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LIÇÕES
R E V I S TA PA R A E S T U D O S N A S E S C O L A S B Í B L I C A S
Transformar as pessoas em
discípulas de Cristo, através
do ensino e da prática da
palavra de Deus.
Copyright © 2013 – Igreja Adventista da Promessa
Revista para estudos na Escola Bíblica. É proibida a reprodução parcial
ou total sem autorização da Igreja Adventista da Promessa.
EXPEDIENTE
Redação
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SUMÁRIO
Apresentação ................................................... 5
Todos estão a sua espera. Quando ela chega, faz com que todas as
pessoas presentes se levantem. As cabeças e os olhares se voltam para o
corredor central do templo para vê-la passar. É assim com toda noiva! Ela
passa o dia todo se preparando para aquele momento. Fica escondida dos
amigos e parentes, até que se ouça o som da marcha nupcial. Então ela
surge, bela e graciosa!
O encanto de uma “noiva mexe com todos. Ela é o centro da cerimônia
nupcial e irradia toda esperança e sonho naquele dia”.1 Cremos que essa
seja uma das razões de o Senhor ter escolhido essa figura para representar
a igreja. Ele queria que ela atraísse a atenção, sendo um lugar de esperan-
ça e fé num mundo cheio de desilusões. Ele desejava que as cabeças e os
olhares do mundo inteiro se voltassem para vê-la passar. A igreja é a noiva
mais linda do universo!
Nós somos a igreja; somos a amada do Senhor e estamos no centro dos
planos eternos dele. Infelizmente, muitas vezes, nós nos esquecemos disso
e perdemos de vista o que de fato é ser igreja e, assim, ignoramos as coisas
magníficas que podemos fazer ao lado do nosso noivo onipotente.
Sabemos que o Senhor edificou a sua igreja, aqui na terra, e trabalha para
conservá-la e expandi-la. Isso nos leva a uma reflexão: Qual é a razão de Cris-
to ter edificado a igreja e trabalhado por ela? O que significa ser a igreja de
Cristo? O que há de tão especial nessa noiva? Na Carta de Paulo aos Efésios,
encontramos as respostas.
Efésios é uma das várias cartas que Paulo escreveu enquanto estava preso
em Roma, por causa de Cristo (cf. At 28:30). Essa é considerada por muitos a
Rainha das Epístolas, e é também chamada de a coroa dos escritos de Paulo,2
devido à profundidade de seu conteúdo. Isso porque ela não foi escrita em
1. Swindoll (2006:9).
2. Lopes (2009:24).
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resposta a alguma circunstância específica ou controversa, como a maioria
das cartas paulinas; de modo que Paulo se deu o luxo de apenas expor o
conhecimento espiritual que havia acumulado, ao longo de quase trinta anos
de ministério e de caminhada com Jesus.
Stott, em sua introdução a essa epístola, afirma: “A carta aos Efésios é
um resumo, muito bem elaborado das boas novas do cristianismo e de suas
implicações. Ninguém pode lê-la sem ser compelido a adorar a Deus e a ser
desafiado a melhorar a sua vida cristã”. 3
O tema central desta carta é o mistério da gloriosa igreja de Cristo. O
apóstolo nos apresenta a essência do Evangelho de Cristo aplicada à prática
de vida da igreja. É impossível sair de uma leitura cuidadosa de Efésios com o
conceito de um evangelho privado ou individualista. Efésios é o evangelho da
igreja, pois “estabelece o propósito eterno de Deus de criar através de Jesus
Cristo um povo que se destaca em relevo brilhante contra o fundo sombrio
do velho mundo”.4
Nesta carta, o apóstolo usa algumas figuras para representar a igreja, entre
as quais se destacam três: a de corpo, do qual Cristo é cabeça (1:22-23); a de
um edifício, do qual Cristo é pedra fundamental (2:20-21), e a de um casal,
em que a igreja é a esposa e Cristo é o marido (5:25-32). Neste sentido, a
igreja é uma noiva que está sendo preparada para se encontrar com o seu
amado noivo. Logo, é imprescindível que nós, igreja de Cristo, dediquemo-
-nos ao estudo da Carta aos Efésios para entendermos quem somos, de fato,
e descobrirmos o que nosso Senhor espera de nós.
Por estas razões, apresentamos a vocês, com uma satisfação imensa,
esta série de lições bíblicas, intitulada: Somos igreja: o que é ser igreja,
à luz da Carta aos Efésios. Ao longo deste trimestre, vamos aprender
que ser igreja é participar da comunidade local, desfrutar de bênçãos espi-
rituais, existir para a glória de Deus e viver a salvação pela graça; é, ainda,
desfazer muros e construir pontes, engajar-se no projeto de Deus, recu-
sar a superficialidade da fé; é, igualmente, lutar pela unidade do corpo,
abandonar a velha vida e andar como filhos da luz; além disso, é cultivar
relacionamentos santos, e, por fim, saber que há uma guerra espiritual e
que estamos nela.
3. Stott (2007:7).
4. Idem, p.10.
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1
SER IGREJA É...
Participar da
comunidade local
6 DE ABRIL DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 232 • BJ 108
No presente estudo, que tem dades, nessa que foi uma das maio-
como título “Ser igreja é participar res ações evangelísticas da história.
da comunidade local”, vamos apren- Entre aquelas cidades visitadas
der o quanto são importantes as por Paulo estava Éfeso. A primeira
igrejas locais, no plano eterno de vez em que ele ministrou ali foi ao
Deus. Para tanto, precisamos apre- fim da segunda viagem missionária,
ciar algumas questões fundamen- por volta do ano 53,1 mas não ficou
tais, que estão por trás da Carta aos muito tempo na cidade (At 18:18-
Efésios, tais como: o seu escritor, a 21). Dois anos mais tarde, já em sua
ocasião da escrita, os destinatários e terceira viagem, o pastor dos gentios
a sua mensagem. voltou àquele lugar e dedicou dois
1. O escritor da carta: Há certos anos de sua vida à evangelização de
personagens da história que dispen- toda a região (At 19).
sam apresentações, e Paulo é um Foi nessa época que Paulo fundou
desses. Mas vale a pena relembrar. uma forte igreja ali, numa cidade
Antes de se converter, ele era um fa- idólatra, dedicada ao culto à deusa
riseu tão devoto e dedicado que se Diana. Na visão dele, a plantação
tornou o líder do movimento anticris- de igrejas locais era essencial “para
tão, em Jerusalém (cf. Gl 1:13-14). o enraizamento do evangelho”,2 nas
Era o perseguidor implacável da igre- cidades e nos corações. Estrategica-
ja de Cristo. Mas, um dia, quando mente, por onde passava, discipulava
saiu para capturar os crentes, Paulo pessoas, treinava líderes e estabelecia
foi “capturado” por Jesus e transfor- comunidades cristãs locais. Em Éfeso,
mado num cristão (At 9:1-23). O per- não foi diferente.3 Por isso, Paulo co-
seguidor tornou-se perseguido. nhecia muito bem os cristãos dali e
Outrora, ele tinha a função de aca- os amava como pastor e amigo.
bar com a igreja, mas, agora, Cristo 2. A ocasião da carta: Qua-
o transformara em um plantador de se dez anos após ter fundado essa
igrejas pelo mundo. A Bíblia diz que, igreja, Paulo escreveu aos seus ami-
enquanto ele servia a Deus, em An- gos efésios. Na ocasião, estava pre-
tioquia, o Espírito Santo o chamou so em Roma, por causa de Cristo
para levar o evangelho aos gentios
(At 13:1-4). Em obediência ao cha- 1. Wiersbe (2006:8).
mado, ele saiu pelo Império Romano 2. Lidório (2007:11).
