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C ENTRO DE T ECNOLOGIA
P ROGRAMA DE P ÓS -G RADUAÇÃO EM E NGENHARIA E LÉTRICA E
DE C OMPUTAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Ao meu orientador, professor Flavio Bezerra Costa, pela dedicada orientação ao longo
dessa jornada desafiadora.
Aos meus pais, Manoel Cecílio Leal e Maria Elvira Leal, por me ensinar a transpor barrei-
ras e por abdicarem da minha presença para que eu pudesse alcançar maiores conquistas,
e aos meus irmãos, Majela Maria Leal e Marciel Manoel Leal, pelo apoio contínuo.
Ao meu namorado, Pedro Araújo Medeiros, pelo seu companherismo, paciência, amor e
dedicação imprescindível para o desenvolver desse trabalho.
Aos meus amigos do laboratório ProRedes, Frankelene Pinheiro, Jessika Fonseca, João
Thiago Loureiro, Rafael Lucas, Dênis Keuton, Rodrigo Prado, Cícero Josean e Júnior
Silva, pela amizade partilhada e por todo auxílio fornecido para que esse trabalho fosse
realizado.
Aos meus amigos, Vitor Borges, Evandro Ailson, Wanderlay Figueiredo, Marcos Sérgio
e Everton da Silva, pela amizade de longa data.
Traditionally, the primary protection used in low voltage power systems, as distribu-
tion systems, is the overcurrent protection due to its simplicity and low cost. However, in
these recent years, the number of distributed generation connected to the system has been
growing, which changes the complexity of the system and require a directional module
to complement the diagnostic about the fault, providing information whether the fault is
forward or reverse according to a reference point. Therefore, in this work is proposed a
directional overcurrent protection module based on the stationary discrete wavelet trans-
form. This tool could recreate the standard directional overcurrent protection using just
currents and voltages scaling coefficients (low frequency), and the overcurrent protection
is recreated by using currents scaling coefficients energy, which overcomes some draw-
backs by using discrete Fourier transform. The proposed method was evaluated on the
IEEE 30 bus model with distributed generator and the IEEE 230 kV systems analysis
with distributed parameters.
Keywords: Directional Overcurrent Protection, Distributed Generation, Symmetrical
Components in Time Domain, Wavelet Transform.
Sumário
Sumário i
Lista de Tabelas v
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Contribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Organização do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Ferramentas Matemáticas 5
2.1 Transformada de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Componentes Simétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2.1 Componentes Simétricas no Domínio da Frequência . . . . . . . 6
2.2.2 Componentes Simétricas no Domínio do Tempo . . . . . . . . . 9
2.3 Transformada Wavelet Discreta - TWD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3.1 Filtros Escala e Wavelet da TWD . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3.2 Transformada Wavelet Discreta Redundante - TWDR . . . . . . . 15
2.3.3 Energias dos Coeficientes Escala e Wavelet da TWDR . . . . . . 17
2.4 Síntese do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
i
4 Estado da Arte 28
4.1 Proteção de Sobrecorrente Direcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.2 Síntese do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5 Método Proposto 34
5.1 Proteção de Sobrecorrente Direcional Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.2 Proteção de Sobrecorrente Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.2.1 Unidade de Sobrecorrente de Fase Instantânea . . . . . . . . . . 36
5.2.2 Unidade de Sobrecorrente de Fase Temporizada . . . . . . . . . . 37
5.2.3 Unidade de Sobrecorrente de Neutro Instantânea e Temporizada . 39
5.2.4 Unidade de Sobrecorrente de Sequência Positiva Instantânea e
Temporizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.2.5 Unidade de Sobrecorrente de Sequêcia Negativa Instantânea e
Temporizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.3 Detector dos Transitórios de Falta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.4 Proteção Direcional Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.4.1 Proteção Direcional de Fase Wavelet . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5.4.2 Proteção Direcional de Sequência Positiva Wavelet . . . . . . . . 45
5.4.3 Proteção Direcional de Sequência Negativa Wavelet . . . . . . . . 46
5.4.4 Proteção Direcional de Sequência Zero Wavelet . . . . . . . . . . 47
5.5 Síntese do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
6 Resultados 49
6.1 Descrição do Sistema Teste de 230 kV do IEEE . . . . . . . . . . . . . . 49
6.2 Parametrização do Método Clássico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
6.3 Parametrização do Método Proposto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
6.4 Avaliação do Método Proposto no Sistema de 230 kV . . . . . . . . . . . 51
6.4.1 Escolha da Wavelet Mãe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
6.4.2 Influência do Ângulo de Incidência de Falta . . . . . . . . . . . . 53
6.4.3 Influência das Unidades de Sobrecorrente Instantâneas e Tempo-
rizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
6.4.4 Influência da Distância da Falta . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
6.4.5 Influência da Resistência de Falta . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6.4.6 Influência do Afundamento Total de Tensão . . . . . . . . . . . . 61
6.5 Descrição do Sistema Teste de 30 Barras do IEEE . . . . . . . . . . . . . 64
6.6 Avaliação do Método Proposto para o Sistema de 30 Barras com Geração
Distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
6.6.1 Estudo de Caso: Falta Monofásica na Barra 21 com Análise na
Barra 24 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
6.6.2 Estudo de Caso: Falta Monofásica na Barra 27 com Análise na
Barra 24 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
6.6.3 Estudo de Caso: Falta Monofásica na Barra 6 com Análise na
Barra 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
6.6.4 Estudo de Caso: Falta Trifásica na Barra 5 com Análise na Barra 12 69
6.7 Síntese do Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
7 Conclusões 72
7.1 Conclusões Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
7.2 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Referências bibliográficas 74
Lista de Figuras
iv
6.5 Direcionalidade normalizada para falhas na classificação direcional de
falta reversa: (a) unidades direcionais de fase para faltas CA; (b) unidades
de sequência zero para faltas BT; (c) unidades de sequência negativa para
faltas ABT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
6.6 Tempo de atuação das unidades direcionais em função do aumento da dis-
tância para faltas à frente: (a) unidades direcionais de fase para faltas CT;
(b) unidades de sequência zero para faltas CAT; (c) unidades de sequên-
cia negativa para faltas CA; (d) unidades de sequência positiva para faltas
trifásicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6.7 Tempo de atuação das unidades direcionais em função do aumento da re-
sistência de falta: (a) unidades direcionais de fase para faltas ABT; (b)
unidades de sequência zero para faltas CT; (c) unidades de sequência ne-
gativa para faltas BT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
6.8 Caso de falta trifásica com afundamento da tensão total: (a) direcionali-
dade da unidade de sequência positiva; (b) energia dos coeficientes escala
da tensão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.9 Sistema teste de 30 barras do IEEE. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
6.10 Falta na barra 21 com análise na barra 24: (a) iA , ENs e |IA |; (b) vBC ; (c)
FPAw e FPA ; (d) EiAw ; (e) instantes de atuação. . . . . . . . . . . . . . . . 66
6.11 Falta na barra 27 com análise na barra 24: (a) iA , ENs e IA ; (b) vBC ; (c)
FPAw e FPA ; (d) Eiw ; (e) instantes de atuação. . . . . . . . . . . . . . . . . 68
6.12 Falta monofásica na barra 6 com comportamento bifásico na barra de aná-
lise 10: (a) fator de potência das unidades de fase 67WA, 67WB e 67WC;
(b) fator de potência das unidades de fase 67A, 67B e 67C. . . . . . . . . 69
6.13 Falta monofásica na barra 6 com comportamento bifásico na barra de aná-
lise 10: (a) fator de potência das unidades de sequência negativa 67QWA,
67QWB e 67QWC; (b) fator de potência da unidade de sequência nega-
tiva 67Q. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.14 Falta trifásica na barra 5 com análise na barra 12: (a) fator de potência
das unidades de fase 67WA, 67WB e 67WC; (b) fator de potência das
unidades de fase 67A, 67B e 67C. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.15 Falta trifásica na barra 5 com análise na barra 12: (a) fator de potência
das unidades de sequência positiva 67PWA, 67PWB e 67PWC; (b) fator
de potência da unidade de sequência positiva 67P. . . . . . . . . . . . . . 71
Lista de Tabelas
vi
Lista de Símbolos
Ds Direcionalidade wavelet
DsA , DsB , DCs Direcionalidade wavelet das fases A, B e C, respectivamente
Ds0 Direcionalidade de sequência zero wavelet
Ds1A , Ds1B , Ds1C Direcionalidade de sequência positiva wavelet das fases A, B e C,
respectivamente
Ds2A , Ds2B , Ds2C Direcionalidade de sequência negativa wavelet das fases A, B e C,
respectivamente
Es Energia dos coeficientes escala
Ew Energia dos coeficientes wavelet
Eiφs , Eiφw Energia dos coeficientes escala e wavelet, respectivamente, das cor-
