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DIREITO ADMINISTRATIVO

É um ramo do Direito Público formado por um conjunto de normas e princípios jurídicos que
disciplinam a atividade administrativa do Estado.
O Direito Administrativo não possui um único código pronto para seguir. Ele é feito por leis
esparsas, que foram feitas em momentos diferentes da história, e por isso podem até mesmo ser
contraditórias.
É um conjunto de normas impostas coercitivamente pelo Estado para disciplinar a vida em
sociedade, restringindo a liberdade individual, porém, garantindo o bem estar coletivo.
O Direito Adm mantém o equilíbrio nas relações humanas para que a sociedade se conserve e
não pereça.

PODERES FUNÇÕES TÍPICAS FUNÇÕES ATÍPICAS


Legislar  quando o
EXECUTIVO Administrar Presidente edita uma
medida provisória
Legislar e fiscalizar (CPI,
Administrar  quando ele
LEGISLATIVO julgar contas do
compra e/ou contrata
Presidente)
Administrar  quando ele
JUDICIÁRIO Julgar
compra e/ou contrata

Atividade do Estado que interessa para o Direito Adm  atividade administrativa (todos os
poderes exercem a atividade adm, desta forma o Direito Adm aplica-se a todos os Poderes).

Obs
O Direito Adm aplica-se a todos os Poderes, desde que no exercício da função
administrativa (com predominância do Poder Executivo).
Personalidade  aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações.
O Estado possui personalidade própria.
Pessoa Jurídica surge por:
 Lei
 Registro de contrato social
 Tratado

Obs
Quando o Presidente da República edita uma MP ele não está sob o Direito
Adm, mas sim sob Direito Constitucional, pois está legislando. Já quando ele
editar um decreto ele estará administrando, e será regido pelo Direito
Administrativo.

O Poder Executivo exerce, além de função administrativa, a chamada Função de Governo, de


cunho político, traduzida na atividade de elaboração de políticas públicas, de determinação das
diretrizes de atuação da Adm. Pública. Essa função política não constitui objeto de estudo do Direito
Adm.
Medida Provisória  tem força de lei
 tinha validade de 60 dias, prorrogável uma única vez por mais 60 dias. Se
ela não fosse convertida em lei dentro desse período, ela perderia a validade e
não poderia mais ser reeditada.

A partir de 2001 foi editada uma Emenda Constitucional que dizia que todas as MP editadas até
a data da publicação desta teriam validade por tempo indeterminado. São as MPs Permanentes
(eternas).
Uma Emenda Constitucional não possui sanção do Presidente; ela é promulgada pelo Congresso
Nacional.

Uma característica marcante do Direito Público é a desigualdade nas relações jurídicas por ele
regidas, tendo em conta a prevalência do interesse público sobre os interesses privados. (prerrogativas
do Estado). Ele regula interesses da sociedade como um todo.
O Direito Privado regula interesses de particulares e por isso possui a igualdade jurídica.

Direito Público  Estado atua em supremacia


Direito Privado  as partes atuam em igualdade

Direito Administrativo

É um ramo do Direito Público

Estado atua em supremacia

SEMPRE busca o INTERESSE PÚBLICO

Agir com supremacia  Agir com arbitrariedade


Estado age com supremacia, mas não pode agir com arbitrariedade.
Ex. de Estado agindo com supremacia  isolar em quarentena indivíduo com doença
contagiosa; interditar casa que está prestes a cair.
A supremacia tem limites.
O Direito Adm. possui mecanismos para impedir o Estado de agir com arbitrariedade (impor
limites).
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
(origem, de onde surge o Dir. Adm.)

1 – LEI
Principal fonte do Dir. Adm em face do princípio da Legalidade (art. 37 da CF/88), que
determina que o agente público somente pode atuar quando expressamente previsto em lei (em sentido
amplo).

CF/88 – Art. 37
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

Lei em sentido amplo  gênero

Lei em sentido estrito  aquela aprovada pelo legislativo e sancionada


Espécies pelo executivo. (lei complementar, ordinária, delegada, MP)

Atos de caráter normativo  decretos, resoluções, portarias, instruções


normativas. (atos normativos infra legais)

Obs
Não confundir com o princípio da legalidade previsto no artigo 5º, inciso II da
CF/88, que diz que os particulares podem fazer tudo, exceto o que for proibido
pela lei.

2 – JURISPRUDÊNCIA
É fonte secundária do Direito Adm. É o conjunto de decisões judiciais ou adm reiteradas em um
mesmo sentido. É o entendimento dos tribunais. A Súmula é o resumo da jurisprudência. Só pode ser
usada a Jurisprudência nacional.

STF possui 2 tipos de súmulas:


 Súmula vinculante  até agora em numero de 31
 Súmula não vinculante + de 700
Obs
No Brasil a jurisprudência não é vinculante, ou seja, o juiz de 1ª instância
pode ter entendimento diverso dos tribunais superiores.
Entretanto, a Emenda Constitucional 45/04 permitiu ao STF editar Súmulas
Vinculantes nos termos do artigo 103ª da CF/88.

CF/88 - Art. 103-A.


O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou
por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em
relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas
federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua
revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a
interpretação e a eficácia de normas determinadas,
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos
judiciários ou entre esses e a administração pública que
acarrete grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido
em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
poderá ser provocada por aqueles que podem propor a
ação direta de inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que
contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal
que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo
ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
súmula, conforme o caso.

Como forma de garantir o princípio da segurança jurídica, a alteração


jurisprudencial no âmbito do Direito Adm não atinge situações já consolidadas.
Só vale para o futuro.
O objetivo da Súmula Vinculante é dar celeridade ao Direito Adm.
Se alguém deixar de aplicar a Súmula Vinculante, pode recorrer diretamente
ao STF.

Obs
PRINCIPAIS SÚMULAS VINCULANTES

SÚMULA VINCULANTE Nº 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma
3 ou
– DOUTRINA
pensão.
Fonte secundária do Direito Adm. É o conjunto de teses e pensamentos jurídicos dos estudiosos
do Direito Adm.
SÚMULA VINCULANTE Nº 5
Influencia não
A falta desó a elaboração
defesa de novas
técnica por leis,no
advogado como Tb o julgamento
Processo das lides
Administrativo de cunho adm.
Disciplinar
A Doutrina
não ofendeé auniversal,
CF. ou seja, pode usar doutrinadores estrangeiros como fonte do Direito
Adm.
SÚMULA VINCULANTE Nº 13
4 – COSTUMES
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
Surgem da ausência de legislação. Estão em desuso em face do princípio da legalidade. Só são
úteis para situações em que não exista norma jurídica estabelecida (lei), pois se já tiver lei prevalece o
princípio da legalidade.
Os costumes sociais, regras não escritas, porém observadas de modo uniforme pelo grupo social,
só tem importância quando de alguma forma influenciam a produção legislativa ou a jurisprudência,
funcionando como fonte indireta.
Já os costumes administrativos, que são as práticas reiteradas observadas pelos agentes adm,
funciona efetivamente como fonte secundária na ausência de regras escritas.

SISTEMAS ADMINISTRATIVOS

São os meios utilizados pelo Estado para o controle da própria atividade administrativa; para
controle dos atos ilegais ou ilegítimos praticados pelo Poder Público. Existem 2 Sistemas:

a) SISTEMA FRANCÊS
Nesse Sistema o Poder Judiciário não pode apreciar as questões administrativas, que só
poderão ser apreciadas por um Tribunal Administrativo.
Também conhecido como Sistema de Jurisdição Dupla ou CONTECIOSO
ADMINISTRATIVO (os atos da Adm. Pública ficam sujeitos à jurisdição especial do contencioso adm.).

Na França existem 2 Tribunais (há uma dualidade de jurisdição):

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


 Multa  Divórcio
 Licitação  Cobrança
 Analisa questões administrativas  Analisa as demais questões

b) SISTEMA INGLÊS
Nesse Sistema o Poder Judiciário pode analisar todas as questões, inclusive as
administrativas.
Também conhecido como Sistema de Jurisdição Una (é o Judiciário quem dá a última
palavra em tudo). Diz-se que somente o Poder Judiciário possui a jurisdição.
O Brasil adota esse Sistema.
Esse Sistema não impede a realização do controle de legalidade dos atos administrativos pela
própria Adm. Pública que os tenha editado.
Por força deste dispositivo “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito”.
Obs
O Brasil adota o Sistema Inglês, ou seja, todas as questões podem ser
apreciadas pelo Poder Judiciário. Em nosso país existem Tribunais Adm (como
o TCU e o CAD – Conselho Administrativo de Defesa Econômica); a diferença é
que as decisões desses tribunais podem ser contestadas judicialmente, pois é o
Poder Judiciário quem sempre vai dar a última palavra (as decisões dos órgãos
adm não são dotadas de força de definitividade). O interessado pode recorrer à
justiça antes, concomitantemente ou depois da esfera adm, salvo em relação ao
Habeas Data e à Justiça Desportiva (Tribunal de Justiça Desportiva, art. 217, §
1º da CF/88), quando o interessado precisa passar pela esfera adm antes de
recorrer à justiça, porém a resposta (decisão) final será sempre da Justiça. A
inércia da Justiça Desportiva por mais de 60 dias permite o indivíduo de
recorrer à justiça comum.
Embora a decisão administrativa não assuma caráter de definitividade para
o particular, que sempre pode rediscutir a matéria em juízo, para a Adm.
Pública a decisão administrativa proferida ao término do processo adm será
definitiva quando for favorável ao particular. Em outras palavras, a Adm não
pode recorrer ao Poder Judiciário contra uma decisão adm que ela mesma haja
proferido no exercício de seu poder-dever de autotutela.
O Brasil não adota o Contencioso Administrativo em nenhuma hipótese.

REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO  Supremacia

É um conjunto de normas que disciplina a atuação da Adm. Pública, permitindo ao Estado agir
em supremacia. Toda vez que o Estado estiver agindo em supremacia, ele estará regido pelo Regime
Jurídico-Administrativo. Segundo a Doutrina, os dois princípios que norteiam o Regime Jurídico-
Administrativo são: (princípios basilares do Direito Adm):
1 – Supremacia do Interesse Público
2 – Indisponibilidade dos bens e interesses públicos. (os bens e interesses públicos pertencem
à coletividade, logo o agente público não pode dispor deles). Esse segundo princípio é aquele que
estabelece os limites do Estado.

O princípio da supremacia do interesse público fundamenta a existência das prerrogativas ou


dos poderes especiais da Adm Pública, dos quais decorre a denominada VERTICALIDADE. Exemplos
desse princípio são o exercício do Poder de Polícia, as chamadas cláusulas exorbitantes dos contratos
adm, a desapropriação, a presunção de legitimidade dos atos adm e sua auto-executoriedade, etc.
São decorrências típicas do princípio da indisponibilidade do interesse público a necessidade de
realizar concurso público para a admissão de pessoal permanente, necessidade de realizar licitação, a
exigência de motivação dos atos adm, as restrições à alienação de bens públicos, etc.
Obs
Em regra o Estado vai agir sob o Regime Jurídico Administrativo, ou
seja, em supremacia. Entretanto, em certos casos sua atuação será em
igualdade, como por ex.:
 Alienação de bens
 Atuação no mercado financeiro
 Emissão de cheques
 Nos contratos de locação, seguro e financiamento
Ex: venda no mercado de produtos fabricados por uma sociedade de
economia mista; celebração de contrato de abertura de conta entre um
particular e a Caixa.
Nestes casos o Estado não estará agindo amparado pelo Regime
Jurídico-Administrativo.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

É um instrumental de que o Governo dispõe para por em prática suas principais decisões.
Não há na Doutrina um consenso sobre o conceito de Adm Pública.
Porém há 2 sentidos:

1 – SUBJETIVO, FORMAL OU ORGÂNICO


Nesse Sentido a Adm Pública significa o conjunto de Entidades, Órgãos e Agentes que realizam
as atividades Adm, não importando o tipo de atividade que exerçam.
Leva em consideração o sujeito (QUEM FAZ).
O Brasil adora o critério formal de Adm Pública. Portanto só é Adm Pública, juridicamente,
aquilo que o nosso direito assim considera, não importando a atividade que exerça. Desta forma há
entidades integrantes da Adm Pública que não desempenham função adm, mas sim atividades
econômicas, como as Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista. Por outro lado, há
entidades privadas que, apesar de exercerem atividades identificadas como próprias da Adm Pública,
não integram a Adm Pública formal, como as concessionárias de serviços públicos e as organizações
sociais.

2 – OBJETIVO, MATERIAL OU FUNCIONAL


Leva em consideração a própria atividade administrativa realizada pelos Agentes Públicos; é o
conjunto de atividades próprias da função adm. Atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve,
sob regime de direito público, para consecução dos interesses coletivos. (O QUE FAZ)
Ex. Fiscalização do Detran
Sentido subjetivo  o agente do Detran
Sentido objetivo  a ação de fiscalizar

As atividades adm que são levadas em conta no sentido objetivo são:

a) FOMENTO
Incentivo à iniciativa privada de Interesse Público. Será implementado por meio de renúncia
fiscal, financiamento com juros subsidiados, subvenções (auxílios financeiros), etc.
O Governo é quem determina o que será considerado de Interesse Público para ser
incentivado (é muito subjetivo).
Esse fomento é aquele que pode gerar a guerra fiscal, em que cada Estado oferece menores
impostos para atrair empresas.
Ex. redução de IPI para veículos novos.

b) POLÍCIA ADMINISTRATIVA
É o chamado Poder de Polícia, que significa a prerrogativa do Estado de limitar o exercício
dos Direitos Individuais em benefício da coletividade. Será exercido pelo Detran, IBAMA, ANVISA,
Procon, Inmetro, etc.
Não há atividade livre do Poder de Polícia.
São as ordens, notificações, licenças, autorizações, fiscalização, sanções, etc.

c) SERVIÇOS PÚBLICOS
Atividade material prestada direta ou indiretamente pelo Estado à sociedade para satisfazer
interesse coletivo (necessidade pública). Representam utilidades ou comodidades para a população em
geral, oferecidas pela adm pública formal ou por particulares delegatários sob regime jurídico de direito
público.
Ex. água, luz, telefone, etc.

Obs
No Brasil a lei determina quais atividades serão consideradas Serviços
Públicos, independente de sua importância para a sociedade.
Ex. Loteria.

d) INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA
Possui 2 sentidos:

 É o poder conferido ao Estado para fiscalizar e regular determinadas atividades


econômicas por meio das Agências Reguladoras.
Atualmente as Agências Reguladoras possuem natureza de autarquia em regime
especial, pois têm maior autonomia que as demais autarquias comuns. Sua principal
característica é o mandato fixo de sua Diretoria. Esse regime especial tem a finalidade de
impedir que as Agências sofram pressões externas da sociedade, das empresas, e do
próprio Governo. De todas as autarquias, as Agências Reguladoras são as mais fortes.

 É a prerrogativa conferida ao Estado para explorar atividades econômicas por meio das
Empresas Estatais (Empresas Públicas ou Sociedade de Economia Mista). (alguns
autores não consideram essa atividade como intervenção)
O Estado somente pode explorar atividades econômicas se houver interesse
público ou segurança nacional. As empresas estatais que exploram atividades
econômicas devem ter o mesmo tratamento que as demais empresas privadas, nos
termos do art. 173 da CF/88.
Obs  BASE CONSTITUCIONAL DAS EMPRESAS ESTATAIS

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida
quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante
interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de
prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela
sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações,
observados os princípios da administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e
fiscal, com a participação de acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos
administradores.
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado
e a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação
dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos
lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes
da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às
punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a
ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

Obs
Alguns autores ainda consideram como atividade de intervenção a
intervenção na propriedade privada, como a desapropriação e o tombamento.
Obs
Para alguns autores, as sociedades de economia mista que exercem atividade
econômica em sentido estrito, como o BB e a Petrobrás, não são consideradas
adm. Pública em sentido material, enquanto as delegatárias de serviço público,
como as concessionárias e as delegatárias, são consideradas adm pública em
sentido material.

Obs
Qualquer particular pode explorar atividades econômicas.
A finalidade dessa exploração é a obtenção de lucro.
Uma Empresa Estatal também pode explorar atividades econômicas, porem
a sua finalidade não será a obtenção de lucro, mas sim o INTERESSE PÚBLICO
ou a SEGURANÇA NACIONAL. Isso não quer dizer que a Empresa Estatal não
possa obter lucro, esse lucro apenas não pode ser sua finalidade principal.
Mesmo assim as Empresas Estatais deverão ter o mesmo tratamento das
empresas particulares nos termos do art. 173 da CF/88 (direitos e obrigações
civis, comerciais, trabalhistas e tributários). Quando o Estado explora atividades
econômicas ele não pode agir em supremacia, deverá agir em igualdade.
Em regra o Estado não pode explorar atividades econômicas. Estas devem
ser exploradas pelo particular. Porém em casos de Interesse Público ou
Segurança Nacional o Estado pode explorar atividades econômicas por meio das
Empresas Estatais.

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA

1 – ENTIDADES POLÍTICAS, PESSOAS POLÍTICAS OU ENTES FEDERADOS


São aquelas previstas diretamente na CF/88 exercendo suas atividades com autonomia.
Possuem Personalidade Jurídica de Direito Público interno.
Ter personalidade jurídica significa agir em nome próprio
Têm autonomia política, que se caracteriza pela possibilidade de auto-organização e pela
possibilidade de legislar.
Podem administrar por meio de seus Órgãos.

São elas:
 União
 Estados
 DF
 Municípios

Os Órgãos não possuem personalidade jurídica própria; eles agem em nome das entidades. As
Entidades dividem-se em órgãos e agem por meio desses órgãos.
Se a PF faz algo de errado, o cidadão entrará na justiça contra a União, pois a PF é um Órgão
que age em nome da União.

Outros Órgãos da União


 Senado  STJ e TJDFT  CNJ
 Câmara  TST  Justiça Federal
 TCU  TSE  Justiça Eleitoral (TRF)
 STF  STN  MPU e MPDFT

O DF não possui poder judiciário. A justiça no DF é prestada pela União.

Obs
Quando a Entidade Política administrar por meio de seus Órgãos teremos a
chamada ADMINISTRAÇÃO DIRETA
2 – ENTIDADES ADMINISTRATIVAS
Não podem legislar, apenas administrar. Não possuem autonomia política. Exercem
competências de mera execução das leis editadas pelas Pessoas Políticas.
Possuem Personalidade Jurídica.
Compõem a Adm Indireta.
São instituídas pelas Entidades Políticas para o desempenho de atividades administrativas.
Sua principal característica é possuir Personalidade Jurídica própria, ou seja, atuam em seu
próprio nome e por sua conta e risco.
São elas:
 Autarquias
 Fundações Públicas
 Empresas Públicas
 Sociedades de economia mista
 Consórcios Públicos

União BB  Sociedade de economia mista


União CEF  Empresa Pública
União FUB  Fundação Pública
DF DETRAN  Autarquia

VINCULAÇÃO (não existe relação de subordinação)

Obs
Quando a atividade for desempenhada por uma Entidade Administrativa
teremos a chamada ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.
Existem Órgãos na Adm. Indireta. Como exemplo temos o CESPE, que é um
Órgão da FUB, que é uma Fundação Pública e é quem tem a personalidade
jurídica.
Embora as entidades adm não tenham autonomia política, possuem
autonomia administrativa. Capacidade de auto-administração, significa dizer que
não são hierarquicamente subordinadas à pessoa política instituidora e tem
capacidade para editar regimentos internos dispondo acerca de sua organização
e funcionamento, gestão de pessoas, gestão financeira, gestão de seus serviços,
sempre nos termos e limites estabelecidos na lei que as criou ou autorizou.
Essas entidades são vinculadas (sem hierarquia) à pessoa política instituidora,
que exerce sobre elas controle adm denominado de TUTELA ou SUPERVISÃO,
exercido nos termos da lei, voltado essencialmente à verificação do atingimento
de resultados, tendo em conta as finalidades para cuja consecução a entidades
adm foi criada.

IMPORTANTE
Os Órgãos estão presentes tanto na Adm. Direta, quanto na Indireta.
Assim a ESAF, que é um Órgão subordinado ao Ministério da Fazenda, integra a
estrutura jurídica da União, fazendo parte da Adm. Direta; já o CESPE é Órgão
que integra a estrutura da FUB e por isso representa a Adm. Indireta.
IMPORTANTE
Somente por lei específica será criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, sociedade de economia mista e fundação, cabendo a lei
complementar, no caso da fundação, definir as suas áreas de atuação. As PJ de
direito privado, mesmo as integrantes da Adm Pública, só adquirem
personalidade jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos no registro
público competente.
As Fundações Públicas podem ser criadas com personalidade jurídica de
direito privado ou público. Quando criadas com personalidade jurídica de direito
privado a lei específica autorizará sua criação. Quando criadas com
personalidade jurídica de direito público, a lei específica a criará diretamente.
Neste último caso elas serão uma espécie de autarquia, Tb chamadas de
AUTARQUIAS FUNDACIONAIS ou FUNDAÇÕES AUTÁRQUICAS.
Da mesma forma, somente lei específica poderá extinguir aquela entidade
que foi criada por lei, ou a lei autorizará a extinção da entidade cuja criação foi
autorizada por lei.
A iniciativa das leis específicas que criam/autorizam criação ou
extinguem/autorizam extinção cabem ao Poder ao qual está vinculada a
Entidade.