3. Para compreender melhor o ministério de
pregando a palavra. Fez três viagens Paulo em Éfeso, leia os capítulos 19 e 20 do
missionárias, passando por várias ci- Livro de Atos.
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(Ef 3:1, 4:1, 6:20). Com saudade, 12). Por sua vez, a expressão “pela
deseja compartilhar algumas revela- vontade de Deus” mostra que ele sa-
ções que o Espírito Santo lhe havia bia muito bem quem lhe havia dado
dado acerca de Cristo e da igreja. tal incumbência.
Se você quiser entender um pouco 3. O destino da carta: O início
melhor esse contexto histórico, leia da carta aos Efésios segue o padrão
Ef 6:21-22, compare com Cl 4:7-9 e das cartas paulinas, que, geralmen-
com a Carta a Filemom. te, tinham três partes: 1) A apre-
Em resumo, sabe-se que um es- sentação do remetente (escritor);
cravo chamado Onésimo havia fugi- 2) A descrição dos destinatários, e
do da casa de seu senhor, um cristão 3) A saudação.4 Sendo assim, após
chamado Filemom, que morava em se apresentar com alguns detalhes,
Colossos, cidade vizinha de Éfeso. Lá Paulo, agora, se volta para os des-
em Roma, Paulo encontrou Onési- tinatários. Ele está escrevendo aos
mo, evangelizou-o e convenceu-o a santos e fiéis em Cristo Jesus que es-
voltar para casa. Na mesma época, tão em Éfeso (Ef 1:1b).
Tíquico, colaborador de Paulo na Nessa bela descrição, vemos algu-
igreja em Colossos, foi visitar o após- mas características daqueles irmãos.
tolo na prisão. Em primeiro lugar, eram santos. Na
Desse modo, Paulo aproveitou a Bíblia, os “santos” não são pessoas
visita de seu amigo e enviou, pelas mortas que foram canonizadas, mas
mãos deste, três cartas: a Carta aos pessoas vivas que creem em Jesus
Efésios, a Carta aos Colossenses e a como Salvador. Os cristãos efésios
Carta a Filemom. Mandou também eram “santos” vivos. Esse termo “san-
com ele o servo fugitivo de volta. tos” (gr. hagioi) significa “separados”
Portanto, a epístola que estamos es- ou “consagrados”. Os efésios eram
tudando foi escrita em Roma, apro- separados para posse e uso de Deus.
ximadamente, no ano 62 d.C., pelas Em segundo lugar, eles eram fiéis. Esse
mãos de um pastor amoroso, que, termo (gr. pistoi) tem duas ideias em
mesmo na prisão e em pleno julga- seu significado: crença e fidelidade.
mento, estava preocupado com as Aqueles cristãos tinham fé em Jesus
igrejas que havia plantado. e eram obedientes a ele. Como bem
Em Efésios 1:1, ele se apresenta: afirmou Taylor: “O ato de crer resulta
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela em fidelidade”. 5
vontade de Deus. O termo apóstolo Quanto à situação em que se en-
significa: “enviado em missão”. Era contravam os destinatários da carta,
assim que ele se via. Sentia-se in-
cumbido de ensinar a palavra e de
4. Taylor et al. (2009:115).
edificar aquelas igrejas (cf. Ef 4:11- 5. Idem.
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Na carta aos Efésios, podemos cristãs, como: comunhão, uso dos
ver isso, quando lemos: ... aos san- dons, relacionamentos etc. Onde
tos e fiéis em Cristo Jesus que estão aprendemos e vivenciamos essas
em Éfeso: A vocês, graça e paz (Ef bênçãos e práticas? Na igreja local!
1:1-2a – grifo nosso). Depois desta De fato, é nela que as coisas acon-
saudação, o apóstolo começa dis- tecem. Ser igreja é, entre outras coi-
correr sobre bênçãos espirituais que sas, estar e participar de uma comu-
são dadas à igreja e sobre práticas nidade cristã local.
01. Quem foi o escritor da Carta aos Efésios? Que ligação ele tinha
com a comunidade cristã de Éfeso? Fale também sobre o valor que ele
dava às igrejas locais. Baseie-se em Gl 1:13-14; At 18:18-21, 19:1-10.
2. A igreja local é preciosa: cui- Esta igreja, que está neste bairro, é es-
de firmemente dela! tratégica e preciosa aos olhos de Deus,
Qual é o endereço do templo onde pois nela se vê a face da incomparável
você congrega? Há quanto tempo você noiva de Jesus. É isso mesmo. Apesar
está congregando neste lugar? Esta é de suas fragilidades e falhas, Deus a
a comunidade cristã local em que o vê assim. Além disso, ela está neste
Senhor Jesus lhe permitiu congregar. endereço para que outras pessoas des-
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ta região tenham a oportunidade de financeiramente; respeite as autori-
ouvir o evangelho e ser salvas. dades eclesiásticas constituídas; es-
Sendo assim, é papel de cada teja presente nos cultos; lute pela a
membro da igreja local valorizá-la e unidade; trabalhe para que sua igre-
zelar por ela. Faça algo por sua igre- ja local cresça; faça tudo que tiver ao
ja: doe-se mais pelo fortalecimento seu alcance, para que ela seja cada
do corpo de Cristo; comprometa-se vez mais santa.
DESAFIO DA SEMANA
A noiva de Cristo tem sua face mais bem revelada na igreja lo-
cal. Como afirma Barclay, a ekklesia, em essência, é um grupo de
pessoas que se reúnem, não tanto por que decidiram agir assim,
“mas porque Deus as chamou para Si; não se reúnem tanto para
compartilharem dos seus próprios pensamentos e opiniões, mas
para escutarem a voz de Deus”. 8 Podemos vivenciar isso nas nos-
sas comunidades cristãs locais.
É na igreja local da qual participamos que aprendemos o evan-
gelho e é dela que saímos para praticá-lo. Ela é preciosa! Se você
quer, de fato, ser igreja de Cristo, faça parte ativamente da sua
igreja local. Quer um exemplo? Envolva-se em algum ministério
dentro dela. Escolha uma área em que você tem aptidão e dedi-
que-se com fidelidade, usando seus dons para edificar os demais
irmãos. Pense nisso!
