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Caracterização de ​
Staphylococcus aureus ​
isolados nas barras de mão 
de ônibus em Lages, Santa Catarina 
 
Paloma Candido Hahn​ ; Leandro Parussolo​
(1)​ (2) 
 
Artigo Científico 
 
(1)  Paloma  Candido  Hahn;  Instituto  Federal  de  Santa  Catarina;  Lages;  Santa  Catarina;  paloma_hahn@hotmail.com​
; 
(2) Leandro Parussolo; Instituto Federal de Santa Catarina; Lages; Santa Catarina; ​ leandroparussolo@gmail.com 
 
 
RESUMO:  Staphylococcus  aureus  é  um  micro­organismo presente na microbiota normal dos seres humanos, 
porém,  é  considerado  um  importante  patógeno  oportunista,  já  que  está  envolvido  em  diversos  tipos  de 
infecções.  Além  disso,  essa  bactéria  está  envolvida  em  infecções  graves,  devido  a  existência  de  cepas 
resistentes  a  antibióticos,  dificultando  o  tratamento  de  algumas  infecções  que  por  elas podem ser causadas. 
Considerando  a  importância  da  disseminação  desses  micro­organismos  na  comunidade,  o  presente  trabalho 
teve  por  objetivo  determinar  a  presença de Staphylococcus aureus nas barras de mão de ônibus da cidade de 
Lages  –  SC  e  caracterizar  a  susceptibilidade  dos  isolados  a  oxacilina.  Foram  coletadas  20  amostras, 
distribuídas  entre  5  diferentes  linhas  de  ônibus,  sendo  que  em  cada  linha  foram  coletadas  2  amostras  (1  no 
período  matutino  e  1  no  vespertino)  em dois momentos diferentes, com intervalo de 15 dias entre a primeira e 
a  segunda  coleta.  Staphylococcus  aureus  foi  isolado  em  70%  das  amostras  e  todos  os  isolados  foram 
submetidos  ao  teste  susceptibilidade  à  oxacilina  pelo  método  de  disco  difusão.  Das  14  amostras,  duas 
(14,28%)  foram  consideradas  resistentes  à  droga,  sendo  que  esses  isolados  eram  provenientes  das  linhas 
que  tem  como  rota  os  hospitais  da cidade. Assim, constatou­se uma maior probabilidade de disseminação de 
Staphylococcus  aureus  resistentes  à  oxacilina  nos  trajetos  hospitalares.  Dessa  forma,  é  necessário  a 
higienização  das  barras  de  mão  dos  ônibus  a  fim  de  evitar  ou  diminuir  a  disseminação  desses 
micro­organismos na comunidade. 
 
Palavra Chave:​  Contaminação, Transporte público, Susceptibilidade, Oxacilina. 
 
