5. A asfixia fetal é condição caracterizada por 6. Relembremos agora como se processa a cor-
acidemia metabólica ou mista (metabólico-respi- relação entre o estirão de crescimento puberal
ratória) com pH menor do que 7, podendo estar (movimento da curva de crescimento onde ocor-
associada a um índice de Apgar de 0 a 3 por mais re a aceleração (única da fase pós-natal), pico
de 5 minutos e sequelas neurológicas neonatais, de velocidade de crescimento (PVC) e desacele-
tais como convulsões, coma ou hipotonia ou fa- ração, até o término do crescimento. Lembre-se
lência múltipla de órgãos. que o estirão, assim como todos os fenômenos
A asfixia neonatal é causa importante de morbi- puberais são mais adiantados no sexo feminino.
dade e mortalidade neonatal que pode ser evita- Na fase de crescimento infantil ou pré-puberal,
da nos países em desenvolvimento, como pôde as meninas, no estágio de maturação defini-
ser observado em programa de treinamento im- do como M1, crescem de 4 a 6 cm/ano. Quando
plantado em 1990 na Índia com declínio signifi- entram em puberdade (primeiro sinal no sexo
cativo dos óbitos relacionados à asfixia. feminino = telarca = M2), elas, na sua maioria,
As causas de asfixia no período neonatal são: imediatamente iniciam a fase de aceleração do
€€ interrupção do fluxo sanguíneo umbilical crescimento, atingindo o PVC em M3, que é de 8
(exemplo, compressão de cordão umbilical); a 10 cm/ano. Em M4, estão na fase de desacele-
ração do crescimento, onde comumente ocorre
€€ insuficiente troca de gases pela placenta
a menarca que, portanto, é um evento tardio no
(exemplo, descolamento de placenta);
processo de maturação do adolescente. Em M5,
€€ perfusão placentária inadequada do lado ma- comumente o crescimento encontra-se pratica-
terno (exemplo, hipotensão materna); mente terminado.
€€ feto comprometido que não tolera o estresse Nos meninos há uma significativa diferença: na
do trabalho de parto (exemplo, retardo do fase de crescimento infantil, no estágio de matu-
crescimento intrauterino); ração definido como G1, crescem de 4 a 6 cm/ano.
Quando entram em puberdade (primeiro sinal =
€€ falha de inflar o pulmão logo após o nascimen- aumento do volume testicular (4 mL) = G2), eles,
to. Todas as situações patológicas que possam na sua maioria, permanecem crescendo como
promover hipóxia e hipoperfusão teciduais crianças!! Somente iniciam a sua aceleração em
pré-natal, perinatal ou pós-natal são fatores G3, atingindo o PVC (cerca de 10 a 12 cm/ano) em
etiológicos de síndrome hipóxico-isquêmica. G4 e estando em desaceleração em G5.
Observações clínicas mostraram que, em 20% dos Lembre-se ainda que o estirão inicia-se no es-
recém-nascidos a termo, a encefalopatia hipóxico- queleto das extremidades, particularmente nos
-isquêmica ocorre por insulto anteparto (exem- membros, seguindo-se no tronco, fato que mais
plo, parada cardíaca materna, hemorragia ma- colabora para o ganho de 25% da estatura que
terna levando à hipotensão e acometimento das ocorre na adolescência. De certa forma, pode-se
trocas transplacentárias); em 35%, por problemas considerar em um sentido caudal-cefálico, embo-
maternos como diabete, retardo de crescimento ra, fosse melhor designado como dista-proximal.
intrauterino e infecção sem sinais clínicos de so- O desenvolvimento muscular ocorre paralela-
frimento fetal durante o trabalho de parto e sem mente ao estirão de crescimento estatural; pra-
conhecimento do momento do insulto fetal; em ticamente o ganho de massa muscular coincide
10%, por problemas pós-natais; e somente em 35% com o ganho esquelético. Dessa forma, a veloci-
a encefalopatia hipóxico-isquêmica é decorrente dade máxima de crescimento muscular é conco-
de problemas reconhecidos durante o trabalho de mitante ao PVC ou alguns meses depois deste. En-
parto (exemplo, descolamento prematuro de pla- tretanto, o aumento da “capacidade funcional”,
centa, ruptura uterina, parto traumático). Portan- da “força”, é posterior. Lembre-se desse conceito
to, pelo menos em 65% dos casos de encefalopatia nas questões de indicação de exercícios de “mus-
hipóxico-isquêmica em recém-nascidos a termo, culação”, que devem somente ser indicados na
dificuldades do período intraparto não explicam fase de desaceleração do crescimento.
a presença de encefalopatia. Resposta d. Amenorreia primária aos 14 anos e 6 meses não
é indicativa, por si só de nenhuma anormalidade
TEP – 2003 clínica. Comumente a menarca ocorre cerca de 2
6. Adolescente do sexo feminino, de 14 anos e anos após a telarca, em uma fase de franca desa-
seis meses, apresenta amenorreia primária. A celeração do crescimento. Embora essa menina
telarca ocorreu há 18 meses e sua velocidade esteja em M3, fase que coincide geralmente com
de crescimento é de 6 cm/ano. Exame físico: o pico de velocidade de crescimento (PVC) da me-
peso 51 kg (p50), altura 164 cm (p50-75). Tan- nina, pela sua VC observamos que ela deve estar
ner M3P2. A menarca materna ocorreu aos 15 já desacelerando; além do mais, ela está 18 me-
anos. A conduta mais adequada é: ses pós-telarca: é, de certa forma, previsível que
a) solicitar idade óssea a menarca se aproxima. O dado de menarca mais
b) dosar gonadotrofinas tardia da mãe reforça a principal hipótese diag-
c) dosar hormônios tireoidianos nóstica para essa menina: ela é uma maturadora
d) solicitar retorno em 6 meses tardia. Enquanto a maioria das meninas tem a
e) realizar teste imunológico para gravidez menarca em torno dos 12,2 anos, nossa paciente

5 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


em questão, que iniciou a telarca aos 13 anos é uma variabilidade considerável, dependendo da
um exemplo típico de maturadora mais tardia. idade materna – nos primeiros anos férteis é cer-
Se tivesse iniciado telarca após os 13 anos, po- ca de 1:2000 nascidos vivos; para mães com mais
deria ser considerada, literalmente, como por- de 40 anos, aumenta para 1:40 nascidos vivos.
tadora de retardo puberal. Obviamente isso não Pouco mais de 20% das crianças com síndrome
significaria presença de agravo ou doença, pois de Down nascem de mães > 35 anos, já que estas
se relembre que a principal causa de retardo pu- mães idosas têm apenas 6% a 7% das crianças. O
beral é a variação normal (atraso constitucional desenvolvimento físico e mental é atrasado. O QI
da puberdade). Portanto, basta acompanhá-la está em torno de 50. Microcefalia, braquicefalia
clinicamente. Resposta d. e occipício achatado são característicos. Os olhos
são amendoados e pregas de epicanto estão ge-
SES-DF – 2005 ralmente presentes. As manchas de Brushfield
7. Qual das alternativas abaixo corresponde a (manchas cinza-esbranquiçadas lembrando
um quadro de infantilismo genital, pescoço grãos de sal na periferia da íris) geralmente são
alado, cúbito valgo e cariograma 45, X0: visíveis no período neonatal e desaparecem du-
a) síndrome de Down rante os primeiros 12 meses de vida. A glabela é
b) síndrome de Turner achatada e a boca está sempre entreaberta, de-
c) síndrome de Morris vido à língua grande, protrusa, sulcada e sem a
d) síndrome de Klinefelter fissura central. As mãos são pequenas e largas,
e) síndrome de Savage com uma prega palmar única (prega simiesca),
os dedos são curtos com clinodactilia (curvatu-
7. O cariótipo 45, X0 é característico dos porta- ra para dentro) do 5° dedo, que frequentemente
dores de síndrome de Turner (ou síndrome de tem apenas duas falanges. Os pés têm uma lar-
Bonnevie Ulriche), com fenótipo caracterizado ga fenda entre o 1° e 2° artelhos, com um sulco
por infantilismo puberal, pescoço alado, cúbito plantar estendendo-se para trás. Os pés e mãos
valgo, nevos pigmentados difusos, anomalias re- mostram impressões dérmicas características
nais e defeitos cardíacos (coarctação da aorta); (dermatóglifos). Doença cardíaca congênita é en-
os mosaicos podem apresentar oligomenorreia e contrada em cerca de 35% dos pacientes; defeitos
alguns caracteres sexuais secundários. Esta sín- do canal atrioventricular e defeitos do septo ven-
drome é causada, em geral, pela ausência com- tricular são os meios comuns.
pleta ou parcial de um dos dois cromossomos X Síndrome de Morris ou síndrome da insensibi-
na mulher. lidade androgênica completa é uma forma de
Síndrome de Klinefelter (47, XXY): pseudo-hermafroditismo masculino, que se ca-
Esta anormalidade cromossômica relativamente racteriza por genitália externa feminina com ge-
comum ocorre em cerca de 1:700 nascimentos vi- nótipo masculino. Resposta b.
vos masculinos. No passado, indivíduos 47, XXY
eram considerados deficientes mentais e pesqui-
UFG – 2003
sas em instituições especializadas mostraram in-
cidência de cerca de 1:50 em deficientes mentais 8. O aleitamento materno é o modo ideal de nu-
retardados. O indivíduo afetado típico é alto e eu- trir a criança nos primeiros meses de vida.
nucoide, com testículos pequenos e firmes e gine- Atende às necessidades nutricionais e meta-
comastia. Contudo, a variação clínica é grande e bólicas, protege imunologicamente e propicia
agora sabemos que a maioria dos indivíduos 47, condições para a interação entre mãe e filho.
XXY é normal na aparência e no intelecto, e são No controle endócrino da lactação, estão en-
encontrados durante pesquisas de infertilidade volvidos dois reflexos: o da produção (reflexo
(provavelmente todos são estéreis) ou em pes- da prolactina) e o da ejeção (reflexo da ocitoci-
quisas citogenéticas de populações normais. Me- na). A esse respeito é CORRETO afirmar:
ninos do último grupo foram seguidos durante a) os reflexos da produção e da ejeção não de-
o desenvolvimento. Não há retardo mental, mas pendem da sucção do conjunto mamilo-aréola
pode haver déficit específico no QI verbal e na b) o reflexo da prolactina acontece, obrigatoria-
leitura. Eles são ineficientes no uso da linguagem mente, quando ocorre sucção; neste fato, está
e lentos no processo auditivo; terapia da fala e baseada a técnica da relactação
linguagem foram benéficos e eles eventualmente c) o reflexo de ejeção é exclusivamente somático,
vão bem na escola. O desenvolvimento testicular não sendo influenciado por aspectos psíquicos e
varia de túbulos hialinizados não funcionais até emocionais da mãe
alguma produção de espermatozoides e a excre- d) o leite do final da mamada (leite posterior) é
ção urinária de hormônio folículo-estimulante menos calórico porque contém menor quanti-
(FSH) está frequentemente aumentada. dade de gordura. Por esse motivo, é irrelevan-
Síndrome de Down: te o esvaziamento completo das mamas nas
(Trissomia 21; Trissomia G; Mongolismo) mamadas
Em cerca de 95% dos casos de síndrome de e) o volume de leite produzido não depende do es-
Down, há um cromossomo 21 extra. A incidên- vaziamento das mamas, nem das vezes em que
cia total é cerca de 1:700 nascidos vivos, mas há elas são esvaziadas

Gabarito comentado 6
8. A iniciativa Hospital Amigo da Criança, promo- UNB – 1998
vida pelo Ministério da Saúde, com apoio da OMS 9. A composição nutricional do leite humano,
e UNICEF, estabelece 10 passos para o sucesso do quando comparada à do leite de gado, não
Aleitamento Materno em uma instituição onde apresenta:
nasçam crianças: a) teor de proteína relativamente mais baixo
1- Ter uma norma escrita sobre aleitamento ma- b) altas taxas de sódio e solutos
terno, que deve ser rotineiramente transmitida a c) ácidos graxos insaturados de cadeia longa da
toda a equipe de cuidados de saúde; série ômega-3
2- Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, d) quantidade de ácidos graxos generosa, mas
capacitando-a para implementar esta norma; não excessiva
3- Informar todas as gestantes sobre as vanta- e) baixas concentrações de cálcio e ferro
gens e o manejo do aleitamento;
4- Ajudar as mães a iniciar a amamentação na 9. Questões clássicas relacionadas à composição
primeira meia hora após o parto; e comparação entre os leites: colostro versus lei-
5- Mostrar às mães como amamentar e como te maduro e leite humano versus leite de vaca.
manter a lactação, mesmo se vierem a ser sepa- Relembremos alguns conceitos: o colostro (comu-
radas de seus filhos; mente presente nos primeiros dias, caracteriza-
6- Não dar a recém-nascidos nenhum outro ali- -se, em relação ao leite materno pela maior con-
mento ou bebida além do leite materno, a não centração de proteínas e fatores imunológicos,
ser que seja indicado pelo médico; particularmente imunoglobulinas e (em especial
7- Praticar o alojamento conjunto - permitir que a IgA secretora, que corresponde à 90% das imu-
mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia; noglobulinas) e lactoferrina, que conferem pro-
8- Encorajar o aleitamento sob livre demanda; teção anti-infecciosa para o RN. Os lactobacilos
9- Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças bifidus, bastante presentes no leite humano, pro-
amamentadas ao seio; piciam o crescimento de uma flora acidófila, que
10- Encorajar a formação de grupos de apoio à impede o crescimento de bactérias enteropatogê-
nicas. À medida que o leite amadurece (colostro
amamentação para onde as mães devem ser en-
transforma-se em leite maduro), aumentam-se as
caminhadas, logo após a alta do hospital ou am-
concentrações de lactose e de gorduras.
bulatório.
As comparações clássicas do leite humano com o
Dois reflexos maternos estão envolvidos no con-
leite de vaca são:
trole endócrino da lactação: o da produção (re-
Calorias: semelhantes;
flexo da prolactina) e o da ejeção. Ambos se ini-
Lactose: maior no leite humano; o leite humano
ciam com a sucção do conjunto mamilo-aréola.
é um dos mais ricos em lactose dos mamíferos.
Esta estimulação segue para o hipotálamo e daí
Essa lactose tem ações no desenvolvimento do
para a hipófise. A prolactina é produzida pela hi-
SNC, pois é fonte de galactose, essencial para a
pófise anterior e a ocitocina pela hipófise poste-
produção de galactolipídios, que incluem os ce-
rior. A prolactina desencadeia a produção láctea rebrosídeos;
pelos alvéolos da glândula mamária e a ocitocina Lipídeos: quantidades semelhantes, porém, qua-
contrai as células mioepiteliais, fazendo com que litativamente melhores no leite humano, onde há
o leite contido nos alvéolos passe ativamente ao predomínio de ácidos graxos poli-insaturados, prin-
sistema de drenagem. Assim, cerca de dois ter- cipalmente ácido linoleico e linolênico, que desem-
ços da produção dos alvéolos (“último leite”) são penham importante papel na maturação e desen-
jogados nos sistemas de canais da mama. O refle- volvimento do sistema nervoso e visual do lactente;
xo da prolactina ocorre obrigatoriamente, desde Proteínas: predominam no leite de vaca (lembre-
que haja sucção. Isto baseia a técnica da lactação -se quanto um bezerro cresce!). Além do mais, há
adotiva e da relactação. Entretanto, o reflexo de predomínio do leite de vaca de caseína (proteína
ejeção tem natureza psicossomática, só ocor- coagulável) que determina a pior digestibilidade
rendo quando a mulher estiver tranquila e con- desse leite. O conteúdo proteico do leite huma-
fiante. Muitas mães o apresentam mesmo sem no, embora em menor concentração que no leite
sucção, ao simples toque, choro ou lembrança de vaca (quase a metade) tem uma composição
da criança. Por outro lado, pode ser inibido por particular: prevalecem as proteínas do soro ao
fatores psíquicos (ansiedade, preocupação ou invés da caseína (60:40). As lactoalbuminas do
desinteresse), quando ocorre de modo insatisfa- leite humano são espécies específicas, portanto
tório ou mesmo deixa de existir. A criança passa hipoalergênicas, ao contrário das betalactoalbu-
a receber apenas o “primeiro leite”, hipocalórico minas do leite de vaca que são as proteínas mais
e insuficiente para saciá-la; as mamas passam a alergenizantes do leite bovino;
ser inadequadamente esvaziadas, com possível Sais minerais: níveis mais baixos no leite huma-
ingurgitamento mamário e compressão do epi- no, porém, com melhor biodisponibilidade; vale
télio secretor. O ingurgitamento torna a aréola lembrar o cálcio e o ferro;
convexa, fazendo com que a sucção seja apenas Sódio: mais no leite de vaca (por isso diluímos
no mamilo. Entende-se, portanto, o fracasso do para oferecer a um lactente pequeno, com ima-
aleitamento nessas situações. Resposta b. turidade funcional renal);

7 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


O leite posterior (leite do final da mamada) caracteriza-se pela sua grande quantidade de gordura e con-
sequente menor concentração relativa de açúcar e proteína; característica que parece relacionar-se com a
sensação de saciedade do bebê amamentado. Resposta b.

UEL – 2013
10. Na investigação do atraso do desenvolvimento neuropsicomotor de uma criança, assinale a alterna-
tiva que apresenta, corretamente, qual das situações necessita investigação.
a) andou com apoio aos 20 meses
b) apresentou persecução ocular com 1 mês
c) apresentou pinça digital com 8 meses
d) apresentou sorriso social com 2 meses
e) segurou objetos com 4 meses

10. De acordo com a tabela a seguir a investigação é obrigatória para toda criança cujo marco inicial para
deambulação se dá após os 18 meses.

Marcos e características do desenvolvimento da criança até os 18 meses de idade


A criança entre 0 e 13 meses
A criança entre 6 e 9 meses
Relação completa de dependência, percepção da mãe
A mãe estabelece-se definitivamente como objeto de amor, é co-
e outros objetos como parte de si mesmo, movimentos
mum o apego com objetos transicionais, surge o estranhamento,
reflexos e em bloco – movimentos voluntários, coorde-
há a hipotonia fisiológica, as reações de equilíbrio laterais e a re-
nação ocular, postura simétrica, controle da muscula-
ação do paraquedas
tura do pescoço e relação pré-objetal (a mãe ainda não
- Marcos: transfere objetos de uma mão para outra, pinça radial-
se transformou no objeto definido de amor da criança)
-digital, balbucia, senta sem apoio, estranhamento, brinca de es-
- Marcos: sorriso social, controle da musculatura ocular,
conde-achou
controle cervical em posição ortostática e jogo das mãos
A criança entre 3 e 6 meses
Maior organização interna, padrões instintivos vão sen-
A criança entre 9 e 12 meses
do substituídos gradativamente por ações volitivas, há
Adquire maior capacidade de locomoção, noções espaciais de
aprimoramento do contato social, inicia o aprendizado
distância e limites, executa planos de ações para atingir objeti-
de que os objetos têm vida própria, há diminuição do tô-
vos.
nus flexor das extremidades
- Marcos: posição ortostática, dúplica sílabas, pinça inferior, bate
- Marcos: vocaliza, controle completo da musculatura
palmas, dá tchau
cervical, rola de forma completa, agarra um objeto quan-
do colocado em sua mão, vira-se na direção de um som
A criança entre 12 e 18 meses
Aumenta o papel de função paterna, a linguagem torna-se racional e o pensamento verbal, inicia o controle de esfíncteres
- Marcos: pinça completa, primeiras palavras, primeiros passos
Resposta a.