rentes de fase, de sequência positiva, negativa ou zero
Eis , Evs Energia dos coeficientes escala de corrente e de tensão, respectiva-
mente
Eiw , Evw Energia dos coeficientes wavelet de corrente e de tensão, respectiva-
mente
s , Es , Es
EiA Energia dos coeficientes escala de corrente das fases A, B e C, res-
iB iC
pectivamente
w, Ew, Ew
EiA Energia dos coeficientes wavelet de corrente das fases A, B e C,
iB iC
respectivamente
s , Es
Evpol Energia dos coeficientes escala da tensão de polarização e da cor-
iop
rente de operação, respectivamente
Ei1s , Ei2s , EiN
s Energia dos coeficientes escala das correntes de sequência positiva,
negativa e de neutro, respectivamente
s , Es
E50 Energia de pickup das unidades instantâneas e temporizadas de fase,
51
respectivamente
s , Es
E50N Energia de pickup das unidades instantâneas e temporizadas de neu-
51N
tro, respectivamente
s , Es
E50P Energia de pickup das unidades instantâneas e temporizadas de
51P
sequência positiva, respectivamente
s , Es
E50Q Energia de pickup das unidades instantâneas e temporizadas de
51Q
sequência negativa, respectivamente
f Frequência fundamental do sistema
FP Fator de potência clássico
s
FPop Fator de potência de operação wavelet
FPs Fator de potência wavelet
fs Frequência de amostragem
vii
hψ Filtro IIR passa-alta
hϕ Filtro IIR passa-baixa
hψ Filtro IIR inverso passa-alta
hϕ Filtro IIR inverso passa-baixa
i Corrente de fase no tempo
iRMS Corrente rms no tempo
i0A , i0B , i0C Correntes de sequência zero das fases A, B e C no tempo, respectiva-
mente
i0 Correntes de sequência zero para qualquer fase no tempo
i1A , i1B , i1C Correntes de sequência positiva das fases A, B e C no tempo, respec-
tivamente
i2A , i2B , i2C Correntes de sequência negativa das fases A, B e C no tempo, respec-
tivamente
Iop Fasor da corrente de operação de fase
1 , I2 , I0
Iop Fasores de operação de sequência positiva, negativa e zero, respectiva-
op op
mente
Ir Corrente de referência
I Sinal de corrente fasorial
IA , IB , IC Fasores das correntes das fases A, B e C, respectivamente
1 , I2 , I0
Iop Fasores das correntes de operação de sequência positiva, negativa e
op op
zero, respectivamente
IRMS Fasor de corrente rms
I1 , I2 , I0 Fasores das correntes de sequência positiva, negativa e zero, respecti-
vamente
I0A , I0B , I0C Fasor da corrente de sequência zero para as fases A, B e C, respectiva-
mente
I1A , I1B , I1C Fasor da corrente de sequência positiva para as fases A, B e C, respec-
tivamente
I2A , I2B , I2C Fasor da corrente de sequência negativa para as fases A, B e C, respec-
tivamente
j Nível de decomposição da transformada wavelet
L Número de coeficientes do filtro wavelet
N Número total de amostras do sinal
p Número qualquer dentro do conjunto dos inteiros
Ps Potência ativa wavelet
P Potência ativa
Pop Potência ativa de operação
Pops Potência ativa de operação escala
Q Limiar do detector de transitórios de faltas
rt Resistência de falta
S Potência aparente
Sop Potência aparente de operação
s
Sop Potência aparente de operação escala
Ss Potência aparente escala
s Coeficiente escala
si1 , si2 , si0 Coeficientes de corrente de sequência positiva, negativa e
zero, respectivamente
sv1d Coeficiente escala das tensões de sequência positiva desloca-
das
sv1Ad , sv1Bd , sv1Cd Coeficiente escala das tensões de sequência positiva desloca-
das para as fases A, B e C
sv2Ad , sv2Bd , sv2Cd Coeficiente escala das tensões de sequência negativa deslo-
cadas para as fases A, B e C, respectivamente
sv0d Coeficiente escala da tensão de sequência zero deslocadas
svφ Coeficientes escala de tensão de fase, sequência positiva, ne-
gativa ou zero
◦
s Coeficientes escalas de um sinal de duração finita
t Instante de tempo atual
TA , TB , TC Torques das unidades direcionais das fase A, B e C, respecti-
vamente
T MS Deslocamento da curva de tempo definido
TP Tempo definido pela unidade de sobrecorrente temporizada
T51 , T51N , T51P , T51Q Instante de ativação da unidade de sobrecorrente tempori-
zada de fase, neutro, sequência positiva e negativa, respec-
tivamente
v0 Tensão de sequência zero no tempo
vAB , vBC , vCA Tensão de polarização AB, BC e CA, respectivamente
V1 ,V2 ,V0 Fasor da tensão de sequência positiva, negativa e zero, res-
pectivamente
v1A , v1B , v1C tensão de sequência positiva, negativa e zero no tempo, res-
pectivamente
vφ Tensão de fase, de sequência positiva, negativa ou zero no
tempo
V Fasor de tensão
x Sinal qualquer no tempo
X Fasor de um sinal qualquer
Xr Parte real do fasor X
Xi Parte imaginária do fasor X
Y50 , Y50N , Y50P , Y50Q Limiar das unidades de sobrecorrente instantâneas de fase,
neutro, sequência positiva e negativa, respectivamente
Y51 , Y51N , Y51P , Y51Q Limiar das unidades de sobrecorrente temporizadas de fase,
neutro, sequência positiva e negativa, respectivamente
ZL1 , ZL0 Impedância de sequência zero e de sequência positiva da li-
nha
50W, 51W Unidade de sobrecorrente wavelet instantâneas e tempori-
zada de fase, respectivamente
50NW, 51NW Unidade de sobrecorrente wavelet instantâneas e tempori-
zada de neutro, respectivamente
50PW, 51PW Unidade de sobrecorrente wavelet instantâneas e tempo-
rizada de sequência positiva, respectivamente
50QW, 51QW Unidade de sobrecorrente wavelet instantâneas e tempo-
rizada de sequência negativa, respectivamente
67A, 67B, 67C Unidade de sobrecorrente direcionais clássicas das fase
A, B e C, respectivamente
67N Unidade de sobrecorrente direcional clássica de neutro,
respectivamente
67NW Unidade de sobrecorrente direcional wavelet de neutro,
respectivamente
67PWA, 67PWB, 67PWC Unidade de sobrecorrente direcionais wavelet de sequên-
cia positiva das fase A, B e C, respectivamente
67QW Unidade de sobrecorrente direcionais wavelet de sequên-
cia negativa, respectivamente
67QWA, 67QWB, 67QWC Unidade de sobrecorrente direcionais wavelet de sequên-
cia negativa das fases A, B e C, respectivamente
67W Unidade de sobrecorrente direcionais wavelet de fase,
respectivamente
67WA, 67WB, 67WC Unidade de sobrecorrente direcionais wavelet das fase A,
B e C, respectivamente
67, 67P, 67Q, 67N Unidade de sobrecorrente direcionais clássica de fase, de
neutro de sequência positiva e de sequência negativa, res-
pectivamente
α Defasamento angular de 120◦
α2 Defasamento angular de −120◦
β, γ, ρ Parâmetros das curvas temporizadas do IEEE
∆k Número de amostra em um ciclo
∆kα Deslocamento de amostras equivalente ao ângulo α
∆kα2 Deslocamento de amostras equivalente ao ângulo α2
∆kθ1 , ∆kθ0 Número de amostras equivalente aos ângulos ZL1 e ZL0 ,
respectivamente
1 2
ε+ , ε+ , ε+ 0 Limiares positivos das unidades de sequência positiva,
negativa e zero, respectivamente
ε1− , ε2−, ε0− Limiares negativos das unidades de sequência positiva,
negativa e zero, respectivamente
θ Ângulo formado entre tensão e corrente
φ Variável que representa qualquer uma das fases ou das
unidades de sequência positiva negativa ou zero
Lista de Abreviaturas e Siglas
xi
Capítulo 1
Introdução
Nuclear Importação
1,2% 5,1% Eólica
Solar Fotovoltaica Biomassa 6,4%
0,01% 8,9%
Gás Natural
8,3%
Carvão e
Derivados
2,4%
Hidráulica
61% Derivados de
Petróleo
6,4%
Figura 1.1: Matriz energética brasileira do ano de 2016. Fonte: ANEEL - Banco de
Informações de Geração.
1.1 Motivação
A geração distribuída está sendo fortemente requerida nos sistemas de distribuição
devido a grandes vantagens, como: adiamento de investimentos em expansão dos sis-
temas de transmissão e distribuição, redução no carregamento das redes, baixo impacto
ambiental, minimização das perdas nas longas linhas e diversificação da matriz energé-
tica, minimizando a dependência de um único tipo de geração. No entanto, esse sistema
com geradores distribuídos implicam em uma complexidade maior para a proteção do
sistema elétrico, pois os níveis de corrente durante a falta podem variar, minimizando a
sensibilidade das proteções tradicionais e, consequentemente, expondo pessoas, animais
e equipamentos a elevados níveis de correntes de curto-circuito.
1.2 Objetivos
O objetivo geral da dissertação de mestrado é recriar a proteção de sobrecorrente di-
recional clássica utilizando a transformada wavelet, garantindo o diagnóstico correto das
faltas com desempenho similar à proteção clássica.
Os objetivos específicos são:
1.3 Contribuições
As principais contribuições são:
Ferramentas Matemáticas
I1C
120◦
120◦ I1A
120◦
I1B
e
α2 = 1∠240◦ = −0, 5 − j0, 886. (2.6)
Portanto, as componentes de sequência positiva para os fasores de corrente são definidas
como segue (BLACKBURN, 1993):
1
I1A = (IA + αIB + α2 IC ), (2.7)
3
1
I1B = α2 I1A = (α2 IA + IB + αIC ), (2.8)
3
e
1
I1C = αI1A = (αIA + α2 IB + IC ), (2.9)
3
em que, os mesmos princípios são validos para os fasores de tensão. Uma das fases de
sequência pode definir as demais fases, então não é possível que exista componente de
sequência de uma fase isoladamente ou em pares.
e
1
I2C = α2 I1A = (α2 IA + αIB + IC ). (2.12)
3
Todo o equacionamento de sequência negativa definido para os fasores de correntes são
I2B I2A
120◦
120◦ 120◦
I2C
2
∆kα = ∆k (2.14)
3
e
1
∆kα2 = ∆k. (2.15)
3
Desse modo, as componentes de sequência positiva no tempo podem ser definidas como
segue:
1
i1A (k) = (iA (k) + iB (k − ∆kα ) + iC (k − ∆kα2 )), (2.16)
3
1
i1B (k) = (iA (k − ∆kα2 ) + iB (k) + iC (k − ∆kα )) (2.17)
3
e
1
i1C (k) = (iA (k − ∆kα ) + iB (k − ∆kα2 ) + iC (k)), (2.18)
3
com i1A , i1B e i1C sendo, respectivamente, as correntes de sequência positiva no tempo
das fases A, B, C. Todas estas definições são válidas para o sinal de tensão, obtendo-se
v1A , v1B e v1C .
