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É um ramo do Direito Público formado por um conjunto de normas e princípios jurídicos que
disciplinam a atividade administrativa do Estado.
O Direito Administrativo não possui um único código pronto para seguir. Ele é feito por leis
esparsas, que foram feitas em momentos diferentes da história, e por isso podem até mesmo ser
contraditórias.
É um conjunto de normas impostas coercitivamente pelo Estado para disciplinar a vida em
sociedade, restringindo a liberdade individual, porém, garantindo o bem estar coletivo.
O Direito Adm mantém o equilíbrio nas relações humanas para que a sociedade se conserve e
não pereça.
Atividade do Estado que interessa para o Direito Adm atividade administrativa (todos os
poderes exercem a atividade adm, desta forma o Direito Adm aplica-se a todos os Poderes).
Obs
O Direito Adm aplica-se a todos os Poderes, desde que no exercício da função
administrativa (com predominância do Poder Executivo).
Personalidade aptidão para adquirir direitos e contrair obrigações.
O Estado possui personalidade própria.
Pessoa Jurídica surge por:
Lei
Registro de contrato social
Tratado
Obs
Quando o Presidente da República edita uma MP ele não está sob o Direito
Adm, mas sim sob Direito Constitucional, pois está legislando. Já quando ele
editar um decreto ele estará administrando, e será regido pelo Direito
Administrativo.
A partir de 2001 foi editada uma Emenda Constitucional que dizia que todas as MP editadas até
a data da publicação desta teriam validade por tempo indeterminado. São as MPs Permanentes
(eternas).
Uma Emenda Constitucional não possui sanção do Presidente; ela é promulgada pelo Congresso
Nacional.
Uma característica marcante do Direito Público é a desigualdade nas relações jurídicas por ele
regidas, tendo em conta a prevalência do interesse público sobre os interesses privados. (prerrogativas
do Estado). Ele regula interesses da sociedade como um todo.
O Direito Privado regula interesses de particulares e por isso possui a igualdade jurídica.
Direito Administrativo
1 – LEI
Principal fonte do Dir. Adm em face do princípio da Legalidade (art. 37 da CF/88), que
determina que o agente público somente pode atuar quando expressamente previsto em lei (em sentido
amplo).
CF/88 – Art. 37
A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
Obs
Não confundir com o princípio da legalidade previsto no artigo 5º, inciso II da
CF/88, que diz que os particulares podem fazer tudo, exceto o que for proibido
pela lei.
2 – JURISPRUDÊNCIA
É fonte secundária do Direito Adm. É o conjunto de decisões judiciais ou adm reiteradas em um
mesmo sentido. É o entendimento dos tribunais. A Súmula é o resumo da jurisprudência. Só pode ser
usada a Jurisprudência nacional.
Obs
PRINCIPAIS SÚMULAS VINCULANTES
SÚMULA VINCULANTE Nº 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma
3 ou
– DOUTRINA
pensão.
Fonte secundária do Direito Adm. É o conjunto de teses e pensamentos jurídicos dos estudiosos
do Direito Adm.
SÚMULA VINCULANTE Nº 5
Influencia não
A falta desó a elaboração
defesa de novas
técnica por leis,no
advogado como Tb o julgamento
Processo das lides
Administrativo de cunho adm.
Disciplinar
A Doutrina
não ofendeé auniversal,
CF. ou seja, pode usar doutrinadores estrangeiros como fonte do Direito
Adm.
SÚMULA VINCULANTE Nº 13
4 – COSTUMES
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou
Surgem da ausência de legislação. Estão em desuso em face do princípio da legalidade. Só são
úteis para situações em que não exista norma jurídica estabelecida (lei), pois se já tiver lei prevalece o
princípio da legalidade.
Os costumes sociais, regras não escritas, porém observadas de modo uniforme pelo grupo social,
só tem importância quando de alguma forma influenciam a produção legislativa ou a jurisprudência,
funcionando como fonte indireta.
Já os costumes administrativos, que são as práticas reiteradas observadas pelos agentes adm,
funciona efetivamente como fonte secundária na ausência de regras escritas.
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
São os meios utilizados pelo Estado para o controle da própria atividade administrativa; para
controle dos atos ilegais ou ilegítimos praticados pelo Poder Público. Existem 2 Sistemas:
a) SISTEMA FRANCÊS
Nesse Sistema o Poder Judiciário não pode apreciar as questões administrativas, que só
poderão ser apreciadas por um Tribunal Administrativo.
Também conhecido como Sistema de Jurisdição Dupla ou CONTECIOSO
ADMINISTRATIVO (os atos da Adm. Pública ficam sujeitos à jurisdição especial do contencioso adm.).
b) SISTEMA INGLÊS
Nesse Sistema o Poder Judiciário pode analisar todas as questões, inclusive as
administrativas.
Também conhecido como Sistema de Jurisdição Una (é o Judiciário quem dá a última
palavra em tudo). Diz-se que somente o Poder Judiciário possui a jurisdição.
O Brasil adota esse Sistema.
Esse Sistema não impede a realização do controle de legalidade dos atos administrativos pela
própria Adm. Pública que os tenha editado.
Por força deste dispositivo “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito”.
Obs
O Brasil adota o Sistema Inglês, ou seja, todas as questões podem ser
apreciadas pelo Poder Judiciário. Em nosso país existem Tribunais Adm (como
o TCU e o CAD – Conselho Administrativo de Defesa Econômica); a diferença é
que as decisões desses tribunais podem ser contestadas judicialmente, pois é o
Poder Judiciário quem sempre vai dar a última palavra (as decisões dos órgãos
adm não são dotadas de força de definitividade). O interessado pode recorrer à
justiça antes, concomitantemente ou depois da esfera adm, salvo em relação ao
Habeas Data e à Justiça Desportiva (Tribunal de Justiça Desportiva, art. 217, §
1º da CF/88), quando o interessado precisa passar pela esfera adm antes de
recorrer à justiça, porém a resposta (decisão) final será sempre da Justiça. A
inércia da Justiça Desportiva por mais de 60 dias permite o indivíduo de
recorrer à justiça comum.
Embora a decisão administrativa não assuma caráter de definitividade para
o particular, que sempre pode rediscutir a matéria em juízo, para a Adm.
Pública a decisão administrativa proferida ao término do processo adm será
definitiva quando for favorável ao particular. Em outras palavras, a Adm não
pode recorrer ao Poder Judiciário contra uma decisão adm que ela mesma haja
proferido no exercício de seu poder-dever de autotutela.
O Brasil não adota o Contencioso Administrativo em nenhuma hipótese.
É um conjunto de normas que disciplina a atuação da Adm. Pública, permitindo ao Estado agir
em supremacia. Toda vez que o Estado estiver agindo em supremacia, ele estará regido pelo Regime
Jurídico-Administrativo. Segundo a Doutrina, os dois princípios que norteiam o Regime Jurídico-
Administrativo são: (princípios basilares do Direito Adm):
1 – Supremacia do Interesse Público
2 – Indisponibilidade dos bens e interesses públicos. (os bens e interesses públicos pertencem
à coletividade, logo o agente público não pode dispor deles). Esse segundo princípio é aquele que
estabelece os limites do Estado.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
É um instrumental de que o Governo dispõe para por em prática suas principais decisões.
Não há na Doutrina um consenso sobre o conceito de Adm Pública.
Porém há 2 sentidos:
a) FOMENTO
Incentivo à iniciativa privada de Interesse Público. Será implementado por meio de renúncia
fiscal, financiamento com juros subsidiados, subvenções (auxílios financeiros), etc.
O Governo é quem determina o que será considerado de Interesse Público para ser
incentivado (é muito subjetivo).
Esse fomento é aquele que pode gerar a guerra fiscal, em que cada Estado oferece menores
impostos para atrair empresas.
Ex. redução de IPI para veículos novos.
b) POLÍCIA ADMINISTRATIVA
É o chamado Poder de Polícia, que significa a prerrogativa do Estado de limitar o exercício
dos Direitos Individuais em benefício da coletividade. Será exercido pelo Detran, IBAMA, ANVISA,
Procon, Inmetro, etc.
Não há atividade livre do Poder de Polícia.
São as ordens, notificações, licenças, autorizações, fiscalização, sanções, etc.
c) SERVIÇOS PÚBLICOS
Atividade material prestada direta ou indiretamente pelo Estado à sociedade para satisfazer
interesse coletivo (necessidade pública). Representam utilidades ou comodidades para a população em
geral, oferecidas pela adm pública formal ou por particulares delegatários sob regime jurídico de direito
público.
Ex. água, luz, telefone, etc.
Obs
No Brasil a lei determina quais atividades serão consideradas Serviços
Públicos, independente de sua importância para a sociedade.
Ex. Loteria.
d) INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA
Possui 2 sentidos:
É a prerrogativa conferida ao Estado para explorar atividades econômicas por meio das
Empresas Estatais (Empresas Públicas ou Sociedade de Economia Mista). (alguns
autores não consideram essa atividade como intervenção)
O Estado somente pode explorar atividades econômicas se houver interesse
público ou segurança nacional. As empresas estatais que exploram atividades
econômicas devem ter o mesmo tratamento que as demais empresas privadas, nos
termos do art. 173 da CF/88.
Obs BASE CONSTITUCIONAL DAS EMPRESAS ESTATAIS
Obs
Alguns autores ainda consideram como atividade de intervenção a
intervenção na propriedade privada, como a desapropriação e o tombamento.
Obs
Para alguns autores, as sociedades de economia mista que exercem atividade
econômica em sentido estrito, como o BB e a Petrobrás, não são consideradas
adm. Pública em sentido material, enquanto as delegatárias de serviço público,
como as concessionárias e as delegatárias, são consideradas adm pública em
sentido material.
Obs
Qualquer particular pode explorar atividades econômicas.
A finalidade dessa exploração é a obtenção de lucro.
Uma Empresa Estatal também pode explorar atividades econômicas, porem
a sua finalidade não será a obtenção de lucro, mas sim o INTERESSE PÚBLICO
ou a SEGURANÇA NACIONAL. Isso não quer dizer que a Empresa Estatal não
possa obter lucro, esse lucro apenas não pode ser sua finalidade principal.
Mesmo assim as Empresas Estatais deverão ter o mesmo tratamento das
empresas particulares nos termos do art. 173 da CF/88 (direitos e obrigações
civis, comerciais, trabalhistas e tributários). Quando o Estado explora atividades
econômicas ele não pode agir em supremacia, deverá agir em igualdade.
Em regra o Estado não pode explorar atividades econômicas. Estas devem
ser exploradas pelo particular. Porém em casos de Interesse Público ou
Segurança Nacional o Estado pode explorar atividades econômicas por meio das
Empresas Estatais.
São elas:
União
Estados
DF
Municípios
Os Órgãos não possuem personalidade jurídica própria; eles agem em nome das entidades. As
Entidades dividem-se em órgãos e agem por meio desses órgãos.
Se a PF faz algo de errado, o cidadão entrará na justiça contra a União, pois a PF é um Órgão
que age em nome da União.
Obs
Quando a Entidade Política administrar por meio de seus Órgãos teremos a
chamada ADMINISTRAÇÃO DIRETA
2 – ENTIDADES ADMINISTRATIVAS
Não podem legislar, apenas administrar. Não possuem autonomia política. Exercem
competências de mera execução das leis editadas pelas Pessoas Políticas.
Possuem Personalidade Jurídica.
Compõem a Adm Indireta.
São instituídas pelas Entidades Políticas para o desempenho de atividades administrativas.
Sua principal característica é possuir Personalidade Jurídica própria, ou seja, atuam em seu
próprio nome e por sua conta e risco.
São elas:
Autarquias
Fundações Públicas
Empresas Públicas
Sociedades de economia mista
Consórcios Públicos
Obs
Quando a atividade for desempenhada por uma Entidade Administrativa
teremos a chamada ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.
Existem Órgãos na Adm. Indireta. Como exemplo temos o CESPE, que é um
Órgão da FUB, que é uma Fundação Pública e é quem tem a personalidade
jurídica.
