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CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
NATAL
2016
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NATAL
2016
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Orientadora Prof.ª Dr.ª Maria Arisnete Câmara de Morais
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Examinadora Prof.ª Dr.ª Francinaide de Lima Silva
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Examinadora Mª Janaína Silva de Morais
NATAL
2016
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AGRADECIMENTOS
À minha Família em especial, a minha querida mãe, Verônica Barbosa, e meu pai, Bento
Roberto (In Memorian) pelo amor e grande ajuda nessa jornada.
À Alyson Fernandes, que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, apoiando-
me a seguir em frente.
Aos colegas do Grupo de Pesquisa pela força e ajuda na escrita desse trabalho.
À Catiane Ferreira e Fernanda Vicente, pelo apoio e a amizade durante os quatro anos de
graduação.
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Resumo
Sempre me interessei por estudar história. Desde o primeiro momento que ingressei no
Ensino Médio, estudar as personalidades, os fatos que fizeram parte da historiografia da
humanidade eram um dos robes da adolescência. No ano de 2012, quando me submeti ao
primeiro e único vestibular, uma grande dúvida surgiu diante de mim: prestar vestibular para
o curso de história, que era uma das grandes paixões ou o curso de pedagogia que foi indicado
pela maioria das mulheres da família? Por influência da minha família, fiz a decisão pela
segunda opção, o curso presencial de licenciatura em Pedagogia.
Ao ingressar no curso, deparei-me com um universo totalmente diferente do que
estava habituada na escola secundária: muitas disciplinas e estudos críticos sobre temas
relevantes, o que não era comum a escola em que estudei. Entre as disciplinas oferecidas, tive
a oportunidade de novamente estudar história, neste caso a história da educação, que me
deixou instigada para aprofundar os estudos a respeito das temáticas.
Ainda no primeiro semestre, fui informada da existência de algumas bolsas oferecidas
pela universidade, duas delas foram expostas com ênfase: a Bolsa de Iniciação a
Docência/PIBID e a Bolsa de Iniciação Científica/PIBIC. Pouco tempo depois, participei do
processo seletivo para alunos que estivessem interessados na Bolsa de Iniciação a Docência,
como parecia uma boa oportunidade de ter experiência com uma das áreas da pedagogia, a
docência, me submeti ao exame seletivo, mas o resultado não foi o esperado, não consegui ser
selecionada, porém isso não me deixou fraquejar. Alguns meses depois, surgiu uma nova
oportunidade de bolsa, esta segunda era a PIBIC, estava relacionada à história da educação e a
literatura, assuntos que muito me interessavam, e era coordenada pela professora Maria
Arisnete Câmara de Morais, a quem era conhecida como uma competente pesquisadora.
Como já tinha ouvido falar desta bolsa, logo me apresentei como candidata à vaga.
Após participar da seleção, recebi a notícia que fui selecionada, iniciei como voluntária e após
alguns meses me tornei bolsista efetiva. Sob orientação da Professora Maria Arisnete Câmara
de Morais, coordenadora do Grupo de Pesquisa História da Educação Literatura e Gênero,
desenvolvo uma pesquisa a respeito da Associação de Professores do Rio Grande do Norte.
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2. Palavras Iniciais
entidade estudada; algumas Leis, fotos dos ex-diretores, livros ilustrados a respeito de
movimentos sindicais de professores, lista de formandos das turmas da Escola Normal de
Natal e dissertações referentes à instituição estudada ou sobre assuntos relacionados a ela.
O diálogo com as fontes históricas e o confrontamento nos permitiram a configuração
da época e o processo de formação da sociedade naquele contexto histórico. Também nos
revelou modos de convivência ou imposições de grupos nos espaços partilhados,
considerando que, através desses modos e imposições configuram-se novas formas de
comportamento e condutas sociais (ELIAS, 1994). Por mais que compreendemos “que
nenhum texto mesmo o mais objetivo mantém uma relação transparente com a realidade que
pretende configurar” (CHARTIER, 1990, p. 24).
Além disso, nem sempre dada realidade é revelada como realmente é, ela se mostra na
perspectiva que os sujeitos às forjam. As representações do mundo social assim
construídas embora aspirem a universalidade de um diagnostico fundado na
razão são sempre determinadas pelos interesses de grupo que as forjam. Dai
para cada caso, o necessário relacionamento dos discursos proferidos com
posição de quem os utiliza. (CHARTIER, 1990, p. 17)
São modos de fazer pesquisa que me conduzem a Ginzburg (1989) e ao seu saber
indiciário, entre mitos, emblemas e sinais; embora se saiba que o estado fragmentário em que
se encontram os documentos, as lacunas dificultam o trabalho de pesquisa, cuja força está no
detalhe que muito revela.