8. Barclay (1985:46).
Desfrutar de
bênçãos espirituais
13 DE ABRIL DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 2 • BJ 293
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çãos divinas. A pergunta é: Qual era Deus resolveu tornar-nos seus fi-
a sua concepção de bênção? Será lhos, quando ainda nem existíamos,
que era a mesma de alguns pregado- através da obra de Cristo, mesmo
res modernos televisivos? Vejamos o quando esta nem havia sido realiza-
que podemos aprender, durante o da. Segundo as palavras de Pedro,
estudo desta lição. essa eleição aconteceu segundo a
1. Fomos eleitos por Deus: É presciência de Deus Pai (1 Pd 1: 2),
assim que Paulo inicia o trecho que isto é, segundo o seu conhecimento
estamos analisando: Bendito seja o prévio sobre a nossa resposta à salva-
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus ção. A eleição em Cristo deve levar-
Cristo, que nos abençoou com todas -nos a louvar a Deus, que, sabendo
as bênçãos espirituais nas regiões de antemão que o ser humano cairia
celestiais em Cristo (Ef 1:3). Aqui, em pecado, decidiu, sem qualquer in-
vemos a triunidade divina em ação. fluência externa, estabelecer o meio
O apóstolo mostra que toda bênção para a salvação da humanidade: a fé
que desfrutamos tem como origem em seu filho Jesus. Isso se chama gra-
o Pai, e o louva por isso. Paulo não ça, no mais puro sentido da palavra.
tem dúvida de que todo cristão é No entanto, o próprio texto ensi-
abençoado com “todas as bênçãos na-nos que ele nos elegeu para a sal-
espirituais”, uma possível referência vação em Cristo, para sermos santos
à ação do Espírito, que aplica a obra e irrepreensíveis (Ef 1:4b). Hagios é
de Cristo em nós. a palavra grega traduzida por “san-
Na continuação, lemos: Porque tos”, e significa ser diferente, sepa-
Deus nos escolheu nele antes da rado. A palavra “irrepreensível” é a
criação do mundo (v.4a). A partir da- tradução para a palavra grega amo-
qui, Paulo inicia sua exposição sobre mos, que significa “sem qualquer
as bênçãos espirituais desfrutadas espécie de mancha”.2 A santificação
pela igreja a partir da eleição. Eleger não é a causa, mas a prova da nos-
significa tomar ou escolher algo para sa eleição em Cristo.3 Os que foram
si. De acordo com esse texto, Deus eleitos na eternidade, com base no
Pai, em sua multiforme sabedoria e prévio conhecimento de Deus de
presciência, antes mesmo que hou- que aceitariam a oferta da salvação,
vesse mundo, formou um propósito vão viver em santidade. Ser igreja é
em sua mente. Esse propósito dizia ser eleito em Cristo.
respeito tanto a Cristo quanto a nós. 2. Fomos adotados pelo Pai: A
Ele colocou “a nós e a Cristo juntos eleição não é a única bênção que Pau-
na sua mente”.1
2. Lopes (2009:24).
1.Stott (2007:16). 3. Idem, p. 22.
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Cristo.7 Jesus é o Cordeiro de Deus garantir a autenticidade de um do-
que tira o pecado do mundo (Jo cumento, marcar uma propriedade e
1:29). A Escritura diz que Cristo se proteger contra violação e dano.9
entregou para ser morto, a fim de ti- De acordo com o texto, os cristãos
rar nossos pecados e assim nos livrar recebem o Espírito Santo quando cre-
deste mundo mau (Gl 1:4 – NTLH). em em Cristo, e são “selados” para o
Além disso, nós, crentes em Jesus, dia da redenção. Ser selado com o Es-
recebemos a iluminação da parte de pírito Santo significa recebê-lo, tornar-
Deus para compreendermos a sua -se habitação dele: Ou não sabeis que
vontade, que é fazer com que todas o vosso corpo é o templo do Espírito
as coisas sejam reunidas sob o do- Santo, que habita em vós, provenien-
mínio de Cristo (Ef 1:9-10). Na ple- te de Deus, e que não sois de vós mes-
nitude dos tempos, as duas criações mos? (1 Co 6: 19). O selo, então, é a
de Deus, todo o seu universo e a sua presença do Espírito na pessoa salva.
igreja por completo, serão unificadas Por haver alguns equívocos teoló-
sob Cristo, que é o cabeça supremo gicos acerca desse texto, vale ratificar:
das duas8 (Rm 8:17-23). Ser igreja é Todo cristão autêntico, no momento
fazer parte de um povo redimido e da sua conversão, foi selado com o
perdoado por Jesus. Espírito Santo prometido pelos profe-
4. Fomos selados com o Espíri- tas. O Espírito Santo é a sua garantia
to: No final do trecho, que estamos de que o cristão foi aceito por Deus,
estudando, Paulo apresenta mais de que agora lhe pertence e receberá
uma bênção espiritual: o selo com seus cuidados, até o dia da redenção.
o Espírito Santo: Nele, quando vo- Ser parte da igreja é ser selado pelo
cês ouviram e creram na palavra da Espírito e ter garantida a herança final.
verdade, o evangelho que os salvou, Somos a igreja de Cristo, o povo
vocês foram selados com o Espí- mais rico da terra. Portanto, louvemos
rito Santo da promessa, que é a ao nosso Deus, que nos abençoou
garantia da nossa herança (vv.13- com toda sorte de bênçãos espiritu-
-14a – grifo nosso). ais em Cristo Jesus. Louvemos-lhe por
Paulo está lembrando os irmãos nos eleger para a salvação em Cristo,
da cidade de Éfeso que, quando re- antes mesmo da criação do mundo.
ceberam o evangelho e creram que Louvemos-lhe por nos ter feito mem-
Jesus era o Cristo, foram selados com bros de sua família. Louvemos-lhe por
o Espírito Santo. Na antiguidade, um nos ter redimido e levado nossos pe-
selo era usado para três finalidades: cados embora. Louvemos-lhe por nos
ter selado com o Espírito Santo.
7. Idem.
8. Stott (2007:23). 9. Hendriksen (2005:109).
05. Leia Ef 1:13-14, o item 4, e responda: O que significa ser selado com
o Espírito Santo? Em que momento da vida do cristão isso acontece?
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pretendia despertar em seus leitores berem o quanto são abençoadas espiri-
a consciência do quanto eram aben- tualmente em Cristo. Elas se esquecem
çoados espiritualmente, a fim de que de que Deus, por sua graça, fez-nos
fossem gratos a Deus por tudo. co-herdeiros com Cristo (Rm 8:17).
É muito comum, hoje em dia, ver- Cientes dessa verdade, agradeçamos
mos, na igreja, pessoas aborrecidas, ao Senhor; afinal, ser igreja é desfrutar
descontentes e infelizes, por não perce- das bênçãos de Deus com gratidão.
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3
SER IGREJA É...