3 – CENTRALIZAÇÃO

Ocorre quando a Entidade Política presta os serviços diretamente, por meio de seus Órgãos;
equivale a Adm. Direta.
Entidade Política  administrando  por meio de seus Órgãos
União  segurança nos estados  PRF
DF  Saúde  Secretaria de Saúde

4 – DESCENTRALIZAÇÃO

Ocorre quando a Entidade Política transfere para outra pessoa parte de suas atribuições;
pressupões a existência de 2 pessoas distintas: o Ente descentralizador (quem transfere) e a pessoa que
recebeu a atribuição; entre elas não há subordinação, mas apenas VINCULAÇÃO. A primeira exerce
sobre a segunda o chamado CONTROLE FINALÍSTICO ou TUTELA ADMINISTRATIVA ou
SUPERVISÃO (de desempenho).

Transfere Transfere
Pessoa Entidade Política Pessoa

Personalidade Jurídica Própria


Pública ou privada
Física ou jurídica

VINCULAÇÃO

Controle Finalístico
4.1 – Formas de Descentralização
A descentralização pode ser implementada de 2 formas distintas:

a) Outorga
Estado cria uma Entidade (Pessoa Jurídica) e a ela transfere determinado Serviço Público. A
outorga pressupõe a edição de uma LEI que institua a Entidade, ou autorize a sua criação, e
normalmente seu prazo é indeterminado. Nestes casos ocorre a criação das Entidades da Administração
Indireta.

Transfere
Entidade Política Entidade Administrativa
Adm Direta Por meio de lei Adm indireta

Transfere a TITULARIDADE e a EXECUÇÃO da atribuição por PRAZO INDETERMINADO.


Ex: União  IBAMA;
DF  Detran

b) Delegação
Estado transfere, por contrato (concessão ou permissão de serviços públicos) ou ato unilateral
(autorização de serviços públicos), unicamente a execução do serviço, para que a pessoa delegada o
preste à população, em seu próprio nome, e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado.
A delegação por contrato é sempre por prazo determinado. Na delegação por ato adm
(autorização de serviços públicos), como regra, não há prazo determinado em razão da precariedade
típica da autorização (possibilidade de revogação a qualquer tempo, sem indenização).
A concessão só é possível para Pessoas Jurídicas, ao passo que a permissão e a autorização
podem ser concedidas tanto a pessoas físicas quanto pessoas jurídicas.

Transfere
Entidade Política Particular
Por meio de ato ou contrato

Transfere apenas a EXECUÇÃO da atribuição e por PRAZO DETERMINADO.


Ex: União  VIVO;
DF  Viplan

Formas de Delegação
 Concessão
 Permissão
 Autorização

Obs
Nem toda descentralização faz surgir a Adm. Indireta, a não ser quando for
implementada por outorga.
Pelo fato de a outorga transferir a titularidade do serviço e a delegação a sua
mera execução, os controles exercidos no caso de delegação são muito mais
limitadores, e os poderes de fiscalização são muito mais abrangentes.
5 – DESCONCENTRAÇÃO

Criar Órgãos

Ó Mera técnica administrativa de distribuição interna de


R competências, mediante a criação de Órgãos Públicos. Pressupões
G Subordinação
a existência de apenas 1 pessoa, pois os Órgãos não possuem
Ã
personalidade jurídica própria.
O
Objetivo é tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços.
Resulta no surgimento dos Órgãos Públicos que são conjuntos de
União competências, localizado na estrutura interna de uma PJ.
Uma vez que a desconcentração ocorre no âmbito de uma
mesma PJ surge a relação de HIERARQUIA, de SUBORDINAÇÃO,
Presidência da república entre os órgãos dela resultantes. No âmbito das entidades
Ministério da Justiça desconcentradas há o CONTROLE HIERÁRQUICO, o qual
DPF compreende os poderes de comando, fiscalização, revisão, punição,
Superintendência da PF solução de conflitos de competência, delegação e avocação.
Delegacias da PF

6 – CONCENTRAÇÃO

Extinguir Órgãos
Técnica administrativa que promove a extinção de Órgãos
Públicos, reunindo em um número menor de unidades as
A B
respectivas competências.

Obs
Tanto a Concentração, quanto a Desconcentração podem ser utilizadas
na Adm. Direta e Indireta; ou seja, um serviço pode ser prestado
centralizadamente mediante desconcentração, se for por órgão da adm direta,
ou pode ser prestado descentralizadamente mediante desconcentração se for
por uma unidade integrante da estrutura de uma mesma PJ da Adm Indireta.

7 – ADMINISTRAÇÃO DIRETA

É o conjunto de órgãos e agentes públicos que integram uma mesma Entidade Política do
Estado (União, Estados, DF e Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de
forma centralizada, de atividades administrativas.

8 – ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

É o conjunto de Entidades Administrativas que possuem personalidade jurídica própria e,


vinculadas à adm direta (aos Entes Políticos), têm competência para o exercício, de forma
descentralizada, de atividades adm.
9 – ENTIDADES ESTATAIS

1. União 5. Autarquias
2. Estados 6. Fundações Públicas
3. DF 7. Empresas Públicas
4. Municípios 8. Sociedades de economia mista
9. Consórcios Públicos

10 – EMPRESAS ESTATAIS

1. Empresas Públicas  capital 100% público. Ex. Caixa


2. Sociedade de economia mista  capital público e capital privado. Ex. BB

11 – SETORES DA SOCIEDADE
 1° Setor  Estado (Público)
 2° Setor  Iniciativa Privada com fins lucrativos (Privado)
 3° Setor  Iniciativa Privada sem fins lucrativos (Social)
 4º Setor  Economia informal
 5º Setor  Excluídos

BASE CONSTITUCIONAL DAS EMPRESAS ESTATAIS

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de


atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os
princípios da administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a
participação de acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos
administradores..
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa
jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com
sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a
economia popular.
GRUPO 1  PESSOAS POLÍTICAS
- Pessoa Jurídica de Direito Público Interno
- Entidade Federativa
- Entes da Federação
- União, Estados, DF e Municípios

GRUPO 2  ENTES ADMINISTRATIVOS


- Autarquias
1 ° SETOR  PÚBLICO - Fundações Públicas
(Estado) - Empresas Públicas
- Sociedades de economia mista
- Consórcio público

GRUPO 3  ÓRGÃOS PÚBLICO


- Independentes
- Autônomos
- Superiores
- Subalternos

DELEGATÁRIOS
- Concessionários
2° SETOR  PRIVADO - Permissionários
(Iniciativa privada com - Autorizatários
fins lucrativos)

GRUPO 4  PARAESTATAIS
- Serviços Sociais Autônomos
3° SETOR  SOCIAL - Organizações Sociais
(Iniciativa privada - Organizações da sociedade
sem fins lucrativos) civil de interesse público
ENTIDADES PARAESTATAIS

Ao lado das Entidades Políticas e das Entidades Administrativas (da Estrutura da Administração
Pública Brasileira) encontram-se as Entidades Paraestatais, que não fazem parte da organização
administrativa brasileira (não integram a Adm. Pública em sentido formal).
As paraestatais tem a função de complementar as atividades que são de responsabilidade do
Estado. Mas o Estado não pode deixar de atuar.
Essas entidades são PJ privadas que, sem integrarem a estrutura da administração pública
brasileira (Direta ou Indireta), colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse
público, de natureza não lucrativa, às quais o Poder Público dispensa especial proteção (são
atividades não exclusivas do Estado). Recebem fomento do Poder Público.
Integram o chamado TERCEIRO SETOR, que pode ser definido como aquele composto por
entidades privadas da sociedade civil, que prestam atividade de interesse social, por iniciativa privada,
mas sem fins lucrativos.
Compreendem 3 tipos de entidades:

1. Serviços Sociais Autônomos (SSA)


2. Organizações Sociais (OS)
3. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)

Essas Entidades não fazem parte do Estado. Elas não compõem nem a Administração Direta e
nem a Indireta.
O fato de as entidades paraestatais não terem como finalidade a obtenção de lucro, não quer
dizer que elas não podem obter lucros, mas sim que esses lucros devem ser investidos na própria
paraestatal, e não divididos entre seus funcionários.

 ESPÉCIES DE PARAESTATAIS

1.1 SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS (SSA)

São Entes privados instituídos por lei para desempenho de atividades assistenciais a
determinadas categorias profissionais. Geralmente criados por entidades privadas representativas de
categorias econômicas (Confederação Nacional do Comércio, da Indústria, etc).
A aquisição de sua personalidade jurídica ocorre quando a entidade privada instituidora
inscreve os respectivos atos constitutivos no registro civil das pessoas jurídicas.
São mantidos primordialmente mediante contribuições pagas pelas empresas sobre a folha de
pagamento (fala em contribuição mas é obrigatória – contribuições sociais de natureza tributária), bem
como mediante dotações orçamentárias do Poder Público. Quem arrecada e repassa essa verba para a
SSA é a União.
Não precisam de concurso público, mas apenas de um processo seletivo simplificado.
Seus empregados serão regidos pela CLT, sendo considerados empregados privados.
Devem prestar contas ao TCU.
Segundo o TCU os SSA não estão sujeitos aos estritos termos da Lei 8666/93, pois podem
elaborar suas próprias normas de contratação, desde que sigam os princípios das licitações: legalidade,
impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao
instrumento convocatório e julgamento objetivo.
Em resumo: o SSA sempre deve seguir os princípios das licitações, seja adotando a Lei 8666/93,
seja por meio de normas próprias.
Os SSA têm por objeto uma atividade social, não lucrativa, usualmente direcionada ao
aprendizado profissionalizante, à prestação de serviços assistenciais ou de utilidade pública, tendo
como beneficiários determinados grupos sociais ou profissionais.
Estão sujeito à Lei de Improbidade adm.
Ex: SESC, SESI, SENAC, SENAI, SEBRAE (“Sistema S”)

Obs
A principal diferença entre um Empregado Público e um Empregado Privado
é o fato de o Empregado Público não poder acumular 2 cargos públicos. Já o
Empregado Particular pode acumular 2 cargos privados e até 1 cargo privado
com 1 público.

1.2 ORGANIZAÇÕES SOCIAIS (OS)

São Entes privados, instituídos pela vontade dos particulares, sem fins lucrativos, que recebem
uma qualificação de OS pelo Poder Público quando firmam o CONTRATO DE GESTÃO.
A OS é uma qualificação jurídica, um título, dada a uma PJ de direito privado sem fins
lucrativos, para que ela possa receber determinados benefícios do Poder Público, como dotações
orçamentárias, isenções fiscais, etc, para a realização de atividades de interesse coletivo. Nenhuma
entidade nasce como OS. A Entidade é criada como associação ou fundação e, habilitando-se perante o
Poder Público, recebe a qualificação de OS. Trata-se de um título jurídico outorgado e cancelado pelo
Poder Público.
A OS é regulamentada pela Lei 9.637/98.
A OS só pode exercer atividades de:
 Ensino
 Saúde
 Cultura
 Meio ambiente
 Pesquisa científica
 Desenvolvimento tecnológico
(IMPORTANTE  não pode aturar em assistência social).
Para se qualificar como uma OS a Entidade deve possuir um CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
com participação de diretores indicados pelo Poder Público. (Significa que a OS vai ter uma ingerência
do Estado)
O CONTRATO DE GESTÃO além de estipular as metas e definir recursos, vai estabelecer os
limites e critérios para a remuneração de pessoal (tanto os diretores, quanto os demais funcionários).
Tb vai determinar as obrigações do Poder Público e da OS e critérios objetivos de avaliação de
desempenho.
As Entidades qualificadas como OS são declaradas como de Interesse Social e Utilidade Pública
para todos os efeitos legais.
É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidores para a OS, com ônus para a
origem (quem cedeu). Tb pode destinar recursos orçamentários e bens públicos com dispensa de
licitação (licitação dispensada)
O não cumprimento das metas levará à desqualificação da OS, mediante processo
administrativo com ampla defesa, respondendo os dirigentes, individual o solidariamente, pelos danos
ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.
Segundo a Lei de Licitações o Poder Público pode contratar uma OS sem licitação para
desempenho das atividades contempladas no Contrato de Gestão (licitação dispensável).
A OS que receberem verbas da União, por determinação de Decreto do Presidente da República,
deverão seguir a Lei de Licitações. Se receber verbas de outra Entidade Política, como DF ou Estados,
não precisa fazer licitação. Mas se a obrigação de fazer licitação estiver contida no Contrato de Gestão,
será obrigatória.
As OS são um exemplo de parceria Estado-Sociedade, onde a OS exerce atividade em seu
próprio nome, com incentivo do Estado, manifestado na transferência de recursos público, permissão
de uso de bens públicos, etc.
Não precisa de concurso público (pode até fazer, mas não é obrigada).
Seus empregados serão regidos pela CLT.
Devem prestar contas ao respectivo Tribunal de Contas (TCU ou Estatal de acordo com a
Entidade Política daquela ela receber recursos).
A Lei da OS instituiu o Plano Nacional de Publicização, que tem por objetivo promover a extinção
de Órgãos e Entidades Administrativas, transformando-as em OS.
Segundo a Lei, o Poder Público pode promover a extinção de órgãos ou Entidades
transformando-as em OS.
Ex de OC: Instituto Candango de Solidariedade

Como nasce uma OS:

Pessoa privada sem fins lucrativos

Ela se qualifica no Ministério da sua


Qualificar área de atuação. E isso é um ato
discricionário

OS Recebe recursos estatais


CONTRATO
DE GESTÃO

Fixa metas
Define recursos

Não Confundir:

CONTRATANDO
Poder Público OS  não precisa seguir a Lei de Licitação

CONTRATANDO
OS Terceiros  precisa seguir a Lei de Licitação se receber verbas da União

1.3 ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO (OSCIP)

São Entes privados, sem fins lucrativos, instituídos pela vontade dos particulares, para
desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado, que recebem uma qualificação jurídica do
Poder Público, quando firmam o TERMO DE PARCERIA. Objetivo é receber incentivo do Poder Público.
Ao mesmo tempo passam a ser fiscalizadas por ele.
A OSCIP é regulada pela Lei 9790/99
Uma entidade sem fins lucrativos, segundo a Lei 9790/99 é aquela que não distribui, entre os
sues sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes
operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio,
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do
respectivo objetivo social.
No Termo de Parceria deverão estar previstos os direitos e as obrigações dos pactuantes, as
metas a serem alcançadas, os prazos de execução, critérios para avaliação de desempenho, previsão de
receitas e despensas, dentre outros.
Não são passíveis de qualificação como OSCIP:
 Sociedades comerciais
 Sindicatos
 Associações de classe ou de representação de categoria profissional
 Instituições religiosas
 Partido político
 Plano de saúde
 Hospital não gratuito
 Escola não gratuita
 OS
 Cooperativas
 Fundações públicas ou privadas mantidas por Órgãos Públicos e Organizações
Creditícias
 Organizações creditícias
 Entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo
restrito de sócios.

Como nasce uma OSCIP:

Pessoa privada sem fins lucrativos

Ela se qualifica no Ministério da


Qualificar Justiça. E isso é um ato vinculado

OSCIP Recebe recursos estatais


TERMO DE
PARCERIA

Fixa metas
Define recursos
A OSCIP é regulada pela Lei 9790/99.
Pode atuar nas seguintes áreas: assistência social, cultura, patrimônio histórico e artístico,
educação, saúde, segurança alimentar e nutricional, meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável, promoção do voluntariado, sistemas alternativos de produção, assessoria jurídica gratuita,
promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
universais, promoção do desenvolvimento econômico e social, combate à pobreza, .
Não precisa de concurso público.
Seus empregados serão regidos pela CLT.
Devem prestar contas diretamente ao Ministério com quem assinou o Termo de Parceria. Dessa
forma não precisa prestar contas diretamente ao TCU. Isso não quer dizer que esteja imune à
fiscalização do TCU, pois a qualquer momento pode sofrer o procedimento de Tomada de Contas
Especial.
Estão sujeitas a fiscalização do respectivo Tribunal de Contas.
Aquelas que recebem verbas da União ou de outra Entidade Política (como o DF) devem seguir a
Lei de Licitações.
O não cumprimento das metas levará à desqualificação da OSCIP, mediante processo
administrativo com ampla defesa
A Lei exige que as OSCIP possuam um Conselho Fiscal, mas não exigem a presença de
representantes do Poder Público em algum órgão da Entidade.

Obs
Alguns autores ainda consideram como integrantes das Paraestatais as
Entidades de Apoio.
São PJ de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores
públicos mas em nome próprio, sob a forma de Fundação, Associação ou
Cooperativa. Sua finalidade é a prestação, em caráter privado, de serviços
sociais não exclusivos do Estado.
Instituições Federais de Ensino Superior e Pesquisa Científica poderão
contratar as Entidade de Apoio sem licitação (Licitação Dispensável)

IMPORTANTE
Toda ONG integra o Terceiro Setor, mas nem toda ONG pode ser considerada Paraestatal,
salvo se qualificar como OS ou OSCIP.

O Estado pode repassar dinheiro (destinar recursos) a qualquer pessoa privada sem fins
lucrativos que cumpra determinados requisitos.

Existem 2 espécies de CONTRATOS DE GESTÃO


a) Aquele utilizado pela OS para receber recursos Estatais.
b) Aquele previsto no art. 37, § 8º da CF/88: os Órgãos ou Entidades Adm podem
firmar com o Estado o CONTRATO DE GESTÃO com a finalidade de obter
maior autonomia gerencial, financeira e orçamentária. Segundo a Doutrina
esse Contrato de Gestão atende o princípio constitucional da Eficiência.

Art. 37 § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e


entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante
contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que
tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações
e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.
AGENTE PÚBLICO

É toda e qualquer pessoa, com ou sem vínculo, com ou sem remuneração, transitoriamente ou
não, que exerce uma atividade do Estado. Pode ser por nomeação, designação, contratação ou
qualquer forma de investidura ou vínculo, e o indivíduo poderá ocupar/exercer mandato, cargo,
emprego ou função pública.
Esse Agente manifesta uma vontade que é imputada ao próprio Estado.
Agente Público é um gênero que possui 5 espécies:

1 Agente Político  é aquela pessoa que exerce uma atividade prevista diretamente na
CF/88 com autonomia funcional. Não se submete às normas gerais aplicáveis aos
servidores públicos (Lei 8112/90). Eles possuem norma própria. São aqueles que tomam as
principais decisões. São os ocupantes do Governo em primeiro escalão. São eles:
Presidente/Vice; Governador/Vice; Prefeito/Vice; Senador; Deputado Federal, Estadual ou
Distrital; Vereador; Ministro de Estado; Secretário de Governo; Membros da Magistratura
(Juiz, Desembargador e Ministros de Tribunal); Embaixadores; Advogado da União; Membros
do MP (promotor, procurador); Membros dos Tribunais de Contas, etc.

2 Agente Honorífico  particular, convocado pelo Estado para o desempenho de uma


atividade transitória e em regra gratuita, em razão de sua condição cívica. Conta como tempo
para a aposentadoria. Ex: mesários, jurados.

3 Agente Delegado  é aquela pessoa a quem o Estado delega o exercício de uma atividade
para ser realizada em nome do particular e por sua conta e risco. Ex: oficial de cartório,
permissionários, juiz de paz, etc.

4 Agente Credenciado  é um particular credenciado pelo Estado para representa-lo em


determinada atividade específica. Ex: Pelé como Embaixador Honorário da Copa.

5 Agente Administrativo  é aquele que possui um vínculo funcional com o Estado, com a
Administração Pública. É subdividido em 3 categorias:

a) Servidor Público  é a pessoa que ocupa um cargo público, possuindo vínculo


estatutário (seja efetivo ou em comissão)

Obs
Para ser Servidor Público não necessariamente precisa de concurso
público, pois pode ser por cargo comissionado.
b) Empregado Público  é a pessoa que ocupa um emprego público, possuindo vínculo
contratual (CLT). É um contrato por tempo indeterminado.

Obs
Diferença básica entre Servidor e Empregado está no tipo de vínculo
que ele possui com a Adm.

Obs
Apenas o ocupante de cargo efetivo pode adquirir a estabilidade
constitucional. Dessa forma, o Empregado Público, mesmo que
admitido por concurso público, pode ser demitido sem justa causa.
Na prática a maioria das entidades que adotam a CLT, por pressões
dos sindicatos, possuem, nos acordos coletivos, cláusulas que
conferem uma certa estabilidade para os seus empregados públicos.

c) Servidor Temporário  não ocupa cargo, nem emprego público, pois apenas exerce uma
função de excepcional interesse público. Não é obrigatória a realização de concurso público.