SUS-PE – 2013
11. A OMS recomenda que o aleitamento materno (AM) seja mantido até 2 anos ou mais de vida. Em rela-
ção ao AM, assinale a alternativa FALSA.
a) o AM é a estratégia isolada que mais previne mortes infantis
b) o AM protege contra doenças infecciosas, e as células presentes no leite são funcionantes e ativas, in-
cluindo macrófagos, polimorfonucleares e linfócitos com capacidade de fagocitar e destruir bactérias
c) a concentração de gordura no leite materno diminui com o decorrer da mamada
d) evidências epidemiológicas sugerem possível associação entre o leite humano e a diminuição da pressão
arterial em longo prazo
e) a resposta imune ativa a antígenos vacinais específicos pode ser diferente em crianças amamentadas,
com resposta aumentada a algumas vacinas

11. Todas as afirmações estão corretas exceto a opção C, uma vez que a concentração de gordura no leite (e con-
sequentemente o teor energético) aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (leite
posterior) é mais rico em energia e sacia melhor a criança daí a importância de a criança esvaziar bem a mama.

Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a termo o pré-termo


Colostro (3 a 5 dias) Leite maduro (26 a 29 dias)
Nutriente A termo Pré-termo A termo Pré-termo
Calorias (kcal/dL) 48 58 62 70
Lipídios (g/dL) 1,8 3 3 4,1
Proteínas (g/dL) 1,9 2,1 1,3 1,4
Lactose (g/dL) 5,1 5 6,5 6
Resposta c.

Gabarito comentado 8
American Academy of Pediatrics de função renal normais tornam isto imprová-
12. Uma criança de 5 anos de idade, sem febre, vel. Associa-se ao aumento das concentrações
teve uma crise convulsiva generalizada. O ní- séricas de fósforo e níveis elevados de parator-
vel de glicose ao pé do leito é njormal. A ava- mônio. Os estados com deficiência de vitamina
liação laboratorial adicional revela sódio, 138 D, e não a hipervitaminase D, também causam
mg/dL; potássio, 4,3 mg/dL; cálcio, 6,5 mg/dL; hipocalcemia na presença de níveis elevados do
fósforo, 7,5 mg/dL; magnésio, 1,7 mEq/L; albu- paratormônio. Resposta d.
mina, 4,0 g/dL; ureia, 8,0, g/dL; creatinina, 0,5
mg/dL. Das seguintes, a causa MAIS provável American Academy of Pediatrics
da hipocalcemia desta criança é: 13. Uma criança de 1 ano, previamente saudável
a) hipertiroidismo e que pesa 10 kg, apresenta-se ao seu consul-
b) hipervitaminase D tório com febre de 39 °C. Sua mãe está muito
c) hipomagnesemia preocupada com a nutrição da criança e pede
d) hipoparatiroidismo orientação referente às necessidades calóri-
e) esteodistrofia renal cas durante esta doença.

12. A criança descrita na questão teve uma crise Das seguintes, a MELHOR estimativa dos re-
convulsiva generalizada sem febre. A história e quisitos calóricos da criança nesta época é:
o exame físico minuciosos, bem como a dosagem a) 500 kcal/d mais 500 kcal devidas à febre
de cálcio, fósforo, magnesia creatinina, albumi- b) 1.000 kcal/d mais 250 kcal devidas à febre
na, fosfatase alcalina e hormônio paratireoideo c) 1.500 kcal/d
geralmente fornecem informações suficientes d) 1.500 kcal/d mais 250 kcal devidas à febre
para estreitar a etiologia a um número limitado e) 2.000 kcal/d
de diagnósticos.
Um nível baixo de cálcio na presença de um nível 13. Cinco fatores importantes afetam as neces-
sérico normal de albumina, conforme descrito na sidades de energia (calorias) de uma criança. O
questão, é compatível com a hipocalcemia ioniza- metabolismo basal descreve o gasto de energia
da como causa da crise convulsiva. Os pacientes na manutenção do metabolismo do corpo em
com hipomagnesemia também podem apresentar repouso enquanto em jejum. Há necessidade de
hipocalcemia e hipoparatiroidismo. O tratamento calorias adicionais para o crescimento e a ativi-
com magnésio normalize os níveis séricos de cál- dade física. É perdido um pequeno componente
cio na maioria dos casos. No entanto, os níveis de das necessidades calóricas de uma criança na
magnésio são normais neste paciente. urina e nas fezes. Finalmente, cerca de 5%-10%
Os pacientes com hiperfosfatemia, hipocalcemia, das calorias gastas por uma criança resultam de
magnésio normal e baixos níveis de paratormô- uma elevação no metabolismo de repouso, em
nio geralmente tem alguma forma de hipopara- seguida a ingestão de uma refeição.
tiroidismo. A anomalia de DiGeorge se manifesta Na criança sadia, podem-se estimar as necessida-
por deficiências variáveis de imunidade tímica des calóricas mediante o emprego de padrões es-
(imunidade celular) e da função da glândula pa- pecíficos para a idade publicados pela Comissão
ratiroide (hipoparatiroidismo), bem como ano- de Nutrição da American Academy of Pediatrics
malias da face e do sistema cardiovascular. As ou de um método simplificado que relacione ne-
características faciais incluem micrognatia, hi- cessidades calóricas com peso corporal, seme-
pertelorismo, filtro curto e orelhas malformadas lhante ao que é usado para o cálculo das neces-
e de implantação baixa. As lesões cardíacas mais sidades de líquido. No entanto, o indicador mais
comuns incluem tronco arterioso e síndromes efetivo de adequação calórica é a taxa de ganho
do arco aórtico. Também pode ocorrer destrui- de peso ou as alterações da composição corporal
ção autoimune das paratiroides. As crianças com ao longo do tempo, comparando-se a normas es-
síndrome autoimune poliglandular tipo I ou po- pecíficas para a idade já publicadas (i.e., gráficos
liendocrinopatia autoimune-candidiase distrofia de crescimento).
ectodérmica podem apresentar candidíase cuta- De acordo com qualquer um destes métodos de
neomucosa e vários outros distúrbios autoimu- cálculo dos requisitos calóricos para a criança
nes, incluindo hipoadrenalismo, hipotiroidismo, descrita na questão, a aquisição diária recomen-
hipogonadismo, vitiligo e diabetes mellitus. No dada seria de 1.000 kcal. Um adicional de 250
entanto, o hipertiroidismo não se associa a hipo- kcal seria necessário para satisfazer suas neces-
calcemia ou ao hipoparatiroidismo. sidades calóricas aumentadas devido à febre ([2
O pseudo-hipoparatiroidismo envolve uma resis- °C de elevação de temperatura] × [12% de requi-
tência do órgão final ao hormônio paratireoideo sitos de manutenção por grau]).
e, desta forma, associa-se a hipocalcemia e níveis Os aportes calóricos recomendados e a equa-
elevados do paratormônio. As características in- ção baseada no peso corporal não identificam
cluem face em lua cheia, braquidactilia, baixa es- adequadamente as necessidades calóricas para
tatura, obesidade e atraso do desenvolvimento. crianças doentes ou malnutridas. As calorias adi-
A insuficiência renal crônica pode causar hipo- cionais também são necessárias em certas afec-
calcemia e osteodistrofia renal, mas os estudos ções clínicas e cirúrgicas.

9 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


Cálculo das necessidades calóricas de acordo com o peso corporal
Peso corporal Necessidades calóricas
≤ 10 kg 100 kcal/kg
11-20 kg 1000 kcal + 50 kcal para cada kg acima de 10 kg
≥ 20 kg 1500 kcal + 20 kcal para cada kg acima de 20 kg

Necessidades calóricas em afecções clínicas e cirúrgicas selecionadas


Afecções Quantidade máxima de calorias adicionais, necessárias, %
Estado hipermetabólico por cirurgia recente 20
Politraumatismo 25
Infecção severa 50
Queimaduras de terceiro grau (< 20% do corpo) 100
Inanição não-complicada 50

Resposta b.

American Academy of Pediatrics O objetivo da terapia com líquidos em pacien-


14. Um menino de 10 anos tem gastrenterite e não tes com insuficiência renal aguda é restaurar e
urinou nas últimas 12 horas. Os achados in- manter o volume intravascular normal. A crian-
cluem letargia; pressão arterial, 80/50 mmHg; ça descrita na questão exibe sinais de depleção
frequência cardíaca, 120 bpm; reenchimento severa do volume intravascular, e os resultados
capilar, mais de 3 s; sódio, 130 mEq/l; potássio, dos testes de função renal sugerem a presença
5,0 mEq/l; cloreto, 100 mEq/l; uréia, 100 mg/dl; de uma lesão da célula renal (a relação quociente
creatinina, 10 mg/dl; bicarbonato, 12 mEq/l; de uréia para creatinina no soro é de 10 para 1).
hemoglobina, 12 g/dl. O esquema de fluidos pa- Consequentemente, deve ser administrado um
rentais MAIS apropriado é: bolo de líquido (20 ml/kg de soro fisiológico ou
a) administrar um bolo de soro fisiológico normal plasmanato a 5%) IV no decorrer de 30-60 minu-
e corrigir a depleção de volume intravascular tos neste paciente. Resposta a.
b) administrar líquidos de manutenção
c) administrar líquidos de manutenção mais re- TEP – 2011
posição das perdas gastrintestinais 15. Em um alojamento para vítimas de enchentes,
d) restringir líquidos às perdas insensíveis de água várias crianças começaram a apresentar diar-
e) restringir líquidos às perdas insensíveis de reia com vômitos, febre e fezes líquidas em
água mais perdas na urina e gastrintestinais grande volume e frequência, sendo tratadas
com soro oral. O médico responsável pelo local
14. A insuficiência renal aguda é definida como solicitou exame da água e dos alimentos que
a perda súbita da função renal associada à dimi- eram servidos, em dias alternados e em amos-
nuição efetiva do volume sanguíneo circulante tras aleatórias, de alguns dos pratos e conte-
(pré-renal); lesão das células renais por inflama- údos de copos, bem como análise das evacua-
ção, isquemia ou toxina (renal) ou obstrução do ções de alguns pacientes. Enquanto aguarda os
fluxo urinário (pós-renal). Quando uma lesão da resultados, a ação a ser tomada será:
célula renal causa necrose tubular aguda e dimi- a) clorar a água do alojamento
nui sua capacidade reabsortiva, a taxa de filtra- b) recomendar a remoção de todos do local
ção glomerular (TFG) também diminui como res- c) dar ciprofloxacina oral para todas as crianças
posta adaptativa a esta lesão tubular renal. d) vacinar as crianças e idosos contra rotavirose
A depleção do volume intravascular e a diminui- e) dar metronidazol para todas as crianças e idosos
ção da perfusão renal têm efeitos renais seme-
lhantes. Enquanto não há lesão da célula renal, a 15. Nas situações de catástrofes é muito comum
TFG permanece normal, enquanto a capacidade que a água nos locais de alojamentos não seja se-
reabsortiva tubular aumenta. A diminuição da gura. Nestas condições a contaminação com resí-
oferta de líquido ao néfron distal deve estimular duos e esgotos da região atingida e o armazena-
a produção de renina pelo aparelho justaglome- mento da água sem uma condição adequada de
rular; isto resulta em aumento da produção de tratamento pode trazer epidemias de diarreia in-
aldosterona e subsequente reabsorção de sódio. fecciosa e outras exposições tais como hepatites
Além disso, a hipovolemia estimula a liberação e parasitoses. Esta questão veio para o TEP como
do hormônio antidiurético, que atua no ducto co- medida de alerta aos pediatras, uma vez que
letor aumentando a reabsorção de água. No en- mesmo não tendo obrigatoriamente no currículo
tanto, quando a perfusão renal fica severamente da Pediatria medidas de controle epidemiológi-
reduzida abaixo do nível que possa ser compen- co e atuação em desastres naturais, é dever de
sado por auto regulação, ocorre uma lesão das todo médico ter educação sanitária mínima a fim
células renais. de proteger as populações em suas unidades de

Gabarito comentado 10
ação. Nesta oportunidade a justificativa vai com (torneira, jarra, pote, etc.) não for verificada a
a recomendação da Vigilância Sanitária da Se- presença de cloro, ou se a água utilizada for pro-
cretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina, veniente de poço, fonte, rio, riacho, açude, bar-
onde este tipo de acidente gerou grande experi-
reira, etc. deverá ser procedida a cloração no lo-
ência. Atenção: desinfecção da água para con-
sumo humano. Se a residência for abastecida cal utilizado para armazenamento (reservatório,
com água do sistema público de abastecimento tanque, tonel, jarra, etc.) utilizando-se o hipoclo-
e no ponto de entrada (cavalete) ou de consumo rito de sódio a 2,5%, nas seguintes dosagens:

Hipoclorito de sódio a 2,5 %


Volume de água Tempo de contato
Dosagem Medida prática
1.000 litros 100 mL 2 copinhos de café (descartáveis)
150 litros 15 mL 1 colher de sopa
20 litros 2 mL 40 gotas 30 minutos
1 litro 0,1 mL 2 gotas

OBS. 1: em casos de água turva: ferva a água por 15 minutos, aguarde esfriar e coloque hipoclorito no dobro
da quantidade das medidas da tabela acima. OBS. 2: recomenda-se não fazer a desinfecção da água para
consumo humano com água sanitária, pois esses produtos podem conter outras substâncias prejudiciais a
saúde, além de não haver garantia sobre o real teor de cloro na solução. Água sanitária somente na total
ausência do hipoclorito. Resposta a.

TEP – 2011 TEP – 2003


16. Durante a avaliação de dois irmãos, o pediatra 17. Adolescente do sexo feminino, de 14 anos e
não encontra nenhuma anormalidade, e, no seis meses, apresenta amenorreia primária. A
exame das características sexuais secundárias, telarca ocorreu há 18 meses e sua velocidade
descreve que o menino (M) de 12 anos apresen- de crescimento é de 6 cm/ano. Exame físico:
ta pênis com características infantis, ausência peso 51 kg (p50), altura 164 cm (p50-75). Tan-
de pelos na região genital e testículos com 3 cm ner M3P2. A menarca materna ocorreu aos 15
de comprimento no maior eixo bilateralmen- anos. A conduta mais adequada é:
te (5 cm3), enquanto a menina (F) de 10 anos a) solicitar idade óssea
apresenta tecido glandular mamário de 1,5 cm b) dosar gonadotrofinas
de diâmetro subareolar à direita e ausência de c) dosar hormônios tireoidianos
tecido glandular à esquerda (segundo a mãe, a d) solicitar retorno em 6 meses
mama do lado direito apareceu há dois meses), e) realizar teste imunológico para gravidez
ausência de pelos na região genital. De acordo
com os critérios de Tanner, o estadiamento pu- 17. Relembremos agora como se processa a cor-
beral de M e F, respectivamente, são: relação entre o estirão de crescimento puberal
a) M: G1 P1/ F: M1 P0 (movimento da curva de crescimento onde ocor-
b) M: G2 P1/ F: M2 P1 re a aceleração (única da fase pós-natal), pico
c) M: G1 P0 / F: M1 P1 de velocidade de crescimento (PVC) e desacele-
d) M: G2 P0 / F: M2 P0 ração, até o término do crescimento. Lembre-se
e) M: G0 P0 / F: M0 P0 que o estirão, assim como todos os fenômenos
puberais são mais adiantados no sexo feminino.
16. Uma questão fácil de estadiamento puberal Na fase de crescimento infantil ou pré-puberal,
de Tanner. O simples conhecimento da não exis- as meninas, no estágio de maturação defini-
tência de um estádio 0 (zero) de Tanner permitia do como M1, crescem de 4 a 6 cm/ano. Quando
chegar à resposta correta. Para o estadiamento entram em puberdade (primeiro sinal no sexo
puberal são avaliados, nos meninos, a genitália feminino = telarca = M2), elas, na sua maioria,
(G) e os pelos pubianos (P) e, nas meninas, as imediatamente iniciam a fase de aceleração do
mamas (M) e os pelos pubianos (P). O achado de
crescimento, atingindo o PVC em M3, que é de 8
volume testicular ≥ 4 cm³ índica que os testículos
a 10 cm/ano. Em M4, estão na fase de desacele-
já estão sob estímulo de hormônio gonadotrófi-
ração do crescimento, onde comumente ocorre
co e caracteriza o início da puberdade no sexo
masculino (estádio G2). A identificação de tecido a menarca que, portanto, é um evento tardio no
glandular mamário subareolar, mesmo que uni- processo de maturação do adolescente. Em M5,
lateral, caracteriza a telarca, que habitualmente comumente o crescimento encontra-se pratica-
é o primeiro sinal de puberdade no sexo femi- mente terminado.
nino (estádio M2). A ausência de pelos pubianos Nos meninos há uma significativa diferença: na
tanto no menino quanto na menina é típica do fase de crescimento infantil, no estágio de matu-
pré-pubere e é estadiada como P1. Assim sendo, ração definido como G1, crescem de 4 a 6 cm/ano.
os pacientes descritos no enunciado apresentam- Quando entram em puberdade (primeiro sinal =
-se nos estádios G2P1 e M2P1. Resposta e. aumento do volume testicular (4 mL) = G2), eles,

11 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


na sua maioria, permanecem crescendo como UNIOESTE – 2016
crianças!! Somente iniciam a sua aceleração em 19. O exame de VDRL realizado numa puérpera
G3, atingindo o PVC (cerca de 10 a 12 cm/ano) em revelou positividade de 1/2. O mesmo exame,
G4 e estando em desaceleração em G5. realizado no final do terceiro trimestre de ges-
Lembre-se ainda que o estirão inicia-se no es- tação, havia sido negativo, como foi negativo
queleto das extremidades, particularmente nos no sangue do cordão do nascituro. A conduta
membros, seguindo-se no tronco, fato que mais adequada para o recém-nascido é
colabora para o ganho de 25% da estatura que a) alta sem tratamento para acompanhamento
ocorre na adolescência. De certa forma, pode-se ambulatorial.
considerar em um sentido caudal-cefálico, embo- b) suspender o aleitamento materno e tratar so-
ra, fosse melhor designado como dista-proximal. mente a puérpera.
O desenvolvimento muscular ocorre paralela- c) não tratar e repetir o exame após três meses.
mente ao estirão de crescimento estatural; pra- d) tratar com penicilina cristalina por dez dias.
ticamente o ganho de massa muscular coincide e) aplicar dose única de penicilina procaína.
com o ganho esquelético. Dessa forma, a veloci-
dade máxima de crescimento muscular é conco- 19. A presença de negativação natural do VDRL
mitante ao PVC ou alguns meses depois deste. En- pode apontar para uma amostra falso-positiva no
tretanto, o aumento da “capacidade funcional”, 1º trimestre. No entanto, a necessidade de elimi-
da “força”, é posterior. Lembre-se desse conceito narmos o estigma da sífilis congênita é urgente,
nas questões de indicação de exercícios de “mus- não sendo permitido indivíduos que deixem de
culação”, que devem somente ser indicados na ser identificados e tratados. Portanto, o caso de
fase de desaceleração do crescimento. mãe com suspeita de sífilis não tratada, deve ter
o RN triado para sífilis congênita e tratado com
Amenorreia primária aos 14 anos e 6 meses não
Penicilina cristalina por 10 dias caso neurosífilis.
é indicativa, por si só de nenhuma anormalidade
A questão é omissa em dados, e não traz resposta
clínica. Comumente a menarca ocorre cerca de 2
correta. Resposta d.
anos após a telarca, em uma fase de franca desa-
celeração do crescimento. Embora essa menina
esteja em M3, fase que coincide geralmente com UFF – 2016
o pico de velocidade de crescimento (PVC) da me- 20. Na reanimação neonatal, segundo as diretri-
nina, pela sua VC observamos que ela deve estar zes de 2010, recém-nascido que se encontra no
segundo minuto de vida, com saturação arte-
já desacelerando; além do mais, ela está 18 me-
rial de O2 de 80%, deve receber:
ses pós-telarca: é, de certa forma, previsível que
a) oxigênio suplementar.
a menarca se aproxima. O dado de menarca mais
b) ventilação com oxigênio a 100%.
tardia da mãe reforça a principal hipótese diag-
c) ventilação em etapa rápida.
nóstica para essa menina: ela é uma maturadora
d) massagem cardíaca externa.
tardia. Enquanto a maioria das meninas tem a
e) cuidados subsequentes normais em sala de
menarca em torno dos 12,2 anos, nossa paciente
parto, pois a saturação é esperada.
em questão, que iniciou a telarca aos 13 anos é
um exemplo típico de maturadora mais tardia.
20. As saturações alvo na reanimação neonatal
Se tivesse iniciado telarca após os 13 anos, po- são: 1 minuto - 60 a 65%, 2 minutos - 65 a 70%, 3
deria ser considerada, literalmente, como por- minutos - 70 a 75%, 4 minutos - 75 a 80%, 5 minu-
tadora de retardo puberal. Obviamente isso não tos - 80 a 85%, 10 minutos - 85 a 95%. Resposta e.
significaria presença de agravo ou doença, pois
se relembre que a principal causa de retardo pu-
UFF-RJ – 2013
beral é a variação normal (atraso constitucional
21. Indica-se administração de imunoprofilaxia
da puberdade). Portanto, basta acompanhá-la
do Vírus Sincicial Respiratório para:
clinicamente. Resposta d.
a) prematuro com 36 semanas de idade gestacional
b) cardiopatia congênita corrigida no período neo-
IOG – 2016 natal
18. O teste do pezinho é um exame de triagem neo- c) lúpus eritematoso sistêmico
natal. A dosagem de tripsina imunorreativa no d) broncodisplasia pulmonar
sangue é o método utilizado para triagem de: e) febre reumática
a) fibrose cística
b) galactosemia 21. A Norma Técnica do Ministério da Saúde de-
c) hiperplasia congênita suprarrenal fine que o período de aplicação do palivizuma-
d) fenilcetonúria be (imunoglobulina para o VSR) será de abril a
agosto de cada ano, sendo que o cadastramen-
18. A tripsina imunorreativa é método de tria- to dos pacientes que receberão o medicamento
gem utilizado para detecar fibrose cística. Ela obedecerá aos critérios abaixo, sendo a indica-
encontra-se aumentada uma vez que ocorre sua ção do medicamento de inteira responsabilidade
liberação na corrente sanguínea pela alteração do médico que acompanha a criança: -crianças
acinar. Resposta a. menores de um ano de idade que nasceram pre-