Existir para a
glória de Deus
20 DE ABRIL DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 187 • BJ 315
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dos (v.18a). A expressão “iluminar os orando para que os crentes entendam
olhos do coração” deve ser entendida o quanto é gloriosa a herança que
como uma referência a “abrir a men- Deus lhes dará. Entendemos que esta
te” para a compreensão das verdades segunda interpretação é melhor, tan-
de Deus. Se uma igreja quer glorificar to pelo contexto (Ef 1:13-14) quanto
a Deus, em sua existência e atuação, pelo texto paralelo de Cl 1:12.
precisa entender essas verdades. E Em terceiro lugar, a igreja precisa
que verdades são essas? Enumerare- compreender o incomparável poder
mos, pelo menos, três delas. de Deus. Paulo também ora para que
Em primeiro lugar, a igreja precisa os cristãos de Éfeso compreendam o
compreender a esperança do chamado poder de Deus. É assim que a Nova
de Deus. A compreensão da “esperan- Tradução na Linguagem de Hoje
ça do chamamento” (Ef 1:18b) diz res- anuncia este pedido do apóstolo:
peito à expectativa que os cristãos pos- Peço que Deus abra a mente de vocês
suem diante do chamado divino. Deus para que vejam (...) como é grande
os chamou a algo, e eles precisam en- o seu poder que age em nós, os que
tender isso claramente. Todo cristão é cremos nele (Ef 1:19). Você já parou
alguém chamado para uma vida total- para pensar o quanto o Deus que
mente nova (cf. Rm 1:6-7; 1 Co 1:2,9; servimos é poderoso? Esse “poder é
2 Tm 1:9; 1 Pd 1:15; Gl 5:13). como um caudal impetuoso que ar-
Em segundo lugar, a igreja preci- rasta com sua força os obstáculos que
sa compreender o valor da herança encontra pelo caminho”.5 O apóstolo
de Deus. Efésios 1:18c pode ser uma quer que os crentes entendam isso.
referência à “herança” que Deus 3. Uma igreja com chefia cor-
recebe, como a tradução da Bíblia reta: Na sequência, Paulo apresenta
Viva sugere: Quero que vocês com- duas situações em que o grande po-
preendam que Deus enriqueceu por- der de Deus atuou: na ressurreição
que nós, que somos de Cristo fomos e na ascensão de Cristo. Por seu po-
dados a Ele!. Neste caso, Paulo está der, Deus ressuscitou Jesus dentre
dizendo que os crentes são a heran- os mortos (v.20a) e o fez assentar
ça de Deus e está orando para que a sua direita, nas regiões celestiais
entendam o quanto são preciosos. (v.20b), isto é, deu autoridade a
Contudo, é também possível en- Cristo para que administrasse o go-
tender que se trata de uma “heran- verno do céu e da terra.6 A metá-
ça” que Deus outorga, como a tra- fora emprestada é a dos príncipes
dução da Bíblia de Jerusalém sugere: terrenos, que conferem aos seus ge-
... para que entendam como é rica e
gloriosa a herança destinada ao seu
5. Lopes (2009:43).
povo. Neste segundo caso, Paulo está 6. Calvino (2010:228-229).
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no sentido ativo, como “aquilo que texto confirma essa interpretação;
preenche”, ou no sentido passivo, afinal, nos vv. 20-22, Paulo mostra
como “aquilo que é preenchido”. A o senhorio e a soberania de Jesus so-
Nova Tradução na Linguagem de Hoje bre tudo.11 Dizer que a igreja, de al-
entende que o primeiro sentido é o guma maneira, completa esse Cristo
correto: A igreja (...) completa Cristo, supremo seria, no mínimo, incoeren-
o qual completa todas as coisas. A Bí- te. A igreja é a plenitude de Cristo;
blia Viva, por sua vez, entende que o porém, “é Cristo quem a enche e a
segundo sentido é o correto: ... [a igre- torna plena com a sua glória e a sua
ja] é o seu corpo, repleto dele mesmo. presença”.12 Ela é a sua representan-
Entendemos que o segundo sen- te, mas é ele quem a capacita.
tido é o correto, ou seja, a igreja é
a plenitude de Cristo, porque ele a
enche. Ela recebe força dele e é pleni- 11. Stott (2007:40).
ficada por ele. Segundo Stott, o con- 12. Cabral (1999:21).
02. Em Ef 1:18, Paulo trata sobre duas verdades que a igreja de Éfeso
precisava compreender. Que verdades são essas? Baseie-se no item 2.
06. Todos nós sabemos exatamente quem é o Deus que nos chamou, de
onde ele nos chamou, para que nos chamou e para onde nos chamou?
A igreja consegue viver para a sua glória, sem saber essas respostas?
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2. Prossigamos em vivenciar res- A igreja é a mão que realiza a
ponsavelmente a nossa missão. obra de Cristo, os pés que vão aos
De acordo com Efésios 1:22-23, a mais diferentes lugares, a voz que
igreja tem uma grande responsabili- pronuncia palavras de ânimo e es-
dade. Ela é o corpo de Cristo e sua perança aos que estão desespe-
representante na terra. Precisamos rados. Quando as pessoas olham
questionar se estamos vivenciando para as ações de nossas igrejas lo-
responsavelmente a nossa missão. cais, podem enxergar Jesus? Se a
Nesse corpo, cada parte é importan- resposta for sim, com toda certeza,
te e precisa agir como Jesus, em obe- essas igrejas estão vivendo para a
diência a ele, que é a cabeça. glória de Deus.
07. Cite ações práticas realizadas por Jesus que devem estar
presentes na vida cotidiana de uma igreja local.
DESAFIO DA SEMANA
Viver a salvação
pela graça
27 DE ABRIL DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 24 • BJ 371
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que somos salvos pela graça de Je- Olhar para trás e recordar o triste
sus. A questão é: o que é necessário estado em que nos encontrávamos
à igreja para que viva a salvação pela sem Cristo produz gratidão em nos-
graça? Vejamos o que Paulo nos diz. sos corações. Paulo desejava ver uma
1. Gratidão: Muitos não gostam igreja cheia de gratidão a Deus. Por
de recordar o que ficou para trás. isso, evoca o seu triste passado. Uma
Paulo não sofria desse problema. Nos igreja que não olha para trás tem
primeiros três versículos do capítulo imensa dificuldade de viver a salva-
2, o apóstolo está claramente evo- ção que recebeu pela graça do Se-
cando o passado, fazendo-nos lem- nhor. Ser igreja é viver com gratidão
brar do caminho no qual “andáva- pela salvação recebida.
mos” sem Jesus e de como “éramos”, 2. Devoção: Nesta carta, Paulo
antes de conhecê-lo (v.3). leva a igreja não somente a visitar
Segundo ele, éramos escravos o lugar de onde viera, a sepultura
da carne, do mundo e do diabo. Da espiritual onde se encontrara morta
carne, porque andávamos em seus em seus pecados, mas também a vis-
desejos, fazendo sua a vontade (v.3); lumbrar o amor de Deus. Ele afirma:
do mundo, porque seguíamos o seu Deus, sendo rico em misericórdia,
curso (v.2), e do diabo, porque éra- pelo seu muito amor com que nos
mos guiados pelo príncipe da po- amou, estando nós ainda mortos em
testade do ar, do espírito que agora nossos delitos, nos vivificou junta-
opera nos filhos da desobediência mente com Cristo (Ef 2:5).