Embora as entidades adm não tenham autonomia política, possuem
autonomia administrativa. Capacidade de auto-administração, significa dizer que
não são hierarquicamente subordinadas à pessoa política instituidora e tem
capacidade para editar regimentos internos dispondo acerca de sua organização
e funcionamento, gestão de pessoas, gestão financeira, gestão de seus serviços,
sempre nos termos e limites estabelecidos na lei que as criou ou autorizou.
Essas entidades são vinculadas (sem hierarquia) à pessoa política instituidora,
que exerce sobre elas controle adm denominado de TUTELA ou SUPERVISÃO,
exercido nos termos da lei, voltado essencialmente à verificação do atingimento
de resultados, tendo em conta as finalidades para cuja consecução a entidades
adm foi criada.
IMPORTANTE
Os Órgãos estão presentes tanto na Adm. Direta, quanto na Indireta.
Assim a ESAF, que é um Órgão subordinado ao Ministério da Fazenda, integra a
estrutura jurídica da União, fazendo parte da Adm. Direta; já o CESPE é Órgão
que integra a estrutura da FUB e por isso representa a Adm. Indireta.
IMPORTANTE
Somente por lei específica será criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, sociedade de economia mista e fundação, cabendo a lei
complementar, no caso da fundação, definir as suas áreas de atuação. As PJ de
direito privado, mesmo as integrantes da Adm Pública, só adquirem
personalidade jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos no registro
público competente.
As Fundações Públicas podem ser criadas com personalidade jurídica de
direito privado ou público. Quando criadas com personalidade jurídica de direito
privado a lei específica autorizará sua criação. Quando criadas com
personalidade jurídica de direito público, a lei específica a criará diretamente.
Neste último caso elas serão uma espécie de autarquia, Tb chamadas de
AUTARQUIAS FUNDACIONAIS ou FUNDAÇÕES AUTÁRQUICAS.
Da mesma forma, somente lei específica poderá extinguir aquela entidade
que foi criada por lei, ou a lei autorizará a extinção da entidade cuja criação foi
autorizada por lei.
A iniciativa das leis específicas que criam/autorizam criação ou
extinguem/autorizam extinção cabem ao Poder ao qual está vinculada a
Entidade.
3 – CENTRALIZAÇÃO
Ocorre quando a Entidade Política presta os serviços diretamente, por meio de seus Órgãos;
equivale a Adm. Direta.
Entidade Política administrando por meio de seus Órgãos
União segurança nos estados PRF
DF Saúde Secretaria de Saúde
4 – DESCENTRALIZAÇÃO
Ocorre quando a Entidade Política transfere para outra pessoa parte de suas atribuições;
pressupões a existência de 2 pessoas distintas: o Ente descentralizador (quem transfere) e a pessoa que
recebeu a atribuição; entre elas não há subordinação, mas apenas VINCULAÇÃO. A primeira exerce
sobre a segunda o chamado CONTROLE FINALÍSTICO ou TUTELA ADMINISTRATIVA ou
SUPERVISÃO (de desempenho).
Transfere Transfere
Pessoa Entidade Política Pessoa
VINCULAÇÃO
Controle Finalístico
4.1 – Formas de Descentralização
A descentralização pode ser implementada de 2 formas distintas:
a) Outorga
Estado cria uma Entidade (Pessoa Jurídica) e a ela transfere determinado Serviço Público. A
outorga pressupõe a edição de uma LEI que institua a Entidade, ou autorize a sua criação, e
normalmente seu prazo é indeterminado. Nestes casos ocorre a criação das Entidades da Administração
Indireta.
Transfere
Entidade Política Entidade Administrativa
Adm Direta Por meio de lei Adm indireta
b) Delegação
Estado transfere, por contrato (concessão ou permissão de serviços públicos) ou ato unilateral
(autorização de serviços públicos), unicamente a execução do serviço, para que a pessoa delegada o
preste à população, em seu próprio nome, e por sua conta e risco, sob fiscalização do Estado.
A delegação por contrato é sempre por prazo determinado. Na delegação por ato adm
(autorização de serviços públicos), como regra, não há prazo determinado em razão da precariedade
típica da autorização (possibilidade de revogação a qualquer tempo, sem indenização).
A concessão só é possível para Pessoas Jurídicas, ao passo que a permissão e a autorização
podem ser concedidas tanto a pessoas físicas quanto pessoas jurídicas.
Transfere
Entidade Política Particular
Por meio de ato ou contrato
Formas de Delegação
Concessão
Permissão
Autorização
Obs
Nem toda descentralização faz surgir a Adm. Indireta, a não ser quando for
implementada por outorga.
Pelo fato de a outorga transferir a titularidade do serviço e a delegação a sua
mera execução, os controles exercidos no caso de delegação são muito mais
limitadores, e os poderes de fiscalização são muito mais abrangentes.
5 – DESCONCENTRAÇÃO
Criar Órgãos
6 – CONCENTRAÇÃO
Extinguir Órgãos
Técnica administrativa que promove a extinção de Órgãos
Públicos, reunindo em um número menor de unidades as
A B
respectivas competências.
Obs
Tanto a Concentração, quanto a Desconcentração podem ser utilizadas
na Adm. Direta e Indireta; ou seja, um serviço pode ser prestado
centralizadamente mediante desconcentração, se for por órgão da adm direta,
ou pode ser prestado descentralizadamente mediante desconcentração se for
por uma unidade integrante da estrutura de uma mesma PJ da Adm Indireta.
7 – ADMINISTRAÇÃO DIRETA
É o conjunto de órgãos e agentes públicos que integram uma mesma Entidade Política do
Estado (União, Estados, DF e Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de
forma centralizada, de atividades administrativas.
8 – ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
1. União 5. Autarquias
2. Estados 6. Fundações Públicas
3. DF 7. Empresas Públicas
4. Municípios 8. Sociedades de economia mista
9. Consórcios Públicos
10 – EMPRESAS ESTATAIS
11 – SETORES DA SOCIEDADE
1° Setor Estado (Público)
2° Setor Iniciativa Privada com fins lucrativos (Privado)
3° Setor Iniciativa Privada sem fins lucrativos (Social)
4º Setor Economia informal
5º Setor Excluídos
DELEGATÁRIOS
- Concessionários
2° SETOR PRIVADO - Permissionários
(Iniciativa privada com - Autorizatários
fins lucrativos)
GRUPO 4 PARAESTATAIS
- Serviços Sociais Autônomos
3° SETOR SOCIAL - Organizações Sociais
(Iniciativa privada - Organizações da sociedade
sem fins lucrativos) civil de interesse público
ENTIDADES PARAESTATAIS
Ao lado das Entidades Políticas e das Entidades Administrativas (da Estrutura da Administração
Pública Brasileira) encontram-se as Entidades Paraestatais, que não fazem parte da organização
administrativa brasileira (não integram a Adm. Pública em sentido formal).
As paraestatais tem a função de complementar as atividades que são de responsabilidade do
Estado. Mas o Estado não pode deixar de atuar.
Essas entidades são PJ privadas que, sem integrarem a estrutura da administração pública
brasileira (Direta ou Indireta), colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse
público, de natureza não lucrativa, às quais o Poder Público dispensa especial proteção (são
atividades não exclusivas do Estado). Recebem fomento do Poder Público.
Integram o chamado TERCEIRO SETOR, que pode ser definido como aquele composto por
entidades privadas da sociedade civil, que prestam atividade de interesse social, por iniciativa privada,
mas sem fins lucrativos.
Compreendem 3 tipos de entidades:
Essas Entidades não fazem parte do Estado. Elas não compõem nem a Administração Direta e
nem a Indireta.
O fato de as entidades paraestatais não terem como finalidade a obtenção de lucro, não quer
dizer que elas não podem obter lucros, mas sim que esses lucros devem ser investidos na própria
paraestatal, e não divididos entre seus funcionários.
ESPÉCIES DE PARAESTATAIS
São Entes privados instituídos por lei para desempenho de atividades assistenciais a
determinadas categorias profissionais. Geralmente criados por entidades privadas representativas de
categorias econômicas (Confederação Nacional do Comércio, da Indústria, etc).
A aquisição de sua personalidade jurídica ocorre quando a entidade privada instituidora
inscreve os respectivos atos constitutivos no registro civil das pessoas jurídicas.
São mantidos primordialmente mediante contribuições pagas pelas empresas sobre a folha de
pagamento (fala em contribuição mas é obrigatória – contribuições sociais de natureza tributária), bem
como mediante dotações orçamentárias do Poder Público. Quem arrecada e repassa essa verba para a
SSA é a União.
Não precisam de concurso público, mas apenas de um processo seletivo simplificado.
Seus empregados serão regidos pela CLT, sendo considerados empregados privados.
Devem prestar contas ao TCU.
Segundo o TCU os SSA não estão sujeitos aos estritos termos da Lei 8666/93, pois podem
elaborar suas próprias normas de contratação, desde que sigam os princípios das licitações: legalidade,
impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao
instrumento convocatório e julgamento objetivo.
Em resumo: o SSA sempre deve seguir os princípios das licitações, seja adotando a Lei 8666/93,
seja por meio de normas próprias.
Os SSA têm por objeto uma atividade social, não lucrativa, usualmente direcionada ao
aprendizado profissionalizante, à prestação de serviços assistenciais ou de utilidade pública, tendo
como beneficiários determinados grupos sociais ou profissionais.
Estão sujeito à Lei de Improbidade adm.
Ex: SESC, SESI, SENAC, SENAI, SEBRAE (“Sistema S”)
Obs
A principal diferença entre um Empregado Público e um Empregado Privado
é o fato de o Empregado Público não poder acumular 2 cargos públicos. Já o
Empregado Particular pode acumular 2 cargos privados e até 1 cargo privado
com 1 público.
São Entes privados, instituídos pela vontade dos particulares, sem fins lucrativos, que recebem
uma qualificação de OS pelo Poder Público quando firmam o CONTRATO DE GESTÃO.
A OS é uma qualificação jurídica, um título, dada a uma PJ de direito privado sem fins
lucrativos, para que ela possa receber determinados benefícios do Poder Público, como dotações
orçamentárias, isenções fiscais, etc, para a realização de atividades de interesse coletivo. Nenhuma
entidade nasce como OS. A Entidade é criada como associação ou fundação e, habilitando-se perante o
Poder Público, recebe a qualificação de OS. Trata-se de um título jurídico outorgado e cancelado pelo
Poder Público.
A OS é regulamentada pela Lei 9.637/98.
A OS só pode exercer atividades de:
Ensino
Saúde
Cultura
Meio ambiente
Pesquisa científica
Desenvolvimento tecnológico
(IMPORTANTE não pode aturar em assistência social).
Para se qualificar como uma OS a Entidade deve possuir um CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
com participação de diretores indicados pelo Poder Público. (Significa que a OS vai ter uma ingerência
do Estado)
O CONTRATO DE GESTÃO além de estipular as metas e definir recursos, vai estabelecer os
limites e critérios para a remuneração de pessoal (tanto os diretores, quanto os demais funcionários).
Tb vai determinar as obrigações do Poder Público e da OS e critérios objetivos de avaliação de
desempenho.
As Entidades qualificadas como OS são declaradas como de Interesse Social e Utilidade Pública
para todos os efeitos legais.
É facultado ao Poder Executivo a cessão especial de servidores para a OS, com ônus para a
origem (quem cedeu). Tb pode destinar recursos orçamentários e bens públicos com dispensa de
licitação (licitação dispensada)
O não cumprimento das metas levará à desqualificação da OS, mediante processo
administrativo com ampla defesa, respondendo os dirigentes, individual o solidariamente, pelos danos
ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.
Segundo a Lei de Licitações o Poder Público pode contratar uma OS sem licitação para
desempenho das atividades contempladas no Contrato de Gestão (licitação dispensável).
A OS que receberem verbas da União, por determinação de Decreto do Presidente da República,
deverão seguir a Lei de Licitações. Se receber verbas de outra Entidade Política, como DF ou Estados,
não precisa fazer licitação. Mas se a obrigação de fazer licitação estiver contida no Contrato de Gestão,
será obrigatória.
As OS são um exemplo de parceria Estado-Sociedade, onde a OS exerce atividade em seu
próprio nome, com incentivo do Estado, manifestado na transferência de recursos público, permissão
de uso de bens públicos, etc.
Não precisa de concurso público (pode até fazer, mas não é obrigada).
