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Lista de Dispensa de Contestar e Recorrer


(Art.2º, V, VII e §§ 3º a 8º, da Portaria PGFN Nº
502/2016)
Lista exemplificativa de temas com jurisprudência consolidada do STF e/ou de Tribunal
superior, inclusive a decorrente de julgamento de casos repetitivos, em sentido
desfavorável à Fazenda Nacional, conforme art. 2º, V, VII e §§ 3º a 8º, da Portaria PGFN Nº
502/2016

ORIENTAÇÕES GERAIS:
A presente lista ser á constantemente atualizada e contém:

(i) no item “1”, lista exemplifica tiva de temas com jurisprudência consolidada do STF e/ou de
Tribunal superior, inclusive a decorrente de julgamento de casos repetitivos, em sentido
desfavorável à Fazenda Nacional, aos quais se aplica o disposto no art. 19 da Lei nº 10.522/02 e nos
arts. 2º, V, VII, §§ 3º a 8º, 5º e 7º da Portaria PGFN Nº 502/2016.

(ii) no item “2”, lista de temas em relação aos quais, nada obstante exista jurisprudência
consolidada em desfavor da Fazenda Nacional, há orientação no sentido de se continuar a
contestar e/ou recorrer, dada, por exemplo, a viabilidade de submissão da controvérsia ao STF.
Em cada tema há justificativa par a tal medida.

Via de regra, não serão incluídos na lista temas de natureza processual “simples”, assim
entendidos como aqueles que digam respeito a questões processuais comuns, como as referentes
ao cabimento dos recursos extremos, ao respectivo pr azo recursal, dentr e outras.

Os temas submetidos à disciplina da Portaria Conjunta PGFN/RFB n. 01/2014 e que ensejam


(além do disposto nos incisos I e II do art. 19 da Lei nº 10.522/02) aplicação do disposto nos §§
4º, 5º e 7º do art. 19 da Lei nº 10.522/02, estão disponibilizados no sítio eletrônico da RFB
(http://idg.receita.fazenda.gov .br/acesso-r apido/legislacao/decisoes-v inculantes-do-stf-e-do-
stj-repercussao-ger al-e-recursos-repetitivos)

Conforme prevê o art. 12 da Portaria PGFN Nº 502/2016, serão, em breve, propostos atos
normativos e alterações legislativ as aptas a reforçar a segurança e a eficiência da referida
Portaria, em especial no que se refere à matéria disciplinada nos §§ 4º, 5º e 7º do art. 19 da
Lei nº 10.522/02

SUMÁRIO

1. Temas em relação aos quais se aplica o disposto no art. 19 da Lei nº 10.522/02 e nos arts. 2º,
V, VII, §§ 3º a 8º, 5º e 7º da Portaria PGFN Nº 502/2016:

1.1 – Ação Anulatória


1.2 - Adicional ao Frete par a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM)
1.3 - Adicional de Indenização do Tr abalhador Portuário A vulso (AITP)
1.4 - Certidão de Dívida Ativa
1.5 - CND / CPD-EN
1.6 - CNPJ
1.7 - Compensação e repetição
1.8 - Contribuição Previdenciária 
1.9 - Contribuição par a o salário-educação
1.10 - CPMF
1.11 - Crédito rur al
1.12 - CSLL
1.13 - Denúncia espontânea
1.14 - Desembar aço aduaneiro
1.15 - Eletrobr as
1.16 - Execução Fiscal
1.17 - FGTS
1.18 - Fraude à Execução
1.19 - Honor ários Advocatícios
1.20 - IPI
1.21 - Imposto de Importação (II)
1.22 - Imposto de Renda (IR)
1.23 - Imunidades
1.24 - Instruções Normativas da RFB
1.25 - ITR
1.26 - Multas
1.27 - Pagamento Indevido
1.28 - Parcelamento
1.29 - Pena de Perdimento
1.30 - Penhor a
1.31 - PIS/COFINS
1.32 - Prescrição e Decadência
1.33 - Procedimento A dministrativo Fiscal
1.34 - Processo civil
1.35 - Redirecionamento
1.36 - Sentença e coisa julgada
1.37 - SIMPLES
1.38 - Suspensão do Crédito Tributário
1.39 - Terreno de Marinha
1.40 - IOF

2. Temas em relação aos quais NÃ O se aplica o disposto no art. 19 da Lei nº 10.522/02 e nos
arts. 2º, V, VII, §§ 3º a 8º, 5º e 7º da Portaria PGFN Nº 502/2016, pelas r azões apontadas no
respectivo item:

1 - Contribuição Previdenciária  

2.2 - Execução contr a Fazenda Pública


2.3 - IPI
2.4 - PIS/COFINS
2.5 - Imposto de Importação

1.1 - Ação Anulatória


a) Depósito prévio – art. 38 da Lei nº 6.830/80

REsp 962.838/B A (tema nº 241 de recursos repetitivos)


Resumo: É ilegítima a exigência de depósito prévio previsto no art. 38 da Lei 6.830/80 como
condição de procedibilidade da ação anulatória de crédito tributário, não tendo sido o referido
dispositivo legal recepcionado pela Constituição Federal de 1988, em virtude de incompatibilidade
material com o seu art. 5º, inciso XXXV .

1.2 - Adicional ao Frete par a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM)

a) Alíquota aplicável - Legislação vigente no momento do fato ger ador

Precedentes: Resp 981108/SP, Ag 1083168/SP, Resp 324582/SP, Resp 86827/SP e Resp 86992/SP .
Resumo: O fato jurídico ensejador da tributação pelo Adicional ao Frete para Renovação da
Marinha Mercante (AFRMM) é a entrada da mercadoria estrangeira no porto de descarga, nos
termos do § 1º, do artigo 2º, do Decreto-Lei 2.404/87. Consequentemente, a legislação aplicável é
aquela vigente no momento do fato gerador, não importando a data da celebração do contrato de
transporte nem a data de início do tr ansporte da mercadoria.

1.3 - Adicional de Indenização do Tr abalhador Portuário A vulso (AIT P)

a) Sujeito passivo - Importador

Precedentes: RESP 915290/SP, RESP 441255/SP, RESP 140984/BA, RESP 273599/SP e RESP
130274/BA.
Resumo: O importador não é sujeito passivo. O contribuinte do Adicional de Indenização do
Trabalhador Portuário Avulso (AITP) é somente o operador portuário, pessoa jurídica pré-
qualificada para execução dos serviços na área do Porto Organizado. O Decreto nº 1.035/93, ao
promover a equiparação do importador ao operador portuário, extrapolou os limites da Lei nº
8.630, que instituiu o referido adicional.

1.4 - Certidão de Dívida Ativa

a) CDA - Substituição - Correção de erro material e formal.

REsp 1.045.472/B A (tema nº 166 de recursos repetitivos)


Resumo: A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação da
sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a
modificação do sujeito passivo da execução (Súmula 392/S TJ).
OBSERVAÇÃO: Este tema difere-se daquele tratado nos autos do Recurso Especial 1.115.501/SP,
julgado em 10/11/2010, tendo o STJ decidido favoravelmente à Fazenda Nacional, no sentido de
que é possível a alteração do valor constante da CDA, sem resultar em extinção da execução fiscal,
quando a oper ação importe em meros cálculos aritméticos.
OBSERVAÇÃO 2: Em relação à massa falida, é possível, até a prolação da sentença de embargos,
na forma do art. 2º, § 8º, da Lei nº 6.830/80, substituir a CDA, já que não se trata de modificação do
sujeito passivo da execução. De acordo com o STJ, no RESP nº 1372243/SE , julgado na forma do art.
543-C do CPC/1973, “afigura-se equivocada a compreensão segundo a qual a retificação da
identificação do polo processual - com o propósito de fazer constar a informação de que a parte
executada se encontra em estado falimentar - implicaria modificação ou substituição do polo
passivo da obrigação fiscal”.

1.5 - CND / CPD-EN

a) Desembar aço aduaneiro - Dr awback

REsp nº 1.041.237/SP (tema nº 165 de recursos repetitivos)


Resumo: “Na importação, é indevida a exigência de nova certidão negativa de débito no
desembaraço aduaneiro, se já apresentada a comprovação da quitação de tributos federais
quando da concessão do benefício relativo ao regime de dr awback” (Súm ula 569/STJ).

b) Fazenda Pública - Embargos à execução - A ção anulatória

REsp 1.123.306/SP (tema nº 273 de recursos repetitivos)


Resumo: Uma vez embargada execução fiscal proposta em face de entes públicos (Estados,
Municípios, DF ou autarquias e fundações públicas), ou ajuizada ação anulatória de débito fiscal
por tais entes, estes fazem jus à obtenção de Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa,
independentemente de prévia penhor a, eis que seus bens são impenhor áveis.
OBSERVAÇÃO: Após a oposição de embargos à execução fiscal pelo ente público, é possível o
fornecimento de certidão positiva com efeito de negativa, direito que deve ser franqueado ao
embargante durante todo o curso dos embargos. Findos os embargos, e dando-se prosseguimento
à execução fiscal, cabe ressaltar que a inscrição de precatório, com a respectiva inclusão na
dotação orçamentária da entidade pública executada da verba necessária à quitação do débito,
com vistas ao pagamento até o final do exercício seguinte ao da apresentação, é circunstância que
qualifica os interesses que a certidão positiva com efeito de negativa visa a tutelar. Caso o
pagamento do precatório não seja realizado dentro do prazo constitucio nal, é legítima a recusa do
Fisco na entrega da certidão.

c) Pedido de revisão - Art. 13 da Lei nº 11.051/2004

REsp 1.122.959/SP (tema nº 384 de recursos repetitivos)


Resumo: A recusa, pela Administração Fazendária Federal, do fornecimento de Certidão Positiva
com efeitos de Negativa (CPD-EN), no período de 30.12.2004 a 30.12.2005, revela-se ilegítima na
hipótese em que configurada pendência superior a 30 (trinta) dias do pedido de revisão
administrativa formulado pelo contribuinte, fundado na alegação de pagamento integral do
débito fiscal antes de sua inscrição na dívida ativa, ex vi do disposto no artigo 13, da Lei
11.051/2004.

d) Ação cautelar - Gar antia - CPC/1973

REsp 1.123.669/RS (tema nº 237 de recursos repetitivos)


Resumo: Possibilidade de oferecimento de garantia, em sede de ação cautelar, cujo respectivo
executivo fiscal ainda não foi ajuizado, visando à obtenção de certidão positiva com efeitos de
negativa. Em sendo o credito tributário, destaque-se que não se caracteriza nenhuma das
hipóteses de suspensão de exigibilid ade (art. 151 do CTN). Referido entendimento foi firmado na
vigência do CPC/1973, podendo não ser mantido sob a égide do nCPC, dada a extinção do processo
cautelar autônomo.
1.6 - CNPJ

a) Restrições por norma infr alegal

REsp 1.103.009/RS (tema nº 225 de recursos repetitivos)


Resumo: É ilegítima a criação de empecilhos, mediante norma infralegal, para a inscrição e
alteração dos dados cadastr ais no CNPJ.

1.7 - Compensação e repetição

a) Compensação - Direito intertempor al

REsp 1.137.738/SP (tema nº 265 de recursos repetitivos)


Resumo: (i) Com o advento da Lei 10.637, de 30 de dezembro de 2002, tornou-se possível a
compensação de créditos apurados pelo contribuinte, relativos a tributos arrecadados e
administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, com débitos próprios relativos a
tributos também arrecadados e administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil,
independentemente do destino de suas respectivas arrecadações. A compensação se dá mediante
a entrega, pelo contribuinte, de declaração na qual constem informações acerca dos créditos
utilizados e respectivos débitos compensados, sendo a data da entrega da declaração o termo a
quo a partir do qual se considera extinto o crédito tributário, sob condição resolutória de sua
ulterior homologação, que deve se oper ar no prazo de 5 (cinco) anos;
(ii) As demandas judiciais que discutam compensação tributária devem ser julgadas à luz da
legislação vigente à época da sua propositura (que compõem a sua causa de pedir), não podendo
ser consideradas as leis, relativas à tal matéria, que lhes forem supervenientes. Nada impede,
entretanto, que o contribuinte proceda à compensação pela via administrativa, em conformidade
com a legislação posterior, desde que atendidos os requisitos próprios; e
(iii) A vedação constante do art. 170-A não se aplica aos créditos tributários, cuja compensação se
pretende, que estejam sendo discutidos em juízo por meio de ação judicial ajuizada em data
anterior à entrada em vigor do mencionado dispositivo legal. Sobre este especifico tema
(aplicação do art. 170-A do CTN).
OBSERVAÇÃO: Registre-se que o entendimento firmado no julgado em foco não se aplica aos
valores indevidamente pagos pelos contribuintes a título de contribuições previdenciárias, sendo
certo que esses valores não podem ser compensados com todo e qualquer tributo devido pelo
contribuinte, administrado pela Receita Federal do Brasil, mas, tão-somente, com contribuições
previdenciárias devidas por esse mesmo contribuinte. Ou seja: crédito relativo a contribuição
previdenciária somente pode ser compensado com débito relativo a contribuição previdenciária,
sendo inviável que a compensação se dê com outros tributos em geral, administrados pela SRFB,
tal qual prevê o art. 74 da Lei n. 9.430/96. É o que se extrai do art. 26, parágrafo único da Lei n.
11.457/2007, segundo o qual o art. 74 da Lei n. 9.430/96 não se aplica às contribuições
previdenciárias.

b) Art. 170-A do CTN - Demandas propostas anteriormente à sua vigência

REsp 1.164.452/MG (tema nº 345 de recursos repetitivos)


Resumo: A lei que regula a compensação tributária é a vigente na data do encontro de contas
entre os recíprocos débito e crédito da Fazenda Nacional com o contribuinte. Em se tratando de
crédito objeto de controvérsia judicial, é vedada a sua compensação antes do “trânsito em julgado
da respectiva decisão judicial”, conforme prevê o art. 170-A do CTN, vedação que, todavia, não se
aplica às ações judiciais propostas em data anterior à vigência desse dispositivo, introduzido pela
LC 104/2001.
OBSERVAÇÃO: Vide Parecer/PGFN/CA T nº 2093/2011 , o qual define que o encontro de contas se
dará na data em que o contribuinte apresentar a primeira DECOMP válida informando a
compensação pretendida, ainda que no decorrer dos cinco anos contados desta data sobrevenha
modificação legal.

c) Compensação - Embargos à execução fiscal

REsp 1.008.343/SP (tema nº 294 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ entendeu que a compensação tributária realizada antes do ajuizamento da
Execução Fiscal adquire a natureza de direito subjetivo do contribuinte, quando ocorrerem,
concomitantemente três elementos:
(i) a existência de crédito tributário , como produto do ato administrativo do lançamento ou do
ato-norma do contribuinte que constitui o crédito tributário;
(ii) a existência de débito do fisco, como resultado: (a) de ato administrativo de invalidação do
lançamento tributário, (b) de decisão administrativa, (c) de decisão judicial, ou (d) de ato do
próprio administrado, quando autorizado em lei, cabendo à Administração Tributária a
fiscalização e ulterior homologação do débito do fisco apur ado pelo cont ribuinte; e
(iii) a existência de lei específica, editada pelo ente competente, que autorize a compensação, ex vi
do artigo 170, do CTN. Assim, a compensação pode ser oponível em sede de embargos à execução
(Lei 6.830/80, art. 16, § 3º). Segundo o STJ: O advento da Lei 8.383/91 (que autorizou a
compensação entre tributos da mesma espécie, sem exigir prévia autorização da Secretaria da
Receita Federal) superou o aludido óbice legal, momento a partir do qual passou a ser admissível,
no âmbito de embargos à execução fiscal, a alegação de extinção (parcial ou integral) do crédito
tributário em razão de compensaçã o já efetuada (encartada em crédito líquido e certo apurado
pelo próprio contribuinte, como sói ser o resultante de declaração de inconstitucionalidade da
exação), sem prejuízo do exercício, pela Fazenda Pública, do seu poder-dever de apurar a
regularidade da operação compensatória. Observe-se que faz-se necessário que a compensação
tenha ocorrido em momento anterior ao ajuizamento da execução fiscal atingindo a liquidez e a
certeza do título executivo, o que se dessume da interpretação conjunta dos artigos 170, do CTN, e
16, § 3º, da LEF, sendo certo que, ainda que se trate de execução fundada em título judicial, os
embargos do devedor podem versar sobre causa extintiva da obrigação (artigo 714, VI, do
CPC/1973).
Consequentemente, a compensação efetuada pelo contribuinte, antes do ajuizamento do feito
executivo, pode figurar como fundamento de defesa dos embargos à execução fiscal, a fim de
ilidir a presunção de liquidez e certeza da CDA, máxime quando, à época da compensação,
restaram atendidos os requisitos da existência de crédito tributário compensável, da configuração
do indébito tributário, e da existência de lei específica autorizativa da citada modalidade extintiva
do crédito tributário.

d) Compensação de ofício

REsp 1.213.082/PR (tema nº 484 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ reconheceu a legalidade da compensação de ofício, exceto nos casos em que os
débitos do sujeito passivo se encontram com a exigibilidade suspensa, na forma do art. 151 do
CTN – o que engloba débitos incluídos em parcelamentos. A Corte, na ocasião, entendeu pela
ilegalidade do art. 6º e parágrafos do Decreto n. 2.138/97, bem como das instruções normativas da
SRF que regulamentam a compensa ção de ofício no âmbito da Administração Tributária Federal,
porquanto teriam extrapolado o art. 7º do Decreto-Lei n. 2.287/86, somente no que diz respeito à
imposição da compensação de ofício aos débitos com exigibilidade suspensa.
OBSERVAÇÃO: Deve-se defender a realização de compensação de ofício efetuada após a edição da
Lei 12.844, de 19 de julho de 2013, em razão da disposição expressa contida no art. 73, parágrafo
único, da Lei nº 9.430/96 que prevê sua realização quando os débitos não estiverem parcelados ou
parcelados sem gar antia.
parcelados sem gar antia.

e) Compensação - PIS - INs 67/92, 21/97 e 73/97 - Interesse de agir

REsp 1.121.023/SP (tema nº 337 de recursos repetitivos)


Resumo: Compensação de valores indevidam ente recolhidos a título de PIS, sem as limitações
introduzidas pelas INs 67/92, 21/97 e 73/97. Remanesce o interesse de agir do particular, nos casos
em que há resistência do Fisco em proceder à compensação nos moldes pleiteados pelos
contribuintes.

f) Valores relativos às contribuições da LC nº 110/2001 - Valores recolhidos após a Lei nº


9.250/95 - SELIC

Precedentes: AG 1014788/SC, RESP 971506/RS e RESP 1022568/RS.


Resumo: Nas hipóteses de repetição ou compensação de valores recolhidos indevidamente com
base nos arts. 1º e 2º da Lei Complementar nº 110/2001, ante a natureza tributária das exações, é
devida a Taxa Selic caso o recolhimento tenha ocorrido após a edição da Lei nº 9.250/95.

g) Compensação - DCTF - Anterior à MP 135/2003 - Cobrança de saldo suplementar -


Necessidade de lançamento

Precedentes: RESP 1181598/SC, RESP 981.095/RS, RESP 1024227/PR, RESP 981.095/RS, RESP
667.337/RS, ERESP 576661/RS, REsp 1240110/PR e REsp 1205004/SC.
Resumo:   Anteriormente à vigência da MP 135/2003, a mera informação, em DCTF, relativa à
compensação realizada, não autorizava o Fisco a inscrever imediatamente em DAU para cobrança
dos valores indevidamente compensados, pois não havia confissão do contribuinte quanto a tais
valores, mas sim mera declaração do procedimento realizado, sendo necessário o lançamento.

Data da Alter ação: 05/04/2018

h) Compensação. Recurso administrativo interposto pelo contribui nte antes do advento da


Medida Provisória nº 135/2003 (convertida na Lei nº 10.833/2003)

Precedentes: EREsp nº 977.083-RJ, EREsp nº 850.332-SP, AgRg no REsp nº 962.437-RS, AgRg no


REsp nº 1086036-RS, A gRg no AREsp nº 445.145-RJ.
Resumo: O recurso administrativo interposto pelo contribuinte contra o indeferimento de pedido
de compensação, ainda que protocolizado em momento anterior à Medida Provisória nº 135/2003
(convertida na Lei nº 10.833/2003), suspende a exigibilidade do crédito tributário, por força do art.
151, III, do CTN.

i) Compensação - Contribuições destinadas a outras entidades ou fundos (terceiros) -


Ilegalidade do art. 47 da IN RFB 900/2008 e do art. 59 da IN RFB 1.300/2012   

Precedentes: AgInt no REsp 1591475/SC, AgInt no REsp 1536294/SC, AgInt no REsp 1547436/RS,
AgInt no REsp 1591475/SC, REsp 1498234/RS, A gInt no REsp 1585231/SC e REsp nº 1607802/RS.
Resumo: o STJ firmou orientação quanto à ilegalidade do art. 47 da IN/RFB nº 900, de 2008 (já
revogado), e do art. 59 da IN/RFB nº 1.300, de 2012, que vedam a compensação das contribuições
destinadas a outras entidades ou fundos, por exorbitarem de sua função meramente
regulamentar. No entanto, ressalva o STJ que devem ser aplicados à hipótese os arts. 66 da Lei nº
8.383, de 1991, 39 da Lei nº 9.250, de 1995, e 89 da Lei nº 8.212, de 1991, a fim de permitir que o
indébito referente às contribuições destinadas a terceiros seja objeto de compensação com
parcelas vencidas posteriormente ao pagamento, relativas a tributo de mesma espécie e
destinação constitucional, observando-se, contudo, a limitação constante do art. 170-A do CTN.

Referência: Nota PGFN/CRJ Nº 1245/2016

*Data da inclusão: 21/12/2016

1.8 - Contribuição Previdenciária

a) Gratificação natalina – Período anterior à Lei nº 8.620/93

REsp 1.066.682/SP (tema nº 215 de recursos repetitivos)


Resumo: Ilegalidade da forma de cálculo em separado da contribuição previdenciária incidente
sobre a gratificação natalina, sob a égide da Lei 8.212/91, ou seja, antes da edição da Lei nº
8.620/93.

b) Retenção - T omador do serviço - Optantes do Simples

REsp 1.112.467/DF (tema nº 171 de recursos repetitivos)


Resumo: A retenção da contribuição para a seguridade social pelo tomador do serviço não se
aplica às empresas optantes pelo Simples. A retenção, pelo tomador de serviços, de contribuição
sobre o mesmo título e com a mesma finalidade, na forma imposta pelo art. 31 da Lei 8.212/91 e
no percentual de 11%, implica supressão do benefício de pagament o unificado destinado às
pequenas e microempresas. Sobre o tema, vide Súmula 425/S TJ.
OBSERVAÇÃO: Deve ser apresentada contestação e interposto recurso quando se tratar de
empresa que exerça atividade de prestação de serviços na forma dos incisos I e VI do § 5º- C do
art. 18 da LC 123/2006, hipótese em que a contribuição para o SIMPLES não inclui a contribuição
previdenciária patronal, a qual deve ser recolhida da mesma forma que os demais contribuintes.

c) Auxílio-creche

REsp 1.146.772/DF (tema nº 338 de recursos repetitivos)


Resumo: Não incidência da contribuição previdenciária sobre os valores recebidos a título de
auxílio-creche. Sobre o tema, vide Súmula 310/S TJ.
Vide Ato Declar atório n.º 11/2008, revogado pelo AD 13/2011.

d) FUNRURAL - Base de cálculo - V alor do frete

REsp 1.138.159/SP (temas nº 266 e 267 de recursos repetitivos)


Resumo: (i) É de 5 anos o prazo decadencial para a constituição das contribuições previdenciárias
cujos fatos ger adores são anteriores à vigência da CF/88;
(ii) No que tange ao prazo prescricional para a cobrança das contribuiçõ es previdenciárias, fixou-
se o entendimento de que: a) até a EC n.08/77, o prazo é de 5 anos (CTN); b) após a EC n. 08/77 e
antes da CF/88, o prazo é de 30 anos (Lei n. 3807/60); c) após a CF/88, o prazo é de 5 anos (Súmula
Vinculante n. 8 e CTN); e
(iii) É ilegal a inclusão do valor do transporte (frete) na base de cálculo da contribuição
previdenciária ao FUNR URAL, por não integr ar o valor comercial do produto rur al.
Sobre o tema, ver Ato Declar atório nº 03/2010.

e) Repetição de indébito - Inaplicabilidade do art. 166 do CTN


REsp 1.125.550 (tema nº 232 de recursos repetitivos)
Resumo: Na repetição de indébito tributário referente a recolhimento indevido de contribuição
previdenciária, instituída pelo artigo 3º, inciso I da Lei nº 7.787/89 e mantida pela Lei nº
8.212/91(art. 22, inc. I), é desnecess ária a comprovação de que não houve repasse do encargo
financeiro decorrente da incidência do imposto ao consumidor final, eis que se trata, na espécie,
de tributo direto.
Assim, a restrição antes imposta pelo art. 89, §1º, da Lei nº 8212/91 (que se encontra revogado pela
Lei nº 11.941/2009 ) não constitui óbice à restituição do valor pago indevidamente a título de
contribuição previdenciária, já que o mencionado dispositivo era expresso ao dispor que a
obrigatoriedade de comprovação do não repasse a terceiro se fazia necessária, apenas, em relação
às contribuições "que, por sua natureza, não tenham sido transferida ao custo de bem ou serviço
oferecido à sociedade", o que não ocorre com a contribuição em tela.

f) Responsabilidade pelo recolhim ento - Valor bruto da nota fiscal ou fatura da prestação
de serviços executados mediante cessão de mão de obr a

REsp 1.131.047/MA (tema nº 335 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ entendeu que, com a nova redação dada ao art. 31 da Lei 8.212/91, pela Lei
9.711/98, nos casos em que houver retenção do valor correspondente à contribuição
previdenciária pela empresa tomadora de serviço, apenas ela é responsável pelo pagamento da
contribuição dos trabalhadores terceirizados, sendo totalmente excluída a responsabilidade da
empresa cedente de mão de obra. Assim, quanto aos valores retidos, se a tomadora de serviços
deixar de recolher o tributo aos cofres públicos, ou recolher a menor, a responsabilidade é
exclusivamente sua, não havendo que se falar em responsabilidade subsidiária ou sucessiva da
empresa cedente.

g) Empregador rur al pessoa física - Base de cálculo - Período anteri or à Lei nº 10.256/01

RE 596.177 (tema nº 202 de repercussão ger al)


Resumo: Em feito com repercussão ger al referente ao tema relativo à contribuiçã o previdenciária
incidente sobre o produtor pessoa natural, o STF reconheceu a inconstitucionalidade do art. 1º da
Lei 8.540/1992, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV,
da Lei nº 8.212/91, com a redação atualizada até a Lei 9.528/97.
OBSERVAÇÃO: O STF declarou, apenas por vício formal, a inconstitucionalidade da cobrança da
contribuição social do empregador rural pessoa física, sem se pronunciar sobre a Lei nº
10.256/2001, que será abordada no RE nº 718.874/RS, que já possui repercussão geral reconhecida.
Desse modo, é importante que se mantenha a forma de recolhimento da contribuição sobre o total
da produção no período posterior à Lei nº 10.256/2001. A Corte Suprema, igualmente, não
analisou a questão do segurado especial, que será tratada no RE nº 761.263/SC, também com
repercussão ger al reconhecida.
OBSERVAÇÃO 2: Quem possui direito à repetição de indébito é o contribuinte de fato, o
empregador rural. Os subrrogados apenas possuem direito a deixar de reter o tributo que seria
repassado posteriormente à Administração. As empresas que compram os produtos dos
contribuintes, empregadores rurais pessoas naturais, não são contribuintes do tributo, mas meros
subrrogados, nos termos do art. 30, III, da Lei nº 8.212/1991 (vide RE 363.852/MG)
OBSERVAÇÃO 3: É importante que, para os casos envolvendo exações anteriores à Lei nº
10.256/2001, seja demonstrada a repristinação da legislação anterior, que determinava a
incidência sob a regr a geral, ou seja, sobre a folha de salários.
Com efeito, o STF, no RE nº 363.852/MG, entendeu inconstitucional a técnica de cálculo de
contribuição, na forma da Lei nº 9.528/1997, mas não declarou a inconstitucionalidade da
cobrança de contribuição previdenciária do empregador rural pessoa física. Como subsiste a
exação, mudando-se apenas a forma de cálculo, tem-se, então, situação de repristinação
constitucional, retornando a legislação anterior, que, supostamente, havia sido revogada pela lei
inconstitucional.
Quanto à restituição/compensação, é indispensável que se restrinja à eventual diferença entre a
quantia devida (em decorrência da aplicação do art. 22, I e II, da Lei nº 8.212/91) e o montante
pago por força da lei declarada inconstitucional. Na hipótese, cabe ao sujeito passivo a
comprovação de que efetivamente existe, com a observância do regime originário da Lei nº
8.212/91, saldo em seu favor. Nesse sentido, existem precedentes do STJ (exemplo: AgRg no RESP
nº 1.344.881/RS) bem como a Questão de Ordem na AC nº 50000552-77.20 10.4.04.7210, julgada pela
1ª Seção do TRF4.
Em relação à execução fiscal, deve-se buscar a retificação da forma de cálculo na própria CDA,
com a finalidade de evitar a decadência.
OBSERVAÇÃO 4: Deve-se evitar, nas peças processuais, o uso do termo FUNRURAL, tanto por ser
errado, quanto por induzir o julgador a erro, já que o termo passa a ideia de que se trataria de
contribuição nova, extraordinária, criada para a área rural, e não forma de contribuição desses
empregadores ao R GPS.
Referência: Nota PGFN/CAS TF nº 594/2014

h) Servidor público - Juros de mor a

REsp 1.239.203/PR (tema nº 501 de recursos repetitivos)


Resumo: não incidência da contribuição previdenciária do servidor público sobre a parcela
referente aos juros de mor a, por serem verbas não incorpor áveis aos vencimentos.

i) Contribuição previdenciária - Empresas tomadoras de serviços prestados por intermédio


de cooperativa de tr abalho.

