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16 Veneno no seu prato?

Introdução 17

produto, em função da época do ano, em vez de recorrer a produtos nor‑ – promoção das vendas, devido à acentuação das qualidades organo‑
malizados pela utilização de aditivos? lépticas (por exemplo, a utilização de corantes que tornam os produtos
mais atrativos);
– uniformização das características dos produtos, o que vai de encontro
às preferências dos consumidores (coloração das matérias gordas para
Porque se utilizam os aditivos? barrar ou branqueamento do óleo de palma, por exemplo);
– aumento da margem de lucro devido à redução de custos, quando se
Os aditivos são utilizados nos produtos alimentares por razões técnicas mantém o preço de venda. Por exemplo, os fosfatos aumentam a reten‑
e/ou comerciais. Poucas vezes têm valor nutritivo. Atuam sobre diversas ção de água nos produtos de charcutaria (no fiambre são muito utili‑
características dos alimentos ou dos seus ingredientes. Por exemplo, a zados), pelo que o consumidor pode acabar por pagar a água ao preço
cor (corantes), a textura (emulsionantes, espessantes, gelificantes, esta‑ destes géneros alimentícios;
bilizadors e antiaglomerantes), o sabor (edulcorantes, intensificadores – aumento da quantidade produzida devido à utilização de agentes de
de sabor) e a conservação (antioxidantes e conservantes). Assim, os adi‑ volume e de levedantes;
tivos utilizam­‑se para: – maior facilidade no fabrico de novos produtos (edulcorantes para os
– restituir ou conferir uma cor mais atrativa aos alimentos; produtos de baixo valor calórico, emulsionantes para as sobremesas em
– melhorar ou conservar o aspeto dos alimentos até que sejam pó, por exemplo);
consumidos; – utilização de determinadas técnicas de fabrico que de outra maneira
– substituir nutrientes para reduzir o valor calórico; não podiam ser aplicadas. Por exemplo, o dimetilpolissiloxano (E 900)
– melhorar ou reforçar o sabor; é um agente que evita a formação de espuma no engarrafamento a alta
– aumentar o tempo de conservação; velocidade;
– entre outros. – solução técnica para produtos em que um tratamento térmico provoca
uma modificação da cor e do sabor ou destrói o valor nutritivo e outras
Alguns aditivos são úteis. Por exemplo, os nitritos são agentes conser‑ características. Por exemplo, a utilização de sorbato na película que
vantes que atuam contra bactérias que podem produzir toxinas mortais, fecha a embalagem do iogurte, que não pode ser aquecida porque aquele
como o Clostridium botulinum. Outros aditivos são aceitáveis se forem tem de conter bactérias lácteas vivas;
utilizados com moderação e se não existir outra alternativa. Regra geral, – entre outros.
o uso de corantes e de intensificadores de sabor é inaceitável porque
são dispensáveis e quase sempre enganosos. Estes últimos podem, por
vezes, disfarçar a utilização de matérias­‑primas de qualidade inferior ou
com falta de sabor. Infelizmente, estes logros são frequentes. O que significam os códigos E?
A fim de permitir a livre circulação dos alimentos, a União Europeia
definiu quais os aditivos permitidos, as doses e os produtos em que
Que vantagens têm os aditivos podem ser utilizados. Todos os países da UE estão obrigados a cum‑
para os produtores? prir esta regulamentação, mas alguns têm legislação nacional mais
estrita relativamente a alguns aspetos. A União Europeia atribuiu
Os industriais encontram numerosas vantagens na utilização dos ainda, a cada aditivo, um número de três ou quatro algarismos prece‑
aditivos: didos pela letra E (de Europa) e, por vezes, seguidos de letras minús‑
– maior durabilidade dos alimentos, graças à utilização de culas. Por exemplo, o E 320 corresponde a um antioxidante, o butil­
conservantes; ‑hidroxianisolo (BHA).
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Entre as regras de rotulagem impostas pela União Europeia, estão, por alimentos não embalados, como o pão ou os produtos de pastelaria, mas
exemplo, as menções “Contém sulfitos”, “Contém anidrido sulfuroso” também de alguns pré­‑embalados, tais como:
ou “Contém dióxido de enxofre”. Devem estar presentes nos rótulos – os constituídos por um único ingrediente, desde que a denominação
das bebidas alcoólicas quando a concentração destes conservantes é de venda seja idêntica ou permita concluir a sua natureza;
superior a 10 mg por litro. É uma forma de informar o consumidor, – os vendidos em embalagens muito pequenas ou de fantasia;
uma vez que estes produtos não ostentam a lista de ingredientes na – a fruta e os produtos hortícolas frescos, não descascados nem corta‑
rotulagem. Caso o alimento inclua um corante E 102, E 104, E 110, dos ou submetidos a outro tratamento similar;
E 122, E 124 ou E 129, o rótulo deve mostrar o nome ou o código do – alguns tipos de vinagre;
mesmo e indicar que pode causar efeitos negativos na atividade e na – as águas gaseificadas, se o nome tornar evidente essa característica;
atenção das crianças. – as bebidas com mais de 1,2 por cento de teor alcoólico;
– leite, natas fermentadas, manteiga e queijo, desde que contenham ape‑
Os aditivos têm diversas funções, tais como conferir ou restituir cor ou nas produtos lácteos, enzimas, culturas de microrganismos necessários
conservar. A função principal de alguns aditivos pode ser identificada ao seu fabrico e sal (com exceção dos queijos fresco e fundido).
pelo primeiro algarismo do código:
Quando são utilizados aditivos num ingrediente que entra na composi‑
E 1 ­‑ ‑­ ➔ corantes ção de outro produto também não é obrigatório indicá­‑los na lista. Mas
E 2 ­‑ ‑­ ➔ conservantes isto só se aplica se estas substâncias não desempenharem nenhuma
E 3 ­‑ ‑­ ➔ antioxidantes função no produto final. Essa observação aplica­‑se a um grande número
de alimentos.
Apesar destas regras gerais, é preciso ter em atenção que existem aditi‑
vos precedidos por E 2 ou E 3 que não são conservantes ou antioxidan‑ No caso das bebidas alcoólicas, a ausência da lista de ingredientes per‑
tes. Além disso, alguns têm diversas funções e encontram­‑se, portanto, mite dissimular a utilização de numerosos aditivos nos vinhos, cervejas,
em várias categorias. aguardentes e licores. É o caso dos conservantes, como o ácido sórbico e
seus sais, ou dos corantes (caramelos).
Os aditivos são considerados ingredientes dos produtos alimentares.
Por isso, é obrigatório indicá­‑los na lista disponível no rótulo. Lá deve
figurar a categoria a que pertencem (por exemplo, edulcorante) e o seu
nome específico ou o seu código. Este último permite, através da substi‑ Critérios para a utilização de aditivos
tuição das palavras pelos algarismos, mencionar os aditivos de maneira
concisa em embalagens de dimensões bastante reduzidas. Além disso, ★★ A União Europeia fixou num regulamento os critérios gerais para a uti‑
facilita a sua identificação, independentemente da língua utilizada lização dos aditivos:
na rotulagem. – não representar uma preocupação em termos de segurança para a
saúde dos consumidores;
– existir uma necessidade tecnológica razoável que não pode ser satis‑
feita por outros meios económica e tecnologicamente praticáveis;
Os aditivos escondidos – a sua utilização não pode induzir o consumidor em erro;
– deve trazer vantagens e benefícios ao consumidor como, por exemplo,
Nem sempre é fácil saber se determinado produto tem aditivos, pois aumentar a conservação ou a estabilidade ou manter ou melhorar a qua‑
nem todos são obrigados a incluir a lista de ingredientes. É o caso dos lidade nutritiva dos géneros alimentícios.
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★★ A aprovação de cada novo aditivo deve ainda: Quem faz o estudo