Gabarito comentado 12
maturas (idade gestacional menor ou igual a 28 tipo de patologia os níveis bilirrubínicos sobem
semanas), após alta hospitalar; crianças menores rapidamente e podem ultrapassar a segurança
de dois anos de idade, portadores de patologia da barreira hematoencefálica. Resposta e.
cardíaca congênita com repercussão hemodinâ-
mica importante ou com doença pulmonar crô- UNICAMP - 2010
nica da prematuridade, que necessitaram trata- 24. Menino, 18 meses, é levado ao hospital com a
mento nos seis meses anteriores ao período de mãe contando que o mesmo estava brincando
sazonalidade do VSR. Resposta d. quando apresentou episódio de tosse seguida
de cianose. Exame físico: eupneico com alguns
PUC-PR – 2012 episódios de tosse durante o exame, acianóti-
22. A meningite meningocócica é uma doença ex- co, ausculta pulmonar sem alterações. Radio-
tremamente grave em crianças. Recentemente grama de tórax: hiperinsuflação em base di-
a U. S. Drug Administration concedeu licença reita. A CONDUTA É:
para uma vacina que é: a) acompanhamento radiológico em 07 dias
a) tetravalente (A C, Y, W135) conjugada b) antibioticoterapia e fisioterapia
b) trivalente (A, C, B) conjugada c) laringoscopia indireta
c) bivalente (B, C) polissacarídica d) broncoscopia após jejum de 06 horas
d) monovalente (B) polissacarídica – cepa brasi-
leira 24. O principal objetivo do tratamento da aspi-
e) pentavalente (A C, B, Y, W135) conjugada ração de Corpo Estranho no pronto-socorro é o
suporte ventilatório e a prevenção da obstrução
22. A vacina recentemente licenciada nos EUA e total das vias aéreas. A rápida avaliação cardio-
recentemente disponível nos consultórios priva- pulmonar realizada pelo médico é um ponto-
dos no Brasil, bastante indicada para os adoles- -chave na abordagem inicial do paciente. Caso
centes é a vacina quadrivalente para meningite exista uma passagem de ar, não se deve tomar
menigocócica que incorpora a proteção para os nenhuma atitude para desobstruir as vias aére-
quatro sorotipos mais comuns de meningococos: as, devendo-se transferir o paciente a um centro
A, C, W135 e Y. Lembre-se que não existe vacina de tratamento especializado. Nos casos de obs-
conjugada para meningococo B disponível para trução de vias aéreas que causam sufocamen-
uso clínico. Resposta a. to, e quando o paciente ainda está consciente, o
médico deve tentar acalmar a criança e seus pais
UNITAU – 2016 e avisá-los sobre as manobras que irá realizar.
23. Recém-nascido a termo, 40 semanas de idade Técnicas manuais apropriadas para cada idade
gestacional, mãe primípara, sem intercorrên- devem ser utilizadas:
cias no pré-natal. Nasceu de parto vaginal, em €€ < 1 ano: 5 golpes nas costas e 5 compressões
boas condições de vitalidade, pesando 3300 g, torácicas.
sendo encaminhado ao alojamento conjunto.
€€ > 1 ano: compressões abdominais.
Com seis horas de vida, apresentou dificulda-
de para mamar o seio materno. Ao exame físi- Se a criança ficar inconsciente, manobras de res-
co, apresenta icterícia +/4+ em face e parte su- suscitação cardiopulmonar (RCP) devem ser ini-
perior do tronco, restante do exame normal. ciadas, com o cuidado de observar se há na boca
Considerando o quadro descrito, o diagnóstico algum objeto que possa ser retirado, mas somen-
mais provável e a conduta correta são: te sob visualização direta. Neste caso, os golpes
a) icterícia fisiológica; suplementação com fór- nas costas ou a compressão abdominal não de-
mula láctea de partida e fototerapia. vem ser realizados, pois a própria compressão
b) icterícia fisiológica; tipagem sanguínea e bilir- torácica executada durante a RCP pode deslocar
rubina total e frações. o objeto. O médico socorrista deve decidir o mo-
c) icterícia hemolítica; Coombs do recém-nascido. mento adequado para a tentativa de manter a
d) icterícia hemolítica; Coombs da mãe e fototerapia via aérea segura (entubação orotraqueal, crico-
e) icterícia hemolítica; tipagem sanguínea, Coom- tirotomia ou traqueostomia). A modalidade tera-
bs da mãe e do recém-nascido, bilirrubina to- pêutica de escolha nos casos em que o CE está
tal e frações, fototerapia. no trato respiratório inferior é a broncoscopia
rígida, método “padrão-ouro” para diagnóstico e
23. Toda icterícia com menos de 24 horas de vida tratamento. Os CE nas vias aéreas em geral são
deve ser considerada patológica até que se prove removidos no mesmo dia em que o diagnóstico é
o contrário. Dentra as principais culpadas encon- realizado, podendo manter-se o paciente em je-
tra-se a icterícia hemolítica por incompatibilida- jum de 6 horas caso não haja urgência imediata.
de ABO e/ou Rh. Os exames de triagem (Bilirrubi- Resposta d.
nas totais e frações, tipagem sanguínea e coombs
maternos e do RN, dosagem de G6PD, LDH, reti- USP – 2001
culócitos) devem ser coletados e o paciente deve 25. Quanto ao risco de recorrência de crises
ser colocado em fototerapia de alta intensidade convulsivas febris, marque a alternativa
mesmo antes dos resultados, uma vez que nesse CORRETA:

13 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


a) os pais podem ser orientados sobre o fato de Lipídeos: quantidades semelhantes, porém, qua-
o risco de recorrência de crises febris é irrele- litativamente melhores no leite humano, em que
vante, sendo raros novos episódios há predomínio de ácidos graxos poli-insatura-
b) crise na vigência de febre alta e de longa dura- dos, principalmente ácido linoleico e linolênico,
ção representa fator de risco para recorrência que desempenham importante papel na matura-
c) a idade menor que 1 ano representa fator de ção e no desenvolvimento do sistema nervoso e
risco importante para recorrência visual do lactente.
d) as recorrências tendem a acontecer mais co- Proteínas: predominam no leite de vaca (lembre-
mumente após 2 anos do episódio inicial -se de quanto um bezerro cresce!!!). Além do
mais, há predomínio do leite de vaca de caseína
25. O risco de recorrência da convulsão febril (proteína coagulável) que determina a pior di-
varia de 25% a 50% (média de 33 %), ocorrendo gestibilidade desse leite. O conteúdo proteico do
em mais da metade das vezes no primeiro ano leite humano, embora em menor concentração
após o episódio inicial. Ao passo que 90% das que no leite de vaca (quase a metade), tem uma
ocorrências ocorrem no período de até 2 anos composição particular: prevalecem as proteínas
após o episódio inicial. O número de recorrên- do soro ao invés da caseína (60:40). As lacto-albu-
cias está geralmente limitado a 2 ou 3 episódios. minas do leite humano são espécie-específicas,
Dentre os fatores de risco, a idade menor que portanto, hipoalergênicas. Ao contrário das beta-
1 ano parece ser aquele que isoladamente é o -lacto-albuminas do leite de vaca, que são as pro-
mais forte e consistente para recorrência. Ou- teínas mais alergenizantes do leite bovino.
tros fatores relevantes são: história familiar de Sais minerais: níveis mais baixos no leite huma-
convulsão febril em parentes próximos, crises no, porém com melhor biodisponibilidade; vale
complicadas com mais de 1 episódio convulsivo lembrar do cálcio e ferro.
na mesma doença e quando o evento ocorre em Sódio: mais no leite de vaca (por isso diluímos
vigência de febre baixa, logo no início da pato- para oferecer a um lactente pequeno, com ima-
logia febril. Resposta c. turidade funcional renal).
O leite posterior (leite do final da mamada) carac-
Unificado - SC – 1993 teriza-se pela sua grande quantidade de gordura
26. O leite de vaca em relação ao leite humano e consequente menor concentração relativa de
contém: açúcar e proteína; característica que parece re-
a) menor quantidade de proteínas lacionar-se com a sensação de saciedade do bebê
b) igual quantidade de sais minerais amamentado. Resposta c.
c) igual quantidade de gorduras
d) igual quantidade de lactose UNIFESP – 2016
e) menor quantidade de água 27. Qual dos achados abaixo determina a escolha
do tratamento para um recém-nascido com sí-
26. Questões clássicas relacionadas à composição filis congênita?
em comparação com os leites: colostro versus lei- a) Radiografia de ossos longos com sinais de pe-
te maduro e leite humano versus leite de vaca. riostite.
Relembremos alguns conceitos: o colostro (co- b) Pênfigo palmo-plantar.
mumente presente nos primeiros dias, caracte- c) Proteína no líquor acima de 150 mg/dL.
riza-se, em relação ao leite materno, pela maior d) Hemograma com anemia e plaquetopenia.
concentração de proteínas e fatores imunológi- e) VDRL no sangue do recém-nascido acima de 1/128.
cos, particularmente imunoglobulinas (em espe-
cial a IgA secretora, que corresponde a 90% das 27. A decisão do uso de penicilina cristalina ou
imunoglobulinas) e lactoferrina, que conferem procaína/benzatina se refere ao grau de penet-
proteção anti-infecciosa para o RN). Os lactobaci- rância no SNC e a necessidade de tratamento de
los bífidus, bastante presentes no leite humano, neurossifilis, a qual é identificada pela glicorra-
propiciam o crescimento de uma flora acidófila quia < 2/3 da sérica, proteína e celularidade ele-
que impede o crescimento de bactérias entero- vadas e VDRL no líquor positivo. Resposta c.
patogênicas.
À medida que o leite amadurece (colostro trans- UNICAMP – 1996
forma-se em leite maduro), aumentam as con- 28. Para diagnóstico de obesidade exógena primá-
centrações de lactose e de gorduras. ria simples ou nutricional, além da história de
As comparações clássicas do leite humano com o ingesta calórica aumentada, é necessário que
leite de vaca são: o paciente apresente:
Calorias: semelhantes a) altura normal e idade óssea com mais de 2
Lactose: maior no leite humano. Dos mamíferos, anos de atraso em relação à idade cronológica
o leite humano é um dos mais ricos em lactose. b) altura abaixo do percentil 3 da curva de referência
Essa lactose tem ações no desenvolvimento do e idade óssea compatível com a idade cronológica
SNC, pois é fonte de galactose, essencial para a c) altura dentro dos limites da normalidade,
produção de galactolipídios, que incluem os ce- mais provavelmente acima da mediana, não
rebrosídeos. importando o resultado de sua idade óssea

Gabarito comentado 14
d) altura abaixo dos limites da normalidade, com a) o VDRL é contraindicado para o seguimento
idade óssea compatível com a idade cronológica terapêutico
e) altura abaixo dos limites da normalidade e b) o FTA–abs é o mais indicado para diagnóstico
idade óssea 2 anos acima da cronológica em recém-nascidos
c) a pesquisa direta em campo escuro na biópsia
28. A imensa maioria dos quadros de obesidade das lesões tem sensibilidade de 70% a 80%
na infância é de causa exógena (95%). Há estatu- d) o achado de anormalidades em ossos longos
ra e velocidade de crescimento normais, sendo a nos bebês com sífilis congênita é inferior a 60%
baixa estatura e o retardo de crescimento, quan-
do presentes, altamente sugestivos de obesida- 30. No seguimento do recém-nascido tratado
de de causa não exógena, como endocrinopatia de sífilis congênita, recomenda-se a realiza-
(hipotireoidismo) e síndromes genéticas. Não há ção de consultas mensais até o 6º mês de vida
atraso na idade óssea; pelo contrário, podem ser e bimestrais do 6º ao 12º mês de vida e VDRL
maturadores precoces (idades ósseas avança- seriado (1,3,6 12, 18 meses), interrompendo o
das). Resposta c. seguimento com dois exames consecutivos de
VDRL negativos. Caso haja elevação de títulos,
SUS–RJ – 2014 ou se não houver negativação aos 18 meses,
29. Em relação à amamentação em mãe puérpera reinvestigar.
com o diagnóstico de tuberculose bacilífera, O FTA-abs (teste treponêmico específico) posi-
recomenda–se: tivo, causado pela transferência passiva de an-
a) amamentar sem restrições ticorpos maternos, pode permanecer positivo
b) aleitamento artificial orientado até 1 ano de vida. Entretanto, testes sorológicos
c) amamentar com o uso de máscara para sífilis persistentemente positivos sugerem
d) ordenhar o leite e oferecer na mamadeira infecção e títulos ascendentes quase sempre
são diagnósticos.
29. Segundo a Academia Americana de Pediatria A pesquisa direta em campo escuro na biópsia
(AAP), recém-nascido de mãe com tuberculose das lesões tem sensibilidade de 70 a 80%. Envol-
em fase contagiante ou bacilífera, sem tratamen- vimento de metáfise e diáfise de ossos longos
to ou com menos de 3 semanas de tuberculostá- (tíbia, fêmur e úmero) causando osteocondrite,
ticos no momento do parto, deve ser separado osteíte e periostite são achados comuns na sífilis
da mãe mas alimentado com o leite materno congênita sintomática. As radiografias de ossos
ordenhado,uma vez que a transmissão geral- longos revelam anormalidades metafisárias su-
mente se dá pelas vias aéreas. A mãe deve rea- gestivas de infecção em aproximadamente 70 a
lizar pesquisa do bacilo álcool-ácido-resistente 90% dos casos. Resposta c.
(BAAR) no escarro até sua negativação, quando
poderá ter contato com o bebê. Este deve rece- SUS–RJ – Pediatria – 2014
ber quimioprofilaxia com isoniazida na dose de 31. Nas meninas, a puberdade inicia-se com:
10mg/kg/dia por 3 meses e, então, realizar o PPD. a) pelos axilares
Se o teste for positivo, está indicado rastrear a b) menarca
doença através de exame clínico e radiológico. c) pubarca
Se não se detecta infecção ativa, mantém-se a d) telarca
vigilância e a quimioprofilaxia até o sexto mês,
quando se aplica o BCG-ID. Se o PPD for negati- 31. As meninas começam normalmente a pu-
vo aos 3 meses de idade, a quimioprofilaxia pode berdade entre as idades de 8 e 13 anos. Seu de-
ser interrompida e o BCG-ID pode ser aplicado, senvolvimento puberal inicia-se, em geral, com
mantendo-se a vigilância clínica. Em situações o aparecimento dos brotos mamários e acele-
onde há risco de não acompanhamento do bebê ração linear do crescimento. Entretanto, cerca
em uso de quimioprofilaxia com isoniazida, é de das meninas apresentam aparecimento de
mais seguro indicar a vacinação com BCG-ID pelos pubianos antes do aumento dos seios.
concomitante. Resposta d.
Segundo a OMS, a amamentação deve ser man-
tida, porém deve-se diminuir o contato íntimo TEP – 2002
mãe-filho, além de se tomar cuidados: ama- 32. Lactente de oito meses apresenta secreção
mentar com máscara ou similar, lavar cuida- ocular mucopurulenta e hiperemia conjunti-
dosamente as mãos, rastrear os comunicantes, val à esquerda. Ao exame físico: irritabilidade
especificamente os domiciliares. As demais re- e abaulamento da membrana timpânica ho-
comendações são semelhantes às preconizadas molateral. Diante desse quadro clínico, o agen-
pela AAP. Resposta c. te infeccioso mais provável é:
a) Escherichia coli
SUS–RJ – Pediatria – 2014 b) Neisseria gonorrhae
30. Sobre o diagnóstico e acompanhamento labo- c) Chlamydia trachomatis
ratorial de sífilis congênita, é CORRETO afir- d) Haemophilus influenzae
mar que: e) vírus sincicial respiratório