RE nº 595.838/SP (tema nº 166 de repercussão ger al)


Resumo: Inconstitucionalidade da contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade
Social, no montante de 15% incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviços desenvolvidos por cooperados, por intermédio de cooperativas de trabalho (art. 22, IV, da
Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, incluído pela Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999).
OBSERVAÇÃO: Embora a matéria não tenha sido tratada no julgado do STF, a dispensa também
abrange, diante da relação de acessoriedade existente, a contribuiçã o adicional para fins de
custeio de aposentadoria especial, a que estavam obrigadas as empresas tomadoras de serviços de
cooperado filiado à cooperativa de trabalho, igualmente incidente sobre o valor bruto da nota
fiscal ou fatura de prestação de serviços, na forma do art. 1º, § 1º, da Lei nº 10.666/2003. Ademais,
a ratio decidendi do precedente do S TF se amolda perfeitamente à hipótese.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 604/2015

j) Proventos de inativos e pensionistas - Art. 1º da Lei 9.783/99

Precedentes: RE 504.068, AI 451.859, RE 580.994 e RE 516.304.


Resumo: Inconstitucionalidade da cobrança, nos termos do entendimento do Plenário do STF
firmado na ADI 2.010/2002, até o advento da Emenda Constitucional n. 41/2003.

k) Servidores da ativa - Instituição de alíquotas progressivas – Art. 2º, parágrafo único da


Lei 9.783/99.

Precedentes: RE 368.484, RE 382.723 e RE 386.098.


Resumo: O Plenário do STF, por ocasião do julgamento da ADI 2.010/2002 entendeu pela
impossibilidade de instituição de alíquotas progressivas no tocante à contribuição de seguridade
social, salvo expressa autorização constitucional.
l) Servidor público feder al inativo - MP 1.415/96 - Art. 1º da Lei n. 9.6 30/98

Precedentes: RE 447.526, RE 234.347 e RE 228.454.


Resumo: O Supremo Tribunal Federal assentou que a exação foi extirpada do ordenamento
jurídico pelo art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.630/98 ficando, assim, desconstituída desde a sua
origem.

m) Responsabilidade solidária pelos débitos apenas após a edição da Lei 9.032/95

Precedentes: REsp 314.394/RS, REsp 506.647/RS, REsp 415.515/RS e REsp 374.479/SC.


Resumo: O STJ fixou entendimento no sentido de que a Administração Pública – incluindo as
empresas estatais dependentes – respondem solidariamente com o contratado pelos encargos
previdenciários resultantes da execução do contrato, somente a partir da publicação da lei
9.032/95, que alterou o art. 71 da Lei 8.666/93. Antes da vigência do referido diploma normativo,
apenas a empresa prestadora de serviços responde pelos débitos previdenciários, não havendo
como incluir o ente estatal tomador do serviço.

n) Responsabilid ade solidária entre tomador e prestador de serviço - Lançamento por


arbitramento ou aferição indireta - Impossibilidade quanto ao período anterior à Lei
9.771/98

Precedentes: REsp 1.281.134, AgRg no REsp 1.348.395, AgRg no REsp 1.142.065, REsp 719.350 e
REsp 1.1794.976.
Resumo: A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de não ser possível o lançamento por
arbitramento ou aferição indireta da contribuição previdenciária com base nas contas do
tomador de serviço com fundamen to no art. 31 da Lei 8.212/91, no período anterior à alteração
feita pela Lei 9.711/98 (a saber, até 1/02/1999). Afirmou-se que para que seja constituído o crédito
seria necessário observar se a empresa prestadora recolheu ou não as contribuições devidas no
que implica a procedência de fiscalização per ante a empresa prestador a.

o) Anistiado Político   *Data da exclusão: 02/03/2017 (vide Parecer PGFN/CRJ/Nº 230/2017 )

Precedentes: RMS 27.386, RMS 28.076, RE 565.146, RE 601.527, RE 487.122, AI 830907/GO e AI


742256/GO; A gRg nos EmbExeMS 11.753/DF, A gRg no AREsp 119.651/DF, A gRg no REsp 1263946/DF,
AgRg no REsp 1100453/DF, MS 11.297/DF, MS 10.967 e MS 11.038.
Resumo:
No STF - Os valores percebidos a título de pensão ou aposentadoria por anistiado político têm
caráter indenizatório, não incidindo, por isso, imposto de renda.
No STJ - Aplicação aos pensionistas de anistiados políticos do regime isencional do imposto de
renda sobre seus proventos, nos moldes da Lei 10.559/2002.
OBSERVAÇÃO: o mesmo entendimento é adotado nos casos em que se discute a incidência da
contribuição previdenciária sobre as verbas recebidas pelos anistiados políticos. Assim, em tais
casos também fica dispensada a apresentação de recursos.

p) Aviso prévio indenizado

REsp 1.230.957/RS (tema nº 478 de recursos repetitivos)


Resumo: Não incidência de contribuição previdenciária, a cargo da empresa, sobre valores pagos
a título de aviso prévio indenizado, haja vista sua natureza indenizatória, não integrando o
salário-de-contribuição.
OBSERVAÇÃO: Apesar da possibilidade de o STJ revisitar o tema diante do julgamento do tema nº
020 de repercussão geral, o fato é que o STF, analisando especificamente o tema em referência (nº
759 de repercussã o geral), reputou-lhe infraconstitucional e, assim, sem repercussão geral, razão
pela qual, ao menos no atual momento, não se encontram presentes os pressupostos para a
incidência da ressalva prevista no inciso V do art. 19 da Lei nº 10.522/02.   
OBSERVAÇÃO 2: o entendimento firmado pelo STJ no julgamento do REsp 1.230.957/RS não
abrange o reflexo do aviso prévio indenizado no 13º salário (gratificação natalina), por possuir
natureza remuneratória (isto é, não tem cunho indenizatório), conforme precedentes da própria
Corte Superior a seguir: EDcl no AgRg no REsp 1512946/RS; AgRg no REsp nº 1.359.259/SE; AgRg no
REsp nº 1.535.343/CE; e A gRg no REsp nº 1.383.613/PR; REsp 1531412/PE.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 485/2016 e Nota PGFN/CRJ/Nº 981/2017 .

Data da alter ação da redação da Observação 1: 05/10/2017

q) Licença prêmio convertida em pecúnia por necessidade do serviço  

Precedentes: RESP nº 1.596.271/SC; REsp nº 625.326/SP, AgRg no AREsp nº464.314/ SC, AgRg no
REsp nº 1493240/RS.
Resumo: constatou-se a existência de jurisprudência pacífica, no STJ, em sentido contrário ao
defendido pela Fazenda Nacional, assentando que o entendimento de que não incide contribuição
previdenciária sobre licença-prêmio não gozada em virtude da necessidade do serviço e que,
assim, foi convertida em pecúnia. Destaque-se que a dispensa aplica-se somente em casos em que
há impossibilidade de gozo da licença-prêmio, inclusive tendo em vista que questão correlata está
submetida à apreciação do S TF em sede de repercussão ger al (tema nº 635).
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 953/2016

* Data da inclusão: 30/09/2016

r) Contribuição do EMPREGADO - Terço constitucional de férias - Remuneração paga pelo


empregador nos primeiros dias de afastamento do tr abalhador por incapacidade   

Precedentes: REsp nº 1.230.957/RS, REsp nº 1.513.815/PR e REsp nº 1.570.467/PB


Resumo: Não incidência de contribuição previdenciária, a cargo do empregado, sobre a
remuneração paga pelo empregad or nos primeiros dias de afastamento do trabalhador por
incapacidade, haja vista sua natureza indenizatória, não integr ando o sa lário-de-contribuição.

OBSERVAÇÃO: O STF, ao negar a existência de repercussão geral relativamente ao tema 908 (RE
nº 892.238/RS), entendeu que a definição das parcelas sobre as quais incidirá a contribuição do
empregado é matéria infraconstitucional. Assim, em virtude do que decidiu o STF em conjunto
com o que restou decidido no RESP nº 1.230.957/RS, dispensa-se de contestar e recorrer sobre
decisões que assentam que não incide contribuição previdenciária do EMPREGADO quanto à
remuneração paga pelo empregador dur ante os primeiros quinze dias de afastamento do tr abalho
por incapacidade. Cumpre mencionar que o STJ, a exemplo do RESP nº 1.513.815/PR e do RESP nº
1.570.467/PB, aplica o entendimento firmado no RESP nº 1.230.957/R S não apenas quando se
discute contribuição previdenciária a cargo do empregador, mas também quando se trata de
contribuição do empregado.
OBSERVAÇÃO 2: Embora o RESP nº 1.230.957/RS não tenha feito distinção entre as contribuições
do empregado e do empregador, o repetitivo decorreu de caso em que se discutiam contribuições
do empregador. Assim, é possível, sobretudo no contexto que decorreu do julgamento do RE nº
892.238/RS (tema 908) considerar que a dispensa de contestar e recorrer referente à contribuição
do empregado não decorre do julgamento do repetitivo em si, mas da inviabilidade de, no
momento, submeter o tema (comumente debatido em causas do microssistema dos Juizados
Especiais Federais) novamente ao S TJ, além do próprio S TF (vide tema 90 8).

OBSERVAÇÃO 3: Diante do julgamento do tema nº 20 de repercussão geral e da possibilidade de


julgamento do tema nº 482 de repercussão geral, pelo STF, o STJ poderá vir a rever o seu
entendimento quanto ao assunto.

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 115/2017 ,Nota PGFN/CRJ/Nº 520/201 7 e Nota PGFN/CRJ/Nº 981/2017

* Data da inclusão: 02/02/2017

** Data da inclusão da Observação 2: 28/06/2017

*** Data da exclusão da dispensa do terço de férias e da inclusão da Observação 3: 05/10/2017

s) Abono-assiduidade convertido em pecúnia

Precedentes: REsp nº 712.185/RS, AgRg no AREsp nº 464.314/SC e REsp nº 749.467/RS.

Resumo: Consoante jurisprudência pacífica do ST


J, a contribuição previdenciária não incide sobre abono-assiduidade
convertido em pecúnia, dada a natureza indenizatória da verba. O STF entende que o debate da matéria env
olve questão
infraconstitucional ou que implica ofensa reflexa à Constituição, sendo inviável a interposição de Recurso Extraordinário.

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 101/2016e Nota SEI nº 24/2018/CRJ/PGACET/PGFN-MF

* Data da inclusão: 05/04/2018

  

t) Inexigibilidade de juros de mora e de multa na indenização prevista no art. 45-A da Lei


nº 8.212, de 1991 (antigo art. 45 da Lei nº 8.212, de 1991), e no art. 96, inciso IV, da Lei nº
8.213, de 1991, se o período a ser indenizado for anterior à edição da MP nº 1.523, de 1996.

Resumo: Não incidem juros de mora e de multa sobre as contribuições previdenciárias recolhidas
extemporaneamente para fins de contagem recíproca, se o período a ser indenizado for anterior
ao início de vigência da MP nº 1.523, de 1996.

Precedentes: REsp nº 1325977/SC, REsp nº 1607544/RS, REsp nº 1348027/ES, AgRg no Ag nº


1079885/SP.

Referência:  Nota SEI nº 25/2018/CRJ/PGA CET/PGFN-MF

* Data da inclusão: 05/04/2018.

1.9 - Contribuição par a o salário-educação


 

a) Trabalhador avulso

Precedentes: REsp nº 1.184.952/RS, REsp nº 734.913/RJ, REsp nº 1.268.282/SC e REsp nº 622.004/PR.


Resumo: Não há incidência da contribuição social do salário-educação sobre a remuneração paga
aos trabalhadores avulsos, a partir da vigência da Lei nº 9.424, de 24 de d ezembro de 1996.

* Data da inclusão: 17/01/2017

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 55/2017 , Nota PGFN/CRJ/Nº 156/2017

1.10 - CPMF

a) Empresas de arrendamento mercantil - Equiparação às instituições financeiras -


Incidência de alíquota zero de CPMF

Precedentes: RESP 826075/SP, RESP 988778/SP, RESP 1066897/RJ, MC 14220/SP e RESP 9 00527/SP.
Resumo: Empresas de arrendamento mercantil. Equiparação às instituições financeiras.
Incidência de alíquota zero de CPMF. As empresas que realizam arrendamento mercantil são
equiparadas às instituições financeiras, tanto no respeito ao tratamento financeiro, quanto ao
tributário, sujeitando-se, assim, à redução da alíquota a zero na CPMF. Inteligência do inciso III,
do art. 8º da Lei 9.311/96.
OBSERVAÇÃO: A alíquota zero incide em relação às atividades ou operações elencadas apenas
nas Portarias 06/97, 134/99, 227/02, 244/2004 do Ministro da F azenda.

1.11 - Crédito rur al

a) Inadimplência - Comissão de permanência

Precedentes: RESPs 1277626/P R, AgRg no AREsp 80.156/PE, AgRg no AREsp 3.154/MG, AgRg no
REsp 1159158/MT, AgRg no Ag 1361014/MG, AgRg no Ag 1064081/SE, AgRg no REsp 741.464/RS,
AgRg no AG 1.340.324/PR e REsp 1.267.086/PR.
Resumo: O STJ definiu que não incide comissão de permanência nos casos de inadimplência do
crédito rur al por possuir regr amento próprio.

1.12 – CSLL

a) Inexistência de relação jurídico-tributária - Coisa julgada – superveniência das Leis nº


7.856/89, 8.034/90, LC 70/91, 8.212/91, 8.383/91 e 8.541/92

REsp 1.118.893/MG (tema nº 340 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ fixou entendimento segundo o qual, transitada em julgado decisão judicial que
reconheceu inexistir relação jurídico-tributária entre o determinado contribuinte e o fisco, face à
inconstitucionalidade da Lei 7.689/88, que instituiu a CSLL, afasta-se a possibilidade de sua
cobrança com base nas Leis n. 7.856/89, 8.034/90, na LC 70/91 e nas Leis 8.212/91, 8.383/91 e
8.541/92, eis que estes diplomas apenas modificaram a alíquota e a base de cálculo da
contribuição instituída pela Lei 7.689/88, ou dispuseram sobre a forma de pagamento, alterações
que não criaram nova relação jurídico-tributária. Transitada em julgado a decisão que declarou a
inexistência de relação jurídico-t ributária, a decisão posterior do STF reconhecendo a
constitucionalidade da Lei 7.689/88, proferida em 2007, não poderá produzir efeitos
retrospectivos, de maneira que não poderá atingir o período referente ao ano de 1991, objeto da
controvérsia dos autos.
OBSERVAÇÃO: Tal precedente não prejudica a tese contida no Parecer PGFN/CRJ/Nº 492/2011,
segundo a qual as decisões proferidas pelo STF em sentido contrário ao plasmado em coisas
julgadas que disciplinem relações jurídicas tributárias de trato sucessivo têm o condão de fazer
cessar, prospectivamente, a eficácia dessas coisas julgadas, de modo a permitir, por exemplo, a
cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos após o transito em julgado da decisão
do STF (não atingindo, portanto, fatos geradores pretéritos). Assim, tanto a decisão proferida no
REsp nº 1.118.893/MG quanto o Parecer PGFN/CRJ/Nº 492/2011 acabam protegendo as situações
pretéritas à decisão do Supremo Tribunal Federal, ainda que contrárias ao posicionamento
posteriormente firmado por essa Suprema Corte. O assunto será debatido no julgamento dos
temas nº 881 e 885 de repercussão ger al.

b) Majoração de alíquota - EC nº 10/96  

RE 587.008/SP (tema nº 107 de repercussão ger al)


Resumo: O STF reconheceu a necessida de de aplicação do princípio da anterioridade
nonagesimal à Emenda Constitucional nº 10/96. Segundo a Suprema Corte, o poder constituinte
derivado não é ilimitado, devendo se submeter aos limites materiais, circunstanciais e temporais
inscritos nos §§ 1º, 4º e 5º do art. 60 da Constituição Federal. Nesse contexto, o princípio da
anterioridade, por constituir garantia individual e, como tal, cláusula pétrea, não pode ser
suprimido por força de emenda constitucional. Acrescentou que a EC 10/06 não prorrogou o
conteúdo da ECR nº 1/94, pois houve solução de continuidade entre o término da vigência daquela
e a promulgação da EC, concluindo-se que a referida emenda é um novo texto e veicula nova
norma, devendo, portanto, observância ao princípio da anterioridade nonagesimal, porquanto
majorou a alíquota da CSLL par a as pessoas jurídicas referidas no § 1º d o art. 22 da Lei 8.212/91.

Observação: O STF estende o mesmo entendimento ao PIS (art. 72, V, do ADCT), vide AgRg no RE
nº 953.074/SP. Vide Nota PGFN/CRJ Nº 1224/2016

* Data de inclusão da Observação: 19/12/2016

c) Alíquotas reduzidas - Serviços hospitalares

Resumo: Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços
hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de
forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a
lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte
em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Ficou
consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais
acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não
previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de
pacientes) par a a obtenção do benefício. Par a fins de redução da alíquota, devem ser consider ados
serviços hospitala res "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais,
voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente,
são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas
médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos
consultórios médicos". Ficou consignado que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se
refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente consider ada, mas sim àquela
parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal,
desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95.
OBSERVAÇÃO: O benefício não se aplica às consultas médicas, nem mesmo quando realizadas no
interior de hospitais, de modo que só abrange parcela das receitas da sociedade que decorre da
prestação de serviços hospitalares propriamente ditos. Ressaltamos que o STF não reconheceu
repercussão ger al com relação a este tema (AI nº 803.140).

OBSERVAÇÃO 2: para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2009, deve-se atentar para a
incidência da nova redação do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, considerando a alteração
promovida pela Lei nº 11.727/2008 (art. 29 c/c art. 41, VI). Portanto, a partir de tal marco, a
prestadora dos serviços referidos na alínea em comento deve estar organizada sob a forma de
sociedade empresária (excluídas, portanto, as sociedades simples e os empresários individuais) e
atender às normas da ANVISA. Vide REsp 1606437/SC, AgRg no REsp 1538506/SC, AgRg no REsp
1506187/PR, A gRg no REsp 1383586/RS, A gRg nos EDcl no REsp 1369745/RS, dentre outros.

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 359/2017

d) Lucro inflacionário

Precedentes: AgRg no REsp 602.360/MG; AgRg no REsp 1285195/MS; REsp 1153669/PB; AgRg no Ag
1019831/GO; AgRg no REsp 877.511/PB; REsp 974.300/PR; EAG n. 1.019.831/GO; AI 785.709; RE
434.061; ARE 664.772; RE 451.748; AI 734.983; AI 816.111
Resumo: O STJ consolidou entendimento de que o IRPJ e a CSLL não incidem sobre o lucro
inflacionário, pois este constitui mera atualização das demonstrações financeiras do balanço
patrimonial, enquanto que a base de cálculo desses tributos é o lucro real.

e) IR e CSLL

Contrato de representação comercial – arts. 27, alínea “j”, e 34 da Lei nº 4 .886, de 9 de dezembro
de 1965.
Resumo: O STJ adota o entendimento de que não há incidência de IR e de CSLL so bre os valores
comprovadamente pagos a título de indenização devida (art. 27, alínea “j”, da Lei nº 4.886, de
1965) e de descumprimento do aviso prévio (trecho final do art. 34 da Lei nº 4.886, de 1965) a
representante comercial por rescisão imotivada de contr ato de represen tação comercial.
Precedentes: REsp nº 1.526.059/RS, A gRg no REsp nº 1.556.693/RS, A gRg no AREsp nº 146.301/MG,
REsp nº 1.317.641/RS, REsp nº 1.588.523/PE, AResp nº 900.883/SP , Decisão monocr ática nº
1.572.760/RS, A gRg no REsp nº 1.452.479/SP , REsp nº 1.133.101/SP , AgRg no REsp nº 1.462.797/PR e
REsp nº 1.632.525/SC.
Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 46/2018.
*Data da inclusão: 12/01/2018.

1.13 - Denúncia espontânea

a) Declaração parcial - Diferença a maior - Multa mor atória

REsp 1.149.022/SP (tema nº 385 de recursos repetitivos)


Resumo:
(i) A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a
declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do
respectivo pagamento integral, retifica-a (antes de qualquer procedimento da Administração
Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente;
e
(ii) A denúncia espontânea exclui a multa mor atória.
Vide Atos Declar atórios nº 08/2011 e nº 04/2011.

Ressalta-se que ambas as Turmas que compõem a Primeira Seção do STJ entendem, de maneira
pacífica, que, ainda que se trate de tributo sujeito a lançamento por homologação, se o crédito não
foi previamente declarado pelo contribuinte, mas foi pago, pode-se configurar a denúncia
espontânea, desde que ocorram as demais hipóteses do art. 138 do CTN (REsp 1155146/AM, AgRg
nos EDcl no Ag 1009777/SP, AgRg no REsp 1046285/MG e AgRg no REsp 1046285/MG). Todavia, isso
não afasta a tese firmada no tema nº 61 de recursos repetitivos (REsp's nº 962.379/RS e nº
886.462/RS), no sentido de que "Não resta caracterizada a denúncia espontânea, com a
consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos declarados, porém pagos a
destempo pelo contribuinte, ainda que o pagamento seja integr al". Vide, ainda, a Súmula 360/S TJ.

1.14 - Desembar aço aduaneiro

a) Greve - Servidores da Receita F ederal

Precedentes: RESP 154.603 e RESP 179.255.


Resumo: O particular não pode arcar com o ônus em decorrência do exercício do direito de greve
dos servidores, devendo as mercadorias ser liber adas para que a parte não sofr a prejuízos.

1.15 - Eletrobr as

a) Litisconsórcio facultativo

REsp 1.145.146/RS (tema nº 315 de recursos repetitivos)


Resumo: Não há litisconsórcio passivo necessário entre a União e a Eletrobrás nas demandas que
versem sobre questões relativas ao empréstimo compulsório de energia elétrica, eis que, nessas
hipóteses, a União e a Eletrobrás são devedoras solidárias, sendo facultado ao contribuinte autor
eleger apenas uma delas para figurar no pólo passivo. Entretanto, a solidariedade existente entre
a União e a Eletrobrás na devolução dos valores permite que o referido ente federativo manifeste,
espontaneamente, seu interesse de integrar a lide, ou, mesmo, seja chamado ao processo pela
Eletrobrás, na forma do art. 77 do CPC/1973, com o consequente deslocamento da competência
para a Justiça Federal.

b) Correção monetária - Juros remuner atórios - Juros mor atórios - Índices

REsp 1.003.955/RS e REsp 1.028.592/RS (temas nº 64 a 75 de recursos repetitivos)


Resumo: No que se refere ao empréstimo compulsório da Eletrobrás, o STJ fixou entendimento no
sentido de que:
(i) Quanto à correção monetária sobre os juros remuner atórios:
- De acordo com o Art. 2º, § 2º do Decreto-lei 1.512/76, a Eletrobrás deveria pagar ao contribuinte,
anualmente (no mês de julho do ano seguinte ao do recolhimento), juros remuneratórios pelo
valor recebido do empréstimo compulsório, no percentual de 6%;
- A partir da Lei 7.181/83, o pagamento dos juros passou a ser mensal;
- Todavia, os juros foram pagos sem incidência de correção monetária no período entre a data da
apuração do empréstimo (31 de dezembro ) e a data do pagamento dos juros (julho do ano
seguinte, ou mensalmente após a Lei 7.181/83;
- A correção monetária desse período é devida, devendo ser observado o Manual de Cálculos da
JF;
(ii) Quanto à correção monetária sobre o principal:
- Os valores compulsoriamente recolhidos devem ser restituídos com correção monetária plena,
inclusive no período decorrido entre a data do recolhimento e o 1º dia do ano subseqüente;
- Da data do recolhimento até o 1º dia do ano seguinte a correção deve obedecer à regra do art. 7º,
§ 1º, da lei 4.357/64, que é trimestral e, a partir daí, deve-se seguir o critério anual previsto no Art.
3º da mesma lei;
- Devem incidir, ainda, os expurgos inflacionários;
- Deve-se atentar para o fato de ser descabida a incidência de correção monetária no período
entre 31/12 do ano anterior à conversão em ação e a data da assembléia de homologação. Mas,
sobre a diferença a ser paga em dinheiro (do saldo não convertido em ações), deverá incidir
correção monetária plena (incluindo-se os expurgos inflacionários) e juros remuneratórios no
período de 31/12 do ano anterior à conversão até o seu efetivo pagamento;
(iii) Reflexo de Juros Remuner atórios sobre a diferença de correção sobr e o principal:
- Já que o valor principal teve que ser corrigido de forma integral, sobre essa diferença (inclusive
expurgos) incide juros remuner atórios de 6% ao ano (Art. 2º do Decreto- lei 1.512/76;
(iv) Correção Monetária e Juros Mor atórios sobre a liquidação de senten ça:
- Deve incidir a partir da citação;
- Juros moratórios no percentual de 6% ao ano, até a entrada em vigor do Novo Código Civil
(11.01.2003), acrescido de correção monetária (Manual de Cálculos da JF); e
- Após 11.01.2003, incide a SELIC (taxa em vigor para a mora dos pagamentos de impostos devidos
à Fazenda Nacional), sem cumulação com qualquer índice de correção monetária.
OBSERVAÇÃO: Em sede de embargos de declaração ficou definido que as disposiçõ es acima
também se aplicam aos créditos convertidos em ação na 143ª AGE da Eletrobrás, mesmo esta
tendo acontecido em data posterior ao ajuizamento da ação, porque no caso, aplica-se a norma do
art. 462 do CPC/1973 (ver EDcl no REsp 1.003.955/RS).

c) Responsabilidade da União - Lei 4.156/62

Precedentes: RE 470.884, AI 591.378, AI 635.002, AI 644.784, AI 734.584, AI 608.967, AI 557.648 e AI


557.659/RS; A g 1.122.163; A G 1.084.558 e RESP 845.483.
Resumo:
No STF - A controvérsia acerca da responsabilidade da União sobre os créditos oriundos do
empréstimo compulsório se restringe ao âmbito infr aconstitucional.
No STJ - A responsabilidade solidária da União pelo empréstimo compulsório não se restringe ao
valor nominal dos títulos da Eletrobrás, conforme previsto no Art. 4º, §3º da Lei 4.156/62,
abrangendo também, a correção monetária e os juros.
OBSERVAÇÃO: A existência de responsabilidade solidária da União, reconhecida pela
jurisprudência, não autoriza que a Eletrobras lhe promova execução regressiva, devendo-se
observar o disposto no art. 285 do Código Civil nos casos em que a Eletrobras tenha satisfeito
integralmente sua própria dívida.

d) Cessão de crédito - F ase de execução

REsp 1.119.558/SC (tema nº 405 de recursos repetitivos)


Resumo: Validade e eficácia da cessão de créditos atinentes ao empréstimo compulsório sobre
energia elétrica, instituído em favor da Eletrobras, após o trânsito em julgado da fase de
conhecimento (isto é, na fase de execução), com consequente legitimidade do cessionário para
promover execução, independentemente da anuência do devedor, por força da incidência do art.
567, II, do CPC/1973 e não art. 42 do CPC/1973, exceto se o título executivo judicial facultar à
Eletrobras a compensação dos débitos com valores resultantes do consumo de energia elétrica
(hipótese em que a própria legislação de regência estipula que a devolução deve ser feita
diretamente ao contribuinte consumidor) e esta tiver sido efetuada. Deve, contudo, haver
notificação do devedor acerca da cessão, nos termos do art. 290 do Código Civil.
OBSERVAÇÃO: no precedente, o STJ sinalizou o entendimento de que, anteriormente ao trânsito
em julgado (isto é, na fase de conhecimento), dever-se-ia observar o disposto no art. 42 do
CPC/1973.

