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TERATOMA CÍSTICO OVARIANO MADURO BILATERAL

The microscopy ratified that both of the cysts were matu- 4- Disaia PJ, Creasman WT. The adnexal mass and early ova-
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O SINTOMA NA MEDICINA E NA PSICANÁLISE – NOTAS PRELIMINARES

SYMPTOMS IN MEDICINE AND PSYCHOANALYSIS - PRELIMINARY NOTES

ARLINDO CARLOS PIMENTA*; ROBERTO ASSIS FERREIRA**

RESUMO contextos e disciplinas diferentes. A palavra semiolo-


gia também tem sentidos diversos. Semiologia e signo
A partir de uma perspectiva histórica discute-se o conceito de são termos usados pela medicina e pela lingüística,
sintoma na medicina, observam-se as implicações sobre a prá- com significados diferentes. O presente ensaio procu-
tica da clínica e, fundamentando-se em referencial psicanalítico,
são elaborados comentários sobre a evolução da psiquiatria. ra compreender o uso do termo sintoma em medicina,
em relação com a transformação histórica do conceito

Palavras-chave: História da medicina; Semiologia; Psi- * Psiquiatra. Psicanalista. Membro do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais – CPMG. Membro do
quiatria e psicanálise; Medicina clínica Fórum do Campo Lacaniano, Belo Horizonte
** Professor Adjunto de Pediatria da UFMG. Doutor em Medicina – área de concentração pediatria;
Membro do Fórum de Psicanálise do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais – CPMG

Endereço para correspondência:


Roberto Assis Ferreira
O SINTOMA EM MEDICINA Rua Maranhão, 1235 / 204 - Funcionários
Belo Horizonte, MG
As palavras trazem confusões. A palavra sintoma é Cep: 30150 – 331
Tel: (31) 3225-7441 ou (31) 3224-3088.
usada ampla e livremente, mas muda de conceito em E-mail: robertojus@uol.com.br

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O SINTOMA NA MEDICINA E NA PSICANÁLISE – NOTAS PRELIMINARES

de doença. Forçosamente serão realizadas compara- ciente, como o são o sonho, o chiste e o ato falho. O
ções com o conceito de sintoma em outros campos. sentido do sintoma na psicanálise só poderá ser
O estudo dos signos interessou ao homem desde a apreendido dentro da história de cada sujeito. Pode
Antigüidade, mas o uso da semiologia, como ciência ser decifrado com a participação do psicanalista, mas
dos signos, é mais recente e teve grande influência da só trará benefício ao paciente se adquirir sentido para
constituição da lingüística como ciência.1 Na medici- o próprio paciente.3
na, há referência ao uso do termo semiologia já em BARTHES4, como semiólogo e não como médico,
Galeno (131-201). O Dicionário Aurélio Eletrônico fazendo um esforço de compreensão, escreve que o
Século XXI, Versão 3.0, define a semiologia como a sintoma seria o fato mórbido em sua objetividade e
ciência geral dos signos, mas restringe seu sentido na em seu descontínuo, o fenomenal que nada tem ainda
medicina à descrição dos sinais e sintomas de doença. de semântico, portanto, não seria dotado de sentido
Entretanto, para a medicina, o significado da semio- decifrável:
logia vai além da sua definição e se confunde com o Parece que, medicamente, a idéia de sintoma não
próprio método clínico. Quando nada, a semiologia carrega imediatamente a idéia de uma decifração, de