I. INTRODUÇÃO 
 
Staphylococcus  aureus  são  cocos  Gram­positivos,  com  arranjo  celular  geralmente  em  cachos 
(aspecto  semelhante  a  cachos  de  uvas),  imóveis, aeróbios, não­esporulados, catalase e coagulase positivos. 
Esse  micro­organismo tem distribuição muito ampla, pois resiste a dessecação e ao frio, podendo permanecer 
viável por longos períodos em partículas de poeira (MADIGAN et al., 2010). 
Staphylococcus  aureus  costuma  colonizar  a  pele  e  as  fossas  nasais  dos  seres  humanos.  A 
colonização  não  significa  que  haja  infecção  e  não é necessariamente um caso grave. O organismo humano é 
repleto  de  bactérias,  como  na  pele,  boca  e  intestinos,  fazendo  parte  da  microbiota  normal,  e  estas  não 
causam doença enquanto permanecem restritas a estes sítios (PINHEIRO, 2013).  
Embora  seja  encontrado  na  microbiota  normal  de  seres  humanos,  Staphylococcus  aureus  é 
considerado  um  patógeno  oportunista  agente  de  diversas  infecções,  que  vão  desde  infecções  superficiais, 
como  acne,  furúnculos  e  infecções  de  feridas,  até  infecções  graves,  como  pneumonias  e  septicemias 
(VARELLA, 2011).   
S​ taphylococcus  aureus  tem  grande  influência  no  ambiente  hospitalar,  pois  colonizam  e  infectam 
pacientes  em  unidades  hospitalares,  principalmente  os  que  permanecem  internados  por  longo  período  nas 
unidades  (DIAS  et  al.  2006).  No  entanto,  embora  sobreviva  em  ambientes  hospitalares,  esse 
micro­organismo  também  é  encontrado  em  diversos  locais  de  circulação  humana,  podendo  ser  transferido 
desses  locais  para  novos  hospedeiros.  Essa  transmissão  pode  se  dar  por  contato  interpessoal  direto  e  por 
meio  de  objetos  contaminados,  como  equipamentos  atléticos  compartilhados  em  academias,  toalhas 
compartilhadas e barras para mãos em ônibus (CARDOSO, 1986; CDC, 2001; TORRES et al., 2007). 
Esse  micro­organismo  tem  se  tornado  cada  vez  mais  resistente  aos  medicamentos  disponíveis.  De 
acordo  com  (​SANTOS  et  al.  2007)​  ​
essa  bactéria  foi  uma  das primeiras a ser controlada por antibióticos, mas 
devido  ao  seu  alto  potencial  de  adaptação  e  de  adquirir  resistência,  tornou­se  um  dos  agentes  infecciosos 
mais comprometedores em hospitais e em comunidades urbanas.  
As  resistências  que  as  bactérias  adquirem  são  por  meios  de  fenômenos  genéticos  relacionados  a 
existência  de  genes  que  codificam  proteínas  que  alteram  os  mecanismos  dos  micro­organismos  podendo 
 
 

deixá­los mais resistentes ou gerando uma modificação em sua estrutura celular que podem impedir a ação de 
drogas  já  desenvolvidas  (FERNANDES,  et  al.  2012).  Em  se  tratando  de  Staphylococcus  aureus​ ,  o  grande 
problema  está  no  fato  que  o  uso  constante  de  penicilinas  na  década  de  60  para  o  tratamento  de  infecções 
estafilocócicas  favoreceu  o  desenvolvimento  de cepas resistentes à essas drogas, que a princípio era restrita 
a  oxacilina,  porém  começou  a  apresentar  resistência  a  todos os antimicrobianos da classe dos β­lactâmicos, 
se  tornando,  assim,  um  dos  principais  agentes  de  infecções  hospitalares,  problema  que  persiste  até  os  dias 
atuais.  Estudos  atuais  têm  mostrado  que  esses  micro­organismos  não  estão  restritos  apenas  ao  ambiente 
hospitalar, pois já são demonstrados Staphylococcus aureus resistentes à oxacilina adquiridos na comunidade 
(CA­ORSA) (FINAN et al., 2001; SOUSA et al., 2011). 
A  disseminação  desses  micro­organismos  na  comunidade  se  torna  um  grande  problema  de  saúde 
pública,  tendo em vista que a transferência de Staphylococcus aureus ocorre muito facilmente de uma pessoa 
a  outra,  bem  como  pelo  contato  com  superfícies  contaminadas,  já  que  essa  bactéria  fica  viável  por  longos 
períodos  em  locais  secos,  frios  ou  em  partículas  de  poeira  (BOULANGE,  2004).  Essa  adaptação  do 
micro­organismo  ao  estresse  ambiental  é  um  importante  fator  de  sobrevivência  e  disseminação  na 
comunidade (LEHNERET, et al., 2005). 
Considerando  a  importância  da  disseminação  de  cepas  de  Staphylococcus  aureus  na  comunidade 
pelo  contato  com  objetos  contaminados,  bem  como  a  capacidade  de  resistência  às  penicilinas,  drogas  de 
escolha  para  o  tratamento  de  infecções  causadas  por  esses  micro­organismos,  o  presente  trabalho  teve  por 
objetivo  determinar  a  presença  de  Staphylococcus  aureus  na  barra  de  mãos  de  ônibus  na  cidade  de  Lages, 
Santa Catarina, e caracterizar os isolados quanto à susceptibilidade às penicilinas.  
 