1.16 - Execução Fiscal

a) Extinção - Inércia da F azenda Pública.

REsp 1.120.097/SP (tema nº 314 de recursos repetitivos)


Resumo: A inércia da Fazenda exequente, ante a intimação regular para promover o andamento
do feito e a observância dos arts. 40 e 25 da LEF, implica a extinção da execução fiscal não
embargada ex officio, afastando-se o enunciado da Súmula 240/STJ, segundo o qual “a extinção do
processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu”.
OBSERVAÇÃO: Ainda que tenha havido citação regular, a ausência de qualquer manifestação do
executado nos autos demonstra o seu não interesse no feito, de modo a afastar o teor da Súmula
240/STJ, tornando possível a extinção da execução fiscal, de ofício, pelo juiz, quando da inércia da
Fazenda Pública, após sua regular intimação para dar andamento ao processo, observados os arts.
25 e 40 da LEF.
Havendo manifestação do executado nos autos, independentemente de seu teor, salvo se de
mérito (embargos à execução ou exceção de pré-executividade), dispensa-se a interposição de
recurso da sentença que extingue de ofício a execução apenas quando não houver garantia do
juízo, ainda que parcial, ou se a garantia existente for de difícil alienação ou de valor irrisório.
Havendo manifestação do executado que não de mérito e existindo garantia útil nos autos, ainda
que parcial, deve a sentença extintiva de ofício pelo juiz por inércia da Fazenda Pública ser objeto
de recurso, por ofensa ao art. 267, III, do CPC, cuja interpretação conferida pelo STJ requer pedido
expresso do réu, que possui interesse na solução da causa (REsp 168.036, entre outros).
Em qualquer hipótese, no caso de execução embargada ou exceção de pré-executividade, aplica-se
a Súmula 240/STJ, sendo necessário requerimento do executado para a extinção da execução
fiscal, diante da inércia da Fazenda Pública regularmente intimada. Havendo extinção da
execução nesses casos, sem a observância da Súmula 240/STJ, cabível recurso por ofensa ao art.
267, III, do CPC/1973.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 753/2014

b) Intimação por carta - A usência de unidade da PGFN na comarca

REsp 1.352.882/MS (tema nº 601 de recursos repetitivos)


Resumo: É válida a intimação por carta, com aviso de recebimento, da exequente quando a
execução fiscal tramitar em comarca em que não houver sede da Fazenda Nacional. Assim, a
intimação por meio de carta é válida justificando a extinção da execução quando a exequente
deixa de promover o andamento do feito quando assim intimado.

c) Arquivamento em r azão de baixo valor - Prescrição intercorrent e

REsp 1.102.554/MG (tema nº 100 de recursos repetitivos)


Resumo: Ainda que a execução fiscal tenha sido arquivada em razão do pequeno valor do débito
executado, sem baixa na distribuição, nos termos do art. 20 da Lei 10.522/2002, deve ser
reconhecida a prescrição intercorrente se o processo ficar suspenso por mais de cinco anos. Sobre
o tema, vide Ato Declaratório 09/2008.
d) Reunião de processos

REsp 1.158.766/RJ (tema nº 392 de recursos repetitivos)


Resumo: A reunião de processos contra um mesmo devedor, pela conveniência da unidade da
garantia da execução, é uma faculdade outorgada ao juiz e não um dever a ele imposto. Por outro
lado, a cumulação de pedidos no mesmo executivo fiscal configura um direito subjetivo do
exeqüente, desde que atendidos os pressupostos legais.

e) Extinção do processo - Custas e emolumentos - Serventias não oficializadas

Precedentes: EREsp 889.558/PR, REsp 1.219.744, REsp 366.005/RS, AgRg 1.180.324 /PR, EREsp
979.784/PR, REsp 978.071/PR e EREsp 891.763/PR.
Resumo: Entende o STJ que, muito embora a Fazenda Pública não esteja sujeita ao pagamento de
custas e emolumentos na execução fiscal (art. 39 da Lei 6.830/80), as custas devem ser recolhidas
quando se tr atar de processo em curso em serventia não oficializada.

f) Exceção de pré-executividade - Prescrição

REsp 1.136.144/RJ (tema nº 262 de recursos repetitivos)


Resumo: possibilidade de arguição de prescrição em sede de exceção de pré-executividade. Sobre
o tema, vide Súmula n. 393/S TJ.

g) Novos embargos à execução

REsp 1.116.287/SP (tema nº 288 de recursos repetitivos)


Resumo: Possibilidade de ajuizame nto de novos embargos à execução restritos aos aspectos
formais de nova penhor a efetuada.

h) Curador especial - Gar antia

REsp 1.110.548/PB (tema nº 182 de recursos repetitivos)


Resumo: O curador especial do executado revel é dispensado de oferecer garantia ao Juízo para
opor embargos à execução.

i) Reforço ex officio - Penhor a insuficiente

REsp 1.127.815/SP (tema nº 260 de recursos repetitivos)


Resumo: Neste precedente, o STJ entendeu pela impossibilidade da determinaç ão do reforço da
penhora ex officio e que a insuficiência da penhora não é causa bastante para determinar a
extinção dos embargos do devedor, devendo o juiz abrir prazo para que o executado proceda o
reforço. A decisão fundamentou-se no princípio dispositivo, que informa que as atividades que o
juiz pode desempenhar ex officio não inibem a iniciativa das partes de requerê-las. Ademais, é
requisito do art. 685 do CPC/1973 que a parte executada seja ouvida antes da determinação do
reforço da penhora. Ressalta-se que a penhora insuficiente para garantir a totalidade do crédito
executado não impede a propositura de embargos à execução fiscal e nem é causa para a rejeição
liminar destes. (v .g. REsp’s 1.159.837, 865.336 e 1.079.594).

j) Citação por edital

REsp 1.103.050/B A (tema nº 102 de recursos repetitivos)


Resumo: A citação por edital, na execução fiscal, somente é cabível quando não exitosas as outras
modalidades de citação ali previstas: a citação por correio e a citação por Oficial de Justiça. Sobre
modalidades de citação ali previstas: a citação por correio e a citação por Oficial de Justiça. Sobre
o tema, Súmula 414/S TJ.

1.17 - FGTS

a) Correção monetária - Juros de mor a

REsp 1.032.606/DF (temas nº 223 e 224 de recursos repetitivos)


Resumo: Incidência da TR como índice de correção monetária e de juros de mora de 0,5% ao mês
aos débitos de FGTS não repassados ao fundo pelo empregador, nos termos do art. 22, § 1º, da Lei
nº 8.036/90.

b) Empresa agroindustrial do setor alcooleiro - Período entre a LC nº 11/71 e a CF/88

REsp 1.133.662/SP (tema nº 406 de recursos repetitivos)


Resumo: Isenção do recolhimento do FGTS do empregador rural, em relação aos empregados que
trabalharam na indústria alcooleira no período entre a edição da LC 11/71 e a promulgação da
CF/88, em r azão do reconhecimento da qualidade de rurícola a tais empr egados. Segundo o S TJ “os
empregados que laboram no cultivo da cana-de-açúcar para empresa agroindustrial ligada ao
setor alcooleiro, detém a qualidade de rurícola, o que traz como conseqüência a isenção do FGTS
desde a edição da LC 11/71 até a promulgação da CF/88”. Sobre o tema, vide Súmula n. 578/S TJ.

c) Prazo prescricional

ARE 709.212/DF (tema nº 608 de repercussão ger al)


Resumo: O STF, superando o clássico entendimento no sentido da prescrição trintenária, reputou
inconstitucionais os arts. 23, § 5º, da Lei 8.036/1990 e 55 do Regulamento do FGTS, aprovado pelo
Decreto 99.684/1990, na parte em que ressalvam "o privilégio do FGTS à prescrição trintenária".
Todavia, houve modulação dos efeitos. Sobre o tema, recomenda-se a leitura do Parecer
PGFN/CDA/Nº 630/2015 .

1.18 - Fraude à Execução

a) LC Nº 118/05 - Direito intertempor al

REsp 1.141.990/PR (tema nº 290 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ fixou entendimento no sentido de que se aplica o disposto no art. 185 do CTN,
alterado pela LC 118/05, apenas às alienações efetivadas após a entrada em vigor da referida Lei
Complementar. Desta forma, caso a alienação tenha sido efetivada antes da entrada em vigor da
LC 118/05 (09/06/2005), presumir-se- á a fraude à execução apenas se o negócio jurídico suceder a
citação válida do devedor; por outro lado, nas alienações efetuadas após 09/06/2005, bastará a
inscrição do débito tributário na dívida ativa par a considerá-las fraudulentas.

1.19 - Honor ários Advocatícios

a) Execução fiscal – Cancelamento de inscrição - Causalidade

REsp 1.111.002/SP (tema nº 143 de recursos repetitivos)


Resumo: Definiu-se, neste julgamento, que: a) o art. 1º-D da Lei nº 9.494/97, que traz hipótese de
dispensa de condenação em honorários, não se aplica no caso de execução fiscal, mas apenas de
execução contra a Fazenda Pública; b) face ao princípio da causalidad e, são devidos honorários
advocatícios pela Fazenda Nacional quando a execução fiscal tiver sido extinta, ainda que a
pedido da PGFN, em momento posterior à apresentação de embargos ou de exceção de pré-
executividade pelo executado.
Súmula 153/S TJ.
OBSERVAÇÃO: Deve-se atentar para o fato de que, nos termos do entendimento firmado pelo STJ,
a condenação da Fazenda Nacional em honorários advocatícios somente é devida naquelas
hipóteses em que, ao tempo em que extinta a execução fiscal, o executado já tiver apresentado
petição, eis que tal fato indica que houve a contratação, pelo mesmo, dos serviços de advogado.
Diversamente, se a execução fiscal foi extinta quando ainda não tenha sido apresentada qualquer
petição pelo executado, não são devidos honorários advocatícios pela Fazenda Nacional. Além
disso, vale registrar que, ainda que a execução fiscal seja extinta ao tempo em que já apresentada
petição pelo contribuinte-executado , a Fazenda Nacional, face ao princípio da causalidade, não
deverá ser condenada em honorários advocatícios caso tal execução tenha sido ajuizada como
decorrência de erro cometido pelo próprio executado (por ex. preenchimento equivocado de
DCTF ou DARF). Assim, estando diante de demanda ou decisão na qual se afirme o contrário, o
Procurador da Fazenda Nacional dever á apresentar, respectivamente, contestação ou recurso.
OBSERVAÇÃO 2: Deve-se atentar, ainda, para eventual incidência do disposto no art. 19, § 1º, I, da
Lei nº 10.522/02.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 363/2016

b) Exceção de pré-executividade

REsp 1.185.036/PE (tema nº 421 de recursos repetitivos)


Resumo: É possível a condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários advocatícios
em decorrência da extinção da Execução Fiscal pelo acolhimento de Exceção de Pré-
Executividade.
OBSERVAÇÃO: Possibilidade de alegação do princípio da causalidade.
OBSERVAÇÃO 2: Aplica-se o entendimento acima descrito, no sentido da possibilidade de
condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários advocatícios, também na hipótese
em que o acolhimento da exceção de pré-executividade resultar na extinção parcial da execução
fiscal.
Precedentes: REsp 1243090/RS; A gRg no REsp 1143559/RS; REsp 948.412/PR.
OBSERVAÇÃO 3: Este entendimento também se aplica aos casos em que o sócio é excluído da EF
após o acolhiment o de exceção de pré-executividade na qual se alega a ilegitimidade passiva dos
mesmos e a execução prossegue em desfavor da sociedade. Precedentes: REsp 642.644/RS; A gRg no
Ag 998.516/B A.
OBSERVAÇÃO 4: Deve-se atentar, todavia, para eventual incidência do disposto no art. 19, §1º, I,
da Lei nº 10.522/02.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 363/2016

c) Cessão

REsp 1.102.473/RS (tema nº 2 de recursos repetitivos)


Resumo: Permanece o direito autônomo do advogado para executar ou ceder a verba honorária
mesmo nos casos em que o precatório é expedido apenas em nome da parte. No caso de o
advogado optar pela cessão dos créditos, basta a comprovação da cessão e a discriminação do
valor referente à verba honorária no precatório, para se legitimar o cessionário a se habilitar no
crédito ali consignado.

d) Fracionamento de execução contr a a Fazenda Pública

RE 564.132/RS (tema nº 18 de repercussão ger al)


RE 564.132/RS (tema nº 18 de repercussão ger al)
Resumo: o STF firmou o entendimento de que a verba honorária, de natureza alimentar, não se
confundiria com o débito principal, de forma que estaria sujeita a regimes autônomos de
pagamento quando fosse de titularidade de credores distintos. A Corte Suprema entendeu que o
óbice ao fracionamento previsto no §8º do art. 100 da Constituição Federal (redação da EC nº
62/2009) tem por objetivo assegurar a observância da ordem cronológica de pagamento dos
precatórios. Dessa forma, impede-se que um mesmo credor, para um mesmo crédito, adote, ao
mesmo tempo, os regimes de execução de precatório e de requisição de pequeno valor,
inexistindo impedimento par a que credores diferentes utilizem regimes diversos par a pagamento.
OBSERVAÇÃO: Antes do STF, o STJ, no RESP nº 1.347.736/RS, submetido ao rito do art. 543-C, do
CPC/1973 entendera que, partindo-se da premissa de que os honorários advocatícios instauram
uma relação creditícia autônoma que se estabelece entre o vencido e os advogados do vencedor,
seria facultado ao titular a execução independente, nos próprios autos ou em processo específico.
Executando nos próprios autos, haveria regime de litisconsórcio ativo facultativo com o titular do
crédito principal, inexistindo impedimento para que dois ou mais credores, incluídos no polo
ativo de uma mesma execução, pudessem receber seus créditos por sistemas distintos (RPV ou
precatório), de acordo com o valor a que couber a cada um.

e) Embargos de terceiro - Resistência, Sucumbência e Causalidade

REsp nº 1.452.840/SP (tema nº 872 de recursos repetitivos)


Resumo: “Nos Embargos de Terceiro cujo pedido foi acolhido para desconstituir a constrição
judicial, os honorários advocatícios serão arbitrados com base no princípio da causalidade,
responsabilizando-se o atual proprietário (embargante), se este não atualizou os dados cadastrais.
Os encargos de sucumbência serão suportados pela parte embargada, porém, na hipótese em que
esta, depois de tomar ciência da transmissão do bem, apresentar ou insistir na impugnação ou
recurso par a manter a penhor a sobre o bem cujo domínio foi tr ansferido para terceiro”.
Observação : Diante do entendimento firmado pelo STJ, recomenda-se aos Procuradores da
Fazenda Nacional que, ao se depararem com ações de embargos de terceiro, avaliem a
jurisprudência consolidada sobre a questão jurídica discutida e o acervo fático-probatório
constante dos autos, avaliando a possibilidade de reconhecimento da procedência do pedido,
oportunidade em que deve ser considerado o disposto enunciado nº 303 da súmula do STJ, bem
como no art. 19, § 1º, da Lei nº 10.522/02.
Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 25/2017
* Data da inclusão: 10/01/2017

1.20 - IPI

a) Crédito-prêmio - Extinção

REsp 1.129.971/B A (temas nº 226 e 227 de recursos repetitivos)


Resumo: Prevalência do entendimento no Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o
crédito-prêmio do IPI, previsto no art. 1º do DL 491⁄69, não se aplica às vendas para o exterior
realizadas após 04.10.90. No STF o entendimento é de que, se não extinto anteriormente, o
incentivo fiscal foi extinto em 05.10.90.
Precedente no STF com repercussão geral: RE nº. 577.348-5⁄RS, Tribunal Pleno, Relator Min.
Ricardo Lewandow ski, julgado em 13.8.2009. Precedentes no STJ: REsp. Nº 652.379 - RS, Primeira
Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 8 de março de 2006; EREsp. Nº 396.836 - RS,
Primeira Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Rel. para o acórdão Min. Castro Meira, julgado em
8 de março de 2006; EREsp. Nº 738.689 - PR, Primeira Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki,
julgado em 27 de junho de 2007.
O prazo prescricio nal das ações que visam ao recebimento do crédito-prêmio do IPI, nos termos
do art. 1º do Decreto 20.910⁄32, é de cinco anos. Precedentes: EREsp. Nº 670.122 - PR Primeira
Seção, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 10 de setembro de 2008; AgRg nos EREsp. Nº 1.039.822 -
MG, Primeir a Seção, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 24 de setem bro de 2008.
OBSERVAÇÃO: Quanto ao RE 577.302/RS – neste processo o STF também utilizou como prazo final
de vigência do incentivo 5.10.1990, mas não definiu o prazo prescricion al por se tratar de análise
de norma infr aconstitucional.

b) Créditos escriturais - Correção monetária – Oposição injustificada ou mora –


inobservância do prazo legal para conclusão do pedido de ressarcimento – incidência da
Taxa SELIC.

RESP nº 1.035.847/RS (tema nº 164 de recursos repetitivos)


Resumo: O acórdão proferido pelo STJ no julgamento do recurso especial em epígrafe enfrentou e
decidiu a questão da incidência de correção monetária dos créditos escriturais, no caso em
concreto IPI referentes às operações de matérias-primas e insumos empregados na fabricação do
produto isento ou beneficiado com alíquota zero, definindo, como regra, a ausência de direito à
correção, cabível apenas na hipótese de oposição ao aproveitamento do crédito ou mora
imputável à administração, quando passa a incidir a Taxa SELIC como “fator de correção
monetária do crédito de natureza escritur al”:

“1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio
constitucional da não-cumulatividade (créditos escritur ais), por ausênci a de previsão legal.
2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do
direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da não-cumulatividade, descaracteriza
referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo
contribuinte em sua escrita contábil.
3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrer-se do
Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a
tramitação normal dos feitos judiciais.
4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente
ingresso no Judiciário, posterga-se o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a
necessidade de atualizá-los monetariamente, sob pena de enriquecim ento sem causa do Fisco
(Precedentes da Primeir a Seção: ...).
5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetid o ao regime do artigo 543-
C, do CPC, e da Resolução S TJ 08/2008.”
Sobre o tema, vide Súmula 411/S TJ.
OBSERVAÇÃO: Reputa-se mora da administração a não apreciação de pedido de ressarcimento no
prazo de 360 dias, em atenção ao art. 24 da Lei 11.457/2007, sendo aplicável o entendimento do
REsp 1138206/RS, submetido ao rito do art. 543-C do CPC/1973. A questão do termo inicial da
fluência da correção, nessas hipóteses, ainda é controvertida, devendo se adotar o entendimento
de que é devida apenas a partir do escoamento do prazo legal para análise do requerimento, ou
seja, no 361º dia (REsp 1240714/PR e AgRg no REsp 1.467.934/RS – favoráveis à Fazenda Nacional).
Recomenda-se, portanto, que sejam objeto de contestação/recurso (inclusive por meio de
Recurso Especial) a fixação do termo inicial de correção monetária de tais créditos em
momento anterior ao término do prazo de 360 dias, contados da data de protocolo do pedido
de ressarcimento, porquanto antes desse prazo não há que se falar em mora do Fisco e não há
aplicação do entendimento firmado em sede de recurso repetitivo (o REsp nº 1.035.847/RS não
aborda essa questão). Para tanto, deve-se mencionar expressamente a violação ao art. 24 da Lei
11.457/2007. Fica dispensada a interposição de Recurso Extraordinário quanto ao tema, por se
tratar de matéria eminentemente infr aconstitucional.
OBSERVAÇÃO 2: Em se tratando de crédito-prêmio de IPI, nada obstante o fundamento de
aplicação do RESP nº 1.035.847/RS partir de premissa equivocada (suposta natureza escritural do
aplicação do RESP nº 1.035.847/RS partir de premissa equivocada (suposta natureza escritural do
crédito-prêmio do IPI), carece a Fazenda Nacional de interesse recursal, não fosse pelo
entendimento que se extrai do Parecer PGFN/CAT nº 589/98 e pelo quanto já decidido em outro
recurso repetitivo (REsp 959.338/SP ), por se tratar de entendimento pacificado que é devida a
correção monetária para atualizaçã o de passivo da Fazenda Pública, não se tratando de plus, a
teor do Parecer PGFN/CRJ nº 447/1996 e Ato Declaratório nº 10/2008, corroborado pelo Parecer
PGFN/CRJ nº 2.601/2008, publicado no DOU de 11 de dezembro de 2008, seção 1, pág. 61. Nessa
hipótese, reconhece-se, ainda, a legitimidade de inclusão dos expurgos inflacionários, ante a
pacificação da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (vide, como exemplos, os seguintes
julgados REsp nº 1185202/DF; AgRg no REsp nº 1108396/SP REsp nº 1.048.624/DF; REsp nº
980.831/DF
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 775/2014 , Parecer PGFN/CRJ nº 790/2016, Nota PGFN/CRJ nº
532/2016,  Nota PGFN/CRJ nº 643/2017, Parecer PGFN/CATº 1441/2016 e Nota PGFN/CRJ nº
1066/2017
*Data da Inclusão: 15/08/2017
** Data da revisão da redação item, par a mais clareza: 18/10/2017

c) Descontos incondicionais - Base de cálculo

RE nº 567.935/SC (tema nº 84 de repercussão ger al)


Resumo: É inconstitucional o art. 14, § 2º, da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, com a
redação dada pelo art. 15 da Lei nº 7.798, de 10 de julho de 1989, no tocante à regra de inclusão,
na base de cálculo do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, dos valores atinentes aos
descontos incondicionais concedidos quando das oper ações de saída de produtos.
OBSERVAÇÃO 1: Destaca-se que o presente tema também foi definido no STJ, em sede de
julgamento realizado nos termos do art. 543-C do CPC/1973, nos autos do REsp nº 1.149.424, o qual
decidiu que a Lei nº 7.798, de 1989, ao conferir nova redação ao § 2º do art. 14 da Lei nº 4.502, de
1964 (RIPI) e impedir a dedução dos descontos incondicionais da base de cálculo do IPI, permitiu a
incidência da referida exação sobre base de cálculo que não corresponde ao valor da operação,
em flagrante contrariedade à disposição contida no art. 47, II, "a", do CTN. Concluiu, portanto, que
os descontos incondicionais não compõem a real expressão econômica da operação tributada,
sendo permitida a dedução desses valores da base de cálculo do IPI.
OBSERVAÇÃO 2: Embora a matéria não tenha sido tratada no julgado do STF, a Administração
Tributária Federal entende que as bonificações em mercadorias, quando vinculadas à operação
de venda, concedidas na própria nota fiscal que ampara a venda, e não estiverem vinculadas à
operação futura, por se caracterizarem como redutoras do valor da operação, têm natureza
jurídica de descontos incondicionais . (Vide, por exemplo, Soluções de Consulta nº 130, de 2012, da
8ª RF, e nº 242, de 2008, da 9ª RF, Parecer da Coordenação do Sistema de Tributação - CST/SIPR nº
1.386, de 1982, e Instrução Normativa da RFB nº 51, de 3 de novembro de 1978)
Ademais, a interpretação decorre da ratio decidendi e encontra respaldo na jurisprudência do STJ
– REsp 1.111.156/SP, Rel. Min. Humbe rto Martins, 1ª Seção, DJe 22/10/2009.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 492/2015

d) Crédito-Prêmio de IPI - Conversão da O TN para o BTN - NCz$ 6,92 .

Resumo: O fator de correção NCz$ 6,92 (indexador diário) deve ser utilizado na conversão da O TN
para o BTN, com vistas a apur ar o valor do crédito-prêmio de IPI.
Precedentes: REsp nº 855.276/DF; REsp nº 652.780/DF; REsp nº 1.048.624/DF; REsp nº 980.831/DF;
AgRg no REsp nº 742.117/DF; EDcl nos EDcl no REsp nº 439.086/DF.
Referência: Nota PGFN/CRJ/ nº 311/2017
Data da inclusão: 07/04/2017.
e) Crédito-prêmio de IPI - Alíquotas aplicáveis - Cálculo do benefício - Resolução CIEX nº
02/79 

Precedente:  EREsp 800.578/MG – 1ª Seção do S TJ.


Resumo:   O STJ entendeu que a declaração de inconstitucionalidade dos Decretos-lei 1.724/79 e
1.894/81 não afeta a validade da Resolução CIEX nº 2/79, pois esta não derivaria dos decretos, pois
eles são posteriores à edição da resolução. Ainda que o tivesse sido, ela também não perde a sua
validade porque a delegação de poderes conferida ao Ministro da Fazenda para majorar o crédito-
prêmio do IPI foi preservada no julgamento pelo Supremo e na Resolução 71/05. Assim, o STJ
entendeu que a unificação das alíquotas do crédito-prêmio do IPI e do ICM tem origem na
legislação primária federal, no que não se pode falar em inconstitucion alidade da Resolução CIEX
nº 2/79 em razão da declaração de inconstitucionalidade dos DLs 1.724/79 e 1.894/81. O STF
entende que a questão é infr aconstitucional (v .g. ARE 697.353/DF).
 

  

1.21 - Imposto de Importação (II)

a) Agente marítimo - Período anterior ao DL Nº 2.472/88

REsp 1.129.430/SP (tema nº 389 de recursos repetitivos)


Resumo: No período anterior à vigência do Decreto-lei 2.472/88, o agente marítimo não figura
como responsável tributário pelo Imposto de Importação, nem se equipara ao transportador para
fins de recolhimento deste tributo. Isto porque, o art. 22 do CTN aponta como contribuinte apenas
o importador, ou quem a lei a ele equiparar ou o arrematante de produtos apreendidos ou
abandonados. Apenas após a edição do Decreto-lei 2.472/88, editado em 2/09/1988, ficou prevista a
responsabilidade tributária do representante, no País, do transportador estrangeiro. Para o
período anterior à vigência deste decreto, vigorava a previsão do DL 37/66, contexto jurídico sob o
qual foi editada a Súmula 192/TFR. Através da referida Súmula, ficou consolidado o entendimento
de que, ainda que exista termo de compromisso pelo agente marítimo, não é possível lhe atribuir
responsabilidade pelos débitos tributários decorrentes da importação, por conta do princípio da
reserva legal. Assim, em resumo, temos que, para o período posterior à vigência do DL 2.472/88, é
possível atribuir ao agente marítimo a responsabilidade para recolhimento do Imposto de
Importação.

b) Quebra ínfima ou inferior a 5%

Precedentes: RESP 202.937, A G 857.563 e RESP 171.552.