15 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


32. Classicamente, a conjuntivite bacteriana é globulinas IgG 300 mg/dL, IgM 500 mg/dL, IgA
mais comum em lactentes e crianças pequenas, 45 mg/dL, todos determinados pela técnica
sendo a secreção purulenta ou mucopurulenta de imunodifusão radial. Título de ASLO 250 U
e frequentemente, unilateral. Já as conjuntivites Todd, HbsAg negativo.A hipótese diagnóstica
virais são predominantemente bilaterais. A N. mais provável para este paciente é:
gonorrhoae, E. coli e C. trachomatis são mais co- a) síndrome nefrítica difusa aguda (GNDA)
muns no período de dois dias a duas semanas de b) síndrome nefrótica
vida. Resposta d. c) alergia alimentar
d) gromerulopatia primária
UFMA – 2013 e) doença do soro
33. São características da pele do recém-nascido,
EXCETO: 34. A picada de abelha pode ter desencadeado um
a) a pele do recém-nascido apresenta maior con- fenômeno atópico e, portanto, o fator precipitador
teúdo de água do que a pele do adulto e este para o quadro renal que se configura como sín-
alto grau de hidratação representa um incon- drome nefrótica. A síndrome nefrótica na criança
veniente por permitir menor permeabilidade e é definida por proteinúria maciça, considerada na
maior resistência da pele aos agentes externos criança por valores maior ou igual 40 mg/h/m² ou
b) mais fina e menos corneificada do que a do adulto 50mg/kg/dia e hipoalbuminemia menor ou igual a
c) todas as camadas da pele do RN (epiderme 2,5g/dL. O quadro completo inclui edema, hiper-
derme e hipoderme) têm espessura diminuída colesterolemia e lipidúria. Resposta b.
d) as células estão menos coesas entre si e podem
desprender-se com maior facilidade TEP – 1999
e) a deficiência do estrato córneo no prematuro 35. Pré-escolar de cinco anos foi internado com
resulta em grandes perdas por evaporação de edema generalizado de evolução de duas se-
fluido e de calor nas primeiras semanas de vida manas. Ao exame: edema facial, mucosas co-
radas, PA = 90 x 60 mmHg, abolição do murmú-
33. Todas as afirmações são verdadeiras (leia rio vesicular nas bases e ascite. Laboratório:
com atenção cada uma das opções), exceto a op- ureia 15 mg%; creatinina 0,7 mg%; exame sim-
ção A, já que a vulnerabilidade da pele humana ples de urina com proteína ++++/4 e cilindros
depende do estágio de maturidade em que ela se hialinos. Deveria ser solicitado para elucida-
encontra: no embrião, no recém-nascido prema- ção diagnóstica:
turo, no recém-nascido a termo, no lactente, na a) dosagem de antiestreptolisina O e complemento
criança maior ou no adolescente. Quanto menor b) dosagem de proteínas e lipídeos séricos
a idade gestacional, maior é a imaturidade da c) clearance de creatinina e potássio sérico
barreira cutânea, resultando em maior permea- d) urinocultura e hemograma
bilidade e maior risco de absorção de substân- e) ultrassonografia abdominal e uretrocistogra-
cias que se tornam tóxicas. Resposta a. fia miccional

UFMA – 2013 35. O quadro típico de síndrome nefrótica carac-


34. Uma criança de 3 anos e 8 meses, branca, fe- teriza-se por: proteinúria ≥ 50 mg/kg/dia ou 40
minina, foi picada por abelha e, após sete dias, mg/m2/hora, hipoalbuminemia < 2,5 g%, edema e
apresentou edema facial matutino e oligúria, hiperlipidemia. Portanto, para a elucidação diag-
quando procurou o Setor de Urgência do Hos- nóstica deste caso deve-se solicitar proteínas to-
pital da Criança. Ao exame físico, apresentava tais e frações e lipídeos séricos. Resposta b.
estatura de 99 cm (Z escore 0), peso 14.400 g (Z
escore - 0,5); temperatura axilar de 36º C; pres- IAMSPE – 2001
são arterial de 100 x 60 mmHg; edema facial e 36. Um lactente de três meses, sexo masculino,
de membros inferiores. A paciente foi hospita- que nasceu com 3,5 quilos, 52 cm de estatura
lizada e os exames solicitados revelaram he- e perímetro cefálico de 35 cm, deverá apresen-
mograma sem anormalidades, ureia sérica de tar, em média, as seguintes medidas:
30 mg/dL e creatinina de 0,6 mg/dL, sendo o cle- a) 5,6 quilos, 61 cm de estatura e PC de 41 cm
arance de creatinina 47,7 mL/min./m2 SC. Ha- b) 6,5 quilos, 55,5 cm de estatura e PC de 39 cm
via 4+ de proteínas na urina com presença de c) 4,5 quilos, 58 cm de estatura e PC de 38 cm
cilindro granular 1+ e 6 hemácias por campo d) 6,5 quilos, 58 cm de estatura e PC de 37 cm
(400x). A proteinúria de 12 horas, noturna, foi e) 7 quilos, 61 cm de estatura de PC de 43 cm
61 mg/h/m2 SC e a relação proteína/creatinina
em urina, amostra única, 2,84. Ionograma sem 36. Relembremos agora as clássicas “fórmulas”
alterações, com sódio 137 mEq/L; potássio 4,0 que regem o crescimento de uma criança quan-
mEq/L; cloreto 100 mEq/L. Proteína sérica total do, obviamente, não tivermos um referencial de
de 3,5 g/dL; albumina 1,5 g/dL; globulinas 2,0 g/ crescimento para nos auxiliar nessa avaliação.
dL; colesterol total 300 mg/dL, HDL 40 mg/dL, As regras fundamentais a serem “memorizadas”
LDL 135 mg/dL, triglicérides 400 mg/dL. Com- (infelizmente, esse é o termo para a assimilação
plemento C3 = 120 mg%, C4= 31 mg% e imuno- desse assunto) são as seguintes:

Gabarito comentado 16
Ganho ponderal no primeiro ano de vida: IPSEMG – 2005
€€ Primeiros dias: perda de cerca de 10% do peso 38. Todas as seguintes alternativas apresentam
de nascimento, com recuperação em torno do complicações da glomerulonefrite difusa agu-
10º. dia da, EXCETO:
a) convulsões
€€ Ganho ponderal – 1º trimeste: 25 - 30g/dia b) encefalopatia hipertensiva
– 700-750g/mês c) hiperpotassemia
€€ 2º trimestre: 20g/dia – 600g/mês d) hipofosfatemia
€€ 3º trimestre: 15g/dia – 450g/ mês
38. Nas glomerulonefrites agudas, o fator fisio-
€€ 4º trimestre: 10-12g/dia – 350g/mês patológico mais importante, responsável pelos
€€ 1 – 3 anos: 240g/mês principais achados clínicos, é uma retenção renal
de sódio aumentada. Esse balanço positivo é de-
€€ Pré-escolar: 2,5 a 3kg/ano terminado pela diminuição da filtração glomeru-
€€ Peso de nascimento dobra no 4º mês (+/- 6kg) lar, sem um aumento proporcional da excreção
fracionada desse íon. O resultado dessa retenção
€€ Peso de nascimento triplica no 1º ano (+/-
primária de sódio é uma expansão de volume
10kg)
do setor extracelular com suas consequências
€€ Peso de nascimento quadruplica com 2 anos (edema, hipertensão e dispneia). O volume san-
(+/- 12Kg) guíneo está aumentado e o débito cardíaco, nor-
Ganho estatural no primeiro ano de vida mal ou elevado. A fração de excreção renal de
€€ Estatura ao nascimento: em torno de 50 cm sódio (FENa) está baixa, refletindo uma conser-
vação importante desse íon. A hipoalbuminemia,
€€ Cresce no primeiro semestre: 15 cm quando presente, deve-se mais à diluição do que
€€ Cresce no segundo semestre: 10 cm à perda renal ou ao balanço negativo da albumi-
na. Em alguns casos, além do balanço positivo
€€ Portanto: 25 cm/ ano ( a maior VC pós-natal do
de sódio, existe um importante aumento da água
ser humano) corporal, com hiponatremia por diluição e suas
€€ Cresce entre 1 e 3 anos cerca de 10 cm/ ano consequências (sintomas e sinais neurológicos).
(atinge 1 metro com cerca de 4 anos) A GN pós-estreptocócica, o protótipo da GNDA, é
€€ 3 – 10 anos: velocidade de crescimento pré- tipicamente uma doença aguda, com recuperação
espontânea na maioria dos casos. A mortalida-
-puberal de 4 a 6 cm /ano
de na fase aguda é inferior a 0,5%. Os pacientes
Ganho de perímetro cefálico com proteinúria persistente têm um prognóstico
€€ 12 cm no primeiro ano de vida: 2cm/mês no pior. A hipertensão e as manifestações congesti-
primeiro trimestre, 1 cm/mês no segundo tri- vas quase sempre desaparecem após o início da
mestre e 0,5 cm/mês no segundo semestre. diurese, que geralmente ocorre em 1 a 2 semanas.
Observe que, somente com a lembrança do cres- Nos adultos, a fase de recuperação pode ser mais
cimento do PC (uma das regras mais importan- demorada. Aproximadamente 2% dos pacientes
tes), já é possível obter a resposta correta da podem ter um quadro de perda rápida da função
questão. Resposta a. renal, isto é, uma glomerulonefrite rapidamente
progressiva. A tendência de progressão para in-
suficiência renal terminal ocorre em aproxima-
SES-PE – 2004
damente 2% dos casos. Resposta d.
37. Em relação à amamentação, assinale a alter-
nativa INCORRETA:
a) criança em aleitamento materno exclusivo não UNICAMP – Pediatria – 2015
39. Paciente do gênero masculino, oito anos de ida-
deve receber água, chás ou outros alimentos
de é vítima de traumatismo cranioencefálico,
b) na sucção eficiente o bebê deve abocanhar o
sendo prontamente intubado, prescrito manitol
mamilo e parte da aréola, ficando com a boca
e hiperventilado. Recebe o diagnóstico de Sín-
aberta
drome de Cushing. Para esta síndrome é CORRE-
c) o intervalo das mamadas vai de acordo com a
TO afirmar que três achados estão presentes:
necessidade da criança ou da mãe a) taquicardia, bradpneia e hipotensão arterial
d) a amamentação deve ser iniciada o mais cedo b) bradicardia, taquipneia e hipertensão arterial
possível, já na primeira hora de vida c) taquicardia, taquipneia e hipotensão arterial
e) se a mama estiver ingurgitada, colocar o bebê d) bradicardia, bradipneia e hipertensão arterial
para sugar a intervalos de tempo menores
39. Hipertensão, bradicardia e arritmia respira-
37. Se a mama estiver ingurgitada e a criança sa- tória são sinais de elevação rápida da pressão
tisfeita, a mãe deve realizar a ordenha e esvazia- intracraniana, que frequentemente ocasiona
mento da mama. Isto parece ser o mais plausível. herniações cerebrais e óbito. Este fenômeno,
A alternativa C também tem uma improprieda- chamado de resposta vasopressora, é observa-
de: a adequação do intervalo das mamadas de do em 1/3 dos casos de hipertensão intracrania-
acordo com a necessidade da mãe não faz grande na. É mais conhecido com reflexo ou tríade de
sentido! Resposta e. Cushing. Resposta d.

17 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


UNICAMP – Pediatria – 2015 UNICAMP – Pediatria – 2017
40. Mãe chega ao consultório do pediatra contan- 42. O filho de mãe diabética está sujeito a inúme-
do que o filho de 7 anos, desde os 4 anos de ida- ras anormalidades no período neonatal. As-
de, tem diarreia diariamente, sempre no início sinale a alternativa CORRETA que discrimina
da noite, acompanhada de dor abdominal em uma dessas anormalidades.
cólica de forte intensidade e fezes explosivas. a) Necrose tubular aguda
Já fez vários cursos de mebendazol sem suces- b) Síndrome do cólon esquerdo hipoplásico.
so. O diário alimentar revela que a criança c) Hiposfosfatemia tubular.
não toma café da manhã, almoça na escola e d) Aplasia de medula óssea.
ao chegar a casa às 17:00 toma um copo de lei-
te ou um pote de iogurte ou pão com requei- 42. A hiperglicemia agride o gene PAX-3 que é
jão. Nega rinite, asma, dermatite ou outros responsável pelo fechamento do tubo neural,
fenômenos alérgicos. Nega outras queixas. os radicais livres de oxigênio aumentam sua
Antecedentes familiares negativos para ato- concentração por causa da glicemia alta e assim
pia. Exame físico sem alterações, peso e altura pode ter efeito teratogênico. Anencefalia, espinha
normais para idade. Quanto a este quadro, a bífida, hidrocefalia, atresia colo esquerdo/anal,
alternativa CORRETA para a primeira hipótese anomalias renais, hipertrofia cardíaca, organo-
a ser aventada é: megalia e aumento do volume sanguíneo estão
a) doença celíaca associados ao diabetes gestacional. Resposta b.
b) intolerância à lactose
c) alergia à proteína do leite de vaca UNICAMP – Pediatria – 2017
d) giardíase 43. Assinale a alternativa CORRETA quanto ao lo-
cal provável de sangramento na hemorragia
40. Alguns indivíduos apresentam um distúrbio peri-intraventricular do recém-nascido pré-
nesta digestão, denominado de intolerância à -termo extremo:
lactose, causada pela deficiência, primária ou a) Tronco cerebral.
secundária, da enzima responsável pela hidrólise b) Córtex frontal e occipital.
da lactose, a lactase. Este distúrbio manifesta-se c) Matriz germinativa.
na forma de uma má absorção deste açúcar, a d) Córtex insular.
lactose, presente no leite, podendo causar grande
desconforto abdominal e diarréia. Os sintomas e 43. Questão técnica e difícil para R1. O local pro-
sinais da intolerância à lactose sã̃o semelhantes a vável de sangramento na hemorragia peri-intra-
qualquer outra deficiência enzimática. A criança ventricular do recém-nascido pré-termo extre-
que não metaboliza a lactose terá diarréia e mo ocorre na matriz germinativa Resposta c.
poderá não ganhar peso. O adulto apresentará
borborigmo, distensão abdominal, flatulência, UNICAMP – Pediatria – 2015
náuseas, diarréia e cólicas abdominais. Mesmo 44. Recém-nascido com quadro de icterícia foi
quando somente a absorção de lactose está dire- submetido à fototerapia. Considerando-se o
tamente prejudicada pela deficiência da lactase, mecanismo que permite a esse recurso tera-
a diarréia resultante pode ser intensa, o suficien- pêutico reduzir os níveis de bilirrubina, assi-
te para eliminar os outros nutrientes antes que nale a alternativa CORRETA:
eles possam ser absorvidos, podendo provocar a) fotooxidação transformando a bilirrubina em
a desnutrição. Podem ocorrer perturbações di- uma substância lipossolúvel.
gestivas após a ingestão de um copo de leite de b) fotooxidação e aumento da excreção da bilir-
vaca, tais como, digestão lenta, distensão abdo- rubina via intestinal
minal, empachamento, meteorismo, aumento do c) fotoisomerização configuracional irreversível
número diário das evacuações, fezes pastosas e transformando a bilirrubina em uma substân-
fétidas. Resposta b. cia apolar
d) fotoisomerização estrutural transformando a
UNICAMP – Pediatria – 2017 bilirrubina em uma substância polar.
41. A hipocalcemia neonatal está relacionada a
qual dos fatores abaixo? Assinale a alternati- 44. Reação de fotoisomerização: 4Z, 15Z-bilir-
va CORRETA. rubina não conjungada em 4Z, 15E-bilirrubina
a) Filho de mãe hipertensa. não conjugada porém excretável, Lumirrubina,
b) Uso de digitálico. isômero estrutural irreversível e excretavel.
c) Asfixia perinatal grave. Resposta d.
d) Síndrome do desconforto respiratório.
UNICAMP – Pediatria – 2017
41. Causas são prematuridade (nos prematuros 45. Recém-nascido a termo com diagnóstico de as-
a queda é suavizada pelo aumento do Cálcio io- fixia perinatal grave, apresenta movimentos
nizado, devido ao menor pH da prematuridade convulsivos com 12 horas de vida. Assinale a
e menor concentração protéica), estresse severo alternativa CORRETA quanto ao medicamento
ou asfixia, diabetes materno e RCIU. Resposta c. de escolha:

Gabarito comentado 18
a) diazepam geralmente apresentam o teste de triagem (ELI-
b) fenitoína SA) positivo, mas o teste confirmatório (IFA ou
c) topiramato WB) indeterminado. Nestas situações, deve repe-
d) fenobarbital tir a sorologia até a sua negativação. Resposta d.

45. O medicamento essencial para o controle UNICAMP – Pediatria – 2015


convulsivo em RNs é o fenobarbital. O uso de fe- 47. Criança de 3 anos de idade inicia há 2 dias
nitoína não é recomendado devido o metabolis- quadro de lesões aftóides e dolorosas em lín-
mo biliar. Resposta d. gua e gengivas, acompanhada de febre baixa,
inapetência, irritabilidade e fezes amolecidas
UNICAMP – Pediatria – 2015 4 episódios por dia. Quanto a este quadro, a al-
46. Recém-nascido filho de mãe HIV positiva é enca- ternativa CORRETA para principal agente etio-
minhado para acompanhamento em serviço uni- lógico e tratamento é:
versitário. Neste caso a alternativa CORRETA é: a) Vírus Herpes tipo 2; aciclovir
a) Mães que não utilizaram medicamentos antirre- b) Adenovírus; analgésicos/antitérmicos e colutório
trovirais na gestação ou o fizeram de forma in- c) Coxsackie vírus; analgésico/antitérmico; dieta
completa não tem maior risco; os bebês devem fria fracionada
receber somente AZT, da mesma forma que os d) Coxsackie vírus; aciclovir
bebês das mães com tratamento adequado.
b) O teste Elisa HIV positivo para o recém-nascido 47. Nas ulceras bucais superficiais temos a her-
indica apenas que houve passagem de anticor- pangina (Coxsackie A) e a angina herpética
pos maternos para o bebê; em seis meses estes (causada pelo Herpesvirus hominis tipo I), am-
anticorpos são eliminados e, portanto, deve-se bas iniciando abruptamente, com febre alta e
repetir o exame. odinofagia, hiperemia difusa e aspecto conges-
c) Não há necessidade de carga viral para o re- to de toda a mucosa faríngea, evoluindo para a
cém-nascido se a carga viral da mãe for baixa formação de vesículas muito dolorosas que se
no momento do parto. rompem dando lugar a ulcerações superficiais
d) O protocolo do Ministério da Saúde para ava- semelhantes a aftas. Na herpangina as lesões
liação da transmissão vertical consiste de Car- atingem principalmente palato mole, úvula e pi-
ga viral aos 30 dias de vida e 3 meses e após e lares das tonsilas; quando a infecção é causada
teste sorológico ELISA aos 18 meses. pelo Coxsackie A-16 ocorre a doença “mão-pé-
-boca”, com presença de lesões pápulo-vesiculo-
46. Mães que não utilizaram medicamentos an-
sas em pés e mãos, associadas às lesões orais e
tirretrovirais na gestação ou o fizeram de for-
faringotonsilares. Já na primo-infecção herpéti-
ma incompleta tem maior risco, e os bebês de-
ca, as lesões aparecem predominantemente na
vem receber AZT e Nevirapina. A carga viral
mucosa gengival e oral, língua e orofaringe (tam-
(RNA viral) é um teste quantitativo, permitindo
bém pode acometer epiderme perioral e perina-
a quantificação de partículas virais dos subtipos
sal). Resposta c.
do HIV circulantes no país. Quando disponível,
o teste qualitativo para detecção do DNA pró-
viral poderá ser realizado. Sempre que o mes- UNICAMP – Pediatria – 2015
mo for solicitado, deverá ser solicitada também 48. Adolescente de 14 anos de idade, com diagnós-
a quantificação de RNA viral plasmático - carga tico de asma desde os 4 anos de idade, fez uso
viral. A primeira carga viral deve ser colhida irregular de corticoides inalatórios inter-crise
com 4 semanas de vida ou preferencialmente 6 até 8 meses atrás, quando por conta própria
semanas, quando a criança recebeu profilaxia suspendeu a medicação, mesmo apresentando
antirretroviral. Caso a carga viral tenha um re- sibilos esporádicos. Refere que nos últimos 6
sultado detectável, esta deve ser repetida assim meses vem apresentando crises asmáticas di-
que possível. Se a segunda carga viral também árias, com melhora após inalação com beta 2
for detectável, considera-se a criança como infec- agonista; prurido e obstrução nasal importan-
tada pelo HIV. Caso a primeira carga viral tenha tes, tosse seca contínua e dispneia que piora
um resultado indetectável, esta deve ser repetida muito a qualquer atividade física. Sono agita-
após o 4o mês de vida. Se a segunda carga viral do e irregular. Neste caso podemos dizer que
também for indetectável, considera-se a criança se trata de:
não infectada. A documentação da sororeversão a) Asma não controlada.
e da criança não infectada pelo HIV deve ser feita b) Asma parcialmente controlada.
com uma sorologia para HIV não reagente após c) Asma controlada com crise asmática atual.
12 meses. A proporção de crianças que sorore- d) Asma e Rinite não controladas.
vertem entre 15 e 18 meses de idade é próxima
a 100%, e 95% aos 12 meses. Em raras situações, 48. Questão simples. Paciente ja possui diagnós-
crianças não infectadas pelo HIV podem apresen- tico de asma não controlada. Como há queixa de
tar anticorpos maternos residuais até 24 meses prurido e obstrução nasais há diagnóstico formal
de vida (sororevertores tardios). Estas crianças de rinite. Resposta d.