Através do estudo do passado está à compreensão dos problemas peculiares ao nosso
tempo. No passado encontra-se a chave para se compreender a contemporaneidade, nesse caso
a compreendermos um pouco do surgimento da classe de professores no estado do Rio
Grande do Norte, e como isso relaciona-se com a concepção que a sociedade concebe desse
grupo no presente.
A sensibilidade para o gênero é particularmente importante no estudo do passado.
Adverte Barman (2005). As pessoas e os grupos desse passado falam ao presente com suas
próprias vozes. O estudo acerca de professoras que contribuíram para a formação de nossa
sociedade letrada permite o acesso aos modos de pensar desse tempo.
ganhar apoio e força do poder público para seguir em frente. Como nos apresenta Morais e
Silva (2009). As reformas de ensino e a criação dos Grupos Escolares oriundos dos moldes
republicanos, permitiram aos recém normalistas, a prática sistematizada dos conhecimentos
pedagógicos nos Grupos Escolares.
Por meio das oportunidades que emergiram no contexto educacional da época (1908-
1920), houve um aumento do número de professores no estado. Conforme Morais e Silva
(2009) enquanto, nas primeiras instalações da Escola Normal de Natal (1873-1901) até cinco
alunos se formaram, tornando-se professores, a partir de 1908 (inicio da periodização mais
duradoura da Escola Normal), dezenas de normalistas se formaram, aumentando,
consequentemente, o número de professores em campo.
Com o aumento desses profissionais, houve a necessidade de congrega-los para a
defesa da classe e do ensino. E em 4 de dezembro de 1920 é criada a Associação dos
Professores do Rio Grande do Norte/APRN. Vale ressaltar que essa data foi escolhida para ser
a inauguração, por ser a mesma que há dez anos prestigiou a formatura da primeira turma
(com mais de vinte alunos) da Escola Normal de Natal (1910).
Em meio aos discursos que costumam ocorrer em ocasiões como essas, um
dos convidados a se pronunciar foi o professor Nestor dos Santos Lima. Na
sua fala, lembrou que precisamente dez anos antes ocorria, nesse mesmo
local, a cerimonia de diplomação da primeira turma de professores do Estado
(27, ao todo) formados pela Escola Normal de Natal, ração pela qual essa
data foi escolhida para fundação da entidade. (CAVALCANTE, 1999, p.2)
Sua instalação ocorreu no salão nobre do Palácio do governo em uma sessão solene e
bastante pomposa, com a presença de várias autoridades educacionais e políticas a exemplo
do governador do estado, no período de fundação da instituição.
O salão nobre, deslumbrante de luz, a assistência numerosa, onde figuravam
os mais elevados representantes do ensino e pessoas do maior destaque na
sociedade, davam á festa um tom de espiritualidade que se acentuou ainda
mais no decorrer da sessão. (DUARTE, 1985, p. 17)
A APRN foi instalada, a partir de 1942, na Avenida Rio Branco no bairro da Cidade
Alta, em Natal, Rio Grande do Norte, antes a entidade existia no mesmo prédio do Grupo
Escolar Antônio de Souza. Esse bairro, juntamente com o bairro da Ribeira, foi um dos
primeiros da capital, nele estava situado escolas, comércios e as indústrias. Vale ressaltar que
o prédio ainda existe e sofreu pequenas alterações.
Durante o período estudado, mais de vinte diretorias estiveram à frente da instituição,
infelizmente, em algumas delas não conseguimos informações míninas como por exemplo, a
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identificação dos professores que a lideraram, mesmo assim, pretendemos nesse trabalho
destacar os professores que estavam à frente da entidade por meio dos conselhos diretores, os
quais de certa maneira, mobilizaram algumas questões acerca da educação no RN.