II. METODOLOGIA 
 
O  estudo  foi  realizado  no  terminal  urbano  de  Lages  ­  SC,  em  ônibus  aleatórios  de  cinco  linhas,  das 
quais  duas  linhas  tinham  em  sua  rota  os  hospitais  da  cidade  e  outras três linhas não tinham os hospitais em 
sua rota, sendo que essas últimas foram determinadas por sorteio. 
 
Coleta e Identificação de ​ Staphylococcus aureus 
 
As  coletas  foram  realizadas  em  duas  etapas,  com  intervalo  de  15  dias,  sendo  que  em  cada  etapa 
foram  coletadas  amostras  nos  períodos  matutino  e  vespertino.  Assim,  foram  coletadas  quatro  amostras  de 
cada  linha  (Primeira  coleta:  duas  no  período  matutino  e  duas no período vespertino; Segunda coleta: duas no 
período  matutino  e  duas  no  período  vespertino),  totalizando  20  amostras  (10  na  primeira  coleta  e  10  na 
segunda coleta). 
As  amostras  foram  coletadas  por  meio  de  Swab  estéril, com movimento de vai e vem ao longo de todas 
as barras de mão dos ônibus (Figura 1) e colocadas em meio de transporte 
 
Figura 1­ Locais de coleta das barras de mãos dos ônibus​

 
        ​
Fonte: http://www.sogil.com.br/ 
 
Após  a  coleta,  as  amostras  foram  levadas  para  o  Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal de 
Santa  Catarina  (IFSC),  onde  foram  semeadas  em  Ágar  Manitol  Salgado  (meio  seletivo  para  Staphylococcus 
aureus  devido  ao  seu  alto  teor  de  cloreto  de  sódio​
)  e  mantidas em estufa bacteriológica por 48 horas a 37ºC. 
Após  esse  período  foram  selecionadas  as  colônias  características  típicas  (coloração  amarela)  de 
Staphylococcus  aureus  e foram repicadas para obter uma cultura pura, as quais foram incubadas por 24 horas 
em  estufa bacteriológica a 37ºC. Logo após esse período as colônias isoladas de S. aureus foram submetidas 
a  coloração  de  Gram  e  após  a  observação  das  características  morfotintoriais  (cocos  Gram­positivos 
agrupados  em  cachos),  foram  realizadas as provas bioquímicas de catalase e coagulase para confirmação de 
Staphylococcus aureus​ .  
 
 

 
Caracterização da susceptibilidade de ​ Staphylococcus aureus 
 
As  amostras  positivas  para  Staphylococcus  aureus  foram  submetidas ao, teste de susceptibilidade à 
antibióticos  pela  técnica  de  disco  difusão,  a  fim  de  verificar  se  as  amostras  isoladas  eram  resistentes  a 
oxacilina  e,  consequentemente  à  classe  dos  β­lactâmicos.  A realização da técnica foi desenvolvida seguindo 
parâmetros  estabelecidos  pelo  Clinical  and  Laboratory  Standards  Institute  (CLSI,  2014).  Para  realização  dos 
testes  foi  utilizado  Ágar  Muller  Hinton  (MHA)  e  discos  de  Cefoxitina  (30µg),  pois  os  resultados  de 
susceptibilidade  à  cefoxitina  são  reportados  para  a  oxacilina,  bem  como  para  todas  as penicilinas e à classe 
dos β­lactâmicos (CLSI, 2014). 
Para  a  realização  do  teste  de  susceptibilidade,  a  turbidez  do  inóculo  foi  ajustada  de  acordo  com  a 

escala  0,5  de  McFarland  (1,5x10​ UFC/ml),  semeada  em  placas  de  MHA  e,  após,  efetuou­se  a inserção dos 
discos.  As  placas  foram  incubadas  em  estufa  bacteriológica  à  37ºC  por  24  horas  e  após  esse  período  foi 
realizada  a  medida  dos  halos  de  inibição  do  crescimento  bacteriano  e  interpretados  de  acordo  com  os 
parâmetros de susceptibilidade estabelecidos pelo CLSI (2014). 
 