19 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


UNICAMP – Pediatria – 2015 51. A Taxa de Mortalidade Infantil apresenta
49. Em qual das situações abaixo que levam a pu- dois componentes: a Taxa de Mortalidade Neo-
berdade atrasada, a adrenarca estará atrasa- natal (Precoce e Tardia) e a Taxa de Mortalida-
da ou ausente: de Pós-Neonatal. Há esta subdivisão, visto que
a) Panhipopituitarismo e retardo constitucional os determinantes de morte no período neonatal
do crescimento e desenvolvimento. são diferentes daqueles do período pós-neonatal.
b) Panhipopituitarismo e síndrome de Klinefelter. No início da vida extra-uterina (correspondente
c) Síndrome de Klinefelter e síndrome de Turner. ao período neonatal), são mais relevantes como
d) Síndrome de Turner e síndrome de Kallmann. determinantes de óbitos as conseqüências de
agressões sofridas intra-útero, as condições de
49. No panhipopituitarismo não há liberação parto e de assistência ao recém-nato. No perío-
de GH, LH, FSH e ACTH, por isso havendo além do pós-neonatal, predominam os determinantes
de puberdade atrasada, a ausência de adrenar- ambientais e sócio-econômicos. Desta forma,
ca, constituindo forma de puberdade atrasada sociedades com maior desenvolvimento huma-
central. No entanto, no Atraso Normal do Cres- no apresentam Taxas de Mortalidade Infantil
cimento (VN) há desaceleração do crescimento baixas, predominando o componente neonatal
nos 3 primeiros anos de vida, com peso e altura (principalmente o precoce), enquanto que nas
cruzando para baixo, VC normal ou próxima do regiões subdesenvolvidas as Taxas de Mortalida-
normal, abaixo, mas paralela ao p5 nos anos pré- de Infantil são altas e predomina o componente
-puberes, atraso na maturação sexual, altura na pós-neonatal. Mortalidade Neonatal precoce está
idade adulta da faixa normal e história familiar relacionada ao número de óbitos entre 0 a 7 dias
semelhante. Resposta a. de vida. O número de óbitos entre 7** a 28* dias
de vida é a taxa de mortalidade neonatal tardia.
UNICAMP – Pediatria – 2015 Resposta c.
50. Entre as características clínicas das portado-
ras da síndrome de Turner NÃO é freqüente UNICAMP – Pediatria – 2015
encontrar: 52. Criança de 8 anos de idade vem para acompa-
a. Malformações cardíacas. nhamento ambulatorial por coriza, prurido e
b. Hipotireoidismo adquirido. obstrução nasal e espirros contínuos. Refere
c. Malformações renais e de vias urinárias. dormir em colchão no chão, ter gato e cachor-
d. Deficiência mental. ro em casa e o pai é fumante. Tem prick teste
com alta sensibilização para ácaros. A alterna-
50. A síndrome de Turner, descrita na década de tiva correta para este caso é:
40, é característica do sexo feminino e ocorre numa a. Deve-se orientar profilaxia ambiental: não
proporção de 1:2500 a 1:5000 nascimentos vivos. O dormir no chão, encapar colchões e travessei-
quadro clínico é evidenciado pela baixa estatura, ros, retirar os animais de dentro da casa e esti-
infantilismo genital, malformações e estigmas di- mular o pai a abandonar o tabagismo.
versos. As anomalias congênitas mais prevalentes b. Deve-se instituir apenas tratamento medica-
são os estigmas diversos (palato em ogiva, cúbito mentoso neste caso; a profilaxia ambiental é
valgo, epicanto e outros). As doenças cardíacas completamente inócua.
(principalmente as lesões do “coração esquerdo”) c. O resultado do exame de prick teste não auxi-
e as renais (duplicidade do sistema coletor, rotação lia neste caso, uma vez que o pólen é o aeroa-
dos rins), ocorrem em cerca de 40% das pacientes. lérgeno mais frequente em nosso meio, e não
É descrita também uma alta incidência de outras o ácaro.
doenças, como otite média, hipertensão, resistên- d. Deve-se orientar a mãe a manter a casa sem-
cia insulínica, hipercolesterolemia, endocardite e pre limpa, varrendo o ambiente pelo menos
doenças autoimunes, entre elas o hipotireoidismo, duas vezes por dia.
doença celíaca e o vitiligo. Resposta d.
52. Orientações relacionadas ao ambiente para
UNICAMP – Pediatria – 2015 crianças e adolescentes alérgicos: as medidas de
51. Do ponto de vista epidemiológico neonatal as- afastamento de alérgenos estão incluídas em to-
sinale a alternativa correta: dos os manuais de tratamento de pacientes com
a. Período neonatal é aquele que compreende os alergia respiratória, porém a aderência às mes-
primeiros 30 dias de vida do recém-nascido. mas ainda é precária, apesar das evidências de
b. Recém-nascido de muito baixo peso é aquele melhora dos sintomas dos pacientes que adotam
que apresenta ao peso ao nascimento menor medidas de afasta- mento de alérgenos aos quais
que 2.500 gramas. são sensíveis; as mudanças no ambiente para
c. Mortalidade neonatal precoce é aquela que a melhoria clínica de crianças e ado- lescentes
ocorre nos primeiros 7 dias de vida do recém- com alergia deve considerar as suas condições e
-nascido. necessidades, bem como de suas famílias. Para
d. Recém-nascido pré-termo é aquele que apre- um resultado satisfatório, as orientações devem
senta idade gestacional menor que 37 sema- ser abrangentes, porém gradativas, simples e
nas completas. singulares. Além das orientações para o domicí-

Gabarito comentado 20
lio, creches e escolas também devem ser envol- O cromossoma mais frequentemente perdido é
vidas. Com a conscientização, o envolvimen- to o paterno. Idade materna avançada não é con-
da família e da comunidade, outras mudanças siderada um fator de risco. A Clínica compreen-
poderão ser incen- tivadas como parte de um de baixa estatura, tendência à obesidade, atraso
amplo e contínuo processo educacional; a po- motor, incoordenação, disgenesia ovariana com
eira domiciliar é composta por uma mistura de ausência de elementos germinativos, gônadas
substâncias iner- tes e de matéria viva, como fi- em fitas, tórax em escudo, hipertelorismo mami-
bras de tecidos, poluentes, restos ali- mentares, lar, mandíbula pequena, pterigium coli, pescoço
ácaros, bactérias, descamação do epitélio huma- curto, coarctação da aorta, tendência à tireoidi-
no, insetos, fragmentos excretas de animais do- te autoimune. Má-formações cardiovasculares
mésticos, mofo e baratas. Proteínas alergênicas incluem a valva aórtica bicúspide e coarctação
estão presentes na excreta e epitélio de animais aórtica. Resposta c.
com pelo, ácaros e insetos. As partículas de ex-
cretas de ácaros constituem a principal fonte de UNICAMP – Pediatria – 2015
alérgenos domiciliares. Os ácaros se desenvol- 54. Lactente masculino, previamente saudável,
vem preferentemente em ambientes úmidos, com 9 meses de idade foi internado com In-
alimentam-se de epitélio descamado, mofo e de suficiência Respiratória Aguda Obstrutiva
restos alimentares. Ambientes com carpetes e na enfermaria de Pediatria durante 15 dias.
estofados são propícios à proliferação de ácaros. Diagnóstico de Bronquiolite Viral Aguda. Per-
Os alérgenos de animais domésticos provem do sistiu com sibilância por 1 mês após a alta do
epitélio descamado, pelo e excretas; as baratas hospital. Apresentou uma Crise de Insufici-
constituem uma importante fonte de alérgenos ência Respiratória Aguda Obstrutiva por mês
nos centros urbanos e a sensibilidade a elas está nos últimos 4 meses. Nega antecedentes de
associada a risco de asma de maior gravidade; atopia na família ou outras doenças. Qual o
Os poluentes domiciliares (fumaça de cigarro) fenótipo que melhor representasse lactente
e extradomiciliares (partículas de diesel) atuam sibilante (LS)?
como potencializadores da alergia respiratória, a. Asma.
além de precipitadores de sintomas. A inalação b. LS não atópico, transitório, menos severo e
passiva de tabaco, especialmente em ambientes menos prevalente do que asma.
fechados (domicílio), representa principalmente c. LS associado com atopia, hiper-reatividade
para a criança, uma causa de desencadeamen- brônquica.
to ou piora de doença de doença respiratória. A d. LS persistente grave.
inalação de fumaças, poluição, gases, aerossóis,
perfumes e odores podem, em alguns casos, pro- 54. 30 a 60% das crianças apresentam alguma si-
vocar asma e rinite. Resposta a. bilância nos primeiros 3 anos de idade. 40% no
primeiro ano. 17% mais de 3 episódios. Meninos
UNICAMP – Pediatria – 2015 chiam mais que meninas devido via aérea mais
53. Menina, 8 anos, é trazida a UBS por baixa es- estreita até o início da adolescência. Esses pos-
tatura. Mãe relata que a criança sempre foi suem maior prevalência de asma e hiper-reativi-
menor que as meninas da mesma idade. Nas- dade brôquica O Sibilante transitório tem inicio
ceu de parto normal a termo, P = 2.350 g e C < 3 anos e fim até escolar, com função pulmonar
= 45 cm, sem intercorrências. É inteligente e reduzida ao nascer, estando relacionado com
tem bom desenvolvimento neuro-psico-motor. tabagismo durante a gestação e sexo masculi-
Não tem outras queixas, exceto história de oti- no. O Sibilante persistente tem inicio < 3 anos
tes de repetição e uma discreta diminuição da e permanece como asmático, e está associado
acuidade auditiva. Tem boa alimentação. Epai a ocorrência de infecções por vírus respirató-
= 172 cm, Emãe = 163 cm. Aos 7 anos tinha E = rios nos primeiros anos de vida, especialmente
108 cm (z = 2,75). Ao exame físico: P = 21 Kg (z = VSR. Já o Sibilante com início tardio tem início
-1,33); E = 112 cm (z = -2,89), exame físico todo > 3 anos, presença de atopia e associado a asma.
normal, exceto unhas pequenas e quebradi- Resposta b.
ças. Qual a hipótese diagnóstica mais provável
e o exame a ser realizado? UNICAMP – Pediatria – 2015
a. Baixa estatura familial – não fazer exame algum, 55. RN com 15 dias de vida procura a UBS com re-
apenas realizar acompanhamento clínico. sultado do “teste do pezinho” colhido com 72
b. Hipotireoidismo adquirido – realizar dosagem horas de vida mostrando TSH = 75 mUI/L. Está
de T4 livre, TSH e anticorpos antitireóide. muito bem, com exame físico normal. Qual a
c. Síndrome de Turner – realizar cariótipo. conduta a ser tomada?
d. Deficiência de hormônio de crescimento – rea- a. Como a criança está com exame físico normal,
lizar dosagens de IgF1 e IgFBP3. observar e colher nova amostra de TSH no
“pezinho” com 30 dias de vida.
53. A síndrome de Turner é a causa mais fre- b. Como a criança está com exame físico normal,
quente de hipogonadismo no sexo feminino (Fa- observar e dosar em sangue venoso T4 livre e
lência Ovariana Primária). O Cariótipo é 45, XO. TSH com 30 dias de vida.

21 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


c. Repetir imediatamente o “teste do pezinho”. tes da normalidade, para determinada deman-
d. Coletar imediatamente sangue venoso para da metabólica. Como a definição de IR está rela-
dosagem de T4 livre e TSH e iniciar reposição cionada à incapacidade do sistema respiratório
com levo-tiroxina sódica em doses altas. em manter níveis adequados de oxigenação e
gás carbônico, foram estabelecidos, para sua
55. O Hipotiroidismo Congênito é a principal cau- caracterização, pontos de corte na gasometria ar-
sa de retardo mental, que pode ser prevenido com terial, como se segue: PaO < 60 mmHg e PaCO >
a instituição precoce do tratamento. A triagem ne- 50 mmHg 2. A IR pode ser classificada quanto à
onatal é fundamental para o diagnóstico precoce, velocidade de instalação, em aguda e crônica. Na
já que a maioria dos recém-nascidos com HC não IR aguda, a rápida deterioração da função respi-
apresenta sintomas ao nascimento e a detecção ratória leva ao surgimento de manifestações clíni-
pela clínica pode atrasar o diagnóstico em 6 a 12 cas mais intensas, e as alterações gasométricas
semanas. Assim, o principal objetivo da triagem do equilíbrio ácido-base, alcalose ou acidose
neonatal é prevenir o dano cerebral irreversível, respiratória, são comuns. Quando as alterações
através da detecção e tratamento precoce dos RN das trocas gasosas se instalam de ma- neira pro-
afetados. O exame é feito com amostra de sangue, gressiva ao longo de meses ou anos, estaremos
coletada em papel filtro, de punção do calcanhar diante de casos de IR crônica. Nessas situações, as
do RN. Em alguns programas, em outros países, manifestações clínicas podem ser mais sutis e as
utiliza-se amostra do sangue de cordão para a alterações gasométricas do equilíbrio ácido-base,
triagem. Nesta etapa é importante o treinamento au- sentes. Exemplos de tal condição são a doença
e orientação do indivíduo coletor, pois uma amos- pul- monar, obstrutiva, crônica (DPOC), avançada.
tra inválida pode atrasar as próximas fases do Vale salientar que quadros de IR aguda podem
programa, prejudicando-o. A Sociedade Brasileira instalar-se tanto em indivíduos previamente sa-
de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e o Pro- dios como, tam- bém, sobrepor-se à IR crônica,
grama Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) do em pacientes com processos de longa data. Nessa
Ministério da Saúde recomendam que o período úúltima situação, o uso do termo IR crônica, agu-
ideal para coleta da amostra é do 2º ao 5º dia de dizada é aceitável. Resposta d.
vida ou na alta hospitalar. O teste de triagem não
é diagnóstico e todo resultado alterado deve ser UNICAMP – Pediatria – 2015
confirmado por dosagem sérica do TSH e T4 total 57. Um menino de 5 anos, previamente hígido,
e/ou livre. Os resultados devem ser comparados acompanhado pelos pais, procura o serviço de
com valores de referência normais para a idade. Pronto Atendimento (Pronto Socorro) de um
Os exames confirmatórios devem ser coletados hospital universitário com queixa de tosse há
na 2ª semana de vida, quando o valor de TSH já 5 meses. Durante este período tem tido crises
atingiu o recomendado para lactentes. Resposta c. de insuficiência respiratória aguda obstrutiva
(IRAO) (com sibilos) e em todas estas crises
UNICAMP – Pediatria – 2015 procurou o serviço médico tendo recebido ina-
56. Criança de 7 anos de idade, com história de lações com medicações beta-adrenérgicas com
episódios anteriores de sibilância (desde o melhora da IRAO. A mãe é asmática e segun-
primeiro ano de vida, quatro internações an- do os médicos, estas crises, iniciadas há cinco
teriores) apresenta dificuldade respiratória meses, são crises de asma. A criança tem der-
progressiva há 14 horas, embora tenha feito matite atópica porém esta assintomática. O
uso de várias doses de medicação inalatória pai é fumante. A criança nunca teve febre ou
(beta-2 de curta duração) em casa. Ao exame pneumonia. Raio-X de Tórax em duas posições
físico está confusa e sonolenta, com sudorese é normal. A mãe refere que as crises se ini-
fria, com FC: 180 bpm, FR 34 rpm, retração sub- ciaram um dia após ele brincar com bolinhas
costal e de fúrcula, diminuição do murmúrio plásticas de cerca de 4mm de diâmetro e ter
vesicular sem sibilos à ausculta e saturimetria engasgado com crise de cianose que demorou
em ar ambiente de 88%. Com relação à esta 10 minutos. A hipótese diagnóstica e o proce-
exacerbação aguda da asma (crise asmática) dimento CORRETOS em um primeiro momen-
está correto dizer que: to para este caso é:
a. Trata-se de quadro leve a moderado. a. Asma. Realizar tratamento intercrise, pois as cri-
b. Trata-se de quadro grave. ses estão muito frequentes. Encaminhar para o
c. Não se identifica risco para evolução fatal des- ambulatório para seguimento de longo prazo.
ta crise de asma. b. Asma. Realizar tratamento para intercrise e soli-
d. Trata-se de quadro muito grave (insuficiência citar exames imunológicos imediatamente para
respiratória). definir asma alérgica ou asma não alergica.
d. Corpo estranho nas vias aéreas. Broncoscopia.
56. A insuficiência respiratória (IR) pode ser de- e. Esta criança necessita investigação ampla
finida como a condição clínica na qual o sistema para doenças crônicas e que evoluem com tos-
respiratório não consegue manter os valores da se crônica como asma, tuberculose, Doença
pressão arterial de oxigênio (PaO) e/ou da pressão por Refluxo Gastroesofágico malformação de
arterial de gás carbônico (PaCO) dentro dos limi- brônquios, fibrose cística entre outras.

