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Reflexões do poeta n’Os Lusíadas

Considerações do Poeta – Canto I

Na primeira reflexão d’Os Lusíadas, sobre a insegurança da vida, Camões


reage à traição protagonizada por Baco, lamentando-se da personalidade escondida
dos seres humanos. Estabelece um paralelismo entre os perigos encontrados no mar
e em terra, verificando que em nenhum dos ambientes há segurança absoluta. Na
sequência disto, reflete sobre a posição do ser humano face à natureza, já que na sua
fragilidade e insegurança é capaz de atravessar mares e conquistar povos,
ultrapassando com sucesso os diferentes obstáculos.

Considerações do Poeta – Canto V

O poeta começa por mostrar como o canto, o louvor, incita à realização dos
feitos; dá em seguida exemplos do apreso dos antigos pelos seus poetas, bem como
da importância dada ao conhecimento e à cultura, que levava a que as armas não
fossem incompatíveis com o saber.
Não é, infelizmente, o que se passa com os portugueses: não se pode amar o
que não se conhece, e a falta de cultura dos heróis nacionais é responsável pela
indiferença que manifestam pela divulgação dos seus feitos.
Apesar disso, o poeta, movido pelo amor à pátria, reitera o seu propósito de
continuar a engrandecer, com os seus versos, as “grandes obras” realizadas.
Desta forma, manifesta a vertente pedagógica da sua epopeia, na defesa da
realização plena do homem em todas as suas capacidades.
Considerações do Poeta – Canto VI

Vencidos os perigos e os medos, desvendados os segredos, é realizada a obra,


e a chegada, finalmente, é possível.
Continuando a exercer a sua função pedagógica, o poeta defende um novo
conceito de nobreza, espelho do modelo da virtude renascentista: a fama e a
imortalidade, o prestigio e o pode, adquirem-se pelo esforço – na batalha ou
enfrentando os elementos, sacrificando o corpo e sofrendo pela perda dos
companheiros; não se é nobre por herança, permanecendo no luxo e na ociosidade,
nem pela concessão de favores se deve alcançar um lugar de relevo.

Considerações do Poeta – Canto VII

Est. 2 a 14 – Percorrido tão longo e difícil caminho, é momento para que, na


chegada a Calecute, o poeta faça novos louvores aos Portugueses. Exalta, então, o seu
espírito de cruzada, a incansável divulgação da Fé por África, Ásia, América “E se
mais mundos houver, lá chegará”, inserindo, assim, a viagem à Índia na missão
transcendente que assumiram e que é marca da sua identidade nacional.
Por oposição, critica duramente as outras nações europeias – os Alemães
“soberbo gado”, o “duro Inglês”, o “Galo indigno”, os italianos que, “em delicias/ Que
o vil ócio que no mundo traz consigo,/ Gastam as vida” – por não seguirem o seu
exemplo no combate aos infiéis.
Est. 78 a 87 – Numa reflexão de tom marcadamente autobiográfico, o Poeta
exprime um estado de espírito bem diferente daquele que caracterizava, no Canto I,
a invocação às Tágides – “ cego, / (…) insano e temerário”, percorre um caminho
“árduo, longo e vário”, e precisa de auxílio porque, segundo diz, teme que o barco da
sua vida e da sua obra não chegue a bom porto. Uma vida que tem sido cheia de
adversidades, que enumera: a pobreza, a desilusão, o desterro, os perigos do mar e
da guerra, entre outros. Em retribuição, recebe novas contrariedades – de novo a
crítica aos contemporâneos e o alerta para a inevitável inibição do surgimento de
outros poetas em consequência de tais exemplos.
Porém, a critica aumenta de tom na parte final, quando são enumerados
aqueles que nunca cantará e, implicitamente, denuncia abundarem na sociedade do
seu tempo: os ambiciosos, os que sobrepõem os seus interesses aos do “bem comum
e do seu Rei”, os dissimulados, os exploradores do povo, que não defendam “que se
pague o suor da servil gente”.
No final, retoma à definição do seu herói – o que arrisca a vida “por seu Deus,
por seu Rei”.
Nota: A definição como anti-heroicos dos atos de quem se serve do poder para seu
interesse pessoal, bem como dos que exploram e oprimem o povo, mesmo que
servindo diligentemente o rei, é uma crítica social e política de grande coragem e
frontalidade.