(v.2). Não importa se nascemos na O apóstolo está embasbaca-
igreja ou não: todos fomos achados do com tamanho amor. Faltam-
por Cristo nesse estado lamentável. -lhe adjetivos para descrevê-lo. Por
Nesse mau caminho, “todos isso, utiliza a expressão “muito nos
nós andávamos outrora”, afirmou amou”. Tal amor é inigualável. É
o apóstolo. Mas por que Paulo de- tão imenso que desafia toda e qual-
seja relembrar-nos desse passado quer definição.2 Aqueles, e somente
tão tenebroso? A razão é simples: aqueles, que o experimentam sa-
lembrar esse passado produz em bem o que ele é, ainda que nunca
nós gratidão. Quanto “mais os possam compreendê-lo em toda a
homens aprendem a ver a dimen- sua plenitude.3
são real de sua profunda condição Paulo deseja estimular a devo-
perdida, tanto mais apreciarão ção da igreja por Jesus. A melhor
também, pela graça de Deus, sua maneira que existe de fazer isso
maravilhosa libertação”.1
2. Idem, p. 139.
1. Hendriksen (2005:132). 3. Idem, p. 140.
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fomos criados em Cristo para as boas É interessante notarmos que o
obras, as quais Deus antes preparou apóstolo conclui essa parte do capí-
para que andássemos nelas (v.10). tulo 2 usando o mesmo verbo “an-
Precisamos entender que fomos dar” que usou no início deste capí-
salvos para as boas obras, não por tulo; mas apresenta um contraste
elas (v.9). A santidade, que se revela glorioso: antes, andávamos em nos-
em uma vida de boas obras, é o re- sos delitos e pecados, escravizados
sultado da salvação, não o seu meio. pela carne, pelo mundo e pelo diabo
A única obra capaz de nos salvar foi (v.1-3); mas, depois de alcançados
aquela realizada por Jesus, no Calvá- pelo amor de Deus e salvos por sua
rio. No entanto, uma vez que fomos graça (v.4-9), andamos em santidade
salvos por ele, certamente evidencia- (v.10). Ser igreja é viver em santida-
remos isso através da santidade. de e reconhecer que esta provém da
Quem é salvo pela graça, demons- salvação recebida pela graça.
tra isso através de uma vida santa. As Que glorioso é sabermos que
boas obras são indispensáveis para a fomos salvos pela graça de Jesus!
salvação – não como sua base ou meio, Não fizemos nada para merecer tão
mas, sim, como sua consequência e evi- grande salvação. O que podemos
dência.8 Afinal, a fé sem obras é morta fazer agora é vivê-la com profunda
(Tg 2:26). Uma igreja que persiste em gratidão, devoção, humildade e san-
obedecer aos mandamentos de Deus tidade. Era assim que Paulo desejava
e a praticar boas obras mostra que en- que a igreja de Éfeso vivesse. É assim
tende e valoriza a graça de Deus. que Deus deseja que a igreja de hoje
viva. Vejamos, a seguir, duas lições
que nos ajudam a viver dessa forma.
8. Stott (2007:57).
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06. Com base nesta primeira aplicação, reflita: Muitas igrejas se
encontram neste estado: religiosas em sua prática, mas destituídas
de amor e devoção por Cristo. E você? Como anda a sua devoção
por Jesus?
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5
SER IGREJA É...
Desfazer muros e
construir pontes
4 DE MAIO DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 6 • BJ 104
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA O apartheid, “vidas separadas”, era o
D 28/04 Ef 4:9-10 nome dado ao regime político de segregação
S 29/04 Ef 4:11 racial implantado na África do Sul, de 1948
T 30/04 Ef 4:12-13
a 1990, que consistiu na negação de direi-
Q 01/05 Ef 4:14
tos fundamentais à maior parte da popula-
Q 02/05 Ef 4:15-16
S 03/05 Ef 4:17 ção, pelo governo, formado por uma minoria
S 04/05 Ef 4:18-19 branca. As pessoas eram divididas em grupos
raciais (brancos, negros, mestiços etc.) e sepa-
radas em áreas residenciais distintas.
Os negros, os mais prejudicados, foram
privados de sua cidadania: não tinham direi-
to à saúde, nem à educação. Esse regime,
marcado pela violência, foi derrubado por
um grupo de oposição e de resistência li-
derado por Nelson Mandela, que foi eleito
presidente daquele país, em 1994. Pois bem,
Efésios 2 trata de um outro “apartheid”, ain-
da pior. Por causa do pecado, os seres hu-
Acesse os manos foram afastados de Deus e separados
Comentários adicionais
e os Podcasts uns dos outros.
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2. Wiersbe (2006:27).
1. Stott (2007:23). 3. Stott (2007:23).
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ntervenção de Deus, pela graça, em paz estava sobre ele, e pelas suas fe-
favor dos pecadores. ridas fomos curados (Is 53:5).
Se quisermos entender essas 3. A reconciliação: Na sequência,
questões mais a fundo, precisamos Paulo começa a descrever o que Je-
fazer, aqui, uma pausa e voltar ao sus fez e como fez. Em primeiro lu-
início de tudo: Deus criou o ser hu- gar, ele derrubou o muro da separa-
mano para o louvor de sua glória. ção. O texto afirma: Pois ele é a nossa
Criou-o como expressão de si mes- paz, o qual de ambos fez um e des-
mo. Disse: Façamos o homem à nos- truiu a barreira, o muro de inimizade
sa imagem, conforme a nossa seme- (Ef 2:14). Esta figura do muro tem
lhança (Gn 1:26-27). Quem é esse base em algo que os crentes gentios
Deus? É o Deus Triúno. Trata-se de conheciam: em Jerusalém, havia, de
três pessoas distintas que se relacio- fato, um muro que impedia os gen-
nam. É essa unidade de três pesso- tios de se aproximarem do templo.
as que nós chamamos de Deus. Por O forasteiro que infringisse a regra
isso, a palavra “unidade” descreve poderia ser morto. A partir do conhe-
bem o nosso criador. cimento desse fato, Paulo lhes ensina
Então, reflita: o ser humano, ima- que, agora, todos têm acesso a Deus.
gem e semelhança de um Deus que, Em segundo lugar, Jesus anulou as
em essência, é unidade, obviamente, ordenanças segregadoras. O apósto-
foi criado para viver em unidade e lo escreve: ... anulando em seu cor-
em paz. De fato, no início, o Criador po a lei dos mandamentos expressa
olhava para a humanidade unida e em ordenanças (Ef 2:15). A partir de
via um só homem (cf. Gn 5:2). Esse Cl 3:11-16, entendemos que, aqui,
era o projeto original. Fomos criados Paulo se refere às leis sobre rituais,
para viver em paz com os semelhan- tais como a circuncisão e os sacrifí-
tes e em comunhão com o Criador. cios, que levantavam barreiras entre
Era assim no Éden. Mas, infeliz- os judeus e outros povos.
mente, o pecado entrou na história Em terceiro lugar, Jesus criou
e arruinou os relacionamentos. A uma nova humanidade. Paulo segue
inimizade entre Deus e os homens, dizendo: O objetivo dele era criar
entre os judeus e os gentios é conse- em si mesmo, dos dois, um novo
quência disso. Ainda bem que Jesus homem, fazendo a paz (Ef 2:15b –
veio a este mundo para colocar as grifo nosso). Essa expressão “novo
coisas em seus devidos lugares. Ele homem” significa “uma nova hu-
esteve entre nós em missão de paz. manidade”. Segundo Stott,4 a igreja
Assim, os afastados foram aproxima- é essa “nova humanidade”.
dos mediante o sangue de Cristo (Ef
2:13), pois, o castigo que nos trouxe 4. Idem, p.58.