– especificar os géneros alimentícios aos quais pode ser adicionado e
definir as condições dessa adição; toxicológico dos aditivos?
– limitar o uso à dose mínima necessária para se atingir o efeito
desejado; A avaliação toxicológica dos aditivos é feita por duas entidades que exa‑
– ter em conta a dose diária admissível (D.D.A.), ou dada como equi‑ minam os processos apresentados, determinam as doses diárias admis‑
valente, estabelecida para o aditivo, assim como o aporte desse aditivo síveis (D.D.A.) e definem os critérios de pureza dos aditivos:
em todos os produtos alimentares suscetíveis de serem consumidos – a nível mundial, cabe ao Comité Misto da FAO (Food and Agricultural
diariamente. Organization) e da OMS (Organização Mundial de Saúde). O JEFCA (Joint
FAO/OMS Expert Committee on Food Additives) é o Comité de Toxicologia
Todos estes critérios conferem alguma segurança, mas, infelizmente, a da ONU convidado pela FAO e pela OMS para avaliar a toxicidade dos
lei nem sempre é respeitada. Por outro lado, é autorizado o uso de aditi‑ aditivos;
vos (como os corantes, os intensificadores de sabor e, em determinados – ao nível da União Europeia, a responsável pela avaliação ou reavaliação
casos, alguns agentes de textura) cuja necessidade não está demons‑ de aditivos alimentares é a Autoridade Europeia para a Segurança dos
trada e que podem induzir o consumidor em erro sobre a qualidade e a Alimentos (EFSA). Mais concretamente, o seu Painel para os Aditivos
quantidade dos ingredientes utilizados. Além disso, todos os Estados­ Alimentares e Fontes Nutricionais Adicionadas aos Alimentos (ANS).
‑membros deviam realizar estudos sobre o consumo de aditivos, o que Antes, estas tarefas eram realizados pelo extinto Comité Científico para
ainda está longe de acontecer. Neste caso, e para certos aditivos, como é a Alimentação Humana (SCF) da Comissão Europeia.
possível afirmar que a D.D.A. não é ultrapassada?