IMPORTANTE
Em 1988 a CFF instituiu o denominado Regime Jurídico Único para
cada Ente Político, ou seja, a União, cada Estado, o DF e cada Município
deveriam estabelecer um único regime para todos os seus servidores, para
todos os agentes da Adm Direta, Autarquias e Fundações Públicas. Em 1990 a
Lei 8112 passou a ser o Regime Jurídico Único da União, suas autarquias e
Fundações Públicas. Entretando a EC nº 19/98 extinguiu o Regime Jurídico
Único. A partir de então o Poder Público poderia optar entre o vínculo
estatutário e celetista. Porém o STF em 02/08/2007 declarou inconstotucional
parte da EC 19/98 voltando a vigorar no Brasil o Regime Jurídico Único.
Assim, atualmente a União suas Autarquias e Fundações Públicas só podem
admitir servidores públicos. Dessa forma atualemnte o Regime de Pessoal da
União, suas Aautarquias e Fundações Públicas será:
 Adm Direta  Direito Público  8112/90
 Autarquias  Direito Público  8112/90
 Fundações Públicas Direito Público  8112/90
Direito Privado  CLT
 Empresas Públicas  Direito Privado  CLT
 Sociedade de Economia Mista  Direito Privado  CLT
 Consórcio Público Direito Público  8112/90
Direito Privado  CLT
Obs
Nem todos os Agentes Públicos possuem uma classificação específica, como
por exemplo, os militares, estagiários e terceirizados (são agentes públicos, mas
não possuem classificação).

OBS  TEORIAS SOBRE AS RELAÇÕES DO ESTADO COM OS AGENTES PÚBLICOS

Considerando que o estado é uma pessoa jurídica, ele sempre atua por meio de seus agentes
públicos (que são pessoas físicas). Existem três teorias que explicam a relação do Estado com seus
agentes, quais sejam:

1. TEORIA DO MANDATO (procuração)


MANDATO é o contrato mediante o qual uma pessoa, no caso, o mandante, outorga poderes à
outra, o mandatário, para que este execute determinados atos em nome do mandante e sob a
responsabilidade deste.
O instrumento de contrato de mandato é a PROCURAÇÃO.
AGENTE = PESSOA FÍSICA = MANDATÁRIO (neste caso, mandatário da pessoa jurídica).
O mandatário age em nome da pessoa jurídica e sob responsabilidade dela, em razão de outorga
específica de poderes.
Uma crítica a essa teoria é quem teria passado essa procuração?

2. TEORIA DA REPRESENTAÇÃO
O agente público, pela teoria da representação, seria equiparado ao representante de pessoas
incapazes (incapacidade civil, como a do menor de idade)
O agente seria uma espécie de TUTOR ou CURADOR do Estado, que o representaria nos atos
que necessitasse praticar.
Principais críticas á essa teoria:
 Equiparar a pessoa jurídica ao incapaz
 Implicar a idéia de que o Estado confere representantes a si mesmo
 Quando o representante ultrapassasse os poderes de representação, o Estado não
responderia por esses atos perante terceiros prejudicados.

3. TEORIA DO ÓRGÃO (é a teoria adotada hoje)


Teoria amplamente adotada por nossa doutrina e jurisprudência.
A pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos (que são partes integrantes da
própria estrutura da pessoa jurídica).
Quando os agentes que atuam nestes órgãos manifestam sua vontade, considera-se que esta foi
manifestada pelo próprio Estado. Fala-se em IMPUTAÇÃO (e não em representação) da atuação do
agente, pessoa natural, á pessoa jurídica.
Essa teoria é utilizada para justificar a validade dos atos praticados por FUNCIONÁRIO DE
FATO, pois considera que o ato por ele praticado é ato do órgão, imputável, portanto, à administração.
FUNCIONÁRIO DE FATO  expressão empregada para demonstrar a situação do agente quando
há vício ou irregularidade na sua investidura em cargo ou função pública, a exemplo:
 Nulidade do concurso público,
 Nomeação efetuada por servidor incompetente,
 Descumprimento de requisito essencial para a posse.
Não é qualquer ato que é imputado ao Estado. É necessário que o ato revista-se, ao menos, de
aparência de ato jurídico legítimo e seja praticado por alguém que se deva presumir ser uma agente
público (teoria da aparência). Fora desses casos, o ato não será considerado do Estado.
Portanto para que possa haver a imputação, a pessoa que pratica o ato administrativo deve fazê-
lo em uma situação tal que leve o cidadão comum a presumir regular sua atuação.
O cidadão comum não tem como verificar se o agente público está atuando dentro de sua esfera
de competência, ou mesmo se aquela pessoa que se apresenta para ele, com toda aparência de um
servidor público, foi regularmente investida em seu cargo.
O destinatário do ato deve estar de boa-fé, ou seja, deve desconhecer a irregularidade que
mancha a atuação do agente funcionário de fato.

ÓRGÃOS PÚBLICOS

São centros de competência despersonalizados cuja atuação é imputada à pessoa que integram.
Podem ser criados tanto na estrutura da Administração Direta, quanto na Indireta.
Ex: Presidência da República, Câmara, Senado, Tribunais, MP, Ministérios, Secretarias de
Estado, PF, Receita Federal, TCU, Abin, etc. O CESPE integra a FUB (Adm indireta)

1. CARACTERÍSTICAS DOS ÓRGÃOS


 Não possuem personalidade jurídica própria.
 Surgem da desconcentração. (criação de órgãos)
 Não possuem patrimônio próprio.
 Sempre integram a estrutura de uma PJ.
 Não possuem capacidade processual (estar em juízo).
 Seus dirigentes podem firmar Contrato de Gestão nos termos do art. 37 parágrafo 8º da
CF.

Obs 1
O Ministério Público é um órgão que possui capacidade processual ativa, podendo
ajuizar as ações previstas no art. 129 da CF/88. Não é qualquer ação que o MP pode
propor, somente as do art. 129. O MP não possui capacidade passiva – não pode entrar
contra ele, mas ele pode entrar contra a pessoa.

Obs 2
Em regra o Órgão não pode ir à justiça, pois não possui personalidade jurídica própria.
Entretanto, o STF entende que certos Órgãos (independentes ou autônomos) podem
ajuizar ações judiciais na defesa de sua competência, quando violada por outra pessoa. É
possível, inclusive, impetrar mandado de segurança quando for violado direito líquido e
certo. A possibilidade do Órgão ir à justiça é denominada “capacidade processual
excepcional”
2. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS

2.1 QUANTO À DIVISÃO INTERNA

a) SIMPLES  constituído por um só centro de competências, não havendo divisões


internas. Ex: escolas públicas.

b) COMPOSTO  possui mais de um centro de competência, com divisões internas.


Ex: Ministérios.

2.2 QUANTO AO PODER DE DECISÃO

a) SINGULAR  as decisões são tomadas por um único agente.


Ex: Presidência da República.

b) COLEGIADO  as decisões são tomadas por mais de um agente.


Ex: tribunais, Senado, Câmara, etc.

2.3 QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL (mais importante)

a) INDEPENDENTE  previsto diretamente na CF, não é subordinado a nenhum outro


órgão. Ex: Presidência da República, Câmara, Senado, TCU, MP, etc. No DF só há 3
Órgãos independentes: Câmara Legislativa, Gabinete do Governador e TCDFT.

b) AUTÔNOMO  subordinado ao independente, possui ampla autonomia


administrativa, financeira e orçamentária. Ex: Ministérios, AGU, Secretarias de
Estado, etc.

c) SUPERIOR  possui poder de decisão e direção, mas sem autonomia financeira. Ex:
PF e Receita Federal.

d) SUBALTERNO  órgão de mera execução, sempre subordinado a vários níveis


hierárquicos superiores. Ex: escolas e delegacias

ENTIDADES ADMINISTRATIVAS

São aquelas instituídas pelos Entes Políticos, para o desempenho de atividades administrativas.
Sua principal característica é possuir personalidade jurídica própria (atua em seu próprio nome e por
sua conta e risco).

1. CRIAÇÃO

a) As autarquias são criadas por lei específica (é uma lei ordinária que só trata de
determinado assunto), de iniciativa privativa do Chefe do Executivo. Ser criada por lei
específica significa que a autarquia adquire personalidade jurídica própria no dia em que
a lei entrar em vigor, sem necessidade de registro.

b) As fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista são


autorizadas por lei específica de iniciativa privativa do Chefe do Executivo. Nesse caso a
lei apenas autoriza a criação, que ocorrerá em momento posterior. Para que tais
entidades sejam efetivamente instituídas será necessário editar um decreto, bem como
promover o registro nos órgãos competentes.

Art. 37. XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista
e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação;

Obs 1
As Entidades Administrativas podem ser instituídas pela União, Estados, DF e
Municípios.

Obs 2
A extinção ou modificação das Entidades Administrativas também deve ser precedida de
lei específica, de iniciativa privativa do Chefe do Executivo.

Obs 3
É possível a instituição de Entidades Administrativas vinculadas aos Poderes Legislativo
ou Judiciário. Nesse caso, a iniciativa da lei específica será do Chefe do respectivo Poder.
Atualmente não há nenhuma Entidade Administrativa vinculada ao Legislativo ou
Judiciário.

PARA A PROVA
Segundo a CF/88, uma Lei Complementar que vai definir as áreas de atuação de todas
as Fundações Públicas. Essa lei ainda não existe. Para cada nova Fundação Pública deve
ser editada uma lei específica autorizativa (lei que só trata daquele assunto).

Obs 4
Segundo a CF/88 a Empresa Pública e a Sociedade de Economia Mista serão
instituídas mediante autorização em lei específica; já a instituição de subsidiárias será
feita por meio de autorização legislativa (precisa ser por lei, mas não específica).

Obs 5
Segundo o STF, é constitucional lei específica que autoriza a instituição de Empresas
Públicas ou Sociedades de Economia Mista e, desde já, deixa autorizado a instituição de
subsidiárias.

2. CARACTERÍSICAS COMUNS
 Possuem personalidade jurídica própria.
 Surgem da descentralização (por outorga).
 Integram a Administração Indireta
 Não são subordinadas, mas apenas vinculadas aos Entes Políticos.
 Sofrem o chamado Controle Finalístico1.
 Possuem patrimônio próprio.
 Possuem capacidade processual (estar em juízo).
 Devem fazer concurso e licitação.
 Devem prestar contas ao respectivo Tribunal de Contas.
 Podem editar atos de caráter normativo.
 Não podem legislar.
 Seus agentes estão sujeitos à Lei de Improbidade Administrativa.
 Exercem atividades administrativas.

Obs 1
As Entidades Administrativas não são subordinadas ao ente federativo que as criou, ou
seja, não há hierarquia. A relação entre uma entidade administrativa e a administração
direta da pessoa política instituidora é de vinculação administrativa. A entidade política
exercerá, sobre a entidade administrativa, o chamado controle finalístico, tutela
administrativa ou supervisão.
Tendo em conta a inexistência de hierarquia, o exercício do controle finalístico
pressupõe a expressa previsão legal, que determinará os limites e instrumentos de
controle.
Pode-se afirmar que o controle finalístico visa a assegurar que a entidade controlada
esteja atuando em conformidade com os fins que a lei instituidora lhe impôs. É um
controle que deve se concentrar, essencialmente, na verificação do atingimento de
resultados, pertinentes ao objeto da entidade.

IMPORTANTE
Legislar significa editar lei em sentido estrito; tal lei pode inovar a ordem jurídica,
criando obrigações que não existiam; apenas os Entes Políticos podem legislar.
Corresponde à Lei em sentido estrito (aprovada pelo legislativo e sancionada pelo
executivo)
Os atos de caráter normativo apenas complementam/regulamentam uma lei, não
podendo jamais inovar a ordem jurídica, nem criar obrigações não previstas em lei. Assim
a lei é o limite do ato normativo.

Obs do IMPORTANTE
O único ato de caráter normativo que pode inovar a ordem jurídica é o decreto
autônomo do Presidente da República, previsto no art. 84, VI da CF/88.

Art. 84: VI - dispor, mediante decreto, sobre:


a) organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
3. ENTIDADES EM ESPÉCIE

3.1 AUTARQUIAS

São Entidades Administrativas autônomas, criadas por lei específica, de iniciativa privativa do
Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador ou prefeito), com personalidade jurídica de direito
público, para o desempenho de atividades típicas do Estado. Integram a administração pública
indireta, representando uma forma de descentralização administrativa.
A extinção de autarquias Tb deve ser feita por meio de lei específica.

Ter personalidade jurídica de direito público significa possuir as mesmas prerrogativas do


Estado. Assim as Autarquias podem:
 Prestar serviços públicos
 Exercer poder de polícia
 Fiscalizar
 Regular, bem como qualquer outra atividade que exija supremacia.

As Autarquias não podem legislar e nem explorar atividades econômicas (quem explora
atividades econômicas são as Empresas Públicas e as Sociedades de Economia mista).

3.1.1 Natureza Jurídica


A Autarquia é uma entidade administrativa de direito público (pode agir em supremacia). A sua
personalidade inicia-se com a vigência da lei que a instituiu.
Como sua função é meramente administrativa, elas não podem criar, de forma inaugural, regras
jurídicas de auto-organização. Possuem capacidade apenas de auto-administração, que significa
administrar a si próprias segundo as regras constantes da lei que as instituiu.

3.1.2 Principais exemplos


 Agência Reguladora  INSS  IBAMA
 INCRA  DENIT  DETRAN-DF
 USP  UFRJ  BACEN

3.1.3 Regime de pessoal


Estão submetidas ao Regime Jurídico Único só podendo adotar o vínculo Estatutário.

3.1.4 Nomeação e exoneração de dirigentes


A forma de investidura dos dirigentes das autarquias será aquela prevista na lei instituidora. A
competência para a nomeação, nas autarquias federais, é privativa do presidente da República (e
simetricamente do Governador ou do Prefeito). Para a nomeação, poderá ser exigida prévia aprovação
pelo Senado Federal do nome escolhido pelo Presidente da república. Em alguns casos essa aprovação
prévia é condição imposta pela própria CF/88. Em outros casos a aprovação pode ser exigência
somente de lei.
O que a lei não pode estabelecer são hipóteses de exigência de aprovação legislativa prévia para
a exoneração de dirigentes, e muito menos permitir que o próprio Legislativo exonere um dirigente.

3.1.5 Patrimônio
As Autarquias possuem patrimônio próprio e seus bens são considerados públicos. Os bens
públicos das autarquias possuem as seguintes características:
 Inalienabilidade  não podem ser vendidos enquanto estiverem vinculados a uma
finalidade pública.

 Impenhorabilidade  não podem ser objeto de penhora judicial. As Autarquias vão


pagar suas dívidas judiciais por meio de precatório, ou requisição de pequeno valor (até
60 salários mínimos).

 Imprescritibilidade  não podem ser adquiridos por usucapião (aquisição da


propriedade pelo decurso da posse).

 Não-onerabilidade  os bens públicos não podem ser oferecidos em garantia.

 Imunidade de impostos  as Autarquias não pagam impostos sobre seu patrimônio,


renda ou serviços. Tal imunidade não abrange as taxas e as contribuições. As autarquias
gozam da chamada imunidade tributária recíproca, que veda a instituição de impostos
sobre o seu patrimônio, suas rendas e sobre os serviços que elas prestem, desde que
estejam vinculados a suas finalidades essenciais, ou às que dela decorram.

 Privilégios processuais  as autarquias possuem capacidade processual, ou seja,


podem estar em juízo. Tal como o Estado, as Autarquias possuem privilégios quando
estiverem litigando na justiça, como por exemplo prazo em quádruplo para contestar e
em dobro para recorrer. As Autarquias devem ser intimadas dos atos do processo na
pessoa de seu procurador. Tb possuem o duplo grau de jurisdição obrigatório.

 Autonomia  em regra as autarquias possuem autonomia administrativa, financeira e


orçamentária, não sendo subordinadas às Entidades Políticas, mas apenas vinculadas
(sofrem controle finalístico, tutela ou supervisão – controle de finalidade e controle de
desempenho).

 Prescrição quinquenal  as dívidas passivas das autarquias prescrevem em 5 anos


(dívidas e direitos em favor de terceiros contra a autarquia).

Obs
Os privilégios processuais concedidos às Autarquias não violam o princípio da
igualdade pois os desiguais devem ser tratados desigualmente.

3.1.6 Responsabilidade Civil


As autarquias responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Essa regra constitucional sujeita as autarquias á responsabilidade objetiva, na modalidade de
risco administrativo. Significa que a autarquia terá que indenizar danos que seus agentes, atuando
nesta qualidade, causarem a terceiros, independente de dolo ou culpa do agente. Poderá eximir-se da
responsabilidade, se provar culpa exclusiva da vítima, ou que o dano decorreu de alguma causa de
excludente de ilicitude. Condenada a indenizar, a autarquia tem ação regressiva contra o agente
causador do dano, mas a ação só será julgada procedente se a entidade provar que o agente agiu com
dolo ou culpa (responsabilidade extracontratual do agente é subjetiva).

3.1.7 Autarquias corporativas ou profissionais


São instituídas para desempenho de atividades de fiscalização e regulamentação de
determinadas categorias profissionais. São os Conselhos de Classe. Ex: CRBM, COFEN, CRM.

Obs 1
Os Conselhos de Classe, apesar de terem a natureza de autarquia, atualmente adotam
o vínculo celetista; entretanto em dezembro de 2010 o STJ determinou que todos os
Conselhos (salvo a OAB) passem a adotar o vínculo estatutário; porém os Conselhos
recorreram ao STF e por isso não há decisão final sobre o tema.

Obs 2
Existe uma grande divergência sobre a natureza jurídica da OAB: segundo a doutrina a
OAB é uma autarquia corporativa, porém possui privilégios especiais como não precisar
fazer concurso, licitação ou prestar contas; já o STF entende que a OAB não possui
classificação no direito brasileiro, sendo considerada uma instituição “sui generis”. As
provas seguem o entendimento da doutrina (OAB como autarquia corporativa).

3.1.8 Autarquias Territoriais ou Políticas


Os Territórios, quando vierem a existir, terão a natureza jurídica de autarquia da União,
autarquia federal.

Obs
Segundo a CF/88 os Territórios serão criados por lei complementar (autarquia é criada
por lei específica); cada Território elegerá 4 Deputados Federais; os Territórios podem ser
divididos em Municípios.

3.1.9 Autarquia em regime especial


É aquela que recebeu da lei instituidora determinadas prerrogativas que lhe garantem maior
autonomia, se comparada com as demais autarquias comuns.
Ex: Bacen, Agência Reguladora, USP, etc.

3.1.10 Agência Reguladora X Agência Executiva


Agência Reguladora é uma entidade instituída para regular e fiscalizar determinadas atividades
econômicas, tomando decisões técnicas e não políticas. Atualmente todas as agências reguladoras
federais possuem a natureza de autarquia em regime especial, ou seja, tem maior autonomia que as
demais autarquias comuns. Isso se justifica pelo fato de estarem imunes às pressões das empresas,
consumidores e do próprio Governo. Apesar de todas as Agências Reguladoras possuírem a natureza
jurídica de autarquia em regime especial, não há qualquer lei que as obrigue a adotar tal regime. Assim,
as Agências Reguladoras já nascem com maior autonomia, sendo que tal autonomia vai durar por prazo
indeterminado. Sua principal característica é o mandato fixo de sua Diretoria, que é indicada pelo
presidente da República, com aprovação do Senado Federal. A única Agência em que os Diretores não
possuem estabilidade no mandato é a ANP.
A CF/88 utilizou a expressão “Órgãos Regulador” mas apenas para as atividades de
telecomunicações e petróleo. O legislador infraconstitucional usou a expressão “Agência Reguladora”
estendendo sua atuação para várias outras atividades. Dessa forma pode-se dizer que as únicas
Agências que possuem base constitucional expressa são a ANATEL e a ANP.
Agência Executiva é uma qualificação conferida a Autarquia ou Fundação Pública que possuem
maior autonomia. Para que a Entidade pretendente consiga a qualificação, deverá elaborar o PLANO DE
REESTRUTURAÇÃO INSTITUCIONAL baseado no aumento de eficiência com redução de despesas.
Após, deverá ser firmado, com o respectivo Ministério, um CONTRATO DE GESTÃO previsto no art, 37
§ 8º da CF, com fixação de metas e definição da maior autonomia que será concedida. A qualificação
formal como agência executiva ocorrerá por DECRETO do Presidente da República. Essa autonomia
tem prazo determinado: dura o prazo do Contrato de Gestão.

3.2 FUNDAÇÕES PÚBLICAS


São Entidades Administrativas autônomas, autorizadas por lei específica. Personificação de um
patrimônio ao qual é atribuída uma finalidade específica não lucrativa, de cunho social. Não podem ser
criadas para o desempenho de atividades econômicas em sentido estrito. Para isso o Estado deve criar
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Segundo a CF/88, lei complementar vai definir as
áreas de atuação das Fundações Públicas; entretanto tal lei ainda não existe e, por isso, existem dois
entendimentos:
a) Uns defendem que as Fundações Públicas podem exercer qualquer atividade, salvo as
econômicas;
b) Outros entendem que as Fundações Públicas devem exercer atividades de caráter social.