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nome, deu-lhes o direito de se torna- santo no Senhor (Ef 2:20-21). Uni-
rem filhos de Deus (Jo 1:12 – NVI). da em Cristo, a igreja é um santo
Em terceiro lugar, Paulo se refere templo em construção, uma habita-
a um só templo. O apóstolo conclui ção de Deus, no Espírito (v.22). Nós,
seu ensino dizendo que os crentes igreja de Jesus, somos, individual e
foram edificados sobre o fundamen- coletivamente, casa de Deus. Antes,
to dos apóstolos e dos profetas, de nós, os gentios, estávamos aliena-
que Jesus Cristo é a principal pedra dos, longe do Pai e dos irmãos, mas
da esquina; no qual todo o edifício, fomos reconciliados. Cristo nos trou-
bem ajustado, cresce para templo xe de volta para casa.
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2. Ser igreja é construir pontes. A palavra de Deus nos afirma: Isso
Através da cruz, Cristo uniu os provém de Deus, que nos reconciliou
cristãos judeus e os cristãos gentios consigo mesmo por meio de Cristo
num só corpo, chamado igreja, e e nos deu o ministério da reconci-
aproximou-os de Deus. Ele entregou liação (2 Co 5:18). Como membros
sua vida para promover essa recon- da igreja de Cristo, devemos ser
ciliação. O que se espera daqueles “construtores de pontes”, embai-
que foram alcançados por essa gra- xadores da paz (2 Co 5:20). A igre-
ça? Espera-se que compartilhem a ja deve promover a união entre as
mensagem de paz com os que ainda pessoas e aproximá-las do Pai, por
estão em guerra com Deus. meio de Cristo.
DESAFIO DA SEMANA
8. Ramos (2000:41).
Engajar-se no
projeto de Deus
11 DE MAIO DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 286 • BJ 165
Acesse os
I PARA A IGREJA SABER
Comentários adicionais
e os Podcasts Na antiguidade, Deus escolheu para si um
deste capítulo em
www.portaliap.com.br povo. Deste, ele fez a sua própria herança pe-
culiar entre todos os povos, reino de sacerdo-
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tes e nação santa (Ex 19:5, 6). Israel, O que vem a ser o mistério revela-
no entanto, “rejeitou tanto a Jesus do ao sábio apóstolo? O projeto de
como a sua mensagem a respeito do Deus relacionado aos povos gentios,
Reino”.1 Por isso, perdeu todos esses como está escrito: ... os gentios são
privilégios, sendo que “seu lugar se- co-herdeiros, membros do corpo e
ria assumido por outros que se pro- co-participantes da promessa em
vassem dignos de tal participação”2 Cristo Jesus por meio do evangelho
(Mt 21:43; Mc 12:1-9). Essa informa- (v.6). Em outras palavras, os gentios,
ção nos ajudará a entender o concei- isto é, os não judeus, têm direito aos
to, os obstáculos, a relevância e os privilégios espirituais por meio do
despenseiros do projeto divino. evangelho, tanto quanto tinham os
1. O projeto divino e seu con- judeus como povo eleito. Isso mes-
ceito: Por mais sábio que seja, o ser mo. A igreja, formada por gente de
humano não é detentor de toda a sa- todas as tribos, línguas e nações, é o
bedoria. Muitas coisas ainda lhe estão povo de Deus na terra (1 Pd 2:9-10).
ocultas, e assim permanecerão, até Portanto, agora faz sentido pre-
que Deus decida revelá-las (Dt 29:29). gar o evangelho a esses povos, pois
Desse modo, no Novo Testamento, este é poder de Deus para salvação
Deus revela um mistério antes oculto, tanto do judeu quanto do grego (Rm
e o faz por intermédio do apóstolo 1:16), do etíope (At 8:27-38) etc.
Paulo: ... segundo a revelação, me foi Não foi à toa que o próprio Senhor
dado a conhecer o mistério (Ef 3:3). comissionou Paulo a pregar o evan-
De fato, nesse texto, a palavra gelho a todos os homens (At 9:15,
traduzida por mistério (gr. mistérion) 26:13-18). Cristo morreu para que
“não inclui a ideia de doutrina in- todo o que nele crê (independente-
compreensível, mas é uma verdade mente de etnia, língua, escolaridade
anteriormente oculta, que agora foi etc.) não pereça, mas tenha a vida
divinamente revelada”.3 As coisas es- eterna (Jo 3:16).
pirituais não podem ser compreendi- 2. O projeto divino e seus obs-
das por pessoas carnais, que não têm táculos: Engajar-se no projeto de
o conhecimento de Deus. Por isso, Deus não é isentar-se de sofrimento,
por meio de Paulo, o segredo divino mas é servir, apesar do sofrimento.
foi revelado aos seus santos apósto- Paulo se propôs a enfrentar os mais
los e profetas, no Espírito. (Ef 3:5) cruéis obstáculos, quando resolveu,
a mando de Deus, descortinar o
evangelho aos gentios. A oposição
1. Ladd (2001:101). que enfrentou foi violenta e covarde.
2. Idem, p.107. Pelo menos, dois grandes obstáculos
3. Lopes (2008:112-113). merecem ser observados aqui.
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um despenseiro do mistério divino se sentido. Sem hesitar, precisamos
(Ef 3:2). O “termo dispensação, oi- apresentar Jesus e a sua obra de sal-
konomia, indica uma pessoa encar- vação a todos os pecadores.
regada de administrar os bens do seu A segunda atitude de Paulo, no
senhor (Lc 16.1-8)”.5 Em outras pala- sentido de promover o projeto divi-
vras, o despenseiro assemelha-se ao no, foi o discipulado (Ef 3:4). A pro-
mordomo. Paulo, como despenseiro clamação era apenas uma parte de
ou mordomo, não tinha o “dever sua responsabilidade como despen-
de providenciar o alimento, mas de seiro. Além de pregar aos gentios,
prepará-lo e servi-lo. Não lhe cabia ele “também deveria ensinar-lhes
colocar o alimento na despensa, mas sobre sua posição maravilhosa em
prepará-lo e levá-lo à mesa”.6 Assim Cristo como membros do corpo, par-
sendo, duas importantes atitudes fo- ticipando da graça de Deus em pé de
ram por ele adotadas no sentido de igualdade com os judeus”.7
levar adiante o projeto divino. Com base no que aprendemos até
A primeira delas foi a procla- aqui, cabe uma importante reflexão:
mação. Disse ele: ... me foi dada Como despenseiros do evangelho,
esta graça de pregar aos gentios o qual tem sido a nossa atitude em
evangelho das insondáveis riquezas relação à proclamação? E o disci-
de Cristo (Ef 3:8). Tanto os gentios pulado, como tem sido encarado
quanto os judeus precisavam ouvir em nossas ações? A proclamação e
o evangelho e aceitar a sua propos- o ensino bíblico se complementam.
ta. Como despenseiros das verdades Mais do que trabalhar para que o
divinas, devemos imitar Paulo nes- evangelho seja aceito, precisamos
nos preocupar em fazê-lo entendido.