Os Conselhos Diretores ou Diretorias, eram eleitos em Assembleia Geral, de acordo
com as normas do estatuto da entidade. Conforme informações de Cavalcante (1999), a
APRN era constituída pela sociedade civil, de adesão voluntária, apartidária, reuniu
professores e outros interessados em defender a questão educacional. Esses sujeitos ao se
tornarem membros dessa sociedade, ocupavam uma das seguintes categorias de sócios, sob
critérios os quais se encontrassem no momento, como mostra a Tabela 1 de acordo com
Cavalcante (1999, p.09).
4. As diretorias da APRN
Até por volta dos anos de 1970, a docência era vista como um sacerdócio e não como
profissão (LOPES JUNIOR, 1992). Os próprios professores consideravam seu trabalho como
o de um missionário, seu propósito era o ensino, o resgate, através da educação, das novas
gerações. Isso é observável nos discursos dos professores, a exemplo do professor Oscar
Wanderley, orador da APRN, na década de 1920, no discurso de inauguração do Grupo
Escolar Antônio de Souza.
A missão do mestre, ou antes, a vossa missão, não é simplesmente exibir o
verbalismo dos conhecimentos que trouxestes da sequencia do vosso curso
normal; é, sobre tudo, formar espíritos, criar aptidões, despertar atividades;
em síntese, induzir a criança ao ensino, com o mesmo carinho, o mesmo
cuidado e o mesmo devotamento com que o floricultor amanhã o terreno de
onde, aos beijos orvalhados da manhã, abrem-se a vida deliciosa dos
perfumes os jasmins e as rosas, tão belos, tão cândidos, tão inocentes como
essas rosas e esses jasmins que aí tendes no augusto ceio desta escola
augusta. (...) Velai-lhes a brancura da pureza d’alma e sêde, para a honra do
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O fato de serem vistos como sacerdotes do magistério, exigia dos professores regras e
um comportamento que estivesse além do ato de ensinar. Os educadores deveriam ser
exemplos de bons padrões morais, comportamentos irrepreensíveis para que sua imagem
fosse referência de seriedade e comprometimento. Além disso, o professor deveria ter
dedicação exclusiva a sua “profissão”, o que nos remete mais uma vez a noção de docência
como sacerdócio ou missão, como nos revela o Capitulo II, artigo 39 paragrafo I, II, e III a
respeito os Princípios Básicos do Magistério.
As mulheres, nesse contexto das primeiras décadas do século XX, eram influenciadas
pelas ideias do celibato pedagógico, que defendia o magistério como ato de dedicação mais
que sacerdotal, deveriam escolher o trabalho ou a formação de uma família. Segundo
informações de Ribeiro (2003), os republicanos com o intuito de modernizar a sociedade por
meio da educação, através dos ideais filosóficos e sociais do positivismo, viam na mulher um
elemento chave para a disseminação de seus princípios no âmbito escolar. O magistério para
as mulheres, em especial, deveria ser admitido como uma missão, onde a questão salarial não
deveria ser central. Sua natureza materna seria uma base de sustentação do lar e a educadora
bondosa das gerações futuras.
Esses docentes, do período estudado, eram diplomados pela Escola Normal, muitos
deles faziam parte da APRN, e desenvolviam suas atividades, consideradas “resgatadoras”,
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Geral de Estatística do estado, em 1927, no ano posterior, Inspetor Federal do Ensino. Nos
anos de 1933 a 1935, foi Diretor Geral da Instrução Publica, ainda publicou quatro livros:
Cenários Norte rio-grandenses, Cenários Municipais, Povoados do Rio Grande do Norte e
Populações Rurais. Em 1945 ele se aposenta no cargo de Diretor Geral do Departamento
Estadual de Estatística.
Ao observarmos a biografia desse e outros professores que participaram da fundação
da APRN, percebemos que a maioria estudou no Colégio Atheneu Norte rio-grandense e na
Escola Normal de Natal, nessas instituições, os sujeitos tinham contato com as ideias do
pensamento cientifico positivista e liberal. De maneira geral, esses locais eram frequentados
pela elite da cidade, o que nos possibilita entender que, de certa maneira, os professores que
iniciaram o movimento, tinham influencia para a mobilização da causa que defendiam,
contaram com o apoio da população elitista local. Além disso, os políticos da cidade,
especialmente nos primeiros anos da APRN, tinham relações intrínsecas com os docentes que
lideravam a Associação (CAVALCANTE, 1999; SANTOS, 2008), por mais que essa se
declarasse apartidária.