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS MATEMÁTICAS 10
com destaque para o trabalhos de Mallat (1989), no qual a análise multiresolucional foi
proposta e o trabalho de Daubechies (1992) que introduz o conceito da TWD.
A análise multiresolucional define que filtros digitais podem ser usados para decompor
um sinal discreto nos coeficientes escala e wavelet, em diferentes níveis de resolução, de
forma confiável e com baixo esforço computacional, como segue:
∞
s j (k) = s j−1 ∗ hϕ (2k) = ∑ hϕ (n − 2k)s j−1(n) (2.23)
n=−∞
e ∞
w j (k) = s j−1 ∗ hψ (2k) = ∑ hψ (n − 2k)s j−1(n), (2.24)
n=−∞
em que j ≥ 1; ∗ representa a operação de convolução; s j e w j representam os coeficientes
escala e wavelet no nível de decomposição j, respectivamente; s0 representa o sinal no
domínio do tempo (x = s0 ); hφ e hψ são filtros digitais, de resposta ao impulso infinito
(Infinite Impulse Response - IIR), passa-baixa (filtro escala) e passa-alta (filtro wavelet),
respectivamente, enquanto que hφ e hψ são os filtros IIR inversos passa-baixa e passa-alta.
Para fins práticos, os sinais de entrada dos filtros de decomposição da TWD tem dura-
ção finita. Assim, sendo N o número total de amostras do sinal, a série s j é definida como
um sinal de duração finita com N/2 j amostras, como segue:
e
L−1
◦
w j (k) = s j−1 " hψ (2k) = ∑ hψ(l)s j−1 (2k + l), (2.28)
l=0
TWD
TWD s3
TWD s2 hϕ ↓2
s1 hϕ ↓2 w3
hϕ ↓2 w2 hψ ↓2
x hψ ↓2
w1
hψ ↓2
Figura 2.4: Diagrama de blocos ilustrando a decomposição dos três primeiros níveis da
TWD.
2. O sinal x é decomposto nos coeficientes wavelet (w1 ) e escala (s1 ) no primeiro nível
de decomposição ( j = 1) pelos filtros passa-baixa (hϕ ) e passa-alta (hψ ), respectivamente,
seguidos de uma subamostragem por 2. Esses coeficientes representam a resposta dos
filtros utilizados, ou seja, w1 são os componentes de alta frequência do sinal, enquanto
que s1 são os componentes de baixa frequência, para o primeiro nível de decomposição.
No nível seguinte ( j = 2), o mesmo processo se repete, porém, os coeficientes escala
do primeiro nível, que possui forma aproximada do sinal original por conter informações
de baixa frequência, serão utilizados como sinal de entrada para o conjunto de filtros
desse nível e esse processo se repete para os demais níveis de decomposição, utilizado os
coeficientes escala do nível anterior como sinal de entrada do próximo nível.
Nesse processo, o número de amostras é reduzido a medida que o nível de decom-
posição aumenta, devido as sucessivas subamostragens realizadas. Por exemplo, o sinal
original x contendo N amostras é reduzido para N/2, N/4 e N/8 amostras nos respectivos
primeiro, segundo e terceiro nível de decomposição.
Considerando o espectro de frequência do sinal original sendo [0 - fs ], a recomposição
desse espectro se dá avaliando o espectro dos coeficientes wavelet do primeiro [ fs /2 - fs ],
segundo [ fs /4 - fs /2] e terceiro [ fs /8 - fs /4] nível de decomposição, juntamente com o
espectro dos coeficientes escala no terceiro nível de decomposição [0 - fs /8].
Os coeficientes wavelet da TWD podem ser representados em notação matricial. Por-
tanto, a representação no primeiro nível de decomposição da TWD para L = 4 é:
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
w(0) x(0)
⎢
⎢ w(1) ⎥
⎥
⎢
⎢ x(1) ⎥
⎥
⎢
⎢ w(2) ⎥
⎥
⎢
⎢ x(2) ⎥
⎥
⎢ w(3) ⎥ = Hψ ⎢
⎥ ⎢ x(3) ⎥
(2.29)
.. ..
⎢ ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢
⎢ . ⎥
⎥
⎢
⎢ . ⎥
⎥
⎣ w(N/2 − 2) ⎦ ⎣ x(N/2 − 2) ⎦
w(N/2 − 1) x(N/2 − 1)
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS MATEMÁTICAS 13
Início do
distúrbio
-1,5
3 (a)
2 ×10
Coeficientes
Escala
-2
(b)
4
Coeficientes
0
Wavelet
-4 Detecção do
distúrbio
-8
0 1 2 3 4 5
Número de Ciclos
(c)
Figura 2.5: Exemplo da TWD no primeiro nível de decomposição: (a) sinal de corrente;
(b) coeficientes escalas; (c) coeficientes wavelet.
hϕ = {hϕ (0), hϕ(1), ..., hϕ(L − 2), hϕ(L − 1)} = {−hψ (L − 1), hψ (L − 2), ..., −hψ(1), hψ (0)}
(2.33)
e
hψ = {hψ (0), hψ(1), ..., hψ(L − 2), hψ (L − 1)} = {hϕ(L − 1), hϕ (L − 2), ..., hϕ(1), −hϕ(0)}.
(2.34)
Os coeficientes dos filtros devem seguir as seguintes propriedades (PERCIVAL; WAL-
DEN, 2000):
L−1 L−1
∑ [hψ(l)]2 = 1 ⇒ ∑ [hϕ(l)]2 = 1, (2.35)
l=0 l=0
L−1 L−1
∑ hψ(l)hψ(l + 2n) = 0 ⇒ ∑ hϕ(l)hϕ(l + 2n) = 0, (2.36)
l=0 l=0
e
L−1 L−1 √
∑ hψ(l) = 0 ⇒ ∑ hϕ(l) = 2, (2.37)
l=0 l=0
onde n é um número inteiro qualquer diferente de zero e l = 0, 1, ..., L-1.
Os filtros escala e wavelet inverso são representados por hφ e hψ , respectivamente, e
definidos como segue:
hϕ (l) = (−1)l+1hψ (L − l − 1) (2.38)
e
hψ (l) = (−1)l+1 hϕ (L − l − 1), (2.39)
sendo que:
hϕ = {hϕ (0), hϕ (1), ..., hϕ (L − 2), hϕ (L − 1)} = {hϕ(L − 1), hϕ (L − 2), ..., hϕ(1), hϕ(0)}
(2.40)
e
hψ = {hψ (0), hψ (1), ..., hψ (L − 2), hψ (L − 1)} = {hψ (L − 1), hψ(L − 2), ..., hψ(1), hψ(0)}.
(2.41)
Para aplicação em proteção de sistemas elétricos, a família Daubechies vem sendo
uma das mais utilizadas e, com relação a quantidade de coeficientes, uma wavelet mãe
com quatro coeficientes tem atendido bem à aplicações que requerem baixo custo com-
putacional. Portanto, são mostrados, como exemplo, os coeficientes wavelet e escala para
a wavelet mãe Daubechies com 4 coeficientes (db(4)) (DAUBECHIES, 1992):
√ √ √ √
1+√ 3 3+√ 3 3−√ 3 1−√ 3
hϕ (0) = 4 2
, hϕ (1) = 4 2
, hϕ (2) = 4 2
, hϕ (3) = 4 2
, (2.42)
√ √ √ √
1−√ 3 −3+
√ 3, 3+√ 3 −1−
√ 3.
hψ (0) = 4 2
, hψ (1) = 4 2
hψ (2) = 4 2
, hψ (3) = 4 2
(2.43)
Os coeficientes dos filtro wavelet e escala, bem como os filtros inversos são resumidos
na Tabela 2.2.
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS MATEMÁTICAS 15
Figura 2.6: Diagrama de blocos ilustrando a decomposição dos três primeiros níveis da
TWDR.
De maneira similar, a TWDR tem seus coeficientes escala e wavelet definidos como
segue:
s j−1 ∗ hϕ (k) 1 ∞
s j (k) = √ = √ ∑ hϕ (n − k)s j−1 (n) (2.44)
2 2 n=−∞
e
s j−1 ∗ hψ (k) 1 ∞
w j (k) = √ = √ ∑ hψ (n − k)s j−1(n), (2.45)
2 2 n=−∞
em que j ≥ 1.
Na Figura 2.7 é apresentado um sinal de corrente sendo tratado pela TWDR no pri-
meiro nível de decomposição utilizando a db(4). As componentes de baixa frequência são
expressas pelos coeficientes escalas e as componentes de alta frequência influenciam os
coeficientes wavelet. Diferente da TWD que utiliza a subamostragem, na TWDR não há
amostras negligenciadas o que provocou, no instante da detecção da falta, uma amplitude
mais elevada na Figura 2.7 (c) se comparado à Figura 2.5 (c).
CAPÍTULO 2. FERRAMENTAS MATEMÁTICAS 16
-1,5
(a)
1,5
×103
Coeficientes
Escala
-1,5
(b)
8
Coeficientes
4
Wavelet
0 Detecção do
distúrbio
-4
0 1 2 3 4 5
Número de Ciclos
(c)
Figura 2.7: Exemplo da TWDR no primeiro nível de decomposição: (a) sinal de corrente;
(b) coeficientes escala; (c) coeficientes wavelet.
