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Guernica está em uma tela de oito metros de comprimento e três e meio de altura.
Pintados em preto e branco vemos peças de corpos em formas de cubo. Entre as peças vemos
uma mãe carregando um filho morto, um cavalo agonizando com os dentes à mostra, um
guerreiro ferido com uma espada na mão, uma flor infantil caída, cabeças, braços, pernas, asas
em chamas, tudo compondo o horror da guerra. A obra, apesar de ser imitação da realidade,
coloca diante dos olhos o real resultado de uma guerra, o sofrimento despedaçado. Simon
Schama diz que é mais do que uma imagem do horror, é na verdade “um painel de indignação
moral”. Guernica são oito metros de comprimento e três e meio de indignação moral.
Por ser impactante, Guernica não caiu no gosto dos alemães. O grito de dor ante as
barbaridades cometidas contra civis em uma cidade basca em 1937 incomodava e em certo
sentido prenunciava os gritos que viriam com a Segunda Guerra Mundial. Por isso, os alemães
tentaram agarrá-la, mas felizmente não conseguiram, e acabou sendo instalada no Museu
de Arte Moderna em Nova York.
A prece que faço a Deus é que tiremos os véus que cobrem Guernica e a mostremos ao
mundo. Os jovens deveriam nas escolas estudar o valor, o sentido dessa obra e das artes em
geral. Deveríamos todos sentir a dor da barbárie denunciada na arte antes que ela se tornasse
real, deveríamos ouvir o grito de dor de Guernica antes de a sociedade reproduzir a dor na
dimensão do real. É preciso sensibilizar este mundo, e o que melhor do que a arte para fazer
isso? Com a presença de Guernica não se anuncia guerra, barbárie, chacina. A presença de
Guernica faz refletir, sensibiliza. Mais Guernica, por favor!
http://biblioteca.piracicaba.sp.gov.br/site/wp-content/uploads/2017/11/Escriba-17-1.pdf