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Jayce Gustafson

Seção 001
A Copa de 1958 e seus efeitos no Brasil

Para todos que conhecem bem o Brasil, ou mesmo para os que não conhecem bem,

sabemos que o futebol é um dos elementos principais da cultura. Até parece que as crianças

brasileiras nascem já com uma bola, e desde já aprendem a jogar. Mas o Brasil nem sempre foi

assim. Teria que ter um momento em que o futebol fosse estabelecido como elemento central da

cultura. Esse momento foi a copa do mundo de 1958. Durante essa época, o país estava passando

por confusão. Depois do suicídio de Getúlio Vargas em 1954, a nação tumultuosa estava

procurando uma identidade nacional. Havia conflito na sociedade com elementos como

desigualdade e até racismo, que foram produtos da própria fundação do país. Mas no meio de

toda essa confusão no país, o Brasil ganhou a Copa do Mundo de 1958. Essa vitória na Copa

mudou a história do país, tendo um impacto na cultura, sociologia, e política do Brasil e

estabelecendo o futebol como elemento principal da cultura brasileira.

O futebol nem sempre foi tão importante para o Brasil. Muitos consideram um homem

inglês chamado Charles Miller o “pai” de futebol no país. Ele tinha nascido no Brasil, mas voltou

com a sua família para a Inglaterra para estudar. Lá, ele ficou fascinado com o futebol, e quando

voltou para o Brasil em 1894, ele trouxe consigo duas bolas na mala (Gutterman 31). A história

diz que o jogou espalhou rapidamente, e o primeiro jogo oficial de futebol aconteceu em São

Paulo, no ano 1895 entre ingleses e anglo-brasileiros. A seleção Brasileira foi formada em 1914,

e esse time jogou contra a equipe britânico Exeter City no Rio de Janeiro, e perdeu de 2 a 0. É

interessante notar que a primeira vitória da seleção foi contra a seleção de Argentina em Buenos

Aires dois meses mais tarde (Castro 22-23) . Desde essa época o futebol foi crescendo
gradualmente no país, mas não foi até a copa de 1958 que o país aceitou completamente como

sua identidade nacional.

Durante os anos 1950, o Brasil passou por algumas crises e tempos complicados. Até o

ano de 1954, estavam na época do segundo reinado de Getúlio Vargas. A realidade dessa época

era que o Vargas não sabia bem liderar e atuar em uma maneira democrática, de acordo com a

nova constituição de 1946. Como resultado, a época foi caracterizada com tumultos,

manifestações, e greves, principalmente a Greve dos Trezentos Mil, que aconteceu em São Paulo

em 1953 (Schwarcz e Starling 404). Vargas era popular, mas foi descoberto no final da sua

presidência em 1954 uma profunda corrupção promulgada por ele e seus associados. Pouco

tempo depois, ele suicidou-se em seu quarto, causando uma crise nacional. Houveram rebeliões,

brigas, e revoltas como resultado. O Brasil estava em crise total.

Depois disso, a confusão continuou com as presidências curtas e inefetivas de Café Filho,

Carlos Luz, e Nereu Ramos até a eleição de Juscelino Kubitschek em 1956. Kubitschek operava

com um plano político chamado o Plano de Metas, e usando isso teve vários sucessos como

presidente. O Kubitschek adotou um slogan que enfatizou o otimismo: “50 anos em 5”. Como as

circunstâncias no país estavam melhorando um pouco, os brasileiros começaram a sentir a

necessidade de estabelecer sua nova identidade nacional. Um bom exemplo disso é o surgimento

da Bossa Nova, um novo tipo de música brasileira que ficou tão popular no mundo inteiro que

foi cantada por figuras famosas na música como Frank Sinatra nos estados unidos (Schwarcz e

Starling 422). Com um novo sentimento de otimismo para o brasileiro, era a época de

estabelecer uma identidade cultural. Isso abriu a porta durante os últimos anos da década de

1950 para o futebol se estabelecer como elemento principal.


No mundo de futebol durante essa época, a seleção da Suécia era considerada a melhor

do mundo. Tendo ganhado a copa anterior de 1954, e com a copa de 1958 acontecendo em seu

próprio país, esperava-se que repetissem como campeões do mundo. Mas, a seleção Brasileira só

ganhava, primeiro de Áustria, e depois a União Soviética, e a França até chegar na final contra

Suécia. O time Brasileiro totalmente dominou os suecos, ganhando de 5 gols a 2. O Pelé, que era

nessa época grandemente desconhecido e tinha somente 17 anos, marcou um incrível seis gols

nos três jogos finais, estabelecendo-se já como ícone nacional e mundial (Castro 98). Apesar das

dificuldades, a Copa finalmente pertenceu ao Brasil.