O primeiro Estatuto da Associação dos professores foi criado juntamente com
formação da primeira diretoria. Foi posto em discussão cada capítulo, depois de prolongada
observação, foi aprovado o Estatuto da Associação dos Professores do Rio Grande do Norte.
Esse Estatuto esclarecia qual era o objeto da instituição, que por sua vez, consistia na
propaganda do ensino leigo e o combate ao analfabetismo, à defesa e o elevamento da classe
dos professores. As ações que a entidade deveria realizar para manter seus fins, no qual
consistia:
Pela criação de um órgão de publicidade e feição pedagógica, pela
organização de uma biblioteca escolar, pelo auxílio moral e material, quais
necessários aos seus associados, pela instituição de festas cívicas e
conferencias sobre o ensino, pelo auxílio recíproco e os esclarecimentos que
todos os sócios são obrigados a prestar uns aos outros, pela sua interferência
perante as autoridades e aos estabelecimentos de ensino no sentido de
melhorar as condições do mesmo e a execução dos programas escolares, pela
fundação de escolas e cooperativas, pela convocação de congressos
pedagógicos, nos quais sejam apresentados e discutidos teses e questões
técnicas relativas ao ensino em geral, pela criação de uma caixa de auxílio
mútuo e pela beneficência do ensino e do professorado (DUARTE, 1985, p.
23).
criação desse Grupo Escolar foi bem aceita por toda população do bairro, inclusive por
pessoas de destaque da cidade.
A iniciativa da fundação de um grupo escolar na Cidade Alta, para ser
denominado de “Antônio de Souza”, encontrou a mais lisonjeira acolhida
por parte das municipalidades e dos cavaleiros de mais destaque em nossa
vida social. (LIMA, 1923, p.46)
Imagem 4
instruindo com suas colaborações e indicando os melhores métodos a serem cultivados nos
meios educativos.” Ela também apresentava modos de fazer para as práticas docentes.
As produções da revista Pedagogium exercem, entre outros aspectos
formativos, a função de orientar o trabalho docente a fim de transmitir os
melhores modos de conduzir o ensino. Este é realizado através de Lições
práticas de conteúdos das diversas disciplinas dos programas escolares,
como: as Lições de Geografia, que compreendem as aulas de geografia
ministradas pelo professor Francisco Ivo Filho, na Escola Normal em que ele
é professor; as Lições de Idioma sob a responsabilidade do professor Israel
Nazareno; a professora Julia Alves Barbosa, enquanto titular da Cadeira de
matemática da Escola Normal de Natal, trata da questão histórica sobre o
Sistema Métrico Decimal. Diante desse universo de informações e
possibilidades de formação da categoria docente, a Revista cumpre, assim, o
programa de contribuir com a formação profissional docente, bem como de
informar com objetivo de enriquecer o magistério e o ensino. (RIBEIRO,
2003, p. 38)
O referido professor Luís Antônio era natural do município de Açu-RN, ele foi um dos
fundadores da APRN, professor e diretor da Escola Normal de Natal, professor do Atheneu
Norte Rio-grandense; diretor do departamento de Educação, professor e diretor da faculdade
de Medicina, também foi um dos fundadores do ABC Futebol Clube. Conforme palavras de
Duarte (1985, p.52) “Homem de pequena estatura, maneiras simples, de riso acolhedor,
destacou-se, sobretudo, como professor e médico”.
Ainda em 1933, sob a direção do referido professor, a Associação dos Professores teve
a primeira Reforma Estatuária, porém tudo o que foi feito pela primeira diretoria continuou.
Essa diretoria esteve à frente a instituição durante três anos.
No final de 1935 foi eleita à terceira diretoria, (assumida efetivamente em 1936)
presidida pelo professor Antônio Gomes da Rocha Fagundes, tinha por vice-presidente o
professor Manuel Varela de Albuquerque, tesoureiro a professora Alba Brandão, orador o
professor Clementino Câmara, secretário o professor Luís Correia Soares de Araújo (que
continuara no cargo) e bibliotecário a professora Beatriz Lima.
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Após esse período a revista Pedagogium foi desativada e só voltou a circular em 1948, em sua
terceira fase.
O referido diretor, professor Alfredo Lyra fora médico e professor, nasceu em 1891,
na cidade de Mamanguape, no estado da Paraíba, estudou em Mossoró/RN e depois foi
transferido para Natal , onde foi professor da Escola Normal.
