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INSTITUTO TECNOLÓGICO DA AERONÁUTICA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA


INFRA-ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA
ABRIL / 2010

Degradação do Concreto em Ambiente Agressivo


Contaminado com Sulfato.
Degradation of Concrete in Aggressive Environment
with Sulfate Contamination

Felipe Santana Lopes (1)

(1) Bacharel em Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica - ITA


Av. Dr. Eduardo Cury, 200 apto 112 CEP – 12242-001 São José dos Campos – SP
lopes.santana@gmail.com

Resumo
O artigo traz uma pesquisa sobre como um ambiente agressivo, que contenha sulfato em solução, pode
produzir a degradação do concreto. Apresenta, brevemente, as concepções de durabilidade e desempenho.
Mostra as formas de ataque por sulfato e classes de classificação do ambiente para diferentes normas. Cita
algumas formas de evitar o ataque de sulfato e afirma a importância de considerar uma análise do ambiente
para se obter o melhor projeto para o concreto a ser usado.

Palavras-Chaves: Concreto, sulfato, ataque.

Abstract
The paper offers a compilation about aggressive environments with sulfate solutions that can produce
concrete degradation. Shortly presents the ideas of durability and performance. Describes sulfate attack
types and environments classifications over different standards. Tells about prevention of sulfate attack and
affirm the importance of consider the environment analysis to achieve a better concrete design.

Keywords: Concrete, sulfate, attack.

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1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de megalópoles mundiais força o advento da ciência para se obter


mais espaço, conforto e infraestrutura. Estruturas onde o concreto está em contato com o
solo ou água, como: fundações, túneis, canalizações de efluentes, tanques de
combustíveis, garagens, câmaras ou caixas subterrâneas. Todas sujeitas à ação do meio
ambiente, e é muito importante considerar a durabilidade para essas estruturas.

Primeiramente, o artigo apresenta uma revisão bibliográfica. Aborda a caracterização do


ambiente agressivo “contaminado com sulfato” quanto ao ataque das estruturas de
concreto simples. Apresenta os mecanismos de degradação característicos e discute a
classificação do ambiente segundo diferentes normas.

Por fim, antes das considerações finais, apresenta caminhos para minimizar a
degradação ao ataque por sulfatos, mostra exemplos de obras no referido ambiente.
Termina ressaltando a importância de projetar o concreto realizando uma análise do
ambiente para que a durabildidade seja compatível ao cenário previsto.

2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

2.1 Estruturas, vida útil e durabilidade

As estruturas de concreto devem atender aos requisitos mínimos de qualidade


classificados quanto a estrutura: capacidade resistente, desempenho em serviço e
durabilidade (ABNT NBR6118, 2003)

Em relação às exigências de durabilidade as estruturas de concreto devem ser projetadas


e construídas de modo que, sob as condições ambientais previstas na época do projeto, e
quando utilizadas conforme preconizado em projeto, conservem suas segurança,
estabilidade e aptidão em serviço durante o período correspondente à sua vida útil.
(ABNT NBR6118, 2003)

Seguindo o conceito da norma, a vida útil é o período de tempo durante o qual se mantêm
as características das estruturas de concreto, desde que atendidos os requisitos de uso e
manutenção prescritos pelo projetista e pelo construtor, bem como de execução dos
reparos necessários decorrentes de danos acidentais.

Também deve-se entender que durabilidade das estruturas pode ser definida em função
da segurança, servicibilidade, resistência, solidez e estética obtidas mediante manutenção
contínua, (MEHTA e MONTEIRO, 1994).

Ainda, a resistência do concreto é inversamente proporcional à sua porosidade, sendo


este fator principal e limitante para a durabilidade do material. Outras propriedades
influenciam na durabilidade do concreto, como o módulo de elasticidade, a estanqueidade
e impermeabilidade.
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Na figura 1 é apresentada uma idéia de como pode se relacionar os conceitos de


durabilidade e desempenho.

Figura 1 – Relações existentes entre os conceitos de durabilidade do concreto e


desempenho das estruturas (CEB, 1992).

2.2 Ambiente Agressivo

São os principais agentes de transporte de substâncias deletérias: a água, o solo e o ar.


ar
Na
a forma de águas ácidas de chuva e solos sulfatados,
sulfatados reagem com os componentes do
concreto e gás carbônico.