Considerações do Poeta – Canto VIII


A propósito da narração ao suborno do Catual e das suas exigências aos
navegadores, são agora enumerados os efeitos perniciosos do ouro – provoca
derrotas, faz dos amigos traidores, mancha o que há de mais puro, deturpa o
conhecimento e a consciência, os textos e as leis são por ele condicionados, está na
origem de difamações da tirania dos reis, corrompe até os sacerdotes sob a
aparência da virtude.
Retomando a função pedagógica do seu canto, o Poeta aponta um dos males
da sociedade sua contemporânea, orientada por valores materialistas.

Considerações do Poeta/ Ilha dos Amores – Canto IX


Estando os navegantes na viagem de regresso a Portugal, Vénus prepara-lhes,
com a ajuda das ninfas e do seu filho cupido, uma recompensa pelos perigos e
tormentas que enfrentaram vitoriosos. Fá-los aportar numa ilha paradisíaca,
povoada por ninfas amorosas que lhes deleitam os sentidos. Numa atitude estudada
de sedução, as divindades fingem-se assustar-se com a presença dos marinheiros
mas logo se rendem aos prazeres do amor.
Esta ilha não existe na realidade, mas na imaginação, no sonho que dá sentido
à vida, sonho esse que permite atingir a plenitude da Beleza, do Amor, da Realização.
Neste sentido, a grandeza dos descobrimentos também se mede pela
grandeza do prémio, e esse foi o da imortalidade, simbolicamente representado na
união homem-deusas.
O Poeta não perde o ensejo, no final do canto, de esboçar o perfil dos que
podem ser “nesta Ilha de Vénus recebidos”, reiterando valores como a justiça, a
coragem, o amor à pátria, a lealdade ao reino.
Desta forma, independentemente das circunstâncias históricas, se construirá
uma sociedade mais justa – “E todos tereis mais, e nenhum menos” -, atingindo-se,
então, a verdadeira e merecida fama.
Simultaneamente, o poeta não deixa de sublinhar a importância da vontade
da consecução dos nossos objetivos, porque “quem quis, sempre pode”.

Considerações do poeta – Canto X – Ilha dos Amores/ Invocação a Calíope


No banquete com que homenageiam os navegantes, uma ninfa profetiza
futuras vitórias dos portugueses. É momento para o poeta interromper e pedir
inspiração a Calíope, musa da poesia épica e da eloquência, uma vez que a “Matéria”
é elevada, sublime, digna de ser cantada numa epopeia e não em poesia vulgar.
Novamente, através de um tom marcadamente autobiográfico, o Poeta refere
aspetos da sua vida, queixando-se do envelhecimento e dos desgostos que o vão
levando à morte. Assim, o Poeta pede a Calíope que lhe permita levar a cabo esta
expressão do amor pela pátria, uma vez que sento um menor gosto pela escrita.

Considerações do Poeta – Canto X


O Poeta encerra a sua obra, condenando o abandono a que em Portugal se
votam às letras e exortando D. Sebastião a continuar a série de vitórias portuguesas
em Marrocos.
É, mais uma vez, o lamento sentido de um poeta que se sente injustiçado por
ver que está a “cantar a gente surda e endurecida”, insensível à arte e mergulhada
não no amor à pátria, mas sim “No gosto da cobiça e na rudeza/ Duma austera,
apagada e vil tristeza”.
Neste desencanto, há ainda uma centelha de esperança, quando, ao dirigir-se
ao Rei D. Sebastião, “Senhor só de vassalos excelentes”, capazes de tudo enfrentar e
suportar, o Poeta o exorta a fazer renascer a glória portuguesa através de uma serie
de conselhos: favorecer todos os súbditos de acordo com a sua aptidão, aliviar o país
de lei rigorosas, valorizar o saber dos experientes, ter apreso pelos guerreiros que
dilatam a Fé e o império – a sua mensagem resume-se aos versos “ Não se aprende,
Senhor, na fantasia/ Sonhando, imaginando ou estudando, / Senão vendo, tratando e
pelejando”.
Perante a indiferença e o esquecimento a que esta cotado, Camões não se
inibe de apresentar os seus contributos a que, em muito, poderão contribuir para a
exaltação épica do rei e da pátria – “honesto estudo”, “longa experiencia” e
“engenho”.
Assim, só falta ao poeta ser aceite por D. Sebastião de modo a que, ao cantar
os seus feitos, Alexandre Magno, herói da antiguidade clássica, passe a ter o Rei
Português com modelo, em vez de invejar a glória de Aquiles.

Mensagem: Os Lusíadas encerram com uma mensagem que abarca o passado, o


presente e o futuro – a glória do passado deverá ser encarada como um exemplo
presente para construir um futuro glorioso. Camões deposita no Rei a esperança de
que saiba aproveitar e estimular as energias dos portugueses para dar continuidade
à glorificação do “peito lusitano”.

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