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O PAPEL DA FAMÍLIA E O PAPEL DA ESCOLA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO

Deborah Katyellen Ignacio Mendes

INTRODUÇÃO
A temática abordada neste artigo, enfatizando a condição docente, instiga a reflexionar sobre a
educação e a formação. Este trabalho pretende dar uma visão sobre o papel da escola na formação
do cidadão. Para isso é necessário verificar esse papel e mostrar sua importância para o processo de
ensino-aprendizagem.

DESENVOLVIMENTO
Educação Voltada para a Formação de Cidadãos
O papel da escola na formação do cidadão. Mas o que é cidadania? Para Dimenstein (1993, p. 17):
“é uma palavra usada todos os dias e tem vários sentidos. Mas hoje significa, em essência, o
direito de viver decentemente”. Para se ter um cidadão que exerce seu direito de cidadania tem que
se ter uma educação voltada para tal objetivo.
“Cidadania é o direito de ter uma idéia e poder expressá-la” (Dimenstein, 1993, p. 20). Na
tendência tradicional a educação era centrada no professor, portanto o aluno não tinha um espaço
para poder expressa sua opinião. A metodologia decorrente de tal concepção tem como princípio a
transmissão dos conhecimentos através da aula do professor, freqüentemente expositiva, numa
seqüência predeterminada e fixa, enfatizando a repetição de exercícios com exigências de
memorização. Mas com o tempo essa abordagem foi se tornando obsoleta, com isso torna-se então
necessário entrarem novas tendências que enfatizem um ensino mais voltado para a educação do
aluno, e não voltada apenas para os conteúdos dados. Portanto, atualmente, existe a necessidade de
se enfocar a importância de uma educação voltada não apenas para a memorização de dados, mas
também para a formação da pessoa, não apenas a parte cognitiva, mas também a parte afetiva,
buscando assim a formação do cidadão.
Para Libâneo (2002, p.7):
É preciso que a escola contribua para uma nova postura ético-valorativa de recolocar valores
humanos fundamentais como a justiça, a solidariedade, a honestidade, o reconhecimento da
diversidade e da diferença, o respeito à vida e aos direitos humanos básicos, como suportes de
convicções democráticas.
O autor ressalta esse papel da escola, mas também cabe ao professor, além de outras tarefas, ensinar
seus alunos a tomarem decisões, ensinar o certo ou errado numa época de tantas transformações na
sociedade e no mundo, onde os valores estão sendo distorcidos e se extinguindo.
Turra (1998, p.86) diz que:
É axiomático afirmar que a educação visa à formação da personalidade, logo, do ser humano como
um todo, cabendo ao professor abrir perspectivas para o autoconhecimento e a autoformação. O
sentido da vida só pode ser aprendido pela própria pessoa, mas as atitudes podem ser ensinadas.
Mesmo que o professor não considere as atitudes como objetivos destacados dentro de seu ensino,
não pode ignorar que elas afetam a interpretação de tudo o que se percebe. As atitudes se modificam
por meio de aprendizagens.
A escola participa na formação da personalidade do aluno, por isso ela deve estimulá-lo a ter boas
atitudes, por isso para Turra é evidente a necessidade de se ter uma educação voltada para o ensino
de valores, certamente esse não é o objetivo principal do ensino, mas ambos devem ser trabalhados
juntamente, pois “não podemos dissociar o pensar do agir e do sentir” (Turra, 1998, p. 86), esse três
estão interligados e são indissociáveis, por isso devem ser trabalhados juntos, e, além disso, também
chamar atenção para o aluno, ele é um ser humano que é influenciado por seu modo de pensar e
agir. Segundo Arantes (2003, p.157): A sociedade solicita que a educação assuma funções mais
abrangentes que incorporem em seu núcleo de objetivos a formação integral do ser humano. Essa
proposta educativa objetiva a formação da cidadania, visando que alunos e alunas desenvolvam
competências para lidar de maneira consciente, crítica, democrática e autônoma com a diversidade e
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o conflito de idéias, com as influências da cultura e com os sentimentos e as emoções presentes nas
relações que estabelecem consigo mesmos e com o mundo à sua volta. Afinal, estamos falando de
uma educação em valores em que as dimensões cognitiva, afetiva, [...] interpessoal e sociocultural
das relações humanas, são considerados no planejamento curricular e nos projetos político-
pedagógicos das escolas.
Arantes chama atenção que a sociedade atual necessita de uma educação do aluno como um todo,
um ser humano complexo que deve ser trabalhado em diversas áreas e não apenas a cognitiva. A
escola deve formar pessoas preparadas para o mundo e não apenas para provas, ou seja, a escola
deve também ter em seu planejamento um ensino voltado para educação em valores.
Por isso Turra (1998, p. 125) enfatiza em seu livro um questionamento feito por Popham e Baker
(1972) sugerindo que cada docente questione:
O que quero fazer de meus alunos?' é a pergunta inicial que, [...] todo professor competente se
deveria formular ao planejar suas atividades docentes. A ênfase que os autores colocam sobre essa
pergunta denota a importância da determinação dos resultados que se espera obter ao final do ciclo
de ensino.
Nesse questionamento do autor sugere uma reflexão sobre o ser humano que queremos educar.
Deve-se buscar sempre a coerência entre quem queremos formar e para que fim se quer formá-lo,
pois a partir desse objetivo inicial pode-se fazer um planejamento para atingi-lo da melhor forma
possível.