Poluentes atmosféricos, substâncias gasosas, sólidas ou líquidas presentes na atmosfera


de centros urbanos podem causar alterações na forma de poluição, como o monóxido de
carbono (CO), monóxido de nitrogênio (NO) ou dióxido de enxofre (SO2). Estas
substâncias podem ser encontradas em locais de alto tráfego de automóveis e áreas
industriais (SILVA, 1995).

Entende-se
se por ambiente agressivo, o conjunto físico-químico
físico químico que influência a estrutura
de concreto no qual está inserido. Pode ser um ambiente industrial, região costeira, água
do mar entre outros. Cada ambiente vai expor a estrutura mais ou menos aos dif diferentes
tipos de degradação. Dentre do escopo d do trabalho abordou-se
se apenas os ambientes
agressivos de solos
s contaminados com sulfatos.
sulfatos

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2.2.1 Estruturas de Concreto em presença de sulfatos.

Grande importância deve ser dada para a durabilidade das estruturas neste ambiente
desde a concepção das mesmas. Vale lembrar a dificuldade prática de inspeção e
acompanhamento da degradação que sofrerão no decorrer da vida de serviço de tais
peças.

Tratando-se de obras subterrâneas, destaca-se a agressividade do meio imposto pela


presença de ar, água, solos e outros fatores, que por processos químicos e físicos
resultam em degradações do concreto como ataque por ácidos, sulfatos, carbonatação e
corrosão (ABREU, 1998).

Em obras subterrâneas, a água do solo, lençol freático e/ou rios podem-se infiltrar no
concreto devido à sua alta porosidade, acarretando problemas de degradação por ataque
de sulfatos, corrosão de armaduras e ataques por microorganismos.

Ainda, o meio “solo” acaba sendo muito específico sendo necessário um estudo detalhado
da composição química do mesmo.

2.2.2 Solos com contaminação de sulfato.

A análise do solo deve conter quantitativos químicos de teores de carbonatos,


bicarbonatos, cloretos e sulfatos, bem como a umidade, resistividade e pH. Para a análise
da água é necessário obter os teores químicos de substâncias agressivas ao concreto.
(SILVA, 1995).

Relatam degradações em reservatórios enterrados e em galerias pluviais onde ocorreram


manifestações como corrosão de armadura, aparecimento de fissuras, presença de
infiltrações, desagregações do concreto e da argamassa. No caso de galerias com
infiltração de esgoto, há a formação de ácido sulfúrico devido à presença de bactérias
anaeróbias produtoras de ácido sulfídrico, deteriorando o concreto por perda de massa.
(CARVALHO et al., 2000 e AGUIAR, 2000)

Os sulfatos de cálcio, magnésio, sódio e potássio existem em solos argilosos ou outros


solos, frequentemente em quantidades consideráveis. A sua distribuição é muito
heterogênea podendo-se verificar concentrações muito diferentes em zonas distanciadas
de apenas alguns metros (COUTINHO, 2001).

Solos compostos por gipso (minério da gipsita – CaSO4⋅2H2O), associados à ação de


águas de chuva, lençol freático etc, são grandes fontes de sulfatos no ataque em
estruturas de concreto, argamassas ou outros produtos de base cimentícia, uma vez que
estes depósitos são em geral de origem marinha (evaporitos), contendo elevados teores
de sulfato de sódio (Na2SO4) e sulfato de magnésio (MgSO4). Os meios agressivos
contendo sulfatos podem ser: água do mar, lençol freático, água de pântanos

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(decomposição de matéria orgânica), esgotos, efluentes industriais, chuvas ácidas e até


agregado contendo pirita constituinte do concreto. (SOUZA, 2006)

2.3 Mecanismos de Deterioração do Concreto

As causas naturais intrínsecas aos processos de deterioração estão divididas conforme o


Quadro 1. (SOUZA e RIPPER, 1998).
Tabela 1 - Causas naturais de deteriorações (SOUZA E RIPPER, 1998)
Causas próprias Devido à porosidade do concreto
Reações internas do concreto
Expansão de constituintes do cimento
Ação de cloretos
Causas químicas Ataque de ácidos e sais
Causas Presença de anidrido carbônico
Naturais Presença de água
Elevação da temperatura interna do concreto
Variação de temperatura
Causas físicas Insolação
Vento
Água
Causas biológicas Ataque de bactérias

Os mecanismos de deterioração do concreto armado se dividem basicamente em


mecanismos físicos e químicos.