O que é a lista positiva?


Como são autorizados os aditivos?
O princípio de regulamentação dos aditivos é o de uma lista positiva res‑
A atualização da lista de aditivos autorizados na União Europeia pode trita. Isto significa que apenas são autorizados os aditivos que figurem
surgir por iniciativa da Comissão Europeia (CE) ou por solicitação de nesta lista, para uso nos produtos alimentares aí indicados e nas doses
um Estado­‑membro ou qualquer outro interessado. Feito o pedido, definidas. Assim, os alimentos que não constam na lista não podem
a CE solicita o parecer da Autoridade Europeia para a Segurança dos conter aditivos. Da mesma forma, as substâncias que não tiverem sido
Alimentos (EFSA), que tem nove meses para o dar. Por fim, a CE aprova contempladas não podem ser utilizadas como tal.
o regulamento de atualização, que deve conter uma explicação das con‑
siderações em que se baseia, e informa os Estados­‑membros. As doses autorizadas são calculadas com base na medida toxicológica
(NOAEL - ver pág. 23) e nos hábitos de consumo. Portanto, no quadro
A Comissão Europeia pode renunciar à atualização, em qualquer fase duma alimentação variada, os aditivos não deviam acarretar riscos para
do procedimento, se perceber que a mesma não se justifica. Para chegar a saúde.
a esta conclusão, pode ter em conta as opiniões da EFSA e dos Estados­ Esta lista deve ser permanentemente avaliada. A Autoridade Europeia
‑membros e a legislação comunitária, entre outros fatores. Se necessário, para a Segurança dos Alimentos tem um programa de reavaliação de
a Comissão Europeia informa diretamente o requerente e os Estados­ aditivos até ao final de 2020. Se, com base em novos estudos toxicoló‑
‑membros por carta, onde indica os fundamentos para não atualizar gicos ou de consumo, se verificar que um determinado aditivo é menos
a lista. inofensivo do que até então se pensava, o aditivo é suprimido da lista ou
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então a D.D.A. é revista e reduzida. Esta redução tem repercussões ao crónica, assim como o poder cancerígeno, teratogénico e mutagénico.
nível da concentração máxima autorizada para os alimentos. Por outro Essas experiências fazem­‑se com os animais de laboratório que devem
lado, e com base noutros estudos, mais aditivos podem ser incluídos ter, para o aditivo em questão, o metabolismo mais aproximado do
na lista. ser humano.