5. Lopes (2008:112).
6. Idem 5. 7. Wiersbe (2006:34).
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2. Para envolver-se no projeto Não pensemos que, pelo fato de
de Deus, suporte a aflição. sermos cristãos, as aflições não ba-
Tendo Paulo desenvolvido o terão em nossa porta. Neste mundo,
seu ministério entre os gentios (At teremos aflições (Jo 16:33). Mas, se
21:19), foi alvo de violenta oposição, quisermos estar envolvidos com o pro-
por parte dos judeus. Como um ban- jeto de Deus, precisamos suportá-las.
dido perigoso, foi lançado na prisão. Portanto, estejamos conscientes de
Lá, além de ter sido algemado, foi que, como despenseiros, serviremos ao
espancado como um fora da lei e mundo com o evangelho como ove-
ameaçado de morte (vv. 31-33). Por lhas no meio de lobos (Mt 10:16). Con-
tudo isso ele passou, ao se envolver tudo, faremos isso com alegria, porque
no projeto de Deus. até morrer por Jesus é lucro (Fp 1:21).
DESAFIO DA SEMANA
8. Idem, p.33.
Recusar a
superficialidade da fé
18 DE MAIO DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 79 • BJ 68
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA A vida na superfície é cômoda. Aliás, como
D 12/05 Ef 4:29
seres humanos, é assim que vivemos: sobre a su-
S 13/05 Ef 4:30 perfície terrestre. Nela, temos ar em condições
T 14/05 Ef 4:31 ideais, desfrutamos de mananciais de águas e
Q 15/05 Ef 4:32 locomovemo-nos com facilidade. Excluindo esse
Q 16/05 Ef 5:1 aspecto, as demais referências ao que está na
S 17/05 Ef 5:2
superfície, ao que é superficial ou a quem vive
S 18/05 Ef 5:3
na superficialidade são negativas. Nesta lição,
faremos o contraponto entre superficialidade e
profundidade, para tratar sobre a fé cristã.
A fé necessita de profundidade para ama-
durecer. Vivê-la na superfície é permanecer na
imaturidade, sem raízes ou alicerces profun-
dos. Como igreja de Cristo, devemos recusar
viver a nossa fé superficialmente, pois sabe-
mos que temos um Deus riquíssimo em graça
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Comentários Adicionais
e misericórdia. Por saber disso, Paulo expres-
e os Podcasts sou, em oração, seu desejo de que os crentes
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em Éfeso tivessem uma fé profunda. Ser igreja
é recusar a superficialidade da fé.
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I PARA A IGREJA SABER
A lição desta semana tem por base sas riquezas em Cristo. Em primei-
Efésios 3:14-21, trecho em que Pau- ro lugar, o apóstolo pede por for-
lo escreve uma oração considerada talecimento, através do poder do
por muitos a mais sublime de toda Espírito: Oro para que sejais inte-
a Bíblia Sagrada. Nela, o apóstolo riormente fortalecidos com poder
suplica a Deus, em favor da igreja, pelo seu Espírito (v. 16). É o poder
por maturidade. Ele se expressa por do Espírito que dá a capacitação
meio de uma oração porque rejeitar necessária à vida cristã.
a superficialidade da fé não é algo Note que esse poder precisa agir
fácil. Viver na superfície é cômodo. no íntimo. No texto grego, temos a
Rejeitar esse estado de conforto é expressão éso anthropon, que sig-
um desafio. Analisemos, então, a nifica “dentro do homem” ou no
oração do apóstolo. Vamos dividi-la “interior da pessoa humana”, e, na
em duas partes. época, era usada para descrever o
1. Um pedido por poder, para centro da personalidade humana;
que a superficialidade da fé seja era o oposto de “homem exterior”,
rejeitada: Paulo inicia sua oração que se referia à aparência humana.
dizendo: Por essa razão (v.14). A ra- O homem interior “era o centro da
zão em questão foi vista na última vontade, da inteligência, dos valo-
lição: o projeto de Deus relacionado res da pessoa humana”.1 Podemos
aos povos gentios de que fossem dizer que essa expressão é sinônima
co-herdeiros, membros do corpo de “coração”, que aparece no v.17.
e co-participantes da promessa em O Espírito Santo opera no inte-
Cristo Jesus por meio do evangelho rior do ser humano, que o visível e
(v.6). Em outras palavras, os gentios o aparente não alcançam. É pelo
têm direito aos privilégios espiritu- poder da presença do Espírito em
ais, por meio do evangelho, tanto nós que Cristo habita em nossos
quanto o tinham os judeus, como corações, em nosso “homem inte-
povo eleito. rior”, em nossas mentes. Stott afir-
A cruz igualou todas as pessoas: ma que “é precisamente mediante o
todos têm acesso a Deus, por meio Espírito que Cristo habita em nosso
do Espírito. Depois de anunciar coração”.2 Cristãos, por natureza,
essa verdade, Paulo ora para que são templos do Espírito Santo.
a igreja, composta por gente de
todas as tribos, línguas e nações,
1. Monteiro (2004:62).
seja madura e desfrute das glorio-
2. Stott (2007:96).
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Prosseguindo, Paulo, em oração, mentos mais claros e elevados sobre
apresenta a razão pela qual pediu o amor de Deus.
que os cristãos estivessem arrai- Romper com a superficialidade
gados e alicerçados no amor: ... a da fé implica também crescer em
fim de que vos seja possível com- comunhão; afinal, Paulo não ora só
preender, juntamente com todos para que os cristãos compreendam o
os santos, a largura, o comprimen- amor, mas para que o conheçam (v.
to, altura e a profundidade (v.18) 19a). O verbo “conhecer”, que apa-
do amor de Cristo. Essas quatro rece no v.19, refere-se a um conhe-
medidas matemáticas referem- cimento alcançado pela experiência.