Seus empregados serão regidos pela CLT.
Devem prestar contas ao respectivo Tribunal de Contas (TCU ou Estatal de acordo com a
Entidade Política daquela ela receber recursos).
A Lei da OS instituiu o Plano Nacional de Publicização, que tem por objetivo promover a extinção
de Órgãos e Entidades Administrativas, transformando-as em OS.
Segundo a Lei, o Poder Público pode promover a extinção de órgãos ou Entidades
transformando-as em OS.
Ex de OC: Instituto Candango de Solidariedade
Fixa metas
Define recursos
Não Confundir:
CONTRATANDO
Poder Público OS não precisa seguir a Lei de Licitação
CONTRATANDO
OS Terceiros precisa seguir a Lei de Licitação se receber verbas da União
São Entes privados, sem fins lucrativos, instituídos pela vontade dos particulares, para
desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado, que recebem uma qualificação jurídica do
Poder Público, quando firmam o TERMO DE PARCERIA. Objetivo é receber incentivo do Poder Público.
Ao mesmo tempo passam a ser fiscalizadas por ele.
A OSCIP é regulada pela Lei 9790/99
Uma entidade sem fins lucrativos, segundo a Lei 9790/99 é aquela que não distribui, entre os
sues sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes
operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio,
auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do
respectivo objetivo social.
No Termo de Parceria deverão estar previstos os direitos e as obrigações dos pactuantes, as
metas a serem alcançadas, os prazos de execução, critérios para avaliação de desempenho, previsão de
receitas e despensas, dentre outros.
Não são passíveis de qualificação como OSCIP:
Sociedades comerciais
Sindicatos
Associações de classe ou de representação de categoria profissional
Instituições religiosas
Partido político
Plano de saúde
Hospital não gratuito
Escola não gratuita
OS
Cooperativas
Fundações públicas ou privadas mantidas por Órgãos Públicos e Organizações
Creditícias
Organizações creditícias
Entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo
restrito de sócios.
Fixa metas
Define recursos
A OSCIP é regulada pela Lei 9790/99.
Pode atuar nas seguintes áreas: assistência social, cultura, patrimônio histórico e artístico,
educação, saúde, segurança alimentar e nutricional, meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável, promoção do voluntariado, sistemas alternativos de produção, assessoria jurídica gratuita,
promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
universais, promoção do desenvolvimento econômico e social, combate à pobreza, .
Não precisa de concurso público.
Seus empregados serão regidos pela CLT.
Devem prestar contas diretamente ao Ministério com quem assinou o Termo de Parceria. Dessa
forma não precisa prestar contas diretamente ao TCU. Isso não quer dizer que esteja imune à
fiscalização do TCU, pois a qualquer momento pode sofrer o procedimento de Tomada de Contas
Especial.
Estão sujeitas a fiscalização do respectivo Tribunal de Contas.
Aquelas que recebem verbas da União ou de outra Entidade Política (como o DF) devem seguir a
Lei de Licitações.
O não cumprimento das metas levará à desqualificação da OSCIP, mediante processo
administrativo com ampla defesa
A Lei exige que as OSCIP possuam um Conselho Fiscal, mas não exigem a presença de
representantes do Poder Público em algum órgão da Entidade.
Obs
Alguns autores ainda consideram como integrantes das Paraestatais as
Entidades de Apoio.
São PJ de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores
públicos mas em nome próprio, sob a forma de Fundação, Associação ou
Cooperativa. Sua finalidade é a prestação, em caráter privado, de serviços
sociais não exclusivos do Estado.
Instituições Federais de Ensino Superior e Pesquisa Científica poderão
contratar as Entidade de Apoio sem licitação (Licitação Dispensável)
IMPORTANTE
Toda ONG integra o Terceiro Setor, mas nem toda ONG pode ser considerada Paraestatal,
salvo se qualificar como OS ou OSCIP.
O Estado pode repassar dinheiro (destinar recursos) a qualquer pessoa privada sem fins
lucrativos que cumpra determinados requisitos.
É toda e qualquer pessoa, com ou sem vínculo, com ou sem remuneração, transitoriamente ou
não, que exerce uma atividade do Estado. Pode ser por nomeação, designação, contratação ou
qualquer forma de investidura ou vínculo, e o indivíduo poderá ocupar/exercer mandato, cargo,
emprego ou função pública.
Esse Agente manifesta uma vontade que é imputada ao próprio Estado.
Agente Público é um gênero que possui 5 espécies:
1 Agente Político é aquela pessoa que exerce uma atividade prevista diretamente na
CF/88 com autonomia funcional. Não se submete às normas gerais aplicáveis aos
servidores públicos (Lei 8112/90). Eles possuem norma própria. São aqueles que tomam as
principais decisões. São os ocupantes do Governo em primeiro escalão. São eles:
Presidente/Vice; Governador/Vice; Prefeito/Vice; Senador; Deputado Federal, Estadual ou
Distrital; Vereador; Ministro de Estado; Secretário de Governo; Membros da Magistratura
(Juiz, Desembargador e Ministros de Tribunal); Embaixadores; Advogado da União; Membros
do MP (promotor, procurador); Membros dos Tribunais de Contas, etc.
3 Agente Delegado é aquela pessoa a quem o Estado delega o exercício de uma atividade
para ser realizada em nome do particular e por sua conta e risco. Ex: oficial de cartório,
permissionários, juiz de paz, etc.
5 Agente Administrativo é aquele que possui um vínculo funcional com o Estado, com a
Administração Pública. É subdividido em 3 categorias:
Obs
Para ser Servidor Público não necessariamente precisa de concurso
público, pois pode ser por cargo comissionado.
b) Empregado Público é a pessoa que ocupa um emprego público, possuindo vínculo
contratual (CLT). É um contrato por tempo indeterminado.
Obs
Diferença básica entre Servidor e Empregado está no tipo de vínculo
que ele possui com a Adm.
Obs
Apenas o ocupante de cargo efetivo pode adquirir a estabilidade
constitucional. Dessa forma, o Empregado Público, mesmo que
admitido por concurso público, pode ser demitido sem justa causa.
Na prática a maioria das entidades que adotam a CLT, por pressões
dos sindicatos, possuem, nos acordos coletivos, cláusulas que
conferem uma certa estabilidade para os seus empregados públicos.
c) Servidor Temporário não ocupa cargo, nem emprego público, pois apenas exerce uma
função de excepcional interesse público. Não é obrigatória a realização de concurso público.
IMPORTANTE
Em 1988 a CFF instituiu o denominado Regime Jurídico Único para
cada Ente Político, ou seja, a União, cada Estado, o DF e cada Município
deveriam estabelecer um único regime para todos os seus servidores, para
todos os agentes da Adm Direta, Autarquias e Fundações Públicas. Em 1990 a
Lei 8112 passou a ser o Regime Jurídico Único da União, suas autarquias e
Fundações Públicas. Entretando a EC nº 19/98 extinguiu o Regime Jurídico
Único. A partir de então o Poder Público poderia optar entre o vínculo
estatutário e celetista. Porém o STF em 02/08/2007 declarou inconstotucional
parte da EC 19/98 voltando a vigorar no Brasil o Regime Jurídico Único.
Assim, atualmente a União suas Autarquias e Fundações Públicas só podem
admitir servidores públicos. Dessa forma atualemnte o Regime de Pessoal da
União, suas Aautarquias e Fundações Públicas será:
Adm Direta Direito Público 8112/90
Autarquias Direito Público 8112/90
Fundações Públicas Direito Público 8112/90
Direito Privado CLT
Empresas Públicas Direito Privado CLT
Sociedade de Economia Mista Direito Privado CLT
Consórcio Público Direito Público 8112/90
Direito Privado CLT
Obs
Nem todos os Agentes Públicos possuem uma classificação específica, como
por exemplo, os militares, estagiários e terceirizados (são agentes públicos, mas
não possuem classificação).
Considerando que o estado é uma pessoa jurídica, ele sempre atua por meio de seus agentes
públicos (que são pessoas físicas). Existem três teorias que explicam a relação do Estado com seus
agentes, quais sejam:
2. TEORIA DA REPRESENTAÇÃO
O agente público, pela teoria da representação, seria equiparado ao representante de pessoas
incapazes (incapacidade civil, como a do menor de idade)
O agente seria uma espécie de TUTOR ou CURADOR do Estado, que o representaria nos atos
que necessitasse praticar.
Principais críticas á essa teoria:
Equiparar a pessoa jurídica ao incapaz
Implicar a idéia de que o Estado confere representantes a si mesmo
Quando o representante ultrapassasse os poderes de representação, o Estado não
responderia por esses atos perante terceiros prejudicados.
ÓRGÃOS PÚBLICOS
São centros de competência despersonalizados cuja atuação é imputada à pessoa que integram.
Podem ser criados tanto na estrutura da Administração Direta, quanto na Indireta.
Ex: Presidência da República, Câmara, Senado, Tribunais, MP, Ministérios, Secretarias de
Estado, PF, Receita Federal, TCU, Abin, etc. O CESPE integra a FUB (Adm indireta)
Obs 1
O Ministério Público é um órgão que possui capacidade processual ativa, podendo
ajuizar as ações previstas no art. 129 da CF/88. Não é qualquer ação que o MP pode
propor, somente as do art. 129. O MP não possui capacidade passiva – não pode entrar
contra ele, mas ele pode entrar contra a pessoa.
Obs 2
Em regra o Órgão não pode ir à justiça, pois não possui personalidade jurídica própria.
Entretanto, o STF entende que certos Órgãos (independentes ou autônomos) podem
ajuizar ações judiciais na defesa de sua competência, quando violada por outra pessoa. É
possível, inclusive, impetrar mandado de segurança quando for violado direito líquido e
certo. A possibilidade do Órgão ir à justiça é denominada “capacidade processual
excepcional”
2. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS
c) SUPERIOR possui poder de decisão e direção, mas sem autonomia financeira. Ex:
PF e Receita Federal.
ENTIDADES ADMINISTRATIVAS
São aquelas instituídas pelos Entes Políticos, para o desempenho de atividades administrativas.
Sua principal característica é possuir personalidade jurídica própria (atua em seu próprio nome e por
sua conta e risco).
1. CRIAÇÃO
a) As autarquias são criadas por lei específica (é uma lei ordinária que só trata de
determinado assunto), de iniciativa privativa do Chefe do Executivo. Ser criada por lei
específica significa que a autarquia adquire personalidade jurídica própria no dia em que
a lei entrar em vigor, sem necessidade de registro.
Art. 37. XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista
e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as
áreas de sua atuação;
Obs 1
As Entidades Administrativas podem ser instituídas pela União, Estados, DF e
Municípios.
Obs 2
A extinção ou modificação das Entidades Administrativas também deve ser precedida de
lei específica, de iniciativa privativa do Chefe do Executivo.
Obs 3
É possível a instituição de Entidades Administrativas vinculadas aos Poderes Legislativo
ou Judiciário. Nesse caso, a iniciativa da lei específica será do Chefe do respectivo Poder.
Atualmente não há nenhuma Entidade Administrativa vinculada ao Legislativo ou
Judiciário.
PARA A PROVA
Segundo a CF/88, uma Lei Complementar que vai definir as áreas de atuação de todas
as Fundações Públicas. Essa lei ainda não existe. Para cada nova Fundação Pública deve
ser editada uma lei específica autorizativa (lei que só trata daquele assunto).
Obs 4
Segundo a CF/88 a Empresa Pública e a Sociedade de Economia Mista serão
instituídas mediante autorização em lei específica; já a instituição de subsidiárias será
feita por meio de autorização legislativa (precisa ser por lei, mas não específica).
Obs 5
Segundo o STF, é constitucional lei específica que autoriza a instituição de Empresas
Públicas ou Sociedades de Economia Mista e, desde já, deixa autorizado a instituição de
subsidiárias.
2. CARACTERÍSICAS COMUNS
Possuem personalidade jurídica própria.
Surgem da descentralização (por outorga).
Integram a Administração Indireta
Não são subordinadas, mas apenas vinculadas aos Entes Políticos.
Sofrem o chamado Controle Finalístico1.
Possuem patrimônio próprio.
Possuem capacidade processual (estar em juízo).
Devem fazer concurso e licitação.