E era esse momento que o país estava esperando. Desde esse momento, um esporte que

era popular no Brasil se tornou uma parte íntegra na cultura brasileira. O futebol neste momento

pôde encher aquele espaço de identidade nacional que o país tanto precisava. Foi neste momento

que o futebol começou a se tornar o fenômeno que conhecemos hoje no Brasil, e o fanatismo

pelo esporte foi plantado nos corações brasileiros.

Havia também uma outra razão por essa copa acontecer no momento certo para virar

parte central da cultura brasileira. Entre os anos de 1951 e 1958, o número total de aparelhos de

televisão no Brasil aumentou de 7 mil para 344 mil. O número de aparelhos de rádio era de 8

milhões no ano de 1958. No Brasil nunca havia passado uma época em que as notícias fossem

tão acessíveis para os cidadãos de toda classe (Gutterman 124). Com tantas pessoas

acompanhando, qualquer resultado teria grande significância para o país, e muito mais uma

vitória.

Mas essa vitória não foi somente um momento de alegria para o Brasil. Teve um impacto

profundo em vários aspectos da sociedade. Um elemento importante que existia no futebol e na

cultura antes da Copa de 1958 era o racismo. A crença comum era não somente que os negros
eram pessoas inferiores, mas que eram inferiores no futebol também. Especialmente durante os

anos 1920 e 1930, era normal ouvir coros nos estádios gritando expressões como negro sujo e

criolo nojento, entre outras (Dieguez e Saldanha 31). Tanto que quando o Brasil perdeu a copa

de 1950, a culpa foi quase totalmente colocada no goleiro Barbosa, somente porque ele era negro

(Gutterman 101). Esse tipo de racismo horrível tomou um golpe forte com a vitória da copa de

1958 porque os melhores jogadores eram negros, mais notavelmente o Didi, Garrincha e um

novo jogador de 17 anos que se tornaria o face do esporte, o Pelé. Quando as pessoas

começarem a se captivar com essa seleção e seu jogadores negros, a popularidade do esporte

fez o racismo diminuir grandemente. Isso deu resultado não somente no esporte do futebol, mas

no país inteiro. Por mais que tenha continuado no país, o racismo no Brasil foi dado um grande

golpe pela vitória na copa.

A vitória dessa copa não podia vir em tempo melhor. Como vimos seu efeito social em

combater o racismo, teve também efeitos na política. Serviu para coroar os anos dourados do

Presidente Kubitschek, identificando com o crescimento do país, estimulando a cultura popular,

e dando mais motivo pelo otimismo geral na sociedade. O autor Nelson Rodriguez escreveu o

seguinte sobre a mudança cultural que houve depois da vitória:

O brasileiro mudou até fisicamente. Lembro-me de que, ao acabar o jogo Brasil x

Suécia, eu vi uma crioulinha. Era a típica favelada. Mas o triunfo brasileiro a

transfigurou. Ela andava pela calçada com um charme de Joana d’Arc. E, assim, os

crioulões plásticos, lustrosos, ornamentais pareciam fabulosos príncipes etíopes.

Sim, depois de 1958, o brasileiro deixou de ser um vira-lata entre os homens e o

Brasil um vira-lata entre as nações (Gutterman 130).


Somente examinando todos esses aspectos podemos compreender plenamente o impacto

que a vitória na Copa teve para o Brasil. Finalmente, as pessoas tinham algo para que sentir-se

paixão e patriotismo. Essa vitória mudou a cultura nas áreas políticas e sociais como contra o

racismo, mas também deu uma razão pela que podiam sentir orgulho de ser brasileiros. Isso é

motivo principal pela popularidade do esporte hoje no Brasil, e foi um dos eventos mais

importantes na história do país.

Sempre soube que os brasileiros amavam o futebol. Mas até fazer essa pesquisa, não

sabia por quê era tão importante para a cultura. Tinha pensado bastante a respeito dessa

obsessão da cultura brasileira, e percebi que era completamente diferente que o relacionamento

que temos com o esporte aqui nos estados unidos. Como diz a citação de Nelson Rodriguez

acima, foi o futebol que realmente estabeleceu a identidade do Brasil para com o resto do mundo.

Amo o esporte, mas sei que a minha relação com o esporte e a dos Estados Unidos nunca será

igual à do Brasil com o futebol.

Contagem de Palavras: 1436


Obras Citadas

Guterman, Marcos. O Futebol Explica O Brasil: Uma História Da Maior Expressムo Popular

Do Paí•s. Sムo Paulo: Editora Contexto, 2009. Print.

Dieguez, Gilda Korff., and João Saldanha. Esporte E Poder. Petrópolis: Vozes, 1985. Print.

Castro, J. Almeida. Histórias Da Bola: 135 Anos Da História Do Futebol: Os 15 Campeonatos

Do Mundo. Algés, Portugal: Talento, 1998. Print.

Schwarcz, Lilia Moritz, and Heloisa Maria Murgel Starling. Brasil: Uma Biografia. São Paulo,

SP: Companhia Das Letras, 2015. Print.

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