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MINEROPAR
Avaliação Comercial de
Propriedades Minerais
• Prospectos
• Jazidas
• Direitos Minerários
Curitiba
2006
1
SUMÁRIO
1. Introdução 3
2. Aplicações 3
3. Enquadramento do tema 4
4. Níveis de avaliação 5
9. Bibliografia 23
2
1. INTRODUÇÃO
A apresentação deste tema pode ser feita de uma forma esquemática e sim-
plificada, boa para a compreensão das avaliações que fazemos na exploração mine-
ral. Isto não deve iludir o geólogo, entretanto. Os procedimentos da administração fi-
nanceira, para fins de maior responsabilidade, isto é, para decisões que envolvem
investimentos maiores, requerem análises muito mais detalhadas e precisas. O as-
sunto é, portanto, de alta importância para o geólogo de exploração e mais complexo
do que possa parecer numa abordagem introdutória como esta. Por isto, é preciso
ficar claro que este texto tem os seguintes objetivos:
3
• Fornecer os conceitos e as informações básicas que permitam avançar no es-
tudo do assunto, com auxílio da literatura indicada.
2. APLICAÇÕES
3. ENQUADRAMENTO DO TEMA
4
teoria da decisão, que é uma outra abordagem da avaliação de investimentos, mas
que extrapola a aplicação específica de que tratamos neste texto. Resumindo:
4. NÍVEIS DE AVALIAÇÃO
Avaliações de pré-viabilidade
5
• São de natureza exploratória, por definição.
Avaliações de viabilidade
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• Têm validade supostamente permanente, embora possam ser revistas e
atualizadas a qualquer momento.
5. 1 - Valor econômico
Outro fator que entra nesta definição é o custo de oportunidade, que é o valor
econômico de um investimento alternativo ao que está sendo avaliado. O valor eco-
nômico é portando, função de duas variáveis:
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• Utilidade prática do bem avaliado.
Outro conceito básico que deve ser bem entendido é que o valor do dinheiro
varia ao longo do tempo. Um real vale mais hoje do que dentro de um ano, porque
hoje ele começa imediatamente a render dividendos. Isto independe da inflação, pois
é uma função exclusiva das taxas de juros aplicadas no mercado financeiro.
Fn = P (1 + K) n (1)
P = Fn / (1 + K) n (2)
Exemplo
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Se o nosso gerente de exploração nos diz que os lucros da companhia serão
de R$ 100.000, ao final do ano, e quisermos comparar com o valor presente do di-
nheiro, a uma taxa de juros anuais de 25%, calcularemos como a seguir:
O que hoje nos parece valer R$ 100.000 dentro de um ano, equivale de fato a
R$ 80.000 ganhos hoje. O que fizemos foi descontar o valor futuro do capital, apli-
cando a equação (2), de modo que a taxa de juros, neste caso, passou assumir o
papel de uma taxa de desconto.
Evidentemente, como já foi dito, isto pode ser feito com qualquer valor eco-
nômico, para se adequar o seu significado a qualquer prazo de referência desejado,
seja ele presente, passado ou futuro. Podemos fazer isto com todos os valores de
um demonstrativo financeiro de despesas e receitas, ou custos e rendas, ou lucros e
perdas.
5. 3 - Risco de investimentos
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de envolver anomalias geoquímicas e geofísicas, ocorrências minerais, indícios dire-
tos de minérios e áreas geologicamente favoráveis.
Com base nestas avaliações de risco, Peters (1978) admite como estatistica-
mente válidas as seguintes probabilidades de sucesso, no início das sucessivas eta-
pas de um projeto de exploração:
5. 3. 2 - Risco na mineração
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senciais nos cálculos. As interferências do risco, neste casos, são diretas e explíci-
tas. Naquelas feitas para fins de dimensionamento dos investimentos em produção,
com base em números mais realistas (mantendo-se sempre a ressalva de que tam-
bém não passam de projeção), o conceito de risco entra como um elemento de cau-
tela quanto à consistência dos resultados calculados. Isto é, ele deve ser mantido
como um sinal de alerta contra a crença inabalável nos números aparentemente
precisos e seguros.
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Existem várias formas de se manter um certo controle sobre os riscos que en-
volvem os investimentos. Alguns são francamente empíricos e outros se baseiam
em princípios teóricos. Todos têm a sua utilidade e eficiência para determinadas si-
tuações.
Método informal
Análise de sensibilidade
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mente. Assim pode-se identificar aqueles que afetam mais fortemente as variações
dos resultados finais, isto é, os que são mais sensíveis, mais críticos para a econo-
micidade do projeto.
Simulação em computador
Programação linear
Análise matemática que pode ser utilizada em situações nas quais existe a
necessidade de se selecionar uma combinação ótima de recursos para de atingir um
determinado fim e existem limites específicos em um ou mais recursos envolvidos.