Reformulando as Equações (2.27) e (2.28) para sinais com duração finita, tem-se:
moderadas nos níveis de corrente que flui no sistema. Por outro lado, os curtos-circuitos
podem ser oriundos de inúmeras causas, mas em geral, causam variação de corrente mais
severas, se comparado com a sobrecarga (MAMED; MAMED, 2013).
A proteção de sobrecorrente avalia, a cada instante, o nível de corrente presente no
sistema, por meio do módulo do fasor estimado da corrente. Se em algum instante for
detectado que a corrente medida supera os valores admissíveis, o desligamento da zona
protegida pela unidade de sobrecorrente é requisitado. Na Figura 3.1 exemplifica-se um
caso de curto-circuito no qual a corrente durante a falta cresce configurando uma sobre-
corrente, que é devidamente representada pelo módulo da estimação fasorial.
3
Corrente (kA)
2
1
0
-1 Instante inicial i
-2 da falta |I|
-3
0 1 2 k f / fs 3 4 5
Número de Ciclos
Figura 3.1: Sobrecorrente e sua respectiva estimação fasorial pelo algoritmo de Fourier
de um ciclo.
Os valores admissíveis de corrente no sistema, que parametrizam a proteção de so-
brecorrente, dependem de parâmetros do sistema, como os níveis de curto-circuito e a
corrente de carga, assim como os requisitos de coordenação e seletividade necessários a
qualquer proteção. Os níveis de sobrecorrente permissível no sistema divide a unidade de
sobrecorrente em unidade de sobrecorrente instantânea e temporizada.
sendo I50 = Y50 Ir e Y50 > 1, um multiplicador que define quantas vezes maior, do que a
corrente de referência, deve ser a corrente do sistema para essa unidade atuar.
sendo I50P = Y50P Ir e Y50P > 1, um multiplicador que define quantas vezes maior, do que
a corrente de referência, deve ser a corrente do sistema para essa unidade atuar.
sendo I50Q = Y50Q Ir e Y50Q ∈ R, um multiplicador que define quantas vezes maior, do que
a corrente de referência, deve ser a corrente do sistema para essa unidade atuar.
sendo I50N = Y50N Ir e Y50N ∈ R, um multiplicador que define quantas vezes maior, do que
a corrente de referência, deve ser a corrente do sistema para essa unidade atuar.
CAPÍTULO 3. PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE DIRECIONAL CLÁSSICA 22
10
0.1
1 10 100
Corrente (A)
Figura 3.2: Curvas do IEEE que regem o tempo da unidade de sobrecorrente temporizada.
As curvas ilustradas provém da equação exponencial definida pela norma IEEE C37.112
(IEEE. . . , 1997), como segue:
⎛ ⎞
β
TP = ⎝ / 0ρ + γ⎠ T MS, (3.7)
⎜ ⎟
|I|
Ir −1
no qual TP é o tempo, calculado em segundos, necessário esperar para que a proteção atue;
T MS (Time Multiplier Settings) é a variável que permite deslocar as curvas ao longo do
eixo do tempo, podendo admitir qualquer valor no intervalo entre 0 e 1; |I| corresponde
ao módulo da corrente que flui no sistema; β, γ e ρ são definidos segundo a Tabela 6.1.
CAPÍTULO 3. PROTEÇÃO DE SOBRECORRENTE DIRECIONAL CLÁSSICA 23
sendo Y51Q ∈ R+ .
sendo Y51 ∈ R+ .
Resumidamente, as unidades de sobrecorrente instantâneas e temporizadas podem ser
organizadas como ilustrado na Figura 3.3 ou podem ser utilizadas separadamente como
unidades únicas em um relé com outras funções de proteção.
50A 51A 50B 51B 50C 51C 50P 51P 50Q 51Q 50N 51N
I50 |IA | I51 |IA | I50 |IB | I51 |IB | I50 |IC | I51 |IC | I50P |I1 | I51P |I1 | I50Q |I2 | I51Q |I2 | I50N |I0 | I51N |I0 |
t t t t t t
Trip de sobrecorrente
Estado da Arte
cial (RNA) para lidar com a direcionalidade em linhas de transmissão. Assim, o método
proposto usa cinco amostras de tensão e de corrente das três fases para realizar o treina-
mento da rede neural, dois módulos para cada fase são usados para distinguir entre faltas
à frente ou reversas. No estudo, o algoritmo back-propagation foi utilizado para o trei-
namento e vários testes foram realizados para comprovar a robustez do método. Além
disso, foi feita implementação em DSP validando a implementação para tempo real. Em-
bora esse trabalho tenha alcançado bons resultados, o aumento da taxa de amostragem
causaria aumento da complexidade do treinamento, pois mais amostras seriam necessá-
rias para discriminar bem o sinal.
Eissa (2005) publicou um trabalho que emprega transformada wavelet packet (TWP)
para proteção direcional de transformadores. Nessa proposta é necessária a extração de
sinais de corrente e tensão no período de pré-falta do sistema. Em seguida, é realizado
o produto desses sinais para serem avaliados pela TWP durante o espaço de um ciclo.
Com a utilização da wavelet mãe Haar, ou seja, filtros com dois coeficientes e tomando
o terceiro nível de decomposição da TWP, o autor mostrou ser possível identificar a di-
recionalidade avaliando o sinal após a filtragem pela TWP. No entanto, o uso do terceiro
nível de decomposição agrega atrasos no tempo de detecção da falta e, por conseguinte,
do diagnóstico direcional.
Valsan e Swarup (2007) sugeriram uma proteção direcional para barramentos usando
TWD. Tensões e correntes são decompostas pelo filtro wavelet em primeira escala ex-
traindo as altas frequências, sendo realizado o produto entre essas tensões e correntes fil-
tradas, gerando um valor de potência a cada amostra, esses valores são somados durante
um ciclo. Ao fim, essa soma é averiguada se é maior ou menor que zero, definindo a dire-
cionalidade. Essa técnica apresenta atrasos na detecção devido a seu pré-processamento.
Aguilera, Orduna e Ratta (2007), utilizado ondas viajantes, propuseram uma prote-
ção direcional de linhas de transmissão com base na TWD para sanar deficiências desse
tipo de proteção causados pelo uso de componentes simétricas. Desse modo, é proposto
o uso da segunda escala de decomposição wavelet para o cálculo das energias de tensão
das ondas viajantes, o que é feito continuamente, verificando se há distúrbios no sistema.
Na ocorrência de algum distúrbio, uma averiguação da fase e da janela de referência é
realizada. Em seguida, o cálculo dos slopes, limiares, de corrente e tensão são compara-
dos, conseguindo o diagnóstico da direcionalidade. Essa técnica utiliza o segundo nível
de decomposição da TWD que acarreta atrasos na detecção e, ainda, a proteção proposta
não é aplicável em sistemas de distribuição, pois as linhas são curtas e muito ramificadas
limitando o uso das ondas viajantes.
Os autores Mahat, Chen e Bak-Jensen (2009) propuseram uma técnica de detecção de
ilhamento híbrido usando a variação média das mudanças da tensão e do deslocamento da
potência. Utilizando a detecção de ilhamento para averiguar em que situação encontra-se
a geração distribuída, conectada à rede ou em modo de ilhamento, Mahat et al. (2011)
propuseram a proteção de sobrecorrente adaptativa para atuar em casos de sistemas com
geração distribuída que acarretam ilhamentos. O método detecta a porção desconectada
envolvida na falta, por meio do armazenamento, em cada relé, das características dos relés
reversos e utilizando a informação da detecção do ilhamento, os parâmetros das unidades
de sobrecorrente dos relés podem ser adequadamente escolhidos. A proposta obteve bom
desempenho para faltas equilibradas utilizando a unidade de sequência positiva, sendo vá-
CAPÍTULO 4. ESTADO DA ARTE 30
lido apenas para casos de ilhamento, perda de geradores e reconexão da rede. No entanto,
os autores afirmam que quando os geradores são conectados ao sistema de distribuição,
não é possível atualizar os parâmetros dos relés utilizando apenas informações locais.
Eissa e Mahfouz (2012) trouxeram no seu trabalho o conceito do correlograma, um
tipo de apresentação dos coeficientes da autocorrelação, como ferramenta para identifi-
cação do sentido de ocorrência da falta e, também, do tipo de falta aplicado à linhas de
transmissão. Esse método extrai amostras de correntes do sistema por dois ciclos, divide
cada ciclo em duas janelas iguais e calcula os coeficientes de correlograma com os valores
das janelas fornecidos. Observando o sinal desses coeficientes é possível definir o sentido
de ocorrência da falta e observando a magnitude dos coeficientes tem-se a definição da(s)
fase(s) envolvida(s) na falta. O método proposto possui um equacionamento rebuscado, o
que recai sobre o tempo de atuação dessa proteção, que fica na média de um ciclo.
Ukil, Deck e Shah (2012) propuseram um modelo para diagnosticar a direcionalidade
utilizando apenas medições de corrente, baseando-se na diferença entre os ângulos da
corrente de pré e pós-falta provenientes dos fasores calculados para cada fase pela TDF
recursiva. Este método requer três buffers para armazenar todos os ângulos de pré-falta do
último ciclo para cada fase, e um buffer adicional para armazenar os últimos dois ciclos
dos ângulos de máximas mudanças. Nessa configuração, a direcionalidade é diagnosti-
cada a partir de um ângulo mínimo de incidência da falta, fornecendo um diagnóstico
neutro caso o ângulo da falta seja muito próximo de zero. Esse método é muito custoso
computacionalmente e inviável para altas taxas de amostragem, além de consumir pelo
menos dois ciclos para dar o diagnóstico da direção após a ocorrência da falta.