médica é a disciplina que fundamenta o método clí- um sistema para ser lido, de um significado a ser des-
nico, um instrumento com o qual se afirma ou se coberto; no fundo, não seria mais que o fato bruto
afasta uma doença e se constrói um diagnóstico. Pelo oferecido a um trabalho de decifração, antes que este
ideal da semiologia, o método clínico deve se basear trabalho tivesse começado.
fundamentalmente na habilidade artesanal do médi- Continuando com este pensador,4 já o signo, para
co, apropriando-se das manifestações da doença no a semiologia médica, seria o sintoma adicionado,
paciente e, complementado ou não por meios instru- suple men ta do pela cons ciên cia orga ni za do ra
mentais, chegar a um diagnóstico. do médico:
Um tratado clássico de semiologia médica define O signo é o sintoma enquanto toma lugar numa des-
semiologia como a disciplina que estuda os sinais e crição; é um produto explícito da linguagem enquan-
sintomas das doenças. Os sinais são manifestações to participa na elaboração do quadro clínico do dis-
objetivas das doenças e podem ser detectados por curso do médico; o médico seria então aquele que
diversos meios. Já os sintomas são os distúrbios sub- transforma, pela mediação da linguagem – creio ser
jetivos relatados pelo paciente – incômodos, dor – essencial este ponto – o sintoma em signo. Se esta
dos quais o médico toma conhecimento sobretudo definição é aceita significa que se passou do fenome-
através da anamnese.2 nal ao semântico.
A semiologia médica moderna e as técnicas prope- Por outro lado, CLAVREUL,5 psicanalista e médi-
dêuticas de investigação se consolidaram após a cons- co, considera que o discurso médico não é o discurso
tituição do paradigma anatomoclínico no século XIX. da lingüística, mas o das ciências biológicas. Para ele,
A escola francesa de medicina desempenhou papel a medicina e a lingüística não falam a mesma língua,
relevante nesta evolução. embora utilizem as mesmas palavras: semiologia e
O sintoma na medicina tem sentido diferente signo. Os signos médicos, para este autor, preexistem
daquele de outros campos do conhecimento como a à linguagem, não dependem da língua falada pelo
psicanálise. Na medicina, o sintoma é dotado de sen- médico e pelo doente:
tido, mas compete ao médico dar a sua significação, Os signos (sinais) médicos não obedecem às leis da
deve ser decifrado, portanto, como sendo ou não sinal lingüística. Se eles se agrupam, é em síndromes e não
de uma doença. Na psicanálise, o sintoma também é em sintagmas ou em paradigmas. A aparição de um
dotado de sentido, mas a clínica psicanalítica, toman- signo insólito não vem aí constituir metáfora. Nada
do-o em outra dimensão, exigiu a sua redefinição. O se encontra aí da ordem da alusão e não há poética
sintoma na psicanálise, em diferença com a medicina, dos signos médicos. Nunca um médico suspeitará que
não se refere a algo detectável no organismo e que um signo seja mentiroso, pois, se pode ser enganador,
permite elaborar o diagnóstico de uma doença médi- é porque o médico pode se enganar e não porque o
ca. O sentido do sintoma na psicanálise, como sinto- organismo mente.
ma neurótico, leva ao sujeito do inconsciente. O sin- Prosseguindo, o próprio CLAVREUL5 enfatiza a
toma neurótico é, assim, uma formação do incons- separação entre o campo da medicina e o da psicaná-