Devem prestar contas ao respectivo Tribunal de Contas.
Podem editar atos de caráter normativo.
Não podem legislar.
Seus agentes estão sujeitos à Lei de Improbidade Administrativa.
Exercem atividades administrativas.
Obs 1
As Entidades Administrativas não são subordinadas ao ente federativo que as criou, ou
seja, não há hierarquia. A relação entre uma entidade administrativa e a administração
direta da pessoa política instituidora é de vinculação administrativa. A entidade política
exercerá, sobre a entidade administrativa, o chamado controle finalístico, tutela
administrativa ou supervisão.
Tendo em conta a inexistência de hierarquia, o exercício do controle finalístico
pressupõe a expressa previsão legal, que determinará os limites e instrumentos de
controle.
Pode-se afirmar que o controle finalístico visa a assegurar que a entidade controlada
esteja atuando em conformidade com os fins que a lei instituidora lhe impôs. É um
controle que deve se concentrar, essencialmente, na verificação do atingimento de
resultados, pertinentes ao objeto da entidade.
IMPORTANTE
Legislar significa editar lei em sentido estrito; tal lei pode inovar a ordem jurídica,
criando obrigações que não existiam; apenas os Entes Políticos podem legislar.
Corresponde à Lei em sentido estrito (aprovada pelo legislativo e sancionada pelo
executivo)
Os atos de caráter normativo apenas complementam/regulamentam uma lei, não
podendo jamais inovar a ordem jurídica, nem criar obrigações não previstas em lei. Assim
a lei é o limite do ato normativo.
Obs do IMPORTANTE
O único ato de caráter normativo que pode inovar a ordem jurídica é o decreto
autônomo do Presidente da República, previsto no art. 84, VI da CF/88.
3.1 AUTARQUIAS
São Entidades Administrativas autônomas, criadas por lei específica, de iniciativa privativa do
Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador ou prefeito), com personalidade jurídica de direito
público, para o desempenho de atividades típicas do Estado. Integram a administração pública
indireta, representando uma forma de descentralização administrativa.
A extinção de autarquias Tb deve ser feita por meio de lei específica.
As Autarquias não podem legislar e nem explorar atividades econômicas (quem explora
atividades econômicas são as Empresas Públicas e as Sociedades de Economia mista).
3.1.5 Patrimônio
As Autarquias possuem patrimônio próprio e seus bens são considerados públicos. Os bens
públicos das autarquias possuem as seguintes características:
Inalienabilidade não podem ser vendidos enquanto estiverem vinculados a uma
finalidade pública.
Obs
Os privilégios processuais concedidos às Autarquias não violam o princípio da
igualdade pois os desiguais devem ser tratados desigualmente.
Obs 1
Os Conselhos de Classe, apesar de terem a natureza de autarquia, atualmente adotam
o vínculo celetista; entretanto em dezembro de 2010 o STJ determinou que todos os
Conselhos (salvo a OAB) passem a adotar o vínculo estatutário; porém os Conselhos
recorreram ao STF e por isso não há decisão final sobre o tema.
Obs 2
Existe uma grande divergência sobre a natureza jurídica da OAB: segundo a doutrina a
OAB é uma autarquia corporativa, porém possui privilégios especiais como não precisar
fazer concurso, licitação ou prestar contas; já o STF entende que a OAB não possui
classificação no direito brasileiro, sendo considerada uma instituição “sui generis”. As
provas seguem o entendimento da doutrina (OAB como autarquia corporativa).
Obs
Segundo a CF/88 os Territórios serão criados por lei complementar (autarquia é criada
por lei específica); cada Território elegerá 4 Deputados Federais; os Territórios podem ser
divididos em Municípios.
PARA A PROVA
Se falar só fundação pública, sem especificar se é de direito público ou privado, deve
marcar como na CF. Se tiver o complemento, dizendo se é de direito público ou privado,
deve marcar como na doutrina.
3.2.1 Fundação Pública X Fundação Privada
*Esse controle é para evitar roubo após o dono da fundação morrer. As fundações públicas não
precisam ser consultadas pelo MP, pois já são fiscalizadas pelo TCU, CGU e Ministérios.
Obs
As denominadas Fundações de Apoio às Universidades Federais são apenas Fundações
Privadas, não integrando a Adm Pública.
Obs
A rigor, a distinção entre “autarquia” e “fundação pública com personalidade jurídica de
direito público” é meramente conceitual: autarquias costumam ser definidas como um
serviço público personificado, em regra, típico de Estado; fundações públicas são, por
definição, um patrimônio personificado destinado a uma finalidade específica,
usualmente de interesse social.
São PJ de Direito Privado, autorizadas por lei específica, constituídas com capital
exclusivamente público e sob qualquer forma jurídica, para exploração de atividades econômicas ou
prestação de serviços públicos. A criação da entidade, ou seja, a aquisição de personalidade jurídica,
somente ocorre com a inscrição no registro público competente.
Ex: Correios, Caixa, Embrapa, etc.
São PJ de Direito Privado, autorizadas por lei específica, constituídas com capital público e
privado, e sob a forma jurídica exclusiva de SA para exploração de atividades econômicas ou prestação
de serviços públicos. A criação da entidade, ou seja, a aquisição de personalidade jurídica, somente
ocorre com a inscrição no registro público competente.
Ex: BB, Petrobras, etc.
Obs
Não é qualquer serviço público que pode ser objeto das EP e SEM. As atividades
exclusivas do Estado, que envolvem exercício do Poder de Império, que exijam atuação
fundada no poder de polícia, só podem ser exercício por pessoas jurídicas de direito
público. As EP e as SEM põem prestar aqueles serviços público que se enquadram no
conceito de atividade econômica em sentido amplo, que têm potencial para ser explorados
com intuito de lucro.
EP SEM
CAPITAL 100% público Mais de 50% público e o restante privado
FORMA JURÍDICA Qualquer forma, Ltda, SA, SA
...
FORO (somente Justiça Federal Justiça Comum Estadual
para as federais)
EXEMPLOS Correios, Caixa Econômica Banco do Brasil S/A e Petrobras S/A
Federal, SERPRO
Obs 1
A EP pode ter sócios desde que todos sejam Entidades Estatais (direta o indireta).
Ex: Novacap (51% do DF e 49% da União).
Entidades Estatais
União
Estados Entidades Administração Direta
DF Políticas
Municípios
Autarquias
Fundações Públicas
EP Entidades
Administração Indireta
Administrativas
SEM
Consórcios Públicos
Empresas Estatais
Empresas Públicas
Sociedades de economia mista
Obs 2
Se houver interesse público e desde que seja autorizado em lei, o Estado pode adquirir
menos de 50% de uma empresa (se ele adquirir mais de 50% ela vira uma SEM); nesse
caso tal empresa continua sendo apenas uma empresa privada.
Obs 3
Segundo a Doutrina dá-se o nome de Empresa Pública Unipessoal àquela instituída sob
a forma de SA com capital exclusivo da União.
Obs 4
Toda SEM é uma SA, mas nem toda SA é uma SEM.
Obs 5
Os crimes cometidos contra EP Federal serão investigados pela PF. Já aqueles
cometidos contra SEM será investigados pela PC dos Estados.
Obs 6
As causas trabalhistas envolvendo EP ou SEM serão solucionadas pela Justiça do
Trabalho.
Segundo o art. 173 da CF/88 as Empresas Estatais (EP e SEM) serão constituídas para
exploração de atividades econômicas ou prestação de serviços públicos. Segundo o texto constitucional,
tanto uma quanto a outra terão o mesmo tratamento que as demais empresas privadas, inclusive
quanto aos encargos tributários, fiscais, previdenciários e civis. Entretanto, segundo o STF, as
Empresas Estatais que prestam serviços públicos, em especial aquelas em regime de monopólio, terão
tratamento privilegiado, em decorrência do princípio da continuidade na prestação dos serviços
públicos. Segundo o STF, os Correios possuem imunidade de impostos e privilégios processuais.
Desta forma as EP e SEM que exploram atividades econômicas terão as suas atividades regidas
predominantemente pelo Direito Privado. Já as EP e SEM que prestam serviços públicos terão as suas
atividades regidas predominantemente pelo Direito Público.
Obs 7
Dá-se o nome de Empresa Estatal Dependente àquela que necessita de recursos do
orçamento para se manter.
Obs 8
A criação de EP e SEM pelo Estado não é livre. Deverão ser observadas as restrições
constitucionais da Atuação do Estado como agente econômico, pois a CF/88 reserva a
atividade econômica em sentido estrito para a iniciativa privada (mercado). A atuação do
Poder Público como Estado-empresário é excepcional, só admissível quando necessária aos
imperativos de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, e no caso de
atividades econômicas sujeitas a regime constitucional de monopólio.
Obs 9
Sem prejuízo do controle finalístico previsto em lei, as EP e as SEM, bem como as
demais entidades da Adm indireta, têm a possibilidade de ampliar a sua autonomia
gerencial, orçamentária e financeira, mediante a celebração de contrato de gestão, com o
Poder Público. Esses contratos de gestão têm por objetivo a fixação de metas de
desempenho para a entidade, a qual se compromete a cumpri-las, nos prazos estipulados,
fazendo jus, em contrapartida, á mencionada ampliação de autonomia
Respondem objetivamente:
1. As Pessoas de Direito Público
2. Qualquer pessoa que preste serviços públicos, como CEB, CAESB, VIPLAN, TIM, TAM, etc.
Obs
A EP e a SEM que prestam serviços públicos respondem de forma objetiva; aquelas que
exploram atividades econômicas respondem de forma subjetiva.
Normalmente vai ser serviço público quando a empresa cobra do usuário. Ex: DF contrata
empresa para construir viaduto, e permite que essa empresa cobre pedágio por 30 anos. Mas se o DF
somente contratar a empresa para construir um viaduto, não será serviço público, mas sim uma obra
pública.
As empresas privadas que prestam serviços públicos possuem uma proteção especial de não
penhorabilidade de seus bens diretamente ligados à sua função.
Municípios podem se unir para resolver alguns problemas públicos através de um convênio.
Porém o problema desse convênio é que o vínculo jurídico é muito frágil, um Ente pode deixar de
cumprir o convênio e ficaria difícil controlar isso.
Consórcio público seria a evolução do convênio. Os municípios vão se unir. Institui alguém com
personalidade jurídica própria que é diferente dos entes consorciados. O vínculo do consórcio é mais
forte, é o vínculo do casamento. Se um dos Entes deixar de cumprir o consórcio, a PJ do consórcio, que
tem personalidade jurídica própria, pode entrar com uma ação judicial contra esse Ente. Para um Ente
sair do consórcio ele vai pagar uma multa alta. APO (autoridade pública olímpica)
São Entidades instituídas pela reunião de vários Entes Políticos que se unem para o
desempenho de atividades de interesse comum. O Consórcio somente pode ser instituído por Entes
Políticos.
Não pode haver consórcio público entre a União e um Município sem a participação do
respectivo Estado. Tb não pode haver consórcio celebrado entre um estado e município de outro estado.
Entretanto podem ser celebrados consórcios entre o DF e municípios.
O consórcio público pode ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da
federação consorciados, dispensada a licitação.
A lei prevê a possibilidade de o Consórcio Público celebrar contrato de gestão ou termo de
parceria com o Poder Público
Obs
Os Consórcios Públicos poderão ser instituídos como Pessoas Jurídicas de Direito
Privado, sem fins econômicos, ou como PJ de Direito Público. Neste último caso, a lei
explicitamente afirma que eles integrarão a administração pública indireta.
3.4.1 NATUREZA JURÍDICA
O Consórcio Público tem natureza contratual, pois surge por meio de um contrato assinado
pelos respectivos Entes Políticos consorciados. Por ser um contrato, o Consórcio terá um prazo
determinado.
Para que o Chefe do Executivo assine o contrato de Consórcio deve existir uma lei específica
autorizativa de cada Ente consorciado.
O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de
intenções. Em nenhuma hipótese o consórcio poderá ser criado sem a participação do Poder Legislativo
de cada um dos entes federados consorciados.
Obs 1
Por ser um contrato, o consórcio sempre vai durar por prazo determinado, podendo ser
prorrogado sucessivamente.