A primeira etapa consiste em determinar a dose mais elevada para a


qual não foi observado nenhum efeito adverso. Esta dose sem efeitos
O que é a D.D.A.? chama­‑se NOEL (No Observed Effect Level). A segunda etapa consiste
na extrapolação para o ser humano dessas doses obtidas para os ani‑
A dose diária admissível, ou D.D.A., expressa em miligramas por quilo mais. A dose sem efeitos – expressa em miligramas por quilo de peso
de peso corporal, é a dose que um indivíduo normal pode ingerir dia‑ corporal e por dia – é dividida por dois fatores de segurança. O primeiro
riamente, durante toda a vida, sem correr riscos percetíveis para a sua fator considera que o Homem é a espécie animal mais sensível e que
saúde. A medida é estabelecida pelos comités de especialistas euro‑ é 10 vezes mais suscetível do que a espécie observada no laboratório.
peu e mundial. Assim, cada uma das entidades pode chegar a valores O segundo fator, também de 10, assenta na necessidade de extrapolar
ligeiramente diferentes, em função do tipo e da evolução dos estudos os resultados para uma população bastante diversificada e com diferen‑
toxicológicos realizados. Trata­‑se de uma noção que evolui, logo pode tes hábitos alimentares. Para passar da dose sem efeitos à dose diária
ser revista e corrigida em função de novas descobertas e experiências admissível para o ser humano, é, portanto, um fator de cem (10 x 10) que
científicas. geralmente se utiliza.