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O SINTOMA NA MEDICINA E NA PSICANÁLISE – NOTAS PRELIMINARES

lise, adverte que a abordagem deve ser diferente para afirmou desde o início do século XIX e introduziu,
o sintoma psiquiátrico (neurótico, psicótico ou per- desde então, a medicina como ciência no campo da
verso). Para este autor, a atitude médica, equivocada- racionalidade moderna.
mente, continua a proceder muitas vezes com a A medicina científica atual só pode ser concebida
mesma metodologia que nas doenças orgânicas. O sin- dentro da chamada racionalidade moderna, na qual
toma nesta situação não é redutível e deve ser tomado são dadas as condições de sua cientificidade. Pois esta
não como signo, mas como significante, remetendo racionalidade dicotomiza homem e natureza, permi-
não a alguma coisa, mas ao próprio sujeito. tindo a objetivação para fins de estudo, da natureza,
Também no campo da clínica, há aqueles que da sociedade e do próprio homem. No caso da medi-
acham que não compete ao médico apenas afirmar ou cina, o corpo humano torna-se objeto da investigação
afastar a doença. Neste caso, o sintoma, além de ser e do conhecimento científico.8
tomado e decifrado para o estudo clínico da doença, O paradigma anatomoclínico, correlacionando a
deve ser escutado como queixa como sofrimento, e clínica com a anatomia patológica, dá forte impulso à
nunca deve ser desprezado, mesmo quando não é medicina: várias doenças são descritas, outras redefi-
objetivável. A pessoa que procura o médico com suas nidas. O conhecimento médico encontra espaço para
queixas, o faz no sentido implícito de receber cuida- se expandir rapidamente, como resultado da nova
dos e não apenas para ter excluída uma doença orgâ- compreensão da doença e da sua investigação no
nica. Se algo não está bem, o médico deve ser o pri- corpo humano. Como conseqüência lógica, desenvol-
meiro a acolher, sem preconceitos e simplificações, o vem-se numerosas técnicas semiológicas, aperfeiçoan-
sofrimento do paciente.6 do o exame físico, utilizando instrumentos esteto-
Resumindo, na medicina, o sintoma significa algo acústicos e técnicas de laboratório.
que não vai bem, algo de anormal e bizarro, uma alte- Por sua vez, a segunda metade do século XIX assis-
ração de função ou alerta de doença, alguma maneira te aos avanços e ao despontar das disciplinas biológi-
de o paciente se perceber como um possível doente. cas como a fisiologia, a histologia, a embriologia, a
Mas compete ao médico decifrar se o sintoma indica citologia, a bioquímica, a parasitologia, a microbiolo-
a presença ou a possibilidade de uma doença. O gia, a farmacologia, a patologia celular. Avanços,
médico deverá definir aquilo que é objetivo do que é alguns deles, em proximidade com a medicina, facili-
fantasia, ou pelo menos filtrar as queixas subjetivas tando a assimilação por esta, como a fisiologia com
indicativas de doença orgânica. Desta maneira, o Claude Bernard (1813-1878), a teoria infecciosa das
médico deve procurar no sintoma, como queixa, doenças com Pasteur (1822-1895), a patologia celular
como manifestação subjetiva, como percepção do com Virchow (1821-1902) e a farmacologia com
paciente, a possibilidade de sua objetivação. Em Ehrlich (1854-1915). Já a genética ficou para o sécu-
outras palavras, compete ao médico discriminar se o lo XX, pois a descoberta de Mendel (1822-1884) dor-
sintoma tem como significado uma doença. Por outro miu na gaveta de seu mosteiro por três décadas. Com
lado, a ausência de doença orgânica não significa os avanços que a medicina vai incorporando, ao fim
ausência de sofrimento. do século XIX a maneira de compreender a doença e
de produzir o conhecimento médico ultrapassava de
DA MEDICINA PRÉ-CIENTÍFICA DO SÉCULO XVIII À muito a anatomoclínica. Estava constituída outra
MEDICINA TECNOLÓGICA DO SÉCULO XX maneira de investigar e de produzir conhecimento em
A medicina do século XVIII ao século XX passou medicina, um novo paradigma: o paradigma biológi-
por profundas mudanças. A utilização do conceito de co. Além da correlação anatomoclínica, era preciso
paradigma em medicina, entendendo este como o explicar os mecanismos intermediários da doença, ir
modelo dominante de construir o conhecimento às alterações funcionais e bioquímicas, impulsionar a
médico em cada época, pode ajudar a entender evolução da terapêutica. Outra vez, em condições
tais mudanças. novas, o conhecimento científico, após constituído o
FOUCAULT7 em “O Nascimento da Clínica” novo paradigma, faz avanços acelerados. A medicina
permite distinguir o modelo, ainda pré-científico, biológica permitirá grande salto no conhecimento das
mas que dominou a medicina até o fim do século doenças e na terapêutica, o que acontece sobretudo
XVIII, daquele da medicina anatomoclínica, que se no século XX.9