Infelizmente em algumas diretorias como essa, foram poucas as informações
recolhidas nos acervos, considerando que em alguns os escritos se perderam com o desgaste
do tempo ou por ausência das informações a respeito de determinados aspectos ou indivíduos.
Após o período de guerra, foi eleita pelo conselho a sétima diretoria, que dirigiu a
entidade de 1946 a 1951 e foi distribuída da seguinte forma: o presidente o professor Luís
Correia Soares de Araújo, o vice-presidente o professor Francisco Ivo, o tesoureiro Acrísio de
Meneses Freire, o secretário o professor Mário Tavares de Oliveira Cavalcante, orador o
professor Clementino Câmara e o bibliotecário o professor Raimundo Soares.
O professor Luiz Soares, como era conhecido, então diretor dessa diretoria, havia
passado por outros cargos do conselho diretor da instituição. Ele nascera em janeiro de 1888
na cidade de Açu/RN. Fez o curso primário na escola particular de Dona Nila Câmara e o
curso de humanidade do Atheneu Norte Rio-grandense. Diplomou-se na turma de 1910 da
referida Escola Normal de Natal. Dirigiu vários grupos escolares no Rio Grande do Norte,
além disso, participou da maioria dos conselhos diretores da APRN e foi um dos pioneiros do
escotismo no estado, a prática do escotismo era vista com uma educação perfeita, que inseria
a criança desde cedo no patriotismo. (PINTO, 2015)
Essa diretoria também dirigiu a Revista Pedagogium na sua terceira fase de existência
(1948), que por sua vez circulou trimestralmente. Na primeira fase de sua circulação (1921-
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1926), as publicações eram feitas três vezes ao ano, posteriormente passou a ser seis. Já na
segunda fase da revista (1940), as publicações se davam quatro vezes ao ano. No período em
questão, tinha por diretor o próprio presidente da Associação, seu propósito nessa fase era ser
um veículo de informações e doutrinação a serviço dos professores através dos artigos que
eram publicados, como mostra a imagem 13 do sumário de uma das edições da revista em sua
terceira fase.
A oitava diretoria toma posse em janeiro de 1952 e permanece até 1953. Tem como
presidente o professor Joaquim de Farias Coutinho, tesoureiro o professor Paulo Vieira
Nobre, secretário o professor Geraldo Magela Cruz, secretaria professora Margarida Saboia
de Lima e Silva, orador o professor Francisco Rodrigues Alves. Não encontramos quem era o
vice-presidente dessa diretoria.
As principais obras dessa diretoria, sob direção do referido professor e seu conselho
diretor foram: a criação de uma biblioteca denominada de Alfredo Simoneti em 1952,
(infelizmente não encontramos dados que nos orientasse sobre a localização e as devidas
informações a respeito desse estabelecimento); a reforma do Estatuto no mesmo ano, a
divisão e criação dos departamentos da Associação dos Professores.
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Em 1954 toma posse a nona diretoria que tem novamente como presidente o professor
Coutinho, vice-presidente José Gurgel de Amaral Valente, secretário o professor Raimundo
Soares de Andrade, professora Helena Silva, orador o professor Francisco Rodrigues Alves,
tesoureiro o professor Paulo Vieira Nobre e bibliotecário o professora Ana Leite de Carvalho.
Essa diretoria esteve a frente da APRN de 1954 a 1955.
A partir de Duarte (1985), a nona diretoria da APRN, sob a resolução nº 1 de 12 de
março de 1955, cria a faculdade d Filosofia de Natal, mas sua inauguração só se da no ano
seguinte, na direção da décima diretoria.
Em janeiro de 1956 toma posse à décima diretoria da APRN composta pelos seguintes
docentes do estado: presidência o professor Paulo Vieira Nobre, vice-presidência o professor
Acrísio Meneses Freire, secretário o professor Álvaro Tavares, secretário a professora Maria
Fernandes da Mota e Silva, orador o professore Luís Correia Soares de Araújo, tesoureiro o
professor Raimundo Soares e bibliotecário a professora Ana Leite de Carvalho.
Nascido em Natal-RN, Paulo Vieira Nobre, formou-se pela Escola Normal de Natal na
turma de 1919, como outros professores citados, ele lecionou em vários estabelecimentos de
ensino no estado, foi Inspetor do Ensino, no período em que esteve a frente da APRN Duarte
(1985, p.124) escreve a respeito dele. “Esteve a frente da Associação de Professores do Rio
Grande do Norte, Exercendo o cargo de Presidente, quando se empenhou a fundo, para a
fundação da Faculdade de Filosofia, sendo um dos batalhadores incansáveis, para a
concretização da mesma [...]”.