As Fundações Públicas podem ter:

a) Personalidade jurídica de Direito Público  quando terão as mesmas prerrogativas do


Estado (imunidade de impostos, privilégios processuais, submetem-se ao regime jurídico
único, etc). Segundo a Doutrina tais Fundações são espécies de Autarquias,
denominadas “Fundações Autarquicas” ou “Autarquias Fundacionais”. Assim as
Fundações Públicas de Direito Público são criadas por lei específica.

b) Personalidade jurídica de direito privado  quando serão regidas por normas de


direito privado. Entretanto, por pertencerem ao Estado se submetem a certas normas de
Direito Público (concurso, licitação, etc). Dessa forma, segundo a Doutrina, tais
Fundações possuem natureza híbrida, ou seja, em parte se submetem a normas de
Direito Público, e em parte a normas de Direito Privado.

PARA A PROVA
Se falar só fundação pública, sem especificar se é de direito público ou privado, deve
marcar como na CF. Se tiver o complemento, dizendo se é de direito público ou privado,
deve marcar como na doutrina.
3.2.1 Fundação Pública X Fundação Privada

FUNDAÇÃO PÚBLICA DE FUNDAÇÃO PÚBLICA DE FUNDAÇÃO PRIVADA


DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO
Instituída pelo Estado Instituída pelo Estado Instituída por particulares
Criadas por lei específicas Autorizadas pro lei específica Testamento ou Escritura
Pública
Normas de Direito Público Normas híbridas (Direito Público Normas de Direito Privado
e Privado)
Concurso e licitação Concurso e licitação Não precisa de concurso e nem
de licitação
Regime estatutário Regime celetista Regime celetista
Presta contas ao TCU, CGU e Presta contas ao TCU, CGU e Sofre controle permanente do
respectivo Ministério respectivo Ministério MP*
Adquirem personalidade Só adquirem personalidade Só adquirem personalidade
jurídica com a edição da lei jurídica com a inscrição de seus jurídica com a inscrição de
atos constitutivos no registro seus atos constitutivos no
público competente registro público competente
Podem desempenhar atividades Não podem desempenhar Não podem desempenhar
que exijam o exercício do poder atividades que exijam o exercício atividades que exijam o
de império, como práticas de do poder de império. exercício do poder de império.
atos auto-executórios e atos
pertinentes ao poder de polícia.
Estão sujeitas ao regime de Não estão sujeitas ao regime de Não estão sujeitas ao regime
precatórios judiciais precatórios judiciais. de precatórios judiciais.
Ex: FUB, FUNAI, FUNASA, etc Ex: não há exemplo na União Ex: Fund. Roberto Marinho,
FCC, Funinversa, Funrio, etc.

*Esse controle é para evitar roubo após o dono da fundação morrer. As fundações públicas não
precisam ser consultadas pelo MP, pois já são fiscalizadas pelo TCU, CGU e Ministérios.
Obs
As denominadas Fundações de Apoio às Universidades Federais são apenas Fundações
Privadas, não integrando a Adm Pública.

Obs
A rigor, a distinção entre “autarquia” e “fundação pública com personalidade jurídica de
direito público” é meramente conceitual: autarquias costumam ser definidas como um
serviço público personificado, em regra, típico de Estado; fundações públicas são, por
definição, um patrimônio personificado destinado a uma finalidade específica,
usualmente de interesse social.

3.3 EMPRESAS PÚBLICAS (EP)

São PJ de Direito Privado, autorizadas por lei específica, constituídas com capital
exclusivamente público e sob qualquer forma jurídica, para exploração de atividades econômicas ou
prestação de serviços públicos. A criação da entidade, ou seja, a aquisição de personalidade jurídica,
somente ocorre com a inscrição no registro público competente.
Ex: Correios, Caixa, Embrapa, etc.

3.4 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA (SEM)

São PJ de Direito Privado, autorizadas por lei específica, constituídas com capital público e
privado, e sob a forma jurídica exclusiva de SA para exploração de atividades econômicas ou prestação
de serviços públicos. A criação da entidade, ou seja, a aquisição de personalidade jurídica, somente
ocorre com a inscrição no registro público competente.
Ex: BB, Petrobras, etc.

Obs
Não é qualquer serviço público que pode ser objeto das EP e SEM. As atividades
exclusivas do Estado, que envolvem exercício do Poder de Império, que exijam atuação
fundada no poder de polícia, só podem ser exercício por pessoas jurídicas de direito
público. As EP e as SEM põem prestar aqueles serviços público que se enquadram no
conceito de atividade econômica em sentido amplo, que têm potencial para ser explorados
com intuito de lucro.

A. DIFERENÇAS ENTRE EP E SEM

EP SEM
CAPITAL 100% público Mais de 50% público e o restante privado
FORMA JURÍDICA Qualquer forma, Ltda, SA, SA
...
FORO (somente Justiça Federal Justiça Comum Estadual
para as federais)
EXEMPLOS Correios, Caixa Econômica Banco do Brasil S/A e Petrobras S/A
Federal, SERPRO

Obs 1
A EP pode ter sócios desde que todos sejam Entidades Estatais (direta o indireta).
Ex: Novacap (51% do DF e 49% da União).

Entidades Estatais
 União
 Estados Entidades Administração Direta
 DF Políticas

 Municípios

 Autarquias
 Fundações Públicas
 EP Entidades
Administração Indireta
Administrativas
 SEM
 Consórcios Públicos

Empresas Estatais
 Empresas Públicas
 Sociedades de economia mista

Obs 2
Se houver interesse público e desde que seja autorizado em lei, o Estado pode adquirir
menos de 50% de uma empresa (se ele adquirir mais de 50% ela vira uma SEM); nesse
caso tal empresa continua sendo apenas uma empresa privada.

Obs 3
Segundo a Doutrina dá-se o nome de Empresa Pública Unipessoal àquela instituída sob
a forma de SA com capital exclusivo da União.

Obs 4
Toda SEM é uma SA, mas nem toda SA é uma SEM.
Obs 5
Os crimes cometidos contra EP Federal serão investigados pela PF. Já aqueles
cometidos contra SEM será investigados pela PC dos Estados.

Obs 6
As causas trabalhistas envolvendo EP ou SEM serão solucionadas pela Justiça do
Trabalho.

B. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELAS EMPRESAS ESTATAIS

Segundo o art. 173 da CF/88 as Empresas Estatais (EP e SEM) serão constituídas para
exploração de atividades econômicas ou prestação de serviços públicos. Segundo o texto constitucional,
tanto uma quanto a outra terão o mesmo tratamento que as demais empresas privadas, inclusive
quanto aos encargos tributários, fiscais, previdenciários e civis. Entretanto, segundo o STF, as
Empresas Estatais que prestam serviços públicos, em especial aquelas em regime de monopólio, terão
tratamento privilegiado, em decorrência do princípio da continuidade na prestação dos serviços
públicos. Segundo o STF, os Correios possuem imunidade de impostos e privilégios processuais.
Desta forma as EP e SEM que exploram atividades econômicas terão as suas atividades regidas
predominantemente pelo Direito Privado. Já as EP e SEM que prestam serviços públicos terão as suas
atividades regidas predominantemente pelo Direito Público.

C. SEMELHANÇAS ENTRE EP E SEM


 São PJ de Direito Privado
 Integram a Adm Indireta
 Surgem da descentralização
 São autorizadas por lei específica, de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo.
Para sua extinção Tb é necessária a edição de uma lei específica autorizativa, de
iniciativa privativa do Chefe do Executivo.
 Necessitam de registro para aquisição de personalidade jurídica própria
 Não são subordinadas aos Entes Políticos, mas apenas vinculadas
 Sofrem o chamado controle finalístico
 Possuem natureza híbrida (regidas em parte por direito público, e em parte por direito
privado). Aquelas que se dedicam à exploração de atividades econômicas sujeitam-se
predominantemente, sobretudo no exercício de atividades-fim, ao regime jurídico próprio
das empresas privadas. Já aquelas que se dedicam à prestação de serviços públicos
sujeitam-se predominantemente, sobretudo no exercício de atividades-fim, ao regime
jurídico de direito público.
 Devem realizar concurso público e licitação, exceto para os contratos celebrados cujo
objeto esteja diretamente relacionado à atividade-fim, econômica, da entidade.
 Seus empregados serão regidos pela CLT, por isso os empregados públicos das EP e SEM
nunca adquirem estabilidade. Seus funcionários estão sujeitos à vedação de acumulação
de cargos, empregos e funções públicas, ressalvadas as hipóteses admitidas na CF/88.
Os conflitos decorrentes das relações de trabalho dessas Empresas Públicas são julgados
pela Justiça do Trabalho.
 Devem prestar contas
 Não possuem imunidades ou privilégios (salvo os correios) que não sejam concedidos de
maneira uniforme para as empresas privadas. Essa vedação é aplicável para as EP e SEM
exploradoras de atividades econômicas, mas não é aplicável para as prestadoras de
serviços públicos de prestação obrigatória pelo Estado (serviços públicos não passíveis de
delegação a particulares), como os Correios.
 Possuem patrimônio próprio
 Possuem capacidade processual (poder estar em juízo)
 Os Diretores das Empresas Estatais são nomeados pelo Chefe do Poder Executivo. Não
há previsão legal de exigência de prévia aprovação do Legislativo para essa nomeação. Os
dirigentes não são estatutários nem celetistas, pois apenas possuem um vínculo especial,
derivado do Direito Comercial. Se um empregado for eleito diretor, ele deixará de ser
celetista, e quando acabar o mandato voltará a ser celetista.
 Os empregados e diretores das Empresas Estatais só se submetem ao teto se o Estado
participar de alguma forma com pagamento de salário ou com o custeio de tais entidades.
 Segundo a Lei de Falências a EP e SEM não podem falir.
 Os bens das Empresas Estatais são privados e por isso podem ser penhorados;
entretanto o STF entende que os bens das prestadoras de serviços públicos, vinculados
diretamente a prestação de um serviço, não podem ser penhorados, em atenção ao
princípio da continuidade do serviço público. Ex: posso penhorar um carro da CAESB,
mas não posso penhorar um cano. Posso penhorar um terreno da CEB, mas não posso
penhorar um transformador do poste.

Obs 7
Dá-se o nome de Empresa Estatal Dependente àquela que necessita de recursos do
orçamento para se manter.

Obs 8
A criação de EP e SEM pelo Estado não é livre. Deverão ser observadas as restrições
constitucionais da Atuação do Estado como agente econômico, pois a CF/88 reserva a
atividade econômica em sentido estrito para a iniciativa privada (mercado). A atuação do
Poder Público como Estado-empresário é excepcional, só admissível quando necessária aos
imperativos de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, e no caso de
atividades econômicas sujeitas a regime constitucional de monopólio.

Obs 9
Sem prejuízo do controle finalístico previsto em lei, as EP e as SEM, bem como as
demais entidades da Adm indireta, têm a possibilidade de ampliar a sua autonomia
gerencial, orçamentária e financeira, mediante a celebração de contrato de gestão, com o
Poder Público. Esses contratos de gestão têm por objetivo a fixação de metas de
desempenho para a entidade, a qual se compromete a cumpri-las, nos prazos estipulados,
fazendo jus, em contrapartida, á mencionada ampliação de autonomia

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS


Bem público  aquele que pertence a pessoa de Direito Público
Bem privado  todos os demais
RESPONSABILIDADE
SUBJETIVA OBJETIVA
Depende de comprovação de dolo (intensão) ou Independe de comprovação de dolo ou de
culpa (imprudência, negligência ou imperícia) culpa

Respondem objetivamente:
1. As Pessoas de Direito Público
2. Qualquer pessoa que preste serviços públicos, como CEB, CAESB, VIPLAN, TIM, TAM, etc.

Obs
A EP e a SEM que prestam serviços públicos respondem de forma objetiva; aquelas que
exploram atividades econômicas respondem de forma subjetiva.

Normalmente vai ser serviço público quando a empresa cobra do usuário. Ex: DF contrata
empresa para construir viaduto, e permite que essa empresa cobre pedágio por 30 anos. Mas se o DF
somente contratar a empresa para construir um viaduto, não será serviço público, mas sim uma obra
pública.
As empresas privadas que prestam serviços públicos possuem uma proteção especial de não
penhorabilidade de seus bens diretamente ligados à sua função.

3.4 CONSÓRCIOS PÚBLICOS

Municípios podem se unir para resolver alguns problemas públicos através de um convênio.
Porém o problema desse convênio é que o vínculo jurídico é muito frágil, um Ente pode deixar de
cumprir o convênio e ficaria difícil controlar isso.
Consórcio público seria a evolução do convênio. Os municípios vão se unir. Institui alguém com
personalidade jurídica própria que é diferente dos entes consorciados. O vínculo do consórcio é mais
forte, é o vínculo do casamento. Se um dos Entes deixar de cumprir o consórcio, a PJ do consórcio, que
tem personalidade jurídica própria, pode entrar com uma ação judicial contra esse Ente. Para um Ente
sair do consórcio ele vai pagar uma multa alta. APO (autoridade pública olímpica)

São Entidades instituídas pela reunião de vários Entes Políticos que se unem para o
desempenho de atividades de interesse comum. O Consórcio somente pode ser instituído por Entes
Políticos.
Não pode haver consórcio público entre a União e um Município sem a participação do
respectivo Estado. Tb não pode haver consórcio celebrado entre um estado e município de outro estado.
Entretanto podem ser celebrados consórcios entre o DF e municípios.
O consórcio público pode ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da
federação consorciados, dispensada a licitação.
A lei prevê a possibilidade de o Consórcio Público celebrar contrato de gestão ou termo de
parceria com o Poder Público

Obs
Os Consórcios Públicos poderão ser instituídos como Pessoas Jurídicas de Direito
Privado, sem fins econômicos, ou como PJ de Direito Público. Neste último caso, a lei
explicitamente afirma que eles integrarão a administração pública indireta.
3.4.1 NATUREZA JURÍDICA
O Consórcio Público tem natureza contratual, pois surge por meio de um contrato assinado
pelos respectivos Entes Políticos consorciados. Por ser um contrato, o Consórcio terá um prazo
determinado.
Para que o Chefe do Executivo assine o contrato de Consórcio deve existir uma lei específica
autorizativa de cada Ente consorciado.
O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de
intenções. Em nenhuma hipótese o consórcio poderá ser criado sem a participação do Poder Legislativo
de cada um dos entes federados consorciados.

Obs 1
Por ser um contrato, o consórcio sempre vai durar por prazo determinado, podendo ser
prorrogado sucessivamente.

Obs 2
Existem 2 tipos de contrato entre os Entes consorciados:
a) Contrato de programa  define as atribuições de cada Ente Consorciado.
b) Contrato de rateio  define os recursos orçamentários que cada Ente terá que
disponibilizar para o Consórcio.

3.4.2 BASE CONSTITUCIONAL


Os consórcios estão previstos expressamente no art. 241 da CF/88.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de
serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

3.4.3 PERSONALIDADE JURÍDICA


Os Consórcios Públicos podem ter:
a) Personalidade Jurídica de Direito Público  quando terão as mesmas prerrogativas do
Estado.
b) Personalidade Jurídica de Direito Privado  quando terão natureza híbrida, sem fins
lucrativos.

Obs
Os Consórcios Públicos de direito público são denominados Associações Públicas e
integram a Administração Indireta de todos os Entes consorciados. Associações Públicas
são um tipo de autarquia pertencente a mais de um ente federado. Desta forma são Tb
chamadas de autarquia interfederativa ou autarquia multifederada.
Obs 2
Segundo a Doutrina o Consórcio Público de Direito Público tem natureza de autarquia.

PRINCÍPIOS

1. PRINCÍPIOS EXPRESSOS NO ART. 37 DA CF/88


 Legalidade
 Impessoalidade Aplicam-se a toda
 Moralidade Administração
 Publicidade Direta e Indireta
 Eficiência

1.1 LEGALIDADE

Esse princípio é diferente para o particular e para a Administração Pública. Para o particular
significa que é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe. Já para a Administração Pública significa que o
Agente Público somente pode atuar quando expressamente previsto em lei (em sentido amplo, ou seja,
não só as leis em sentido estrito, mas todo e qualquer ato administrativo geral que seja pertinente à
situação concreta, como portaria, decreto, etc.). Segundo a Doutrina a análise da legalidade precede os
demais princípios.

1.2 IMPESSOALIDADE

Possui dois sentidos:

a) Significa que o Agente Público deve atuar para o bem de todos, não podendo beneficiar
ou prejudicar determinadas pessoas, salvo quando expresso em lei. Ex: Fila preferencial
para o idoso. Toda a atuação da administração deve visar ao interesse público, deve ter
como finalidade a satisfação do interesse público. Qualquer ato praticado com objetivo
diverso da satisfação do interesse público será nulo por desvio de finalidade. Esse
princípio é decorrência do princípio da isonomia (igualdade).

b) Impede que a atuação administrativa esteja relacionada com a pessoa do agente. É


vedada a pessoalização das realizações da Administração Pública, à promoção pessoal do
agente público. Segundo a CF/88 é vedado incluir nomes, símbolos ou marcas na
propaganda oficial. Proíbe a vinculação de atividades da Administração à pessoa dos
administradores, evitando que estes utilizem a propaganda oficial para sua promoção
pessoal.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e


campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.

1.3 MORALIDADE

Significa que o Agente Público deve atuar de acordo com a moral e com a ética. A moralidade
está diretamente ligada à probidade.
Desta forma, o agente não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o
desonesto.

Obs 1
A moralidade é um requisito de validade do ato administrativo, e não de aspecto
atinente ao mérito. Vale dizer, um ato contrário à moral administrativa não está sujeito a
uma análise de oportunidade e conveniência, mas a uma análise de legitimidade, isto é,
um ato contrário à moral administrativa é nulo, e não meramente inoportuno ou
inconveniente. Em consequência, o ato contrário à moral administrativa não deve ser
revogado, e sim declarado nulo. E como se trata de controle de legalidade ou legitimidade,
este pode ser efetuado pela Administração ou pelo Judiciário.

Obs 2
Segundo a CF/88 os atos de improbidade importarão:
 Ressarcimento ao erário
 Indisponibilidade dos bens
 Suspensão dos direito políticos (nunca cassação)
 Perda da função pública

1.4 PUBLICIDADE

Exigência de transparência na Administração pública. Significa que a atuação administrativa


deve ser aberta à sociedade e aos Órgãos de Controle. Derivada do princípio da indisponibilidade do
interesse público, diz respeito à exigência de que seja possibilitado, de forma mais ampla possível, o
controle da Administração pública pelos administrados.
Não significa que todos os atos devam ser publicados do Diário Oficial, pois existem outras
formas de publicidade, como por exemplo o mural do Órgão.
Porém há a exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos
administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público.
Resumindo: sempre que o ato envolver despesas ou direito subjetivo deve ser publicado no Diário
Oficial.

Obs
Certos atos podem ser sigilosos, como por exemplo aqueles que envolvam segurança nacional.

1.5 EFICIÊNCIA

Princípio adicionado pela EC nº 19/98. Significa que o Agente Público sempre deve buscar os
melhores resultados (fazer o máximo, gastando o mínimo), buscar sempre a solução que melhor atenda
o interesse público. Relacionado ao conceito de economicidade.
Objetivo desse princípio é assegurar que os serviços públicos sejam prestados com adequação às
necessidades da sociedade que os custeia.

1.5.1 Institutos criados após a Eficiência


 3 anos de efetivo exercício para aquisição da estabilidade.
 Necessidade de aprovação em avaliação especial de desempenho para aquisição
da estabilidade.
 Possibilidade de perda da estabilidade por excesso de despesas com pagamento
de pessoal.
 Possibilidade de perda da estabilidade por reprovação em avaliação periódica de
desempenho, que será regulamentada por Lei Complementar.
 Possibilidade de Órgãos e Entidades firmarem Contrato de Gestão, nos termos do
art. 37 §8º da CF/88.

2. PRINCÍPIOS EXPRESSOS NA LEI 9784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal)

2.1 LEGALIDADE
2.2 MORALIDADE Tb expresso no art. 37 da CF/88
2.3 EFICIÊNCIA
2.4 AMPLA DEFESA Tb expresso no art. 5 da CF/88
2.5 CONTRADITÓRIO
2.6 RAZOABILIDADE Implícitos na CF/88
2.7 PROPORCIONALIDADE
2.8 INTERESSE PÚBLICO
2.9 FINALIDADE
2.10 SEGURANÇA JURÍDICA
2.11 MOTIVAÇÃO

Obs 1
Segundo a Doutrina o Princípio da Finalidade equivale ao da Impessoalidade.

Obs 2
Motivação são os pressupostos de fato e de direito declarados expressamente. Serve para
que o administrado conheça os motivos, podendo controlá-los.