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O SINTOMA NA MEDICINA E NA PSICANÁLISE – NOTAS PRELIMINARES

O século XX assistiu a transformações que não Nas palavras de FOUCAULT7 a doença se deslo-
podem ser explicadas apenas por mudanças na manei- cou do quadro para o corpo. A medicina enfim achou
ra de produzir o conhecimento. A medicina do sécu- sua forma própria de expressão científica, sua raciona-
lo XX foi marcada por alterações de diversas ordens. lidade, a qual foi viabilizada pelo olhar e só a partir daí
A medicina que, há algum tempo, era objeto da inter- pela linguagem. A partir de então não só muda o con-
venção do Estado, passou a ser área de grande inves- ceito de sintoma para signo, o qual deve ter significa-
timento dos interesses econômicos. Por outro lado, a do para o médico, como se inicia também a apreciação
organização da sociedade e da própria profissão médi- estatística das manifestações clínicas na medicina.
ca passa por profundas modificações. Neste contexto, Com o paradigma anatomoclínico o sintoma
a medicina deixa de ser uma profissão liberal. A entra- transforma-se, portanto, em signo, em sinal da doen-
da intensiva na prática médica de tecnologias instru- ça que adquire sentido para o médico. O sintoma
mentais leva à fragmentação da profissão em múlti- remete a uma realidade, surge como expressão desta
plas especialidades. As mudanças também atingem a realidade, podendo antecipar-se aos sinais detectados
relação do médico com o paciente. Assim, no século diretamente pelo médico. Os métodos semiológicos
XX, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, um do século XIX, e mesmo em grande parte do século
novo paradigma se impõe: a medicina tecnológica.9 XX, eram quase totalmente dependentes da habilida-
O caminho acima tomado pela medicina não foi o de do médico, da arte médica. A descoberta das evi-
único, mas foi o principal. A história da normalização dências bioquímicas estava em desenvolvimento e o
da medicina científica, como prática universal domi- acesso instrumental às lesões internas do corpo era
nante, só se completará no século XX com as modifi- prática tardia em relação às manifestações clínicas,
cações da educação médica e a universalização do pois, por ser invasiva, era postergada.
modelo Flexner, este implantado a partir de 1910 nos Se com a medicina anatomoclínica correlaciona-se
EUA, assunto que não será discutido aqui. Fica como sintoma com lesão, na medicina biológica aprende-se
lembrança que há dois contrapontos que se impõem que o sintoma pode preceder a lesão; o sintoma já não
no debate com o modelo científico que dominou a se relaciona mais só com a lesão, mas também com a
medicina desde então: o primeiro é a medicina social, função. Procura-se, sobretudo, a correlação fisiopato-
que surgiu nos meados do século XIX e cujo objeto é lógica. O conhecimento dos mecanismos intermediá-
a doença no espaço social; o segundo é a psicanálise, rios da doença, a evolução da compreensão fisiopato-
que se interessou pelo mal-estar humano, a doença lógica e bioquímica, assim como a utilização racional
como conflito psíquico inconsciente e que se consti- de intervenções terapêuticas, permitem grande avanço
tuiu a partir do fim do século XIX.9 interpretativo à própria clínica, correlacionando sinto-
mas, lesão e alterações fisiológicas. A medicina clínica
PARADIGMA MÉDICO E SINTOMA alcança com o paradigma biológico grande refinamen-
Na medicina que precedeu o modelo anatomoclí- to que repercute no diagnóstico e no tratamento.9
nico e que pode ser chamada de pré-científica, o sin- A medicina tecnológica, por sua vez, na medida
toma era a própria expressão da doença, era a forma em que absorve técnicas laboratoriais e instrumentais
da doença se apresentar; ele definia a essência da cada vez mais sofisticadas, permite suspeitar, detectar
doença. Em conseqüência, os quadros nosológicos e ter acesso precoce aos processos orgânicos. Desta
eram construídos tendo como elemento ordenador os maneira, muitas vezes pode antecipar-se aos fenôme-
sintomas. O modelo adotado para ordenação era o nos clínicos e à manifestação dos sintomas. Por outro
das ciências naturais, e o modelo classificatório da lado, o referencial passa a ser ditado em grande parte
botânica serviu à medicina das espécies patológicas. pelas probabilidades estatísticas e por fatores de risco.
Entretanto, a partir de Bichat (1771-1802), no Há a tendência, até certo ponto, em minimizar a ela-
momento em que a medicina se constituiu como boração clínica. A utilização indiscriminada de proce-
ciência e adotou o paradigma anatomoclínico como dimentos instrumentais tem como conseqüência limi-
modelo de produção de saber, o elemento ordenador tar o médico à função de um técnico, esvaziando o
passou a ser a lesão tecidual. O espaço da doença juízo clínico.9
desde então será o corpo humano. A doença deverá A medicina tecnológica, na medida em que serve e
ser investigada no espaço do corpo humano. subordina-se aos interesses econômicos das grandes