Resumo: O transportador marítimo de mercadorias importadas a granel, com perda ou quebra
inferior a 5%, não é responsável pelo recolhimento da multa, a que alude o parágrafo único, do
art. 60, do Decreto-lei n° 37/66, nem pelo pagamento do Imposto de Importação.

OBSERVAÇÃO: o parágrafo único, do art. 60, do Decreto-lei nº 37, de 1966, foi revogado pela
Medida Provisória nº 497 de 2010 (convertida na Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010, de
modo que a dispensa só se aplica quando o caso concreto versar sobre o dispositivo revogado.

c) Mercadoria com destino a outro país - Avaria em trânsito no território nacional -


Transportador - Responsabilidade  

Precedentes: RESP 946684/RJ, RESP 362910/PR, RESP 171621/SP e RESP 23496/RJ.


Resumo: É indevida a imputação de responsabilidade tributária ao transportador em relação ao
imposto de importação e de eventuais penalidades decorrentes da constatação de avaria em
mercadorias em tr ânsito para outro país.

OBSERVAÇÃO: A dispensa não se apilca para os casos de extravio ou falta de mercadoria em


trânsito para outro país.

Referência : Parecer PGFN/CRJ/Nº 1764/2016

* Data da alteração do item, com inclusão da Observação ressalvando os casos de extravio/falta:


08/12/2016

d) Avaria ou falta de mercadoria ao abrigo de isenção do tributo - Transportador -


Responsabilidade

Precedentes: RESP 11428/RJ, RESP 1127607/SP e RESP 726285/AM.


Resumo: Irresponsabilidade do transportador no caso de avaria ou falta de mercadoria
importada ao abrigo de isenção do tributo. No caso de mercadoria importada sob o regime de
isenção, não há o que indenizar, dessa forma, o transportador não pode ser responsabilizado pelo
pagamento do tributo.

e) Pena de perdimento - Art. 1º, § 4º, III, do Decreto-Lei nº 37, de 1966 - Irrelevância da
prévia ocorrência do fato ger ador

Precedentes: AgRg no REsp 1.430.486/SP , REsp 1.4 85.609/SC, REsp 1.467.306/PR.


Resumo: O imposto de importação e as contribuições ao PIS/COFINS – Importação não incidem
quando aplicada a pena de perdimento à mercadoria estrangeira, sendo irrelevante a ocorrência
do fato gerador de tais exações, ante proibição expressa vedando a incidência desses tributos no
art. 1º, § 4º, III, do Decreto-Lei nº 37, de 1966, e no art. 2º, III, da Lei nº 10.865, de 2004, ressalvadas
as hipóteses de não localização do bem, sua revenda ou seu consumo.

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 962/2016

* Data da inclusão: 05/10/2016

f) Imposto de importação. Trigo da Argentina. Alíquota zero. Tratado internacional.


Portaria.

Resumo: Simples portaria não tem o condão de alterar alíquota do imposto de importação de
produto abrigado por alíquota zero através de tratado internacional. Ilegalidade da Portaria RFB
nº 939/1991.
Precedentes : REsp nº 209.526/RS, REsp nº 104.566/SP, REsp nº 104.944/SP, REsp nº 139.709/SP, REsp
nº 105.048/SP e REsp nº 78.172/CE.

Referência : Nota PGFN/CRJ/Nº 206/2017 .

Data da inclusão : 10/03/2017.

1.22 - Imposto de Renda (IR)


a) Complementação de aposentadoria - Resgate - Período entre 1º.01.1989 a 31.12.1995

REsp 1.012.903/RJ (tema nº 62 de recursos repetitivos)


Resumo: Isenção do IR sobre o valor da complementação de aposentadoria e o do resgate de
contribuições recolhidos no período de 1º.01.1989 a 31.12.1995, cujo ônus tenha sido
exclusivamente do beneficiário.
Sobre o tema, vide Ato Declar atório nº 4/2006 e Súmula 556/S TJ.

b) Recebimento antecipado de 10% da reserva matemática - Período entre 1º.01.1989 a


31.12.1995

REsp 1.111.177/MG (tema nº 158 de recursos repetitivos)


Resumo: É indevida a cobrança de imposto de renda sobre o recebimento antecipado de 10% (dez
por cento) da reserva matemática do Fundo de Previdência Privada como incentivo para a
migração para novo plano de benefícios, relativamente à parcela recebida a partir de janeiro de
1996, na proporção do que já foi anteriormente recolhido pelo contribuinte, a título de imposto de
renda, sobre as contribuições vertidas ao fundo dur ante o período de vig ência da Lei 7.713/88.

c) Rateio - Período entre 1º.01.1989 a 31.12.1995

REsp 760.246/PR (tema nº 90 de recursos repetitivos)


Resumo: Não incidência de imposto de renda sobre valores recebidos em decorrência do rateio
do patrimônio de entidade de previdência privada, na proporção do que já foi anteriormente
recolhido pelo beneficiário quando da realização de contribuições para o fundo no período de
vigência da Lei 7.713/88.

d) Indenização de férias proporcionais e respectivo adicional

REsp 1.111.223/SP (tema nº 121 de recursos repetitivos)


Resumo: Não incide Imposto de Renda sobre os valores recebidos a título de férias proporcionais
e respectivo terço constitucional convertidas em pecúnia em razão de demissão sem justa causa.
Sobre a matéria, vide Atos Declar atórios 05/2006 e 06/2008. Vide, também , a Súmula n. 383/S TJ.

e) Indenização por adesão a progr ama de incentivo à demissão vol untária

REsp 1.112.745/SP (tema nº 151 de recursos repetitivos)


Resumo: "A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não
está sujeita à incidência do imposto de renda". Enunciado n. 215 da Súmula do STJ. Vide Ato
Declaratório 03/2002.

f) Indenização por danos mor ais

REsp 1.152.764/RS (tema nº 370 de recursos repetitivos)


Resumo: Não incide imposto de renda sobre indenização por danos mor ais de qualquer natureza.
OBSERVAÇÃO: Esse entendimento se aplica, apenas, aos danos morais sofridos por pessoas
físicas, não se estendendo aos danos mor ais eventualmente infligidos às pessoas jurídicas.

g) Alíquotas reduzidas - Serviços hospitalares

Resumo: Para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços
hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de
forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a
lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte
em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistênci a à saúde). Ficou
consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais
acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não
previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de
pacientes) par a a obtenção do benefício. Par a fins de redução da alíquota, devem ser consider ados
serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais,
voltados diretame nte à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente,
são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas
médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar , mas nos
consultórios médicos". Ficou consignado que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se
refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente consider ada, mas sim àquela
parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal,
desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95.
OBSERVAÇÃO: O benefício não se aplica às consultas médicas, nem mesmo quando realizadas no
interior de hospitais, de modo que só abrange parcela das receitas da sociedade que decorre da
prestação de serviços hospitalares propriamente ditos. Ressaltamos que o STF não reconheceu
repercussão geral com relação a este tema (AI nº 803.140).

OBSERVAÇÃO 2: para fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2009, deve-se atentar para a
incidência da nova redação do art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.249/95, considerando a alteração
promovida pela Lei nº 11.727/2008 (art. 29 c/c art. 41, VI). Portanto, a partir de tal marco, a
prestadora dos serviços referidos na alínea em comento deve estar organizada sob a forma de
sociedade empresária (excluídas, portanto, as sociedades simples e os empresários individuais) e
atender às normas da ANVISA. Vide REsp 1606437/SC, AgRg no REsp 1538506/SC, AgRg no REsp
1506187/PR, AgRg no REsp 1383586/RS, A gRg nos EDcl no REsp 1369745/RS, dentre outros.

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 359/2017

h) Desapropriação

REsp 1.116.460/SP (tema nº 397 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ entendeu que a indenização decorrente de desapropriação não encerra ganho de
capital, tendo em vista que a propriedade é transferida ao Poder Público por valor justo e
determinado pela Justiça a título de indenização, não ensejando lucro, mas mera reposição do
valor do bem expropriado. Afastou-se, portanto, a incidência do imposto sobre a renda sobre as
verbas auferidas a título de indenização advinda de desapropriação, seja por utilidade pública ou
por interesse social.
OBSERVAÇÃO: Tendo em vista que o Pleno do STF já se manifestou sobre o tema na Rp 1260/DF,
decisão esta que continua sendo aplicada nas decisões monocráticas proferidas pelos Ministros
até a presente data, não deve ser interposto nem mesmo o RE por violação ao art. 97 da CF, em
face do disposto no art. 481, Par. Único, do CPC/1973.
OBSERVAÇÃO 2: o mesmo entendimento aplica-se à CSLL sobre os valores auferidos a título de
indenização por desapropriação, nos termos do Parecer PGFN/CA T nº 176/2016.

i) Juros de mor a

REsp 1.227.133/RS - com os esclarecimentos do REsp 1.089.720/RS (tema nº 470 de recursos


repetitivos)
Resumo: Em regra, incide IRPF sobre os juros de mora. Excepcionalmente, o tributo será afastado
quando: i) os juros de mora decorrem do recebimento em atraso de verbas trabalhistas,
independentemente da natureza destas (se remuneratórias ou indenizatórias), pagas no contexto
da rescisão do contrato de trabalho, em reclamatória trabalhista ou não (Art. 6º, V, da Lei nº
7.713/88); ou ii) os juros de mora decorrem do recebimento de verbas que não acarretam
acréscimo patrimonial ou que são isentas ou não tributadas (em razão da regra de que o acessório
segue o principal).
OBSERVAÇÃO: Importante ressaltar que, a contrario sensu, o IRPF incidirá, sobre os juros de
mora decorrentes, exemplificadamente:
a) do pagamento em atraso de verbas trabalhistas que sofram a incidência do IRPF quando não há
rescisão do contr ato de trabalho, em reclamatória tr abalhista ou não;
b) do recebimento em atraso de benefício previdenciário que atrai a incidência de IRPF (ex.
aposentadoria) – (V er AREsp 241677, Rel. Min. Mauro Campbell Marques );
c) do recebimento em atraso de verbas remuneratórias ou que acarretem acréscimo patrimonial
(resguardada a exceção do item “i” acima);
d) do recebimento em atr aso pelo servidor público de verbas que atr aem a incidência do IRPF (ver
REsp 1.349.848/AL).

j) Técnicos a serviço da ONU (PNUD e demais Programas) e das suas Agências


Especializadas

REsp 1.306.393/DF (tema nº 535 de recursos repetitivos)


Resumo: São isentos do IRPF os rendimentos recebidos por técnicos a serviço da Organização das
Nações Unidas contratados no Brasil para atuarem no Programa Nacional das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD). Estão abarcados por esta isenção tanto os funcionários da ONU
quanto os que a ela prestam serviço na condição de peritos de assistência técnica – condição esta
que deriva de um contrato temporário com período pré-fixado ou por meio de empreitada a ser
realizada (apresentação de projeto e/ou consultoria) – equiparados em razão da aprovação, via
decreto legislativo, do Acordo Básico de Assistência Técnica firmado entre o Brasil, a ONU e suas
agências.

Observação nº 1: Os rendimentos do trabalho auferidos por técnico a serviço de outros


programas da ONU e/ou a serviço das Agências Especializadas listadas expressamente no Decreto
nº 59.308, de 1966, contratado no Brasil, sem vínculo empregatício, na condição de perito de
assistência técnica, conceituado no art. IV, 2, d, do Decreto nº 59.308, de 1996, com contrato
temporário com período pré-fixado ou por meio de empreitada a ser realizada, também não se
sujeitam ao IRPF, pois são equiparados aos funcionários da ONU e das suas Agências
Especializadas, por força do A cordo Básico de Assistência T écnica (Decre to nº 59.308, de 1966).
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 1104/2017
Data da inclusão da observação: 25/10/2017

k) Auxílio condução

REsp 1.096.288/RS (tema nº 169 de recursos repetitivos)


Resumo: Segundo o STJ, o auxílio condução pago a servidores que utilizam seus veículos para o
exercício da atividade profission al, constitui verba indenizatória que tem finalidade de
compensar o desgaste do automóvel do servidor. Assim, por não resultar em incremento
patrimonial do servidor, não incide IRPF sobre a verba recebida a título de auxílio condução
quando o servidor utiliza veículo próprio no exercício da atividade profissional.

l) IPRJ - Índice para correção monetária das demonstrações financeiras das pessoas
jurídicas

RE's nº 215.811/SC e 221.142/RS (tema nº 311 de repercussão ger al)


Resumo: Inconstitucionalidade do artigo 30 da Lei 7.799/1989 e do artigo 30, § 1o, da Lei
Resumo: Inconstitucionalidade do artigo 30 da Lei 7.799/1989 e do artigo 30, § 1o, da Lei
7.730/1989, que estabeleciam, para fins de correção monetária das demonstrações financeiras, a
quantia de Cz$ 6,92 como representativo da OTN e a incidir sobre o balanço efetuado em 31 de
dezembro de 1988. A inconstitucionalidade reconhecida resulta do desprezo à inflação real do
período, implicand o as normas afastadas em incidência de Imposto de Renda sobre valor fictício,
que não era propriamente renda.
OBSERVAÇÃO: O STF, no julgamento dos recursos extraordinários, não definiu quais índices de
correção monetária que seriam aplicados às demonstrações financeiras. A definição do tema deu-
se no âmbito do STJ que, no julgamento do ERESP n° 1.030.597/MG, entendendo-se que a correção
monetária das demonstrações financeiras no período-base de 1989 deverá tomar como parâmetro
os termos da legislação revogada pelo Plano Verão. Deve ser aplicado o IPC para o período como
índice de correção monetária, consoante o art. 6º, parágrafo único, do Decreto-Lei n. 2.283/86 e
art. 6º, parágrafo único do Decreto-Lei n. 2.284/86 e art. 5º, §2º, da Lei n. 7.777/89. Os índices do IPC
aplicáveis são aqueles consagrados pela jurisprudência do STJ e já referidos no REsp. n. 43.055-0-
SP (Corte Especial, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, julgado em 25.08.2004) e nos EREsp. nº 439.677-
SP (Primeira Seção, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16.09.2006), quais sejam: índice de
42,72% em janeiro de 1989 e reflexo lógico de 10,14% em fevereiro de 1989. Precedentes: ERESP
570.600/MG, AgRg no AG 1.285.881/SP, EDcl no AgRg no RESP 1.081.056/SP, EDcl no AgRg no Ag
1.026.222/SP, EDcl nos EDcl nos EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 889.802/RJ, EDcl no AgRg no REsp
738.265/MG).  

OBSERVAÇÃO 2: A dispensa de contestação e recursos também alcança as demandas nas quais se


discute a aplicação do IPC (do respectivo período) como índice de correção monetária das
demonstrações financeiras no ano-base de 1990, para fins de apuração de IRPJ e CSLL. (RE nº
242.689/PR – tema 311 de repercussão geral; EREsp 811.619/SP; REsp 1034589/SP; REsp
1429939/SP).

OBSERVAÇÃO 3: Tendo em vista a afirmação, pelo Plenário do STF, da constitucionalida de do art.


3º, inciso I, da Lei nº 8.200, de 1991 (RE nº 201.512/SP, cujo resultado espera-se seja aplicado ao
tema 298 de repercussão geral), mantém-se a orientação para a interposição de recursos contra as
decisões judiciais que, afastando o disposto no artigo 3º, inciso I, da Lei nº 8.200, de 1991 (com as
limitações impostas pelos arts. 39 e 41 do Decreto 332/91), permitam o aproveitamento imediato e
integral das diferenças entre o IPC e o BTN fiscal nas demonstrações financeiras relativas ao ano-
base de 1990, par a a apuração do IRPJ.

Referência: Nota PGFN/CRJ nº 212/2015 ; Nota PGFN/CRJ nº 15/2018

m) IRPF - Rendimentos percebidos acumuladamente.

RE Nº 614.406/RS (tema nº 368 de repercussão ger al)


Resumo: Inconstitucionalidade do art. 12 da Lei nº 7.713, de 1998, no que diz respeito à incidência
do IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente. Tal dispositivo de lei submetia os
rendimentos percebidos de forma cumulativa ao chamado regime de caixa, que implica
incidência do imposto por ocasião da efetiva percepção dos rendimentos, com aplicação da
respectiva tabela mensal sobre o valor total auferido extemporaneamente. De acordo com o
entendimento firmado pelo STF, a aplicação do art. 12 viola os princípios da isonomia e da
capacidade contributiva, por acarretar tributação mais elevada para os contribuintes que
receberam os rendimentos a destempo.
OBSERVAÇÃO 1: No RESP nº 1.118.429/SP, submetido à sistemática dos recursos repetitivos
(julgado em 24.3.2010), o STJ já havia decidido o tema no mesmo sentido: “O Imposto de Renda
incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas
e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda
auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante
global pago extempor aneamente”.
OBSERVAÇÃO 2: A declaração de inconstitucionalidade somente alcança a forma de tributação do
art. 12 da Lei nº 7.713, de 1998, que se aplica aos rendimentos acumulados percebidos até o ano-
base de 2009. Os anos-base posteriores regem-se pelo art. 12-A da Lei nº 7.713, de 1988
(introduzido pela Lei nº 12.350, de 2010), que foi expressamente ressalvado da declaração de
inconstitucionalidade. Registre-se que o STJ tem reconhecido a aplicabilidade do art. 12-A da Lei
nº 7.713, de 1998, aos rendimentos recebidos acumuladamente a partir de 1º de janeiro de 2010
(REsp 1487501/PR e REsp 1515569/PR).
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 981/2015.

n) IRPF - Rendimentos percebidos acumuladamente - Regime de competência - Correção


monetária - FACDT - SELIC

REsp nº 1.470.720/RS (tema nº 894 de recursos repetitivos)


Resumo: O valor do imposto de renda, apurado pelo regime de competênc ia e em valores
originais, deve ser corrigido, até a data da retenção na fonte sobre a totalidade de verba
acumulada, pelo mesmo fator de atualização monetária dos valores recebidos acumuladamente
(em ação trabalhista, o FACDT – fator de atualização e conversão dos débitos trabalhistas). A taxa
SELIC, como índice único de correção monetária do indébito, incidirá somente após a data da
retenção indevida.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 1040/2015 .

o) Lucro inflacionário

Precedentes: AgRg no REsp 602.360/MG; AgRg no REsp 1285195/MS; REsp 1153669/PB; AgRg no Ag
1019831/GO; AgRg no REsp 877.511/PB; REsp 974.300/PR; EAG n. 1.019.831/GO; AI 785.709; RE
434.061; ARE 664.772; RE 451.748; AI 734.983; AI 816.111
Resumo: O STJ consolidou entendimento de que o IRPJ e a CSLL não incidem sobre o lucro
inflacionário, pois este constitui mera atualização das demonstrações financeiras do balanço
patrimonial, enquanto que a base de cálculo desses tributos é o lucro real.

p) Anistiado Político   *Data da exclusão: 02/03/2017 (vide Parecer PGFN/CRJ/Nº 230/2017 )

Precedentes: RMS 27.386, RMS 28.076, RE 565.146, RE 601.527, RE 487.122, AI 830907/GO e AI


742256/GO; A gRg nos EmbExeMS 11.753/DF, A gRg no AREsp 119.651/DF, A gRg no REsp 1263946/DF,
AgRg no REsp 1100453/DF, MS 11.297/DF, MS 10.967 e MS 11.038.
Resumo:
No STF - Os valores percebidos a título de pensão ou aposentadoria por anistiado político têm
caráter indenizatório, não incidindo, por isso, imposto de renda.
No STJ - Aplicação aos pensionistas de anistiados políticos do regime isencional do imposto de
renda sobre seus proventos, nos moldes da Lei 10.559/2002.
OBSERVAÇÃO: o mesmo entendimento é adotado nos casos em que se discute a incidência da
contribuição previdenciária sobre as verbas recebidas pelos anistiados políticos. Assim, em tais
casos também fica dispensada a apresentação de recursos.

q) Ajuda de custo de gabinete recebida por parlamentar  * Data da exclusão: 01/09/2016 (Vide
Nota PGFN/CRJ/Nº 849/2016 )

Precedentes: RESP 1074152/R O e RESP 1041436/ES.


Resumo: A verba recebida por parlamentar correspondente à ajuda de custo para pagamento de
despesas do seu próprio gabinete possui natureza indenizatória, não incidindo, assim, Imposto de
Renda.

r) Isenção de Imposto de Renda de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº
7.713/88 - Comprovação do enquadramento por outros meios de prova que não laudo
médico oficial

Precedentes: RESP 1160742/PE, RESP 1015940/P E, RESP 951360/AL, RESP 907158/PE e RESP
1016596/DF.
Resumo: Embora o art. 30 da Lei 9.250/95 imponha, como condição para a isenção do imposto de
renda de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei 7.713/88, a emissão do laudo pericial por
meio de serviço médico oficial, esse comando legal não vincula o Juiz, que, nos termos dos arts.
131 e 436 do Código de Processo Civil, é livre na apreciação das provas acostadas aos autos pelas
partes litigantes.

s) Declaração anual de ajuste - Compensação - Ônus da prova

Precedentes: REsp 937.730/SC, REsp 808.133/SC, AgRg no Ag 901.028/SC, AgRg no REsp 836.756/SC
e AgRg no REsp 1.097.765/PR.
Resumo: É dever da União (ré) apresentar a declaração de ajuste anual de Imposto de Renda (ou
planilhas que espelhem essas declarações, eis que o STJ lhes confere valor probatório), quando
alegar a existência de compensação em ações de repetição de indébito, uma vez que, como ré, tem
o ônus de apresentar as provas dos fatos modificativos ou extintivos do direito do autor (art. 333
do CPC/1973). A o contribuinte (autor), cabe apenas apresentar os fatos co nstitutivos de seu direito.

t) Despesa oper acional em contr ato de leasing - Descar acterização para compra e venda

Precedentes: REsp 270.021/SP, REsp 633.204/MG, R Esp 390.286/RS e REsp 1.369.392/SP


Resumo: O contrato de leasing não sofre desvirtuamento, para contrato de compra e venda, por
causa de disposição contratual que antecipa, parcela ou regula outra forma de pagamento da
opção de compra. Assim, é legal considerar como despesa o que foi gasto com o arrendamento do
bem para fins de dedução no imposto de renda. Somente quando o leasing estiver contemplado
em uma das situações previstas na Lei 6.099/74 é que se tem autorização para a descaracterização
do arrendamento mercantil.

u) Alienação de participação societária - Decreto-lei 1.510/76 - Isenção - Direito adquirido

Precedentes: REsp 1.133.032/PR, AgRg no REsp 1164768/RS, AgRg no REsp 1141828/R S e AgRg no
REsp 1231645/RS.
Resumo: A Primeira Seção do STJ fixou entendimento no sentido de que o contribuinte detentor
de quotas sociais há cinco anos ou mais antes da entrada em vigor da Lei 7.713/88 possui direito
adquirido à isenção do imposto de renda, quando da alienação de sua participação societária.
OBSERVAÇÃO 1: O entendimento acima explicitado não se aplica às ações bonificadas adquiridas
após 31.12.1983, ante à impossibilidade lógica de implementação do lapso temporal de 05 (cinco)
anos sem alienação até a revogação da isenção prevista no Decreto-Lei nº 1.510/76, indispensável
à formação do direito, tr atando-se, nesse passo, de mer a expectativa de direito, com relação à qual
se aplica a norma do art. 178 do CTN e não a garantia constitucional do direito adquirido. Ainda
que as bonificações decorram das ações originais, não é correto afirmar que delas fazem parte,
não passando de meras atualizaçõe s ou modificações integrativas das ações antigas. Na verdade,
elas representam efetivo acréscimo patrimonial, não se comunicando a isenção tributária relativa
ao imposto de renda quando da alienação, caso a aquisição tenha ocorrido após 31.12.1983.
Precedente: ApelREEX 2007.71.03.002523-0, Segunda Turma, Relator Otávio Roberto Pamplona,
D.E. 12/01/2011, TRF da 4ª Região.
OBSERVAÇÃO 2: A isenção é condicionada a certos requisitos, cuja observância é imprescindível:
(i) presença da documentação comprobatória de titularidade das ações – aqui merece especial
atenção o fato de que podem haver operações societárias que tenham repercussão no período de
cinco anos necessário para a aquisição do direito, como, por exemplo, a cisão de determinada
sociedade em que as ações antigas foram utilizadas para integralização do patrimônio da
sociedade nova, com a conseqüente extinção das ações antigas; (ii) aquisição comprovada das
ações até o dia 31/12/1983;
(iii) alcance do prazo de 5 anos na titularidade das ações ainda na vigência do DL 1.510/76,
portanto, antes da revogação pela Lei 7.713/88.

v) Isenção de I de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713/88 -


Desnecessidade de comprovação da contempor aneidade dos sintomas ou da recidiva da
enfermidade

Precedentes: MS 15.261/DF, AgRg no AREsp 371.436/MS, AgRg no AREsp 436.073/RS, REsp


1235131/RS, AgRg no AREsp 701.863/RS, AgRg no REsp 1403771/RS, AgRg no AREsp 436.268/RS,
RMS 47.743/DF, A gRg no AREsp 701.863/RS, REsp nº 1.521.624-PE, AREsp nº 399.462-RS.
Resumo: A isenção do Imposto de Renda sobre os proventos de aposentadorias, reforma ou
pensão percebidos por portadores de moléstias graves, nos termos do art. 6º, incisos XIV e XXI, da
Lei nº 7.713/88, não exige a demonstração da contempor aneidade dos sintomas, nem a indicação
de validade do laudo pericial ou a comprovação da recidiva da enfermidade, tendo em vista que a
finalidade do benefício é diminuir o sacrifício dos beneficiários, aliviando-os dos encargos
financeiros.
Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 863/2015 e Parecer PGFN/CRJ/Nº 701/2016

w) IRPJ - Operações de exportaçã o incentivadas - Inconstituciona lidade da aplicação do


art. 1º, I, da Lei nº 7.988/89 no ano-base de 1989

 
RE nº 592.396/SP (tema nº 168 de repercussão ger al)
Resumo:   “Inconstitucionalidade, incidental e com os efeitos da repercussão ger al, do art. 1º, I, da
Lei 7.988/89, uma vez que a major ação de alíquota de 6% par a 18%, a qual se reflete na base de
cálculo do Imposto de Renda pessoa jurídica incidente sobre o lucro das oper ações incentivadas
no ano-base de 1989, ofende os princípios da irretroatividade e da segur ança jurídica”
Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 798/2016
*Data da inclusão: 16/08/2016

x) Trabalhador Avulso - Verba recebida a título de férias não gozad as

Precedentes: AgRg no REsp 1.154.951/RS; REsp 1.148.781/RS; A gRG no REsp 1.118.170/R S; AgRG no
REsp 1.114.982/RS; A gRg no REsp 1157510/RS; A gRg no AREsp 665.878/B A; AREsp 490347; AREsp
478164; REsp 1.270.005.
Resumo: O STJ, adotando entendimento de que os valores recebidos a título de fé rias não gozadas
caracterizam-se como verbas indenizatórias, entendeu que não incide im posto de renda sobre tais
verbas quando recebidas pelo tr abalhador portuário avulso. Afirmou qu e o caráter eventual da
prestação labor al do trabalhador avulso não lhe retir a direitos próprios conferidos aos demais
trabalhadores figur antes do art. 7º, caput, e inciso XVII, da CF. A dispensa se aplica a
trabalhadores avulsos portuários (Lei nº 9.719, de 1998 e Lei nº 12.815, d e 2013) e
movimentadores de mercadorias em ger al (Lei nº 12.023, de 2009).