3. OUTROS PRINCÍPIOS (implícitos)

3.1 SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO  significa que o interesse da coletividade sempre


vai prevalecer sobre o privado (exceto em certos casos, pois nenhum direito é absoluto),
permitindo ao Estado atuar em supremacia. Tem incidência direta nos atos em que a
Administração manifesta seu Poder de Império
Existindo conflito entre o interesse público e o interesse particular, deverá prevalecer o
primeiro, tutelado pelo Estado, respeitados, entretanto, os direitos e garantias individuais
expressos na CF/88, ou dela decorrentes.

3.2 INDISPONIBILIDADE DOS BENS E INTERESSES PÚBLICOS  o Agente Público não é


dono dos bens e interesses públicos, ele é apenas um gestor dos bens e interesses públicos,
não podendo, por isso, abrir mão deles, salvo se houver autorização expressa em lei.
Este princípio está diretamente presente em toda e qualquer atuação da Administração
Pública, diferentemente do que ocorre com o princípio da supremacia do interesse público,
que, de forma direta, fundamenta essencialmente os atos de império do Poder Público.
O princípio da indisponibilidade manifesta-se tanto no desempenho das atividades-fim,
quanto no das atividades-meio da Administração; tanto quando ela atua sob regime de
direito público, como quando ela atua sob regime predominante de direito privado.

3.3 CONTINUIDADE NA PRESTAÇÃOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS  a interrupção dos


serviços públicos prejudica a coletividade, desta forma os serviços públicos não podem ser
interrompidos, salvo no caso de emergência, falta de pagamento ou para manutenção da
rede.
A aplicação desse princípio implica restrição a determinados direitos dos prestadores de
serviços públicos e dos agentes envolvidos em sua prestação. Sua observância é obrigatória
não só para toda a Administração Pública, mas também para os particulares que sejam
incumbidos da prestação de serviços públicos sob regime de delegação (concessão,
permissão ou autorização).

ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIO
(todos os Poderes) (na função típica)
ANULAÇÃO  para atos Deve anular seus atos ilegais Pode anular ato ilegal, desde que
ilegais seja provocado, pois o juiz não
age de ofício
REVOGAÇÃO  para atos Pode revogar seus atos legais Nunca/jamais o juiz em sua
legais, por motivo de que se tornaram inoportunos função típica pode revogar ato
oportunidade e conveniência ou inconvenientes legal, pois não analisa mérito
(mérito do ato adm)

Obs
Por conta do Princípio da Presunção de Legitimidade o Poder Judiciário não pode anular
de ofício ato administrativo.

CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIOS
 Legalidade  se o ato está de  Legalidade
acordo com a lei  Legitimidade  toda vez que um
 Legitimidade  se o ato está de ato estiver contra um princípio, ele
acordo com os princípios se tornará ilegal.
 Mérito  oportunidade e
conveniência

Obs
Na prática a Administração não mexe na legalidade.

3.4 AUTO-TUTELA  é o poder/dever conferido à administração pública para anular seus atos
ilegais ou revogar os legais que se tornaram inoportunos ou inconvenientes (mérito). Esse
controle pode ser feito de ofício ou quando provocada. Somente a própria administração que
editou o ato tem a possibilidade de controle sobre o mérito do ato, onde ela examina a
oportunidade e conveniência de manter ou desfazer um ato legítimo, mediante a revogação.
Essa revogação é discricionária. O Poder Judiciário, no exercício da função jurisdicional,
nunca aprecia a conveniência e a oportunidade de um ato, mas tão-somente a sua legalidade
e legitimidade, e somente se provocado.

3.5 TUTELA  é o poder conferido às Entidades Políticas para realização de controle sobre suas
Entidades Administrativas. Entre elas não há subordinação, mas apenas VINCULAÇÃO,
existindo o chamado CONTROLE FINALÍSTICO.

CONTROLE HIERÁRQUICO CONTROLE FINALÍSTICO


 Típico da desconcentração  Típico da descentralização
 Subordinação  Vinculação

Órgão Ministério da Entidade Entidade


Justiça União Ibama

Este não manda naquele


Órgão Polícia Federal
Este manda naquele

PODERES ADMINISTRATIVOS

O regime jurídico administrativo tem fundamento em dois postulados básicos: o princípio da


supremacia do interesse público e o princípio da indisponibilidade do interesse público.
Do primeiro postulado derivam as prerrogativas especiais de que dispõe a administração pública
para atender ao interesse público; prerrogativas conferidas aos Agentes Públicos para o desempenho de
suas atividades. Tais prerrogativas consubstanciam os Poderes Administrativos. No Direito
Administrativo poder é dever.
Como decorrência da indisponibilidade do interesse público, a CF/88 e as leis impõem ao
administrador público alguns deveres específicos e peculiares, preordenados a assegurar que sua
atuação efetivamente se dê em benefício do interesse público e sob controle direito e indireto do titular
da coisa pública. São os Deveres Administrativos.

Segundo a Doutrina são deveres dos Agentes Públicos:


a) Dever de probidade (agir com moral, ética, etc)
b) Dever de eficiência
c) Dever de prestar contas
d) Dever de agir, pois a omissão configura abuso de poder.

a) DEVER DE PROBIDADE  exige que o administrador público, no desempenho de suas


atividades, atue sempre com ética, honestidade e boa-fé, em consonância com o princípio
da moralidade administrativa.

b) DEVER DE EFICIÊNCIA  traduz-se na exigência de elevado padrão de qualidade na


atividade administrativa, na imposição de que o administrador e os agentes públicos em
geral tenham sua atuação pautada por celeridade, perfeição técnica, economicidade,
coordenação, controle, entre outros atributos.
c) DEVER DE PRESTAR CONTAS  decorre diretamente do princípio da indisponibilidade
do interesse público. Esse dever alcança até mesmo os particulares aos quais de algum
modo sejam entregues recursos públicos de qualquer espécie, para gestão ou aplicação.

d) PODER-DEVER DE AGIR  as competências administrativas, por serem conferidas


visando ao atingimento de fins públicos, implicam ao mesmo tempo um poder para
desempenhar as correspondentes funções públicas e um dever de exercício dessas
funções.
Como consequências desse dever tem-se que os poderes administrativos são
irrenunciáveis, devendo ser obrigatoriamente exercidos pelos titulares; e a omissão do
agente, diante de situações que exigem sua atuação, caracteriza abuso de poder na
espécie desvio de finalidade.

1. ABUSO DE PODER
É um gênero que possui duas espécies:
a) Excesso de poder  ocorre quando o agente exorbita/extrapola a sua competência
b) Desvio de finalidade ou de poder  nesse caso o agente é competente, porém busca
finalidade diversa da prevista em lei. Se atuar dentro de sua competência, o agente
estará agindo em abuso de poder na modalidade de desvio de finalidade.

Obs
O maior exemplo em prova de desvio de finalidade é a remoção como forma de punição

2. ESPÉCIES DE PODERES

2.1 PODER VINCULADO  é aquele em que o agente não possui liberdade de atuação, pois
a lei estabeleceu todos os seus passos. Ex: aposentadoria compulsória.

2.2 PODER DISCRICIONÁRIO  é aquele em que o agente possui uma razoável liberdade
de atuação, podendo valorar a oportunidade e a conveniência da prática do ato, quanto
ao seu motivo, e, sendo o caso, escolher, dentro dos limites legais, o seu conteúdo
(objeto). Ex: prorrogação do concurso.
Dentro dos limites da discricionariedade há ainda os limites da razoabilidade e da
proporcionalidade que tb devem ser seguidos. A extrapolação dos limites legais, assim
como a atuação contrária aos princípios administrativos, configura a denominada
arbitrariedade. Neste caso o ato será ilegal, ensejando sua anulação, e não sua
revogação.
Tem fundamento no poder discricionário a revogação de atos discricionários que a
administração pública tenha praticado e, num momento posterior, passe a considerar
inoportunos e inconvenientes.
Há a existência de discricionariedade não só quando a lei expressamente assim prevê,
mas Tb quando a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados.
Obs
Segundo o STJ, excepcionalmente, o Poder Judiciário poderá reduzir o valor de uma
multa quando ficar demonstrado que houve violação aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Nesse caso, o juiz não estará analisando o mérito, mas sim os princípios.

2.3 PODER REGULAMENTAR  é a prerrogativa conferida ao chefe do Executivo para editar


decretos com objetivo de regulamentar as leis. Esses decretos contêm determinações
gerais e abstratas, e incidem sobre todos os fatos ou situações que se enquadrem nas
hipóteses que abstratamente prevêem. São destinados a dar fiel execução às leis.

Existem 2 espécies de decreto:

a) Regulamentar  apenas regulamenta/complementa uma lei, não podendo inovar


a ordem jurídica. São regras jurídicas gerais, abstratas e impessoais. Visa
possibilitar a fiel execução das leis. A competência para a edição desses decretos
não é passível de delegação.

b) Autônomo  independe de lei e por isso pode inovar a ordem jurídica. Só pode
ser utilizado em 2 hipóteses:
 Organização e funcionamento da Administração Pública Federal, desde que
não importe aumento de despesas ou criação/extinção de órgãos públicos.
 Extinção de funções e cargos públicos, quando vagos. Essa regra só vale para
os servidores do Executivo.

Obs
DIVERGÊNCIA
 LEI  ato típico de legislativo
 Uns entendem que decorre do Poder
 Decreto  Poder regulamentar
Regulamentar
 Resolução
 Outros entendem que decorre do
 Instrução normativa
denominado Poder normativo do
 Portaria circular
Estado. Este é o mais aceito.

2.4 PODER DE POLÍCIA  é a prerrogativa conferida ao Estado de limitar o exercício de


direito individuais em benefício da coletividade. Condiciona ou restringe o gozo de bens e
o exercício de atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio
Estado. Será exercido pelo Detran, Procon, Ibama, Anvisa, Defesa Civil, etc.

2.4.1 Características
 O poder de polícia é definido pelo Código Tributário Nacional, pois é possível a
cobrança de taxa pelo seu exercício.
 Pode atuar preventivamente ou repressivamente.
 Possui como limites a lei, a razoabilidade e a proporcionalidade
 O Poder de Polícia somente pode ser exercido por Pessoa Jurídica de Direito
Público; dessa forma, jamais poderá ser delegado a um particular.

2.4.2 Atributos do Poder de Polícia


a) Discricionariedade  significa que a Administração Pública possui uma razoável
liberdade de atuação no exercício do Poder de Polícia. Entretanto, certos atos
serão vinculados, como por exemplo as licenças (CNH).

b) Auto-executoriedade  significa que a Administração pode editar e executar os


atos do Poder de Polícia independente de prévia autorização de outro Poder.
Entretanto, não haverá auto-executoriedade diante de certos direitos protegidos
constitucionalmente, ex: moradia.

c) Coercibilidade  significa que a administração pública pode utilizar a força


pública no exercício do Poder de Polícia.

PODER DE POLÍCIA PODER DA POLÍCIA


Restringe direitos individuais Busca a paz pública
Faz surgir a chamada POLÍCIA Faz surgir a chamada POLÍCIA
ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA
Incide sobre bens, direitos e atividades Incide sobre pessoas
Sua atuação esgota-se na função Sua atuação é preparatória para a função
administrativa penal do Estado.
É exercido por Órgãos ou Entidades É exercido por Órgãos de Segurança
Administrativas de caráter fiscalizador. Pública. Ex: PC e PF
Ex: Detran, Procon

Obs
A maioria da Doutrina entende que a PM é Polícia Judiciária.

2.5 PODER HIERÁRQUICO  é a prerrogativa conferida ao superior de ordenar, coordenar,


controlar e corrigir a atuação de seus subordinados. Só haverá hierarquia onde existir
subordinação. O superior pode controlar a legalidade e o mérito dos atos praticados por
seus subordinados. O subordinado deve cumprir todas as ordens superiores, salvo as
manifestamente ilegais
 Há hierarquia entre o Presidente e os Ministros de Estado.
 Não há hierarquia entre o Presidente e o Vice.
 Não há hierarquia entre a Administração Direta e a Indireta.
 Haverá hierarquia no âmbito do legislativo e do judiciário, desde que no
desempenho de sua função administrativa.

Obs
A delegação e a avocação de competências decorrem do Poder Hierárquico. Delegar é
transferir a competência de um para o outro. Avocar é chamar para si a competência do
outro.
.

2.6 PODER DISCIPLINAR  é a prerrogativa conferida à administração para punir seus


próprios servidores, bem como os particulares vinculados ao Estado por meio de um ato
ou contrato. Assim, se determinada empresa sofrer uma multa prevista no contrato
firmado com o Estado em decorrência do atraso na entrega da obra, haverá o exercício do
Poder Disciplinar. Só haverá Poder Disciplinar para o particular em razão de contrato
firmado entre o Poder Público e a punição decorrer do contrato entre as partes (esta
punição está prevista no contrato).

Obs
Não confundir com o poder punitivo do Estado; segundo a Doutrina tal poder está
relacionado com as sanções penais aplicadas aos criminosos.

ATOS ADMINISTRATIVOS

Manifestação unilateral de vontade do Estado que, agindo em supremacia, tem por finalidade
constituir, extinguir, modificar, resguardar, ou declarar direitos, bem como impor obrigações aos
particulares (poder de extroverso do estado).

 ATO  manifestação unilateral de vontade. Todos podem praticar atos. Porém o


particular não pode impor obrigações a outro particular.

 ATO JURÍDICO  manifestação unilateral de vontade que produz efeitos jurídicos. Esse
efeito jurídico pode ser lícito, ou ilícito, quando gera direito a indenização por ofender
alguém.

 ATO ADMINISTRATIVO  manifestação unilateral de vontade do Estado que produz


efeitos jurídicos.

 CONCLUSÃO  todo ato administrativo é um ato jurídico.

ATO JURÍDICO

Ato Administrativo

O ato administrativo é praticado predominantemente pelo Poder Executivo; entretanto os


Poderes Judiciário e Legislativo Tb praticam atos administrativos, quando no desempenho de sua
função administrativa. A sentença de um juiz não é um ato adm pois é a função típica do Judiciário.
Uma lei não é um ato adm pois é a função típica do Legislativo.
Os particulares que atuam por delegação podem praticar Atos Adm pois estão exercendo uma
atividade estatal. Ex: oficial do cartório.
O Estado pode praticar atos regidos predominantemente pelo Direito Privado, agindo em
igualdade, ex: emissão de cheques. Esse ato não pode ser chamado de Ato Adm, pois só é Ato Adm
aquele que é regido pelo Direito Público
1. FATO ADMINISTRATIVO
Segundo a Doutrina a expressão “Fato Administrativo” possui 2 significados:

a) Significa a atuação material do Estado no desempenho de suas atividades


administrativas, como por exemplo um médico operando em um hospital público. Tal fato
não tem por finalidade produzir efeitos jurídicos, apesar de poder produzi-los.
Correspondem aos chamados “atos materiais”.
Um fato administrativo, em regra, resulta de um ato administrativo, decorre de
uma decisão ou determinação administrativa. Uma vez expressa a vontade da
administração mediante a edição de um ou mais atos administrativos (manifestação
dotada de conteúdo jurídico), surge como consequência um fato administrativo (a
implementação do ato).

b) Significa todo acontecimento que possui consequências administrativas. São quaisquer


atuações da administração que produzam efeitos jurídicos, mas que não tenham por
finalidade imediata a produção desses efeitos. São atuações que não correspondem a
uma manifestação de vontade da administração, mas que trazem conseqüências
jurídicas.
Ex: falecimento do servidor; carro de agente público a serviço colide com
particular. Neste último caso a colisão resultou de uma atuação administrativa e
produzirá efeitos jurídicos, mas não se trata de uma ato administrativo, apenas de um
fato jurídico.

Os Fatos Administrativo não estão sujeitos à teoria geral dos atos administrativos. Não há
manifestação da vontade da administração pública. Não é possível cogitar revogação ou anulação de
fato administrativo.

2. REQUISITOS OU ELEMENTOS ESSENCIAIS À VALIDADE DO ATO (CoFiFoMOb)


1.1 Competência
1.2 Finalidade
1.3 Forma
1.4 Motivo
1.5 Objeto

1.1 COMPETÊNCIA
É o poder conferido pela lei ao agente para o desempenho de suas atividades. Segundo a
Doutrina a competência é irrenunciável, imprescritível, intransferível e imodificável pela vontade do
agente; entretanto em certos casos tal competência poderá ser delegada ou avocada. A delegação não
transfere a competência, mas somente o exercício de parte das atribuições em caráter temporário.
Quando o agente extrapolar sua competência estará configurado o abuso de poder na espécie excesso
de poder.

Obs
Vício na competência pode ser sanado, desde que não seja competência em razão da
matéria (matéria de competência do MS praticado pelo MPOG) ou competência exclusiva.

Outra característica é a improrrogabilidade, que diz que a competência não se estende


automaticamente a órgãos ou agente incompetente pela simples circunstância de haver ele praticado o
ato, ou de ter sido ele o primeiro a tomar conhecimento dos fatos que ensejaram a prática desse ato.
Somente a lei pode estabelecer competências administrativas. Por esta razão, seja qual for a
natureza do ato administrativo, vinculado ou discricionário, o seu elemento competência será sempre
vinculado.

DELEGAÇÃO  pode ser feita para órgãos ou agentes subordinados ou não.


Deve ser apenas de parte da competência, não de todas as atribuições.
Deve ser por prazo determinado.
É um ato discricionário e pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade
delegante.

Não podem ser objeto de delegação:


 A edição de atos de caráter normativo
 A decisão de recursos administrativos
 As matérias de competência exclusiva

AVOCAÇÃO  caráter excepcional


por motivos relevantes
deve ser devidamente justificada
por tempo determinado
somente de órgãos hierarquicamente inferior
Não é possível quando se tratar de competência exclusiva

Tb pode ser chamada de avocação o ato de o superior chamar para si, temporariamente, o
exercício de determinada competência que ele delegou a um subordinado, sem que isso implique
extinção da delegação.

Usurpação de função  é um crime, em que o usurpador é alguém que não foi por nenhuma
forma investido em cargo, emprego ou função pública; não tem nenhuma espécie de relação jurídica
funcional com a administração. O ato praticado será considerado inexistente.

Função de fato  É quando a pessoa foi investida no cargo, emprego ou função pública, mas
há alguma ilegalidade em sua investidura ou algum impedimento legal para a prática do ato. Em
virtude da “Teoria da Aparência”, o ato é considerado válido, ou, pelo menos, são considerados válidos
os efeitos produzidos ou dele decorrentes.
1.2 FINALIDADE
Objetivo de todo ato administrativo é sempre o interesse público. Quando o agente, atuando no
âmbito de sua competência, praticar ato com finalidade diversa da prevista em lei, estará configurado o
abuso de poder na espécie desvio de finalidade. Ex: remoção como forma de punição.

Obs
Vício de finalidade é insanável.

A Doutrina entende que o ato possui 2 finalidades:


a) Geral ou Mediata  sempre o interesse da coletividade;
b) Individual ou imediata  é a própria finalidade do ato praticado.

1.3 FORMA
É a exteriorização do ato. Em regra os atos administrativos são formais, ou seja, devem seguir
uma forma pré-determinada em lei. Nem todo ato formal é escrito, ele pode ser somente por sinais,
como o semáforo e os sinais que os guardas de trânsito fazem.
No Direito Público o formalismo é a regra enquanto no Direito Privado é a exceção.
A forma é requisito vinculado (para a maioria dos autores) e imprescindível à validade do ato.
Segundo a Doutrina a motivação integra a forma do ato. A ausência de motivação, quando esta é
obrigatória, acarreta a nulidade do ato, por vício de forma.
A Lei 9784/99 abrandou tal formalismo ao dispor que os atos do Processo Administrativo
Federal não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. Quando a lei
não exigir, cabe à administração adotar aquela que considere mais adequada, conforme seus critérios
de conveniência e oportunidade.

IMPORTANTE
Para a prova:
 Ato administrativo  é formal
 Ato do Processo Administrativo Federal (Lei 9784/99)  não depende de forma
determinada.

Obs
Vício de forma pode ser sanado desde que não seja exclusiva, essencial à validade do
ato. Atualmente a necessidade de eficiência e celeridade na atuação administrativa fez
surgir o princípio da instrumentalidade das formas, ou seja, desde que não haja prejuízo a
forma será aproveitada ao máximo.

1.4 MOTIVO

MOTIVO ≠ MOTIVAÇÃO
2 Motivo  são os pressupostos de fato e de direito que levam à edição do ato.
3 Motivação  são os motivos declarados expressamente (escritos).

Todo ato tem um motivo, expresso ou implícito. Entretanto, nem todo ato precisa de motivação,
a não ser aqueles previstos no art. 50 da Lei 9784/99.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos
e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem
de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do
ato.

 TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES


Significa que o ato só vai ser válido se os motivos declarados forem verdadeiros. A validade do
ato está vinculada à existência real e á pertinência ou adequação dos motivos declarados (fático e legal).
 A motivação deve ser prévia ou concomitante; nunca depois.
 Quando o ato tiver vários motivos determinantes, pelo menos um deve ser verdadeiro
para que o ato seja considerado válido.
 Essa teoria se aplica tanto aos atos vinculados quanto aos discricionários.