 
III. RESULTADOS​  E DISCUSSÃO 
 
As  coletas foram realizadas no mês de setembro de 2015, totalizando 20 amostras em 5 linhas de ônibus 
da  cidade  de  Lages­ Santa Catarina. O índice de isolamento de Staphylococcus aureus foi de 70%, ou seja, o 
micro­organismo  estava  presente  em  14  amostras.Em  cada  linha  foram  analisadas  4  amostras  (sendo  2  na 
primeira  etapa  e  2  após  um  intervalo  de  15  dias).  Em  cada  etapa  as  amostras  foram  coletadas  em  horários 
distintos  (matutino  e  vespertino)  a  fim  de  aproveitar  horários  com  fluxo  de  pessoas.  Os  dados  quanto  a 
positividade à ​ Staphylococcus aureus​  em cada linha de ônibus são apresentados na tabela 1. 
 
Tabela  1.  Isolamento  de  Staphylococcus  aureus  em  barra  de  mão  de  transporte  público  de  diferentes 
linhas da cidade de Lages, Santa Catarina. 
 
           ​
LINHA ​             ​ COLETA 1​           ​
COLETA 2​       ​ AMOSTRAS POSITIVAS∕ 
V​                                 M          V            M          V                    TOTAL 
                  1                 ­          +             +           ­                               2/4 
 
                  2                 +         +             +           ­                               3/4 
 
                  3                 +         +             ­            +                             3/4 
 
                  4                 +         ­             +            +                             3/4 
 
                  5          ­         +            +            +                             3/4 
   
              ​
TOTAL                           ​
14/20 
                *(+) Presença; (­) Ausência. **M= Matutino; V= Vespertino. 
  
Analisando  as  amostras  coletadas  em  cada  linha  de  ônibus,  observou­se  que  a  linha  1  apresentou 50% 
de  isolamento  de  Staphylococcus  aureus,  enquanto  que  as  linhas  2,  3, 4 e 5 apresentaram a mesma taxa de 
isolamento de ​ Staphylococcus aureus​  (75%). 
Duas  amostras  (14,28%)  foram  consideradas  resistentes  à  essas  drogas  pelo  teste de susceptibilidade. 
Uma  amostra  isolada  da  linha  1  e  outra  isolada  da  linha  2  (Tabela  2).  Ambas  as  linhas  de  ônibus  que  tem 
como rota os hospitais da cidade.  
Os  ambientes  hospitalares  são  locais  em  que  se  encontra  o  maior  índice  de  Staphylococcus  aureus 
resistentes  a  oxacilina,  bem  como  são  locais  onde  encontra­se pessoas imunologicamente debilitadas, o que 
demostra  um  problema,  já  que  esses  micro­organismos  estão  sendo  disseminados  do  ambiente  hospitalar 
para a comunidade ou vice­versa. 
  
 
 
 
 
 
 
 

Tabela 2.​  Susceptibilidade das amostras de ​ Staphylococcus aureus​  isoladas em barras de mãos de ônibus de 


transporte públicos da cidade de Lages, Santa Catarina, determinada pela técnica de disco difusão . 
                                                    ​
HALOS CEFOXITINA (mm) 
 LINHAS                                         1ª COLETA                                            2ª COLETA 
                                  M               V                                          M                V 
Linha 1                       ­               20(R)                                     27(S)            ­ 
(Hospitalar).   
Linha 2                       21(R)        24(S)                                     27(S)            ­ 
(Hospitalar).   
Linha 3                      35(S)          27(S)                                       ­             23(S) 
Linha 4                      26(S)             ­                                          23(S)       30(S) 
Linha 5                        ­         27(S)                                      27(S)        30(S) 
  *M= Matutino V= Vespertino **​ S = Sensível; R = Resistente.***Os valores representados na tabela 
são referentes ao tamanho respectivo de cada halo medido em milimetros. 
 