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O SINTOMA NA MEDICINA E NA PSICANÁLISE – NOTAS PRELIMINARES

corporações internacionais, apresenta contradições, dava das moléstias e doenças. Sua prática se faz no
gera custos astronômicos e nem sempre alcança eficá- plano do sagrado (rituais mágicos) e no plano da
cia correspondente, além de deixar aspectos mal resol- natureza, na medida em que conhece e usa elemen-
vidos para o médico e também para os pacientes. Por tos da mesma (ervas, raízes e poções).
outro lado, há estudos bem fundamentados mostran- Na idade antiga, na medicina pré-científica, já se
do que o método clínico bem utilizado apresenta alta observa por um lado a cisão entre o espaço do sagra-
resolubilidade na maioria das demandas médicas. do e do natural, mas por outro a prática médica ainda
Infelizmente, tanto no setor público como no setor permanece mesclada de elementos religiosos. Os epi-
privado, as condições que estimulam o emprego do lépticos, por exemplo, são considerados mensageiros
método clínico tornam-se cada vez mais raras. Aliás, a dos deuses.
medicina ambulatorial pública e a medicina de con- Na idade moderna, com o advento da hegemonia
vênios neste aspecto se aproximam, estimulando a da racionalidade, a partir de Descartes, há enorme
simplificação dos meios clínicos. Entretanto, há uma desenvolvimento da ciência, em geral, e da medicina,
diferença, pois a medicina de convênios estimula a em particular. Como já foi dito, com a medicina cien-
propedêutica instrumental, podendo levar à utiliza- tífica vai ocorrer grande impulso na sistematização e
ção indiscriminada destes recursos, além do mais, tratamento das doenças. Entretanto, durante longo
pouco acessíveis ao paciente do setor público.9 tempo a psiquiatria não segue o mesmo caminho de
Entretanto, há correntes preocupadas com a outros ramos da medicina.
humanização da profissão, considerando que o cará- Nas perturbações da alma as relações foram mais
ter predominante técnico e instrumental tem tornado complicadas. As lesões anatomopatológicas, apesar de
superficial a relação médico-paciente. Neste sentido, exaustivamente procuradas, não eram encontradas,
propõe-se distinguir doença de moléstia. Por doença quer macro quer microscopicamente. Isto gerou gran-
se entende um evento biológico caracterizado por de perplexidade na psiquiatria dos séculos XVIII e
alterações anatômicas, fisiológicas ou bioquímicas, XIX que, sob certo sentido, permanece até hoje.
isoladas ou associadas. Há anormalidade na estrutura Não podendo lançar mão da correlação anatomo-
ou função de parte do corpo ou sistema do organis- patológica, muito menos ser auxiliados pelos exames
mo, e sua presença pode ser ou não reconhecida por complementares e aparelhos, os psiquiatras se vêem
métodos clínicos. Já por moléstia se compreende um na condição do clínico da medicina pré-científica.
fenômeno humano, mas não obrigatoriamente bioló- A psiquiatria clássica descreve exaustivamente os
gico, correspondendo à experiência do ser humano quadros clínicos classificados e sistematizados, que
com a enfermidade, ou seja, a um conjunto de des- vão constituir sua psicopatologia. Nesta posição, ape-
confortos ou distúrbios físicos ou psicológicos. Assim, nas para citar alguns, encontram-se: Kretschmer,
a moléstia representa reações pessoais, interpessoais e cul- Kraepelin e Bleuler pela escola alemã; Morel e
turais à doença ou ao desconforto. O uso do termo Clérambault, pela escola francesa.
moléstia, portanto, pode ser preferível, pois as mani- Por outro lado, nos séculos XVII, XVIII e XIX, o
festações biológicas de uma doença são particulares a cuidado dos enfermos da alma passa da esfera religio-
cada pessoa. O médico deve diagnosticar e tratar não sa para a esfera do Estado. É quando se dá a chamada
apenas a doença, mas estar atento e saber conduzir as secularização do delírio. Com a Revolução Industrial
demandas da moléstia do paciente.10 as pri mei ras casas de inter na ção apa re cem na
Inglaterra, em segui da na França (Lyon) e na
O SINTOMA NA PSIQUIATRIA E NA PSICANÁLISE Alemanha (Hamburgo).11
A secularização deste campo de problemas herda-
Desenvolvimento histórico e conseqüências atuais do pelo estado é repassada à medicina. Salpêtrière,
Em paralelo, mas de forma diversa, os transtornos Bicêtre e outros depósitos de miséria tornam-se ou
da alma, na expressão de LORENZER11, seguiram pretendem tornar-se estabelecimentos curativos. Da
um caminho próprio. repressão estatal passou-se ao poder médico, ao regi-
Ao se lançar um olhar retrospectivo sobre a manei- me da domesticação, da técnica de internamento e
ra como o mal-estar humano tem sido tratado verifi- exploração, acrescentando a pedagógica. Não se pode
ca-se que nas tribos primitivas a figura do xamã cui- deixar de mencionar, neste ponto, a figura de Phillipe