A declaração escrita do motivo que levou a administração a praticar um ato vincula a


administração à existência e à adequação desse motivo, mesmo que para a prática daquele ato não
fosse inicialmente exigida a motivação expressa.
A inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido.

Obs
Vício de motivo é insanável.

O fundamento da existência de motivação é o princípio da transparência da administração


pública (que deriva diretamente do princípio da publicidade), cuja base mediata é o princípio da
indisponibilidade do interesse público.
Os atos vinculados devem sempre ser motivados por escrito, e o motivo apontado como
justificador e determinante de sua prática deve ser exatamente aquele previsto na lei. Já os atos
discricionários podem ou não ser motivados por escrito, embora a regra seja a obrigatoriedade de
motivação, como decorrência do princípio da publicidade, da moralidade e do amplo acesso ao Poder
Judiciário.

1.5 OBJETO
Confunde-se com o próprio conteúdo material do ato, sendo os efeitos que o ato deseja produzir.
Assim, em uma certidão o objeto é a própria declaração nela constante.
Nos atos vinculados, a um motivo corresponde um único objeto; verificado o motivo, a prática do
ato é obrigatória.
Nos atos discricionários, há liberdade de valoração do motivo e, como resultado, escolha do
objeto, dentre os possíveis, autorizados na lei; o ato só será praticado se e quando a administração
considerá-lo oportuno e conveniente, e com o conteúdo escolhido pela administração, nos limites da lei.

Obs
Vício de objeto é insanável.

ATOS VINCULADOS ATOS DISCRICIONÁRIOS


Não há liberdade de atuação Há liberdade de atuação
Requisitos  CoFiFoMOb Requisitos  CoFiFoMOb
Todos os requisitos são CoFiFo são sempre vinculados.
vinculados MOb são discricionários, ou seja, vão seguir
critérios de oportunidade e conveniência (mérito)

O mérito administrativo é o poder conferido pela lei ao agente público para que ele decida
sobre a oportunidade e a conveniência de praticar determinado ato discricionário, e escolha o conteúdo
desse ato, dentro dos limites estabelecidos na lei. Consiste na valoração dos motivos e na escolha do
objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a
conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar.
O controle do mérito administrativo pode resultar na revogação do ato, mas nunca em sua
anulação.
O mérito administrativo não está sujeito ao controle judicial. O Poder Judiciário, no exercício da
função jurisdicional, não revoga atos administrativos, somente os anula, se houver ilegalidade ou
ilegitimidade.

REQUISITOS/ELEMENTOS
SANÁVEIS INSANÁVEIS
Competência (desde que não seja Finalidade
exclusiva e nem quanto á matéria)
Forma (desde que não seja Motivo
essencial à validade do ato) Objeto

2. CONVALIDAÇÃO

Significa dar validade a ato que tenha defeito. São chamados de atos anuláveis, ou seja,
passíveis de convalidação, dependendo das circunstâncias e do juízo de oportunidade e conveniência
privativo da administração pública (decisão discricionária).
Esse ato não pode acarretar lesão ao interesse público e nem prejuízo a terceiros.
A convalidação pode recair sobre atos vinculados ou discricionários, uma vez que não se trata de
controle de mérito, e sim de controle de legalidade, relativos a vícios sanáveis verificados nos elementos
competência ou forma.
Ocorre de duas formas:

a) EXPRESSA  Ocorre quando a Administração, expressamente edita um ato a fim de


convalidar outro. Só pode ocorrer em atos que possuam defeitos sanáveis e desde que
não cause lesão ao interesse público (lesão aos cofres públicos) ou prejuízo a terceiros.
Tal convalidação é discricionária e produz efeitos ex tunc, ou seja, retroage. Os efeitos já
produzidos por esse ato passam a ser válidos, não passíveis de desconstituição.

b) TÁCITA  Se o Estado não anular seus atos ilegais de que decorram efeitos favoráveis a
seus destinatários no prazo decadencial de 5 anos, haverá convalidação tácita, salvo se
comprovada má-fé. Se houver má-fé o ato nunca será convalidado tacitamente. Tal
convalidação expressa o princípio da segurança jurídica.

Obs
Parte da Doutrina entende que, em face do disposto na Lei 9784/99, a forma Tb seria
discricionária.

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO CONVALIDAÇÃO


Correção de atos com vício sanáveis,
Retirada de atos inválidos, com Retirada de atos válidos, sem desde que tais atos não tenham
vícios, ilegais. qualquer vício acarretado lesão ao interesse
público nem prejuízo a terceiros.
Opera retroativamente,
Efeitos prospectivos; não é possível Opera retroativamente. Corrige o
resguardados os efeitos já
revogar atos que já tenham gerado ato, tornando regulares os seus
produzidos perante terceiros de boa-
direito adquirido efeitos, passados e futuros

Pode ser efetuada pela
administração, de ofício ou Só pode ser efetuada pela própria Só pode ser efetuada pela própria
provocada, ou pelo Judiciário, se administração que praticou o ato administração que praticou o ato
provocado
Pode incidir sobre atos vinculados e Só incide sobre atos discricionários
Pode incidir sobre atos vinculados e
discricionários, exceto sobre o (não existe revogação de ato
discricionários.
mérito administrativo vinculado)
A convalidação é um ato
A anulação de ato com vício
discricionário. Em tese, a
insanável é um ato vinculado. A
A revogação é um ato discricionário. administração pode optar por
anulação de ato com vício sanável é
anular o ato, mesmo que ele fosse
ato discricionário
passível de convalidação.

2. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Os atributos dos atos administrativos são características inerentes aos atos administrativos que
os distinguem de atos jurídicos privados.

2.1 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE (ou presunção de legalidade)  significa que todos


os atos administrativos já nascem com uma presunção relativa de validade (cabe prova
em contrário). É o único atributo presente em todos os atos. O ato é presumidamente
válido até que seja anulado, cabendo ao administrado (particular) argüir e comprovar as
ilegalidades.
Como consequência da presunção da legitimidade, o ônus da prova da existência de
vício no ato administrativo é de quem alega.
O fundamento da presunção de legitimidade dos atos administrativos é a necessidade
de que o poder público possa exercer com agilidade suas atribuições, tendo em conta a
defesa do interesse público. Essa agilidade inexistiria caso a administração dependesse
da manifestação prévia do Poder Judiciário quanto á validade de seus atos toda vez que
os editasse.
A Doutrina faz a seguinte divisão:

PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE PRESUNÇÃODE VERACIDADE


Presume-se relativamente que o ato foi Presume-se relativamente que os atos
editado de acordo com a lei alegados são verdadeiros.
2.2

2.2 AUTO-EXECUTORIEDADE  significa que a Adm pode editar e executar seus atos
(inclusive mediante o uso da força), independente de prévia manifestação de outro Poder.
Não está presente em todos os atos, como, por exemplo, na execução de multas.
Genericamente, afirma-se que a auto-executoriedade é qualidade própria dos atos
inerentes ao exercício de atividades típicas da administração, quando ela está atuando na
condição de Poder Público. A necessidade de defesa ágil dos interesses da sociedade
justifica essa possibilidade de a administração agir sem prévia intervenção do Poder
Judiciário.
Essa auto-executoriedade jamais afasta a apreciação judicial do ato.
A auto-executoriedade existe em 2 situações: quando a lei expressamente a prevê e,
mesmo quando não expressamente prevista, em situações de urgência (garantir a
segurança da coletividade, a incolumidade pública)

2.3 IMPERATIVIDADE  é o atributo que expressa o poder extroverso do Estado, permitindo


a imposição unilateral de obrigações. Não está presente em todos os atos como por
exemplo em uma certidão. Está presente somente nos atos que implicam uma obrigação
ao administrado, ou que são a ele impostos, e devem ser por ele obedecidos.
Em decorrência do atributo da presunção de legitimidade, presente em todos os atos
administrativos, os atos caracterizados pela imperatividade podem ser imediatamente
impostos aos particulares a partir de sua edição, mesmo que estejam sendo questionados
administrativa ou judicialmente quanto á sua validade, salvo na hipótese de impugnação
ou recurso administrativo com efeito suspensivo, ou decisão judicial que suste ou impeça
a aplicação do ato.

2.4 TIPICIDADE  é o atributo pelo qual o ato deve corresponder a figuras previamente
definidas em lei como aptas a produzir determinados resultados. Assim, para cada
finalidade que a administração almeja alcançar existe um ato típico definido em lei.
As consequências desse atributo são que ele representa uma garantia para o
administrado, pois impede que a administração pratique um ato unilateral e coercitivo
sem prévia previsão legal, bem como afasta a possibilidade de ser praticado ato
totalmente discricionário, pois a lei, ao prever o ato, já define os limites em que a
discricionariedade poderá ser exercida.

2.5 EXIGIBILIDADE  é o atributo do ato administrativo que impõe ao destinatário o


cumprimento de determinadas obrigações, sem necessidade de qualquer apoio judicial. Em
outras palavras, traduz a noção de que o particular é obrigado a cumprir determinada
obrigação imposta pela administração, sob ameaça de sanção.
A exibilidade e a imperatividade podem nascer no mesmo instante cronológico ou
primeiro a obrigação e depois a ameaça de sanção, assim a imperatividade é pressuposto
lógico da exibilidade.

3. EXTINÇÃO DOS ATOS

Um ato uma vez publicado, mesmo que esteja eivado de vícios, terá vigência e deverá ser
cumprido, em respeito ao atributo da presunção de legitimidade, até que ocorra formalmente o seu
desfazimento.

3.1 Extinção natural  o ato se desfaz pelo seu mero cumprimento, como uma permissão
para realização de um show que cessa após a realização do evento.

3.2 Extinção subjetiva  o ato se desfaz pelo desaparecimento do seu beneficiário. Por
exemplo uma autorização para porte de arma cessa com a morte do beneficiário.

3.3 Extinção objetiva  o ato se desfaz pelo desaparecimento do próprio objeto. Ex: um ato
de desfazimento de um estabelecimento é desfeito se esse estabelecimento é extinto pela
empresa de que fazia parte.

3.4 Renúncia  ocorre quando o beneficiário abre mão dos efeitos do ato.

3.5 Caducidade  ocorre quando uma lei posterior torna o ato ilegal. O ato perde o seu
fundamento jurídico. Ex: antigamente a permissão para o porte de arma era de 21 anos.
Após o novo Estatuto do Desarmamento a idade mínima para o porte de arma passou a
ser de 25 anos. Desta forma quem tinha porte de arma mas estava na idade entre 21 e
25 anos perdeu essa permissão.

3.6 Contraposição  ocorre quando um ato posterior for praticado com efeitos opostos a um
anterior. Ex: nomeação e exoneração. A exoneração não revoga ou anula a nomeação.
Ela apenas possui efeitos opostos. Um ato interfere no outro.

3.7 Cassação  ocorre quando o beneficiário descumprir com os requisitos necessários a


manutenção do ato. É a forma que o Estado tem para controlar a atuação do particular;
o ato serve como sanção para o particular que deixou de cumprir as condições exigidas.
Não poderia anular o ato pois não há ilegalidade, e não pode revogar pois não depende de
oportunidade e conveniência.

3.8 Anulação  ocorrerá quando houver ilegalidade, podendo ser declarada tanto pela
Administração, de ofício ou provocada, quanto pelo judiciário, somente se provocado. O
Judiciário não pode anular atos da Administração de ofício, por conta do princípio da
presunção de legitimidade.

3.8.1 Efeitos da Anulação:


 Ex tunc, ou seja, retroage até a origem

 A anulação deve ocorrer em 5 anos sob pena de convalidação tácita; Não haverá tal
prazo se o beneficiário agir de má fé; nesse caso a anulação pode ocorrer a qualquer
tempo.
 O ato declarado nulo não produz qualquer efeito, salvo para o terceiro de boa fé. Não
gera direitos ou obrigações para as partes e não cria situações jurídicas definitivas.

 Devem ser resguardados os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé.


Isso não significa que ato nulo gere direito adquirido. Não há direito adquirido à
produção de feitos de um ato nulo. Depois de anulado, o ato não mais originará
efeitos, descabendo cogitar a invocação de “direitos adquiridos” visando a obter
efeitos que o ato não gerou antes de sua anulação. O que ocorre é que eventuais
efeitos já produzidos perante terceiros de boa-fé, antes da data da anulação do ato,
não serão desfeitos. Mas serão mantidos esses efeitos, e só eles, não o ato em si.

 Excepcionalmente a Administração pode deixar de anular um ato ilegal quando


constatar que a sua anulação é mais prejudicial do que a sua manutenção, mesmo
ilegal.

 Um vício de legalidade pode ser sanável ou não. A anulação do ato que contenha vício
insanável é obrigatória; já o ato que contenha vício sanável e não acarrete lesão ao
interesse público nem prejuízo a terceiros pode ser anulado ou convalidado (a
convalidação é ato discricionário, privativo da Administração).

 A anulação de atos com vício insanáveis, por ser obrigatória, é, ela própria, um ato
vinculado.

 Assim, é correto dizer: a Administração deve anular os seus atos que contenham
vícios insanáveis, mas pode anular ou convalidar os atos com vícios sanáveis que não
acarretem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.

 Tanto os atos vinculados quanto os discricionários são passíveis de anulação.

3.9 Revogação  é a supressão de um ato válido que se tornou inoportuno ou


inconveniente. Somente pode ser declarada pela própria Administração, pois o Poder
Judiciário, em sua função típica, jamais poderá analisar mérito. O Poder Judiciário pode
apreciar todos os requisitos (COFIFOMOB) do ato discricionário, desde que, sob o aspecto
da legalidade e da legitimidade. Somente se aplica aos atos discricionários. A revogação é,
em si, um ato discricionário, uma vez que decorre exclusivamente de critérios de
oportunidade e conveniência.
Todos os poderem têm competência para revogar os atos administrativos editados
por eles mesmos. O Poder Judiciário, no exercício de sua função típica jurisdicional,
nunca revogará um ato administrativo. Ele somente poderá revogar seus próprios atos
administrativos, editados no exercício de suas funções administrativas.

3.9.1 Efeitos da revogação


 Ex nunc, ou seja, não retroage, pois o ato era válido, não tinha vício nenhum.

3.9.2 ATOS QUE NÃO PODEM SER REVOGADOS


 Os atos consumados, ou seja, que já exauriram seus efeitos.
 Os atos vinculados, pois neles não há liberdade de atuação.
 Os atos que geram direitos adquiridos.
 Os atos meramente declaratórios, pois eles se limitam a declarar se uma situação
existe ou não, sendo descabido “revogar a realidade”. Esses atos não encerram uma
manifestação da vontade da Adm pública, desta forma, não comportando juízo de
oportunidade e conveniência..
 Os atos que integram um procedimento administrativo. Só pode revogar se for todo o
procedimento.

VC PODE DÁ?
Não, pois não pode revogar.
V – vinculados
C – consumados
PO – Procedimento administrativo
DE – Declaratórios
DÁ – Direito adquirido

4. ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

4.1 ATOS NORMATIVOS  são aqueles que complementam/regulamentam uma lei. Esses
atos explicitam o conteúdo das leis que regulamentam e, sobretudo, uniformizam a
atuação e os procedimentos a serem adotados pelos agentes administrativos, sempre que
se depararem com situações semelhantes. Contêm determinações gerais e abstratas (diz-
se que há normatividade quando um comando jurídico é caracterizado pela generalidade
e pela abstração). Tais atos não possuem destinatários determinados; incidem sobre
todos os fatos ou situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente prevêem.
Ex: decretos, resoluções, instruções normativas, etc.

Obs
Não podem inovar a ordem jurídica, salvo o decreto autônomo (art. 84, VI da CF/88).
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

4.2 ATOS ORDINATÓRIOS  são atos adm internos, endereçados aos servidores públicos,
que veiculam ordens aos servidores e aos particulares vinculados ao Estado, derivando
do Poder Hierárquico. Somente vinculam os servidores que se encontrem subordinados á
autoridade que os expediu. São inferiores aos atos normativos, ou seja, a autoridade
quando editar o ato ordinatório deverá obedecer aos atos normativos que tratem da
matéria em questão. Ex: portarias, circulares, ordens de serviço, etc.

4.3 ATOS PUNITIVOS  é o meio pelo qual o Estado aplica sanções aos seus próprios
servidores e aos particulares em geral. Fundamenta-se no poder disciplinar, no que
tange os servidores públicos e os particulares ligados á administração; e no poder de
polícia, quanto aos particulares me geral. É diferente do jus puniendi do Estado, que é a
aplicação do Direito Penal e exige a intervenção prévia do Judiciário. Nos atos punitivos a
Administração pode aplicar as sanções diretamente, sem necessidade de consultar o
Judiciário. Ex: multa, demissão, etc.
Obs
Toda punição deve ser motivada, concedendo ao punido o direito à ampla defesa e ao
contraditório. A regra é que a defesa e o contraditório serão concedidos antes da punição. Porém,
em ocasiões especiais, em que esteja em jogo a segurança das pessoas e a segurança pública, o
Estado pode aplicar a penalidade antes do contraditório e da ampla defesa, como no caso de o
Estado fechar um estabelecimento alimentício por encontrar irregularidades sérias com os
alimentos, que ponham em risco a saúde da população.

4.4 ATOS ENUNCIATIVOS  apenas declaram algo a pedido de um interessado. Não há


imperatividade em tais atos. Não produzem eles, por si sós, efeitos jurídicos quaisquer.
Esses atos não contém uma manifestação da vontade da administração. São, portanto,
considerados atos administrativos apenas em sentido formal. Ex: certidão, atestado,
parecer, etc.

Obs
A apostila é um ato enunciativo que apenas declara um direito pré-existente; equivale à
averbação. A apostila não cria direitos, ela apenas os reconhece. Pode ser usada para retificar,
atualizar ou complementar o documento.

4.5 ATOS NEGOCIAIS  são aqueles em que o interesse do particular coincide com a
manifestação de vontade do Estado. Não há imperatividade em tais atos.
São os atos editados quando o ordenamento jurídico exige que o particular obtenha
anuência prévia da administração para realizar determinada atividade de interesse dele, ou
exercer determinado direito.Quando há direito do particular, a administração deve praticar
o ato, sempre que o administrado demonstre que cumpre todos os requisitos estabelecidos
na lei como condição para o exercício daquele direito. Na hipótese de existir mero interesse
do administrado (e não um direito subjetivo á prática do ato negocial), a administração
praticará, ou não, o ato negocial solicitado, conforme seus critérios de conveniência e
oportunidade administrativas.
O ato negocial, assim como qualquer ato administrativo, sempre deverá ter como
finalidade a satisfação do interesse público.
O ato negocial não é um contrato, e sim uma manifestação unilateral da vontade da
administração (provocada mediante requerimento ou solicitação do particular), coincidente
com a pretensão do particular.
Os atos negociais podem ser vinculados ou discricionários, e definitivos ou precários.
Os atos ditos precários podem ser revogados a qualquer tempo, não geram direito adquirido
para os seus destinatários. E a revogação não implica direito a indenização para o
particular. Somente atos discricionários podem ser precários, pois os atos vinculados não
sequer podem ser revogados. Os atos ditos definitivos são aqueles praticados me face de um
direito individual do requerente. São os atos administrativos vinculados. Mas mesmo esses
atos podem ser cassados, se o particular não cumprir as exigências da Administração, ou
anulados, se houver ilegalidade.

Principais exemplos:
a) Licença  é um ato vinculado e definitivo, pelo qual o Estado faculta ao particular
o desempenho de uma atividade. Editado com base no Poder de Polícia. Ex: CHN,
alvará para construção, etc.

b) Permissão  é um ato precário (que não gera direito adquirido, frágil) e


discricionário, pelo qual o Estado faculta ao particular o desempenho de uma
atividade de interesse público (transporte escolar), bem como a ocupação de um bem
público (banca de jornal). Deve ser um contrato administrativo. Por tempo
determinado.

c) Autorização  é um ato discricionário e precário pelo qual o Estado permite o


desempenho de atividades de interesse do particular (porte de arma), bem como a
ocupação transitória de um bem público (circo). Não possui prazo determinado, e
não gera direito a indenização para o particular que tenha a sua autorização
revogada. Na maior parte dos casos, configura um ato de polícia administrativa,
quando constitui exigência imposta como condição para prática de uma atividade ou
ocupação de bem público. Porém existe Tb autorizações que representam uma
modalidade de descentralização mediante delegação, visando à prestação indireta de
determinados serviços públicos.

5. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

5.1 ATOS GERAIS E INDIVIDUAIS

5.1.1 GERAIS  produzem efeitos a pessoas indeterminadas. Possuem generalidade,


abstração e normatividade. Ex: edital do concurso.
Os atos gerais são sempre discricionários, pelo menos quanto ao seu conteúdo.
Podem ser revogados a qualquer tempo; caso a aplicação de um ato geral em um
caso concreto tenha gerado direito adquirido para alguém, esse direito será mantido
para a pessoa que já o adquiriu, mas isso não impede a revogação do ato geral.
Afinal, o ato geral tem, potencialmente, um número ilimitado de destinatários, e sua
revogação evita que, doravante, ele incida sobre todos quantos poderiam vir a
concretamente se enquadrar na hipótese abstratamente nele descrita.
Necessitam ser publicado em meio oficial como condição de sua eficácia.