Gabarito comentado 22
57. A aspiração de corpo estranho (ACE) é um aci- portante a avaliação do nível sérico do sódio na
dente grave e potencialmente fatal que pode ocor- desidratação a fim de nortear o tratamento em
rer em qualquer fase da vida, mas é muito mais caso de distúrbios graves, evitando assim possí-
frequente em crianças. O diagnóstico precoce da veis danos neurológicos e até o óbito. Resposta d.
ACE é essencial, pois o retardo no seu reconhe-
cimento e tratamento pode incorrer em seque- UNICAMP – Pediatria – 2015
la de nitiva ou dano fatal. O diagnóstico de ACE 59. Criança de 18 meses de idade, com hidrocefa-
é facilmente estabelecido com radiogra as sim- lia congênita derivada no primeiro mês de vida
ples quando o objeto é radiopaco, mas a maioria apresenta há um dia vômitos (3 episódios), so-
dos corpos estranhos aspirados não é radiopaca; nolência e febre baixa não medida. Ao exame,
aproximadamente 20% das radiogra as em pa- discreta hiperemia em couro cabeludo em local
cientes com ACE con rmada são normais. Portan- de inserção de derivação ventriculoperitoneal;
to, uma radiogra a normal não exclui a presença FC: 150 bpm, FR: 28 rpm; pulsos cheios, perfu-
de corpo estranho. O passo mais importante no são 2 segundos; sem outras alterações dignas
diagnóstico é levantar a hipótese diagnóstica de de nota. A coleta de líquor mostrou 1.200 leucó-
ACE, sendo a broncoscopia considerada o proce- citos com predomínio de neutrófilos, glicorra-
dimento padrão ouro no diagnóstico e tratamento quia normal (55) e proteinorraquia aumentada
da ACE. A broncoscopia deve ser realizada em to- (150). Para este caso a alternativa CORRETA é:
dos os casos de suspeita de ACE. As taxas de su- a. Trata-se de meningite bacteriana; meningococo
cesso na extração de corpos estranhos são acima e pneumococo são os agentes mais prováveis; o
de 98%. Conscientizar pediatras, pais, crianças e tratamento consiste de antibioticoterapia endo-
cuidadores sobre o fornecimento de alimentos de venosa e medidas de suporte; não há necessidade
tamanho e textura apropriados, com base na ca- de abordagem da derivação ventriculoperitoneal
pacidade do paciente de mastigar e engolir, assim b. Trata-se de meningite bacteriana; meningo-
como afastar as crianças de brinquedos e objetos coco e pneumococo são os agentes mais pro-
pequenos, inapropriados para sua idade, é essen- váveis; o tratamento consiste de antibiotico-
cial na prevenção de ACE. Resposta c. terapia endovenosa, retirada da derivação
ventrículo peritoneal existente seguida de de-
UNICAMP – Pediatria – 2015 rivação externa.
58. Criança de 1 ano de idade tem história de c. Trata-se de meningite bacteriana; Staphylococ-
diarreia líquida há 3 dias, sem muco ou san- cus epidermidis e Staphylococcus aureus são os
gue, mais de 10 episódios por dia; mãe refere 6 agentes mais prováveis; o tratamento consiste
episódios de vômitos e febre não medida. Não de antibioticoterapia endovenosa e medidas
sabe informar sobre volume de diurese. Ao de suporte; não há necessidade de abordagem
exame físico apresenta-se sonolenta, FC: 170, da derivação ventrículo peritoneal.
FR: 60; perfusão de 3 segundos, pulsos finos, d. Trata-se de meningite bacteriana; Staphylococ-
sudorese fria, turgor pastoso, olhos encova- cus epidermidis e Staphylococcus aureus são os
dos, boca seca. Neste caso, trata-se de: agentes mais prováveis; o tratamento consiste
a. Diarreia aguda com desidratação grave, neces- de antibioticoterapia endovenosa, retirada
sário reidratação oral. da derivação ventrículo peritoneal existente
b. Diarreia aguda com desidratação grave, neces- seguida de derivação externa.
sário reidratação endovenosa; não há sinais
sugestivos de choque hipovolêmico. 59. O tratamento cirúrgico da hidrocefalia atra-
c. Diarreia protraída e desidratação; necessário vés da derivação ventrículo peritoneal (DVP) tem
reposição de líquidos e dieta com leite de soja. na infecção a maior causa de morbidade, com
d. Diarreia aguda e desidratação grave/choque graves repercussões como déficit intelectual,
hipovolêmico, necessário rehidratação endo- neurológico e cognitivo. Diversos fatores de ris-
venosa e tratamento de suporte. co contribuem para infecção em DVP, tais como:
causa da hidrocefalia, recém nascidos, inserção
58. As crianças são mais suscetíveis à desidra- primária do sistema de derivação, meningite
tação que os adultos devido a alguns fatores: o prévia, inadequada habilidade técnica da equi-
maior percentual de água corporal total, a su- pe cirúrgica, tempo cirúrgico longo, presença de
perfície corpórea relativamente maior que a dos fístula liquórica, necrose de couro cabeludo e
adultos e a maior incidência de doença diarreica perfuração ou infecção de vísceras abdominais.
aguda. A causa mais comum da necessidade da Os microrganismos mais prevalentes são os Stha-
terapia de hidratação venosa (THV) em pediatria phylococcus aureus (12-40%) e Sthaphylococcus
é a hipovolemia causada por vômitos e diarreia epidermidis (52,8-88,9%). Entre os bacilos Gram-
devido à doença diarreica aguda. A maioria dos -negativos (9-22%), são freqüentes as Enterobac-
casos de desidratação pode ser resolvida através térias, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas
da terapia de reidratação oral, mas a THV tem in- aeruginosa. O tratamento consiste de antibio-
dicações precisas, como no choque hipovolêmi- ticoterapia endovenosa, retirada da derivação
co. A desidratação isotônica é a mais frequente ventrículo peritoneal existente seguida de deri-
e está relacionada à diarreia, entretanto, é im- vação externa. Resposta d.

23 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


UNICAMP – Pediatria – 2015 61. No menino o aumento de pilificação pubiana
60. Assinale a alternativa INCORRETA em relação em ausência de aumento do volume testicular
a hiperplasia adrenal congênita por deficiên- indica que a fonte androgênica não é o testículo
cia da 21-hidroxilase: (pode ser uma fonte adrenal, devido a hiperpla-
a) Determina ambigüidade genital em fetos femi- sia adrenal congênica ou tumor adrenal virili-
ninos e virilização pós-natal nos dois sexos. zante). Resposta a.
b) pode ser letal para seus portadores em decor-
rência do alto risco de malignização gonadal. UNICAMP – Pediatria – 2017
c) É de herança autossômica recessiva. 62. A mãe de um menino de 9 anos procura o Pe-
d) É possível realizar o diagnóstico e o tratamen- diatra por que seu filho apresenta baixa esta-
to intra-útero.
tura. Relata que vem percebendo, nos últimos
18 a 24 meses, que o menino não está mais cres-
60. A hiperplasia adrenal congênita (HAC) é um
cendo. Neste período começou a ganhar peso e
erro inato do metabolismo do cortisol e, em mais
ficar mais desatento na escola. Sem quaisquer
de 90% dos casos, causada pela de ciência da en-
outras queixas. A velocidade de crescimen-
zima 21-hidroxilase (D21- OH). Trata-se de um
dos erros inatos do metabolismo mais freqüentes to, nos últimos 12 meses, foi de 2 cm/ano. Ao
nos seres humanos. O bloqueio enzimático na exame físico: Estatura entre os percentis 3 e
esteroidogênese adrenal acarreta diminuição 10; peso entre os percentis 50 e 75; sem sinais
da concentração sérica de cortisol e conseqüente de puberdade. Demais dados do exame físico
aumento da liberação de hormônio adenocorti- normais. Assinale a alternativa CORRETA em
cotró co (ACTH) e hormônio libera- dor de cor- relação ao crescimento:
ticotro na (CRH), pela redução do retrocontrole a. Crescimento anormal, provável hipotireoidismo
negativo, e, sendo assim, produz um estímulo adquirido
exagerado do córtex adrenal na tentativa de b. Crescimento normal associado à obesidade
alcançar as concentrações ideais de cortisol no exógena
organismo. Como conseqüência desse processo, c. Crescimento e peso dentro dos valores normais
ocorre a hiperplasia das adrenais e o acúmulo d. Crescimento anormal por deficiência de hor-
dos compostos pré-bloqueio enzimático, assim mônio de crescimento
como a de ciência dos compostos pós-bloqueio.
A forma perdedora de sal corresponde a cer- 62. Baixa estatura proporcionada, com velocida-
ca de 75% dos casos de D21-OH, ocorrendo o de de crescimento baixa pode ter causas visce-
comprometimento da produção de cortisol e de rais, causas renais (acidose metabólica crônica,
mineralocorticóides, o que di - culta o balanço retenção azotada, hipostenúria, síndrome de
eletrolítico do organismo. Esta forma, além dos Fanconi, acidose tubular renal), causas cardí-
sinais de virilização descritos anteriormente, acas, doenças do trato gastrintestinal, doenças
pode se manifestar por quadros graves de desi- pulmonares e endocrinopatias (< 1%) como hipo-
dratação hiponatrê- mica e hipercalêmica, vôm- tireoidismo adquirido. Resposta a.
itos, acidose metabólica, choque hipovolêmico
e óbito, quando não é instituído o tratamento UNICAMP – Pediatria – 2017
adequado, até quadros mais leves, nos quais so- 63. São contraindicações para coleta de líquido
mente são identi cados o baixo ganho ponderal
cefalorraquidiano as alternativas abaixo, exceto:
e as alterações labo- ratoriais eletrolíticas. Os
a. Paralisia III ou VI nervo com diminuição de ní-
estudos genéticos, principalmente de biologia
vel de consciência.
mole- cular, têm contribuído muito para uma
b. Febre de difícil controle.
melhor e mais ampla compreensão da doença,
c. Infecção da pele no local da punção.
tornando disponíveis técnicas preci- sas e e
d. Insuficiência cardiorrespiratória grave
cientes de diagnóstico e tratamento precoce.
Resposta b.
63. São contraindicações à coleta de LCR: Evidên-
cia de aumento da pressão intracraniana (exame
UNICAMP – Pediatria – 2017
neurológico pormenorizado, com fundo de olho
61. Menino, 4 anos de idade, refere há 3 meses ter
– papiledema, paralisia de III ou IV nervos) para
iniciado desenvolvimento de caracteres sexu-
que a realização do procedimento não cause
ais secundários. Sem quaisquer outras quei-
herniação de amigdalas cerebelares, infeções de
xas ou antecedentes. Ao exame físico, além da
alta estatura para a idade, as características pele no local de punção e PCR. Resposta b.
sexuais são classificadas em: G3 (pênis com
7 cm de comprimento), P3 com testículos de UNICAMP – Pediatria – 2017
2cm3. Apresenta também axilarca e acne. A 64. Paciente de 1 ano de idade com quadro de
partir destes dados, qual a alternativa CORRE- vermelhidão pelo corpo e febre há 7 dias. Ao
TA para hipótese diagnóstica? exame físico apresenta conjuntivite, língua
a) Tumor adrenal avermelhada e linfonodomegalia. Notou-se
b) Tumor das células de Leydig também descamação de mãos e pés. A alterna-
c) Hamartoma hipotalâmico tiva CORRETA para o diagnóstico que precisa
d) Hiperplasia de células de Leydig (testotoxicose) ser considerado pelo intensivista é:

Gabarito comentado 24
a. Varicela lopatia de Wernicke-Korsako , que se caracteriza
b. Citomegalovirose por depressão amnésia e demência, e pode ser
c. Doença de Kawasaki reversível se tratada a tempo. Resposta c.
d. Sarampo
UNICAMP – Pediatria – 2017
64. A doença de Kawasaki é vasculite sistêmica 67. Das alternativas abaixo qual é a CORRETA quan-
e aguda de etiologia desconhecida. Ocorre mais to ao conjunto de conceitos para a condução de
frequentemente em meninos, 80% dos casos em uma paciente com Cetoacidose Diabética:
crianças com menos de cinco anos, sendo rara a. Quando a glicemia estiver acima de 200 mg dl,
após os oito anos. Pode atingir crianças de todas independente da fase de tratamento, infundir
as raças, tendo maior incidência entre os descen- insulina em push. 2
dentes asiáticos.Caracteriza-se por febre, con- b. Evitar infundir mais que 3 a 4 litros/m de soro fi-
juntivite bilateral não exsudativa, eritema e ede- siológico ou Ringer Lactato, nas primeiras 24 hs.
ma de língua, lábios e mucosa oral, alterações de c. Administrar insulina até que a glicemia che-
extremidades, linfonodomegalia cervical, exan- gue em 150 mg dl. Nesse ponto suspender a
tema polimórfico. Resposta c. insulina independente da acidose.
d. Utilizar bicarbonato intravenoso se valor plas-
UNICAMP – Pediatria – 2017 mático estiver < 15 mEq/dl.
65. Paciente de 4 anos de idade, com albumina me-
nor que 2,5 g/dl, hiperlipidemia
2
e proteinúria 67. O uso de insulina é essencial para interrom-
acentuada (40 mg/m /hora). Evolui com piora per a lipólise e a cetogênese. Deve-se usar bai-
súbita, com quadro de insuficiência respirató- xas doses, iniciadas a partir da 2 hora. Um bolus
ria aguda. A alternativa CORRETA para o pri- inicial pode reduzir muito a glicemia e levar ao
meiro diagnóstico a se considerar é: edema cerebral. Os paciente com CAD apresen-
a. Pneumotórax espontâneo tam desidratação hipertônica, o que subestima
b. Embolia pulmonar o real grau de desidratação. A hidração veno-
c. Sepse grave sa preza por restauração da volemia, correção
d. Pneumonia por citomegalovírus dos déficits de água e sódio no intracelular, au-
menta a excreção renal de glicose e corpos ce-
65. Paciente com sindrome nefrótica tem maior tônicos, aumenta a sensibilidade a insulina, pela
chance de hipercoagulabilidade por perda de fa- diminuição da liberação de contrarreguladores.
tores antitrombóticos. No quadro de insuficiên- Grandes volumes estão associados a edema ce-
cia respiratória aguda, o diagnostico de embolia rebral. Quando glicemia<250mg/dl, pH>7,3 e
pulmonar deve ser aventado. Resposta b. bicarbonato>15mEq/l pode-se iniciar insulina re-
gular subcutânea na dose de 0,15 U/kg de 4/4 ho-
UNICAMP – Pediatria – 2017 ras até iniciar a insulina de ação intermediária
66. Paciente de 4 meses de vida, não amamenta- (NPH) na manhã após estabilização. Bicarbonato
do, com utilização de fórmula de soja não en- se acidose grave: pH < 6,9 e/ou HCO3 < 5: dimi-
riquecida (extrato de soja). Sem outra fonte nuição do inotropismo, vasodilatação periférica,
de alimento. Interna com quadro de diarreia, hipotensão e arritmias cardíacas. Resposta b.
desidratação e elevação do lactato arterial.
Dentre as hipóteses diagnósticas aventadas, UNICAMP – Pediatria – 2017
considera-se que é possível que a alimentação 68. A respeito de epilepsia na infância, assinale a
influencie para que ocorra esta evolução. Assi- alternativa CORRETA:
nale a alternativa CORRETA quanto à provável a. A maioria dos pacientes apresenta lesão cere-
deficiência deste paciente: bral (tumores e malformações cerebrais).
a. Deficiência de Riboflavina b. A maioria dos pacientes não terá controle das
b. Deficiência de Ácido Ascórbico crises epilépticas, mesmo com uso de vários
c. Deficiência de Tiamina fármacos antiepilépticos.
d. Deficiência de Piridoxina c. A maioria dos pacientes apresenta atraso glo-
bal do desenvolvimento neuropsicomotor.
66. O homem depende da ingestão de alimentos d. A maioria dos casos é de fácil controle e o
para suprir as suas necessidades em tiamina, que prognóstico é bom.
existe em muitos alimentos em pequenas quanti-
dades. Dentre as inúmeras fontes de vitamina B1 68. Definida como a ocorrência de duas ou mais
temos a levedura de cerveja seca, a carne (por- crises epilépticas nos últimos 12 meses sem
co, cordeiro, vaca), aves, cereais de grão inteiro, evidências de insultos agudos como febre, ingestão
leguminosasExiste comprometimento dos ner- de álcool, intoxicação por drogas ou abstinência1, a
vos periféricos com distúrbios da sensibilidade, epilepsia constitui um dos distúrbios neurológicos
diminuição da força muscular e até paralisias. mais comuns na infância, com incidência geral de
Pode haver um comprometimento cardíaco, le- aproximadamente 1% para epilepsia idiopática.
vando a insu ciência cardíaca congestiva. No O estabelecimento do diagnóstico nesta faixa
sistema nervoso central, podemos ter a encefa- etária é algumas vezes complicado devido às

25 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


múltiplas formas de apresentação clínica das ajustar O2 (no blender) conforme SatO2 adequa-
crises epilépticas, dependentes da faixa etária e da para idade. Se ausência de saturímetro ou
manifestações diferentes das verificadas em adul- Blender, iniciar a ventilação em ar ambiente e
tos. As crises epilépticas são classificadas como mantê-la por 90 segundos. Se em 90 segundos
generalizadas (crises tônico-clônicas, tônicas, não houver melhora, mudar para 100%. Em me-
clônicas, atôni- cas, mioclônicas e ausências) ou nores de 34 semanas iniciar com 30% de FiO2.
focais, e o tratamento efetivo depende da ha- Resposta c.
bilidade do pediatra em identificar o(s) tipo(s)
de crise(s), o que orientará a escolha da terapia UNICAMP – Pediatria – 2017
apropriada, baseado na avaliação dos benefícios 71. Qual é a alternativa CORRETA quanto à ade-
clínicos e dos potenciais efeitos colaterais. Muitas quada realização da massagem cardíaca no
crianças com epilepsia apresentam um distúrbio período neonatal:
com duração autolimitada, que tende à remissão a. A manobra é aplicada no ritmo de 3 compres-
espontânea, após período breve, com controle das sões para 2 ventilações.
crises relativa- mente fácil. É difícil distinguir no b. A manobra é aplicada no terço médio do ester-
início do tratamento qual criança responderá às no, com polegares afastados.
drogas antiepilépticas (DAE), e casos intratáveis c. O procedimento é aplicado com concentrações
podem ser encontrados em todas as síndromes de oxigênio inferior a 100%.
epilépticas. Resposta d. d. O procedimento é aplicado no ritmo de 3 com-
pressões para 1 ventilação.
UNICAMP – Pediatria – 2017
69. Assinale a alternativa CORRETA quanto às se- 71. Três compressões para 1 ventilação. A ven-
quelas mais comuns da encefalopatia bilirru- tilação através da técnica aperta, solta, solta.
bínica crônica (Kernicterus): Resposta d.
a. Tetraparesia espástica
b. Surdez e síndrome extrapiramidal UNICAMP – Pediatria – 2017
c. Visão subnormal 72. Durante o processo de reanimação, recém-
d. Surdez e síndrome cerebelar -nascido a termo recebeu ventilação com pres-
são positiva (VPP) com uso de máscara em ar
69. A Encefalopatia Bilirrubínica ou Kernicterus ambiente e não houve resposta adequada. As-
tem como fisiopatologia a impregnação na subs- sinale a alternativa CORRETA quanto ao passo
tância branca de bilirrubina direta. Sua clínica seguinte a ser aplicado:
Aguda compreende uma fase com estupor, hipoto- a. Corrigir eventuais erros de aplicação da técnica
nia, má suscção, seguida de Hipertonia, opistótono de VPP.
e febre. Crônicamente compreende coreaotetose, b. Realizar a intubação traqueal e usar oxigênio
Balismo, Piramidalismo, surdez Neurosensorial e a 100%.
disfunção Óculo motora. Resposta b. c. Realizar estímulos plantares e no dorso.
d. Realizar a intubação traqueal e usar oxigênio
UNICAMP – Pediatria – 2017 a 21%.
70. Criança de 29 semanas de idade gestacional,
nasce com frequência cardíaca menor que 100 72. Quando o RN não melhora e/ou não atinge
bpm, hipotônico e com respiração irregular. os valores desejáveis de SatO2 com a VPP em ar
Após manobras iniciais de reanimação, assi- ambiente, recomenda-se sempre verificar e cor-
nale a alternativa CORRETA quanto ao passo rigir a técnica da ventilação antes de oferecer
seguinte a ser realizado: oxigênio suplementar. Resposta a.
a. Aplicar ventilação com pressão positiva por
máscara em ar ambiente. UNICAMP – Pediatria – 2017
b. Aplicar ventilação com pressão positiva por 73. No tratamento da síndrome do desconforto
tubo traqueal em ar ambiente. respiratório do recém-nascido é CORRETO
c Aplicar ventilação com pressão positiva por afirmar que:
máscara O2 a 30%. a. O uso de pressão positiva contínua em vias aé-
d. Aplicar ventilação com pressão positiva por reas (CPAP) é indicado como manobra inicial.
tubo traqueal O2 a 30%. b. A intubação e administração de surfactante deve
ser feita no modo profilático rotineiramente.
70. Se ao fim dos primeiros 30 segundos da reani- c. A administração de surfactante tardiamente e de
mação a criança tiver FC < 100 ou apnéia ou res- resgate é mais eficiente que no modo precoce.
piração irregular ou gasping deve ser instituída d. O uso de xantinas não se mostrou eficaz para
Ventilação com Pressão Positiva. Esse é o ponto favorecer a extubação em recém-nascidos pré-
chave da reanimação neonatal, porque o ploble- -termo extremos.
ma da criança é a hipóxia. Em relação a Concen-
tração de 02 em ≥ 34 semanas: começar em ar 73. Indica-se o uso de CPAP em RNPT <34 semanas
ambiente (21%O2), medir eficácia pelo Oxímetro que apresentam respiração espontânea e FC >100
de Pulso na palma da mão direita (pré-ductal), bpm, mas que mostram desconforto respiratório