Biswal, Pati e Pradhan (2013) propuseram um método que engloba os problemas pro-
venientes de circuitos duplos com compensação série. Esse método necessita da leitura
de corrente e tensão do sistema e realiza estimação fasorial pela técnica dos mínimos
quadrados. Com os fasores estimados, são projetados quatro classificadores que calcu-
lam os ângulos entre: corrente e tensão de sequência positiva, corrente de falta e corrente
de pré-falta de sequência positiva, corrente e tensão de sequência negativa e entre cor-
rente e tensão de sequência positiva sobreposta. Em seguida, uma técnica de votação é
realizada fornecendo o diagnóstico direcional da falta. A estimação fasorial com uso de
mínimos quadrados é muito custosa computacionalmente e agrega atrasos na ordem de
milissegundos para sua aplicação, o que é inconveniente para proteção.
O trabalho de Khan e Sidhu (2014) trouxe a comparação da direcionalidade como
técnica de proteção para transformadores de fase deslocada. O método proposto baseia-se
nas componentes de sequência positiva e negativa. Para tanto, foi necessário remover a
componente DC por meio de um filtro cosseno e calcular a TDF de um ciclo para obter
magnitude e fase dos sinais. Com essas informações é possível calcular as componentes
de sequência de pré-falta e pós-falta das tensões e correntes, e, por conseguinte, obter
uma impedância de sequência contendo informação de ambos os momentos. Portanto,
uma avaliação do ângulo dessa impedância é requerida para definir a direção da falta.
Essa técnica necessita de filtragens e estimação fasorial, o que implica em atrasos para o
diagnóstico final.
Com vertente voltada à geração distribuída eólica, Jones e Kumm (2014) ressaltaram
a problemática da proteção de sobrecorrente não-direcional e propuseram um módulo di-
recional de sobrecorrente com o objetivo de detectar correntes de falta em locais remotos.
CAPÍTULO 4. ESTADO DA ARTE 31
o relé da extremidade oposta da linha protegida. Quando os dois relés confirmam as in-
formações da direcionalidade, retira-se a linha do sistema. O trabalho proposto embora
sane algumas deficiências de trabalhos anteriores, ainda utiliza a TDF para sinais não es-
tacionários e requer um sistema de comunicação que é custoso para aplicações à nível de
distribuição.
Costa, Monti e Paiva (2017) propuseram uma abordagem wavelet para a proteção de
sobrecorrente. Esse trabalho emprega as componentes de baixa frequência da transfor-
mada wavelet, coeficientes escalas, para reconstruir a proteção de sobrecorrente clássica,
por meio das energias dos coeficientes escala, é mostrado a equivalência do método wa-
velet com a proteção tradicional de fase e de neutro. Além disso, as componentes de alta
frequência podem fornecer informação adicional sobre a falta. Em geral, a proteção de
sobrecorrente wavelet se mostrou equivalente a abordagem clássica, porém com detecção
da falta mais rápida. A abordagem é relevante, porém faltou estender o conceito as demais
unidades, como sequência positiva e negativa.
Método Proposto
Proteção de sobrecorrente
direcional wavelet
67W 67PW 67QW 67NW
Pré-processamento
vA,B,C iA,B,C
Componentes
simétricas
vφ iφ
TWDR
Energia
espectral
Eiφs Eiφw
ssiφ , swiφ
Detector dos
Proteção de Proteção transitórios de falta
sobrecorrente direcional
wavelet wavelet Classificador
de faltas
Trip de Trip
sobrecorrente direcional
Trip
escala e wavelet das correntes de fase e de sequência (siφ e wiφ ) e os coeficientes escala
das tensões de fase e de sequência (svφ ). Em seguida, é realizado o cálculo das energias
s e E w ).
dos coeficientes escala e wavelet das correntes de fase e de sequência (Eiφ iφ
CAPÍTULO 5. MÉTODO PROPOSTO 36
O bloco de detecção dos transitórios de falta objetiva a rápida detecção da falta com
base nas informações de alta frequência das correntes, por meio da energia dos coefici-
entes wavelet das correntes de fase e de sequência, que habilitará a atuação das unidades
direcionais. Além disso, essas energias podem ser utilizadas para classificar o tipo de
falta que está ocorrendo no sistema (SOUZA et al., 2016), de forma a habilitar apenas as
unidades direcionais devidas. A classificação dos tipos de faltas está fora do escopo desse
trabalho, sendo o tipo de falta uma informação conhecida neste trabalho.
A função de sobrecorrente wavelet utiliza as energias dos coeficientes escala das cor-
rentes, que é proporcional aos níveis de corrente rms do sistema, para recriar as unidades
de sobrecorrente clássicas. As unidades de sobrecorrentes wavelet são utilizadas como
ativadores de backup da proteção direcional wavelet, em casos de não detecção da falta
pelo detector de transitórios.
Quando a função direcional é ativada, com informação do tipo de falta que o sistema
está submetido, tem-se a definição de qual unidade deve ser avaliada para obter informa-
ção correta do sentido do fluxo de potência. A lógica direcional utiliza os coeficientes
escala de corrente e tensão para definir a direcionalidade da falta, que em casos de faltas
á frente é verificado se a sobrecorrente persiste e em seguida o trip é gerado.
t t t t
Eis = ∆kIrms
2
, (5.2)
s pode ser
em que Irms é a corrente rms do sistema. Desse modo, a energia de pickup E50
definida em função da corrente de pickup ou da corrente de referência da proteção de
sobrecorrente convencional, como segue:
s 2
E50 = ∆kI50 = ∆k(Y50 Ir )2 . (5.3)
Tomando Eis como a energia dos coeficientes escala de corrente de referência, obtida como
a média da energia dos coeficientes escala no regime permanente, a Equação 5.3 pode ser
reformulada, como segue:
s 2 s
E50 = Y50 Ei . (5.4)
Portanto, a unidade instantânea de fase wavelet será ativada quando:
10
0.1
1 10 100 1 10 100 103 104
Corrente Energia
(a) (b)
Figura 5.4: Equivalência das curvas que regem o tempo da unidade de sobrecorrente
temporizada: (a) clássica; (b) wavelet.
e
EisN (k) > E51N
s
, (5.11)
s
sendo E50N s
e E51N as energias de pickup de sobrecorrente instantânea e temporizada de
neutro wavalet, respectivamente, definidas como:
s 2
E50N = Y50N Eis (5.12)
e
s 2
E51N = Y51N Eis . (5.13)
A unidade temporizada de neutro só atuará quando o instante atual superar o tempo da
ativação acrescido do tempo calculado pela Equação (5.8), utilizando a energia de pickup
de neutro como referência.
Seguindo o raciocínio das unidades de fase e de neutro wavelet propostas na litera-
tura (COSTA; MONTI; PAIVA, 2017), as unidades de sequência positiva e negativa são
propostas nesse trabalho.
e
Eis1 (k) > E51P
s
, (5.15)
sendo Eis1 = {Eis1A , Eis1B , Eis1C }. E50P
s s
e E51P são as energias de pickup das unidades de
sobrecorrente instantânea e temporizada de sequência positiva wavalet, respectivamente,
definidas com segue:
s 2
E50P = Y50P Eis (5.16)
CAPÍTULO 5. MÉTODO PROPOSTO 40
e
s 2
E51P = Y51P Eis . (5.17)
Na maioria dos casos, a unidade de sequência positiva é redundante quando se tem
a unidade de fase. Portanto, os limiares podem ser ajustados para que uma unidade seja
utilizada como backup da outra.
e
s 2
E51Q = Y51Q Eis . (5.21)
As unidades de sobrecorrente podem funcionar de forma independente, ativando se-
paradamente cada unidade direcional associada ou todas as unidades podem funcionar em
paralelo, como ilustrado na Figura 5.3, ou seja, se pelo menos uma unidade for ativada, a
devida unidade direcional wavelet será habilitada para fornecer o diagnóstico do sentido
do fluxo de potência do sistema, enviando trip apenas se confirmada que a falta está à
frente do ponto de análise. Além do diagnóstico de sobrecorrente, as unidades de sobre-
corrente são utilizadas como ativadores da unidade direcional em casos que o dectector
de transitórios possa falhar.
Com a definição do tipo de falta, que pode ser definida com as energias dos coefici-
entes wavelet E w , tal como proposto em (SOUZA et al., 2016), o detector de transitórios
informa a proteção direcional qual unidade deverá ser acionada, ou seja, informa quais
serão as grandezas de operação e polarização a ser utilizadas pela proteção direcional.
Porém, como foi mencionado antes, a classificação de falta está fora do escopo dessa
dissertação, sendo esta informação considerada conhecida.
O detector de transitórios de falta garante uma maior rapidez na ativação da unidade
direcional, enquanto que o ativador de sobrecorrente confere uma maior segurança para
casos de possíveis falhas no detector de transitórios, pela inexpressiva amplitude dos tran-
sitórios em situações específicas, a exemplo de faltas AT com ângulo de incidência da falta
de zero graus (COSTA; SOUZA; BRITO, 2012). Além disso, o trip só será enviado em
casos que haja detecção de sobrecorrente, o que impede que outros eventos que possam
elevar a energia dos coeficientes wavelet acarretem em má operação da proteção, evitando
assim os falsos trips.
ou ainda: 4 9
k Eis
5
51
2 (k) =
irms(k) ≈ 6 ∑
∆k n=k−∆k+1
s
∆k
, (5.26)
desde de que não se tenha componentes harmônicas consideradas nos coeficientes wa-
velets (∑kn=k−∆k+1 w2 (k) << ∑kn=k−∆k+1 s2 (k)), o que deve ocorrer para taxas de amos-
tragem que garantam as hormônicas localizadas na faixa de frequência dos coeficientes
CAPÍTULO 5. MÉTODO PROPOSTO 42
escala. A mesma relação é válida para sinais de tensão. Dessa forma, tem-se a potência
ativa e aparente com base nos coeficientes escala, da seguinte forma:
k
1
Ps (k) = ∑ sv (n)si (n) (5.27)
∆k n=k−∆k+1
e 4
k k
5
1 1: s s
Ss (k) =
5
6
∑
∆k n=k−∆k+1
sv (n) ∑ si (n) =
∆k
Ev Ei , (5.28)
k−∆k+1
Pop (k)
FPop (k) = = cos(∠Vpol (k) − ∠Iop (k)), (5.31)
Sop (k)
no qual Pop e Sop são, respectivamente, potência ativa de operação e potência aparente de
operação com base nos fasores.