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Pinel (1755-1826) e seu “traitement moral”. A práti- Norte, mas aos poucos foi sucumbindo às criticas da
ca médica asilar foi por muito tempo o exercício da medicina científica, dirigida aos métodos marginais,
autoridade e do castigo.11 sobretudo à hipnose.
A Psiquiatria, com todo este poder, com a posse do A hipnose é, no entanto, recuperada por Auguste
corpo do enfermo e no afã de se cientificar, como os Ambroise Liébeault, médico da aldeia de Pont Saint
outros ramos da medicina, cometeu as maiores barba- Vincent, próximo de Nancy. Tratava seus clientes pela
ridades, nisto em muito se assemelhando às torturas medicina oficial (quando cobrava honorários) ou pelo
da Inquisição. magnetismo (gratuitamente). Sua fama chegou aos
A busca frenética de causas orgânicas e terapêuticas ouvidos de Hyppolyte Berheim, professor e pesquisa-
somáticas levou às extrações dentárias generalizadas, dor da Universidade de Nancy, que aí introduziu, em
aos abscessos de fixação, à piroterapia, à malariotera- 1882, a prática da hipnose. Foi, no entanto, pela
pia, além das convulsoterapias e comas insulínicos. influência de Jean Martin Charcot (1825-1893) que, ao
A Psiquiatria, ao não poder se utilizar do paradig- apresentar à Academia de Ciências, também em 1882,
ma anatomoclínico e biológico como as outras espe- os resultados de suas pesquisas sobre a hipnose, fez com
cialidades médicas, colocou-se em posição de inferio- que a mesma obtivesse algum reconhecimento.11
ridade, tornando-se assim uma prática, sob certo É este o universo que o jovem neurologista
aspecto, enlouquecida. Sigmund Freud (1856-1939) vai encontrar: por um
lado, a progressiva hegemonia da medicina científica
A histeria
e, por outro, seu fracasso na abordagem dos casos de
Toma valor particular o estudo e a abordagem da histeria. Freud, com sólida formação médico-científi-
histeria, que ao tempo da medicina pré-científica é ca recebida da escola alemã e também por influência
perseguida na figura das bruxas. Assim, como estas da escola francesa, com Charcot, percebe a impotên-
resistiram às torturas e às fogueiras, resistem também cia da abordagem médica da época nas questões
à medicalização da possessão. anímicas.
Diferentemente do que aconteceu ao delírio, no A ambivalência é marcante em toda a obra de
século XVIII, a interpretação religiosa cede passo à Freud. Se, por um lado, como homem da ilustração
abordagem médica, mas estabelece-se um conflito iluminista, desejasse criar uma ciência, por outro, a
entre a figura do padre (exorcismo) e do médico. São sensibilidade em captar pela escuta os fatos da clíni-
descritas por LORENZER11 as disputas entre o padre ca o levava a dificuldades de inserção neste campo,
Johan Josef Gassner e Franz Anton Mesmer, inventor objetivo que sempre perseguiu. É digno de nota,
de uma prática médica que veio a se chamar hipnose. mormente nos primeiros escritos, a preocupação que
Mesmer (1734-1815), usando magnetizadores, ele tinha em afastar as possíveis causas orgânicas em
obtém grande sucesso na abordagem de manifestações seus casos clínicos. Os exames neurológicos acurados
misteriosas. Insere-se aqui o magnetizador no papel e detalhados atestam esta afirmação. Além do mais,
autoritário do sacerdote. Mesmer terá suas atividades nos estudos sobre a histeria, ao se contrapor à posi-
investigadas por uma comissão da Real Academia de ção eminentemente cientificista de Breuer (1842-
Medicina da França, da qual fazem parte Benjamin 1925), pede desculpas a seus leitores por seus relatos
Franklin (embaixador norte-americano) e Lavoisier. de casos não conterem o severo selo da ciência.12
De modo geral, os integrantes da comissão, referen- A prova da genialidade freudiana está na capacida-
ciados à medicina científica, classificam a atividade de de perceber a natureza radicalmente diversa do sin-
mesmeriana de charlatanice, o que leva o rei a proibir toma neurótico. A anatomia histérica é diversa da
suas atividades. No entanto, um dos integrantes da anatomia orgânica. A conceituação do recalque, do
comissão real, de nome Jussie, discordando de seus inconsciente enquanto sistema, das pulsões e seus des-
colegas, observa que nas práticas de Mesmer parece tinos, proporciona a Freud a condição de elaborar a
atuar um agente desconhecido, talvez o calor animal. teoria psicanalítica, a fim de dar conta deste outro
Mostra, com isso, alguma sensibilidade e considera espaço, desta outra cena, da dimensão fantasmática e,
que deva existir algo além do objetivamente detectá- assim, captar e decifrar as mensagens contidas nos
vel por meios científicos. O mesmerismo se expandiu sintomas neuróticos. Contrariamente ao sintoma
pelo território lingüístico francês e pela América do médico, sinal de doença e que deve ser eliminado, o