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 1043/2016 e Nota PGFN/CRJ/Nº 1305/2017

  
y) Imposto de renda. Contr ato de representação comercial.

Precedentes: REsp nº 1.526.059/RS, A gRg no REsp nº 1.556.693/RS, A gRg no AREsp nº 146.301/MG,


REsp nº 1.317.641/RS e REsp nº 1.588.523/PE.
Resumo: Não incide imposto de renda sobre a indenização devida a representante comercial por
rescisão imotivada de contr ato de representação comercial (art. 27, alíne a “j”, da Lei nº 4.886, de 9
de dezembro de 1965).
Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 1233/2016
*Data da inclusão: 20/12/2016.

z) IR e CSLL

Contrato de representação comercial – arts. 27, alínea “j”, e 34 da Lei nº 4 .886, de 9 de dezembro
de 1965.
Resumo: O STJ adota o entendimento de que não há incidência de IR e de CSLL so bre os valores
comprovadamente pagos a título de indenização devida (art. 27, alínea “j”, da Lei nº 4.886, de
1965) e de descumprimento do aviso prévio (trecho final do art. 34 da Lei nº 4.886, de 1965) a
representante comercial por rescisão imotivada de contr ato de represen tação comercial.
Precedentes: REsp nº 1.526.059/RS, A gRg no REsp nº 1.556.693/RS, A gRg no AREsp nº 146.301/MG,
REsp nº 1.317.641/RS, REsp nº 1.588.523/PE, AResp nº 900.883/SP , Decisão monocr ática nº
1.572.760/RS, A gRg no REsp nº 1.452.479/SP , REsp nº 1.133.101/SP , AgRg no REsp nº 1.462.797/PR e
REsp nº 1.632.525/SC.
Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 46/2018.
*Data da inclusão: 12/01/2018.

1.23- Imunidades

a) Empresas públicas e sociedades de economia mista - Saúde - Imunidade tributária


recíproca

RE nº 580.264/RS (tema nº 115 de repercussão ger al)


Resumo: As empresas públicas e sociedades de economia mista com atuação exclusiva na
prestação de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritar iamente estatal e que não
tenham por finalidade a obtenção de lucro, gozam da imunidade tributária prevista na alínea “a”
do inciso VI, do art. 150, da Constituição Federal. A imunidade limita-se aos impostos não
abrangendo outras espécies de tributos, tais como contribuições sociais (que dependem do
preenchimento dos requisitos previstos pelo art. 195, §7°, da Constituição F ederal).
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 1457/2014

b) IOF - Entidades de Educação e Assistência Social

Precedentes: AI 746.089, RE 241.090, 249.980, RE 232.080 e RE 198.828.


Resumo: As Entidades de Educação e Assistência Social são imunes do pagamento do IOF,
incidente sobre suas aplicações financeiras, nos termos do artigo 150, VI, “c”, da Constituição
Federal, desde que não haja questionamento acerca do preenchimento dos requisitos.
Inaplicabilidade do artigo 12, § 1º da Lei n. 9.532/97.
OBSERVAÇÃO: O entendimento acima se aplica, inclusive, para as entidades sindicais, que se
encontram previstas também no mesmo artigo 150, VI, alínea c, da CF. V ide AI 267.815/MG.

c) Extensão da imunidade prevista no art. 150, VI, “d” da CF às listas telefônicas

Precedentes: RE 101441, AI 663747 e RE 134071.


Resumo: Entendimento do STF de que as listas telefônicas, mesmo sendo periódicos que veiculam
informações sem caráter noticioso, discursivo, literário, poético ou filosófico, estão abrangidas
pela imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da CF em razão de sua inegável utilidade
pública.

d) Extensão da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da CF/88, aos
componentes eletrônicos que acompanham material didático.

Resumo: O STF, julgando o tema 259 de repercussão geral, firmou a tese de que a imunidade da
alínea “d” do inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal alcança componentes eletrônicos
destinados, exclusivamente, a integr ar unidade didática com fascículos.

Observação 1: Extraem-se do julgado alguns limites relevantes à aplicação do entendimento


firmado: (i) o livro ou fascículo impresso e os componentes que o acompanham devem integrar
um conjunto didático. Não se trata de brindes comerciais ou de presentes, utilizados com a
finalidade de atrair a aquisição do produto pelo público; (ii) os componentes não devem ter
autonomia em relação ao livro, jornal ou periódico, vale dizer, não têm outra função que não
fazer parte do fascículo didático. (iii) os componentes devem ter finalidade exclusivamente
didática; (iv) deve haver uma razoabilidade nessa complementarie dade entre os fascículos
impressos e o bem que o acompanha (exemplo aventado pelo Min. Roberto Barroso: não é
possível lançar fascículo sobre pedras preciosas e vendê-lo junto com uma esmeralda a cinco mil
reais).

Observação 2: A imunidade não alcança a aquisição dos ditos elementos eletrônicos se verificado
o dissimulado propósito final de produção de bens para consumo próprio ou ulterior
comercialização.

Precedente: RE nº 595.676/RJ (tema 259 de repercussão ger al).

 Referência:  Nota SEI Nº 23/2018/CRJ/PGA CET/PGFN-MF

1.24 - Instruções Normativas da RFB

a) IN RFB Nº 23/97 - Crédito presumido do IPI - Base de cálculo

REsp 993.164/MG (tema nº 495 de recursos repetitivos)


Resumo: o Tribunal julgou ilegal a IN RFB Nº 23/97, por ter ela extrapolado os limites da Lei
9.363/96, ao excluir da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI as aquisições
(relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matéria-prima e de insumos de
fornecedores não sujeitos à tributação pelo PIS/P ASEP e pela COFINS.
OBSERVAÇÃO: Há Ato Declaratório (AD 14/2011) tratando do mesmo tema, porém restringe-se
aos insumos adquiridos de produtor rural pessoa física. O preceden te em referência é mais
abrangente, pois não faz qualquer distinção à origem da produção do insumo, apenas declarando
a ilegalidade da IN ao excluir o benefício fiscal dos não contribuintes de PIS/PASEP e COFINS.
Assim, quando o caso concreto tratar de aquisição de insumo de produtor pessoa física não
contribuinte de PIS/PASEP e COFINS, aplica-se a dispensa decorrente do AD 14/2011. Para os casos
que tratarem de cooper ativas, aplica-se a dispensa decorrente da aplicação do entendimento deste
julgado.

1.25 - ITR

a) Área de reserva legal e área de preservação permanente

Precedentes: AgRg no Ag 1360788/MG, REsp 1027051/SC, REsp 1060886/PR, REsp 1125632/PR, REsp
969091/SC, REsp 665123/PR e A gRg no REsp 753469/SP .
Resumo: O STJ entendeu que, por se tratar de imposto sujeito a lançamento que se dá por
homologação, dispensa-se a averbação da área de preservação permanente no registro de imóveis
e a apresentação do Ato Declaratório Ambiental pelo Ibama para o reconhecimento das áreas de
preservação permanente e de reserva legal, com vistas à concessão de isenção do ITR. Dispensa-se
também, para a área de reserva legal, a prova da sua averbação (mas não a averbação em si) no
registro de imóveis, no momento da declaração tributária. Em qualquer desses casos, se
comprovada a irregularidade da declaração do contribuinte, ficará este responsável pelo
pagamento do imposto correspondente, com juros e multa.
OBSERVAÇÃO: Caso a matéria discutida nos autos envolva a prescindibilidade de averbação da
reserva legal no registro do imóvel para fins de gozo da isenção fiscal, de maneira que este
registro seria ou não constitutivo do direito à isenção do ITR, deve-se continuar a contestar e
recorrer. Com feito, o STJ, no EREsp 1.027.051/SC, reconheceu que, para fins tributários, a
averbação deve ser condicionante da isenção, tendo eficácia constitutiva. Tal hipótese não se
confunde com a necessidade ou não de comprovação do registro, visto que a prova da averbação
é dispensada, mas não a existência da averbação em si.

OBSERVAÇÃO 2: A dispensa contida neste item não se aplica para as demandas relativas a fatos
geradores posteriores à vigência da Lei nº 12.651, de 2012 (novo Código F lorestal).

 Vide Parecer PGFN/CRJ nº 1329/2016

* Data da alteração da redação do resumo e da Observação 1, bem como da inclusão da


Observação 2: 05/09/2016

b) Terras invadidas
Resumo: O STJ já firmou orientação quanto à impossibilidade de cobrar ITR em face do
proprietário, na hipótese de invasão, a exemplo de quando o imóvel rural é invadido por “Sem
Terras” e indígenas. Isso porque, de acordo com a Corte Superior, sem o efetivo exercício de
domínio, não obstante haver a subsunção formal do fato à norma, não ocorreria o
enquadramento material necessário à constituição do imposto, na medida em que o proprietário
não se deteria o pleno gozo da propriedade. Destaque-se, em relação às instâncias ordinárias, a
necessidade de analisar se, dentro do conjunto fático probatório, nas ações ajuizadas
relativamente à cobrança do ITR, os impostos referem-se ao período em que o proprietário esteve
impossibilitado de pleno gozo do direito de propriedade, em razão da invasão. Importa ressaltar
também para que se esteja atento para eventuais fraudes perpetradas para afastar a cobrança do
ITR.
Precedentes : AgRg no REsp 1346328/PR, REsp 963.499/PR, REsp 1144982/PR, RESP nº 1.567.625/RS,
RESP nº 1.486.270/PR, RESP nº 1.346.328/PR, AgInt no REsp 1551595/SP, RESP nº 1.111.364/SP,
ARESP nº 1.187.367/SP , RESP nº 1.551 .595/SP, ARESP nº 337.641/SP , ARESP nº 162.096/RJ.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 08/2018
Data da inclusão: 29/01/2018

1.26 - Multas

a) Retroatividade de multa mais benéfica

Precedentes: RESP's nº 479.264, 898.197, 649.957, A G 1.026.499 e A G 1.083.169.


Resumo: Em razão do caráter mais benéfico ao contribuinte, é plenamente cabível a retroação
dos efeitos de lei superveniente que prevê a redução de multa moratória, nos termos do Art. 106
do CTN, desde que ainda não definitivamente julgado o feito.
Vide Ato Declar atório n.º 02/2006 e n.º 02/2009.

b) Multa - SUNAB - Infr ação continuada

Precedentes: REsp 175.350, REsp 191.991, REsp 1.041.310 e REsp 643.634.


Resumo: A sequência de diversos ilícitos de mesma natureza, apurados em uma única ação fiscal,
é considerada como infr ação continuada e, portanto, sujeita à imposição de multa singular.

1.27 - Pagamento Indevido

a) SELIC

REsp 1.111.175/B A (tema nº 149 de recursos repetitivos)


Resumo: Aplica-se a taxa SELIC, a partir de 1º.1.1996, na atualização monetária do indébito
tributário, não podendo ser cumulada, porém, com qualquer outro índice, seja de juros ou
atualização monetária. Para pagamentos efetuados após 1º.1.1996, o termo inicial para a
incidência do acréscimo será o do pagamento indevido. Pagamentos indevidos anteriores à data
de vigência da Lei 9.250/95, a incidência da taxa SELIC terá como termo a quo a data de vigência
do diploma legal em tela, ou seja, janeiro de 1996.

b) Opção entre compensação e precatório/RPV

REsp 1.114.404/MG (tema nº 251 de recursos repetitivos)


Resumo: A sentença que reconhece que o contribuinte recolheu indevidamente valores a título de
tributo confere ao mesmo a opção entre executar essa sentença e, assim, receber o crédito
correspondente mediante precatório ou requisição de pequeno valor (RPV), ou então, proceder à
compensação desse crédito com tributos por ele devidos à F azenda Nacional.
OBSERVAÇÃO: Sempre que o particular optar por executar a decisão judicial de procedência da
ação declaratória do direito à repetição do indébito, o Procurador da Fazenda Nacional que atua
no feito executivo deverá se informar, junto à Receita Federal do Brasil, se o crédito exequendo
ainda não foi objeto de compensação pelo exequente. Se a resposta da Receita for positiva, o
Procurador da Fazenda Nacional deverá comunicar tal fato ao juízo da execução, para que o
mesmo a julgue extinta. E mais: sempre que, na hipótese acima narrada, o particular lograr obter
o recebimento do seu crédito mediante precatório ou RPV, deve o Procurador da Fazenda
Nacional comunicar tal fato à Receita Federal do Brasil, para que esta proceda à glosa de
compensações que eventualmente venham a ser efetivadas tendo como objeto o mesmo crédito
objeto do precatório. Evita-se, com essas providências, que o particular que obteve o
reconhecimento judicial do seu direito à repetição de indébito em face da Fazenda receba por
duas vezes o crédito daí decorrente.
OBSERVAÇÃO 2: A opção pelo precatório/RPV não se aplica em mandado de segurança, quanto às
parcelas anteriores à impetr ação.

c) Desnecessidade de juntada inicial de comprovantes de recolhimento do tributo

REsp 1.111.003/PR (tema nº 110 de recursos repetitivos)


Resumo: Em ação de repetição de indébito é desnecessária, para fins de reconhecimento do
direito do autor, a juntada de comprovantes de recolhimento do tributo, isto porque, segundo a
jurisprudência pacífica do STJ, os documentos indispensáveis mencionados pelo art. 282 do
CPC/1973 são aqueles hábeis a comprovar a legitimidade ativa ad causam do contribuinte que
arcou com o pagamento indevido da exação.

d) Prazo prescricional – LC Nº 118/05

RE 566.621/RS (tema nº 04 de repercussão ger al)


Resumo: O STF considerou inconstitucional a parte final do art. 4º da Lei Complementar 118/05,
no ponto em que determina que o art. 3º da referida LC (que dispõe que o prazo para a repetição
do indébito de tributos sujeitos a lançamento por homologação conta-se da data do pagamento
antecipado de que trata o art. 150, § 1º, do CTN) possui natureza interpretativa e, portanto,
retroage para alcançar fatos pretéritos. Na ocasião, o STF firmou, ainda, quanto à aplicação da
referida Lei Complementar no tempo, que sua incidência deverá se dar em relação às ações de
repetição de indébito ajuizadas a partir de sua entrada em vigor, o que ocorreu no dia 9 de junho
de 2005.
OBSERVAÇÃO 1: O STJ, no julgamento do REsp 1.002.932/SP, submetido à sistemática do art. 543-C
do CPC/1973, decidiu a matéria em quase total consonância com o STF: (i) entendeu pela
inconstitucionalidade da parte final do art. 4º da Lei Complementar, que previa a retroatividade
do art. 3º do mesmo diploma legal; (ii) quanto a regra de direito intertempor al, diversamente do
STF, afirmou que o prazo prescricional de cinco anos para as ações de repetição de indébito
tributário, definido na LC 118/05, incide apenas sobre os pagamentos indevidos ocorridos após a
entrada em vigor de referida lei;
OBSERVAÇÃO 2: A aplicação do entendimento proferido pelo STF significa que as ações de
repetição de indébito tributário ajuizadas a partir do dia 9 de junho de 2005, somente permitem,
se for o caso, a devolução dos tributos pagos indevidamente nos últimos 5 anos (aplicação da
regra prevista no art. 3º da LC). Assim, devem ser impugnadas eventuais decisões, proferidas nos
autos de ações ajuizadas a partir do dia 09 de junho de 2005, que permitam a repetição do
indébito referente aos últimos dez anos, mediante recursos ordinários e extr aordinários.
OBSERVAÇÃO 3: A decisão proferida pelo STF, em conformidade com precedentes posteriores,
também abr ange as demandas judiciais relativas a pleitos administr ativos anteriores a 09.06.2005.
Vide: Parecer PGFN/CRJ nº 1247/2014 e Nota PGFN/CRJ nº 1217/2014

1.28 – Parcelamento

a) PAES - Exclusão – Extempor aneidade da desistência de impugnação administr ativa

REsp 1.143.216/RS (tema nº 448 de recursos repetitivos)


Resumo: A exclusão do contribuinte do programa de parcelamento (PAES), em virtude da
extemporaneidade do cumprimento do requisito formal da desistência de impugnação
administrativa, afigura-se ilegítima na hipótese em que o deferimento da adesão é tácito (à luz do
artigo 11, § 4º, da Lei 10.522/2002, c/c o artigo 4º, III, da Lei 10.684/2003) e adimplidas as prestações
mensais estabelecidas por mais de quatro anos e sem qualquer oposição do Fisco. Isto porque, a
falta de desistênc ia do recurso administrativo, conquanto possa impedir o deferimento do
programa de parcelamento, acaso ultrapassada a aludida fase, não serve para motivar a exclusão
do parcelamento, por não se enquadrar nas hipóteses previstas nos artigos 7º e 8º da Lei
10.684/2003 (inadimplência por três meses consecutivos ou seis alternados; e não informação,
pela pessoa jurídica beneficiada pela redução do valor da prestação mínima mensal por manter
parcelamentos de débitos tributários e previdenciários, da liquidação, rescisão ou extinção de um
dos parcelamentos ) (Precedentes do STJ: REsp 958.585/PR, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira
Turma, julgado em 14.08.2007, DJ 17.09.2007; e REsp 1.038.724/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira
Turma, julgado em 17.02.2009, DJe 25.03.2009).

b) Confissão de dívida - Revisão

REsp 1.133.027/SP (tema nº 375 de recursos repetitivos)


Resumo: "A confissão da dívida não inibe o questionamento judicial da obrigação tributária, no
que se refere aos seus aspectos jurídicos. Quanto aos aspectos fáticos sobre os quais incide a
norma tributária, a regra é que não se pode rever judicialmente a confissão de dívida efetuada
com o escopo de obter parcelamento de débitos tributários. No entanto, como na situação
presente, a matéria de fato constante de confissão de dívida pode ser invalidada quando ocorre
defeito causador de nulidade do ato jurídico (v.g. erro, dolo, simulação e fraude)" (tese firmada
pelo STJ).

c) Renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação

REsp 1.124.420/MG (tema nº 286 de recursos repetitivos)


Resumo: Em julgamento segundo o rito do art. 543-C, o STJ entendeu que, no caso de adesão a
acordo de parcelamento da dívida (REFIS ou PAES), a existência de pedido expresso de renúncia
ao direito discutido nos embargos é conditio iuris para a extinção do processo com resolução do
mérito por provocação do próprio autor, por se tratar de ato em sua esfera de disponibilidade e
interesse, e o qual não pode ser admitido tácita ou presumidamente. Assim, para eventual
extinção dos embargos com resolução do mérito, faz-se necessária a renúncia expressa aos
direitos em que se funda a ação. Caso não haja pedido expresso de renúncia, o processo poderá
ser extinto sem julgamento de mérito por ausência superveniente de interesse processual.
OBSERVAÇÃO: Tendo-se em vista que as condições para a obtenção do parcelame nto são a
confissão do débito e a renúncia ou a não propositura de ação judicial para discuti-lo, a
consequência que pode advir do comportamento contrário do contribuinte é a sua não-inclusão
ou exclusão do REFIS/PAES, com o restabelecimento da exigibilidade do saldo devedor. Assim,
caso o procurador se depare com processo em que não foi formulado pedido de renúncia, em
desatendimento à legislação de regência do parcelamento, deverá adotar as providências
necessárias à não inclusão ou mesmo à exclusão do contribuinte, comunicando, quando for o
caso, a RFB.

d) Resolução CG/REFIS 19/2001 - Utilização de créditos decorrentes de prejuízos fiscais e de


base de cálculo negativa da CSLL cedidos por terceiros - Lei 9.964/00

Precedentes: REsp 1262273/PB , REsp 961319/SC, REsp 830972/SC; REsp 971365/SC e REsp
748524/SC.
Resumo: O entendimento consolidado pelo STJ é no sentido de ser válida a cessão de créditos
decorrentes de prejuízos fiscais e de base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) para fins de utilização na compensação com valores relativos a juros e multas do
REFIS na forma do art. 2°, § 7º, I e II da Lei 9.964/00. Nestes casos, afasta-se a exigência da
REFIS na forma do art. 2°, § 7º, I e II da Lei 9.964/00. Nestes casos, afasta-se a exigência da
Resolução CG/REFIS 19/2001, que extr apolou os limites da Lei 9.964/00.

e) Honorários - Antigas execuções previdenciárias – Lei n º 11.941/09 - Portarias Conjuntas


PGFN/RFB Nº 06/2009, 07/2013 e 13/2014

Precedentes : REsp 1430320/AL , AgRg no REsp 1466807/SC, AgRg no REsp 1540947/SC, AgRg no
REsp 1548619/RS, AgInt no REsp 1591801/RS, AgRg no REsp 1463121/AL, AgRg no REsp 1420749/AL,
AgRg no REsp 1510513/PE, REsp 1553488/AL, AgRg no REsp 1522956/SP, AgRg no REsp 1557789/AL
e REsp 1633984/SE
Resumo: o STJ firmou o entendimento de que é indevida a inclusão dos honorários fixados nas
antigas execuções previdenciárias (relativas a inscrições anteriores a 1º de maio de 2007, ou seja,
desprovidas do encargo legal) – prevista nos arts. 12, § 11, II, 16, V, e 28, I, da Portaria Conjunta
PGFN/RFB Nº 06/2009, nos arts. 13, § 11, II, 17, V, e 27, I, da Portaria Conjunta PGFN/RFB Nº 07/2013
e no art. 10, V, da Portaria Conjunta PGFN/RFB Nº 13/2014 – nos parcelam entos/pagamentos à vista
relacionados à Lei nº 11.941/09 (adesão originária e reaberturas promovidas pelas Leis nº
12.865/2013, 12.973/2014 e 12.996/2014), seja por extensão da remissão de 100% do encargo legal
prevista na Lei nº 11.941/09, seja por força do art. 38 da Lei nº 13.043/2014.
Observação : a dispensa somente se aplica aos parcelamentos relacionados à Lei nº 11.941/09
(reaberturas inclusive - referidas no caput do art. 38 da Lei nº 13.043/20 14) e considera o contexto
anterior ao § 19 do art. 85 do nCPC, bem como à Lei nº 13.327/2016.
Observação 2: o art. 38 da Lei nº 13.043/2014 foi revogado pela Medida Provisória nº 766/2017
(art. 15), de modo que a dispensa não se aplica a eventual nova reabertur a da Lei nº 11.941/09
Observação 3 : a dispensa não se aplica aos casos em que houver coisa julgada favoravelmente à
Fazenda Nacional respaldando a inclusão dos “honor ários previdenciári os” no parcelamento.
Referência : Nota PGFN/CRJ nº 135/2017
* Data da inclusão: 22/02/2017

f) Possibilidade de coexistência de parcelamentos.

Resumo: É possível a coexistência dos parcelamentos especiais das Leis nº 9.964, de 2000, (REFIS)
e nº 10.684, de 2003, (PAES) com outras modalidades de parcelamento, desde que os débitos se
refiram a períodos distintos e sejam preenchidos os demais requisitos estabelecidos pela
respectiva lei de regência.

Precedentes: AgRg no REsp 1289283/RJ; REsp 1437932/RS; REsp 1379605/CE; AgRg no REsp
1331895/PE.
Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 1152/2017
Data da inclusão: 13/07/2017

Data da alter ação do item: 06/11/2017

1.29 - Pena de Perdimento

a) Mercadoria/V eículo irregularmente importados

Precedentes: RESP 1.061.950, A G 1.169.855, RESP 1.116.394 e ERESP 535.536.


Resumo: A pena de perdimento não pode ser aplicada a terceiro de boa-fé que adquire
mercadoria/veículo irregularmente importados. O mesmo entendimen to se aplica aos veículos
usados em contrabando, quando adquiridos por terceiro de boa-fé devidamente comprovada.
Presume-se a boa-fé quando o terceiro adquire o bem em estabelecim ento regular e com nota
fiscal.
b) Decurso do pr azo de 90 dias sem o desembar aço - Abandono - Presunção relativa

Precedentes: RESP 1140064/SP, AgRg no Ag 849702, REsp 553027/CE, REsp 517790/CE e RESP
446807/DF.
Resumo: A pena de perdimento de bens, na hipótese prevista no art. 23 do DL n. 1.455/76 (decurso
de 90 dias sem o início do desembaraço), não se dá automaticamen te, podendo ser elidida a
presunção juris tantum de ter havido o abandono. Nessa linha, não caracteriza o abandono
quando há o manifesto desejo, efetivamente comprovado, de desembaraçar as mercadorias em
curto prazo, com a realização dos pagamentos devidos.

c) Proporcionalidade - V alor do bem tr ansportado e do veículo

Precedentes: AgRg no REsp 1125398/SP, AgRg no Ag 1233752/GO, REsp 1169160/RS, EDcl no AgRg
no Ag 1091208/SP, REsp 1072040/PR e AgRg no Ag 1076576/SP.
Resumo: Para o cabimento da pena de perdimento, em respeito ao princípio da
proporcionalidade e não havendo reiteração da conduta ilícita, deve haver proporção entre o
valor do veículo objeto da sanção e o das mercadorias nele tr ansportada s.

d) Falsidade ideológica na importação de bens - Subfaturamento do valor da mercadoria


na declaração de importação

Precedentes: AgRg no REsp 1.341.312/PR, REsp 1.242.532/RS, REsp 1.240.005/RS, REsp


1.217.708/PR, REsp 1.218.798/PR.
Resumo: A falsidade ideológica na importação de bens consistente exclusivamente no
subfaturamento do valor da mercadoria na declaração de importação dá ensejo à aplicação da
multa prevista no art. 108, § único, do Decreto-Lei nº 37, de 1966, e não à pena de perdimento
inserta no art. 105, VI, do mesmo diploma legal, por força dos princípios da especialidade, da
proporcionalidade e da hierarquia (sobre o Decreto nº 6.759, de 2009, a IN SRF nº 206, de 2002 e a
IN RFB nº 1.169, de 29 de junho de 2011). Ou seja, não cabe a pena de perdimento quando a
falsidade ideológica se limitar ao subfaturamento do valor da mercadoria importada, cabendo
apenas a pena de multa prevista no par ágrafo único do art. 108 do Decreto-Lei nº 37, de 1966.

Observação: Deve-se recorrer quando a falsidade da declaração for quanto à natureza da


mercadoria importada, seu conteúdo ou quantidade, quando será possível aplicar, a par da multa,
também a pena perdimento em relação ao excedente não declarado, ou quando for comprovada
falsidade do próprio documento ou má-fé e fraude na operação, revelando intuito
manifestamente doloso com o objetivo de burlar o fisco.

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 937/2016

* Data da inclusão: 27/09/2016

e) Veículo automotor estr angeiro. Tr ânsito tempor ário em território br asileiro.