Gabarito comentado 26
e/ou SatO2 abaixo da esperada na transição nor- a. Os sintomas costumam aparecer até 48 horas
mal, logo após o nascimento. A aplicação de CPAP de vida.
pode ser feita por meio da máscara conectada ao b. O acometimento pulmonar e/ou meníngeo é
circuito do ventilador mecânico manual em T, incomum.
com pressão de 4-6 cmH2O e fluxo gasoso de 5-15 c. Os agentes infecciosos não estão relacionados
L/minuto, estando a máscara firmemente ajusta- à flora urogenital da mãe.
da à face do paciente. Não há indicação precisa d. A taxa de positividade da hemocultura é elevada.
da intubação em sala de parto com o intuito de
administrar o surfactante profilático. Resposta a. 75. A sepse neonatal precoce ocorre em até 72
horas. O acometimento meníngeo é raro, diferen-
UNICAMP – Pediatria – 2017 temente da tardia. Os agentes infecciosos estão
74. Recém-nascido a termo, com diagnóstico de relacionados à flora urogenital da mãe. A taxa de
meningite precoce por bacilo Gram-negativo positividade da hemocultura é de 30%. Resposta a.
entérico, em tratamento há 5 dias e ainda man-
tendo febre. Assinale a alternativa CORRETA: INCA – Cancerologia Pediátrica – 2009
a. Nova coleta de líquido cefalorraquidiano é im- 76. Para a profilaxia de ITU, o antibiótico prefe-
portante para guiar o tratamento. rencial, sua dose em mg/kg de peso e o número
b. A situação é tranquilizadora pois se espera a de doses diárias são, respectivamente:
manutenção da febre por até 5 dias. a) sulfametoxazol-trimetoprim / 20 de trimetoprim / 3
c. Há indicação precisa de administração intra- b) nitrofurantoína / 1 a 2 / 1
ventricular de antimicrobianos. c) norfloxacina / 5 / 1
d. Não há necessidade de exames de imagens do d) cefalexina / 25 / 2
sistema nervoso central.
76. Dentre os fármacos, o de melhor eficácia e
74. Em RN com meningite a administração pre- maior segurança é a nitrofurantoína, apesar da
coce de ATB EV é fundamental. Caso ausência de possibilidade de intolerância gástrica, principal-
melhora da febre em 72 horas, deve-se realizar mente no início do tratamento. As drogas mais
nova coleta de líquido cefalorraquidiano e pes- usadas são: nitrofurantoína, sulfametoxazol +
quisar por abcessos cerebrais. Resposta a. trimetoprim, e/ou cefalosporina de 1a geração.
Essa última é usada no período de recém-nascido
UNICAMP – Pediatria – 2017 até 60 dias de vida, quando deverá ser substituí-
75. Em relação à sepse neonatal de aparecimento da pela nitrofurantoína ou por sulfametoxazol +
precoce é CORRETO afirmar: trimetoprim.

Opções de drogas para quimioprofilaxia da ITU


Droga Dose (mg/kg/dia) Posologia
Nitrofurantoína 1 a 2 mg Dose única diária
Sulfametoxazol+ trimetoprim 1 a 2 mg de trimetoprim Dose única diária
Cefalosporina de 1a geração 1 /4 dose de tratamento Dose única diária

Resposta b.

TEP - 1997 os osteoblastos deixam de formar sua substância


77. Um desnutrido, tipo Kwashiorkor-marasmo, foi intercelular normal (osteoide), a formação óssea
internado por apresentar petéquias no tórax e endocondral cessa. As trabéculas ósseas forma-
abdômen. O laboratório mostrou tempo de pro- das tornam-se quebradiças e fraturam facilmen-
trombina, tempo parcial de tromboplastina e te. O periósteo se solta e ocorrem hemorragias
contagem de plaquetas dentro dos limites da subperiosteais, especialmente nas extremidades
normalidade. Qual o diagnóstico provável? do fêmur e tíbia. A maioria dos casos ocorre de
a) escorbuto 6 a 24 meses, mas pode acometer qualquer ida-
b) deficiência de zinco de. A criança desnutrida grave se apresenta em
c) coagulação intravascular disseminada (CIVD) mau aspecto geral, prostrada e frequentemente
d) púrpura vascular (Henoch Schönlein) infectada. A presença de petéquias muitas ve-
e) tuberculose miliar zes induz ao diagnóstico de sepse e coagulação
intravascular disseminada. O coagulograma nor-
77. A deficiência de vitamina C (ácido ascórbico) mal contradiz a hipótese de CIVD, as petéquias
provoca alterações da formação do colágeno nor- resultam da fragilidade capilar induzida pelo
mal, devido em parte à falha da incorporação de escorbuto. A depleção de zinco causa nanismo,
hidroxiprolina e prolina. O escorbuto se caracte- anemia, hiperpigmentação, hipogonadismo, he-
riza por uma tendência para a hemorragia, defei- patoesplenomegalia, acrodermatite enteropática
to na dentina, afrouxamento dos dentes e como e imunodepressão. Resposta a.

27 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


USP – 2001 79. Na suspeita de epiglotite, a indicação é de intu-
78. Uma criança com um mês e meio de idade bação imediata, sob visualização direta. Trata-se
comparece à primeira consulta, tendo recebi- de uma emergência pediátrica. Não se radiogra-
do, no berçário, as vacinas BCG e a primeira fa. O quadro é sugestivo: prostração com piora
dose contra hepatite B. A família informa que rápida, odinofagia, sialorreia e toxemia marca-
nasceu antes do tempo (Idade Gestacional = 36 da. A epiglotite é uma condição que exige terapia
semanas) com peso ao nascer de 2.400 g e com- urgente e apropriada pela sua rápida progressão
primento de 46,5 cm. Evoluiu sem intercorrên- e risco de obstrução total e fatal da via aérea. É
cias no período neonatal, tendo recebido alta uma inflamação aguda da região supraglótica que
do berçário com três dias de vida. Está rece- afeta em sua maioria crianças entre dois e quatro
bendo aleitamento materno exclusivo, mas anos de idade, porém até 33% das crianças podem
chora muito, mama a cada duas horas e eva- ter menos de dois anos. Felizmente, devido à va-
cua a cada dois dias, com fezes pastosas. Seu cinação contra o Haemophilus influenzae tipo B, a
exame físico é normal, peso 3.500 g e altura = incidência desta doença tem decrescido dramati-
53 cm. Qual a orientação alimentar correta? camente. Outros microrganismos podem causar
a) introduzir complementação com leite enri- epiglotite, incluindo Staphylococcus aureus, Kleb-
quecido em ferro, pois o intervalo entre as siella sp. ou Candida albicans.
mamadas é muito curto e a criança apresenta O curso clínico se caracteriza por febre de sur-
constipação intestinal gimento recente e progressão rápida, estridor e
b) apenas manter o aleitamento materno exclu- disfagia. A criança se apresenta toxemiada, pros-
sivo e tranquilizar a família, pois o ganho pon- trada e se posiciona caracteristicamente de for-
deral é adequado ma que seu tórax é inclinado para frente, com
c) manter o aleitamento materno e suplementar
posição preferencial sentada, respiração bucal e
a dieta com leite de vaca enriquecido com fari-
a salivação abundante. Não podendo ser degluti-
nha de aveia e vitamina D
da (dor), a saliva escorre para fora da boca.
d) manter o aleitamento materno exclusivo e su-
Idealmente, a criança com epiglotite deve ser
plementar vitamina D e sulfato ferroso
manejada no centro cirúrgico, com a presença de
e) recomendar o aleitamento misto, introduzir o
cirurgião pediátrico ou endoscopista com experi-
suco de frutas e ameixa preta para melhorar o
ência em via aérea e um anestesista pediátrico.
hábito intestinal, vitamina D e sulfato ferroso
Radiografias laterais de pescoço podem atrasar
o manejo, com risco de morte pelo estresse que
78. Criança está em regime de leite materno ex-
clusivo (o ideal para esse período), com ganho acarretam. Se existe dúvida e a criança ainda se
ponderal médio de 30g/dia (embora não tenha- apresenta estável, o clássico sinal de “dedo po-
mos o peso de alta da criança para um cálculo legar” algumas vezes pode ser visto. A adminis-
mais preciso (mas consideramos o peso de nasci- tração de antibiótico (ampicilina, ceftriaxona,
mento aos 10 dias recuperado). Está muito bem!!! cefuroxima, cefotaxima) deve ser imediata, sem
Alguma confusão poderá existir com a alternativa negligenciar a garantia de uma via aérea e amos-
D, pois há indicação precisa de suplementação tra de sangue para hemocultura.
com vitamina D e “relativa” de suplementação Manter a criança sentada. Procurar acalmá-la
com ferro, pois foi um prematuro com um peso li- com a presença constante dos pais ou pessoa co-
mítrofe (2400 g), estando com um leite com ótima nhecida. Administrar O2 umidificado e monitori-
biodisponibilidade de ferro. A questão pode ser zar a saturação de oxigênio por meio do oxíme-
questionada, não há dúvida. Gabarito oficial b. tro de pulso.
Preparar a abordagem de via aérea com o ci-
USP – 2004 rurgião/endoscopista e o anestesista de forma
79. Criança de 5 anos de idade chega de madruga- que exista material para cricotireoidostomia ou
da ao pronto-socorro com história aguda de traqueostomia disponível. O profissional com
temperatura elevada (39 °C), prostração, difi- maior experiência em obter via aérea deve ser o
culdade para respirar, estridor inspiratório, responsável pelo procedimento.
rouquidão e dor de garganta intensa. A mãe A técnica de anestesia deve ser aquela que per-
refere que seu filho está piorando, rapidamen- mita à criança respirar espontaneamente. De-
te. Não apresenta sinais meníngeos. Para con- vido à inflamação pode ser difícil identificar as
firmar o diagnóstico deve-se: estruturas na hipofaringe. Uma compressão to-
a) pedir com urgência radiografia de vias aéreas rácica permite a saída de bolhas de ar pela glote,
superiores, na incidência lateral indicando que ali deve ser passado o tubo endo-
b) realizar com urgência tomografia computado- traqueal. O tubo utilizado é de tamanho menor
rizada da região cervical que o usual para a idade (-0,5 mm). A via orotra-
c) examinar a criança com abaixador de língua queal é preferível na situação de urgência. A ob-
para visualização direta da epiglote tenção de veia periférica deve ser feita quando a
d) realizar laringoscopia para visualização direta criança está parcialmente anestesiada (preferen-
da epiglote temente com gases anestésicos), embora alguns
e) realizar com urgência ultrassom da região cer- autores prefiram que se corra o risco de obter
vical em extensão acesso antes da anestesia começar.

Gabarito comentado 28
Se com a laringoscopia direta ou uso de broncos- fluoroscopia, porém a broncoscopia rígida não
cópio não foi possível obter acesso à via aérea, é apenas diagnóstica, mas também o tratamen-
deve ser prontamente realizada a cricotireoidos- to de escolha para a remoção do corpo estranho.
tomia ou traqueostomia. Resposta b.
A criança intubada ficará na UCI pediátrica, ven-
tilada com um mínimo de PEEP para prevenir Prefeitura de Sorocaba – 2007
atelectasias e suporte de pressão, restrição de 81. Menino de 9 anos de idade apresentou, há 12
movimentos (mãos contidas) e sedação. O mo- dias, febre e tosse. Foi atendido e recebeu diag-
mento da extubação será decidido com base em nóstico de infecção de vias aéreas superiores
fatores clínicos e na história natural da doença. de origem viral. Está afebril desde então, mas
A maioria dos casos pode ser extubada dentro de como persiste com tosse, a mãe realizou, por
24 horas, desde que a criança esteja hidratada, iniciativa própria, Rx de tórax que apresenta
afebril, sem toxemia e que exista um escape de laudo de infiltrado pneumônico à direita, em
ar ao redor do tubo intratraqueal. A espera pelo base. A hipótese mais provável é de pneumonia
escape de ar é posição controversa, mas ainda a) tuberculosa
a adotamos em nosso serviço. Alguns preferem b) viral ou por Mycoplasma pneumoniae
examinar a região da glote para verificar a volta c) linfocítica inespecífica
à normalidade nas estruturas anatômicas. d) estreptocócica
Se a extubação não pode ser feita em quatro a e) alérgica
cinco dias, está indicada a endoscopia de vias
aéreas para verificar a possibilidade de granu- 81. Este é um quadro clássico de pneumonia
lação ou de outra anormalidade ainda não diag- por Mycoplasma pneumoniae, cuja incidência é
nosticada. Aproximadamente 10% dos pacientes maior em crianças com mais de 5 anos de idade.
apresentarão estridor após a extubação, que res- Esta infecção caracteriza-se por tosse persisten-
ponde às medidas convencionais. Resposta d. te, não produtivas, cefaleia, ausência de consoli-
dação ao Raio X de tórax.
SJT – 2009 O Raio X de tórax é variável e inespecífico. A
80. Uma criança negra, previamente hígida, de maioria dos achados é unilateral (até 85%) e
dois anos de idade desenvolve tosse crônica há ocorre nos lobos inferiores. No início do curso da
seis semanas. Ela foi a dois prontos-socorros doença, há um quadro de linhas intersticiais au-
diferentes em duas ocasiões neste período, mentadas com um padrão reticulonodular. Este
sendo receitada antibioticoterapia para pneu- frequentemente progride para áreas de consoli-
monia. Na ausculta, você percebe sons respi- dação nodulares, segmentares ou mesmo loba-
ratórios normais do lado esquerdo. No lado di- res. Ocorre adenopatia hilar em até um terço dos
reito, você ausculta diminuição do murmúrio pacientes. Em até 20% das crianças podem ocor-
durante a inspiração e nenhum som à expira- rer derrames pleurais, evidenciados nas incidên-
ção. O exame de raios X de tórax de rotina não cias em decúbito lateral. No curso clínico desta
mostra infiltrado, mas o coração está discre- enfermidade pode ocorrer hemólise por aglutini-
tamente desviado para a esquerda. O próximo nas frias (IgM). Atenção para a recorrência desta
passo mais apropriado para se fazer o diagnós- questão no futuro próximo. Resposta b.
tico neste paciente é:
a) medir o cloreto do suor do paciente Prefeitura de Sorocaba – 2007
b) obter radiografias de tórax em inspiração e em 82. Em crianças, a maior porcentagem de casos de
expiração pneumonias virais são causadas por:
c) prescrever antibióticos de amplo espectro a) rinovírus
d) iniciar uma prova com beta-agonistas inalatórios b) vírus influenza
e) prescrever doses apropriadas de prednisona c) adenovírus 3 e parainfluenza 1
d) viras sincicial respiratório e parainfluenza
80. Pneumonias recorrentes em crianças sob ou- e) adenovírus 7
tros aspectos saudáveis indicam potencial blo-
queio anatômico das vias aéreas. No paciente em 82. Grande parte das informações dos agentes
questão, os achados do exame clínico sugerem a etiológicos das pneumonias na infância é prove-
presença de corpo estranho nas vias aéreas. Ra- niente de trabalhos realizados em países desen-
diografias em inspiração e expiração podem ser volvidos. Vários estudos apontam os vírus como
úteis. Radiografias inspiratórias de rotina prova- os principais agentes de pneumonia em crian-
velmente devem parecer normais ou próximas ças menores de 5 anos em países desenvolvidos.
do normal (como aparece na questão). Raios X Quanto mais jovem a criança, excluindo-se os
expiratórios identificarão o aprisionamento primeiros 2 meses de vida, maior a chance de
de ar atrás do corpo estranho. É pouco comum ocorrência de doença de etiologia viral. Entre os
que o corpo estranho seja visível na radiografia; vírus, o sincicial respiratório é o mais frequente-
deve-se ter alto nível de suspeita para se fazer o mente encontrado, seguido dos vírus influenza,
diagnóstico. Possíveis corpos estranhos nas vias parainfluenza, adenovírus, rinovírus. Menos fre-
aéreas são potencialmente diagnosticados por quentemente, outros vírus podem causar pneu-

29 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


monia: varicela-zóster, coronavírus, enteroví- familiares conscientes quanto ao cuidado domi-
rus, citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, herpes ciliar do bebê; Compromisso materno e familiar
simples, vírus da caxumba e do sarampo e han- para a realização da posição canguru pelo maior
tavírus. Mais recentemente, o metapneumovírus tempo possível; Peso mínimo de 1.600g; Ganho
humano (HMPV) e um coronavírus mutante têm de peso adequado nos três dias que antecederem
sido associados à pneumonia. O HMPV pode ser a alta; Sucção exclusiva ao peito ou, em situações
causa de pneumonia, principalmente, em crian- especiais, mãe e família capacitadas para reali-
ças menores de 2 anos, enquanto o coronavírus zar a complementação. Resposta b.
mutante está associado à severe acute respiratory
syndwme (Sars), cuja ocorrência em crianças é UNICAMP – Pediatria – 2017
menos comum que em adultos, e o quadro clíni- 85. Em relação à alimentação do recém-nascido
co é, geralmente, de menor gravidade. Os vírus pré-termo de muito baixo peso é CORRETO
podem ser responsáveis por até 90% das pneu- afirmar que:
monias no 1º ano de vida e por 50% na idade es- a. O leite de escolha é a fórmula especial para o
colar. Resposta d. prematuro devido à sua densidade calórica.
b. O leite materno ou humano pasteurizado
TEP – 2002 constitui-se a melhor opção, independente-
83. Escolar de seis anos com história de náusea mente da idade gestacional.
ocasionalmente acompanhada de dor abdomi- c. Ela deverá ser postergada após o 3º dia de
nal, seguida de cefaleia bitemporal, de cará- vida mesmo em recém-nascidos clinicamente
ter pulsátil, episódica, associada à fotofobia e estáveis.
fonofobia, com exame neurológico normal. A d. A oferta calórica deverá atingir entre 80-90
primeira hipótese diagnóstica é: Kcal/kg/dia ao término da transição enteral.
a) processo expansivo do sistema nervoso central
b) infecção do sistema nervoso central 85. O leite de escolha para nutrição efetiva ou so-
c) ruptura de aneurisma cerebral mente adaptativa do RNPT é o materno, devendo
d) enxaqueca
ser iniciada logo no 1º dia em RN estáveis, e atin-
e) epilepsia
gido oferta hídrica de 150-175ml.kcal.dia ao fim
de 1 semana. Resposta b.
83. A enxaqueca é a causa mais frequente de ce-
faleia na infância. Sua incidência é de 4% entre
os sete e os 15 anos. Na idade escolar a doença UNICAMP – Pediatria – 2017
ocorre predominantemente em meninos. A enxa- 86. Em relação à apneia primária do recém-nasci-
queca é caracterizada por episódios recorrentes do pré-termo é CORRETO afirmar que:
de cefaleia com intervalos assintomáticos e pelo a. A aminofilina é mais efetiva que a cafeína no
menos três dos seguintes achados associados: dor controle das crises de apneia.
abdominal, náusea ou vômito, cefaleia pulsátil, b. A incidência da doença é inversamente pro-
localização unilateral, aura (visual, sensorial ou porcional ao peso de nascimento.
motora), melhora com o sono e história familiar c. O uso de pressão contínua de vias aéreas
positiva. Desta forma, o quadro caracterizado na (CPAP) se mostra eficiente no tratamento da
questão sugere fortemente o diagnóstico de enxa- doença.
queca. A presença de exame neurológico normal d. A intubação traqueal e ventilação mecânica
virtualmente afasta a possibilidade de doença do são tratamento de primeira escolha em todas
sistema nervoso central. Resposta d. as situações.