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O SINTOMA NA MEDICINA E NA PSICANÁLISE – NOTAS PRELIMINARES

sintoma psíquico, sinal de moléstia, de mal-estar, de em que promove o incremento do mal-estar na civili-
conflito, de um desejo recalcado, deve ser acolhido zação, propõe seu lenitivo pelas drogas, oficiais ou
e decifrado.13 não: cria a demanda e oferece a “resposta”. A psiquia-
O modelo cientificista de medicina, entretanto, tria tem servido como fiel vassala a este discurso.
sempre resistiu a que seu discurso não desse conta Com isto, ensaia os primeiros passos no afã de
inteiramente do sofrimento humano, pois tal fato está ingressar na medicina tecnológica. O diagnóstico por
em contradição com a concepção positivista. aparelhos e gráficos começa a aparecer. As hipóteses
diagnósticas não obtidas através do paradigma anato-
A psiquiatria na era da medicina tecnológica
moclínico e biológico são agora propostas no nível
A descoberta dos psicofármacos, a partir da déca- fisiológico e neuroquímico (neurotransmissores).
da de 50, deu à psiquiatria, apesar de tardiamente, a Diante deste quadro atual, cabe à psicanálise o papel
oportunidade de ingressar pelo viés da psicofarmaco- de marcar bem a especificidade da causalidade psí-
logia, na era científica. Isto significa que, apesar dos quica, descoberta por Freud e acentuada por Lacan
meios científicos não serem ainda capazes de lançar ao postular a tese do inconsciente estruturado como
concretamente alguma luz sobre a etiologia das linguagem.
moléstias anímicas, o tratamento medicamentoso Os médicos, que nos primeiros tempos da psicaná-
passa a ser um ponto de referência a partir do qual lise eram sua maioria, deixam para os não médicos a
toda psiquiatria é reelaborada. O sintoma psíquico ocupação deste campo, dando mostras da não com-
passa a ser igualado ao sintoma médico comum. O preensão da especificidade do mesmo e criando um
que se aspira é sua eliminação pura e simples. É digno fosso cada vez maior entre os espaços científico e psi-
de nota, já nos anos 40, a polêmica entre Henri Ey canalítico. Nesta dificuldade de confrontação e inter-
(1900-1977) e Lacan (1901-1981), quando este últi- câmbio, o discurso capitalista se aproveita para negar
mo questionava a posição organodinamicista do pri- a especificidade entre o campo médico e o campo psi-
meiro, postulando uma causalidade psíquica própria. canalítico. Oferta-se uma solução pseudo-científica
O psiquismo e sua sintomatologia eram para Henri ao tentar equivaler as sintomatologias específicas a
Ey um epifenômeno do orgânico, do que discorda cada um dos campos. Assim, tenta-se amordaçar a
radicalmente Jacques Lacan.14 Esta polêmica ganha dimensão inconsciente de uma mensagem. A propos-
cada vez mais corpo nas décadas seguintes do século ta cientificista, mais uma vez, coloca uma camisa-de-
XX. A psiquiatria, mais uma vez, no afã de se cienti- força nas doenças da alma, desta vez de forma tecno-
ficizar, se propõe como biológica, desconhecendo a lógica e sofisticada.
dimensão psíquica como específica de seu campo de Dito isto, colocar-se-á uma situação clínica bas-
abrangência e como impossível de ser abordada total- tante comum hoje em dia: o uso concomitante de psi-
mente por esta concepção da ciência. cofármacos na situação analítica. Sabe-se que o trata-
A psiquiatria, tal como o Fausto de Göethe, vende mento médico farmacológico é sintomático, enquan-
sua alma ao diabo da ciência, a fim de obter um sta- to a abordagem psicanalítica pretende ser singular a
tus de especialidade médica. No entanto, o que se vê cada paciente e procura a causalidade psíquica. Sabe-
é o risco de seu desaparecimento enquanto tal. Os se, além do mais, que a posição freudiana, expressa
quadros clínicos são agrupados em transtornos, para em seus escritos técnicos no início do século XX, é a
os quais existem, basicamente, um antidepressivo do não uso de nenhum outro tratamento concomi-
e/ou um ansiolítico, e a observação clínica acurada de tante durante a análise. Será que tal posição seria sus-
cada paciente é, muitas vezes, dispensável. Não há tentável hoje? Por um lado, a eliminação pura e sim-
especificidade nos casos clínicos, e não se dá valor à ples da sintomatologia retira do paciente a motivação
singularidade e à subjetividade. Desta maneira, não que o leva a demandar uma análise; por outro, já que
há razão de ser para a existência deste ramo da medi- se dispõe destes recursos, seria lícito deixar que o
cina, pois outras especialidades podem cumprir suas sofrimento do paciente se mantenha, pois o processo
tarefas. analítico é lento e demorado? A medicação do pacien-
Além do mais, há o fato de que o discurso do capi- te pode ser feita pelo próprio analista, quando ele
talismo prevalece nos dias atuais.15 Ao mesmo tempo puder receitar, ou necessariamente deve ser encami-