Os  resultados  desse  estudo  são  similares  aos  resultados  obtidos  por  Gomes  et.  al.  (2012)  que também 
avaliou  amostras  coletadas  de  barras  de  apoio  para  as  mãos  em  ônibus,  trens  e  metrô  da  cidade  do  Rio  de 
Janeiro,  sendo  que,  entre  os  patógenos  isolados,  Staphylococcus  aureus  foi  o  mais  prevalente​ .  Nesse 
mesmo  sentido,  estudo  recente  realizado  em  transporte  público  coletivo  de  Teresina­PI,  demonstrou  que 
62,5%  das  amostras  coletadas  foram  positivas  para  Staphylococcus  aureus​ ,  classificando­o  como  o  mais 
frequente contaminante microbiano (ONYEISI, 2014). 
Ainda  nesse  sentido,  Ferreira  et.  al.  (2011)  realizaram  estudos  em  colchões  do  tipo  caixa  de  ovo  na 
região  de  São  Paulo  em  um  hospital  escola  e  demonstraram  uma  taxa  de  72,2%  de  isolamento  de 
Staphylococcus  aureus  nesses  objetos.  Estudo  realizado  por  Martins  et  al.  (2013)  em  ambiente  clinico 
odontológico,  detectou  a  presença  de  Staphylococcus  aureus  em  34%  das  amostras  coletadas,  sendo  que 
desse  total,  50%  estavam  na  luva  do  dentista,  seguida  pelo  avental  (40%),  alça  do  refletor  (35%),  braço  da 
cadeira (30%) e cuspideira (15%). 
Em  um  Hospital  Pediátrico de San Jose, Costa Rica, Staphylococcus aureus foi isolado em 18% dos 
brinquedos  das  crianças  (FURQUIM;  MEDINA,  2015). Enquanto que Boretti et al. (2014), também analisando 
uma  brinquedoteca  de  um  hospital  de  ensino  mostrou que o gênero Staphylococcus estava presente em 87% 
dos brinquedos analisados. 
De  acordo  com  Davis  et. al. (1999), verificando a prevalência de contaminação bacteriana em piscina 
de  bolinhas de restaurantes, Staphylococcus aureus foi isolado em 21,6 % das amostras. Também em estudo 
realizado  a  partir  de  análises  em  teclados  de  computadores  pode­se  ser  isolado  9,7%  de  Staphylococcus 
aureus​  dos computadores pessoais (ALVES, et. al. 2013). 
Portanto,  uma  das  explicações  para  a  alta  taxa  de isolamento de Staphylococcus aureus​ , bem como 
a  diversidade  de  locais  em  que  se  encontram,  está  no  fato  que  esses  micro­organismos  habitam 
frequentemente  as  mucosas  nasais,  a  partir  das  quais  contamina  as  mãos  (BRESOLIN,  et.al.  2005).  Dessa 
forma,  a  partir  das  mãos  contaminadas  os  micro­organismos  são  disseminados  em  objetos  e  superfícies.  A 
distribuição  de  Staphylococcus  aureus  é  muito  ampla,  pois  essa  bactéria  é  capaz de resistir à dessecação e 
ao  frio,  podendo  estar  presente  por  longos  períodos  em  partículas  de  poeira  (TRABULSI,  ALTHERTHUM, 
2005). 
No  presente  estudo  foi  encontrado  uma  taxa  de  14,28%  (2  amostras)  de  resistência  a  cefoxitina, 
consequentemente  à  oxacilina  e  a  todas  as  penicilinas,  nas  linhas  de  rotas  hospitalares.  Inversamente,  um 
estudo realizado em ônibus na cidade de Curitiba­PR, mostrou uma baixa ocorrência de micro­organismos nas 
barras  para  as  mãos  dos  ônibus nas rotas Inter­hospitais, que possivelmente está relacionado à limpeza geral 
realizada  diariamente  pela  companhia  de  transporte  urbano  de  Curitiba  (RODRIGUES,  et.al.  2006).  Tal  fato 
levou  para  que  antes  de  realizar  este  trabalho  houvesse  um  questionamento a empresa de transporte público 
para  ter  conhecimento  se  havia  algum  tipo  de  higienização  interna  dos  ônibus,  onde pode­se afirmar que não 
havia higienização adequada. Isso demonstra que a importância da higienização dessas superfícies tem como 
fim eliminar patógenos e impedir, ou pelo menos diminuir, a disseminação desses na população. 
Em  estudo  similar  realizado  por  Torres  et.  al.  (2007),  no  qual  avaliaram  amostras  coletadas  de 
aparelhos  de  academia,  de  13  amostras  positivas  para  Staphylococcus  aureus​ , 2 (15,38%) foram resistentes 
à oxacilina. 
  O  fato  de  Staphylococcus  aureus  apresentarem  resistência  aos  fármacos  da  rotina  hospitalar  é 
devido  a  características  mutáveis  oferecidas  na  tentativa  de  sobreviver  em  diversos  meios  onde  se 
encontram,  ocorrendo  principalmente  no  organismo  humano,  o  que  explica  a  sua  importância  como  um 
problema de saúde pública (BOLICK et al. 2000). 
 