Por meio de abrasão, erosão e cavitação. A abrasão pode ser definida como o desgaste
por atrito entre um sólido e o concreto. A erosão é similar à abrasão, mas diferenciada
pela presença de líquidos contendo partículas sólidas. A cavitação é caracterizada pela
ruptura de bolhas de vapor formadas em fluxos de água. (MEDEIROS, 2005)

2.3.1 Mecanismos Químicos

Ocorrem devido à interação dos constituintes da pasta do cimento com o meio ambiente
externo.

2.3.1.1 Ataque por Sulfatos

O concreto, quando inserido em locais com elevada concentração de sulfatos, está sujeito
a alterações químicas na matriz da pasta. Reações envolvendo a formação de produtos
expansivos são provenientes de contato de SO4 em soluções aquosas. Estas reações
acarretam perda de massa, coesão e resistência dos concretos utilizados em estruturas
subterrâneas e em regiões industriais (AL-AMOUNDI, 2002 tradução nossa).

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O mecanismo de ataque para o ânion SO42- é diferente para cada um dos cátions (Ca, Na,
Mg, Fe ,etc) aos quais está associado, uma vez que os mecanismos de interação com a
matriz cimentícia são característicos de cada sal. (SOUZA, 2006)

A porosidade do concreto e a elevada quantidade de sulfatos encontrados em solos são


responsáveis pelo ataque dos sulfatos. Tais ataques ocorrem, em sua maioria, quando o
concreto está em contato com a água do mar e lençóis freáticos contaminados.

A maior ou menor facilidade da ocorrência de reações com sulfatos é influenciada pela


água e, principalmente, pela qualidade do concreto. A qualidade está relacionada com a
relação a/c, tipo de cimento e, consequentemente, com o transporte de água pelos poros
do concreto (GENTIL, 1996).

O ataque por sulfato pode ser de origem externa ou interna. A interna deve-se a uma
fonte solúvel incorporada ao concreto durante o processo de mistura. Por exemplo,
gipsita1 no agregado. O controle de qualidade produtivo é uma forma de prevenção. A
externa devido sulfatos em solução no meio externo (água no solo por exemplo) que
penetram no concreto.

O Ataque externo é mais comum, ocorrendo geralmente quando água contendo sulfato
dissolvido penetra no concreto. Uma linha de frete de reação é bem definida pode ser
vista nas seções polidas. Logo após, a composição e microestrutura do concreto sofre
alteração.

Comumente são: fissuramento extensivo, expansão, perda de aderência entre a pasta de


cimento e agregado, alteração da composição da pasta de cimento com a conversão do
sulfato em etringita com posterior formação de gipsita. Esse ataque decorre tipicamente
por sulfatos de potássio e sódio.

Outro fator quanto importante para o ataque são as condições de exposição. Como o
ataque por sulfato acontece em solução, então, a parte mais suscetível das estruturas são
aquelas abaixo ou logo acima no nível d´água no solo.

Como outras fontes de sulfato pode-se citar: água do mar, oxidação de sulfitos em argilas
adjacentes ao concreto (produz ainda ácido sulfúrico também agressivo), reações
bacterianas que produzem dióxido de enxofre que produzirá também o ácido e na
alvenaria, o sulfato presentes nos tijolos podem atacar, no longo prazo, a argamassa.