Muitos problemas envolvendo produtos múltiplos, localizações múltiplas ou uso al-
ternativo de equipamentos podem se equacionados por esta técnica. Existem pro-
gramas de computador para isto.
Efeito de carteira
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Compartilhamento do risco
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5. 5 - Projetos de investimento
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• Como o valor econômico é um conceito relativo, ele varia naturalmente de avali-
ador para avaliador, sem que isto implique necessariamente em erro de alguma
parte. Além de fundamentar-se em princípios da economia, este critério faz parte
das práticas das negociações empresariais. O que se requer, em cada caso é a
explicitação dos critérios utilizados por cada avaliador, para que ambas as partes
possam negociar a sua aceitação. Cada um faz a sua avaliação até se chegar a
um valor de consenso.
Estes critérios são simples e poucos, mas resumem a lógica da avaliação comer-
cial de propriedades minerais e consolidam de forma prática os conceitos teóricos e
metodológicos apresentados anteriormente.
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ção. Quando se trata de uma mina ou jazida, este valor é obtido através do
estudo da viabilidade técnica e econômica.
RECEITA OPERACIONAL
(INVESTIMENTO INICIAL)
(CUSTOS OPERACIONAIS)
(CUSTOS ADMINISTRATIVOS)
RENDA BRUTA
(DEPRECIAÇÃO)
(TAXA DE EXAUSTÃO)
RENDA TRIBUTÁVEL
(IMPOSTO DE RENDA)
RENDA APÓS TRIBUTAÇÃO
DEPRECIAÇÃO
TAXA DE EXAUSTÃO
FLUXO DE CAIXA
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Custos administrativos. Geralmente admitidos como sendo uma percenta-
gem (20%) dos custos operacionais, também ditos diretos.
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PLANILHA PARA AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM EXPLORAÇÃO
DADOS BÁSICOS
Todos os itens sem unidade de medida são monetários.
A unidade monetária foi dispensada para uso da moeda mais conveniente a cada caso.
INVESTIMENTOS DE CAPITAL
Eq – Equipamentos............................................................................................. ____________
Ie – Infra-estrutura.............................................................................................. ____________
St – Subtotal = Eq + Ie........................................................................................ ____________
Ev – Eventuais = 0,2. St...................................................................................... ____________
Ic – Investimentos de capital............................................................................... ____________
FLUXO DE CAIXA
Rb – Renda bruta = Ro - Co.............................................................................. ____________
De – Depreciação e amortização = Ic/10.......................................................... ____________
Ri – Renda tributável = Rb - De........................................................................ ____________
Ir – Imposto de renda = 0,35. Ri....................................................................... ____________
St – Sub-total = Ri - Ir....................................................................................... ____________
Fc – Fluxo de caixa anual = St + De................................................................. ____________
Vp – Valor presente para a vida útil = Fc. P/A (i,n) .......................................... ____________
ÍNDICES DE AVALIAÇÃO
Pl – Valor líquido presente = Vp - Ic................................................................. ____________
Ie – Limite de investimentos em exploração = 0,1. Pl...................................... ____________
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DADOS BÁSICOS
São dados assumidos como representativos no modelo de jazida adotado, em função das
potencialidades da região do projeto e dos objetivos da exploração a ser orçada.
Rt – Reserva total: volume total da rocha ou material mineralizado, compatíveis com as di-
mensões médias da jazida simulada na avaliação.
Tm – Teor médio: também é um parâmetro típico do modelo adotado, em função das jazidas
similares lavradas na região e em outras geologicamente comparáveis.
Rc – Recuperação total: integração dos índices anteriores, cujo resultado indica o percentual
de concentrado a ser obtido na planta em relação ao volume lavrado.
Vu – Valor unitário do produto: valor médio do mercado, vigente para o concentrado a ser
produzido na planta. Não se dispondo de preços concentrados, pondera-se os preços do produ-
to refinado (metal) pelo percentual que o mesmo mantém dentro do concentrado típico.
Vb – Valor bruto da jazida: obtido pela integração de reserva total, recuperação total, teor
médio e valor unitário do produto. O seu cálculo é útil para a simplificação da estimativa da
receita operacional.
Pa – Produção anual: trata-se do volume bruto da rocha ou material mineralizado a ser la-
vrado e beneficiado por ano, de acordo com o modelo de mina adotado. A projeção pode ser
direta ou estimada em função de uma produção diária (Pd), compatível com este modelo.
Vm – Vida útil da mina: prazo de esgotamento da reserva de minério, para o volume de pro-
dução anual simulado, observando o limite de 20 anos que se arbitra corretamente para as a-
valiações comerciais de propriedades minerais.
INVESTIMENTOS DE CAPITAL
A maioria das avaliações feitas para este fim específico ignora estes investimentos, cer-
tamente por admitir que eles afetam pouco profundamente os resultados finais de estimativas
tão genéricas. Considerando, entretanto, que em muitos casos o peso destes investimentos po-
de afetar significativamente o valor líquido presente da jazida, o método aqui proposto os in-
clui na simulação.