Obs 2
Existem 2 tipos de contrato entre os Entes consorciados:
a) Contrato de programa define as atribuições de cada Ente Consorciado.
b) Contrato de rateio define os recursos orçamentários que cada Ente terá que
disponibilizar para o Consórcio.
Obs
Os Consórcios Públicos de direito público são denominados Associações Públicas e
integram a Administração Indireta de todos os Entes consorciados. Associações Públicas
são um tipo de autarquia pertencente a mais de um ente federado. Desta forma são Tb
chamadas de autarquia interfederativa ou autarquia multifederada.
Obs 2
Segundo a Doutrina o Consórcio Público de Direito Público tem natureza de autarquia.
PRINCÍPIOS
1.1 LEGALIDADE
Esse princípio é diferente para o particular e para a Administração Pública. Para o particular
significa que é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe. Já para a Administração Pública significa que o
Agente Público somente pode atuar quando expressamente previsto em lei (em sentido amplo, ou seja,
não só as leis em sentido estrito, mas todo e qualquer ato administrativo geral que seja pertinente à
situação concreta, como portaria, decreto, etc.). Segundo a Doutrina a análise da legalidade precede os
demais princípios.
1.2 IMPESSOALIDADE
a) Significa que o Agente Público deve atuar para o bem de todos, não podendo beneficiar
ou prejudicar determinadas pessoas, salvo quando expresso em lei. Ex: Fila preferencial
para o idoso. Toda a atuação da administração deve visar ao interesse público, deve ter
como finalidade a satisfação do interesse público. Qualquer ato praticado com objetivo
diverso da satisfação do interesse público será nulo por desvio de finalidade. Esse
princípio é decorrência do princípio da isonomia (igualdade).
1.3 MORALIDADE
Significa que o Agente Público deve atuar de acordo com a moral e com a ética. A moralidade
está diretamente ligada à probidade.
Desta forma, o agente não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o
desonesto.
Obs 1
A moralidade é um requisito de validade do ato administrativo, e não de aspecto
atinente ao mérito. Vale dizer, um ato contrário à moral administrativa não está sujeito a
uma análise de oportunidade e conveniência, mas a uma análise de legitimidade, isto é,
um ato contrário à moral administrativa é nulo, e não meramente inoportuno ou
inconveniente. Em consequência, o ato contrário à moral administrativa não deve ser
revogado, e sim declarado nulo. E como se trata de controle de legalidade ou legitimidade,
este pode ser efetuado pela Administração ou pelo Judiciário.
Obs 2
Segundo a CF/88 os atos de improbidade importarão:
Ressarcimento ao erário
Indisponibilidade dos bens
Suspensão dos direito políticos (nunca cassação)
Perda da função pública
1.4 PUBLICIDADE
Obs
Certos atos podem ser sigilosos, como por exemplo aqueles que envolvam segurança nacional.
1.5 EFICIÊNCIA
Princípio adicionado pela EC nº 19/98. Significa que o Agente Público sempre deve buscar os
melhores resultados (fazer o máximo, gastando o mínimo), buscar sempre a solução que melhor atenda
o interesse público. Relacionado ao conceito de economicidade.
Objetivo desse princípio é assegurar que os serviços públicos sejam prestados com adequação às
necessidades da sociedade que os custeia.
2.1 LEGALIDADE
2.2 MORALIDADE Tb expresso no art. 37 da CF/88
2.3 EFICIÊNCIA
2.4 AMPLA DEFESA Tb expresso no art. 5 da CF/88
2.5 CONTRADITÓRIO
2.6 RAZOABILIDADE Implícitos na CF/88
2.7 PROPORCIONALIDADE
2.8 INTERESSE PÚBLICO
2.9 FINALIDADE
2.10 SEGURANÇA JURÍDICA
2.11 MOTIVAÇÃO
Obs 1
Segundo a Doutrina o Princípio da Finalidade equivale ao da Impessoalidade.
Obs 2
Motivação são os pressupostos de fato e de direito declarados expressamente. Serve para
que o administrado conheça os motivos, podendo controlá-los.
ADMINISTRAÇÃO JUDICIÁRIO
(todos os Poderes) (na função típica)
ANULAÇÃO para atos Deve anular seus atos ilegais Pode anular ato ilegal, desde que
ilegais seja provocado, pois o juiz não
age de ofício
REVOGAÇÃO para atos Pode revogar seus atos legais Nunca/jamais o juiz em sua
legais, por motivo de que se tornaram inoportunos função típica pode revogar ato
oportunidade e conveniência ou inconvenientes legal, pois não analisa mérito
(mérito do ato adm)
Obs
Por conta do Princípio da Presunção de Legitimidade o Poder Judiciário não pode anular
de ofício ato administrativo.
Obs
Na prática a Administração não mexe na legalidade.
3.4 AUTO-TUTELA é o poder/dever conferido à administração pública para anular seus atos
ilegais ou revogar os legais que se tornaram inoportunos ou inconvenientes (mérito). Esse
controle pode ser feito de ofício ou quando provocada. Somente a própria administração que
editou o ato tem a possibilidade de controle sobre o mérito do ato, onde ela examina a
oportunidade e conveniência de manter ou desfazer um ato legítimo, mediante a revogação.
Essa revogação é discricionária. O Poder Judiciário, no exercício da função jurisdicional,
nunca aprecia a conveniência e a oportunidade de um ato, mas tão-somente a sua legalidade
e legitimidade, e somente se provocado.
3.5 TUTELA é o poder conferido às Entidades Políticas para realização de controle sobre suas
Entidades Administrativas. Entre elas não há subordinação, mas apenas VINCULAÇÃO,
existindo o chamado CONTROLE FINALÍSTICO.
PODERES ADMINISTRATIVOS
1. ABUSO DE PODER
É um gênero que possui duas espécies:
a) Excesso de poder ocorre quando o agente exorbita/extrapola a sua competência
b) Desvio de finalidade ou de poder nesse caso o agente é competente, porém busca
finalidade diversa da prevista em lei. Se atuar dentro de sua competência, o agente
estará agindo em abuso de poder na modalidade de desvio de finalidade.
Obs
O maior exemplo em prova de desvio de finalidade é a remoção como forma de punição
2. ESPÉCIES DE PODERES
2.1 PODER VINCULADO é aquele em que o agente não possui liberdade de atuação, pois
a lei estabeleceu todos os seus passos. Ex: aposentadoria compulsória.
2.2 PODER DISCRICIONÁRIO é aquele em que o agente possui uma razoável liberdade
de atuação, podendo valorar a oportunidade e a conveniência da prática do ato, quanto
ao seu motivo, e, sendo o caso, escolher, dentro dos limites legais, o seu conteúdo
(objeto). Ex: prorrogação do concurso.
Dentro dos limites da discricionariedade há ainda os limites da razoabilidade e da
proporcionalidade que tb devem ser seguidos. A extrapolação dos limites legais, assim
como a atuação contrária aos princípios administrativos, configura a denominada
arbitrariedade. Neste caso o ato será ilegal, ensejando sua anulação, e não sua
revogação.
Tem fundamento no poder discricionário a revogação de atos discricionários que a
administração pública tenha praticado e, num momento posterior, passe a considerar
inoportunos e inconvenientes.
Há a existência de discricionariedade não só quando a lei expressamente assim prevê,
mas Tb quando a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados.
Obs
Segundo o STJ, excepcionalmente, o Poder Judiciário poderá reduzir o valor de uma
multa quando ficar demonstrado que houve violação aos princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. Nesse caso, o juiz não estará analisando o mérito, mas sim os princípios.
b) Autônomo independe de lei e por isso pode inovar a ordem jurídica. Só pode
ser utilizado em 2 hipóteses:
Organização e funcionamento da Administração Pública Federal, desde que
não importe aumento de despesas ou criação/extinção de órgãos públicos.
Extinção de funções e cargos públicos, quando vagos. Essa regra só vale para
os servidores do Executivo.
Obs
DIVERGÊNCIA
LEI ato típico de legislativo
Uns entendem que decorre do Poder
Decreto Poder regulamentar
Regulamentar
Resolução
Outros entendem que decorre do
Instrução normativa
denominado Poder normativo do
Portaria circular
Estado. Este é o mais aceito.
2.4.1 Características
O poder de polícia é definido pelo Código Tributário Nacional, pois é possível a
cobrança de taxa pelo seu exercício.
Pode atuar preventivamente ou repressivamente.
Possui como limites a lei, a razoabilidade e a proporcionalidade
O Poder de Polícia somente pode ser exercido por Pessoa Jurídica de Direito
Público; dessa forma, jamais poderá ser delegado a um particular.
Obs
A maioria da Doutrina entende que a PM é Polícia Judiciária.
Obs
A delegação e a avocação de competências decorrem do Poder Hierárquico. Delegar é
transferir a competência de um para o outro. Avocar é chamar para si a competência do
outro.
.
Obs
Não confundir com o poder punitivo do Estado; segundo a Doutrina tal poder está
relacionado com as sanções penais aplicadas aos criminosos.
ATOS ADMINISTRATIVOS
Manifestação unilateral de vontade do Estado que, agindo em supremacia, tem por finalidade
constituir, extinguir, modificar, resguardar, ou declarar direitos, bem como impor obrigações aos
particulares (poder de extroverso do estado).
ATO JURÍDICO manifestação unilateral de vontade que produz efeitos jurídicos. Esse
efeito jurídico pode ser lícito, ou ilícito, quando gera direito a indenização por ofender
alguém.
ATO JURÍDICO
Ato Administrativo
Os Fatos Administrativo não estão sujeitos à teoria geral dos atos administrativos. Não há
manifestação da vontade da administração pública. Não é possível cogitar revogação ou anulação de
fato administrativo.
1.1 COMPETÊNCIA
É o poder conferido pela lei ao agente para o desempenho de suas atividades. Segundo a
Doutrina a competência é irrenunciável, imprescritível, intransferível e imodificável pela vontade do
agente; entretanto em certos casos tal competência poderá ser delegada ou avocada. A delegação não
transfere a competência, mas somente o exercício de parte das atribuições em caráter temporário.
Quando o agente extrapolar sua competência estará configurado o abuso de poder na espécie excesso
de poder.
Obs
Vício na competência pode ser sanado, desde que não seja competência em razão da
matéria (matéria de competência do MS praticado pelo MPOG) ou competência exclusiva.
Tb pode ser chamada de avocação o ato de o superior chamar para si, temporariamente, o
exercício de determinada competência que ele delegou a um subordinado, sem que isso implique
extinção da delegação.
Usurpação de função é um crime, em que o usurpador é alguém que não foi por nenhuma
forma investido em cargo, emprego ou função pública; não tem nenhuma espécie de relação jurídica
funcional com a administração. O ato praticado será considerado inexistente.
Função de fato É quando a pessoa foi investida no cargo, emprego ou função pública, mas
há alguma ilegalidade em sua investidura ou algum impedimento legal para a prática do ato. Em
virtude da “Teoria da Aparência”, o ato é considerado válido, ou, pelo menos, são considerados válidos
os efeitos produzidos ou dele decorrentes.
1.2 FINALIDADE
Objetivo de todo ato administrativo é sempre o interesse público. Quando o agente, atuando no
âmbito de sua competência, praticar ato com finalidade diversa da prevista em lei, estará configurado o
abuso de poder na espécie desvio de finalidade. Ex: remoção como forma de punição.
Obs
Vício de finalidade é insanável.
1.3 FORMA
É a exteriorização do ato. Em regra os atos administrativos são formais, ou seja, devem seguir
uma forma pré-determinada em lei. Nem todo ato formal é escrito, ele pode ser somente por sinais,
como o semáforo e os sinais que os guardas de trânsito fazem.
No Direito Público o formalismo é a regra enquanto no Direito Privado é a exceção.
A forma é requisito vinculado (para a maioria dos autores) e imprescindível à validade do ato.
Segundo a Doutrina a motivação integra a forma do ato. A ausência de motivação, quando esta é
obrigatória, acarreta a nulidade do ato, por vício de forma.
A Lei 9784/99 abrandou tal formalismo ao dispor que os atos do Processo Administrativo
Federal não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. Quando a lei
não exigir, cabe à administração adotar aquela que considere mais adequada, conforme seus critérios
de conveniência e oportunidade.