1.2 O Papel da Escola

As escolas são as incubadoras dos cidadãos e têm um papel inestimável e imprescindível na


formação dos mesmos. Nunes (1989, p.36) afirma que:
Não tenho dúvida de que cabe a escola um lugar de destaque no alargamento das condições de
exercício da cidadania e o domínio da 'norma culta' (no plano da linguagem) e dos conhecimentos,
hábitos e comportamentos mais valorizados socialmente (dos quais, uma boa parcela é veiculada
pela escola).
Então a escola é o lugar para o ensino-aprendizagem dos valores, e tem por uma das finalidades o
desenvolvimento pleno do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação
para o mundo, estimulando o desenvolvimento virtudes necessárias para a vida em sociedade.
A Constituição de 1988 postulou, no seu art. 205, que a “educação, direito de todos e dever do
Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania". Como se vê, é
também papel da escola o preparo para o exercício da cidadania, portanto a tarefa de implementar
cidadania através da educação é, assim, dever de todos – cidadãos, escola, família e governo.
"Uma adequada compreensão da relação escola/cidadania supõe que simultaneamente se afirme e
se relativize o papel da escola no processo de construção da cidadania (a escola não é a única
instância [...] onde a cidadania se forja)" (Nunes, 1989, p. 42). Para se instruir um cidadão não se
necessita apenas da ajuda da escola, mas também de todas as instituições que o cercam
(Governo/Estado, Igreja, Família...). Diante de uma falta de tradição da sociedade e da
desestruturação familiar, a escola recebe um encargo ainda mais importante de desenvolver a
cidadania e a responsabilidade social.
Sabe-se que a família e a comunidade são agentes importantes na formação do cidadão, porém, nos
últimos anos essa tarefa ficou entregue, quase exclusivamente, às escolas. Baseado no autor,
ultimamente as instituições não tem investido muito na formação do cidadão, portanto a escola tem
que exercer mais esse papel. A escola não é o único lugar onde se dá a formação do cidadão, mas
parte dessa formação se dá dentro do ambiente escolar, por isso existe a necessidade de se ensinar
mais do que conteúdos para os alunos. Sendo assim, caberá às instituições de ensino a missão de
ensinar valores para o desenvolvimento da moral dos educandos, através da seleção de conteúdos e
metodologias que o favoreça.
Para Turra (1998, p.87):
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Todos os educadores reconhecem a necessidade de estimular atitudes positivas, desenvolver


apreciações e fortalecer valores, mas o sucesso do aluno é geralmente determinado pelas aprovações
obtidas em exames tradicionais ou provas objetivas ou pelas colocações conseguidas através da
apresentação de diplomas. Os sistemas educacionais, na realidade, concedem prioridade ao domínio
cognitivo.
A escola é aquela instituição que dá conscientização a respeito da destruição do meio ambiente,
desvalorização de grupos menos favorecidos economicamente. Deve-se falar sobre amizade, sobre a
importância do grupo social, sobre questões afetivas. Ela também deve ser uma instituição
motivadora, que trabalhe a auto-estima dos alunos, conscientizadora e formadora de valores
cidadãos.