Precedentes : AgRg no REsp 1545697/SC, AgRg no REsp 1487769/RS, REsp 1528344/PR, AgRg no
REsp 1323198/RS, REsp 1344149/PR, REsp 981.992/RS, REsp 614.581/PR.
Resumo: O STJ não reconhece a legitimidade da aplicação da pena de perdimento sobre veículo
automotor estrangeiro, quando houver o ingresso do mesmo, no território brasileiro, em trânsito
temporário. A jurisprudência aplica-se ao proprietário com comprovado duplo domicílio oriundo
de países signatários do Mercosul.
Referência : Nota PGFN/CRJ Nº 652/2017
* Data da inclusão: 18/07/2017

1.30 – Penhor a

a) Imóvel sede de empresa individual

REsp 1.114.767/RS (tema nº 315 de recursos repetitivos)


Resumo: É absolutamente impenhorável bem imóvel em que situada a sede da empresa
individual executada, por interpretação teleológica do disposto no art. 649, V do CPC/1973 (com a
redação dada pela Lei 11.382/2006), eis que, nessa hipótese, tal bem imóvel constitui instrumento
necessário ou útil ao desenvolvimento da atividade objeto do contr ato social.
OBSERVAÇÃO: Vale atentar para o fato de que o STJ, no julgamento acima referido, entendeu
admissível a penhora da sede da empresa individual executada quando inexistentes outros bens
passíveis de constrição.

b) Prisão civil - Depositário infiel

REsp 914.253/SP (tema nº 241 de recursos repetitivos)


Resumo: Não mais subsiste, no sistema normativo brasileiro, a prisão civil do depositário infiel,
independentemente da modalidade de depósito, trate-se de depósito voluntário (convencional) ou
cuide-se de depósito necessário, como o é o depósito judicial.

c) Reforço - Determinação ex officio

REsp 1.127.815/SP (tema nº 290 de recursos repetitivos)


Resumo: Neste precedente, o STJ entendeu pela impossibilidade da determinação do reforço da
penhora ex officio e que a insuficiência da penhora não é causa bastante para determinar a
extinção dos embargos do devedor, devendo o juiz abrir prazo para que o executado proceda o
reforço. A decisão fundamentou-se no princípio dispositivo, que informa que as atividades que o
juiz pode desempenhar ex officio não inibem a iniciativa das partes de requerê-las. Ademais, é
requisito do art. 685 do CPC/1973 que a parte executada seja ouvida antes da determinação do
reforço da penhor a.

d) Concurso de credores - A utarquia feder al e Fazenda Estadual

REsp 957.836/SP (tema nº 440 de recursos repetitivos)


Resumo: Neste julgado, o STJ definiu que para fins do exercício do direito de preferência entre
autarquias federais e fazendas públicas estaduais, se faz necessária a coexistência de execuções e
penhoras, pois a instauração do concurso de credores pressupõe a pluralidade de penhoras sobre
o mesmo bem.
Em relação aos créditos da Fazenda Nacional, a jurisprudência da Corte segue no mesmo sentido
de que para o exercício do direito de preferência definido pelos art. 187 do CTN e 711 do CPC/1973
é necessário que o credor demonstre que promoveu a execução e penhorou o mesmo bem objeto
de outra constrição judicial.
Ver os seguintes julgados: REsp 871.190/SP; REsp 655.233/PR; REsp 685.632/RS; REsp 1.288/150/MG;
REsp 722.197/RS; REsp 660.655/MG.

e) Impenhor abilidade - Matéria de Ordem Pública - Impossibilidade de renúncia ao direito


Precedentes: AG 426.422/PR, AG 1114259/RS, RESP 1059805/RS, RESP 828.375/RS e RESP
813.546/DF.
Resumo: Por tratar-se de matéria de ordem pública, o bem de família é impenhorável inclusive
quando indicado pelo próprio devedor à penhora, em razão da impossibilidade de renúncia ao
direito.

f) Impenhor abilidade do bem ainda que locado

Predecentes: Ag 770.783/GO, A gRg no Ag 902.919/PE, A gRg no REsp 975.858/SP e REsp 698.750/SP .


Resumo: O STJ entende que, mesmo locado, o bem de família conserva a sua impenhorabilidade,
pois os valores recebidos como aluguel são frutos utilizáveis na manutenção da família e que
podem, inclusive, serem empregados par a arcar com gastos de mor adia em outro bem.

g) Penhora - Meação

Precedentes : RESP's 701.17, 107.017, 260.642, 641.400 e 302.644.


Resumo: Precedentes: RESP's 701.17, 107.017, 260.642, 641.400 e 302.644. Resumo: Aplicação da
Súmula 251/STJ ("A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal,
provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal").
Ressalva : A súmula 251 do STJ não se aplica aos matrimônios celebrados no regime da comunhão
universal de bens após a vigência do Código Civil de 2002 (11/1/2003)

Referências : Parecer PGFN/CRJ/Nº 909/2017

h) Penhora sobre fatur amento

Precedentes: RESP 857.879 e RESP 244.191.


Resumo: Admite-se, excepcionalmente, a penhora do faturamento, desde que presentes requisitos
específicos que justifiquem a medida, quais sejam: a) realização de infrutíferas tentativas de
constrição de outros bens suficientes a garantir a execução, ou, caso encontrados, sejam tais bens
de difícil alienação; b) nomeação de administrador (arts. 678 e 719, caput, do CPC/1973), ao qual
incumbirá a apresentação da forma de administração e do esquema de pagamento; c)
manutenção da viabilidade do próprio funcionamento da empresa.

i) Penhora de bem alienado fiduciariamente

Precedentes: AG 1249564/SP, RESP 916782/MG, RESP 795635/PB, RESP 874983/RS, RESP 626999/SC
e AG 460285/SP.
Resumo: O bem alienado fiduciariamente não pode ser penhorado por ser propriedade do credor
fiduciário.
OBSERVAÇÃO: Ressalta-se a possibilidade de penhor a sobre os direitos do contr ato de alienação.

j) Penhora - Bem móvel ou dinheiro - Encargos do depositário - Recu sa

Precedentes: REsp 1.127.815/SP, REsp 728.093/SP, HC 31.733/SP e HC 26.351/SP .


Resumo: Com fundamento no art. 5º, II da Constituição Federal, o depositário nomeado
compulsoriamente pode recusar o ônus que lhe foi atribuído. Vide Súmula 319/STJ: "O encargo de
depositário de bens penhor ados pode ser expressamente recusado”.
OBSERVAÇÃO: O depositário de bem imóvel, quando proprietário, não pode recusar o encargo
(vide art. 659, §§ 4º e 5º do CPC/1973).
 

k) Indisponibilidade do ativo circulante somente é possível quando o ativo permanente for


insuficiente par a a garantia integr al do crédito fiscal.

Resumo: O STJ já firmou orientação no sentido de que é cabível, excepcionalmen te, a decretação
da indisponibilidade do ativo circulante nas situações em que o ativo permanente for
comprovadamente insuficiente par a a garantia do crédito fazendário. A par alisação das
atividades da empresa e a não localização de bens suficientes são exemplos citados pela
jurisprudência como sendo aptos a comprovar a alegada insuficiência da gar antia do crédito.
Precedentes : REsp nº 702.333/PE, REsp nº 841.173/PB, REsp nº 365.546/SC, A gRg no RE sp nº
1.441.511/PA e AgRg no REsp nº 1.536.830/RS
Referência : Nota PGFN/CRJ nº 10/2018
Data da inclusão : 29/01/2018

j) Caracterização como bem de família do único imóvel residencial d o devedor que sirva de
moradia a um de seus familiares

Resumo: O STJ pacificou o entendimento no sentido de que constitui bem de fam ília, insuscetível
de penhora, o único imóvel residencial do devedor em que resida seu fil ho ou demais familiares.
A circunstância de o devedor não residir no imóvel, que se encontr a cedido a familiares, não
constitui óbice ao reconhecimento do favor legal. Inteligência dos arts. 1º e 5º da Lei 8.009/90.
Precedentes : EREsp 1216187/SC; REsp 1059805/RS; REsp 931.196/RJ; REsp 507.686/SP; REsp
272.742-PR; REsp 186.210-PR).
Referência : Nota PGFN/CRJ nº 17/2018
Data de inclusão: 06/03/2018

1.31 - PIS/COFINS

a) Congruência - Inexistência de relação jurídico-tributária - Base de cálculo e


semestralidade do PIS

REsp 1.030.817/DF (tema nº 256 de recursos repetitivos)


Resumo: Possibilidade do Tribunal a quo se manifestar acerca da base de cálculo e
semestralidade do PIS, quando o pedido formulado na inicial cingiu-se à declaração de
inexistência de relação jurídica decorrente da incidência dos Decretos-lei 2.445/88 e 2.249/88, sem
incorrer em julgamento extr a petita. Sobre o tema, vide Ato Declar atório nº 8/2006.

b) Art. 6º, par ágrafo único, da LC 07/70

REsp 1.127.713/SP (tema nº 461 de recursos repetitivos)


Resumo: Segundo o STJ, o art. 6º, parágrafo único da LC 07/70 não se refere ao prazo para
recolhimento do PIS, mas à sua base de cálculo que é o faturamento do sexto mês anterior ao da
ocorrência do fato ger ador. Sobre o tema, conferir Ato Declar atório nº 8/2006.

c) Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98 - Alargamento da base de cálculo

RE 585.235/MG (tema nº 110 de repercussão ger al)


Resumo: É inconstitucional o alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo
art. 3º, §1º da Lei n. 9.718/98, eis que tais exações devem incidir, apenas, sobre as receitas
decorrentes da venda de mercador ias e da prestação de serviços (conceito restritivo de receita
bruta), e não sobre a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica (conceito ampliativo de
receita bruta).
OBSERVAÇÃO: Como visto, o STF entendeu que a COFINS/PIS somente pode incidir sobre receitas
operacionais das empresas (ligadas às suas atividades principais), sendo inconstitucional a sua
incidência sobre as receitas não operacionais (p.ex. aluguel de imóvel). Sendo assim, percebe-se
que a COFINS/PIS incidem sobre as receitas oriundas dos serviços financeiros prestados pelas
instituições financeiras (serviços remunerados por tarifas e atividades de intermediação
financeira), eis que as mesmas possuem natureza de receitas operacionais. Ou seja, a declaração
de inconstitucionalidade, pelo STF, do art. 3º, §1º da Lei n. 9.718/98, não impede que a COFINS/PIS
incidam sobre as receitas decorrentes dos serviços financeiros prestadas pelas instituições
financeiras.
Assim, diante disso, as unidades da PGFN devem continuar contestando/recorrendo em face de
demandas/decisões que invoquem o precedente acima referido (declaração de
inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei n. 9.718/98) a fim de afastar a incidência de PIS/COFINS
sobre as receitas oriundas dos serviços financeiros prestadas pelas instituições financeir as.

d) Período entre a Lei nº 9.718/98 e as Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03 - Juros sobre capital
próprio

REsp 1.104.184/SP (tema nº 538 de recursos repetitivos)


Resumo: Em julgamento segundo o rito do art. 543-C, o STJ entendeu que não incide PIS/COFINS
sobre os juros sobre capital próprio recebidos durante a vigência da Lei 9.718/98 até a edição das
Leis 10.637/02 e 10.833/03. Isso porque somente após a edição da EC 20/98 é que se possibilitou a
inclusão da totalidade das receitas – incluindo o JCP – como base de cálculo do PIS e da COFINS,
circunstância materializada com a edição das Leis 10.637/02 e 10.833/03.
OBSERVAÇÃO: Apesar de o recurso repetitivo ter como parte empresa cuja denominaç ão remete
à participação em outras empresas, o STJ em momento algum examinou, neste recurso repetitivo
(até porque a matéria não fora prequestionada), ou em outros julgados, a possibilidade de
incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins sobres os juros sobre capital próprio no
regime da Lei nº 9.718/98 em relação a empresas que tivessem por objeto social ou atividade
precípua a participação em outras empresas. Assim, em se tratando de empresas que tenham por
objeto social a participação em outras, devem os Procuradores continuar a contestar e recorrer
nos casos em que se discuta a incidência de Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins sobre os juros
sobre o capital próprio creditados à luz da Lei nº 9.718/98, uma vez que, para essas empresas, os
juros sobre capital próprio decorrem do exercício de uma atividade operacional, uma atividade
típica, na mesma linha do que se defende em relação às instituições financeiras, de modo que a
declaração de inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo das referidas
contribuições não teria afastado a possibilidade de tributação da parcela sob comento.

e) Contribuintes submetidos à tributação do IR pelo lucro presumido - Art. 8º, II, da Lei
10.637/02 e art. 10, II, da Lei 10.833/03

REsp 1.354.506/SP (tema nº 735 de recursos repetitivos)


Resumo: Aos contribuintes submetidos à tributação do IR sobre o lucro presumid o não se aplica a
base de cálculo do PIS e da COFINS com base nas Leis 10.637/02 e 10.833/03, mas aquela definida
constitucionalmente pelo art. 195, I, com redação anterior à EC 20/98. Isto se justifica em razão da
redação dos arts. 8º, II, da Lei 10.637/02 e 10, II, da Lei 10.833/03, que excluem da aplicação da
legislação nova os contribuintes tributados pelo IR com base no lucro presumido.

f) Crédito presumido de ICMS - Cessão


f) Crédito presumido de ICMS - Cessão

RE 606.107/RS (tema nº 283 de repercussão ger al)


Resumo: não incide PIS e COFINS sobre a cessão a terceiros do crédito presumido do ICMS
decorrente de exportação.

g) Variação cambial positiva – Oper ação de exportação de mercadorias e/ou serviços

RE nº 627.815/PR (tema nº 329 de repercussão ger al)


Resumo: É inconstitucional a incidência da contribuição ao PIS e da COFINS sobre a receita
decorrente de variação cambial positiva obtida nas operações de exportação de produtos e/ou
serviços, por estar abrangida pela imunidade prevista no art. 149, § 2º, inciso I, da Constituição
Federal de 1988.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 762/2014, Nota PGFN/CRJ nº 598/2015 e Parecer PGFN/CAT nº
1473/2015

h) PIS - Entidades filantrópicas - Imunidade

RE nº 636.941/RS (tema nº 432 de repercussão ger al)


Resumo: O STF, reafirmando sua jurisprudência, entendeu que as entidades filantrópicas fazem
jus à imunidade tributária sobre a contribuição destinada ao Programa de Integração Social (PIS).
O STF decidiu que são imunes à contribuição ao PIS as entidades beneficentes de assistência social
que atendam aos requisitos legais, quais sejam, os previstos nos arts. 9º e 14, do CTN, bem como
no art. 55, da Lei nº 8.212/1991 (vigente à época).
OBSERVAÇÃO: Importante destacar que, seguindo os parâmetros definidos no acórdão, os
Procuradores da Fazenda Nacional devem continuar a contestar e recorrer nos casos em que a
imunidade da contribuição destinada ao PIS tenha sido concedida sem a observância dos
requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212/1991.
Cumpre informar que pende, no STF, a conclusão do julgamento do RE nº 566.622/RS, com
repercussão geral reconhecida, no qual se discute, especificamente, a questão da reserva de lei
complementar para instituir requisitos à concessão de imunidade tributária às entidades
beneficentes de assistência social, definindo se haveria inconstituciona lidade formal do art. 55 e
suas alterações posteriores.
Referência: Nota PGFN/CAS TF nº 637/2014

i) PIS/COFINS importação - Base de cálculo - ICMS e valor das próprias contribuições


RE nº 559.937/RS (tema nº 01 de repercussão ger al)
Resumo: Inconstitucionalid ade da seguinte parte do art. 7º, inciso I, da Lei 10.865/04 (redação
anterior à Lei nº 12.865, de 2013): "acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação – ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das
próprias contribuições", por violação do art. 149, § 2º, III, a, da CF, acrescido pela EC 33/01. O
julgado não tr atou da importação de serviços.

OBSERVAÇÃO: A dispensa de contestação e recursos com fundamento no RE nº 559.937/RS


também se aplica às demandas em que se questiona a inclusão, na importação de bens, dos
Impostos de Importação (II) e sobre Produtos Industrializados (IPI) na base de cálculo da
contribuição ao PIS/COFINS-Import ação, uma vez que tais tributos eram incluídos (IN RFB nº
572/2005) apenas por já comporem a base de cálculo do ICMS, tanto é que a IN 1401/2013, atenta
ao julgamento do S TF, apresentou nova fórmula de cálculo, não mais con templando tais valores.
Referência: Nota PGFN/CAS TF nº 547/2015 e Nota PGFN/CRJ/Nº 480/2017

* Data da inclusão da Observação: 12/05/2017

j) Sociedades corretor as de seguros – Arts. 18 da Lei nº 10.684/03 e 2 2, § 1º, da Lei nº 8.212/91

REsp 1.400.287/RS e REsp 1.391.092/SC (temas nº 728 e 729 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ decidiu que as sociedades corretoras de seguros não se sujeitariam à alíquota
majorada de 3% para 4% da COFINS, prevista no art. 18 da Lei nº 10.684/2003, considerando que
as “sociedades corretoras de seguros” não poderiam ser equiparadas aos “agentes autônomos de
seguros privados”, tampouco estariam enquadradas na categoria “sociedades corretoras”, de
forma que não seriam abr angidas pelo disposto no §1º do art. 22, da Lei nº 8.212/1991.
OBSERVAÇÃO: É importante destacar, consoante se depreende do inteiro teor do acórdão, que o
entendimento estabelecido pelo STJ se espraia para outras relações tributárias, na medida em que
outros dispositivo s legais referem-se ao mesmo art. 22 §1º da Lei nº 8.212/91, o qual se conecta ao
sistema por meio do art. 3º, §6º da Lei nº 9.718/98, ou à expressão nele contida. Foram
expressamente listados, no voto do Ministro Relator, como componentes da mesma relação
sistêmica, os seguintes dispositivos legais: art. 5º, III, da Lei nº 8.541/1992; art. 11, caput e
parágrafo único, da Lei Complemen tar nº 70/91; art. 10, I, da Lei nº 10.833/2003; art. 18, da Lei nº
10.684/2003; §6º do art. 3º, da Lei nº 9.718/98; e §1º do art. 22, da Lei nº 8.212/1991.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 73/2016 e Nota PGFN/CRJ Nº 134/2016

k) Resolução 174 do CMN - Folha de pagamento das cooperativas e entidades sem fins
lucrativos antes da MP 1212/95

Precedentes: EREsp 765.340/RS, AgRg no AG 690.786/RS, AgRg no AG 617.834/RS, REsp 460.255/RS


e REsp 421.711/RS.
Resumo: É pacífico no STJ o entendimento a respeito da inexigibilidade da contribuição para o
PIS sobre a folha de pagamento das cooperativas e entidades sem fins lucrativos antes da MP
1212/95, tendo-se em vista a violação ao Princípio da Legalidade pela Resolução 174 do CMN, que
instituiu a cobr ança da contribuição na base de 1 % (um por cento) sobr e a base de cálculo.
Referência: Parecer PGFN/CRJ Nº  1761/2016

l) Venda de mercadorias destinadas à Zona Fr anca de Manaus

Precedentes: ADI 2.348-9/DF, RE 539.590/PR e A gRg no RE 494.910/SC; A gInt no AREsp 944.269/AM,


AgInt no AREsp 691.708/AM, AgInt no AREsp 874.887/AM, AgRg no Ag 1.292.410/AM, REsp
1.084.380/RS, REsp 982.666/SP , REsp 817777/RS e EDcl no REsp 831.426/RS.

Resumo: Ao apreciar a cautelar na ADI 2.348-9/DF, o STF, por unanimidade, suspendeu a eficácia
da expressão “na Zona Franca de Manaus”, constante do art. 14, § 2º, I, da MP nº 2.037-24/00 (que
afastava da isenção de PIS/COFINS na exportação para o exterior a receita de vendas efetuadas a
empresa estabelec ida na ZFM), por violação ao art. 40 do ADCT (que teria estabilizado o art. 4º do
DL nº 288/67. A partir de então, ou seja, na MP nº 2.037-25/00, editada em dezembro/2000 (hoje art.
14 da MP nº 2158-35/01), a ressalva à Zona Fr anca de Manaus foi suprim ida.
Nesse cenário, o STF firmou, em sede de RE, o entendimento de que a controvérsia acerca da
incidência do PIS/COFINS sobre a venda de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus se
restringe ao âmbito infraconstitucio nal, enquanto o STJ e os TRF’s firmaram o entendimento de
que, por força dos arts. 5º da Lei nº 7.714/88, 7º da Lei complementar nº 70/91 e 14 da MP nº 2158-
35/01, c/c art. 4º do DL nº 288/67, não incide PIS/COFINS sobre a receita decorrente de venda de
mercadoria de origem nacional destinada a pessoa jurídica sediada na Zona Franca de Manaus,
pois se trataria de oper ação equipar ada a exportação (art. 4º do DL nº 28 8/67).
O STJ também firmou o entendimento de que o benefício fiscal se aplica ainda que a vendedora (e
não apenas a adquirente) seja sediada na ZFM (chamadas “vendas internas”).

OBSERVAÇÃO: a dispensa não se aplica quando se tratar de: (i) venda de mercadoria por
empresa sediada na ZFM a outras regiões do país; (ii) operação envolvendo pessoa física
(vendedor ou adquirente); (iii) venda de mercadoria que não tenha origem nacional; e (iv)
receita decorrente de serviços (e não venda de mercadorias) prestados a empresas sediadas na
ZFM.

* Data de alter ação do item: 02/12/2016

m) COFINS - Isenção do art. 14, X, da Medida Provisória nº 1.858, de 1999 (atual Medida
Provisória nº 2.158-35, de 2001) - Mensalidades pagas às instituições de ensino sem fins
lucrativos.

REsp nº 1.353.111/RS (tema nº 624 de recursos repetitivos)


Resumo: As receitas auferidas a título de mensalidades dos alunos de instituições de ensino sem
fins lucrativos são decorrentes de "atividades próprias da entidade", conforme o exige a isenção
estabelecida no art. 14, X, da Medida Provisória nº 1.858, de 1999 (atual MP nº 2.158-35, de 2001),
sendo flagr ante a ilicitude do art. 47, §2º, da IN/SRF nº 247/2002, nessa ex tensão.
Referência : Nota PGFN/CRJ nº 333/2016

n) Anterioridade nonagesimal e irretroatividade - EC 17/1997 - Ec 10/1996   

RE nº 848.353/SP (tema nº 894 de repercussão ger al)


Resumo: o STF, observan do a diretriz do tema nº 107 de repercussão geral, definiu que a
contribuição ao PIS só pode ser exigida, na forma estabelecida pelo art. 2º da EC 17/97, após
decorridos noventa dias da data da publicação da referida emenda constitucional. Em outras
palavras, decidiu o STF que, por força dos princípios constitucionais da anterioridade
nonagesimal e da irretroatividade tributária, a alíquota majorada do PIS prevista no art. 72, V, da
Constituição Federal não poderia ser exigida no período entre julho/1997 e o decurso do prazo de
noventa dias após a publicação (25/11/1997) da EC nº 17/97 (fevereiro/1 998), incidindo o disposto
na Lei complementar nº 07/1970. Conforme decidido pelo STF no julgamento do AgRg no RE nº
953.074/SP, o mesmo entendimento s e aplica ao PIS na EC 10/96 (art. 72, V , do ADCT), tendo em
vista o decidido no tema nº 107 de repercussão ger al.

Referência : Nota PGFN/CRJ nº 730/2016 e Nota PGFN/CRJ Nº 1224/2016

* Data da inclusão: 01/08/2016

** Data de inclusão da EC 10/1996: 19/12/2016

o) Sujeição do PIS ao art. 195, § 6º, da CF - Anterioridade nonagesimal - Majoração de


alíquota na conversão de medida provisória em Lei

RE nº 568.503/RS (tema nº 278 de repercussão ger al)


Resumo: “A contribuição ao PIS sujeita-se à regra do §6º do art. 195 da Constituiç ão da República.
Aplicação da anterioridade nonagesimal à majoração de alíquota feita na conversão de medida
provisória em lei”
Referência : Nota PGFN/CRJ nº 800/2016 e Nota PGFN/CRJ nº 930/2016

* Data da inclusão: 16/08/2016

p) Pena de perdimento - Art. 2º, III, da Lei nº 10.865, de 2004 - Irrelevância da prévia
ocorrência do fato ger ador

Precedentes: AgRg no REsp 1.430.486/SP , REsp 1.4 85.609/SC, REsp 1.467.306/PR.


Resumo: O imposto de importação e as contribuições ao PIS/COFINS – Importação não incidem
quando aplicada a pena de perdimento à mercadoria estrangeira, sendo irrelevante a ocorrência
do fato gerador de tais exações, ante proibição expressa vedando a incidência desses tributos no
art. 1º, § 4º, III, do Decreto-Lei nº 37, de 1966, e no art. 2º, III, da Lei nº 10.865, de 2004, ressalvadas
as hipóteses de não localização do bem, sua revenda ou seu consumo.

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 962/2016

* Data da inclusão: 05/10/2016

q) Correção monetária devida no ressarcimento de crédito de natureza escritural de


PIS/COFINS decorrente da não-cumulatividade, ressalvada peculiaridade da lei
instituidor a do benefício. F ator aplicável. T axa SELIC. – VER ITEM 1 .20 – b

RESP nº 1.035.847/RS (tema nº 164 de recursos repetitivos)


Resumo: A jurisprudência pacífica do S TJ aplica, indistintamente e sem p rejuízo do artigos arts. 6°,
§ 2°, 13 e 15, VI, da Lei 10.833/2003, entendimento fixado no Repetitivo 1.035.847/RS, no sentido de
reputar ausente direito à correção, cabível apenas na hipótese de oposição ao
aproveitamento do crédito ou mora imputável à administração, quando passa a incidir a
Taxa SELIC como “fator de correção monetária do crédito de natureza escritural”. Nesse
sentido: RESP 1.607.697/RS, A gInt no REsp 1.583.039/PR e A GRG no REsp1 .467.934/RS.

OBSERVAÇÃO: Reputa-se mora da administração a não apreciação de pedido de ressarcimento no


prazo de 360 dias, em atenção ao art. 24 da Lei 11.457/2007, sendo aplicável o entendimento do
REsp 1138206/RS, submetido ao rito do art. 543-C do CPC/1973. A questão do termo inicial da
fluência da correção, nessas hipóteses, ainda é controvertida, devendo se adotar o entendimento
de que é devida apenas a partir do escoamento do prazo legal para análise do requerimento, ou
seja, no 361º dia (REsp 1240714/PR e AgRg no REsp 1.467.934/RS – favoráveis à Fazenda Nacional).
Recomenda-se, portanto, que sejam objeto de contestação/recurso (inclusive por meio de
Recurso Especial) a fixação do termo inicial de correção monetária de tais créditos em
momento anterior ao término do prazo de 360 dias, contados da data de protocolo do pedido
de ressarcimento, porquanto antes desse prazo não há que se falar em mora do Fisco e não há
aplicação do entendimento firmado em sede de recurso repetitivo (o REsp nº 1.035.847/RS não
aborda essa questão). Para tanto, deve-se mencionar expressamente a violação ao art. 24 da Lei
11.457/2007. Fica dispensada a interposição de Recurso Extraordinário quanto ao tema, por se
tratar de matéria eminentemente infr aconstitucional.