IMPORTANTE
Para a prova:
Ato administrativo é formal
Ato do Processo Administrativo Federal (Lei 9784/99) não depende de forma
determinada.
Obs
Vício de forma pode ser sanado desde que não seja exclusiva, essencial à validade do
ato. Atualmente a necessidade de eficiência e celeridade na atuação administrativa fez
surgir o princípio da instrumentalidade das formas, ou seja, desde que não haja prejuízo a
forma será aproveitada ao máximo.
1.4 MOTIVO
MOTIVO ≠ MOTIVAÇÃO
2 Motivo são os pressupostos de fato e de direito que levam à edição do ato.
3 Motivação são os motivos declarados expressamente (escritos).
Todo ato tem um motivo, expresso ou implícito. Entretanto, nem todo ato precisa de motivação,
a não ser aqueles previstos no art. 50 da Lei 9784/99.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos
e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem
de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato
administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do
ato.
Obs
Vício de motivo é insanável.
1.5 OBJETO
Confunde-se com o próprio conteúdo material do ato, sendo os efeitos que o ato deseja produzir.
Assim, em uma certidão o objeto é a própria declaração nela constante.
Nos atos vinculados, a um motivo corresponde um único objeto; verificado o motivo, a prática do
ato é obrigatória.
Nos atos discricionários, há liberdade de valoração do motivo e, como resultado, escolha do
objeto, dentre os possíveis, autorizados na lei; o ato só será praticado se e quando a administração
considerá-lo oportuno e conveniente, e com o conteúdo escolhido pela administração, nos limites da lei.
Obs
Vício de objeto é insanável.
O mérito administrativo é o poder conferido pela lei ao agente público para que ele decida
sobre a oportunidade e a conveniência de praticar determinado ato discricionário, e escolha o conteúdo
desse ato, dentro dos limites estabelecidos na lei. Consiste na valoração dos motivos e na escolha do
objeto do ato, feitas pela Administração incumbida de sua prática, quando autorizada a decidir sobre a
conveniência, oportunidade e justiça do ato a realizar.
O controle do mérito administrativo pode resultar na revogação do ato, mas nunca em sua
anulação.
O mérito administrativo não está sujeito ao controle judicial. O Poder Judiciário, no exercício da
função jurisdicional, não revoga atos administrativos, somente os anula, se houver ilegalidade ou
ilegitimidade.
REQUISITOS/ELEMENTOS
SANÁVEIS INSANÁVEIS
Competência (desde que não seja Finalidade
exclusiva e nem quanto á matéria)
Forma (desde que não seja Motivo
essencial à validade do ato) Objeto
2. CONVALIDAÇÃO
Significa dar validade a ato que tenha defeito. São chamados de atos anuláveis, ou seja,
passíveis de convalidação, dependendo das circunstâncias e do juízo de oportunidade e conveniência
privativo da administração pública (decisão discricionária).
Esse ato não pode acarretar lesão ao interesse público e nem prejuízo a terceiros.
A convalidação pode recair sobre atos vinculados ou discricionários, uma vez que não se trata de
controle de mérito, e sim de controle de legalidade, relativos a vícios sanáveis verificados nos elementos
competência ou forma.
Ocorre de duas formas:
b) TÁCITA Se o Estado não anular seus atos ilegais de que decorram efeitos favoráveis a
seus destinatários no prazo decadencial de 5 anos, haverá convalidação tácita, salvo se
comprovada má-fé. Se houver má-fé o ato nunca será convalidado tacitamente. Tal
convalidação expressa o princípio da segurança jurídica.
Obs
Parte da Doutrina entende que, em face do disposto na Lei 9784/99, a forma Tb seria
discricionária.
Os atributos dos atos administrativos são características inerentes aos atos administrativos que
os distinguem de atos jurídicos privados.
2.2 AUTO-EXECUTORIEDADE significa que a Adm pode editar e executar seus atos
(inclusive mediante o uso da força), independente de prévia manifestação de outro Poder.
Não está presente em todos os atos, como, por exemplo, na execução de multas.
Genericamente, afirma-se que a auto-executoriedade é qualidade própria dos atos
inerentes ao exercício de atividades típicas da administração, quando ela está atuando na
condição de Poder Público. A necessidade de defesa ágil dos interesses da sociedade
justifica essa possibilidade de a administração agir sem prévia intervenção do Poder
Judiciário.
Essa auto-executoriedade jamais afasta a apreciação judicial do ato.
A auto-executoriedade existe em 2 situações: quando a lei expressamente a prevê e,
mesmo quando não expressamente prevista, em situações de urgência (garantir a
segurança da coletividade, a incolumidade pública)
2.4 TIPICIDADE é o atributo pelo qual o ato deve corresponder a figuras previamente
definidas em lei como aptas a produzir determinados resultados. Assim, para cada
finalidade que a administração almeja alcançar existe um ato típico definido em lei.
As consequências desse atributo são que ele representa uma garantia para o
administrado, pois impede que a administração pratique um ato unilateral e coercitivo
sem prévia previsão legal, bem como afasta a possibilidade de ser praticado ato
totalmente discricionário, pois a lei, ao prever o ato, já define os limites em que a
discricionariedade poderá ser exercida.
Um ato uma vez publicado, mesmo que esteja eivado de vícios, terá vigência e deverá ser
cumprido, em respeito ao atributo da presunção de legitimidade, até que ocorra formalmente o seu
desfazimento.
3.1 Extinção natural o ato se desfaz pelo seu mero cumprimento, como uma permissão
para realização de um show que cessa após a realização do evento.
3.2 Extinção subjetiva o ato se desfaz pelo desaparecimento do seu beneficiário. Por
exemplo uma autorização para porte de arma cessa com a morte do beneficiário.
3.3 Extinção objetiva o ato se desfaz pelo desaparecimento do próprio objeto. Ex: um ato
de desfazimento de um estabelecimento é desfeito se esse estabelecimento é extinto pela
empresa de que fazia parte.
3.4 Renúncia ocorre quando o beneficiário abre mão dos efeitos do ato.
3.5 Caducidade ocorre quando uma lei posterior torna o ato ilegal. O ato perde o seu
fundamento jurídico. Ex: antigamente a permissão para o porte de arma era de 21 anos.
Após o novo Estatuto do Desarmamento a idade mínima para o porte de arma passou a
ser de 25 anos. Desta forma quem tinha porte de arma mas estava na idade entre 21 e
25 anos perdeu essa permissão.
3.6 Contraposição ocorre quando um ato posterior for praticado com efeitos opostos a um
anterior. Ex: nomeação e exoneração. A exoneração não revoga ou anula a nomeação.
Ela apenas possui efeitos opostos. Um ato interfere no outro.
3.8 Anulação ocorrerá quando houver ilegalidade, podendo ser declarada tanto pela
Administração, de ofício ou provocada, quanto pelo judiciário, somente se provocado. O
Judiciário não pode anular atos da Administração de ofício, por conta do princípio da
presunção de legitimidade.
A anulação deve ocorrer em 5 anos sob pena de convalidação tácita; Não haverá tal
prazo se o beneficiário agir de má fé; nesse caso a anulação pode ocorrer a qualquer
tempo.
O ato declarado nulo não produz qualquer efeito, salvo para o terceiro de boa fé. Não
gera direitos ou obrigações para as partes e não cria situações jurídicas definitivas.
Um vício de legalidade pode ser sanável ou não. A anulação do ato que contenha vício
insanável é obrigatória; já o ato que contenha vício sanável e não acarrete lesão ao
interesse público nem prejuízo a terceiros pode ser anulado ou convalidado (a
convalidação é ato discricionário, privativo da Administração).
A anulação de atos com vício insanáveis, por ser obrigatória, é, ela própria, um ato
vinculado.
Assim, é correto dizer: a Administração deve anular os seus atos que contenham
vícios insanáveis, mas pode anular ou convalidar os atos com vícios sanáveis que não
acarretem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.
VC PODE DÁ?
Não, pois não pode revogar.
V – vinculados
C – consumados
PO – Procedimento administrativo
DE – Declaratórios
DÁ – Direito adquirido
4.1 ATOS NORMATIVOS são aqueles que complementam/regulamentam uma lei. Esses
atos explicitam o conteúdo das leis que regulamentam e, sobretudo, uniformizam a
atuação e os procedimentos a serem adotados pelos agentes administrativos, sempre que
se depararem com situações semelhantes. Contêm determinações gerais e abstratas (diz-
se que há normatividade quando um comando jurídico é caracterizado pela generalidade
e pela abstração). Tais atos não possuem destinatários determinados; incidem sobre
todos os fatos ou situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente prevêem.
Ex: decretos, resoluções, instruções normativas, etc.
Obs
Não podem inovar a ordem jurídica, salvo o decreto autônomo (art. 84, VI da CF/88).
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
4.2 ATOS ORDINATÓRIOS são atos adm internos, endereçados aos servidores públicos,
que veiculam ordens aos servidores e aos particulares vinculados ao Estado, derivando
do Poder Hierárquico. Somente vinculam os servidores que se encontrem subordinados á
autoridade que os expediu. São inferiores aos atos normativos, ou seja, a autoridade
quando editar o ato ordinatório deverá obedecer aos atos normativos que tratem da
matéria em questão. Ex: portarias, circulares, ordens de serviço, etc.
4.3 ATOS PUNITIVOS é o meio pelo qual o Estado aplica sanções aos seus próprios
servidores e aos particulares em geral. Fundamenta-se no poder disciplinar, no que
tange os servidores públicos e os particulares ligados á administração; e no poder de
polícia, quanto aos particulares me geral. É diferente do jus puniendi do Estado, que é a
aplicação do Direito Penal e exige a intervenção prévia do Judiciário. Nos atos punitivos a
Administração pode aplicar as sanções diretamente, sem necessidade de consultar o
Judiciário. Ex: multa, demissão, etc.
Obs
Toda punição deve ser motivada, concedendo ao punido o direito à ampla defesa e ao
contraditório. A regra é que a defesa e o contraditório serão concedidos antes da punição. Porém,
em ocasiões especiais, em que esteja em jogo a segurança das pessoas e a segurança pública, o
Estado pode aplicar a penalidade antes do contraditório e da ampla defesa, como no caso de o
Estado fechar um estabelecimento alimentício por encontrar irregularidades sérias com os
alimentos, que ponham em risco a saúde da população.
Obs
A apostila é um ato enunciativo que apenas declara um direito pré-existente; equivale à
averbação. A apostila não cria direitos, ela apenas os reconhece. Pode ser usada para retificar,
atualizar ou complementar o documento.
4.5 ATOS NEGOCIAIS são aqueles em que o interesse do particular coincide com a
manifestação de vontade do Estado. Não há imperatividade em tais atos.
São os atos editados quando o ordenamento jurídico exige que o particular obtenha
anuência prévia da administração para realizar determinada atividade de interesse dele, ou
exercer determinado direito.Quando há direito do particular, a administração deve praticar
o ato, sempre que o administrado demonstre que cumpre todos os requisitos estabelecidos
na lei como condição para o exercício daquele direito. Na hipótese de existir mero interesse
do administrado (e não um direito subjetivo á prática do ato negocial), a administração
praticará, ou não, o ato negocial solicitado, conforme seus critérios de conveniência e
oportunidade administrativas.
O ato negocial, assim como qualquer ato administrativo, sempre deverá ter como
finalidade a satisfação do interesse público.
O ato negocial não é um contrato, e sim uma manifestação unilateral da vontade da
administração (provocada mediante requerimento ou solicitação do particular), coincidente
com a pretensão do particular.
Os atos negociais podem ser vinculados ou discricionários, e definitivos ou precários.
Os atos ditos precários podem ser revogados a qualquer tempo, não geram direito adquirido
para os seus destinatários. E a revogação não implica direito a indenização para o
particular. Somente atos discricionários podem ser precários, pois os atos vinculados não
sequer podem ser revogados. Os atos ditos definitivos são aqueles praticados me face de um
direito individual do requerente. São os atos administrativos vinculados. Mas mesmo esses
atos podem ser cassados, se o particular não cumprir as exigências da Administração, ou
anulados, se houver ilegalidade.