1.3 Centralidades da família na educação


O desenvolvimento da personalidade das crianças e dos jovens em ordem à formação de homens
livres e responsáveis, e com sentido de fraternidade e de participação solidária, precisa de um
padrão valorativo original, a partir do qual possam, depois, vir a fazer o contraste racional com
outros códigos e normas de conduta, aceitando-os ou rejeitando-os, no permanente processo de
integração na sociedade. A falta de um padrão original de medida deixa-os sem âncora para as suas
referências e órfãos de sentido de pertença, sem defesas perante as pressões culturais exteriores,
desprovidos de horizontes e esvaziados de sentido pessoal de vida. O vazio é, então, preenchido
pelo relativismo e o sentido do imediato, sem projetos de longo prazo e incapazes de assumirem
compromissos incondicionais.
A evidência mostra ser a família quem oferece o melhor quadro emocional e moral para uma
criança ou jovem adquirir esse padrão de referência original. Claro que não é a família sozinha que
sustenta esse padrão original e muito menos os conhecimentos e competências exigidas pelas
sociedades modernas. Especificamente em relação ao padrão valorativo original, este resulta de
diversos contributos e influências de muitos lados, em que a televisão e o exemplo dos adultos e dos
jovens mais velhos são dos mais preponderantes. Mas acima de todos eles está (ou deve estar)
certamente a escola, enquanto instituição especializada ao serviço da educação, que realizará tanto
melhor a sua função educativa quanto mais perfeita for a cooperação entre ela e a família de cada
criança ou jovem.
Esta complementaridade entre família e escola só poderá funcionar bem se os pais e os professores
partilharem a responsabilidade sobre a educação a dar a cada criança ou jovem. Ora, um primeiro
passo para desresponsabilizar os pais pela educação dos filhos é dado quando se lhes retira a
liberdade de escolher a escola que deverá cooperar com eles nessa educação. Não deixar os pais
escolherem a escola é incentivá-los a sentirem que as suas responsabilidades de pais cessam à
entrada do portão da escola. Também não é possível responsabilizar os professores pela educação
dos seus alunos quando se lhes impõe um colete de forças curricular, pedagógico e até moral, que
os subjuga não lhes dando espaço para apresentarem ofertas de educação alternativas em que
acreditem ― sem prejuízo do necessário cumprimento dos requisitos básicos do ensino. Se os
professores são obrigados a trabalhar em escolas com as quais eles ou os pais não se identifiquem
mutuamente, as suas responsabilidades de educadores ficam reféns dentro do portão da escola e
torna-se difícil ou mesmo impossível a cooperação e solidariedade entre a família e os professores.
O sistema educativo não pode ser um sistema deseducativo dos pais e dos professores. Pelo
contrário, tem de contribuir para que famílias e escolas não possam fugir facilmente às suas
responsabilidades. Em particular, tem de reforçar claramente o papel dos pais e dos professores ―
não esquecendo a primazia daqueles ― induzindo neles o dever de cooperarem na educação das
crianças e dos jovens à sua responsabilidade e alertando-os para o grave erro que cometem quando
transferem para outros – muitas vezes sabe-se lá quem – a decisão sobre o padrão valorativo
original a ser-lhes proposto. Mas, para que tal seja possível, é necessário que os pais possam optar
pela escola cujo “projeto educativo” seja consistente com o padrão valorativo original transmitido
na família.
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Também é necessário que os professores possam criar (ou aderir a) projetos educativos, em que
acreditem que os pais poderão ou não escolher. Isto é, tem de existir liberdade de aprender e de
ensinar.