5.1.2 INDIVIDUAIS  produzem efeitos a pessoas determinadas. Podem ser vinculados ou


discricionários. A revogação de um ato individual somente é possível se ele não tiver
gerado direito adquirido para o seu destinatário. Os atos individuais que devam
produzir efeitos externos, ou que onerem o patrimônio público, necessitaam ser
publicados em meio oficial. Caso contrário, não há obrigatoriedade de publicação;
pode apenas dar ciência aos interessados. Ex: nomeação

Obs
Os atos gerais prevalecem sobre os individuais, significa dizer, a administração, na prática
de atos individuais, é obrigada a observar os atos gerais pertinentes, por ela própria editados.

5.2 ATOS EXTERNOS E INTERNOS


5.2.1 EXTERNOS  produzem efeitos fora da Administração. É condição de vigência e de
eficácia dos atos externos a sua publicação em meios oficiais. Mas pode haver atos
que não precisam ser publicados. Ex: decreto

5.2.2 INTERNOS  produzem efeitos no âmbito da própria Administração. Como não


geram direitos para os administrados, não necessitam ser publicados em meio oficial
para vigerem e produzirem seus efeitos. Mas se onerar o patrimônio público, deve
publicar. Em regra esses atos não geram direitos adquiridos para seus destinatários
e podem ser revogados a qualquer tempo pela administração que os expediu. Ex:
circular

5.3 ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS

5.3.1 VINCULADOS  não há liberdade de atuação. A um motivo objetivamente


determinado corresponde uma única e obrigatória atuação administrativa.
Ex: homologação.

5.3.2 DISCRICIONÁRIOS  há uma razoável liberdade de atuação, nos termos e limites


da lei, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e sua
conveniência (valoração dos motivos e escolha do objeto segundo critérios de
oportunidade e conveniência). Ex: permissão.

5.4 ATOS DE IMPÉRIO, GESTÃO E EXPEDIENTE

5.4.1 IMPÉRIO  Tb chamado de “atos de autoridade”; o Estado impõe coercitivamente


obrigação ou restrição ao particular, de forma unilateral e independente de sua
anuência. Esses atos são praticados de ofício. Sua prática configura o chamado
“poder extroverso” ou “poder de império”. Ex: interdição de atividades.

5.4.2 GESTÃO  o Estado não impõe obrigações; são os atos praticados pela
administração na qualidade de gestora de seus bens e serviços, sem exercício de
supremacia sobre os particulares. Ex: alienação de bens.

5.4.3 EXPEDIENTE  são atos internos utilizados na rotina do órgão. São caracterizados
pela ausência de conteúdo decisório. Ex: memorando

5.5. ATOS CONSTITUTIVOS, EXTINTIVOS, MODIFICATIVOS, ALIENATIVOS E


ABDICATIVOS

5.5.1 CONSTITUTIVOS  constituem uma relação jurídica para o beneficiário. Cria uma
situação jurídica nova. Essa relação jurídica poderá ser o reconhecimento de um direito ou
a imposição de uma obrigação. Ex: licença
5.5.2 EXTINTIVOS  põem fim a uma relação jurídica. Ex: cassação da licença
5.5.3 MODIFICATIVOS  altera uma relação jurídica. Ex: portaria que muda o horário de
funcionamento da repartição.
5.5.4 ALIENATIVOS  transfere bens de um titular para outro. Ex: decreto de doação de
bens. Precisa de lei autorizando essa alienação.
5.5.5 ABDICATIVO  o Estado abre mão de bens e interesses. Ex: redução da alíquota de
imposto.
5.6 ATO PERFEITO, VÁLIDO, EFEICAZ E PENDENTE

5.6.1 PERFEITO  é aquele que já completou todas as etapas de formação.


5.6.2 VÁLIDO  é aquele que está de acordo de com a lei.

Obs
O ato pode ser perfeito e inválido. Porém, se for afirmado que o ato é válido, presume-se ser
ele perfeito, pois somente um ato que esteja completamente formado pode ser avaliado quanto à
sua conformidade, ou não, com a lei e os princípios jurídicos.

5.6.3 EFICAZ  é aquele que produz efeitos no caso concreto.


5.6.4 PENDENTE  é aquele que, embora perfeito, está sujeito a condição ou termo para
que comece a produzir efeitos. É um ato perfeito que ainda não está apto a produzir
os efeitos.

Obs
O ato pode ser perfeito, válido e ineficaz (pendente).
Também pode um ato inválido ser eficaz, pois, em razão dos atributos de legitimidade e
imperatividade, o ato administrativo tem possibilidade de produzir seus efeitos imediatamente,
mesmo que eivado de vícios.

5.7 ATO NULO, ANULÁVEL E INEXISTENTE

5.7.1 NULO  possui defeito insanável, não podendo ser convalidado. Em decorrência dos
atributos da presunção de legitimidade e da imperatividade, todo e qualquer ato,
legítimo ou eivado de vícios, produzirá efeitos desde sua adição até que, se for o caso,
venha a ser anulado. A anulação te eficácia ex tunc (retroage), desfazendo os efeitos
já produzidos, excetos os efeitos para terceiro de boa-fé, que deverão ser mantidos.
Não é direito adquirido, mas apenas a manutenção dos efeitos já produzidos perante
terceiros de boa-fé.

5.7.2 ANULÁVEL  possui defeito sanável, podendo ser convalidado, desde que não seja
lesivo ao interesse público, nem cause prejuízo a terceiros. São sanáveis o vício de
competência quanto à pessoa, desde que não seja competência exclusiva e nem
quanto á matéria, e o vício de forma, desde que essa forma não seja exigida por lei
como condição essencial à validade do ato. A decisão de convalidar um ato é
discricionária, pois a Administração poderá decidir por anular o ato ao invés de
convalidá-lo.

5.7.3 INEXISTENTE  nem chegou a existir por ter sido praticado por pessoa que se
passou por agente público, como o usurpados de função. Pode produzir efeitos em
face da Teoria da Aparência. Mas nenhum efeitos produzido por este ato pode ser
validamente mantido. Esse ato pode ser desfeito a qualquer tempo, não havendo
prazo como há para a anulação quando favorável a terceiros.
Obs
Existem duas teorias sobe as nulidades :
a) Teoria Monista  todo ato que tem defeito é nulo.
b) Teoria Dualista  o ato que tem defeito insanável é nulo, enquanto o ato que tem defeito
sanável é anulável

5.8 ATO SIMPLES, COMPLEXO OU COMPOSTO (tem a ver com a formação do ato)

5.8.1 SIMPLES  é aquele formado com uma única manifestação de vontade de um único
órgão ou entidade, unipessoal (ato simples singular) ou colegiado (ato simples
colegiado). Ex: multa do Detran.

5.8.2 COMPLEXO  é aquele formado com a manifestação da vontade de dois ou mais


órgãos ou entidades. São duas manifestações para formação de um só ato. Ex:
portaria interministerial.

5.8.3 COMPOSTO  é aquele formado com a manifestação da vontade de um único órgão


ou entidade. Entretanto, para ter exeqüibilidade é necessário que outro órgão edite
um outro ato que o aprove. São duas manifestações para formação de dois atos: um
principal e um acessório. A função do ato acessório é meramente instrumental:
autorizar a prática do ato principal, ou conferir eficácia a este. O ato acessório em
nada altera o ato principal. Ex: nomeação do PGR.

Obs
Segundo o STF a aposentadoria é um ato complexo.

Adm Pública em Sentido Amplo e Sentido Estrito

O Sentido Amplo abrange os órgãos do governo, que exercem função política, e também os
órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente adm. A função política compreende o
estabelecimento das diretrizes e programas de ação governamental, dos planos de atuação do governo,
da fixação das denominadas políticas públicas. Enquanto a função adm resume-se à execução das
políticas públicas formuladas no exercício da referida atividade adm.
Adm pública em sentido estrito só inclui os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função
meramente adm, de execução dos programas de governo.

ESTADO

Pessoa Jurídica Territorial soberana, formada por elementos povo, território e governo soberano,
sendo esses 3 elementos indissociáveis e indispensáveis para a noção de um estado independente.
É a República Federativa do Brasil.
É uma Pessoa Jurídica de direito público interno reconhecida fora do Brasil (na ordem
internacional).
Uma Nação politicamente organizada vira um Estado.

Elementos constituintes do Estado


 Povo  elemento humano. Grupo de pessoas que mantém vínculo jurídico-político com o
estado, se tornando parte dele.
 Território  é o elemento material; base física onde o Estado exerce a sua soberania
 Poder (soberania)  elemento formal; representa a supremacia (âmbito interno) e a
independência (âmbito externo).
 Finalidade  o Estado não é um fim em si mesmo, mas sim um instrumento de
promoção do bem comum.

Estado Democrático de Direito diz que poder vem do povo (democrático) e que o Estado está
subordinado às leis que ele cria (de Direito).

No Brasil ocorre o exercício indireto da soberania, ou seja, o povo elege seus representantes (de
acordo com a CF/88).
Porém há o referendo, o plebiscito e a iniciativa popular que são formas de exercício direto da
soberania.

Formas de Estado

1 – Estado Unitário  marcado pela centralização política, onde há somente um poder


político central no território.
2 – Estado Federado  tem como característica a descentralização política; também chamado
de complexo, composto; onde há coexistência de poderes políticos distintos (autônomos) no mesmo
território (União, Estados, DF e Municípios).
Brasil adota a Federação. Não há hierarquia entre os diversos entes federados do Brasil. A
relação entre eles é caracterizada pela coordenação, tendo, cada um, autonomia política, financeira e
administrativa.

Poderes do Estado

Visam, ao mesmo tempo, à especialização no exercício das funções estatais e a impedir a


concentração de todo o poder do Estado nas mãos de uma única pessoa ou órgão. Utiliza-se o modelo
tripartide de Montesquieu, que divide os poderes do Estado em: Legislativo, Executivo e Judiciário.
Esses Poderes da União são independentes e harmônico entre si

NAÇÃO

Conjunto de pessoas ligadas entre si por vínculos de sangue, idioma, cultura, ideais, etc.
GOVERNO

Conjunto de Órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado. O Governo tem
a incumbência de exercer a direção suprema e geral do Estado, determinar a forma de realização de
seus objetivos, estabelecer as diretrizes que pautarão a sua atuação e os planos governamentais.

Sistemas de Governo

É a forma como se dá a relação entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das
funções governamentais. Existem 2 sistemas:
1 – Sistema Presidencialista  predomina o princípio da divisão dos Poderes, que devem ser
independentes e harmônicos entre si. O Presidente da República exerce a chefia do Poder Executivo,
acumulando as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, e cumpre mandato fixo, não
dependendo de confiança do Poder Legislativo. O Poder Legislativo não está sujeito a dissolução pelo
Executivo.
2 – Sistema Parlamentarista  há uma colaboração entre os Poderes Legislativo e Executivo. O
Poder Executivo é dividido em 2 frentes: uma chefia de Estado, exercida pelo Presidente da República
ou pelo Monarca; e uma chefia de Governo, exercida pelo Primeiro Ministro ou pelo Conselho de
Ministros. O Primeiro Ministro normalmente é indicado pelo Presidente da República, mas sua
permanência no cargo depende da confiança do Parlamento. Da mesma forma se o governo entender
que o Parlamento perdeu a confiança do povo pode optar pela dissolução deste e convocar eleições
extraordinárias para a formação de outro parlamento.

Forma de Governo

Está relacionado com a maneira como se dá a instituição e a transmissão do poder na sociedade


e como se dá a relação entre os governantes e os governados. Existem 2 formas de governo:
1 – República  caracterizado pela eletividade e pela temporalidade dos mandatos do Chefe do
Poder Executivo, com o dever de prestação de contas (responsabilidade do governante).
2 – Monarquia  caracterizada pela hereditariedade e vitalidade, com ausência de prestação de
contas (irresponsabilidade do monarca)

Governo  decide
Adm Pública  põe em prática o que o Governo decide (Função Executiva)
A tarefa de administrar está a cargo do Poder Executivo

REFORMA ADMINISTRATIVA

Defesa das idéias liberais, dentre as quais a de que o Estado deve ser o menor possível,
restringindo sua atuação exclusivamente às áreas em que seja indispensa´vel a presença do Poder
Público.
LEI 8.112/90

É uma lei ordinária federal que trata dos direitos e deveres dos servidores públicos civis da
União, suas autarquias e fundações públicas .

Âmbito de aplicação da lei  aplica-se exclusivamente aos servidores público civis da União,
suas autarquias e fundações públicas.

A lei não se aplica:


 Agentes políticos (deputados, senadores, Presidente, etc);
 Empregados públicos (regidos pela CLT)
 Militares
 Servidores temporários (regidos pela CLT)
 Servidores dos Estados, DF e Municípios (regidos por seus próprios Estatutos)

Servidor Público
É a pessoa que ocupa um cargo público, possuindo vínculo estatutário.

Cargo Público  é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura


organizacional que devem ser cometidas a um servidor. São criados, modificados e extintos somente
por lei. As exigências para os ocupantes desse cargo só podem ser feita por meio de lei, e devem
respeitar os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, ou seja, as exigências do cargo devem
ser compatíveis com suas atribuições.
No âmbito do Poder Executivo o cargo pode ser criado, modificado e extinto por meio de MP. Tb
no âmbito do executivo, os cargo vagos podem ser extintos por Decreto Autônomo, conforme preceito da
CF/88:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Cargo público é um gênero, do qual são espécies:
a) Cargo efetivo  por concurso público; leva à estabilidade.
b) Cargo em comissão  de livre nomeação e exoneração.

O comissionado (ocupante de cargo em comissão) Tb possui vínculo estatutário, sendo regido


pela Lei 8.112/90. Não tem direito, porém, às licenças, afastamentos, e nem aos benefícios da
seguridade social, pois são filiados obrigatórios do regime geral da previdência social, recebendo os
benefícios do INSS.
O Servidor Público é regido por um estatuto, um regime jurídico único, e não por um simples
contrato. A posse indica que o servidor aceitou os termos do Estatuto, que está previamente pronto.

Características do Estatuto (Regime Jurídico Único)


 Legal  decorrente de lei.
 Unilateral  imposto aos servidores
 Direito Público  Estado atual em supremacia.

Obs 1
Segundo o STF, não há direito adquirido a regime jurídico, salvo se o servidor preencher todos
os requisitos para o gozo do direito. Ex: Inicialmente a Lei 8.112/90 previa a Licença Premio
Assiduidade, que era de 3 meses e poderia ser gozada após 5 anos de efetivo exercício.
Posteriormente a lei foi modificada para extinguir essa licença. Se o indivíduo, antes da modificação
da lei, já tivesse trabalhado seus 5 anos, teria direito a usufruir dos 3 meses de descanso
remunerado, mesmo após a lei ter sido modificada. Porém, a pós essa modificação da lei, esse
mesmo servidor não terá mais direito a essa licença, ou seja, mesmo trabalhando mais 5 anos, não
poderá usufruir da licença extinta.

Obs 2
Não há possibilidade de servidor público firmar Convenção Coletiva de Trabalho (Acordo Coletivo
de Trabalho) com o Estado, pois seu vínculo é estatutário.

Obs 3
Para criação de cargos é necessário lei. Para aumentar remuneração é necessário lei específica
(lei que só trate daquele assunto).

Obs 4
Segundo a CF/88 é livre a associação sindical do servidor, independente de lei
regulamentadora.

Obs 5
Segundo a CF/88 será garantido o direito de greve, nos termos de lei específica. Tal lei não
existe, e por isso o STF entendeu que para os servidores deve ser aplicada a lei de greve da
iniciativa privada.
Empregado Público  ocupa emprego público e possui vínculo contratual (CLT). Em regra
necessitam de concurso público. Em tese, o empregado público pode ser demitido sem justa causa, pois
não possui a estabilidade constitucional.

Servidor Temporário  não ocupa nem cargo público e nem emprego público, pois apenas
exerce uma função pública. Em regra, seriam contratados para exercer uma função excepcional e
temporária. Não é necessário concurso público para contratar temporário (segundo a CF). Mas pode
haver esse concurso.
Pode-se afirmar: há função sem cargo ou emprego, mas não há cargo ou emprego sem função
pública.

Obs 6
Quando um cargo ocupado for extinto, o seu ocupante será exonerado, se não for estável. Se for
estável será posto em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
A estabilidade não se dá no cargo, mas sim no serviço público.

Cargo em Comissão, Função de Confiança e Função Comissionada

CARGO EM COMISSÃO OU FUNÇÃO DE


FUNÇÃO COMISSIONADA
CONFIANÇA
 Livre nomeação e exoneração  Livre designação e dispensa
 Em tese, pode ser ocupado por qualquer  Exclusiva para ocupantes de cargo efetivo
cidadão
SEMELHANÇA ENTRE OS DOIS  apenas para atividade de direção, chefia ou assessoramento

O servidor em estágio probatório pode ter cargo em comissão ou função de confiança.


Segundo a CF/88, a lei deverá definir um percentual mínimo de cargo em comissão que deverá
ser ocupado por servidores de carreira.

Obs 7
Segundo a CF/88 as empresas públicas e as sociedades de economia mista só podem adotar o
vínculo celetista.

Requisitos básicos para investidura no cargo


Essa investidura se dará com a POSSE.

1. Nacionalidade brasileira (abrange os natos e os naturalizados)

Obs 8
O estrangeiro pode ocupar cargo público na forma da lei (é a lei
que vai dizer qual cargo o estrangeiro poderá ocupar.

2. Gozo dos direitos políticos


3. Quitação com as obrigações militares e eleitorais
4. Idade mínima de 18 anos
5. Aptidão física e mental
6. Nível de escolaridade exigido para o cargo
Obs 9
A lei, e somente a lei, poderá exigir outros requisitos além dos acima elencados. O edital só pode
trazer os requisitos previstos em lei, não pode inovar. E essa lei só pode exigir requisitos razoáveis e
proporcionais, compatíveis com as atribuições do cargo.

Deficientes
A CF/88 assegura vagas aos deficientes, porém não define o percentual. A Lei 8.112/90
assegura até 20% das vagas aos deficientes.
Só haverá vagas aos deficientes nos cargos compatíveis com a deficiência sofrida.
PROVIMENTO

É o ato administrativo por meio do qual se preenche um cargo público.


Possui 2 formas:

 Originário  - Depende de vínculo anterior entre a Adm e o agente.


- A ÚNICA forma de provimento originário é a POSSE.

 Derivado  - é aquele que independe de vínculo anterior entre a Adm e o agente

Formas de Provimento Derivado:

1. Ascensão e Transferência  declaradas inconstitucionais

2. Promoção  é o acesso ao cargo superior dentro da mesma carreira (Ex: técnico de nível
1, 2, 3, etc). Atualmente depende de comprovação de participação em cursos de
capacitação.

3. Aproveitamento  é o retorno ao serviço público do servidor que estava em


disponibilidade. Esse servidor pode ter sido posto em disponibilidade por 2 motivos:
 Extinção do cargo que ocupava ou declaração de sua desnecessidade
 Reingresso do servidor ilegalmente desligado de seu cargo, quando não for
possível reconduzir o atual ocupante ao antigo posto ou reaproveitá-lo em outro
cargo.
Esse aproveitamento deve ocorrer em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis
com o anteriormente ocupado.

4. Readaptação  é a investidura de servidor em cargo compatível com a limitação física


ou mental sofrida.
Somente pode ocorrer em cargos com atribuições e remuneração semelhantes.
Se não houver cargo vago, o servidor exercerá suas atividades como excedente.
Readaptar não é mudar a função do indivíduo, mas sim mudar o cargo. Na prática,
geralmente ocorre apenas uma mudança de função.
Se for julgado incapaz para o serviço público, o servidor será aposentado

5. Reversão  é o retorno do aposentado à ativa. Pode ocorrer em 2 hipóteses:

 Não existirem mais os motivos que levaram o servidor a ser aposentado por
invalidez. É um ato vinculado, pois a Adm é obrigada a reverter o aposentado
caso este não esteja mais inválido. Se não houver cargo vago, o servidor exercerá
suas atividades como excedente.

 Quando o servidor aposentado voluntariamente pode para retornar ao cargo de


origem. É um ato discricionário (a interesse da Adm), e dependerá dos seguintes
requisitos:
 Haja cargo vago
 Servidor tenha sido estável na atividade
 Servidor tenha no máximo 69 anos
 Servidor faça o pedido em até 5 anos da aposentadoria

6. Reintegração  é a reinvestidura do servidor estável ao seu cargo de origem quando


invalidada a sua demissão.

Acontece com o expulso:


 Se não for estável  exonerado (lei não fala nada)
 Se for estável  em outro cargo  reconduzido ao cargo de origem
 No mesmo cargo  será aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade.