Referência: Referência: Nota PGFN/CRJ nº 775/2014, Nota PGFN/CRJ nº 532/2016, Parecer


PGFN/CATº 1441/2016 e Nota PGFN/CRJ nº 1066/2017
Data da Inclusão: 18/10/2017

 
 

1.32 - Prescrição e Decadência

a) Aplicação cumulativa dos pr azos previstos nos arts. 150, § 4º, e 1 73, I, do CTN

REsp 973.733/SC (tema nº 163 de recursos repetitivos)


Resumo: Impossibilidade de aplicação cumulativa dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º e 173
do CTN para determinação do prazo decadencial na constituição do crédito tributário pelo Fisco,
nas hipóteses em que o contribuinte não declara, nem efetua o pagamento antecipado do tributo
sujeito a lançamento por homologação.

b) Marco interruptivo - Despacho de Citação - Citação válida - Retroatividade

REsp 999.901/RS (tema nº 82 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ fixou entendimento no sentido de que se aplica o disposto no art. 174 do CTN,
alterado pela LC 118/05, apenas às execuções fiscais em que a data do despacho ordinatório de
citação seja posterior à entrada em vigor da referida Lei Complemen tar. Desta forma, caso o
despacho citatório tenha sido proferido anteriormente à vigência da LC 118/05 (antes de
09/06/2005), o marco interruptivo da prescrição será apenas a citação válida do executado; por
outro lado, quando o despacho citatório for ordenado após 09/06/2005, este bastará para a
interrupção da prescrição.
OBSERVAÇÃO: Embora a interrupção da prescrição se dê com a citação válida (nos casos
anteriores a vigência da LC 118/05) ou com o despacho citatório (nos casos de vigência da LC
118/05), essa interrupção, em ambos os casos, retroage à data do ajuizamento da ação, em face do
disposto no art. 219, § 1º, do CPC, como vem sendo decidido em inúmeros precedentes do STJ,
inclusive o REsp 1.120.295/SP. Assim, tendo a execução fiscal sido ajuizada dentro do prazo de 5
(cinco) anos, à luz desse entendimento, não ter á ocorrido a prescrição.
OBSERVAÇÃO 2: Nas hipóteses de repetidas diligências infrutíferas, que vieram a resultar na
inocorrência de citação do executado – sequer requerida por edital, e quando inaplicável a
Súmula 106 do STJ, é descabida a aplicação do § 1º do art. 219 do CPC (nos casos em que o
despacho ordinatório da citação foi anterior à vigência da LC 118/05).

c) Decretação ex officio

REsp 1.100.156/RJ (tema nº 134 de recursos repetitivos)


Resumo: Possibilidade de decretação de ofício da prescrição, com base no § 5º do art. 219 do CPC,
visto que as providências indicadas no § 4º do art. 40 da Lei 6.830/80 somente se aplicam em caso
de prescrição intercorrente. Sobre o tema, vide Súmula n. 409/S TJ.

d) Multa por infr ação administr ativa - Decreto nº 20.910/32

REsp 1.105.442/RJ (tema nº 135 de recursos repetitivos)


Resumo: O prazo prescricional para o ajuizamento de execução fiscal de multa administrativa é
de 5 anos contados da data em que se torna exigível o crédito, com o vencimento do seu
pagamento (art. 39 da Lei 4.320/64 e art. 1º do Decreto 20.910/32).
REsp 1.112.577/SP (temas nº 146 e 147 de recursos repetitivos)
Resumo: É de cinco anos o prazo para a cobrança da multa aplicada por infração administrativa,
nos termos do Decreto n.º 20.910/32, o qual que deve ser aplicado por isonomia, à falta de regra
específica para regular esse prazo prescricional. O termo inicial da prescrição quinquenal é o do
dia seguinte ao vencimento da cobrança da multa aplicada, e não a data da própria infração,
quando ainda não er a exigível a dívida. Vide Ato Declar atório n.º 01/2010.
OBSERVAÇÃO: Vale observar que o prazo quinquen al, fixado no julgamento acima, não se aplica
às multas eleitor ais e criminais.

e) Contribuições previdenciárias anteriores à CF/88

REsp 1.138.159/SP (temas nº 266 e 267 de recursos repetitivos)


Resumo:
(i) É de 5 anos o prazo decadencial para a constituição das contribuiç ões previdenciárias cujos
fatos geradores são anteriores à vigência da CF/88.
(ii) No que tange ao prazo prescricional para a cobrança das contribuiçõ es previdenciárias, fixou-
se o entendimento de que: a) até a EC n.08/77, o prazo é de 5 anos (CTN); b) após a EC n. 08/77 e
antes da CF/88, o prazo é de 30 anos (Lei n. 3807/60); c) após a CF/88, o prazo é de 5 anos (Súmula
Vinculante n. 8 e CTN).
(iii) É ilegal a inclusão do valor do transporte (frete) na base de cálculo da contribuição
previdenciária ao FUNR URAL, por não integr ar o valor comercial do produto rur al.
Sobre o tema, ver Ato Declar atório nº 03/2010.

f) Reserva de lei complementar - Fixação de pr azo e hipóteses de suspensão

RREE 560.626, 556.664, 559.882 e 559.943 (temas nº 02 e 03 de repercussão ger al)


Resumo: o STF, no julgamento dos RREE 560.626, 556.664, 559.882 e 559.943, pela sistemática da
repercussão geral, disposta no art. 543-B do CPC, declarou a inconstituci onalidade formal dos arts.
45 e 46 da Lei n. 8.212/91 e do parágrafo único do art. 5º do DL 1.567/77, sob o argumento de que
tanto a Constituiç ão Federal de 19678/69 (art. 18, § 1º) não permitia que decreto-lei criasse
hipótese de suspensão da prescrição tributária, como a atual Constituição de 1988 (art. 146, III,
“b”) não permite que lei ordinária disponha sobre prazos de decadência e de prescrição. Por
maioria, resolveu- se editar a Súmula Vinculante n. 8, cujo teor é o seguinte: "São inconstitucionais
o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº
8.212/1991, que tr atam de prescrição e decadência de crédito tributário."
Ressalte-se que a edição de referida súmula vincula a administração tributária federal e tem o
condão de dispensar os Procuradores da Fazenda Nacional de contestar/impugnar e recorrer de
tais temas em juízo, desde que ajuizadas as demandas até 10/06/2008 (no caso do art. 45 e 46). Na
sessão seguinte, de 13.06.2008, o Pleno do STF, apreciando o pleito de modulação dos efeitos da
decisão, acolheu-o parcialmente, e modulou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade dos
arts. 45 e 46 da Lei n. 8212/91, especificamente para afastar a possibilidade de devolução dos
valores pagos, no passado, pelos contribuintes, ressalvadas aquelas hipóteses em que o pedido de
devolução tiver sido formulado pelo contribuinte, em sede administrativa ou judicial, em data
anterior à 11.06.2008 (data do julgamento dos mencionados RE´s). Ou seja: o STF conferiu efeitos
ex nunc à declaração de inconstitucionalidade dos referidos dispositivos legais, com o fim
específico de evitar que os valores pagos anteriormente, com base nas leis tidas por
inconstitucionais, tivessem que ser devolvidos aos contribuintes.
OBSERVAÇÃO 1: Em face da modulação dos efeitos acima referida, os Procuradores da Fazenda
Nacional deverão contestar e recorrer, com relação àquelas demandas/decisões que versem sobre
a devolução de valores pagos, a título de contribuições previdenciária s, cujas respectivas ações
não tenham sido ajuizadas anteriormente a 11.06.2008.
OBSERVAÇÃO 2: Com relação à aplicação do art. 5º, parágrafo único, do DL 1.569/77, levando-se
em conta que sua declaração de inconstitucionalidade se restringe ao âmbito da matéria
tributária, em face do art. 146, III, “b”, da CF, o mesmo deve ser aplicado quanto à dívida ativa não
tributária da União. Diante disso, deverão os Procuradores da Fazenda Nacional continuar a
recorrer de demandas/decisões que versem sobre a aplicabilidade do referido artigo em matérias
não tributárias. Cumpre observar, todavia, a superveniência dos arts. 74 e 114, VIII, da Lei nº
13.043/14.
g) Confissão de dívida após a consumação da decadência

REsp 1.355.947/SP (tema nº 604 de recursos repetitivos)


Resumo: Documentos que comprovem a confissão de dívida não servem para constituir dívida
após o transcurso do prazo decadencial, pois a decadência é forma de extinção do crédito
tributário e, uma vez extinto, não pode se reavivado posteriormente.

h) Taxa de ocupação

REsp 1.133.696/PE (tema nº 244 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ fixou entendimento no sentido de que o prazo prescricional para a cobrança da
taxa de ocupação de terrenos de marinha é de cinco anos, independentemente do período
considerado. Isto se deve ao fato de que os débitos posteriores a 1998 se submetem ao prazo
qüinqüenal, à luz do que dispõe a Lei 9.636/98, e os anteriores à citada lei, em face da ausência de
previsão normativa específica, se subsumem ao prazo encartado no art. 1º do Decreto-Lei
20.910/1932. Vide Ato Declar atório nº 07/2011.

i) Contribuição IAA - Natureza tributária

Precedentes: AgRg no RE 543.997/AL; AgRg no REsp 1.260.481/PB, REsp 1.319.077/AL, EDcl no


REsp 711.997/SC, REsp 551.015/AL e A gRg no Ag 436.937/RJ.
Resumo:
No STF - não foi retirada a natureza tributária da contribuição ao IAA pela EC 8/77. Por esse
entendimento, tem-se que o STF também adota o prazo prescricional quinquenal para cobrança
da referida contribuição.
No STJ - A contribuição para o extinto Instituto do Açúcar e do Álcool tem natureza tributária e,
consequentemente, sua cobr ança submete-se ao pr azo prescricional quinquenal (art. 174 do CTN).

j) IRRF: Termo inicial da prescrição nas ações de repetição de indébito tributário.

Resumo: Ressalvados os casos de IRRF incidente sobre rendimentos tributados exclusivamente na


fonte e de IR incidente sobre os rendimentos sujeitos à tributação definitiva, a prescrição da
repetição do indébito tributário flui a partir da entrega da declaração de ajuste anual do IRRF ou
do pagamento posterior decorrente do ajuste e não da retenção na fonte.
Precedentes: EDcl nos EDcl nos EDcl no REsp nº 1.233.176/PR, REsp nº 1.472.182/PR , AgREsp no
Resp nº 1.538.478/PR, AgRg no Resp nº 1.533.840/PR, AgRg no AREsp nº 193.400/MA e AgRg no REsp
nº 1.276.535/RS.
Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 490/2017    Nota PGFN/CRJ/Nº 972/2017
Data da inclusão: 03/10/2017.
Observação: Aos contribuintes que entregarem a declaração de ajuste anual de forma
extemporânea deve ser estabelecida a data final prevista na legislação tributária para entrega da
aludida declaração como termo inicial da prescrição da repetição de indébito tributário relativo
ao IRRF.
 

k) Prescrição e decadência: Apresentação de declaração retificador a para correção de vícios


formais. Não alteração dos valores declarados. Não interrupção da prescrição. Não
aplicação do art. 174, par ágrafo único, inciso IV , do CTN.
Resumo: Declaração retificadora que corrige apenas equívocos formais da declaração anterior,
não alterando o valor do crédito anteriormente declarado, não possui o condão de interromper o
prazo prescricional (não aplicação do art. 174, par ágrafo único, inciso IV , do CTN).
Precedentes : AgRg no REsp nº 1.347.903/SC, REsp nº 1.167.677/SC, AgRg no REsp nº 1.374.127/CE,
AgRg no AgRg no Ag nº 1.254.666/RS e REsp nº 1.044.027/SC.
Referência : Nota PGFN/CRJ/Nº 597/2017
Data da inclusão: 07/07/2017.

1.33 - Procedimento A dministrativo Fiscal

a) Depósito prévio - Requisito de admissibilidade recursal

REsp 894.060/SP (tema nº 86 de recursos repetitivos)


Resumo: Inexigibilidade do depósito prévio de 30% (trinta por cento) como condição de
admissibilidade do recurso administrativo. Sobre o tema, vide Ato Declaratório nº 1/2008, e
Súmula Vinculante 21, bem como a Súmula n. 373/S TJ.

b) Prazo razoável de conclusão - Fixação pelo Poder Judiciário

REsp 1.138.206/RS (temas nº 269 e 270 de recursos repetitivos)


Resumo: Neste precedente, o STJ entendeu pela possibilidade de fixação, pelo Poder Judiciário, de
prazo razoável para a duração de procedimento administrativo fiscal. Desta forma, o prazo de 360
dias para a conclusão do processo administrativo fiscal previsto no art. 24 da Lei 11.457/07,
contado a partir do protocolo do pedido, aplica-se tanto para os requerimentos efetuados
anteriormente à vigência da Lei 11.457/07, quanto para os pedidos protocolados após o advento
do referido diploma legislativo.

1.34 - Processo civil

a) Despesas - Oficiais de justiça - Deslocamento

REsp 1.144.687/RS (tema nº 396 de recursos repetitivos)


Resumo: Ainda que a execução fiscal tenha sido ajuizada na Justiça Federal (o que afasta a
incidência da norma inserta no artigo 1º, § 1º, da Lei 9.289/96), cabe à Fazenda Pública Federal
adiantar as despesas com o transporte/condução/deslocamento dos oficiais de justiça necessárias
ao cumprimento da carta precatória de penhora e avaliação de bens (processada na Justiça
Estadual), por força da princípio hermenêutico ubi eadem r atio ibi eade m legis dispositio.
OBSERVAÇÃO: Este entendimento aplica-se nos casos em que a unidade da PGFN local não tenha
convênio firmado com o respectivo tribunal par a pagamento das despes as ao final do processo.

b) Greve de A dvogados Públicos - Pr azo recursal

Precedentes: ERESP 697916/RS, A G 873114/RJ, A G 1203659/MT e A G 107860/MG.


Resumo: Os prazos processuais não são suspensos nem devolvidos em virtude de greve de
advogados públicos federais. Tal movimento paredista não constitui motivo de força maior apto a
suspender os pr azos, nos termos dos arts. 265, V , e 507 do Código de Proc esso Civil.

c) Mandado de segur ança - Interrupção da prescrição

Precedentes: AgRg no REsp 1.210.652/RS, AgRg no REsp 1.348.276/RS, AgRg no REsp 1.249.191/GO,
AgRg no REsp 1.240.674/RS e A gRg no REsp 1.161.472/SC.
Resumo: Mandado de Segurança e interrupção da prescrição. Já ficou definido pelo STJ que o
ajuizamento de mandado de segurança interrompe o fluxo do prazo prescricional para
ajuizamento de ação ordinária de cobrança de repetição de indébito tributário. Reinicia-se a
contagem do pr azo a partir da data em que tr ansitar e julgar a ação mandamental.

d) Artigo 109, § 2º - Litisconsórcio ativo facultativo

Precedentes: RE 353.992, RE 484.235, RE 234.059, RE 344.396, RE 353.985, RE 473.192, RE 453.967 e


RE 353.969; RESP 591.074, RESP 942.185 e RESP 1.038.265.
Resumo:
No STF - Em caso de litisconsórcio ativo facultativo em que os litisconsortes sejam domiciliados
em diferentes Estados, as ações contr a a União Federal podem ser propostas na seção judiciária do
domicílio de qualquer deles.
No STJ: Em litisconsórcio ativo facultativo contra a União, é possível aos demandantes escolher o
foro do domicílio de qualquer deles par a se intentar ação.

e) Não cabimento de recurso extraordinário sob alegação de afronta à Súmula Vinculante


nº 10 do STF e artigo 97 da Constituição Federal se a decisão ou acórdão recorrido não
enfrentou questão constitucional

Precedentes: ARE 666.011 AgR/BA, ARE 766.827 AgR/DF, ARE 666.857 AgR/PE, RE 744.865 AgR/PR,
ARE 678.677 AgR/PR, RE 757.746 AgR/MG, RE 695.545 AgR/SC, AI 814.519 AgR-AgR/SE, AI 821.963
AgR/RS, AI 785.709 A gR-AgR/RS, RE 555.406 A gR/RJ E SÚMULAS 282 E 356 S TF.
Resumo: o Supremo Tribunal Federal acabou por limitar o alcance e eficácia que se extraía da
literalidade da SV nº 10/STF, entendendo que, caso não haja afastamen to de norma em razão de
controvérsia constitucional a embasá-la, ou seja, exigindo-se o enfrentamento na decisão
recorrida da questão constitucional ventilada, não há que se reconhecer prequestionada a
matéria e cabível recurso extr aordinário.
Referência: Parecer PGFN/CRJ nº 771/2016

f) Penhora de crédito cedido - Cessionário - Legitimidade recursal

REsp 1.091.710/PR (tema nº 263 de recursos repetitivos)


Resumo: A empresa cessionária que não figurar como parte em execução fiscal detém
legitimidade, na qualidade de terceiro prejudicado, para apresenta r recurso contra decisão
interlocutória deferitória de penhora que alcança os créditos a ela cedidos, desde que
demonstrada a ocorrência de prejuízo jurídico causado pela decisão.

g) Cessão de crédito - Execução

REsp 1.091.443/SP (tema nº 01 de recursos repetitivos)


Resumo: A execução pode ser prosseguida pelo cessionário, por aplicação do art. 567, II do
CPC/1973, sendo desnecessária a anuência da outra parte para que o cessionário ingresse na
demanda, uma vez que o art. 42, § 1º, do CPC/1973, aplica-se somente ao processo de
conhecimento.
OBSERVAÇÃO: a discussão envolveu créditos de natureza privada, de modo que este repetitivo
não se aplica QUANDO O CRÉDITO FOR TRIBUTÁRIO , especialmente nos casos de crédito-prêmio
de IPI em razão de existência de vedação legal à cessão de tais créditos (art. 3°, Decreto n°
64.833/69), conforme decidido no REsp 955.005/RS.

h) Sindicatos - Legitimidade Extr aordinária - Liquidação e execuçã o de sentença


RE 883.642/AL (tema nº 823 de repercussão ger al)
Resumo: O STF reafirmou, em plenário virtual, o entendimento pela existência de ampla
legitimidade extraordinária dos sindicatos para defender em juízo os direitos e interesses
coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que representam, inclusive nas liquidações e
execuções de sentença, independentemente de autorização dos substituídos.
Sobre o tema, vide Parecer PGFN/CRJ/Nº 269/2015 .

 i)Ação rescisória por violação à norma constitucional. Súmula nº 3 43 do STF

RE 590.809 - RS (tema nº 136 de repercussão ger al)


Resumo: Não cabe ação rescisória com base na superveniente orientação jurisprudencial do STF
quando a decisão rescindenda estiver baseada na jurisprudência predominante do STF vigorante
à época da sua prolação.
OBSERVAÇÃO: Sendo assim, deixa-se de defender judicialmente o cabimento da ação rescisória
apenas no contexto de mutação constitucional. Em tais hipóteses, deve a União, igualmente,
deixar de promover o ajuizamento de ação rescisória, com esteio no art. 2º, §10, da Portaria PGFN
nº 502, de 12 de maio de 2016.
OBSERVAÇÃO 2: A contrario sensu , permanece a viabilidade de defender-se o cabimento da ação
rescisória por violação à norma constitucional, considerando a posterior pacificação de
determinada matéria pelo STF, quando, por exemplo, constatada divergência jurisprudencial nos
tribunais ou mesmo controvérsia no STF ao tempo da prolação da decisão rescindenda (isto é,
quando não haja jurisprudência predominante do STF na época em que proferido o acórdão
rescindendo).
OBSERVAÇÃO 3: Não se aplica o entendimento do RE 590.809/RS quando há mudança de
orientação da Corte Suprema acerca do caráter constitucional ou infraconstitucional da
controvérsia, por não de tr atar de mudança de interpretação conferida a preceito con stitucional.
OBSERVAÇÃO 4: Há acórdãos do Plenário do STF, posteriores ao julgamento do RE nº 590.809-RS,
que admitem a ampla incidência da Súmula nº 343 quando, ao tempo da decisão rescindenda,
havia divergência jurisprudencial sobre matéria constitucional, independentemente da
existência de jurisprudência predominante do STF à época (AR 1584 AgR-segundo, Relator(a): 
Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2015; AR 1415 AgR-segundo, Relator(a):  Min. LUIZ
FUX, Tribunal Pleno, julgado em 09/04/2015). Posteriormente a esses julgados, o Plenário do S TF, de
forma diversa dos precedentes acima referidos, assentou que a tese firmada em repercussão geral
cingiu-se a afastar o cabimento de ação rescisória apenas na hipótese de alteração da
jurisprudência do STF - mutação constitucional (AR 2370 AgR, Relator Min. TEORI ZAVASCKI,
Tribunal Pleno, julgado em 22/10/2015). Pouco tempo depois, o Pleno do STF voltou a apreciar a
questão e, em acordão com menções conflitantes, parece ter considerado inadmissível ação
rescisória mesmo quando, à época do julgado rescindendo, não havia jurisprudência consolidada
do STF, com fundamento na decisão proferida no RE nº 590.809/RS.
OBSERVAÇÃO 5: Quando se constate a aplicação indevida do precedente firmado no RE nº
590.809/RS, deve-se recorrer com o intuito de demonstrar o distinguishing. Recomenda-se,
inclusive, o ajuizamento de reclamação dirigida ao S TF (se for o caso), com fulcro no art. 988, §4º
e §5º, II (a contrario sensu), do nCPC, após o esgotame nto das instâncias ordinárias (assim
compreendido, por cautela, quando houver o encerramento da atuação do tribunal de origem,
inclusive quando a aplicação indevida da tese for levada a efeito no âmbito do STJ). Vide
Enunciado nº 27 do FNPP. Nas reclamações ajuizadas, sugere-se requerer que, caso a Corte
Suprema firme a tese da aplicação irrestrita da Súmula nº 343 em matéria constitucional, haja a
modulação dos efeitos dessa interpretação, para que seja aplicada apenas prospectivamente,
resguardando as ações rescisórias ajuizadas anteriormente à data da modulação de efeitos, em
atenção aos reclamos da segurança jurídica e da previsibilidade da jurisprudência, com espeque
no art. 927, §3º, do nCPC. Nos processos em que a Fazenda Nacional possa restar sucumbente em
virtude da aplicação irrestrita do óbice da Súmula nº 343 às ações rescisórias sobre tema
constitucional, afigura-se viável, inclusive, requerer a dispensa do pagamento de honorários
advocatícios, uma vez que a sucumbência, in casu, decorre diretamente da alteração da
jurisprudência do S TF (princípio da causalidade).
Referência: Parecer PGFN/CRJ nº 1252/2016
* Data da inclusão: 12/08/2016

j)Habeas Data - SINCOR

 
RE nº 673.707/MG (tema nº 582 de repercussão ger al)
Resumo: “O habeas data é a gar antia constitucional adequada par a a obtenção dos dados
concernentes ao pagamento de tributos do próprio contribuinte constantes dos sistemas
informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da administr ação fazendária dos entes
estatais.”
Referência: resolveuid/b724b06deda5f8ec429e5da8975f7d79 Nota PGFN/CRJ nº 801/2016
* Data da inclusão: 16/08/2016

k) Desistência - Mandado de Segur ança  

RE nº 669.367/RJ (tema nº 530 de repercussão ger al)

Resumo: o STF firmou o entendimento de que a desistência do mandado de segurança é


prerrogativa de quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte
contrária e independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor
da ação.

Observação: a despeito da tese fixada permitir a conclusão de que a desistência poderá ser
homologada também para os casos em que a decisão do MS for denegatória, não é o que se extrai
do inteiro teor do voto vencedor, nem tampouco dos debates que ocorreram durante a votação do
RE 669.367. Sendo assim, em processos relevantes e com atuação estratégica, cabe ao Procurador
avaliar a possibilidade de suscitar o distinguishing demonstrando a distinção entre a hipótese de
desistência da ação mandamental após decisão denegatória e a que foi objeto da tese firmada no
RE 669.367, precedente que não exauriu a questão.

Referência: Nota PGFN/CRJ nº 1017/2016

* Data da inclusão: 27/10/2016

l) validade da decisão judicial que acolhe os cálculos da contadoria do juízo superiores


àqueles apresentados pelo exequente em fase de cumprimento de sentença

Precedentes: AgInt no Resp 1650796/RS, A gRg no AREsp 796.311/SP , AgRg no REsp 1183 264/ES,
AgRg no REsp 1262408/AL, A gRg no AREsp 770.660/SP , AgRg no AREsp 23 0.897/PB, A gRg no REsp
1143279/PR.

Resumo: Par a o STJ, “o acolhimento dos cálculos da contadoria, embor a superiores àqueles
apresentados pelo exequente, não configur a hipótese de julgamento ultr a petita, à vista das
necessidades de ajustar os cálculos aos par âmetros da sentença exequend a, garantindo a perfeita
execução do julgado”

OBSERVAÇÃO: Não se aplica aos casos em que o exequente renuncia parte do crédito com o fim
de enquadr ar  o valor devido como obrigação de pequeno valor, recebív el mediante RPV.

Referência: Nota SEI 1/2018/CRJ/PGA CET/PGFN-MF

1.35 - Redirecionamento

a) Mero inadimplemento

REsp 1.101.728/SP (tema nº 97 de recursos repetitivos)


Resumo: O julgado decidiu a questão referente à responsabilidade dos sócios para responder por
débitos da pessoa jurídica devedora em execução fiscal, concluindo que “a simples falta de
pagamento do tributo não configura, por si só, nem em tese, circunstância que acarreta a
responsabilidade subsidiária do sócio, prevista no art. 135 do CTN, sendo indispensável, para
tanto, que tenha agido com excesso de poderes ou infração à lei, ao contrato social ou ao estatuto
da empresa (ERESP 374.139/RS).
OBSERVAÇÃO: Registre-se que a Fazenda Nacional deve continuar a defender a possibilidade de
redirecionamento da execução fiscal: (i) para o sócio-gerente ou para terceiro não sócio da pessoa
jurídica com poderes de gerência ao tempo da ocorrência do fato gerador do tributo (momento
em que surge a obrigação tributária) e que se retirara da sociedade de maneira
comprovadamente fraudulenta; (ii) para o sócio-gerente ou terceiro não sócio da pessoa jurídica
que nela ingressa ulteriormente e que se encontra na gerência ao tempo de sua dissolução
irregular, nos termos da tese defendida no Parecer PGFN/CRJ Nº 1956/2011 , bem assim na Portaria
PGFN N. 180/ 2010, alter ada pela Portaria PGFN N. 713/2011.

b) Seguridade social - Art. 13 da Lei nº 8.620/93

RE 562.276/PR (tema nº 013 de repercussão ger al)


Resumo: A Corte declarou inconstitucional o art. 13 da Lei 8.620/93, por entender que o
dispositivo desrespeita o art. 146, III, “b” da Constituição, que prevê as normas gerais de Direito
Tributário. Para a relatora, para ter por reconhecida a responsabilidade pela contribuição, o sócio
deve ter uma atuação relacionad a com o próprio fato gerador do tributo. Isto porque, a
jurisprudência tem-se firmado no sentido de que ilícitos praticados pelos gestores, ou sócios com
poderes de gestão, não se confundem com o simples inadimplemento de tributos. O artigo 13 da
Lei nº 8.620/93, ao vincular a simples condição de sócio à obrigação de responder solidariamente,
estabeleceu uma exceção desautorizada à norma geral de Direito Tributário, que está
consubstanciada no artigo 135, inciso III do CTN, o que evidencia a invasão da esfera reservada a
lei complementar pelo artigo 146, inciso III, alínea 'b' da Constituição”, disse a ministra, negando
provimento ao recurso da União. Ainda, em seu voto a Ministra proclamou a
inconstitucionalidade material de referida norma, por afrontar os artigos da Constituição
condizentes com a liberdade de empresa e r azoabilidade.
OBSERVAÇÃO: O STJ, no julgamento do REsp 1.153.119/MG (acórdão transitado em julgado em
17/02/2011), submetido à sistemática do art. 543-C do CPC, decidiu a matéria em consonância com
o STF.

c) Dissolução irregular - Redirecionamento - Devolução de AR


Predecentes: REsp 1.074.497/SP, Resp 1.075.389/SP, REsp 1.129.484/SP e REsp 1.075.130 /SP
Resumo: A mera devolução do Aviso de Recebimento (AR) sem cumprimento, não basta por si só,
à caracterização de que a sociedade foi irregularmente dissolvida, isto porque, não possui, o
funcionário da Empresa de Correios e Telégrafos a fé pública necessária para admitir a devolução
da correspondência como indício de encerr amento das atividades da em presa.
OBSERVAÇÃO: A certidão do oficial de justiça é instrumento hábil a comprovar o não
funcionamento da empresa no domicílio fiscal, e, assim, a subsidiar o pedido de redirecionamento
em face da sua dissolução irregular. Vide Súmula 435/S TJ.

d) Impossibilidad e de redirecionamento da execução fiscal de créditos do FGTS pelo mero


inadimplemento

Precedentes: AgRg no REsp 1369152/PE, AgRg no AREsp 693.464/SP, AgRg no REsp 1455645/SP,
AgRg no AREsp 701678/SP, REsp 1470840/SP, AgRg no AREsp 378826/SP, AgRg no AREsp 339806/MG
e AgRg no AgRg no AREsp 241204/PR.
Resumo: A despeito do disposto no art. 23, § 1º, I e V, da Lei nº 8.036, de 1990, o STJ entende não
ser possível o redirecionamento da execução fiscal de créditos do FGTS pelo mero
inadimplemento da obrigação. Também não se admite a aplicação do CTN para os créditos
fundiários (Súmula 353/STJ), mesmo diante da redação do art. 4º, § 2º, da LEF. Contudo, a Corte
não afasta a possibilidade de redirecionamento do feito executivo de dívida não tributária contra
o sócio gerente, porquanto previsto tal procedimento no âmbito não tributário pelo art. 10 do
Decreto n. 3.078/19 e pelo art. 158 da Lei n. 6.404/78 - LSA (REsp 1371128/RS, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em 10.9.2014, DJe 17.9.2014 - submetido ao rito dos
recursos repetitivos).
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 980/2015

1.36 - Sentença e coisa julgada

a) Correção monetária - Inclusão ex officio - Congruência

REsp 1.112.524/DF (tema nº 235 de recursos repetitivos)


Resumo: A correção monetária é matéria de ordem pública, integrando o pedido de forma
implícita, razão pela qual sua inclusão ex officio, pelo juiz ou tribunal, não caracteriza julgamento
extra ou ultra petita, hipótese em que prescindível o princípio da congruência entre o pedido e a
decisão judicial, porque a correção monetária plena é mecanismo mediante o qual se empreende
a recomposição da efetiva desvalorização da moeda, com o escopo de se preservar o poder
aquisitivo original, sendo certo que independe de pedido expresso da parte interessada, não
constituindo um plus que se acrescenta ao crédito, mas um minus que se evita.
OBSERVAÇÃO: Os índices de correção devem ser aqueles previstos no Manual de Cálculos da
Justiça Federal, ressalvado o disposto na Nota PGFN/CRJ/Nº 872/2015 .

b) Juros de mor a - art. 406 do Código Civil - Aplicação à execução de sentenças anteriores

REsp 1.111.117/PR (tema nº 176 de recursos repetitivos)


Resumo: Não há violação à coisa julgada e ao art. 406 do Código Civil quando o título judicial
exequendo, exarado em momento anterior à vigência do referido Código, fixa os juros de mora
em 0,5% ao mês e, na execução da sentença extraída deste julgado, há determinação para que
incida juros segundo os termos da lei nova.
OBSERVAÇÃO: Importante destacar que, caso o título judicial exequendo tenha sido exarado após
a entrada em vigor do novo Código Civil e tenha fixado juros diversos dos nele previstos, não será
possível substituí-los pelos do referido Código, sob pena de violação à coisa julgada.
OBSERVAÇÃO 2: Os juros fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a Fazenda Nacional
(atualmente a Selic), conforme previsto no art. 406 do CC/02, devem ser aplicados a partir da
vigência desse código (janeiro de 2003), mantendo-se os juros moratórios de 0,5% em relação ao
período anterior. Isto é, ainda que a nova taxa de juros atinja os títulos judiciais formados
anteriormente à sua vigência, será ela aplicável apenas à mora no período posterior à vigência do
CC/02.
OBSERVAÇÃO 3: Sobre a aplicação da Selic a título de juros de mora na repetição do indébito
tributário, mesmo com a modificação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 promovida pela Lei nº
11.960/09, vide o Parecer PGFN/CA T nº 1929/09 .