Principais exemplos:
a) Licença é um ato vinculado e definitivo, pelo qual o Estado faculta ao particular
o desempenho de uma atividade. Editado com base no Poder de Polícia. Ex: CHN,
alvará para construção, etc.
Obs
Os atos gerais prevalecem sobre os individuais, significa dizer, a administração, na prática
de atos individuais, é obrigada a observar os atos gerais pertinentes, por ela própria editados.
5.4.2 GESTÃO o Estado não impõe obrigações; são os atos praticados pela
administração na qualidade de gestora de seus bens e serviços, sem exercício de
supremacia sobre os particulares. Ex: alienação de bens.
5.4.3 EXPEDIENTE são atos internos utilizados na rotina do órgão. São caracterizados
pela ausência de conteúdo decisório. Ex: memorando
5.5.1 CONSTITUTIVOS constituem uma relação jurídica para o beneficiário. Cria uma
situação jurídica nova. Essa relação jurídica poderá ser o reconhecimento de um direito ou
a imposição de uma obrigação. Ex: licença
5.5.2 EXTINTIVOS põem fim a uma relação jurídica. Ex: cassação da licença
5.5.3 MODIFICATIVOS altera uma relação jurídica. Ex: portaria que muda o horário de
funcionamento da repartição.
5.5.4 ALIENATIVOS transfere bens de um titular para outro. Ex: decreto de doação de
bens. Precisa de lei autorizando essa alienação.
5.5.5 ABDICATIVO o Estado abre mão de bens e interesses. Ex: redução da alíquota de
imposto.
5.6 ATO PERFEITO, VÁLIDO, EFEICAZ E PENDENTE
Obs
O ato pode ser perfeito e inválido. Porém, se for afirmado que o ato é válido, presume-se ser
ele perfeito, pois somente um ato que esteja completamente formado pode ser avaliado quanto à
sua conformidade, ou não, com a lei e os princípios jurídicos.
Obs
O ato pode ser perfeito, válido e ineficaz (pendente).
Também pode um ato inválido ser eficaz, pois, em razão dos atributos de legitimidade e
imperatividade, o ato administrativo tem possibilidade de produzir seus efeitos imediatamente,
mesmo que eivado de vícios.
5.7.1 NULO possui defeito insanável, não podendo ser convalidado. Em decorrência dos
atributos da presunção de legitimidade e da imperatividade, todo e qualquer ato,
legítimo ou eivado de vícios, produzirá efeitos desde sua adição até que, se for o caso,
venha a ser anulado. A anulação te eficácia ex tunc (retroage), desfazendo os efeitos
já produzidos, excetos os efeitos para terceiro de boa-fé, que deverão ser mantidos.
Não é direito adquirido, mas apenas a manutenção dos efeitos já produzidos perante
terceiros de boa-fé.
5.7.2 ANULÁVEL possui defeito sanável, podendo ser convalidado, desde que não seja
lesivo ao interesse público, nem cause prejuízo a terceiros. São sanáveis o vício de
competência quanto à pessoa, desde que não seja competência exclusiva e nem
quanto á matéria, e o vício de forma, desde que essa forma não seja exigida por lei
como condição essencial à validade do ato. A decisão de convalidar um ato é
discricionária, pois a Administração poderá decidir por anular o ato ao invés de
convalidá-lo.
5.7.3 INEXISTENTE nem chegou a existir por ter sido praticado por pessoa que se
passou por agente público, como o usurpados de função. Pode produzir efeitos em
face da Teoria da Aparência. Mas nenhum efeitos produzido por este ato pode ser
validamente mantido. Esse ato pode ser desfeito a qualquer tempo, não havendo
prazo como há para a anulação quando favorável a terceiros.
Obs
Existem duas teorias sobe as nulidades :
a) Teoria Monista todo ato que tem defeito é nulo.
b) Teoria Dualista o ato que tem defeito insanável é nulo, enquanto o ato que tem defeito
sanável é anulável
5.8 ATO SIMPLES, COMPLEXO OU COMPOSTO (tem a ver com a formação do ato)
5.8.1 SIMPLES é aquele formado com uma única manifestação de vontade de um único
órgão ou entidade, unipessoal (ato simples singular) ou colegiado (ato simples
colegiado). Ex: multa do Detran.
Obs
Segundo o STF a aposentadoria é um ato complexo.
O Sentido Amplo abrange os órgãos do governo, que exercem função política, e também os
órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente adm. A função política compreende o
estabelecimento das diretrizes e programas de ação governamental, dos planos de atuação do governo,
da fixação das denominadas políticas públicas. Enquanto a função adm resume-se à execução das
políticas públicas formuladas no exercício da referida atividade adm.
Adm pública em sentido estrito só inclui os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função
meramente adm, de execução dos programas de governo.
ESTADO
Pessoa Jurídica Territorial soberana, formada por elementos povo, território e governo soberano,
sendo esses 3 elementos indissociáveis e indispensáveis para a noção de um estado independente.
É a República Federativa do Brasil.
É uma Pessoa Jurídica de direito público interno reconhecida fora do Brasil (na ordem
internacional).
Uma Nação politicamente organizada vira um Estado.
Estado Democrático de Direito diz que poder vem do povo (democrático) e que o Estado está
subordinado às leis que ele cria (de Direito).
No Brasil ocorre o exercício indireto da soberania, ou seja, o povo elege seus representantes (de
acordo com a CF/88).
Porém há o referendo, o plebiscito e a iniciativa popular que são formas de exercício direto da
soberania.
Formas de Estado
Poderes do Estado
NAÇÃO
Conjunto de pessoas ligadas entre si por vínculos de sangue, idioma, cultura, ideais, etc.
GOVERNO
Conjunto de Órgãos constitucionais responsáveis pela função política do Estado. O Governo tem
a incumbência de exercer a direção suprema e geral do Estado, determinar a forma de realização de
seus objetivos, estabelecer as diretrizes que pautarão a sua atuação e os planos governamentais.
Sistemas de Governo
É a forma como se dá a relação entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das
funções governamentais. Existem 2 sistemas:
1 – Sistema Presidencialista predomina o princípio da divisão dos Poderes, que devem ser
independentes e harmônicos entre si. O Presidente da República exerce a chefia do Poder Executivo,
acumulando as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, e cumpre mandato fixo, não
dependendo de confiança do Poder Legislativo. O Poder Legislativo não está sujeito a dissolução pelo
Executivo.
2 – Sistema Parlamentarista há uma colaboração entre os Poderes Legislativo e Executivo. O
Poder Executivo é dividido em 2 frentes: uma chefia de Estado, exercida pelo Presidente da República
ou pelo Monarca; e uma chefia de Governo, exercida pelo Primeiro Ministro ou pelo Conselho de
Ministros. O Primeiro Ministro normalmente é indicado pelo Presidente da República, mas sua
permanência no cargo depende da confiança do Parlamento. Da mesma forma se o governo entender
que o Parlamento perdeu a confiança do povo pode optar pela dissolução deste e convocar eleições
extraordinárias para a formação de outro parlamento.
Forma de Governo
Governo decide
Adm Pública põe em prática o que o Governo decide (Função Executiva)
A tarefa de administrar está a cargo do Poder Executivo
REFORMA ADMINISTRATIVA
Defesa das idéias liberais, dentre as quais a de que o Estado deve ser o menor possível,
restringindo sua atuação exclusivamente às áreas em que seja indispensa´vel a presença do Poder
Público.
LEI 8.112/90
É uma lei ordinária federal que trata dos direitos e deveres dos servidores públicos civis da
União, suas autarquias e fundações públicas .
Âmbito de aplicação da lei aplica-se exclusivamente aos servidores público civis da União,
suas autarquias e fundações públicas.
Servidor Público
É a pessoa que ocupa um cargo público, possuindo vínculo estatutário.
Obs 1
Segundo o STF, não há direito adquirido a regime jurídico, salvo se o servidor preencher todos
os requisitos para o gozo do direito. Ex: Inicialmente a Lei 8.112/90 previa a Licença Premio
Assiduidade, que era de 3 meses e poderia ser gozada após 5 anos de efetivo exercício.
Posteriormente a lei foi modificada para extinguir essa licença. Se o indivíduo, antes da modificação
da lei, já tivesse trabalhado seus 5 anos, teria direito a usufruir dos 3 meses de descanso
remunerado, mesmo após a lei ter sido modificada. Porém, a pós essa modificação da lei, esse
mesmo servidor não terá mais direito a essa licença, ou seja, mesmo trabalhando mais 5 anos, não
poderá usufruir da licença extinta.
Obs 2
Não há possibilidade de servidor público firmar Convenção Coletiva de Trabalho (Acordo Coletivo
de Trabalho) com o Estado, pois seu vínculo é estatutário.
Obs 3
Para criação de cargos é necessário lei. Para aumentar remuneração é necessário lei específica
(lei que só trate daquele assunto).
Obs 4
Segundo a CF/88 é livre a associação sindical do servidor, independente de lei
regulamentadora.
Obs 5
Segundo a CF/88 será garantido o direito de greve, nos termos de lei específica. Tal lei não
existe, e por isso o STF entendeu que para os servidores deve ser aplicada a lei de greve da
iniciativa privada.
Empregado Público ocupa emprego público e possui vínculo contratual (CLT). Em regra
necessitam de concurso público. Em tese, o empregado público pode ser demitido sem justa causa, pois
não possui a estabilidade constitucional.
Servidor Temporário não ocupa nem cargo público e nem emprego público, pois apenas
exerce uma função pública. Em regra, seriam contratados para exercer uma função excepcional e
temporária. Não é necessário concurso público para contratar temporário (segundo a CF). Mas pode
haver esse concurso.
Pode-se afirmar: há função sem cargo ou emprego, mas não há cargo ou emprego sem função
pública.
Obs 6
Quando um cargo ocupado for extinto, o seu ocupante será exonerado, se não for estável. Se for
estável será posto em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
A estabilidade não se dá no cargo, mas sim no serviço público.
Obs 7
Segundo a CF/88 as empresas públicas e as sociedades de economia mista só podem adotar o
vínculo celetista.
Obs 8
O estrangeiro pode ocupar cargo público na forma da lei (é a lei
que vai dizer qual cargo o estrangeiro poderá ocupar.
Deficientes
A CF/88 assegura vagas aos deficientes, porém não define o percentual. A Lei 8.112/90
assegura até 20% das vagas aos deficientes.
Só haverá vagas aos deficientes nos cargos compatíveis com a deficiência sofrida.
PROVIMENTO
2. Promoção é o acesso ao cargo superior dentro da mesma carreira (Ex: técnico de nível
1, 2, 3, etc). Atualmente depende de comprovação de participação em cursos de
capacitação.
Não existirem mais os motivos que levaram o servidor a ser aposentado por
invalidez. É um ato vinculado, pois a Adm é obrigada a reverter o aposentado
caso este não esteja mais inválido. Se não houver cargo vago, o servidor exercerá
suas atividades como excedente.
Obs 10
O servidor estável, aprovado em outro concurso, pode desistir do novo cargo e pedir para ser
reconduzido ao cargo de origem, desde que o faça no período do estágio probatório.
CAMINHO DA FELICIDADE
CONCURSO HOMOLOGAÇÃO NOEMAÇÃO
CANDIDATO
POSSE
SERVIDOR
ESTÁGIO
ESTABILIDADE EXERCÍCIO
PROBATÓRIO
Concurso Público
É um método adm por meio do qual a Adm Pública seleciona candidatos aos cargos e empregos
públicos, obedecendo aos princípios da isonomia, moralidade e eficiência.
Os concursos deverão ser só de provas ou de provas e títulos (nunca só de títulos).
A lei 8.112/90 diz que se houver um concurso antigo na validade, não pode ser aberto um novo
concurso.
Já a CF/88 diz que se houver um concurso antigo na validade, pode abrir novo concurso, dede
que ocorra a nomeação primeiramente dos aprovados no concurso anterior.
A doutrina entende que ambas as normas podem ser aplicadas, dependo do momento do prazo
em que se encontra.
Aplica Aplica
Lei CF/88
8.112/90
Homologação
É um ato vinculado por meio do qual a autoridade competente verifica a legalidade do
concurso. Seria o último ato do concurso. È onde constam os nomes dos aprovados.