UNICAMP – Pediatria – 2017 86. a apneia é um dos distúrbios respiratórios


84. Assinale a alternativa CORRETA que se refere mais comuns no período neonatal. A imaturi-
a um critério de alta de um recém-nascido in- dade do sistema nervoso central nos prematu-
ternado na unidade de cuidados intermediá- ros resulta em enorme instabilidade do sistema
rios modo canguru: respiratório, fazendo da apneia uma manifes-
a. Peso mínimo de 1.900 g. tação de alterações em outros sistemas como a
b. Ganho de peso consecutivo nos últimos 3 dias. hipoglicemia, hipotermia, infecção ou mesmo a
c. Garantia de seguimento ambulatorial até 2.000 g. persistência de canal arterial. A apneia pode ser
d. Retorno na unidade básica de saúde em até 7 dias central, obstrutiva ou mista, de acordo com a
presença de fluxo nas vias aéreas superiores. Seu
84. A alta da segunda etapa do método Canguru diagnóstico deve ser feito pela observação cuida-
representa a alta hospitalar, mas não do Méto- dosa da equipe da unidade e através de monito-
do Canguru, o qual deverá ter continuidade em res que registram a frequência cardíaca, respira-
casa, com acompanhamento ambulatorial. A de- tória e a saturação arterial. O tratamento inicial
cisão da alta deve ser sempre partilhada entre a é farmacológico e feito com xantinas (cafeína ou
equipe, a mãe, o pai e a rede familiar e/ou social, aminofilina), seguido por pressão positiva nas
e atender aos seguintes critérios: Mãe segura, vias aéreas (CPAP) e ventilação mecânica em caso
psicologicamente motivada, bem orientada, e de falência respiratória. Resposta c.

Gabarito comentado 30
UNICAMP – Pediatria – 2017 88. O posicionamento do acesso venoso, quando
87. Em referência à conduta em sala de parto assegurado antes do transporte, tem a finalidade
diante de um recém-nascido a termo com lí- de evitar perdas e extravasamento de medica-
quido amniótico meconial, assinale a alterna- mentos que possam causar queimaduras na pele
tiva CORRETA: dos pacientes, além de ser mais seguro caso haja
a. O clampeamento do cordão umbilical deverá necessidade de utilização de medicações de ur-
ser imediato mesmo que a criança apresente gência. Quando o acesso periférico for inviável
boas condições de vitalidade por ser considerado inseguro durante o trans-
b. O contato pele a pele é permitido se recém- porte, deve-se cogitar a possibilidade de acesso
-nascido está bem, com bom tônus e respiran- central, sendo o cateter umbilical o mais utiliza-
do regularmente. do. Resposta b.
c. Ele deverá ser encaminhado para a mesa de
recepção imediatamente para que sejam ini- UNICAMP – Pediatria – 2017
ciadas as manobras de reanimação. 89. Em relação ao clampeamento do cordão um-
d. Caso respiração irregular e/ou hipotonia ao bilical em sala de parto, assinale a alternativa
nascimento, o início da ventilação com pres- CORRETA:
são positiva é posterior à aspiração traqueal. a. É realizado entre 60-120 segundos de vida
para todos os recém-nascidos independente-
87. Na vigência de líquido amniótico meconial, in- mente da idade gestacional.
dependentemente de sua viscosidade, a aspiração b. É realizado entre 30-60 segundos de vida para
das vias aéreas ao desprendimento do polo cefáli- todos os recém-nascidos independentemente
co do concepto não deve ser realizada. Logo após da idade gestacional.
o nascimento, se o RN é de termo, está respirando c. É realizado entre 60 e 120 segundos para re-
ou chorando e com tônus muscular em flexão, ele cém-nascidos com menos de 34 semanas de
apresenta boa vitalidade e deve continuar junto gestação e de boa vitalidade.
de sua mãe depois do clampeamento do cordão. d. É realizado entre 60 e 180 segundos para re-
Se o paciente com líquido amniótico meconial é cém-nascidos com mais de 34 semanas de ges-
pré-termo tardio ou pós-termo ou não iniciou mo- tação e de boa vitalidade.
vimentos respiratórios regulares ou o tônus mus-
cular está flácido, é necessário leva-lo à mesa de 89. Recomenda- se, no RN ≥34 semanas com res-
reanimação e realizar os passos iniciais, sendo piração adequada e tônus muscular em flexão ao
prudente incluir a aspiração de vias aéreas supe- nascimento, clampear o cordão umbilical 1-3 mi-
riores. Ou seja: prover calor, posicionar o pescoço nutos depois da sua extração completa da cavi-
em leve extensão, aspirar boca e narinas suave- dade uterina. O neonato pode ser posicionado no
mente com sonda traqueal e secar o paciente. Tais abdome ou tórax materno durante esse período.
passos devem ser executados em, no máximo, 30 O clampeamento de cordão em RNPT com boa vi-
segundos. A seguir, se a avaliação mostra que o talidade ao nascer após 30 segundos resulta em
RN está com respiração espontânea regular e FC menor frequência de hemorragia intracraniana e
>100 bpm, sempre que possível, ainda na sala de enterocolite necrosante, além de diminuir a ne-
parto, deixa-lo em contato pele-a-pele com a mãe, cessidade de transfusões sanguíneas, embora se
coberto com tecido de algodão seco e aquecido. comprove a elevação da bilirrubinemia indireta,
De maneira continuada, observar a atividade, o com indicação de fototerapia. Resposta d.
tônus muscular e a respiração/choro. No RN com
líquido amniótico meconial de qualquer viscosi- UNICAMP – Pediatria – 2017
dade levado à mesa de reanimação para os passos 90. Paciente de 3 anos com atraso de fala, sem
iniciais, que apresenta apneia, respiração irregu- atraso do desenvolvimento neuropsicomotor.
lar e/ou FC <100 bpm, é fundamental iniciar a VPP Assinale a alternativa CORRETA que expressa
com máscara facial e ar ambiente nos primeiros a conduta inicial a ser tomada:
60 segundos de vida. Resposta b. a. Audiometria condicionada
b. Ressonância magnética de crânio
UNICAMP – Pediatria – 2017 c. Ressonância de ouvido médio
88. Em relação ao transporte inter-hospitalar de d. Fundo de olho
um recém-nascido de alto risco, assinale a al-
ternativa CORRETA: 90. O pediatra, ao deparar com queixas de fami-
a. A mãe não pode ser a responsável pela autori- liares referentes ao desenvolvimento da comu-
zação devido ao puerpério. nicação da criança, como atraso na aquisição da
b. Mesmo com um acesso venoso central é neces- fala, vocabulário pobre, trocas articulatórias ou
sário um acesso periférico de reserva. dificuldades escolares, deve imediatamente in-
c. Em casos de menor gravidade o transporte vestigar o desenvolvimento global da criança,
pode ser feito com oxigênio por nebulização bem como o histórico familiar para tais alterações
na incubadora. e o ambiente comunicativo em que a mesma está
d. Glicemia menor que 80 mg/dl impede o início inserida. Em muitos casos, é necessário investigar
do transporte. fatores orgânicos como alterações auditivas e neu-

31 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


ropsicológicas. O pediatra deve estar atento aos si- Com isso, quando se flexiona passivamente a
nais de risco de deficiências auditivas na infância, cabeça, a criança imediatamente flexiona o tron-
como história de prematuridade, complicações co e os membros. Resposta c.
pré, peri e pós-natais, hereditariedade, otites me-
dias recorrentes, hospitalizações, traumatismos UNICAMP – Pediatria – 2017
cranianos, entre outros. Resposta a. 94. Em relação aos distúrbios de magnésio em
UTIPED, assinale a alternativa CORRETA:
UNICAMP – Pediatria – 2017 a. Pode causar arritmia cardíaca.
91. Assinale a alternativa CORRETA quanto aos b. São infrequentes e não há necessidade de mo-
dismorfismos comumente associados à síndro- nitorização.
me alcóolica fetal: c. A hipomagnesemia pode ocasionar tetania
a. Microcefalia, filtro indefinido, lábio inferior fino. neuromuscular.
b. Microcefalia, filtro bem definido, lábio inferior fino. d. A hipomagnesemia ocasiona diminuição dos
c. Macrocefalia, filtro mal definido, lábio superior fino. reflexos osteo-tendinosos
d. Microcefalia, filtro mal definido, lábio superior fino.
94. A hipomagnesemia pode levar a taquicardia
91. Os padrões de anomalias faciais característicos ventricular sob a forma de Tosade des pointes. A
da síndrome alcoólica fetal podem ser observa- hipocalcemia pode levar a tetania. A hipermag-
dos (anomalias morfológicas: microcefalia, fen- nesemia pode levar a diminuição dos reflexos
das palpebrais diminuídas, pregas epicântica e profundos. Resposta a.
ptose, nariz curto e de base larga, philtrum pouco
visível, lábio superior quase inaparente, orelhas UNICAMP – Pediatria – 2017
sem paralelismo, assimetria facial, testa curta e 95. Paciente de 5 anos de idade, sexo masculino,
abaulada, micrognatia), retardo no crescimento: apresentou quadro de diarreia com febre e vô-
baixo peso ao nascimento, estatura e peso des- mitos por 3 dias, há 3 semanas. Os vômitos e a
proporcional a sua idade, anomalias do neuro febre cessaram, porém, há 2 semanas mantém
desenvolvimento do SNC, anomalias estruturais distensão abdominal e queixa de dor após a in-
do cérebro, perda neuro-sensorial, problemas de gestão de leite de vaca integral com achocola-
coordenação mão-olho. Resposta d. tado. Come bem outros alimentos, nega perda
de peso. Assinale a alternativa CORRETA:
a. Deve-se orientar dieta com exclusão da proteí-
UNICAMP – Pediatria – 2017
na do leite de vaca
92. Assinale qual infecção congênita NÃO cursa ha-
b. Deficiência tardia de lactase não é considerada
bitualmente com calcificações intracranianas:
prevalente na maioria da população mundial
a. Citomegalovirose
c. Infecções por Giardia não predispõem à redu-
b. Toxoplasmose
ção da capacidade de digestão da lactose.
c. Rubéola
d. Intolerância transitória à lactose associa-se à
d. HIV hipolactasia por lesão da mucosa intestinal de-
corrente infecções virais.
92. A CMV congenita cursa com calcificações pe-
riventriculares. A toxoplasmose congênita leva a 95. A intolerância transitória da lactose ocorre por
conciliações difusas, assim com a infecção intra- lesões do enterócito com comprometimento da di-
-uterina pelo HIV. Resposta c. gestão ou absorção de carboidratos. Lesão adquiri-
da com destruição da lactase, sobrando lactose no
UNICAMP – Pediatria – 2017 lúmen e adsorvendo líquido. O excesso de lactose
93. Dentre os reflexos abaixo, assinale aquele que serve como substratos para as bactérias intestinais
NÃO é um reflexo primitivo: e formação de ácidos e gases. Resposta d.
a. Reflexo de Galant
b. Reflexo tônico cervical assimétrico UNICAMP – Pediatria – 2017
c. Reflexo de Landau 96. Adolescente, 13 anos, diarreia há 3 meses. Eva-
d. Preensão palmar e plantar cua 5-6 vezes ao dia, sem muco ou sangue. No-
tou aparecimento de manchas avermelhadas e
93. O reflexo de Landau aparece aos 3 meses e dolorosas em membros inferiores há 3 sema-
desaparece aos 2 anos. O reflexo descrito por nas. Queixa-se também de dor em joelhos, adi-
Landau resulta de uma complexa interação namia, dor abdominal e inapetência. Emagre-
de reações labirínticas e tônico-cervicais. Para ceu 5 kg neste período. Já realizou tratamentos
observá-lo deve-se manter a criança suspensa para verminose (albendazol e mebendazol),
horizontalmente, dorso para cima, posição na sem melhora. Assinale a alternativa CORRETA:
qual a cabeça da criança se eleva espontanea- a. Trata-se de diarreia persistente, provável cau-
mente, em dorsiflexão, impulsionada por refle- sa infecciosa autolimitada.
xos de retificação cefálica de origem labiríntica. b. Deve-se fazer reposição com enzimas pancreáticas
Tal atitude determina que o tronco e os quatro c. Deve-se iniciar tratamento com nitazoxanida
membros se estendam dando ao eixo do corpo a d. Deve-se proceder investigação por endoscopia
disposição de um arco tenso côncavo para cima. alta e colonoscopia

Gabarito comentado 32
96. A doença de Chron DC tem como sintomas clás- UNICAMP – Pediatria – 2017
sicos dor abdominal, diarréia, perda de peso. Dor 98. Uma criança de 6 anos de idade portadora de
abdominal em cólica, difusa ou em quadrante direi- Síndrome de Down apresenta na avaliação la-
to baixo. Fezes podem ser sanguinolentas ou não. boratorial tireoidiana de rotina os seguintes
Doença crônica perianal, com bandas, fissuras, fís- resultados: anticorpo antiperoxidase positivo,
tulas e abcessos.  Estomatite aftosa recorrente pode anticorpo anti-tireoglobulina positivo, T4 livre
sugerir o diagnótico. Diminuição da velocidade de = 1,2 µg/dL (normal de 0,7 a 1,9), TSH ultras-
estatura pode preceder sintomas abdominais em sensível = 4,8 mUI/L (normal de 0,2 a 4,5). Em
5 anos. Falência do crescimento como único sinal
relação ao diagnóstico e à conduta, assinale a
em 5% dos crianças. Anorexia, deficiencia de fer-
alternativa CORRETA:
ro e baixa densidade mineral óssea pode ser visto.
a. Hipotireoidismo adquirido por Tireoidite au-
Eritema Nodoso possui placas ou nódulos firmes,
toimune – reposição com L-tiroxina
vermelhos, com calor na face extensora das extre-
midades inferiores e que segue a atividade intesti- b. Tireoidite autoimune eutireoideana – repetir
nal. Deve-se proceder investigação por endoscopia exames em 12 meses
alta e colonoscopia. Resposta d. c. Tireoidite subaguda com exames não esclare-
cedores da função tireoidiana – realizar teste
UNICAMP – Pediatria – 2017 de estímulo com TRH
97. Lactente, feminino, 10 meses de idade, há 4 d. Tireoidite autoimune com hipotireoidismo
meses foi internada em Unidade de Terapia sub-clínico – repetir T4 livre e TSH ultrassen-
Intensiva Pediátrica com diagnóstico de bron- sível em 3 a 6 meses
quiolite viral aguda. Desde então apresenta
crises mensais de sibilância. Assinale a alter- 98. Pacientes com síndrome de down estão mais
nativa CORRETA quanto a outros dados que sujeitos à Tiroidite autoimune. Deve-se verificar
poderiam indicar o diagnóstico de asma no a função tireoideana. Repetir a medida de TSH
lactente para este caso: com 6 meses, 12 meses e depois anualmente.
a. Crises desencadeadas por pó caseiro, mãe com Resposta d.
asma, exame físico com presença de lesões
compatíveis com Dermatite Atópica, tratamen- UNICAMP – Pediatria – 2017
to das crises de sibilância com boa resposta ao 99. Menino de 13 anos de idade relata dor e nodu-
Beta 2 agonistas de curta duração
lação na região mamária há 6 meses. Desde os
b. Crises desencadeadas por vírus, sem antece-
11 anos relata ter iniciado aumento do pênis
dente familiar de atopia, exame físico normal
e pilificação genital. Nega quaisquer outras
fora da crise, tratamento das crises de sibilân-
cia com boa resposta ao Beta 2 agonistas de queixas e uso de medicamentos ou drogas ilí-
curta duração citas. Ao exame físico: saudável sem altera-
c. Crises desencadeadas por vírus ou quando ções ao exame físico geral e especial, exceto,
mama, mãe com asma, exame físico normal estádio GIII (pênis com 8 cm de comprimen-
fora das crises, não responde ao Beta 2 agonis- to), PIII, testículos de cerca de 10 cm3 bilate-
tas de curta duração ralmente, tecido glandular mamário bilateral
d. Crises desencadeadas por choro, sem antece- com cerca de 4 cm de diâmetro (MIII bilateral).
dente familiar de atopia, exame físico normal Assinale a alternativa CORRETA em relação à
fora das crises, tratamento das crises de sibi- causa mais provável da ginecomastia e a con-
lância com boa resposta ao Beta 2 agonistas de duta a ser realizada:
curta duração. Crises de sibilancia desencade- a. Ginecomastia puberal – expectante, na maio-
adas por vírus, eosinofilia maior que 4%. ria dos casos há regressão espontânea
b. Síndrome de Klinefelter – mamoplastia
97. A maioria das crianças com crises de sibilância c. Ginecomastia por uso não referido de droga ilícita,
apresenta quadros transitórios e de boa evolução, como a maconha; orientado suspensão da droga
mas o diagnóstico de asma é importante de ser es- d. Hipogonadismo – terapia de reposição hormo-
tabelecido precocemente. Se sensibilização por an-
nal com testosterona
tígenos pereniais no inico da vida, há mais chance
de asma, mais grave, hiper-responsividade brôn-
99. Ginecomastia puberal corresponde ao au-
quica e perda de função pulmonar. Se sensibilição
mento do tecido glandular mamário no sexo
mais tardia, pouco reação à alérgenos sazonais e
perda de função pulmonar. No inicio da vida se masculino. Ocorre em 2/3 dos meninos. Aumento
sensibiliza à antígenos alimentares e que pode in- por 2 a 3 anos que regride na puberdade. Pou-
dicar risco se atopia. Mais tarde par ambientais. Se ca importância futura. Bilateral ou unilateral.
excesso de medidas ambientais pode provocar pio- Quando pensar em causas patológicas? Tanner
ra, porque elimina fatores protetores. Alterações Atrasado ou Avançado e Ginecomastias muito
na função pulmonar e sensibilização mantida à grandes. Tratamento espectante até o desapare-
alérgenos pereniais (ácaro doméstico e pelos de cimento na puerdade. 90% com < 4cm: regride
cão e gato) marcam o início da asma. Resposta a. em 3 anos. Resposta a.

33 1º Simulado Intensivo Revalida/2017


UNICAMP – Pediatria – 2015
100. Lactente, 2 anos é trazido à UER-Pediátrica, com história de febre e irritabilidade há 1 dia. Apresentou
1 episódio de vômito no caminho. Nega outros sintomas e doenças anteriores. Ao exame: REG, apá-
tico, cianose de extremidades, palidez cutânea, anictérico, pulso periférico fino. T: 38,5°C FR: 68ipm,
FC: 48, Perfusão periférica: 4 seg; Pulmão: MV + diminuído em base D; Coração: BRNF, sem sopros;
Abdome: distendido, sem visceromegalias. Das alternativas abaixo assinale a alternativa CORRETA
para o caso de uma PCR, quanto à conduta imediata e ritmo cardíaco esperado:
a. TOT, massagem cardíaca, venóclise. Ritmo assistolia.
b. TOT, venóclise. Ritmo assistolia.
c. TOT, massagem cardíaca, venóclise, adrenalina. Ritmo fibrilação ventricular.
d. TOT, venóclise. Ritmo fibrilação ventricular.

100. A presença de ritmo organizado sem pulso constitui definição de AESP. Em PCR por AESP/Assitolia o
uso de epinefrina e RCP eficaz deve ser complementado com a tentativa de identificar causas reversíveis.
Nenhuma das alternativas é correta. A primeira medida a ser tomada em uma PCR é RCP efetiva, com aces-
so venoso. Após isso procede-se a IOT. Resposta a.

Não desejo nenhum epitáfio além da afirmação de que ensinei estudantes de medicina nas enfermarias, o que de longe
considero como o trabalho mais importante e útil que já realizei.
– SIR. WILLIAM OSLER.

Gabarito comentado 34

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