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O SINTOMA NA MEDICINA E NA PSICANÁLISE – NOTAS PRELIMINARES

nhada a outrem? O discurso científico é necessaria- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


mente contrário ao da psicanálise? Não será o uso que
1- Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo:
o capital, como senhor pós-moderno, faz do saber
Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda;
científico o gerador de tais conflitos? 1982.
O não clareamento adequado das diferenças essen- 2- Rós Forns J, Surós Batllo J, Surós Batllo A. Semiologia
ciais do sintoma visto pela psiquiatria (“abordagem médica e técnica exploratória. 6a ed. Rio de Janeiro:
científica”) e pela psicanálise (“visão não científica”), Guanabara Koogan; 1981.
não seria um dos fatores que manteria a confusão e o 3- Ud S. Conferências introdutórias à psicanálise. Rio de
Janeiro: Imago; 1976. (Edição Standard Brasileira das
conflito existentes neste campo?
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Os psicanalistas, para identificar-se a Lacan, apre- 4- Barthes R. A aventura semiológica. São Paulo: Martins
sentam sua produção em uma linguagem hermética e Fontes; 2001.
inacessível, criando um campo de saber esotérico; 5- Clavreul J. A ordem médica: poder e impotência do dis-
com isso, não estão contribuindo para manter as difi- curso médico. São Paulo: Brasiliense; 1978.
culdades de confrontação das idéias? 6- Martins JD. Alguns aspectos do sintoma na medicina. In:
Caldeira G, Martins JD. Psicossomática: teoria e prática.
Por fim, o apelo para Freud em seu conceito de
2a ed. Rio de Janeiro: Medsi; 200. p.154-60.
narcisismo das pequenas diferenças não levará a 7- Foucault M. O nascimento da clínica. 4a ed. Rio de
entender melhor a necessidade de hegemonia, seja do Janeiro: Forense Universitária; 1994.
campo psicanalítico ou seja do campo científico? 8-- Luz MT. Natural, racional, social: razão médica e raciona-
O acirramento desta disputa psiquiatria/psicanáli- lidade científica moderna. Rio de Janeiro: Campus; 1988.
se interessa sobretudo à apropriação da psiquiatria 9- Ferreira RA. A pediatria da UFMG: inserção na mudança
de ensino médico implantada em 1975 e sua relação com
pelas multinacionais e lança-se mão de um marketing,
o saber (paradigma científico) e a prática médica. [Tese]
visando, de um lado, desacreditar a psicanálise, de Belo Horizonte: Faculdade de Medicina da UFMG; 2000.
outro, sugerindo ao cliente que demande de seu 10- López M. Introdução ao diagnóstico clínico. In: López M,
médico o receituário de tal ou tal medicamento. Laurentys-Medeiros J. Semiologia médica: as bases do
Além destas, há muitas questões a trazer para dis- diagnóstico clínico. 4a ed. Rio de Janeiro: Revinter; 1999.
cussão. Certamente da dificuldade de interlocução p. 3-23.
11- Lorenzer A. Arqueologia da psicanálise. Rio de Janeiro:
interdisciplinar – dificuldade, quem sabe, até certo
Zahar; 1987.
ponto orquestrada – resulta a impossibilidade de 12- Freud S. Estudos sobre a Histeria. Rio de Janeiro: Imago;
esforço concentrado e maior em favor da diminuição 1976. (ESB, Obras Completas, v. 1)
do mal-estar dos clientes. 13- Quinet. A descoberta do inconsciente: do desejo ao sinto-
ma. Rio de Janeiro: Zahar; 2000.
14- Lacan J. Formulações sobre a causalidade psíquica. In:
ABSTRACT
Lacan J. Escritos. Rio de Janeiro: Zahar; 1998.p.152-94.
15- Quinet A Psiquiatria e sua ciência nos discursos da con-
The medical symptom is analyzed from an historical temporaneidade. In: Quinet Psicanálise e psiquiatria: con-
perspective, the implications over the practical clinic are trovér sia e con ver gên cias. Rio de Janeiro: Rios
observed and under a psychoanalytical basis are done Ambiciosos; 2001. p.13-20.
commentaries about the psychiatric evolution.

Keywords: Medical history; Medical semiology;


Psychiatry e psychoanalysis; Clinical medicine

Rev Med Minas Gerais 2003; 13(3):221-8 228

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