Nomeação
É um ato vinculado para os aprovados dentro das vagas, pois, segundo o STJ, a provação dentro
do número de vagas oferecidas em edital gera direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade
do concurso. Para os aprovados fora das vagas, resta apenas expectativa de direito. É o ato por meio do
qual a Adm designa alguém para ocupar um cargo público.
Posse
É um ato bilateral, pois depende da manifestação da vontade do nomeado declarando aceitação
do cargo. É o ato pelo qual o candidato aceita os termos do Estatuto, mediante assinatura de Termo de
Posse.
Exercício
É o efetivo desempenho das atribuições do cargo
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido,
redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo,
trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
Estágio Probatório
Serve para aferir o desempenho do servidor no exercício do cargo.
São aferidos os seguintes fatores:
Assiduidade
Produtividade
Responsabilidade
Disciplina
Capacidade de iniciativa
Esses critérios representam um rol exemplificativo. Cada Órgão pode acrescentar outros
critérios que considerar relevantes. E cada Órgão vai definir o prazo para avaliação e a pontuação
atribuída a cada critério.
Prazo na lei está escrito 24 meses. Entretanto é pacífico na doutrina e jurisprudência que o
prazo será de 3 anos (semelhante ao da estabilidade).
Estabilidade
Será no serviço público após 3 anos de efetivo exercício, aprovação em estágio probatório e
aprovação em avaliação especial de desempenho, realizada por uma comissão instituída para esse fim.
É uma garantia constitucional aos ocupantes de cargo efetivo.
A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao cargo. Já o estágio probatório refere-se ao
cargo, assim, a cada novo cargo efetivo, o servidor será sujeito a novo estágio probatório.
Vitaliciedade x Estabilidade
Ser vitalício (Ministério Público ou Magistratura) significa que o agente só poderá perder o cargo
mediante sentença judicial transitada em julgado (aquela da qual não cabe mais recursos).
Já a estabilidade pode ser perdida em 4 situações:
1. Mediante Processo Administrativo com ampla defesa (PAD)
2. Mediante sentença judicial transitada em julgado.
3. Mediante reprovação em avaliação periódica de desempenho, que será regulamentada por
lei complementar. Essa lei ainda não existe.
4. Por excesso de despesas com pagamento de pessoal. Segundo a Lei de Responsabilidade
Fiscal a União só pode gastar com pagamento de pessoal no máximo 50% de sua receita
corrente líquida. Estados/DF/Municípios podem gastar no máximo 60%. Se tais limites
forem ultrapassados deverão ser tomadas as seguintes providências (nessa ordem):
Reduzir em 20% os cargo em comissão e as funções comissionadas.
Exonerar os não-estáveis.
Exonerar os estáveis sem concurso (antes de 1988)
Exonerar os estáveis (primeiro os mais novos)
Vacância
É um ato ou fato (evento natural) capaz de tornar o cargo vago.
Importância jurídica cargo vago pode ser ocupado
Licenças não deixam o cargo vago. Servidor de licença pode ser punido por algo que praticar
durante a licença.
Formas de vacância
1. Exoneração não possui caráter punitivo
2. Demissão possui caráter punitivo
3. Aposentadoria
4. Morte
5. Readaptação Hipóteses simultâneas de provimento e vacância
6. Promoção
7. Posse em outros cargo inacumulável
Obs 11
Segunda a doutrina a recondução e a posse em outro cargo inacumulável Tb são consideradas
formas simultâneas de provimento e vacância.
Remoção
Deslocamento do servidor no âmbito do mesmo Órgão ou Entidade, com ou sem mudança da
Sede (mudar o lugar de trabalho no mesmo Órgão). O indivíduo não muda de Órgão, apenas de cidade.
Formas de remoção
De ofício, no interesse da Adm
A pedido a critério da Adm (discricionário)
A pedido, vinculado, independente do interesse da Adm. Ocorrerá nas seguintes
hipóteses:
Deslocamento de ofício do cônjuge ou companheiro.
Por motivo de doença do servidor/cônjuge/companheiro ou dependente, atestado
por laudo de junta médica oficial.
Mediante concurso interno de remoção
Redistribuição
É o deslocamento do cargo de provimento efetivo de um Órgão para outro, no âmbito do mesmo
poder. Somente ocorre de ofício e, em geral, quando há extinção de Órgão Públicos. Ocorre
independentemente de o cargo estar vago ou ocupado. Se o cargo estiver ocupado, o servidor tem que ir
junto e acompanhá-lo até o momento final.
Substituição
Todo chefe/diretor deve ter um substituto indicado no regimento interno ou pela autoridade
máxima do Órgão.
Segundo a lei, o substituto só vai receber pela substituição quando ela ultrapassar 30 dias, e
apenas pelo período que exceder tais 30 dias. Entretanto, o CESPE, seguindo toda a jurisprudência,
entende que o substituto receberá por todos os dias que substituir. Para as outras bancas segue o que
está na lei.
LEI 8666/93
É uma lei ordinária federal que trata de normas gerais sobre licitações e contratos para obras,
compras, serviços (inclusive de publicidade) e locações no âmbito de toda a Administração Direta e
Indireta.
Em tese os Estados/DF/Municípios podem editar normas específicas sobre licitações e
contratos.
Apesar de se auto-denominar “norma geral”, a lei 8666/93 tratou detalhadamente do tema
“licitações e contratos”.
Os Serviços Sociais Autônomos (SESC, SESI, SENAI, etc), devem seguir os princípios das
licitações e não necessariamente a lei 8666/93.
A OS e a OSCIP que receberem dinheiro da União devem seguir a lei de licitação, nos termos de
decreto do Presidente da República.
As EP e as SEM, prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade econômica,
devem licitar nas suas atividades “meio”, prém, em relação às atividades “fins”, a licitação é dispensada.
O art. 173 da CF/88 determina que lei vai dispor sobre o Estatuto das Empresas Estatais,
dispondo, entre outros assuntos, sobre normas de licitações e contratos aplicáveis apenas às EPs e às
SEMs; entretanto tal Estatuto não existe, e por isso na prática as Empresas Estatais submetem-se à lei
8666/93. Nos estritos termos da CF/88 as Empresas Estatais não estão sujeitas à lei 8666/93.
O art. 177 da CF/88 determina que lei vai estabelecer as normas de contratação das Empresas
de Petróleo; tal lei já existe e por isso o STF entende que a Petrobrás não está sujeita à Lei 8666/93
1. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
1.1 CONCEITOS
É um acordo de vontades em que o Estado, agindo em supremacia, firma com o particular para
o desempenho de atividades de interesse público nas condições estabelecidas pelo próprio Estado. Pelo
fato de a Administração atuar em supremacia, os contratos administrativos serão regidos por normas
de Direito Público aplicando-se, supletivamente, normas de direito privado ou da Teoria Geral dos
Contratos.
A doutrina faz a seguinte divisão:
Obs
Segundo a Lei 8666/93, no que couber, a administração poderá agir em supremacia nos
contratos da administração.
Obs
A minuta do contrato deve constar do edital da licitação.
1.2.10 MUTABILIDADE significa que o contrato será alterado sempre que as condições
originalmente fixadas forem modificadas. Serve para manter o equilíbrio financeiro do
contrato e para que nenhuma das partes sofra prejuízos. Ressalte-se que a alteração do
preço unitário de um produto só pode ocorrer por acordo entre as partes.; nunca
unilateralmente.
O valor do contrato poderá ser alterado em duas hipóteses:
a) Reajuste ocorrerá anualmente segundo o índice fixado no contrato.
Será implementado por simples apostila (pois o reajuste já está previsto no
contrato).
b) Revisão pode ocorrer a qualquer tempo, pois decorre de fatos estranhos
à vontade das partes. Será implementada pos aditamento (alteração do
contrato por acordo entre as partes).
1.2.11 PESSOALIDADE OU INTUITU PERSONAE significa que o contrato deve ser executado
pelo vencedor da licitação; entretanto, se houver previsão no edital, no contrato , e com a
concordância do Estado, o contratado poderá subcontratar parte da execução do objeto;
nesse caso o contratado será responsável por todos os danos causados pelo
subcontratado
1.3.1 EXIGÊNCIA DE GARANTIA serve para que o Estado possa ser ressarcido de possíveis
prejuízos causados pelo contratado. Poderão ser oferecidas as seguintes modalidades de
garantia:
Caução em dinheiro ou título da dívida pública
Seguro garantia
Fiança bancária (o fiador deve ser um banco)
Obs1
Por acordo entre as partes será possível reduzir o objeto além dos 25%.
Obs 2
Jamais as cláusulas fnanceiras poderão ser alteradas unilateralmente; só por acordo entre as
partes.
1.3.3 PODER DE APLICAÇÃO DIRETA DE PENALIDADES desde que seja concedido o direito
de defesa, a administração poderá aplicar as seguintes punições:
Advertência
Multa, no valor definido no contrato
Suspensão para licitar ou contratar por até 2 anos
Declaração de inidoneidade que impede o punido de licitar ou contratar até que
haja a reparação total dos danos causados.
Obs 1
A pena de multa pode ser cumulada com qualquer outra punição
Obs 2
Segundo o STJ a declaração de inidoneidade em um contrato não vincula os demais ainda
vigentes.
1.3.4 PODER DE RECISÃO UNILATERAL DO CONTRATO nas hipóteses previstas no art. 78,
incisos I ao XII, XVII e XVIII, a Administração poderá rescindir o contrato, desde que
garanta ao contratado o direito de defesa.
Obs
O contratado, nas hipóteses dos art. 78, incisos XIII ao XVI poderá ir à justiça e pedir a rescisão
do contrato
1.3.5 PODER DE FISCALIZAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA o
Estado deve fiscalizar a execução do contrato, por meio de um servidor designado para
tal (será o fiscal do contrato).
O contratado manterá preposto, aceito pelo Estado, no local da execução do
objeto.
A fiscalização estatal jamais vai excluir ou atenuar a responsabilidade do
contratado.
A fiscalização é atividade privativa do Estado e por isso nunca poderá ser
delegada a um particular, entretanto, será possível contratar um particular para
prestar informações técnicas necessárias à fiscalização.
Nos serviços essenciais o Estado pode ocupar os equipamentos e instalações do
contratado com o objetivo de manter a prestação dos serviços
Obs
No caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, mesmo que não
haja pagamento, o contratado deve executar todo o contrato.
Obs
Independentemente de quem seja o culpado pela nulidade, o Estado sempre pagará pelo que
tiver sido feito; os outros danos, por ventura sofridos, só serão pagos se o contratado não for o culpado
pela nulidade.
Obs
Os prazos de início, de conclusão e de entrega admitem prorrogação nos seguintes casos:
Alteração do projeto pela administração
Superveniência de fato imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere
fundamentalmente as condições de execução do contrato.
Interrupção da execução ou diminuição do ritmo por ordem da administração.
Aumento das quantidades inicialmente previstas.
Omissão ou atraso de providências a cargo da administração.
Impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro, reconhecido pela
administração em documento contemporâneo à sua ocorrência
O contratado é responsável subjetivamente – precisa provar dolo ou culpa (se for serviço público
será objetiva) por todos os danos que causar a terceiros. Ora, se o contratado cobra pela execução do
objeto, deverá assumir os riscos de sua atividade. Segundo a lei 8.666/93, o contratado é responsável
pelo pagamento de todos os encargos civis, fiscais, previdenciários, trabalhistas e tributários,
decorrentes da execução do contrato
Obs 1
Segundo a própria lei 8.666/93, o Estado é responsável solidariamente pelos encargos
previdenciários (INSS).
Obs 2
Nos contratos de terceirização o Estado poderá responder subsidiariamente pelas verbas
trabalhistas não pagas pela empresa terceirizada, desde que fique provado que não houve fiscalização
por parte do Estado.
Obs 3
Dano pelo só fato da obra uma empresa contratada pelo Estado está cumprindo uma obra
exatamente de acordo com o projeto, e próximo dali uma casa começa a rachar em consequência da
movimentação da obra. Neste caso o Estado é quem responderia, pois o dano aconteceria pelo só fato
da obra, uma vez que a empresa esta cumprindo adequadamente o projeto proposto.
Ocorre quando o contratado deixar de executá-lo total ou parcialmente, com ou sem culpa.