Usando a TWDR é possível calcular as potências ativas e reativas usando sinais de
corrente e tensão. Assim, considerando as grandezas de operação e polarização, as Equa-
CAPÍTULO 5. MÉTODO PROPOSTO 43
e
s 1% s
Sop (k) = Ev pol (k)Eisop (k), (5.33)
∆k
s e Ss , respectivamente, a potência ativa de operação escala e a potência aparente
sendo Pop op
de operação escala; Evspol e Eisop são as energias dos coeficientes escalas utilizando tensão
de polarização e corrente de operação; psop é a potência instantânea de operação wavelet,
como segue:
psop = sv pol siop . (5.34)
s ) pode ser definido substituindo as
Assim, o fator de potência de operação wavelet (FPop
Equações (5.34) e (5.33) na Equação (5.31), como segue:
k
s (k) ∑ sv pol (n)siop (n)
s
Pop n=k−∆k+1
FPop (k) = s = % , (5.35)
Sop(k) Evspol (k)Eisop (k)
sendo que fs ≥ 8 f .
Para equacionar a tomada de decisão da direcionalidade escala (Ds ), avalia-se se o
s (k) é maior que zero para faltas à frente, ou seja, a Equação (5.35) é simplificada
PFop
para:
k
Ds (k) = ∑ sv pol (n)siop (n) > 0, (5.36)
n=k−∆k+1
no qual fs ≥ 8 f . A versão recursiva do método é dada por:
que é computacionalmente mais eficiente. A Equação 5.37 é válida para todas as unidades
direcionais propostas nesta dissertação, sendo necessário apenas identificar corretamente
quais serão as grandezas de operação e polarização para cada unidade, conforme ilustrado
na Figura 5.5.
A Figura 5.5 apresenta todas as unidades direcionais propostas, assim como os tipos de
faltas que estas identificam. As unidades direcionais propostas são ativadas pelo trigger,
proveniente do detector de transitórios de faltas ou das unidades de sobrecorrente com
limiar temporizado, e pelo tipo de falta adequada, sendo necessário um classificador de
faltas.
Quando as unidades direcionais são habilitadas, utiliza-se as devidas grandezas de
polarização e operação para se obter o diagnóstico direcional, informando se a falta é à
frente, em caso afirmativo, espera-se a proteção de sobrecorrente ser habilitada para o trip
ser enviado, reconstruindo dessa maneira a clássica proteção de sobrecorrente direcional
por meio da transformada wavelet.
CAPÍTULO 5. MÉTODO PROPOSTO 44
FAT
FBT
FCT
FAB
FBC
FCA
FABT
FBCT
FCAT
FABC
Trigger
67 67 67 67 67 67 67 67 67 67
WA WB WC PWA PWB PWC QWA QWB QWC NW
siA
siB
siC
si1A
si1B
si1C
si2A
si2B
si2C
siN
svA
svB
svC
sv1Ad
sv1Bd
sv1Cd
sv2Ad
sv2Bd
sv2Cd
svNd
k
DsB (k) = ∑ svCA (n)siB (n) > 0 (fase B) (5.39)
n=k−∆k+1
ou
k
DCs (k) = ∑ svAB (n)siC (n) > 0 (fase C). (5.40)
n=k−∆k+1
sendo ∆kθ1 ∈ Z.
A unidade direcional de sequência positiva wavelet (Ds1A , Ds1B , Ds1C ) tem como gran-
deza de polarização sv pol = {sv1Ad , sv1Bd , sv1Cd } e como grandeza de operação siop = {si1A , si1B ,
si1C }, sendo ativada quando:
k
Ds1A (k) = ∑ sv1Ad (n)si1A (n) > 0 (Sequência positiva A), (5.45)
n=k−∆k+1
CAPÍTULO 5. MÉTODO PROPOSTO 46
k
Ds1B (k) = ∑ sv1Bd (n)si1B (n) > 0 (Sequência positiva B) (5.46)
n=k−∆k+1
ou
k
Ds1C (k) = ∑ sv1Cd (n)si1C (n) > 0 (Sequência positiva C), (5.47)
n=k−∆k+1
for verdadeira durante ∆k1 amostras. Esse atraso é necessário para garantir a confiabili-
dade do método devido aos efeitos do cálculo das componentes simétricas em termos de
amostras.
k
D2B (k) = ∑ sv2Bd (n)si2B (n) > 0 (Sequência Negativa B) (5.52)
n=k−∆k+1
CAPÍTULO 5. MÉTODO PROPOSTO 47
ou
k
D2C (k) = ∑ sv2Cd (n)si2C (n) > 0 (Sequência Negativa C). (5.53)
n=k−∆k+1
Essas inequações precisam ser verdadeiras durante pelo menos um número mínimo de
amostras ∆k2 , para garantir que o diagnóstico seja assertivo.
sendo ∆kθ0 ∈ Z.
Assim, as tensões de polarização e as correntes de operação são tomadas como entra-
das da TWDR resultando nos coeficientes escala de tensão de polarização de sequência
zero deslocado (sv0d ) e nos coeficientes escala de corrente de operação de sequência zero
(si0 ). Portanto, a unidade direcional de sequência zero identifica se a falta é à frente
quando a condição:
k
Ds0 (k) = ∑ sv0d (n)si0 (n) > 0, (5.56)
n=k−∆k+1
for verdadeira por pelo menos um número total mínimo de ∆k0 amostras para garantir
segurança no diagnóstico direcional dessa unidade.
Associando as unidades direcionais de fase wavelet definidas com as unidades de so-
brecorrente de fase wavelet, obtém-se as unidades de sobrecorrente direcionais de fase
wavelet nomeadas por 67WA, 67WB e 67WC, ou 67W quando referir-se a qualquer uma
das fases. O mesmo ocorre para as demais unidades obtendo: unidade de sobrecorrente di-
recional de sequência positiva wavelet 67PW (67PWA, 67PWB, 67PWC), unidade de so-
brecorrente direcional de sequência negativa wavelet 67QW (67QWA, 67QWB, 67QWC)
e unidade de sobrecorrente direcional de neutro wavelet 67NW.
CAPÍTULO 5. MÉTODO PROPOSTO 48
Resultados
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos com o uso do método pro-
posto, contemplando avaliações em um sistema de transmissão e de distribuição, dispo-
nibilizados pelo IEEE. Além disso, todas as avaliações foram comparadas com o método
clássico de proteção de sobrecorrente direcional com base na transformada de Fourier.
B Barramento
Relé L Linha
B4 G Gerador
G3
L4 T Transformador
TC
TPC
Parâmetro Especificação
Y50 5,0
Y51 2,0
Y50P 5,0
Y51P 2,0
Y50Q 1,0
Y51Q 0,3
Y50N 1,0
Y51N 0,2
Parâmetro Especificação
∆k1 1/3∆k
∆k2 1/3∆k
∆k0 1/3∆k
Cinco tipos de wavelet mãe foram avaliadas, sendo elas da família Daubechies com
2 (db2 ou Haar), 4 (db4), 8 (db8), 12 (db12) e 50 (db50) coeficientes. Na Tabela 6.4
sumariza-se o desempenho, em percentagem, de acertos do método proposto para faltas
à frente e reversas, enquanto que na Tabela 6.5 são ilustrados os tempos de atuação, em
milissegundos, dos casos de faltas à frente para as diferentes wavelets mãe.
Apenas as unidades 67WA, 67WPA e 67WQA foram escolhidas para compor a Tabela
6.4 por questões de simplificação, uma vez que elas são as mais representativas para a falta
AT. Além disso, a unidade de sequência zero foi suprimida por não apresentar um bom
desempenho, que será melhor explicado posteriormente.
De acordo com a Tabela 6.4, o desempenho do método não foi afetado pela wave-
let mãe. No entanto, wavelets mãe mais longas implicam geralmente em maiores atra-
sos, conforme os tempos de operação da proteção apresentados na Tabela 6.5. Portanto,
sugere-se a utilização da wavelet Haar ou a db4, comumente utilizadas em sistemas de
potência (COSTA; DRIESEN, 2013). Além do mais, a Haar apresenta o menor esforço
computacional, seguida pela db4.
Tabela 6.5: Tempo médio de atuação do método proposto para as diferentes wavelets mãe.
Wavelet Tempo Médio de Atuação (ms)
Mãe 67WA 67PWA 67QWA
Haar 3,6 10,7 7,4
db4 3,7 10,8 7,5
db8 3,9 11,2 7,7
db12 4,2 11,6 7,9
db50 6,4 29,6 16,6
CAPÍTULO 6. RESULTADOS 53
Tabela 6.6: Composição da base de dados para avaliação do ângulo de incidência de falta.
Parâmetro Variação
Distância da falta d f = 75 km
Ângulo de incidência 0◦ ≤ θ f ≤ 180◦ (∆θ f = 1◦ )
Resistência da falta rf = 3 Ω
Posição da falta À frente e reversa
AT, BT, CT, ABT, BCT,
Tipo de falta
CAT, AB, BC, CA, ABC
Com a base de dados da Tabela 6.6, todas as unidades direcionais do método proposto
e do método clássico foram avaliadas, cujos desempenhos são sumarizados nas Tabelas
6.7 e 6.8 para os métodos proposto e clássico, respectivamente. Em ambas as tabelas, para
cada unidade direcional, são dispostas duas linhas, a linha superior refere-se ao desem-
penho da unidade para faltas à frente, enquanto que a linha inferior para faltas reversas.