Como a D.D.A. é um parâmetro de utilização pouco prático, a regula‑


mentação indica as concentrações máximas de cada aditivo em deter‑
minados produtos alimentares. Este limite deve ter em conta os hábitos Quais são as limitações
alimentares da população em causa – desde que exista essa estrutura dos estudos toxicológicos?
de avaliação – a fim de que ninguém ultrapasse essa dose máxima. Isto
significa que, para um alimento consumido em grandes quantidades, A D.D.A. representa mais um nível de risco aceitável do que uma garantia
como o pão, a dose autorizada para um certo aditivo teria de ser nitida‑ absoluta de segurança. Portanto, esta referência toxicológica tem limi‑
mente menor do que para um produto pouco consumido. tes. Como vimos, os estudos são efetuados em animais e não em seres
humanos. No entanto, estes não reagem sempre da mesma maneira às
A D.D.A. não é válida para os bebés, porque os seus mecanismos de substâncias experimentadas.
desintoxicação são mais fracos. É por isso que a legislação é mais rigo‑
rosa quanto aos alimentos para esta faixa etária. O fator de segurança que essa extrapolação permite é suficiente? É difícil
observar alguns efeitos em animais de laboratório, como, por exemplo,
dores de cabeça ou estados depressivos. Além disso, as reações individu‑
ais são mais variáveis no Homem do que em animais de laboratório que
Como é determinada a D.D.A.? obedecem a numerosos critérios normalizados. As experiências podem
durar alguns meses ou prolongar­‑se durante toda a vida do animal.
Antes de serem autorizados e de se determinarem as respetivas D.D.A., Portanto, não permitem simular a ingestão da substância em causa ao
os aditivos são submetidos a diversos testes. O objetivo é detetar even‑ longo da vida de um ser humano. Muitas vezes, os estudos consideram
tuais riscos para a saúde decorrentes da sua utilização. As análises toxi‑ apenas os efeitos tóxicos ao nível dos órgãos principais. Não se trata de
cológicas, entre outros, verificam a toxicidade aguda, a curto prazo e estudos toxicológicos completos.
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As experiências realizam­‑se com uma única substância de cada vez. Como se calcula a D.D.A.?
No  entanto, a nossa dieta comporta numerosos produtos alimenta‑
res, cada um dos quais pode conter um ou mais aditivos. Essa ingestão Para controlar se, na nossa alimentação diária, não ultrapassamos a
simultânea não poderá conduzir a um efeito cumulativo nocivo? Por dose diária admissível, é necessário fazer algumas contas. Para ilustrar
exemplo, verificou­‑se que a ingestão de alguns corantes com benzoatos esse cálculo, tomemos, por exemplo, os sulfitos. A D.D.A. dos sulfi‑
podia provocar hiperatividade em crianças. Existe ainda a possibilidade tos é de 0,7 miligramas por quilo de peso corporal e, naturalmente,
de os aditivos reagirem com outras substâncias ingeridas, tais como por dia. Portanto, um adulto de 70 quilos pode consumir diariamente
os medicamentos, que também contêm aditivos, os resíduos de pesti‑ 49 miligramas de sulfitos (0,7 x 70), sem, em princípio, sofrer efeitos
cidas ou outros contaminantes ou até mesmo componentes naturais secundários.
da nossa alimentação. Estas reações poderiam conduzir à formação de Então, quantas passas tratadas com sulfitos pode consumir? As passas,
outras moléculas, de que seria preciso estudar a toxicidade e as eventu‑ tal como as ameixas, os figos, os alperces e os pêssegos secos podem
ais consequências. conter um máximo de dois mil miligramas de sulfitos por quilo. Se
o produtor utilizar esse máximo autorizado, um adulto de 70 quilos
Faltam dados toxicológicos sobre o produto das reações entre os aditi‑ só poderá comer diariamente 49 x 1000 g⁄2000 mg = 24,5 gramas
vos e os diferentes componentes dos alimentos. Esses produtos cons‑ de passas de uva. Uma criança de 20 quilos poderá consumir 14 x
tituem as moléculas que são realmente ingeridas pelos consumidores. 1000 g⁄2000 mg = sete gramas. Ou seja, cerca de uma dúzia de passas
Por exemplo, descobriu­‑se que o uso de ácido benzóico e derivados (ben‑ pequenas. E isto se não comer mais nenhum alimento que contenha
zoatos), em produtos com sumo de fruta ou ácido ascórbico (vitamina sulfitos no mesmo dia.
C) poderia favorecer a formação de benzeno, uma substância cancerí‑
gena. Os estudos científicos deveriam dar maior importância ao efeito As passas entram ainda em numerosos alimentos, tais como o muesli,
dos aditivos sobre outros compostos tóxicos presentes nos alimentos. algumas bolachas ou bolos. E também é preciso não esquecer que podem
De facto, alguns aditivos têm a capacidade de estimular o efeito can‑ encontrar­‑se sulfitos no vinho e em diversos frutos e legumes desidra‑
cerígeno de outras substâncias regularmente absorvidas, em pequenas tados, entre outros alimentos. Deste modo, a D.D.A. é ultrapassada
doses, mas durante longos períodos. muito facilmente. É por causa deste tipo de aditivos que seria impera‑
tivo instalar, em todos os Estados­‑membros, um sistema de controlo do
A D.D.A. não tem em conta as hipersensibilidades pessoais ou deter‑ consumo dos aditivos.
minadas alergias possíveis. Além disso, baseia­‑se num consumo médio
do aditivo para uma alimentação variada, excluindo, portanto, todas
as pessoas que comem habitualmente o mesmo. O cálculo das doses
máximas de aditivos permitidas em determinados alimentos tem como Os aditivos são perigosos para a saúde?
referência um peso corporal de 60 quilos. Quanto mais baixo for o peso
do consumidor, menor será a sua D.D.A. Não é possível garantir a cem por cento a inocuidade de um aditivo.
No entanto, os estudos toxicológicos que definem para os animais as
Para garantir que a D.D.A. não é ultrapassada, é preciso saber quais são doses desprovidas de efeitos, assim como o fator de segurança aplicado
as quantidades de um mesmo aditivo contidas nos vários alimentos, à extrapolação desses dados para o ser humano, permitem considerar
bem como a quantidade de cada um desses produtos consumida diaria‑ que os riscos são muito reduzidos.
mente. Não é uma tarefa fácil. Além disso, os estudos de consumo que
permitiriam avaliar melhor essa ingestão nem sempre são uma priori‑ Nas condições de utilização fixadas pela regulamentação, a maio‑
dade para certos governos europeus, como é o caso português. ria dos aditivos não traz problemas à maior parte dos consumidores.
26 Veneno no seu prato? Introdução 27