Essas deteriorações de maneira geral conduzem a perda de resistência à compressão do


concreto. Como o artigo foca-se em ambientes agressivos, não se detalhou o ataques
interno, a formação tardia de etringita (DEF - delayed ettringite formation)

O ataque por sulfato são conhecidos por três tipos. Ataque do tipo ácido. A pasta de
cimento hidratada é progressivamente reduzida a uma massa granular que expõe os
1
Mineral sulfato de cálcio hidratado: CaS4.O A gipsita tem origem principalmente sedimentar em evaporitos, mas resulta em muitos
outros casos, da hidratação de anidrita. A gipsita calcinada dá origem ao sulfato de cálcio anidro, gesso, de amplo uso como material
de construção. Fonte: http://ig.unb.br/glossario/index.html
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agregados. Pode levar a redução da área de seção transversal. Esse modo de falha é
atribuído principalmente a formação de gipsita. (Al-AMOUDI, 2002,tradução nossa)

Segundo tipo “expansão e fissuramento”. As fases de aluminato hidratadas2 são atacadas


pelos íons sulfato, formando o Sulfoaluminato de cálcio hidratado (Etringita3). E terceiro
tipo como “descascamento” caracterizado pela formação de cascas em camadas na
superfície.

Figura 2 – Tipos de ataque por sulfato. A) ácido. B) Expansivo. C) Descascamento.


(Al-AMOUDI, 2002 – adaptado tradução nossa).

2.3.1.1.1 Sulfato de cálcio e sulfato de sódio


Enquanto que o sulfato de cálcio apenas reage com o aluminato de cálcio hidratado para
formar sulfoaluminato de cálcio, o sulfato de sódio reage com o hidróxido de cálcio livre,
formando-se sulfato de cálcio que por sua vez reage com a aluminato.

Reação com sulfato de sódio:

Ca(OH)2 + Na2SO4.10H2O → CaSO4.2H2O “gesso” + 2NaOH + 8H2O (1)

Reação com sulfato de cálcio:

4CaO.Al2O3.19H2O + 3(CaSO4.2H2O) + 16H2O→3CaO.Al2O3.3CaSO4.31H2O + Ca(OH)2 (2)


“aluminato” “etringita”

2.3.1.1.2 Sulfato de Magnésio

O sulfato de magnésio tem uma ação mais devastadora do que os outros sulfatos, pois decompõe
os silicatos de cálcio hidratados e reage com o aluminato e hidróxido de cálcio.

Reação com sulfato de magnésio:

3CaO2.SiO2aq. + MgSO4.7H2O → 3CaSO4.2H2O + 3Mg(OH)2 + 2SiO2aq (3)

2
Em geral o ataque por sulfatos incide sobre o aluminato tricálcico do cimento hidratado 3CaO.Al2O3 (designação simplificada C3A).
3
3CaO.Al2O3.3CaSO4.31H2O
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2.3.1.1.3 Ataque por taumasita4 (TAS - thaumasite form of sulfate attack).

O ataque simultâneo de sulfatos e carbonatos, associado a baixa temperatura, resulta na


formação de taumasita. Os cimentos Portland resistentes aos sulfatos têm teores
menores de aluminatos. Infelizmente, esta característica necessariamente não previne a
formação de taumasita uma vez que o ataque ocorre preponderantemente no silicato de
cálcio hidratado (C-S-H5), ao invés das fases aluminato. (SOUZA, 2006).

2.4 Caracterização do Ambiente Agressivo

O estudo da durabilidade das estruturas de concreto armado e protendido tem evoluído


graças ao maior conhecimento dos mecanismos de transporte de líquidos e de gases
agressivos nos meios porosos como o concreto. Consequentemente, passou a ser viável
a avaliação da vida útil expressa em número de anos e não mais em critérios apenas
qualitativos de adequação da estrutura a um certo grau de exposição. (HELENE, 1997)

Os sais que contêm sulfato mais importantes, pela agressividade ao concreto, são
CaSO4⋅2H2O; Na2SO4⋅10H2O e K2SO4; MgSO4⋅7H2O; (NH4)2SO4, CuSO4, ZnSO4,
Al2(SO4)3, FeSO4, Fe2(SO4)3, SrSO4. (SOUZA, 2006)

São disponíveis algumas faixas de classificação dos ambientes agressivos de maneira


geral e também no meio aquoso de diversas fontes e países.

No Brasil as norma técnicas da ABNT, NBR 6118 e 12655, estabelecem requisitos para
concreto exposto a soluções contendo sulfatos, definindo graus de agressividade do meio
Tabelas 2 e 3.
Tabela 2 – Classificação da agressividade ao concreto, conforme NBR 12655:2006.