As células coloridas indicam as unidades mais indicadas para cada tipo de falta, ou seja,
quais unidades forneceram 100% de acerto tanto para faltas à frente quanto para faltas
reversas, considerando o atraso adotado para as funções direcionais. Nas Tabelas 6.9 e
6.10 são ilustrados os tempos de atuação, em milissegundos, dos casos de faltas à frente
para todas as unidades propostas e clássica, respectivamente.
Para as unidades clássicas, determinadas unidades podem ser mais indicadas para al-
guns tipos de faltas que outros (ROBERTS; GUZMAN, 1994). O mesmo foi comprovado
pela avaliação do método proposto, de acordo com a Tabela 5.1. Por exemplo, as uni-
dades de fase e de sequência positiva identificam bem qualquer tipo de falta que envolva
suas correntes de operação; as unidades de sequência negativa não conseguem definir a
direcionalidade de faltas trifásicas.
A unidade de sequência zero não mostrou um desempenho estável utilizando um ∆k0
de apenas um terço de ciclo, necessitando de um atraso maior para garantir uma taxa
de acerto de 100% para as faltas que envolvam a terra. Como exemplo, a Figura 6.2
ilustra um caso de erro da unidade direcional para uma falta monofásica do tipo AT com
ângulo de incidência de falta de 75◦ . Em regime permanente, o ângulo da unidade de
sequência zero não é confiável, pois a soma das amostras das três correntes deve ser nula,
logo qualquer ruído pode implicar em um ângulo não realístico, como o que é visto na
figura. Porém, isso não implica em erro, pois durante o regime permanente a unidade
direcional não está habilitada pelas unidades de sobrecorrente e mesmo que o detector
de transitórios ative essas unidades, sem a definição de sobrecorrente no sistema não há
envio de trip. Além disso, a unidade direcional de sequência zero apresenta, no transitório
CAPÍTULO 6. RESULTADOS 54
Diagnóstico de falta
0,5 à frente indevida
(67NW)
0
Falta reversa no
Início da
-0,5 regime da falta
falta
-1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número de Ciclos
Figura 6.2: Exemplo de caso de falha da direcionalidade de sequência zero para uma falta
AT.
O número de erros, tanto para o método proposto, quanto para o método clássico, é
CAPÍTULO 6. RESULTADOS 55
grande para algumas unidades devido a rápida ativação das unidades direcionais, mui-
tas vezes imprimindo o diagnóstico durante os transitórios das faltas, onde não se dispõe
ainda de uma definição precisa da direcionalidade da falta. Com base nos resultados ob-
tidos, quanto ao número de acertos, o método proposto é equivalente ao método clássico,
com exceção da unidade de sequência zero.
O ajuste de parâmetros como os limiares direcionais para o método clássico (ε1+ ,ε1− ,
ε2+, ε2− , ε0+ , ε0− ) e a quantidade de amostras para o atraso (∆k1 , ∆k2 , ∆k0 ) podem ser ajus-
tadas para garantir a correta classificação direcional com base nos parâmetros do sistema.
Os tempos de atuação das unidades direcionais de fase do método proposto são equi-
valentes ao método clássico, ou mais rápidas em alguns casos, devido a rápida detecção
dos transitórios pela energia dos coeficientes wavelet das correntes. Em contrapartida, as
demais unidades direcionais propostas apresentam tempos superiores aos ilustrados para
o método clássico, isso se deve ao atraso adicionado a essas unidades para garantir o diag-
nóstico com maior confiabilidade. Porém, com um estudo mais aprofundado será possível
ajustar os atrasos ∆k1 , ∆k2 , ∆k0 para acelerar o diagnóstico.
Na Figura 6.3 é ilustrado o desempenho da unidade de sequência positiva para uma
falta trifásica à frente e reversa. Neste exemplo, é ilustrado que um atraso de um terço de
ciclo é muito maior do que o tempo necessário para essa unidade ter uma boa definição
da direção da falta, logo um atraso menor forneceria um tempo mais curto de atuação da
unidade, garantindo ainda o correto diagnóstico da direção.
O método clássico e o método proposto, utilizando as unidades direcionais apropri-
adas, classificaram corretamente a direcionalidade de todas as faltas avaliadas quando a
falta já se encontra em regime. Portanto, a proteção de sobrecorrente direcional de ambos
os métodos apresentaram o mesmo desempenho, pois a unidade de sobrecorrente leva
CAPÍTULO 6. RESULTADOS 56
Tabela 6.9: Tempo médio de atuação do método proposto para a influência do ângulo de
incidência de falta.
Unidades Tempo Médio de Atuação das Unidades Direcionais (ms)
de Proteção AT BT CT ABT BCT CAT AB BC CA ABC
67WA 3,9 13,0 - 2,9 - 3,3 3,9 - 3,9 3,9
67WB - 3,9 13,0 3,3 2,9 - 3,9 3,9 - 4,0
67WC 13,1 - 3,9 - 3,3 2,9 - 3,9 3,9 3,9
67PWA 9,6 17,8 19,4 9,4 14,7 12,1 8,0 14,3 12,7 8,8
67PWB 19,4 9,6 17,7 12,2 9,4 14,7 12,6 8,0 14,3 8,8
67PWC 17,7 19,4 9,6 14,7 12,1 9,4 14,3 12,7 8,0 8,8
67QWA 7,7 - 10,8 6,7 8,4 9,2 6,9 14,8 8,8 8,0
67QWB 10,8 7,7 - 9,2 6,7 8,4 8,7 7,0 14,8 7,9
67QWC - 10,9 7,7 8,4 9,2 6,7 14,8 8,7 6,9 7,9
67NW 10,9 7,4 7,2 8,8 5,9 8,8 11,0 8,4 12,2 -
Tempo Global 3,9 3,9 3,9 2,9 2,9 2,9 3,9 3,9 3,9 3,9
Tabela 6.10: Tempo médio de atuação do método clássico para a influência do ângulo de
incidência de falta.
Unidades Tempo Médio de Atuação da Unidades Direcionais (ms)
de Proteção AT BT CT ABT BCT CAT AB BC CA ABC
67A 5,7 13,0 - 3,9 13,5 5,4 3,7 14,4 6,2 4,1
67B - 5,7 13,0 5,1 3,7 13,7 6,1 3,8 13,7 4,0
67C 12,9 - 5,5 13,3 5,3 3,9 14,4 6,0 3,9 4,0
67P 5,7 5,9 5,6 4,4 4,2 4,1 4,7 4,8 4,8 2,5
67Q 5,1 5,1 5,1 4,3 4,2 4,2 3,9 3,9 3,8 -
67N 5,1 5,0 5,0 3,9 3,8 3,7 3,8 3,8 3,9 -
Tempo Global 5,1 5,0 5,0 3,9 3,7 3,7 3,9 3,8 3,8 2,5
mais tempo para atuar podendo garantir limiares mais elevados para as unidades direcio-
nais clássicas e um maior número de amostras para os contadores do método proposto.
Para as faltas trifásicas, a média de tempo de atuação dentre as fases da unidade de
sequência positiva, por exemplo, são muito semelhantes, podendo ser considerado uma
redundância manter as três fases para diagnosticar a falta. No entanto, é possível minimi-
zar o tempo de atuação se a proteção detiver as três fases, trabalhando em paralelo, pois
para cada ângulo de incidência de falta uma das unidades atuará antes das demais, como
está ilustrado na Figura 6.4. Similarmente, ocorre para as unidades de fase.
Os resultados que seguem serão ilustrados apenas por meio das unidades apropriadas,
por exemplo, ao indicar que será analisado uma falta bifásica do tipo BC, não serão con-
sideradas as unidades de sequência zero, por exemplo, e as demais unidades direcionais
avaliadas serão as que envolvem a fase B e/ou C.
CAPÍTULO 6. RESULTADOS
Fator de potência Fator de potência 57
0.8
67PWA
(67PW)
67PWB
0.4 67PWC
Início da falta Falta à frente definida
0
(a)
0 67PWA
Falta reversa definida 67PWB
(67PW)
Figura 6.3: Direcionalidade de sequência positiva para uma falta trifásica: (a) falta à
frente; (b) falta reversa.
67PWA
15 67PWB
67PWC
Tempo (ms)
10
5
0
o
20 o
40 o
60 o
80 o
100
o
120 o
140 o
160
o
180o
Figura 6.4: Tempo de atuação das unidades direcionais de sequência positiva das fases A,
B e C em função do ângulo de incidência para faltas trifásicas.
-1
(a)
1
(67NW)
30
Tempo (ms)
67WC
67C
20
10
0
(a)
67NW
Tempo (ms)
67N
14
10
6
2
(b)
67QWB
5
Tempo (ms)
67Q
2
(c)
67PWA 67PWC
14 67PWB 67P
Tempo (ms)
10
6
2
20 40 60 80 100 120 140 160 180
Distância (km)
(d)
Figura 6.6: Tempo de atuação das unidades direcionais em função do aumento da distân-
cia para faltas à frente: (a) unidades direcionais de fase para faltas CT; (b) unidades de
sequência zero para faltas CAT; (c) unidades de sequência negativa para faltas CA; (d)
unidades de sequência positiva para faltas trifásicas.
67WA 67A
9 67WB 67B
3
(a)
67NW
Tempo (ms)
14 67N
10
6
(b)
20 67QWB
Tempo (ms)
67QWC
67Q
15
10
5
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Resistência de Falta (oms)
(c)
Figura 6.7: Tempo de atuação das unidades direcionais em função do aumento da resis-
tência de falta: (a) unidades direcionais de fase para faltas ABT; (b) unidades de sequência
zero para faltas CT; (c) unidades de sequência negativa para faltas BT.
direcional clássica e proposta, sendo a linha superior de cada unidade as faltas à frente e
na linha inferior, as faltas reversas.