CONCLUSÃO
Ao propor uma reflexão sobre "O papel da família e o papel da escola na formação do cidadão"
constata-se que é tarefa primordial tanto dos pais, como também da escola o trabalho de transformar
a criança imatura e inexperiente em cidadão maduro, participativo, atuante, consciente de seus
deveres e direitos, possibilidades e atribuições. E que este ser em formação seja futuramente um
cidadão consciente, crítico e autônomo desenvolvendo valores éticos, espírito empreendedor capaz
de interagir no meio em que vive.
Nessa perspectiva, família e escola devem aproveitar, ao máximo, as possibilidades de
estreitamento de relações, porque o ajuste entre ambas e a união de esforços para a educação das
crianças e adolescentes deve redundar, sem dúvida nenhuma, em elemento facilitador de
aprendizagens e de formação do cidadão.
Abordando de uma forma mais pessoal, o curso foi muito bom, satisfazendo e até superando a
maior parte das minhas expectativas.
Vou sempre manter acesa a chama que anima e orienta um curso de pedagogia comprometido com
a educação infantil, e as séries iniciais da escola fundamental, pública, gratuita e de qualidade,
manter ativado o compromisso de continuar engajados na busca do aprimoramento do curso de
minha formação profissional, subsidiando as avaliações de modo ativo e responsivo.
O imaginário instituinte, que se refere aos processos formativos, está representado no empenho, na
busca pessoal e no desejo de ir além do que é oferecido na universidade, percebendo a formação
como uma porta inicial para a construção da identidade profissional, refletida na maneira de praticar
a profissão.
Nesse sentido, acredita-se ser necessário cada vez mais investir na profissão do professor e na sua
formação. Um dos aspectos que se considera relevante é o de possibilitar ao professor em formação,
experiências de estágios durante o curso, inserindo-o no contexto escolar, no contato com alunos,
com outros professores e com os conteúdos. Pensa-se que dessa forma a formação pode oferecer
melhores ferramentas para que assim o processo de aprendizagem e desenvolvimento profissional
da docência, possa gradativamente ser construído. Nesta perspectiva, o tão falado “choque com a
realidade” pode ser minimizado e enfrentado, e situações de desencantamento e frustrações com a
profissão poderiam ser evitadas, pois os acadêmicos por estarem desde o 1º semestre em contato
com a realidade educacional estarão mais preparados para enfrentá-la.
REFERÊNCIAS
ARANTES, Valéria Amorim (org.) et al. Afetividades na Escola, Alternativas Teóricas e Práticas. São Paulo: Summus Editorial, 2003.
BRASIL. Constituição, 1988. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988. São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 1989.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental:
introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Por uma escola de cidadãos. Volume 09. Educação Básica. – Brasília: MEC-FNUAP, 1995.
BURTON, W. & MURSELL, J. Ensinar não é transmitir. Porto Alegre, RS. Globo, 1969.
CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber. Elementos para uma teoria. Porto Alegre, RS. Artes Médicas, 2000.
CURY, Augusto. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. São Paulo, SP: Ed. Sextante, 2003.
DIMENSTEIN, Gilberto. O Cidadão de Papel. A infância, a adolescência e os direitos humanos no Brasil. 3º ed. São Paulo, SP: Ed.
Ática, 1993.
FERNANDÉZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre, RS. Artes Médicas, 1991.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, SP: Paz e Terra, 1996.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. Rio de Janeiro, RJ. Objetiva, 1996.
LEONARD, George. Educação e Êxtase. São Paulo, SP. Summus, 1998.
NUNES, Clarice et al. Escola e Cidadania: aprendizado e reflexão. Salvador: OEA UFBA EGBA, 1989.
SACRISTÁN, J. Gimeno. Educar e conviver na cultura global: As exigências da cidadania. Porto Alegre, RS. Artemed, 2002.
VYGOTSKY, L. S. A formação Social da Mente. São Paulo, SP. Martins Fontes, 1994.

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