1.37 - SIMPLES

a) Hospitais - Opção

REsp 1.127.564/PR (tema nº 372 de recursos repetitivos)


Resumo: Os hospitais podem optar pelo SIMPLES, tendo em vista que eles não são prestadores de
serviços médicos e de enfermagem, mas, ao contrário, dedicam-se a atividades que dependem de
profissionais que prestem referidos serviços, uma vez que há diferença entre a empresa que
presta serviços médicos e aquela que contrata profissionais para a consecução de sua finalidade,
isto porque a Lei 9.317/96, em consonância com o art. 179 da CF/1988, teve como escopo estimular
as pessoas jurídicas mencionadas em seus incisos, mediante a previsão de carga tributária mais
adequada, simplificação dos procedimentos burocráticos, protegendo as micro-empresas e
retirando-as do mercado informal, por isso das ressalvas do inciso XIII do art. 9º do mencionado
diploma, cuja constitucionalidade foi assentada na ADIn 1.643/DF, excludentes dos profissionais
liberais e das empresas prestadoras dos serviços correspectivos e que, pelo cenário atual,
dispensam essa tutela especial do Estado.

b) Empresas prestador as de serviços de instalação elétrica

Precedentes: RESP 1024575/RS, RESP 789648/PR, RESP 354770/RS e RESP 617995/RS.


Resumo: Empresas prestadoras de serviços de instalação elétrica podem optar pelo SIMPLES. As
atividades de instalação elétrica não estão abrangidas pela vedação prevista no art. 9º, § 4º, da Lei
n. 9.317, podendo a empresa prestadora desses serviços optar pelo Sistema Integrado de
Pagamentos de Impostos e Contribuições - SIMPLES.

c) Adesão - Serviço de informática - Efeitos retroativos previstos em Lei

Precedentes: EREsp 779.202/SC e REsp 893.821/SC.


Resumo: O STJ, aplicando o art. 4º da Lei 10.964/04, com redação dada pela Lei 11.051/04,
estendeu a previsão de adesão ao SIMPLES, trazida pela Lei 10.964/04, às empresas de informática
que tenham feito adesão ao sistema de tributação em data anterior à publicação da lei.

1.38 - Suspensão do Crédito Tributário

a) Depósito do montante integr al - Impossibilidade de ajuizamento de EF

REsp 1.140.956/SP (tema nº 271 de recursos repetitivos)


Resumo: O depósito do montante integral do débito, nos termos do art. 151, II do CTN, feito no
bojo de ação anulatória de crédito, declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária ou
mandado de segurança ajuizados antes da execução fiscal, suspende a exigibilidade do crédito
tributário, impedindo o ajuizamento da execução fiscal. Isto porque, as causas que suspendem a
exigibilidade do crédito tributário impedem o Fisco de realizar os atos de cobrança. Julgada
improcedente a ação proposta pelo contribuinte, o depósito feito será convertido em renda em
favor da Fazenda, extinguindo o crédito tributário, em conformidade com o art. 156, VI do CTN.
OBSERVAÇÃO: Destaque-se que a jurisprudência do STJ restou pacífica no entendimento de que o
depósito judicial constitui o crédito tributário, tornando desnecess ário o lançamento, não
havendo que se falar em decadência. Precedentes: REsp 961.049; Resp 1.008.788; REsp 822.032.
OBSERVAÇÃO 2: Corroborando a interpretação explicitada na primeira observação deste item,
temos os Pareceres PGFN CAT Nº 941/2007, 796/2011 e 232/2012, que ressalvam que o depósito do
montante integral apenas torna desnecessário o lançamento, mas não o impede. O julgado
consigna que os atos posteriores ao lançamento, tais quais o ajuizame nto da Execução Fiscal, é
que ficam impedidos de serem realizados.

1.39 - Terreno de Marinha

a) Procedimento demarcatório  

Precedentes: AgRg no REsp 1.526.584/RS, A gRg no REsp 1.504.110/RJ, A gRg nos EDcl no AREsp
715.685/MA, A gRg no REsp 1.420.262/SC, REsp 1.146.557/SC, A gRg no Resp 881.065/PR e REsp
1.057.530/SC.
Resumo: "Diante disso tudo, pode-se, em síntese, identificar três situações distintas par a os
procedimentos demarcatórios de terrenos de marinha, a saber:
(I) naqueles realizados até 31/5/2007, dever á ter sido respeitado o dispos to na redação original do
art. 11 do Decreto-Lei 9.760/46, com a necessária intimação pessoal dos interessados certos e com
domicílio conhecido, conforme robusta jurisprudência desta Corte;
(II) quanto aos procedimentos ocorridos no interregno entre 1/6/2007 e 27/5/2011
(respectivamente, datas de vigência da Lei nº 11.481/07 e da concessão de liminar pelo S TF na ADI
4.264/PE, com efeitos apenas ex nunc), dever á ter sido respeitada a nova redação do art. 11 do
Decreto Lei nº 9.760/46 (dada pelo art. 5º da Lei nº 11.481/07), que autoriza a convocação de todo e
qualquer interessado por edital, conforme precedente da Segunda Turma já mencionado (A gRg no
REsp 1.504.110/RJ);
(III) por fim, par a os procedimentos demarcatórios iniciados após 27/5/2 011 (data da medida
cautelar concedida pelo S TF na ADI 4.264/PE), não mais ter á validade a intimação editalícia de
interessado certo e com endereço conhecido." ( Trecho do voto condutor do acórdão proferido no
AgRg no REsp 1.526.584/RS).

OBSERVAÇÃO: Observe-se que a Lei nº 13.139/2015, vigente somente após decorridos 120 dias
após a sua publicação, alterou novamente o art. 11 e seguintes do Decreto-Lei nº 9.760/46.
Observe-se, ademais, que os precedentes do S TJ divergem quanto ao ma rco para fins de
observância do decidido na ADI 4.264 MC/PE, se 27/05/2011 (data da disponibilização do acórdão
no DJe, vide A gRg no REsp 1.526.584/RS) ou 16/03/2011 (data do julgamen to da ADI 4.264 MC/PE).
Todavia, o STF entende que suas decisões, no âmbito do controle concen trado de
constitucionalidade, "em regr a, passam a produzir efeitos a partir da pu blicação, no veículo
oficial, da ata de julgamento" (Rcl 6999 A gR/MG), razão pela qual o marco mais adequado parece
ser o dia 28/03/2011 (DJ nº 57).

OBSERVAÇÃO 2: Registre-se que o tema or a tratado apenas demanda a atuação da PGFN quando
o processo judicial versar sobre exação já inscrita em Dívida Ativa da União (p. ex. execuções
fiscais que cobrem taxas de ocupação, ou ações anulatórias que pretendam afastá-las). Por outro
lado, tratando-se de processos judiciais que versem sobre exações ainda não inscritas em Dívida
Ativa, a representação judicial da União compete à PGU, e não à PGFN.
 

1.40 - IOF

a) IOF. Repetição de Indébito. Incapacidade do art. 166 do CTN.


Resumo: Inaplicável o art. 166 do CTN às ações de repetição de indébito do IOF.
Precedentes : REsp nº 169.654/SP; REsp nº 122.888/SP; REsp nº 42.973/SP .
Referência : Nota PGFN/CRJ/Nº 354/2017
* Data da inclusão : 19/04/2017

2- Temas julgados pelo STJ sob a forma do art. 543-C do CPC, e pelo STF sob a forma do 543-B,
mas que continuar ão sendo objeto de contestação/recurso pela PGFN

2.1 - Contribuição Previdenciária

a) Contribuição do EMPREGADOR - Terço constitucional de férias - Remuneração paga pelo


empregador nos primeiros dias de afastamento do tr abalhador por incapacidade         

REsp 1.230.957/RS (temas nº 479 e 738 de recursos repetitivos)


Resumo: O STJ decidiu pela incidência da contribuição previdenciária sobre as verbas atinentes
ao salário-maternidade e ao salário-paternidade. Por outro lado, quanto à incidência da
contribuição sobre o aviso prévio indenizado, o terço constitucional de férias e a remuneração
paga pelo empregador durante os primeiros quinze dias de afastamento do trabalho por
incapacidade, prevaleceu entendimento desfavorável à Fazenda Nacional. Considerou-se que tais
verbas seriam de natureza indenizatória, não integr ando o salário-de-co ntribuição.

JUSTIFICATIVA:
Não obstante a fixação do entendim ento acima esposado, em sede de julgamento realizado nos
termos do art. 543-C do CPC/1973, os Procuradores da Fazenda Nacional deverão continuar a
contestar e recorrer, quando se tratar de incidência de contribuição previdenciária do
empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei sobre a remuneração
paga pelo empregador durante os primeiros quinze dias de afastamento do trabalho por
incapacidade e sobre o terço constitucional de férias.

Em relação ao terço constitucional de férias,  p entendimento do STJ foi superado com o


julgamento do tema nº 20 de repercussão geral, que abrangeu, expressamente, o terço
constitucional de férias. Ademais, o próprio STJ, no julgamento do RESp n° 1.479.779/MA (tema
881), havia revisto seu entendimento, reconhecendo a natureza remuneratória do terço de férias.
Já são várias as decisões que reconhecem que o adicional de férias está abrangido pelo
julgamento do tema nº 20 de repercussão geral. STF: ARE 1008505 ED-ED, ARE 979579 AgR, RE nº
1.066.730/PR, RE nº 1.060.483/PR, ARE nº 1.067.548 etc. STJ (Corte Especial): AgInt nos EDcl no RE
nos EDcl no A gRg no REsp 1559926/RS.
 
Em relação à remuneração paga pelo empregador durante os primeiros quinze dias de
afastamento do trabalho por incapacidade, além dos impactos do julgamento do tema nº 20 de
repercussão geral (embora não abrangido de forma expressa), ainda pende na Corte Suprema a
apreciação da irresignação da Fazenda Nacional atinente à inobservância do quórum
constitucional relativo a decisão pelo Plenário Virtual do STF, no RE nº 611.505/SC, que rejeitara a
repercussão geral da matéria.  Essa incompletude do quórum para declarar a ausência de
repercussão geral deve, inclusive, ser informada, preliminarmente, nos recursos extraordinários,
de maneira a viabilizar seu conhecimento perante os Tribunais de origem. O Min. Edson Fachin,
relator, votou pelo acolhimento, com efeitos infringentes, dos embargos de declaração opostos
pela União:

Decisão: Após o voto do Ministro Edson Fachin (Relator), acolhendo os embargos de


declaração com efeitos infringentes, para reconhecer o efeito inverso da repercussão
geral por ausência do quorum no sentido da afirmação negativa , pediu vista dos autos a
Ministra Cármen Lúcia (Presidente). Impedido o Ministro Luiz Fux.

Registre-se, ademais, que o próprio STJ já vinha exigindo o trânsito da decisão no RE nº 611.505/SC
(tema nº 482) para aplicação da suposta ausência de repercussão geral, mantendo, portanto, o
sobrestamento dos recursos extraordinários interpostos naquela Corte, vide os RE’s no RESp nº
1.081.308 e no ARESP 761717.

OBSERVAÇÃO 1: Fica ressalvada, apenas, a interposição de REsp em relação à remuneração paga


pelo empregador durante os primeiros quinze dias de afastamento do trabalho, uma vez, que, até
que revisto o entendimento do STJ (a partir do necessário rejulgament o do REsp 1.230.957/RS ou
outro paradigma) ou julgado o tema nº 482 de repercussão geral, não há viabilidade de submissão
da questão ao STJ, eis que o acesso à instância especial seria inviabiliza do ainda nos Tribunais de
origem.

OBSERVAÇÃO 2: É importante que não sejam misturadas as teses jurídicas debatidas entre os três
temas (20, 163 e 908). Notadamente após a decisão que assentou a inexistência de repercussão
geral quanto ao tema 908, relativa à ausência de controvérsia constitucional na discussão sobre as
parcelas sobre as quais incide a contribuição a cargo do empregado, há que se fazer a distinção
entre as discussões a serem realizadas nos recursos correspondentes aos temas mencionados. Há
uma distinção relevante temas 20 (RE nº 565.160/SC) e 908 (RE nº 892.238/RS): a Constituição
Federal determina que o empregador contribuirá sobre a folha de salários, diferentemente do que
dispõe em relação à contribuição do empregado. Desse modo, a definição da natureza das verbas,
no caso da contribuição a cargo do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei passa, necessariamente, pelo debate da matéria constitucional acerca do conceito de
"folha de salários" (Tema 20). A situação do adicional de férias é substancialmente distinta, pois,
além de expressamente abordado no tema nº 20 de repercussão geral, a própria Constituição
Federal (art. 7º, XVII) prevê seu car áter remuner atório.

* Data da alter ação do item e da inclusão da Observação 2: 02/02/2017

** Data da revisão do item, com retirada da dispensa de recurso especial em relação ao adicional
de férias: 05/10/2017

Referência: Nota PGFN/CRJ nº 640/2014 , Nota PGFN/CRJ/Nº 115/2017 , Nota PGFN/CRJ/Nº 520/201 7 e
Nota PGFN/CRJ/Nº 981/2017

b) Terço constitucional de férias - Servidor Público 

Precedentes: PET 7.196, RESP 1.159.293 e ERESP 895.589.


Resumo: A contribuição previdenciária não incide sobre o terço constitucional de férias,
percebido pelos servidores públicos federais, por constituir verba que detém natureza
indenizatória e que não se incorpor a à remuner ação para fins de aposen tadoria.
JUSTIFICATIVA:

A matéria se encontra com repercussão geral reconhecida no STF (RE 593.068) e, portanto, deve
continuar sendo objeto de RE quando este se mostrar cabível. Ademais, ao analisar,
posteriormente, a incidência de imposto de renda sobre o terço constitucional de férias, o STJ
entendeu ser tal verba remuneratória, sinalizando, quanto à contribuição previdenciária,
justamente a pendência de julgamento do referido RE 593.068/SC.

OBSERVAÇÃO: A Medida Provisória nº 556/2011 (vigente no período de 26/12/2011 a 31/05/2012)


inseriu, somente produzindo efeitos quanto ao ponto em 01/04/2012, o inciso X ao rol do §1º do
art. 4º da Lei nº 10.887/2004, afastando a incidência da contribuição previdenciária sobre o terço
constitucional de férias no RPPS. A referida MP perdeu vigência sem a correspondente conversão
em lei, tampouco a edição de decreto legislativo regulamentando seus efeitos, aplicando-se,
portanto, o disposto no § 11 do art. 62 da Constituição Federal (“Não editado o decreto legislativo a
que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as
relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-
se-ão por ela regidas”). Cabe salientar que, posteriormente, a Lei nº 12.688/2012 trouxe idêntica
previsão, afastando, mais uma vez, a referida incidência, a partir do início da sua vigência, em
19/07/2012. Desse modo, cabe ao Procurador da Fazenda Nacional ficar atento à legislação
aplicável ao caso concreto.

c) Terço constitucional de férias - EMPREGADO - R GPS

Precedentes: REsp nº 1.230.957/RS, REsp nº 1.513.815/PR e REsp nº 1.570.467/PB


Resumo: O STF, ao negar a existência de repercussão geral relativamente ao tema 908 (RE nº
892.238/RS), entendeu que a definição das parcelas sobre as quais incidirá a contribuição do
empregado é matéria infraconstitucional. Assim, em virtude do que decidiu o STF em conjunto
com o que restou decidido no RESP nº 1.230.957/RS, havia sido dispensada a interposição de
contestação e de recursos em relação à incidência da contribuição previdenciária sobre o terço
constitucional de férais, pois o STJ, a exemplo do RESP nº 1.513.815/PR e do RESP nº 1.570.467/PB,
aplica o entendimento firmado no RESP nº 1.230.957/RS não apenas quando se discute
contribuição previdenciária a cargo do empregador, mas também quando se tr ata de contribuição
do empregado.

JUSTIFICATIVA: O entendimento do STJ foi superado no tema nº 20 de repercussão geral, que


abrangeu, expressamente, o terço constitucional de férias. Ademais, o próprio STJ, no julgamento
do RESp n° 1.479.779/MA (tema 881), havia revisto seu entendimento, reconhecendo a natureza
remuneratória do terço de férias. Já são várias as decisões que reconhecem que o adicional de
férias está abrangido pelo julgamento do tema nº 20 de repercussão geral. STF: ARE 1008505 ED-
ED, ARE 979579 AgR, RE nº 1.066.730/PR, RE nº 1.060.483/PR, ARE nº 1.067.548 etc. STJ (Corte
Especial): AgInt nos EDcl no RE nos EDcl no A gRg no REsp 1559926/RS.
 

Referência: Nota PGFN/CRJ/Nº 115/2017 ,Nota PGFN/CRJ/Nº 520/201 7 e Nota PGFN/CRJ/Nº 981/2017

* Data da inclusão: 05/10/2017

2.2 - Execução contr a Fazenda Pública

a) Coisa julgada inconstitucional - Par âmetros

REsp 1.189.619/PE (tema nº 420 de recursos repetitivos)


Resumo: - Por trazer norma que excepciona os efeitos da coisa julgada, o art. 741 do CPC tem
aplicação bastante restrita. Entende-se por sentença fundada em norma inconstitucional apenas
aquela que: a) aplicou norma declarada inconstitucional; b) aplicou norma em situação declarada
inconstitucional ou; c) aplicou norma com um sentido tido por inconstitucional.
- Em qualquer dos três casos, é necessário que a declaração de inconstitucionalidade tenha sido
feita em precedente do STF, seja em controle concentrado ou difuso (neste último caso,
independentemente de resolução do Senado Federal), através das técnicas de declaração de
inconstitucionalidade com ou sem redução de texto ou de interpretação conforme a Constituição
Federal.
- Observa-se, então, que as demais hipóteses de sentenças inconstitucionais, ainda que tenham
decidido em sentido contrário ao entendimento firmado pelo STF, não estão abrangidas pelo art.
741, parágrafo único, tais como as que:
a) deixaram de aplicar norma declarada constitucional, ainda que em controle concentrado; b)
aplicaram dispositivo da CF que o S TF considerou sem aplicabilidade;
c) deixaram de aplicar dispositivo da CF que o S TF considerou auto-aplicável e;
d) aplicaram dispositivo da CF que o S TF considerou não recepcionado ou revogado.
- Também estão fora do alcance da previsão do art. 741, parágrafo único, as sentenças transitadas
em julgado em data anterior à vigência do dispositivo.

JUSTIFICATIVA:

Não obstante fixação pelo STJ, em sede de julgamento realizado sob a sistemática do CPC/1973, do
entendimento acima esposado, reiter ado em precedentes posteriores, o STF, no julgamento da ADI
2418, que considerou também a disciplina do nCPC a respeito da matéria, adotou compreensão
diversa, sinalizando que a chamada “coisa julgada inconstitucional” também se dá quando a
sentença exequenda tenha deixado de aplicar norma reconhecidamente constitucional.
Portanto, a posição que deverá ser defendida, mesmo que em sentido contrário ao já definido pelo
STJ, é a de que os arts. 741, parágrafo único, e 475-L, §1º, do CPC/1973, bem como os arts. 525, § 12,
e 535, § 5º, do nCPC (observado o disposto no art. 1.057 deste último), aplicam-se a todas as
espécies de “coisas julgadas inconstitucionais”, inclusive aquelas que tenham reconhecido como
inconstitucional norma declarada constitucional pelo STF, em controle concentrado ou difuso de
constitucionalidade, aquelas que tenham conferido a determinado dispositivo constitucional
interpretação diversa da que lhe haja conferido o S TF.
Vale ressaltar que, conforme o art. 1.057 do nCPC, para as decisões transitadas em julgado a partir
de 18 de março de 2016, "A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5º deve ter sido
proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda" (§ 7º do art. 535), sendo que, "Se a
decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá
ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo
Supremo Tribunal F ederal" (§ 8º do art. 535).

OBSERVAÇÃO: A presente ressalva não se aplica ao entendimento, firmado pelo STJ no REsp em
comento, de que o art. 741 do CPC/1973 apenas se aplica às coisas julgadas formadas após a sua
entrada em vigor (através da MP 1984-17, publicada no DOU de 05.05.2000). Quanto a esse
específico ponto, portanto, não devem ser apresentados contestação/recursos pelos Procuradores
da Fazenda Nacional, conforme Súmula 487/S TJ.

2.3 - IPI

 
2.4 PIS/COFINS

a) Ato cooper ativo típico - Art. 79 da Lei nº 5.764/71

REsp’s 1.141.667/RS e 1.164.716/MG (tema nº 363 de recursos repetitivos)


Resumo: Não incide a contribuição destinada ao PIS/COFINS sobre os atos cooperativos típicos
realizados pelas cooper ativas.
JUSTIFICATIVA:
Não obstante a fixação da tese acima esposada, em sede de julgamento pela sistemática dos
recursos repetitivos, os Procuradores da Fazenda Nacional deverão continuar a contestar e a
recorrer nas causas que discutam o tema acima exposto, conforme ressalva o art. 19, V, da Lei nº
10.522/02, em razão do reconhecim ento de repercussão geral no RE 672.215/CE (tema nº 536 de
repercussão ger al), que abr ange a controvérsia.
Entende-se que a controvérsia ostenta viés constitucional (recepção do art. 79, parágrafo único, da
Lei nº 5.764/71 para fins tributário s, a adequação de sua compreens ão como hipótese de não
incidência ao disposto nos arts. 146, III, “c”, 150, § 6º, 194, parágrafo único, 195, I, “b” e § 7º, e 239
da Constituição Federal, no art. 34, § 5º, do ADCT e na legislação federal superveniente à
revogação do art. 6º, I, da LC nº 70/91, etc.), devendo-se evitar a interposição de REsp quanto à
matéria (ressalvada a discussão de matéria não abrangida pelo julgamento do tema nº 363 de
recursos repetitivos ou eventual distinção). Para tanto, a matéria constitucional deve estar
devidamente prequestionada.
OBSERVAÇÃO: o STJ não definiu, de modo exauriente, o conceito de “ato cooperativo típico”,
apenas relacionando-o ao disposto no art. 79, caput, da Lei nº 5.764/71. Do precedente, é possível
extrair, a contrario sensu, que não estão abrangidos no referido conceito os atos a) praticados
entre cooperativa e terceiro não cooperado ou b) desvinculados da consecução dos objetivos
sociais da cooperativa. Desse modo, é necessário atentar para as peculiaridades de cada caso
concreto.
Referência: Nota PGFN/CRJ nº 561/2016 e Nota PGFN/CAS TF nº 719/2016

b) Crédito presumido de IPI

Precedentes: REsp 1130033/SC, AgRg no Ag 1357791/SC, AgRg no REsp 1163994/PR e AgRg no REsp
1244633/RS, dentre outros
Resumo: Não é possível a inclusão do valor do crédito presumido de IPI, instituído pela Lei nº
9.363/96, na base de cálculo do PIS e da COFINS.
JUSTIFICATIVA:
A matéria se encontra com repercussão geral reconhecida no STF (RE 593.544/RS – tema nº 504 de
repercussão ger al) e, portanto, deve continuar sendo objeto de RE quand o este se mostr ar cabível.

c) Crédito presumido de ICMS

Precedentes: AgInt no AREsp 843051/SP, AgRg no REsp 1573339/SC, AgRg no REsp 1247255/RS,
AgRg no REsp 1461415/SC e REsp 1025833/RS, dentre outros.
Resumo: Não é possível a inclusão do valor do crédito presumido de ICMS na base de cálculo do
PIS e da COFINS, por consistir em instrumento de redução/ressarcimento de custos.
JUSTIFICATIVA:
A matéria se encontra com repercussão geral reconhecida no STF (RE 835.818/PR – tema nº 843 de
repercussão ger al) e, portanto, deve continuar sendo objeto de RE quand o este se mostr ar cabível.

 
 2.5 - Imposto de Importação

a) Divergência na classificação da mercadoria importada - Retenção pelo Fisco - Liberação


condicionada à apresentação de gar antia

Precedentes: AgRg no REsp 1227611/RS, AgRg no Ag 1183602/RS, AgRg no Ag 1214373/RS, AgInt no


REsp 1499979/CE, REsp 1333613/RS, A gRg no REsp 1259736/PR, dentre ou tros.
Resumo: O STJ firmou o entendimento no sentido de que, em havendo divergência de
classificação tarifária da mercadoria importada, o Fisco não pode utilizar-se da retenção da
mercadoria como forma de impor o recebimento da diferença de tributo ou exigir garantia para
liberá-la. Aplicação analógica da Súmula nº 323 do S TF..
JUSTIFICATIVA:

Não obstante a fixação do entendimento acima esposado, tendo em vista a existência de Embargos
de Divergência nos autos do ARE nº 876.019/SC, em trâmite no STF, dispensa-se apenas a
interposição de recurso especial e demais recursos dirigidos ao STJ, devendo-se manter a defesa
da tese da União nas demais instâncias judiciais, especialmente sob o enfoque constitucional,
inclusive com a interposição de recurso extr aordinário, quando cabível.

Referência: Nota PGFN/CRJ nº 1038/2016

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