Além dos grupos escolares e outras instituições de ensino, a APRN projetou a criação
de uma instituição de Ensino Superior. Alguns professores, dirigentes da APRN, sonharam
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com essa realização e em 1956 a Faculdade de Filosofia foi autorizada a funcionar, por meio
do decreto Federal nº 40.573, de 18 de dezembro de 1956. A partir de Cavalcante (1999), essa
obra foi fundamental para o surgimento em 1959 da Universidade do Rio Grande do Norte.
Na imagem 15 a fachada da referida Faculdade.
O período de 1966 a 1967 foi dirigido pela décima quinta diretoria, que tinha por
presidente o professor João Batista Pinheiro Cabral, seu vice-presidente era o professor
Acrísio de Meneses Freire, secretaria a professora Maria Aulina, orador o professor Amadeus
Araújo, tesoureiro o professor Eugenio Fernandes e bibliotecário o professor Homero de
Oliveira Dantas.
O professor João Batista Cabral nasceu em Açú-RN, no ano de 1941, quando veio para
Natal, estudou inicialmente no Seminário Bereiano, mas depois ingressou no Atheneu Norte
rio-grandense. Em 1968 formou-se em História pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, na mesma instituição, iniciou o curso de Direito, mas interrompeu por algum tempo,
quando foi estudar nos Estados Unidos, cursou mestrado em New York. Foi presidente da
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APRN, “cargo que exerceu com dinamismo e entusiasmo. Com apenas 25 anos, foi o mais
novo presidente daquela associação de classe e também um dos mais eficientes e
empreendedores” (MELQUÍADES, 1985, p. 138)
Na gestão do referido professor, algumas obras foram realizadas para o melhoramento
da entidade, a exemplo da reforma que fora feito no prédio sede da instituição, promoveu a
ampliação do numero de sócios a APRN e seus colaboradores, mobilizou campanhas para o
aumento salarial para a classe de professores do ensino primário e médio, entre outras coisas.
Sua obra intelectual também é densa, com publicações em Jornais e Revistas especializadas,
em 1976 publicou seu primeiro livro, intitulado “O Partido Liberal na História” que tratava da
crise do partido liberal no México.
A décima sexta diretoria dirigiu a entidade de 1968 a 1971, essa, teve por presidente o
professor Acrísio de Meneses Freire, seu vice-presidente era a professora Maria Alexandrina
Sampaio, secretário o professor Joaquim de Farias Coutinho, o tesoureiro o professor Eugenio
Fernandes, orador o professor Geraldo Magela Cruz e o bibliotecário a professora Iolanda
Cortez.
O professor Acrísio Freire, como era mais conhecido, nasceu em 1902. Em 1922
diplomou-se pela Escola Normal de Natal, foi técnico em contabilidade pelo Colégio Santo
Antônio, atual Marista. Como professor, exerceu sua função em diversos municípios do RN,
na capital, trabalhou no Grupo Escolar Isabel Gondim, no Bairro das Rocas, de 1935 até seus
últimos dias de vida. Possuiu cargos como Inspetor do Ensino Primário do estado, professor
da Escola Normal de Natal, professor do Centro de Instrução Almirante Tamandaré (CIAT),
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diretor e fundador da Escola Técnica de Comércio Alberto Maranhão. Além disso, foi
membro do conselho Regional da União dos Escoteiros do Brasil.
No período que esteve à frente da APRN, organizou a festa dos cinquenta anos da
instituição, promoveu palestras para os professores a respeito de diversos assuntos, a exemplo
de: “O professor e a Igreja atual” palestrante Nivaldo Monte; “A personalidade do Professor”,
palestrante: professor Nivaldo Ferreira; “O valor do Professor Primário” com o padre Agnelo
Barreto.
A décima sétima diretoria esteve à frente da APRN no período de 1972 a 1973 e pela
primeira vez uma mulher esteve sob direção da Associação dos Professores, a professora
Almira Melo do Amaral, seu vice-diretor era professor Geraldo Magela Cruz, secretária a
professora Nancy Gomes dos Santos, orador o professor Acrísio Freire e o tesoureira a
professora Francisca Maciel, foi um conselho diretor composto, em sua maioria, por
mulheres. Infelizmente não encontramos informações a respeito da referida professora.