 

Estudo  realizado  em  superfícies  da unidade de terapia intensiva de um hospital demonstrou uma taxa 


de  60%  de  Staphylococcus  aureus  resistentes  à  oxacilina.  Pois,  em  ambiente  hospitalar,  a  ampla  utilização 
de drogas acaba selecionando micro­organismos resistentes (RENNER, CARVALHO, 2013).  
A  presença  de  Staphylococcus  aureus  resistentes  na  comunidade  é  preocupante,  pois essa bactéria 
torna­se potencialmente patogênica quando encontra uma porta de entrada ou alguma doença que predisponha 
o desenvolvimento de uma infecção (CAVALCANTI ​ et al.​
, 2006). 
 
V.     ​
 CONCLUSÕES 
Dessa  forma,  é  possível  observar  no  presente  estudo  que  o  isolamento  de  Staphylococcus  aureus 
resistentes  pode  ser  uma  preocupação  para  na  comunidade,  pois  ambientes  com  alta  circulação de pessoas 
fornecem condições adequadas para disseminação desse micro­organismo. 
  Concluiu­se  que  as  barras  de  mão  de  ônibus  públicos  podem  ser  consideradas  como  fonte  de 
contaminação  e  disseminação  de  Staphylococcus  aureus  na  comunidade.  Associado  a  isso,  observou­se  a 
presença  de  micro­organismos  resistentes  às  penicilinas  em  ônibus  relacionados  à  trajetos  com  hospitais, 
evidenciando  a  disseminação  desses  micro­organismos  entre  os  ambientes  hospitalares  e  a  comunidade. 
Assim,  a  contaminação  das  barras  de  mão  dos  ônibus  estudadas  é,  provavelmente,  reflexo  da  falta  de 
higienização  desses  veículos,  o  que  possibilita  uma  maior  proliferação  desses  micro­organismos,  sendo  a 
adoção de medidas de higiene de extrema importância para diminuir a sua propagação na comunidade. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço  esse  trabalho  imensamente  ao  meu  professor  Orientador  Leandro  Parussolo,  pela 
disponibilidade e planejamento em todas as etapas realizadas, em todas as decisões a tomar. 
Agradeço  a  todos  que  me ajudaram de forma direta e indiretamente, pela prevalência em corrigir erros 
e dar mais conhecimento.  
Agradeço  pelo  Instituto  Federal  de  Santa  Catarina  pela  infraestrutura  necessária  para  efetuar  a 
pesquisa e adquirir os resultados. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALVES, B. L. J; COSTA, M. R; BRAOIOS, ​ A. Teclados de computadores como reservatórios de micro­organismos 
patogênicos.​ J Health Sci Inst​
 ​  2013 
.​
 
BOULANGE,  P​ ;  ROBINE,  E;  RITOUX,  S​ .  et.  al.  Kinetics  of  bacterial  survival  on  polymer  coatings  with  particular 
reference to indoor air quality​ . Biofouling 2004 
 
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