7. Recondução  só vale para o servidor estável, e em 2 hipóteses:


 Quando o servidor estável reprova no estágio probatório relativo a outro cargo
 Com a reintegração do antigo ocupante
Se o cargo de origem estiver ocupado, o servidor será aproveitado em outro cargo.

Obs 10
O servidor estável, aprovado em outro concurso, pode desistir do novo cargo e pedir para ser
reconduzido ao cargo de origem, desde que o faça no período do estágio probatório.

CAMINHO DA FELICIDADE
CONCURSO HOMOLOGAÇÃO NOEMAÇÃO
CANDIDATO

POSSE

SERVIDOR
ESTÁGIO
ESTABILIDADE EXERCÍCIO
PROBATÓRIO

Concurso Público
É um método adm por meio do qual a Adm Pública seleciona candidatos aos cargos e empregos
públicos, obedecendo aos princípios da isonomia, moralidade e eficiência.
Os concursos deverão ser só de provas ou de provas e títulos (nunca só de títulos).

Validade  Até 2 anos


 prorrogável 1x por igual período
 Começa a contar a partir da homologação

A lei 8.112/90 diz que se houver um concurso antigo na validade, não pode ser aberto um novo
concurso.
Já a CF/88 diz que se houver um concurso antigo na validade, pode abrir novo concurso, dede
que ocorra a nomeação primeiramente dos aprovados no concurso anterior.
A doutrina entende que ambas as normas podem ser aplicadas, dependo do momento do prazo
em que se encontra.

1º Prazo – 2 anos 2º Prazo – mais 2 anos


PRORROGÁVEL IMPRORROGÁVEL

Não pode realizar Pode realizar


novo concurso novo concurso

Aplica Aplica
Lei CF/88
8.112/90
Homologação
É um ato vinculado por meio do qual a autoridade competente verifica a legalidade do
concurso. Seria o último ato do concurso. È onde constam os nomes dos aprovados.

Nomeação
É um ato vinculado para os aprovados dentro das vagas, pois, segundo o STJ, a provação dentro
do número de vagas oferecidas em edital gera direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade
do concurso. Para os aprovados fora das vagas, resta apenas expectativa de direito. É o ato por meio do
qual a Adm designa alguém para ocupar um cargo público.

Posse
É um ato bilateral, pois depende da manifestação da vontade do nomeado declarando aceitação
do cargo. É o ato pelo qual o candidato aceita os termos do Estatuto, mediante assinatura de Termo de
Posse.

Prazo  30 dias a contar da nomeação


Se for nomeado e não tomar posse  ato de nomeação será tornado sem efeito.

A posse será precedida de avaliação médica oficial.


Pode ser tomada por procuração específica.

Exercício
É o efetivo desempenho das atribuições do cargo

Prazo  15 dias a contar da posse


Se tomar posse e não entrar em exercício  Será exonerado
Os benefícios pecuniários contam somente a partir do exercício.

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido,
redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo,
trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.

Estágio Probatório
Serve para aferir o desempenho do servidor no exercício do cargo.
São aferidos os seguintes fatores:
 Assiduidade
 Produtividade
 Responsabilidade
 Disciplina
 Capacidade de iniciativa
Esses critérios representam um rol exemplificativo. Cada Órgão pode acrescentar outros
critérios que considerar relevantes. E cada Órgão vai definir o prazo para avaliação e a pontuação
atribuída a cada critério.

Prazo  na lei está escrito 24 meses. Entretanto é pacífico na doutrina e jurisprudência que o
prazo será de 3 anos (semelhante ao da estabilidade).

Estabilidade
Será no serviço público após 3 anos de efetivo exercício, aprovação em estágio probatório e
aprovação em avaliação especial de desempenho, realizada por uma comissão instituída para esse fim.
É uma garantia constitucional aos ocupantes de cargo efetivo.
A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao cargo. Já o estágio probatório refere-se ao
cargo, assim, a cada novo cargo efetivo, o servidor será sujeito a novo estágio probatório.

Vitaliciedade x Estabilidade
Ser vitalício (Ministério Público ou Magistratura) significa que o agente só poderá perder o cargo
mediante sentença judicial transitada em julgado (aquela da qual não cabe mais recursos).
Já a estabilidade pode ser perdida em 4 situações:
1. Mediante Processo Administrativo com ampla defesa (PAD)
2. Mediante sentença judicial transitada em julgado.
3. Mediante reprovação em avaliação periódica de desempenho, que será regulamentada por
lei complementar. Essa lei ainda não existe.
4. Por excesso de despesas com pagamento de pessoal. Segundo a Lei de Responsabilidade
Fiscal a União só pode gastar com pagamento de pessoal no máximo 50% de sua receita
corrente líquida. Estados/DF/Municípios podem gastar no máximo 60%. Se tais limites
forem ultrapassados deverão ser tomadas as seguintes providências (nessa ordem):
 Reduzir em 20% os cargo em comissão e as funções comissionadas.
 Exonerar os não-estáveis.
 Exonerar os estáveis sem concurso (antes de 1988)
 Exonerar os estáveis (primeiro os mais novos)

Vacância
É um ato ou fato (evento natural) capaz de tornar o cargo vago.
Importância jurídica  cargo vago pode ser ocupado
Licenças não deixam o cargo vago. Servidor de licença pode ser punido por algo que praticar
durante a licença.

Formas de vacância
1. Exoneração  não possui caráter punitivo
2. Demissão  possui caráter punitivo
3. Aposentadoria
4. Morte
5. Readaptação Hipóteses simultâneas de provimento e vacância
6. Promoção
7. Posse em outros cargo inacumulável

Obs 11
Segunda a doutrina a recondução e a posse em outro cargo inacumulável Tb são consideradas
formas simultâneas de provimento e vacância.

Remoção
Deslocamento do servidor no âmbito do mesmo Órgão ou Entidade, com ou sem mudança da
Sede (mudar o lugar de trabalho no mesmo Órgão). O indivíduo não muda de Órgão, apenas de cidade.

Formas de remoção
 De ofício, no interesse da Adm
 A pedido a critério da Adm (discricionário)
 A pedido, vinculado, independente do interesse da Adm. Ocorrerá nas seguintes
hipóteses:
 Deslocamento de ofício do cônjuge ou companheiro.
 Por motivo de doença do servidor/cônjuge/companheiro ou dependente, atestado
por laudo de junta médica oficial.
 Mediante concurso interno de remoção

Redistribuição
É o deslocamento do cargo de provimento efetivo de um Órgão para outro, no âmbito do mesmo
poder. Somente ocorre de ofício e, em geral, quando há extinção de Órgão Públicos. Ocorre
independentemente de o cargo estar vago ou ocupado. Se o cargo estiver ocupado, o servidor tem que ir
junto e acompanhá-lo até o momento final.

Substituição
Todo chefe/diretor deve ter um substituto indicado no regimento interno ou pela autoridade
máxima do Órgão.
Segundo a lei, o substituto só vai receber pela substituição quando ela ultrapassar 30 dias, e
apenas pelo período que exceder tais 30 dias. Entretanto, o CESPE, seguindo toda a jurisprudência,
entende que o substituto receberá por todos os dias que substituir. Para as outras bancas segue o que
está na lei.

DIREITO ADMINISTRATIVO – 24/10/2011

LEI 8666/93

É uma lei ordinária federal que trata de normas gerais sobre licitações e contratos para obras,
compras, serviços (inclusive de publicidade) e locações no âmbito de toda a Administração Direta e
Indireta.
Em tese os Estados/DF/Municípios podem editar normas específicas sobre licitações e
contratos.
Apesar de se auto-denominar “norma geral”, a lei 8666/93 tratou detalhadamente do tema
“licitações e contratos”.
Os Serviços Sociais Autônomos (SESC, SESI, SENAI, etc), devem seguir os princípios das
licitações e não necessariamente a lei 8666/93.
A OS e a OSCIP que receberem dinheiro da União devem seguir a lei de licitação, nos termos de
decreto do Presidente da República.
As EP e as SEM, prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade econômica,
devem licitar nas suas atividades “meio”, prém, em relação às atividades “fins”, a licitação é dispensada.
O art. 173 da CF/88 determina que lei vai dispor sobre o Estatuto das Empresas Estatais,
dispondo, entre outros assuntos, sobre normas de licitações e contratos aplicáveis apenas às EPs e às
SEMs; entretanto tal Estatuto não existe, e por isso na prática as Empresas Estatais submetem-se à lei
8666/93. Nos estritos termos da CF/88 as Empresas Estatais não estão sujeitas à lei 8666/93.
O art. 177 da CF/88 determina que lei vai estabelecer as normas de contratação das Empresas
de Petróleo; tal lei já existe e por isso o STF entende que a Petrobrás não está sujeita à Lei 8666/93

1. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
1.1 CONCEITOS
É um acordo de vontades em que o Estado, agindo em supremacia, firma com o particular para
o desempenho de atividades de interesse público nas condições estabelecidas pelo próprio Estado. Pelo
fato de a Administração atuar em supremacia, os contratos administrativos serão regidos por normas
de Direito Público aplicando-se, supletivamente, normas de direito privado ou da Teoria Geral dos
Contratos.
A doutrina faz a seguinte divisão:

CONTRATO ADMINISTRATIVO CONTRATO DA ADMINISTRAÇÃO


Estado atua em supremacia. Chamado de As partes atuam em igualdade. Tb
Contrato Típico. São exemplos os chamado de Contrato Atípico. São
contratos de obras, serviços, exemplo os contratos de locação, seguro e
fornecimento financiamento.

Obs
Segundo a Lei 8666/93, no que couber, a administração poderá agir em supremacia nos
contratos da administração.

1.2 CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1.2.1 CONSENSUAL  sempre surge por um acordo de vontade entre as partes.


1.2.2 BILATERAL  possui 2 partes (Estado contratante e o particular contratado).
1.2.3 COMUTATIVO  ambas as partes possuem direitos e obrigações recíprocas
1.2.4 ONEROSO  o contratado cobra pela sua execução. Nunca haverá qualquer tipo de
entrada/sinal/adiantamento; o Estado só pagará após a entrega do objeto.
1.2.5 SUPREMACIA ESTATAL  o Estado vai atuar em supremacia pelo fato de sempre buscar
o interesse público. A supremacia estatal será expressada pelas denominadas “cláusulas
exorbitantes”.
1.2.6 FORMALISMO  em regra os contratos serão formais e escritos. É nulo e de nenhum
efeito o contrato verbal com a administração, salvo o de pequenas compras de pronto-
pagamento de até R$ 4.000,00 (5% da modalidade convite), feitas em regime de
adiantamento (primeiro entrega o produto e só depois paga).
Obs
Não é necessário registrar o contrato administrativo em cartório, salvo quando se tratar de
direito real sobre imóveis.
1.2.7 PUBLICIDADE  o resumo do contrato (extrato) deve ser publicado no Diário Oficial
como condição indispensável de sua eficácia.
1.2.8 EXIGÊNCIA DO INSTRUMENTO DE CONTRATO  o instrumento de contrato é
obrigatório nos casos de concorrência e tomada de preços, bem como nas dispensas e
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas modalidades e
facultativo nos demais casos, podendo ser substituído pela carta-contrato, nota de
emprenho de despesa, autorização de compra, ou ordem de serviço.
1.2.9 CONTRATO DE ADESÃO  as cláusulas são pré-estabelecidas pelo Estado, nos termos
do art. 55 da lei 8666/93.

Obs
A minuta do contrato deve constar do edital da licitação.

1.2.10 MUTABILIDADE  significa que o contrato será alterado sempre que as condições
originalmente fixadas forem modificadas. Serve para manter o equilíbrio financeiro do
contrato e para que nenhuma das partes sofra prejuízos. Ressalte-se que a alteração do
preço unitário de um produto só pode ocorrer por acordo entre as partes.; nunca
unilateralmente.
O valor do contrato poderá ser alterado em duas hipóteses:
a) Reajuste  ocorrerá anualmente segundo o índice fixado no contrato.
Será implementado por simples apostila (pois o reajuste já está previsto no
contrato).
b) Revisão  pode ocorrer a qualquer tempo, pois decorre de fatos estranhos
à vontade das partes. Será implementada pos aditamento (alteração do
contrato por acordo entre as partes).

1.2.11 PESSOALIDADE OU INTUITU PERSONAE  significa que o contrato deve ser executado
pelo vencedor da licitação; entretanto, se houver previsão no edital, no contrato , e com a
concordância do Estado, o contratado poderá subcontratar parte da execução do objeto;
nesse caso o contratado será responsável por todos os danos causados pelo
subcontratado

1.2.12 PRESENÇA DE CLÁUSULAS EXORBITANTES  são aquelas que extrapolam o direito


comum, pois permitem ao Estado agir em supremacia. A maioria delas, se previstas em
um contrato privado, seriam consideradas ilegais.

1.3 ESPÉCIES DE CLÁUSULAS EXORBITANTES

1.3.1 EXIGÊNCIA DE GARANTIA  serve para que o Estado possa ser ressarcido de possíveis
prejuízos causados pelo contratado. Poderão ser oferecidas as seguintes modalidades de
garantia:
 Caução em dinheiro ou título da dívida pública
 Seguro garantia
 Fiança bancária (o fiador deve ser um banco)

A exigência de garantia e discricionária.


Se for exigida, deverá constar no edital da licitação.
Caberá ao contratado optar por uma das modalidades de garntia.
A garantia não excederá a 5% do valor do contrato ou até 10% para contratos de
grande vulto (acima de 37,5 milhões de reais).
1.3.2 PODER DE ALTERAÇÃO UNILATERAL DO CONTRATO  por motivo de interesse público
a Administração pode alterar a quantidade ou a qualidade do objeto, nos seguintes
limites:
a) Em regra geral, até 25% para acréscimos ou supressões;
b) No caso de reforma, até 50%, apenas para acréscimo; para supressão de reforma,
será aplicada a regra geral, de até 25%.

Obs1
Por acordo entre as partes será possível reduzir o objeto além dos 25%.

Obs 2
Jamais as cláusulas fnanceiras poderão ser alteradas unilateralmente; só por acordo entre as
partes.

1.3.3 PODER DE APLICAÇÃO DIRETA DE PENALIDADES  desde que seja concedido o direito
de defesa, a administração poderá aplicar as seguintes punições:
 Advertência
 Multa, no valor definido no contrato
 Suspensão para licitar ou contratar por até 2 anos
 Declaração de inidoneidade que impede o punido de licitar ou contratar até que
haja a reparação total dos danos causados.

Obs 1
A pena de multa pode ser cumulada com qualquer outra punição

Obs 2
Segundo o STJ a declaração de inidoneidade em um contrato não vincula os demais ainda
vigentes.

1.3.4 PODER DE RECISÃO UNILATERAL DO CONTRATO  nas hipóteses previstas no art. 78,
incisos I ao XII, XVII e XVIII, a Administração poderá rescindir o contrato, desde que
garanta ao contratado o direito de defesa.
Obs
O contratado, nas hipóteses dos art. 78, incisos XIII ao XVI poderá ir à justiça e pedir a rescisão
do contrato
1.3.5 PODER DE FISCALIZAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA  o
Estado deve fiscalizar a execução do contrato, por meio de um servidor designado para
tal (será o fiscal do contrato).
 O contratado manterá preposto, aceito pelo Estado, no local da execução do
objeto.
 A fiscalização estatal jamais vai excluir ou atenuar a responsabilidade do
contratado.
 A fiscalização é atividade privativa do Estado e por isso nunca poderá ser
delegada a um particular, entretanto, será possível contratar um particular para
prestar informações técnicas necessárias à fiscalização.
 Nos serviços essenciais o Estado pode ocupar os equipamentos e instalações do
contratado com o objetivo de manter a prestação dos serviços

1.3.6 RESTRIÇÕES AO USO DO EXCEPTION NON ADIMPLETI CONTRACTUS (OPOSIÇÃO AO


CONTRATO NÃO CUMPRIDO)  sinifica que o contratado somente pode parar de
trabalhar por falta de pagamento quando o atraso for superior a 90 dias. Se o Estado
atrasar os pagmentos por mais de 90 dias, o contratado poderá opta entre:
 Continur trabalhando
 Ir à justiça e pedir a recisão do contrato
 Suspender o cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a
situação.

Obs
No caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, mesmo que não
haja pagamento, o contratado deve executar todo o contrato.

1.4 EXTINÇÃO DOS CONTRATOS

É o fim do vínculo obrigacional existente entre as partes.

1.4.1 FORMAS DE EXTINÇÃO


A. Cumprimento regular de seu objeto.
B. Recisão unilateral pela administração
C. Recisão judicial a pedido do contratado
D. Recisão bilateral (por acordo entre as partes)
E. Anulação  ocorrerá quando houver ilegalidade, podendo ser declarada tanto pela
administração, quanto pelo judiciário, se provocado. É diferente da recisão e
revogação. Anulação tem que ter ilegalidade. Se o contratado não cumprir
corretamente o contrato a Administração irá rescindir o contrato, e não anulá-lo. E a
revogação só cabe a atos administrativos; ela não cabe para contratos
administrativos.

Obs
Independentemente de quem seja o culpado pela nulidade, o Estado sempre pagará pelo que
tiver sido feito; os outros danos, por ventura sofridos, só serão pagos se o contratado não for o culpado
pela nulidade.

CONTRATOS ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIO


ADMINISTRATIVOS
ANULAÇÃO Pode anular de ofício Pode anular se for
quando houver ilegalidade provocado quando houver
ilegalidade
RESCISÃO Ocorre quando o Ocorre a pedido do
contratado não cumpre as contratado quando o
suas obrigações Estado não cumpre com as
suas obrigações.

1.5 DURAÇÃO DOS CONTRATOS


É vedado contrato administrativo com prazo de vigência indeterminado. Em regra, os
contratos terão duração vinculada à vigência dos respectivos créditos orçamentários, ou seja, 1 ano,
salvo:
a) Aqueles cujos produtos estejam contemplados no plano plurianual.
b) Os contratos de prestação de serviço de forma continuada que podem ser prorrogados
por iguais e sucessivos períodos, até o máximo de 60 meses, podendo ser prorrogado
por mais 12 meses se as condições forem vantajosas.
c) Os contratos de aluguel de equipamentos e programas de informática que podem
durar até 48 meses.
d) Os contratos previstos no art. 24, incisos IX, XIX, XXVIII, XXXI, que podem durar até
120 meses.

Obs
Os prazos de início, de conclusão e de entrega admitem prorrogação nos seguintes casos:
 Alteração do projeto pela administração
 Superveniência de fato imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere
fundamentalmente as condições de execução do contrato.
 Interrupção da execução ou diminuição do ritmo por ordem da administração.
 Aumento das quantidades inicialmente previstas.
 Omissão ou atraso de providências a cargo da administração.
 Impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro, reconhecido pela
administração em documento contemporâneo à sua ocorrência

1.6 RESPONSABILIDADE (art. 71)

O contratado é responsável subjetivamente – precisa provar dolo ou culpa (se for serviço público
será objetiva) por todos os danos que causar a terceiros. Ora, se o contratado cobra pela execução do
objeto, deverá assumir os riscos de sua atividade. Segundo a lei 8.666/93, o contratado é responsável
pelo pagamento de todos os encargos civis, fiscais, previdenciários, trabalhistas e tributários,
decorrentes da execução do contrato

Obs 1
Segundo a própria lei 8.666/93, o Estado é responsável solidariamente pelos encargos
previdenciários (INSS).

Obs 2
Nos contratos de terceirização o Estado poderá responder subsidiariamente pelas verbas
trabalhistas não pagas pela empresa terceirizada, desde que fique provado que não houve fiscalização
por parte do Estado.

Obs 3
Dano pelo só fato da obra  uma empresa contratada pelo Estado está cumprindo uma obra
exatamente de acordo com o projeto, e próximo dali uma casa começa a rachar em consequência da
movimentação da obra. Neste caso o Estado é quem responderia, pois o dano aconteceria pelo só fato
da obra, uma vez que a empresa esta cumprindo adequadamente o projeto proposto.

1.7 INEXECUÇÃO DOS CONTRATOS

Ocorre quando o contratado deixar de executá-lo total ou parcialmente, com ou sem culpa.

1.7.1 FORMAS DE INEXECUÇÃO SEM CULPA

A. Teoria da Imprevisão  são fatos econômicos imprevisíveis ou previsíveis, mas de


conseqüências incalculáveis, capazes de impedir ou onerar substancialmente a
execução do contrato. Ex: desvalorização da moeda.

B. Caso fortuito  evento humano que impede ou retarda a execução do contrato.


Ex: greve

C. Força maior  evento da natureza que impede ou retarda a execução do contrato

D. Interferência imprevista  é um fato que impede ou retarda a execução do


contrato, que já existia quando de sua assinatura, mas que não foi previsto pela
administração. Ex: solo rochoso no túnel do metrô.

E. Fato do príncipe  é uma determinação estatal geral e imprevisível que impede


ou retarda a execução do contrato. Ex: aumento de impostos

F. Fato da administração  é uma ação ou omissão estatal especificamente


relacionada ao contrato capaz de impedir ou retardar a sua execução. Ex: o
Estado não providencia a desapropriação.

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