Classificação geral do tipo de Risco de Deterioração


CAA Agressividade
ambiente para efeito de projeto da Estrutura
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana1) 2) Pequeno
1)
Marinha
III Forte Grande
Industrial1)
Industrial1) 3)
IV Muito Forte Elevado
Respingos de maré
1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para ambientes internos
secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou
ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura).
2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em obras em regiões de clima seco, com
umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente
secos, ou regiões onde chove raramente.
3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e
papel, armazéns de fertilizantes e indústrias químicas.

4
Taumasita com composição usual (CaSiO3 ⋅CaCO3 ⋅CaSO4 ⋅15H2O) é um mineral de sílica.
5
C-S-H: abreviação de silicato de cálcio hidratado.
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Tabela 3 – Requisitos para concreto exposto a soluções contendo sulfatos conforme NBR 12655:2006
Condições de Sulfato solúvel
Sulfato solúvel no Fck, mínimo
exposição em (SO4) presente na
solo (SO4) % em Relação a/c máximo (agregado normal
função da água
massa ou leve) MPa
agressividade ppm
Fraca 0,00 a 0,10 0 a 150 -- --
Moderada** 0,10 a 0,20 150 a 1500 0,50 35
Severa*** Acima de 0,20 Acima de 1500 0,45 40
*Baixa relação água/cimento ou elevada resistência podem ser necessárias para a obtenção de baixa permeabilidade do concreto
ou proteção contra a corrosão da armadura ou proteção a processos de congelamento e degelo.
**Água do mar.
***Para condições severas de agressividade, devem ser obrigatoriamente usados cimentos resistentes a sulfatos (NBR 5737).

Existem também normas internacionais que indicam o grau de agressividade por


exposição aos sulfatos (Tabela 4). (SOUZA, 2006)

Tabela 4 – Nível de exposição aos sulfatos em função da concentrações de SO42-, conforme algumas
normas técnicas existentes em outros países. (SOUZA, 2006)
Norma técnica Nível de exposição aos sulfatos Sulfato (SO42-) na água, ppm
desprezível 0 ≤ SO4 ≤ 150
Norma ACI 318M-02 (Building
moderado 150 ≤ SO4 ≤ 1500
code requirements for structural
forte 1500 ≤ SO4 ≤ 10000
concrete)
muito forte > 10000
desprezível 0 ≤ SO4 ≤ 150
Manual do Concreto do U. S.
fraco 150 ≤ SO4 ≤ 1500
Bureau of Reclamation Concrete
regular 1500 ≤ SO4 ≤ 10000
Manual, publicado em 1966
forte > 10000
S-3 moderado 150 ≤ SO4 ≤ 1500
Norma canadense A23.1.94 S-2 forte 1500 ≤ SO4 ≤ 10000
S-1 muito forte > 10000
ligeiramente agressivo 200 ≤ SO4 ≤ 600
Norma européia EN206-1:2000 moderadamente agressivo 600 ≤ SO4 ≤ 3000
altamente agressivo 3000 ≤ SO4 ≤ 6000

Há ainda uma outra opção que é avaliação através de determinações específicas


conforme os valores referenciais propostos pelo CEB / FIP Model Code 1990,
apresentados na Tabela 5 (HELENE,1997).

Tabela 5 – Classificação da agressividade ambiental visando a durabilidade do concreto.

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3 Recomendações de prevenção ao ataque por sulfato

Sendo uma etapa inicial do processo de proteção aconselha–se


aconselha se a produção de concreto
com resistência química adequada ao caso, com baixa relação água/cimento,
compactação
ão rigorosa e cura apropriada, bem como a escolha de um cimento adequado
(Portland Pozolânico), visando obter desta forma baixa taxa de absorção e
permeabilidade.

Fatores
atores que influenciam o ataque por sulfato: a quantidade e natureza do sulfato (sua
concentração); o nível da água e sua variação sazonal; porosidade do solo e o fluxo da
água subterrânea; a forma de construção e a qualidade do concreto (tipo de cimento
empregado).

Assim, como é mais difícil impedir que a água com sulfato entre em contat
contato com o
concreto, normalmente a forma de controlar o ataque de sulfato é atuando na qualidade
do concreto, mais especificamente,
especificamente na permeabilidade do material.