A décima oitava diretoria esteve à frente, no ano de 1974 a 1976, sua diretora foi a
professora Olindina Gomes da Costa, seu vice-presidente era o professor João Batista Viana,
o secretario o professor Joaquim Coutinho, secretário a professora Maria Zélia de Souza, o
orador o professor João Ferreira Neto, o tesoureiro a professora Maria das Neves Pereira Pinto
e a bibliotecária a professora Teodelina Albuquerque.
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A professora Olindina Lima Gomes da Costa nasceu em 1919, seu pai fora um
dos presidentes da APRN, o também professor, Luís Antônio dos Santos Lima. Atuou como
professora do Atheneu Norte Rio-grandense estagiou nos Estados Unidos, foi secretária
Municipal de Educação, entre outras coisas, recebeu diversas homenagens e medalhas de hora
ao mérito em educação.
Enquanto esteve à frente da Associação de Professores, organizou algumas
programações que geraram verbas para a organização da Casa do Professor, outrora, nesse
mesmo espaço, funcionou o Jardim de Infância Aurea Barros. Essa instituição tinha
capacidade de abrigar em média cinquenta pessoas, possuía seus próprios funcionários. Ela
servia de abrigo para professores da capital ou de outras regiões que precisasse, por quaisquer
motivo, de hospedagem. Para ter esse direito, teria que ser sócio da APRN e estar em dia com
seus compromissos junto a tesouraria.
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A décima nona diretoria (1977-1979) foi presidida pela professora Iracema Brandão,
os respectivos secretários foram os professores Manuel Vieira e Maria Queiroz, o tesoureiro a
professora Maria Pinto, orador a professora Francisca Nolasco e o bibliotecário a professora
Francisca Nogueira.
sociais, como a classe média e o contexto politico e econômico da década de 1980 no país
(SANTOS, 2008).
Ao observarmos com atenção podemos perceber que até as vestes dos professores
foram alteradas, olhando as imagens dos diretores citados anteriormente, percebemos que
todos estão vestidos de maneiras formais, fazendo uso de terno e gravata, as mulheres também
aparecem nas imagens com roupas formais. No entanto, se observarmos a imagem 23, do
professor Manuel de Lucena, um dos personagens do início desse novo tempo da APRN,
notamos que suas vestes não eram como às dos professores que o antecedeu, o que nos fez
entender que até em aspectos aparentemente sem importância, como as roupas, houveram
alterações. Sendo assim, acreditamos que a mudança gerada no ideário desses professores,
também se refletiram nas suas vestimentas. Esses indícios nos revela detalhes consideráveis
para a narrativa histórica.
Associação dos Professores nos anos de 1980 a 1982, foi presidida pelo professor
Manuel Barbosa de Lucena, o vice-presidente o professor Geraldo Pinto, os secretário foram
os professores Sara Pimenta e Antônio de Araújo, tesoureira a professora Vilma Tinoco,
orador a professora Maria de Oliveira e bibliotecária a professora Ieda Trigueiro. Essa
diretoria através de alguns projetos buscou a integração estadual das Associações de
professores dos municípios que ainda não faziam parte constituinte da APRN.
O professor Manuel de Lucena nasceu em janeiro de 1938 na cidade de Rio Tinto- PB,
cursou o primeiro e segundo grau no seminário de São Pedro, cursou filosofia na universidade
Católica de Pernambuco, teologia em fortaleza e mestrado em filosofia contemporânea pela
Universidade Federal de Minas Gerais. Foi professor do segundo grau, professor assistente da
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6. Palavras finais
Referências
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São
Paulo: Companhia das Letras. 1986.
DUARTE, Jose Horaldo Teixeira. História da Associação dos Professores do Rio Grande
do Norte. Natal: Companhia Editora do Rio Grande do Norte, 1985.200p.
ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: J.
Zahar editora, 1994.
MORAIS, Maria Arisnete Câmara de. SILVA, Francinaide de Lima. História da Profissão
Docente em Natal/RN (1908-1920). Revista Diálogo educ. Curitiba, v. 9, n. 27, p. 267-278,
maio/ago. 2009.
RIO GRANDE DO NORTE. Livro de registro nominal dos professores diplomados pela
Escola Normal de Natal (1910-1962). Livro de Natal: Escola Normal, 1940.