Os casos analisados demonstraram que, em caso de afundamento total de todas as três
fases, nenhuma unidade direcional do método proposto ou do clássico consegue definir a
direcionalidade para faltas trifásicas reversas, enquanto que para os demais tipos de faltas
as unidades direcionais continuam funcionando devidamente.
Nos casos de afundamento total para faltas trifásicas, a direcionalidade clássica solu-
ciona a má funcionalidade da direcionalidade por meio um detector de afundamento e uso
de dados de tensão do regime permanente armazenados em uma memória como referên-
cia de tensão (SCHWEITZER, 1992). Imagina-se que o método proposto possa utilizar
metodologia semelhante, utilizando como detector de afundamento da falta as energias
dos coeficientes escala das tensões e uso de um buffer maior com amostras das tensões
CAPÍTULO 6. RESULTADOS 63
de regime que garanta amostras de referência por um tempo suficiente para o diagnóstico
direcional ser assertivo, que será tratado em trabalhos futuros.
Na Figura 6.8 é mostrado o desempenho da unidade direcional de sequência positiva
do método proposto, enfatizando que no regime da falta o diagnóstico é confiável, pois
antes há um transitório que ocasionalmente implica em um diagnóstico da direcionalidade
inadequado. As energias dos coeficientes escala da tensão são ilustradas, evidenciando a
possibilidade de uso dessas informações para definir quando o afundamento de tensão é
total. Identificando esse estágio, o diagnóstico direcional utilizando amostras de tensão
atual seria substituído pelo uso de amostras de tensão em regime previamente armazena-
das em um buffer.
Energia dos coef. Fator de potência
0.4
67PWA
(67PW)
Evc
4 Limiar seguro
Evc
Evc
de operação
2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número de Ciclos
(b)
Figura 6.8: Caso de falta trifásica com afundamento da tensão total: (a) direcionalidade
da unidade de sequência positiva; (b) energia dos coeficientes escala da tensão.
CAPÍTULO 6. RESULTADOS 64
R Relé 30 29
Carga 27 28
2 5
G2
2
Trigger 51WA
Corrente (kA)
%
s
1 I pickup ≈ E pickup /∆k
0
% iA
-1 Instante inicial EisA /∆k
Trigger
da falta
51A |IA |
-2
(a)
polarização (kV)
50
Tensão de
25
0
-25 vBC
-50
(b)
3
0,6 ×10
Coef. Wavelet
Energia dos
w
EiA
Rápida detecção do
0,4 ativador wavelet
w
E pickup
0,2
0
(c)
0,8
Potência
Trigger direcional
Fator de
(d)
Trip Direcional Clássico
Trigger Wavelet
Trigger 51WA
Trip Direcional Wavelet
0 1 2 k f / fs 3 4 5
Número de Ciclos
(e)
Figura 6.10: Falta na barra 21 com análise na barra 24: (a) iA , ENs e |IA |; (b) vBC ; (c) FPAw
w ; (e) instantes de atuação.
e FPA ; (d) EiA
O método proposto utiliza a Equação (5.36) ou (5.37), no entanto, para fins de com-
paração é apresentado o fator de potência proposto na Equação (5.35). A Figura 6.10 (d)
exibe os fatores de potência clássico e wavelet se tornando maior que zero (falta à frente),
ao mesmo instante. No entanto, essa unidade espera o trigger dos ativadores para atuar.
Os tempos de ativação são ilustrados na Figura 6.10 (e) detalhando o rápido diagnós-
tico direcional da unidade de fase wavelet proposta devido o ativador wavelet utilizado.
Além disso, o comportamento da unidade direcional proposta é muito semelhante à pro-
CAPÍTULO 6. RESULTADOS 67
teção clássica, reafirmando a reconstrução das unidades direcionais por meio da TWDR.
Para esse caso a sobrecorrente não superou os limiares instantâneos, sendo a unidade tem-
porizada quem fornecerá o trip após vários ciclos, devido a isso, o instante de atuação da
unidade de sobrecorrente direcional de fase não foi ilustrado na figura.
As unidades direcionais de sequência zero, de sequência positiva da fase A e de
sequência negativa da fase A funcionaram bem para esse sistema e de forma equivalente
a proteção clássica. Os tempos de atuação são mais demorados se comparado a unidade
de fase.
detalhados na Figura 6.11 (a) que rapidamente habilitam a unidade direcional. vBC não
sofre com a falta e Eiw detalha a rápida detecção da falta na Figura 6.11 (b) e (c).
O fator de potência de ambos os métodos não ultrapassa zero, ou seja, a falta é reversa.
Por consequência, a unidade direcional de fase não é ativada. Os detalhes dos tempos
de ativação são mostrados na Figura 6.11 (e) afirmando a não atuação das proteções.
A sobrecorrente presente no sistema, ativa a unidade de sobrecorrente temporizada, que
mesmo ao final de sua temporização não enviará o trip, pois a unidade direcional informou
uma falta reversa.
As unidades direcionais clássicas e propostas de sequência zero, de sequência posi-
tiva da fase A e de sequência negativa da fase A não atuam para esse estudo de caso,
confirmando que a falta é reversa.
3
Corrente (kA)
2 %
s Trigger 51WA
I pickup ≈ E pickup /∆k
1
0
% iA
-1 Instante inicial Trigger EisA /∆k
-2 da falta 51A
|IA |
-3
(a)
polarização (kV)
50
Tensão de
25
0
-25 vBC
-50
(b)
×103
Coef. Wavelet
1,2
Energia dos
Rápida detecção do w
ativador wavelet EiA
0,8
w
E pickup
0,4
0
(c)
0
Potência
Fator de
-0,3
FPAw
-0,6 FPA
-0,9
(d)
Trip Direcional Clássico
Trigger Wavelet
Trigger 51WA
Trip Direcional de fase Wavelet
0 1 2 k f / fs 3 4 5
Número de Ciclos
(e)
Figura 6.11: Falta na barra 27 com análise na barra 24: (a) iA , ENs e IA ; (b) vBC ; (c) FPAw e
FPA ; (d) Eiw ; (e) instantes de atuação.
fluxo de potência no ponto de análise para essas fases. Enquanto que, para a fase C o
fator de potência se mantém negativo, mesmo que no momento da ocorrência da falta o
fator de potência se eleve, este não chega a se tornar positivo, informando que não houve
inversão do fluxo de potência na barra de medição para essa fase. As curvas do fator
de potência para o método proposto e clássico são parecidas e garantiram um tempo de
atuação similares quando a unidade de sobrecorrente temporizada finalizar seu tempo de
espera.
Na Figura 6.13 tem-se o fator de potência para as unidades de sequência negativa
CAPÍTULO 6. RESULTADOS 69
0,8
Fator de Potência Fator de Potência
Proposto
67A
0
67B
-0,5 67C
-1,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número de Ciclos
(b)
Figura 6.12: Falta monofásica na barra 6 com comportamento bifásico na barra de análise
10: (a) fator de potência das unidades de fase 67WA, 67WB e 67WC; (b) fator de potência
das unidades de fase 67A, 67B e 67C.
67QWA, 67QWB e 67QWC do método proposto (Figura 6.13 (a)) e para a unidade de
sequência negativa 67Q do método clássico (Figura 6.13 (b)). Ambos os métodos in-
formam corretamente a inversão do fluxo de potência, pois definem o fator de potência
maior que zero e terão o mesmo tempo de atuação quando a unidade de sobrecorrente
temporizada atuar após o seu atraso proposital.
0,8
Proposto
0,4 67QWA
Instante inicial 67QW B
0 da falta 67QWC
-0,4
(a)
1,0
0,5
Clássico
0
Instante inicial
-0,5 da falta 67Q
-1,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número de Ciclos
(b)
Figura 6.13: Falta monofásica na barra 6 com comportamento bifásico na barra de análise
10: (a) fator de potência das unidades de sequência negativa 67QWA, 67QWB e 67QWC;
(b) fator de potência da unidade de sequência negativa 67Q.
Fator de Potência Fator de Potência
1,0
Proposto
0,5 67WA
Instante inicial 67W B
0 da falta
67WC
-0,5
(a)
1,0
0,5 Instante inicial
Clássico
da falta 67A
0
67B
-0,5 67C
-1,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número de Ciclos
(b)
Figura 6.14: Falta trifásica na barra 5 com análise na barra 12: (a) fator de potência das
unidades de fase 67WA, 67WB e 67WC; (b) fator de potência das unidades de fase 67A,
67B e 67C.
0,8
Proposto
0,4
Instante inicial
0 da falta 67P
-0,2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Número de Ciclos
(b)
Figura 6.15: Falta trifásica na barra 5 com análise na barra 12: (a) fator de potência
das unidades de sequência positiva 67PWA, 67PWB e 67PWC; (b) fator de potência da
unidade de sequência positiva 67P.
métodos utilizando o sistema de 230 kV. Além disso, o sistema de 30 barras com geração
distribuída foi utilizado para testar o método proposto e o método clássico por meio de
estudos de casos.
Capítulo 7
Conclusões
direcionais propostas e, em alguns casos, podem aumentar o tempo de atuação das uni-
dades direcionais, mas de forma mais branda quando comparado as unidades direcionais
clássicas. Além disso, o aumento da distância ou da resistência de falta retarda a ativação
das unidades de sobrecorrente.
Estudos de casos no sistema de 30 barras do IEEE com geração distribuída mostram
a viabilidade da proteção proposta à nível de distribuição. Portanto, o método se mostra
equivalente ao modelo clássico, em termos de eficiência, certificando a possibilidade do
uso da transformada wavelet discreta redundante em primeira escala para recriar proteção
de sobrecorrente direcional clássica. No entanto, o método ainda requer maiores avalia-
ções para alcançar a equivalência, de todas as unidades, em termos de tempo de atuação
com o método clássico.
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