Maior atenção deve ser dada nos casos de estruturas parcialmente saturadas (onde
possa ocorrer evaporação. Estruturas na faixa de oscilação de nível d´água, muros de
arrimos (umas das faces em contato com solo), galerias, túneis entre outras. Aquelas
onde se encontram totalmente submersas são menos prejudicas comparativamente.

Os resultados de um estudo de longo prazo com corpos


corpos-de-prova
prova de concreto expostos a solo sulfatado (contendo
10% de Na2SO4) em Sacramento, Califórnia, revelaram (figura à esquerda) que a baixa permeabilidade do
concreto (alto consumo de cimento) era mais importante na redução
redução da taxa de deterioração do que o teor de C3A
no cimento. A figura à direita mostra que, no caso de um cimento Portland com alto teor de C3A, a adição de
aditivos minerais (cinzas volantes) oferece uma alternativa pra controlar o ataque por sulfato, reduzindo
reduzindo o teor
efetivo de C3A no material cimentício total.
total

Figura 3: Efeitos do tipo e consumo de cimento e da adição de cinzas volantes sobre o


ataque por sulfato ao concreto. (MEHTA e MONTEIRO, 1994).

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Para proteger o concreto ao ataque por sulfato, orienta-se o controle da relação água
cimento, tipo de cimento e uso de aditivos minerais. Obter a diminuição da
permeabilidade, com espessuras adequadas de concreto, aliado ao controle do processo
de adensamento e de cura, são outros pontos preventivos importantes a serem
observados.

Na figura 3, acompanha-se como diferentes projetos de concreto alterando a composição,


consumo de cimento e adição de cinza volante conduzem a concretos apresentando
melhor reposta a deterioração e expansão ao logo do tempo.

4 Obras em ambientes contaminados com sulfatos.

Os fatores que influenciam o ataque por sulfato são: a quantidade e natureza do sulfato
(sua concentração); o nível da água e sua variação sazonal; porosidade do solo e o fluxo
da água subterrânea; a forma de construção e a qualidade do concreto (tipo de cimento
empregado). Como é impossível impedir que a água com sulfato entre em contato com o
concreto, a única forma de controlar o ataque de sulfato é atuando na qualidade do
concreto, ou seja, na permeabilidade do material.

O efeito das misturas com altas concentrações de sais presentes no Golfo Pérsico é
extremamente prejudicial à durabilidade das estruturas. (AL-AMOUNDI, 2002 tradução
nossa).

Na galeria de obras que normalmente já se prever medidas de mitigação para o ataque


por sulfatos estão, tanques de tratamento de esgoto, obras portuárias, galerias
subterrâneas de concreto.

Um exemplo de estudo de patologias pode ser visto no trabalho sobre as câmaras e


caixas de passagem de redes subterrâneas de energia elétrica de Curitiba. (MEDEIROS,
2005)

5 Considerações Finais

Percebe-se que a o ataque por sulfato é uma questão importante a ser considerada. O
efeito final de redução da resistência da estrutura de cimento, portanto, na durabilidade da
mesma é preocupante. Aliado ao fato, as estruturas no solo dificultam o acompanhamento
da situação concreto em serviço.

Dessa forma, o projeto da estrutura, do tipo e dosagem de cimento e aditivos e barreiras


preventivas entre o meio externo e o concreto são fatores decisivos para a obtenção dos
resultados em campo ao longo da vida de serviço do concreto.

Nesse contexto, uma melhor caracterização do ambiente agressivo onde será inserida a
estrutura de concreto é crucial para a concepção do projeto. Verificou-se também que

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como o ataque por sulfato ocorre em solução, a concentração de sulfatos no solo como
na água (mar ou subterrânea) assume um papel importante para a divisão dos níveis de
agressividade.

Portanto, a normatização de parâmetros de classificação de ambientes, e ações


preventivas (quanto a degradação do concreto por ataque de sulfatos), permitirá que
maior segurança e qualidade sejam incorporadas as obras e a sociedade se beneficie.

6 Referências

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environments. In: Cement and Concrete Composites, 2002, 24 305–316.

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AGUIAR, J. E. Patologias que comprometem a durabilidade do concreto em galerias de


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GENTIL, V. Corrosão. 3 ed. Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro: 1996. 345p.

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