No entanto, a maioria não é a totalidade. Quais são, então, os aditivos As reações podem ser de dois tipos:
suspeitos? Que problemas podem causar? E quais são as pessoas em – induzidas pelo sistema imunitário, como as verdadeiras alergias ali‑
risco? Conheça as respostas a seguir. mentares (às proteínas do leite, dos ovos ou da soja, por exemplo) ou a
doença celíaca (intolerância ao glúten);
– independentes do sistema imunitário, como as pseudoalergias ou as
Pessoas em risco intolerâncias de origem enzimática (intolerância à lactose).
Algumas pessoas são mais vulneráveis a potenciais efeitos nefastos dos
aditivos: ADITIVOS QUE PODEM CAUSAR ALERGIA OU INTOLERÂNCIA
– quem sofre de verdadeiras alergias, asma, urticária crónica, pólipos CORANTES
nasais ou nos seios perinasais, ou de intolerância ao ácido acetilsalicí‑ Corantes azoicos
lico (contido, por exemplo, na Aspirina), pode mais facilmente desen‑ Tartarazina E 102 Vermelho-allura AC E 129
volver uma pseudoalergia aos aditivos. O mesmo ocorre com as pessoas Amarelo-Sol FCF E 110 Negro-brilhante BN E 151
que tomam anti­‑inflamatórios não esteroides, para os quais existe uma Azorubina E 122 Castanho FK E 154
reatividade cruzada com certos aditivos; Amaranto E 123 Castanho HT E 155
– as crianças, principalmente as que têm menos de três anos, cujos sis‑ Ponceau 4R E 124 Litolrubina BK E 180
temas digestivo e urinário não estão suficientemente desenvolvidos Outros corantes
para fazer face a uma alimentação que contenha aditivos. Os alimentos Amarelo de quinoleína E 104 Indigotina E 132
para bebés obedecem a condições rigorosas, mas é raro que as crianças Cochonilha, ácido armínico E 120 Anato E 160b
com mais de um ano continuem a ter uma alimentação tão restrita; Eritrosina E 127 Cantaxantina E 161g
– as grávidas devem igualmente evitar o consumo de alimentos que Azul-patenteado V E 131
contenham aditivos suspeitos. Assim, terão de vigiar a alimentação e CONSERVANTES
desconfiar de certos medicamentos que também as podem conter; Ácido sórbico e sorbatos E 200 a E 203 Anidrido sulfuroso e sulfitos E 220 a E 228
– os idosos, cujo organismo perde progressivamente capacidades fun‑ Ácido benzóico e benzoatos E 210 a E 213 Nitritos e nitratos E 249 a E 252
cionais. Além disso, são muitas vezes levados a consumir numerosos Parabenos E 214 a E 219 Lisozima E 1105
medicamentos que também contêm aditivos;
ANTIOXIDANTES
– os doentes cujo sistema imunitário está fragilizado ou as pessoas com
Galatos E 310 a E 312 Butil-hidroxitolueno (BHT) E 321
perturbações fisiológicas, tais como a fenilcetonúria (doença rara e here‑ Terc-butil-hidroquinona
ditária que implica restrições alimentares) ; E 319 4­‑hexilresorcinol E 586
(TBHQ)
– as pessoas que têm uma alimentação pouco variada e consomem com Butil-hidroxianisolo (BHA) E 320
frequência alimentos ricos em aditivos. Estas arriscam­‑se a ultrapassar OUTROS
as D.D.A. Lecitinas E 322 Hemicelulose de soja E 426
Polirricinoleato
Goma de alfarroba E 410 E 476
de poliglicerol
Alergia e intolerância aos aditivos Goma de guar E 412
Ácido glutâmico
E 620 a E 625
e glutamatos
Trata­‑se de reações anormais do organismo, de forma repetida e repro‑ Goma adragante E 413 Cera de abelhas E 901
dutível, após a ingestão de um determinado alimento. Pode manifestar­ Goma arábica E 414 Cera de carnáuba E 903
‑se por diversos sintomas: Goma xantana E 415 Goma laca E 904
– digestivos: diarreias, náuseas, vómitos e dores abdominais; Goma karaia E 416 Aspartame E 951
– extradigestivos: eczema, rinite, asma, urticária, enxaqueca, edema de Sal de aspartame
Goma de tara E 417 E 962
Quincke. e acessulfame

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