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Ie – Infra-estrutura: valor estimado para implantação da infra-estrutura de apoio adequada à
mina e/ou aquisição de terrenos, prédios da planta e administração, benfeitorias em geral.
Ev - Eventuais: acréscimo de 20% sobre a soma dos investimentos anteriores, para inclusão
de investimentos imprevistos.
Evidentemente, uma simulação deste tipo não tem compromisso com previsões precisas, de
modo que as estimativas deste bloco, mais do que quaisquer outras, devem ser encaradas co-
mo projeções grosseiras, compatíveis com o nível de informação do projeto avaliado. Reco-
menda-se utilizar como referência, sempre que possível, os custos operacionais vigentes na
região do projeto.
Rc – Receita operacional: estimada através da divisão do valor bruto da reserva lavável pela
vida útil da mina. Esta simplificação atende aos objetivos deste tipo de avaliação e ela é pos-
sível por que as reservas já foram compatibilizadas com a produção anual.
Ci – Custos indiretos: são arbitrados como sendo uma percentagem dos custos diretos e de-
pendem dos diferente modelos de produção, por incluírem basicamente os custos administra-
tivos e financeiros do empreendimentos. Como regra geral, adota-se 20%, podendo ser altera-
do em função dos padrões de custos da empresa avaliadora ou do próprio modelo de produção
simulado.
FLUXO DE CAIXA
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De – Depreciação e amortização: adota-se como padrão geral um prazo de 10 anos para a
depreciação dos equipamentos e amortização do capital investido. Este valor é deduzido da
renda bruta como incentivo fiscal, para redução da renda tributável, motivo pelo qual é repos-
to no abatimento do imposto de renda. Embora a taxa de exaustão se inclua entre os incenti-
vos fiscais, ela é excluída desta simulação por afetar pouco significativamente os seus resul-
tados.
Ir – Imposto de renda: admite-se como taxa média de provisão para este tributo o valor de
35% sobre a renda tributável.
Vp – Valor líquido presente: o fluxo de caixa é uma anuidade que se repetirá hipoteticamen-
te, de forma uniforme ao longo da vida útil da mina. Isto caracteriza uma série uniforme de
rendimentos, através de cujas propriedades matemáticas podemos calcular o valor líquido
presente (isto é, descontado para o ano zero de empreendimentos) do saldo acumulado até o
final do último ano, às taxas de juros vigentes do mercado. Neste tipo de avaliação, adotamos
a taxa média das aplicações financeiras ou do credito bancário a longo prazo. O fator P/A.(i,n)
é obtido em tabelas apropriadas da engenharia econômica.
ÍNDICES DE AVALIAÇÃO
Pl – Valor líquido presente: para maior aproximação de uma realidade, ainda que simulada,
abatemos os investimentos de capital do valor presente do fluxo de caixa descontado.
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8. AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES SEM RESERVAS CUBADAS
O método proposto pelo consultor canadense L.C. Kilburn (1990) fundamenta-se no uso
de três tipos de informações mais freqüentemente empregadas nas avaliações de interesse ex-
ploratório em prospectos: mineralizações, alvos geofísicos e/ou geoquímicos e padrões geoló-
gicos favoráveis.
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dados e custos de operação em sua região de trabalho e tomá-los como base de cálculo. Outra
alternativa consiste em se avaliar a propriedade por comparação com outra de valor conheci-
do, estabelecendo-se entre elas uma proporcionalidade em função da pontuação cabível de
acordo com critérios da tabela.
- Área de 50 hectares.
- Próximo a uma mina de médio porte, produtora atualmente.
- Contém quatro alvos geofísicos e geoquímicos interessantes.
- Contém um padrão geológico favorável (intrusão granítica, por exemplo).
- Área de 80 hectares.
- Contém uma zona mineralizada com teor econômico, medida nas três dimensões,
mas sem volume suficiente para lavra.
- Contém dois alvos geofísicos e geoquímicos interessantes.
- Contém três padrões geológicos favoráveis (intrusão granítica, calcário encaixante
e extensa zona de cataclase, por exemplo).
em que:
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VA = x
C VB = y
A B VC,D = z
Vp = x + z + y
PESOS
FATORES DESCRIÇÃO DENTRO FORA
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Bomsel, O.; Giraud, P.N. e Sá, P. - A crise na indústria mineral: 1973-1984. Brasil Mineral,
no 21, agosto de 1985, pp.48-52; no 22, setembro de 1985, pp. 45-47.
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Gitmam, L.J. - Princípios da Administração Financeira. Harper & Row do Brasil, 3o edição.
São Paulo, 1984
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1966.
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MacKenzie, B.W. - The Theory of the Mining Firm. Columbia University in the City of New
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Whitney, J.W. and Witney, R.E. - Investment and Risk Analysis in the Mineral Industry. Jonh
W. Witney, Inc. Short Course Notes, Revision no 1. May, 1978.
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