-se ao todo da sabedoria de Deus Por isso, a Bíblia Viva apresenta a
demonstrada no seu infinito amor seguinte tradução: ... e por si mes-
para a salvação da humanidade.8 mos experimentar este amor. Estar
Segundo Stott, parece legítimo di- “arraigado” e “alicerçado” em amor
zer que o amor de Cristo é suficien- implica relacionar-se em amor de
temente largo para abranger a to- maneira racional e prática.
talidade da humanidade, suficiente- É isto que o Senhor espera: cren-
mente comprido para durar por toda tes frutíferos, que atinjam a maio-
a eternidade, suficientemente pro- ridade da fé. Juntemos, então, as
fundo para alcançar o pecador mais partes da oração até aqui: o fortale-
degradado e suficientemente alto cimento e o poder operam no íntimo
para levá-lo ao céu.9 Veja com que do ser humano para que Cristo te-
grande amor Deus nos amou! Paulo nha residência permanente nele, de
quer que os cristãos compreendam tal maneira que ele se aprofunde no
essas questões, apesar de reconhe- conhecimento e na prática do amor.
cer que o amor de Deus excede todo Só assim pode caminhar para a in-
entendimento (v.19). tensificação da plenitude de Deus
Um detalhe importante da oração (v. 19c). Esse talvez seja o pedido
é que a compreensão dessa grandio- mais ousado de Paulo.
sidade do amor de Deus ocorre so- A plenitude ou perfeição de Deus
mente com todos os santos (v.18a). é o padrão que devemos desejar. Ca-
É impossível alguém se aprofundar minhamos, querendo ser, cada dia,
na compreensão do amor de Deus mais parecidos com ele. Assim, ao
sozinho. É na comunidade, com nos- fazermos comparações, na vida cris-
sos irmãos, com a troca de experiên- tã, olhamos para Cristo. Por isso, en-
cias, que caminhamos para entendi- chamo-nos de humildade, na busca
constante por nos parecermos mais
e mais com o Salvador e Senhor de
8. Calvino (2010:280).
9. Stott (2007:98). nossas vidas.
02. Por que Paulo ora pedindo a Cristo que habite nos corações
dos crentes efésios? Leia Ef 3:17a e explique o sentido da palavra
“habitar” e o que ela ensina.
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II PARA A IGREJA VIVER
DESAFIO DA SEMANA
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8
SER IGREJA É...
Lutar pela
unidade do corpo
25 DE MAIO DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 21 • BJ 272
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referem à “experiência cristã com re- no evangelho de Jesus e é feito em
lação às três pessoas da Trindade”.5 nome da Trindade.
Então, vamos lá: Em sétimo lugar, há um só
Em primeiro lugar, há um só Pai (v.6). A igreja possui um Pai; por-
corpo (Ef 4:4), que é a igreja (1 Co tanto, é uma só família. Deus é so-
12:12-31), composta por todos os bre todos, porque governa a igreja;
tipos de pessoas, que divergem em é por todos, pois a sustenta, e em
termos de origem, posição social, todos, porque preenche ou habita os
temperamentos; contudo, consti- seus. O pronome todos indica que o
tuem apenas um corpo (Rm 12:5). relacionamento com Deus se faz não
Em segundo lugar, há um só Espíri- apenas na singularidade, mas tam-
to (v.4b), porque o corpo de Cristo, bém na unidade.
composto por pessoas de todas as 3. Dons ministeriais e a unida-
tribos, raças e nações, só é unificado de: O apóstolo Paulo deixa de lado
pelo Espírito Santo (cf. 1 Co 12:13). os elementos comuns aos cristãos e
Em terceiro lugar, há uma só espe- passa a enfocar o que lhes é distin-
rança (v.4c), que é a volta do Senhor to: os dons espirituais (Ef 4:7-11).6 A
Jesus e a vida eterna ao seu lado. unidade na igreja não significa uni-
Em quarto lugar, há um só Senhor. formidade, pois o corpo de Cristo
Quem é ele? É o Senhor Jesus Cristo, é composto por variados membros.
que morreu por nós, vive por nós e Portanto, a diversidade é sua carac-
voltará para nos buscar. terística, já que as pessoas possuem
Em quinto lugar, há uma só diferentes dons. Sabe a razão? Ele,
fé (v.5a). A fé a que o texto se re- em sua maravilhosa sabedoria, quer
fere é a que uma vez foi entregue que dependamos uns dos outros.7
aos santos (Jd 3), o conjunto de Assim, por mais simples que seja a
verdades que Cristo confiou a sua sua função ou por mais humilde que
igreja. Os cristãos verdadeiros po- seja o membro, ele é fundamental
dem até discordar de alguns pontos ao bom andamento da igreja.8
de interpretação secundários, mas Em Efésios, não temos menciona-
todos concordam nos assuntos fun- dos todos os dons; apenas alguns.
damentais da fé. Lemos que Deus constituiu uns para
Em sexto lugar, há um só ba- apóstolos, outros para profetas, ou-
tismo (Ef 4:5b), porque todos nós tros para evangelistas e outros para
apresentamos o mesmo testemu- pastores e mestres (4:11). Apóstolos
nho público da nossa fé. O batismo
é a demonstração pública da crença
6. Wiersbe (2006:46).
7. Foulkes (1983: 95).
5. Stott (2007:15). 8. Wiersbe (2006: 47).
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que indica a habilidade de ludibriar. O crescimento que há na igreja
Infelizmente, há crentes oscilantes, é proporcionado por Cristo e tem
sem convicção, que aceitam qual- como objetivo glorificá-lo. Paulo en-
quer novidade, por não serem firma- cerra o v. 16 afirmando que a saú-
dos na verdade. de do corpo provém de um cresci-
O terceiro e último aspecto que mento que emana da cabeça, ou
confirma o crescimento espiritual da seja, de Cristo; contudo, não isenta
igreja é a cooperação espiritual. Aju- cada membro de uma postura ativa
damos uns aos outros em verdade e altruísta em busca da edificação de
e amor (v.15-16). Vimos que alguns todo o corpo.10
enganam (os charlatões); mas a
igreja de Cristo transmite a verdade,
movida pelo amor, visando ao bene-
fício de outros (v. 15). 10. Calvino (2010:306).
06. Qual a forma correta de usarmos os dons? Por que o cristão não
deve se envaidecer por ter algum dom?
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manter a verdade, custe o que cus- também acontece, quando, visan-
tar. Costumam não refletir sobre do ao amor, os cristãos tornam-se
suas exigências, e, às vezes, con- permissivos. Verdade e amor pre-
tendem por questões supérfluas ou cisam ser equilibrados. Isso só será
tradicionalismos que não valem a possível quando formos cheios do
dissolução da unidade. O contrário Espírito Santo.
DESAFIO DA SEMANA
Abandonar
a velha vida
1 DE JUNHO DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 138 • BJ 56
INTRODUÇÃO
LEITURA DIÁRIA
Imagine que você é convidado para um
D 26/05 Ef 5:14 casamento, e recebe o convite dos noivos
S 27/05 Ef 5:15
quando está voltando para casa, após um dia
T 28/05 Ef 5:16
cheio de trabalho. Então, além de pensar no
Q 29/05 Ef 5:17
Q 30/05 Ef 5:18 presente, certamente você irá pensar no que
S 31/05 Ef 5:19 vestirá. Se possível, é claro, não irá com uma
S 01/06 Ef 5:20 roupa velha: vestirá roupas novas. A lição de
hoje trata, não de um convite para uma fes-
ta, mas de um mandamento (Ef 4:17) para
“abandonarmos a velha vida” e nos “ves-
tirmos” com a nova roupa que ganhamos:
nossa nova natureza.
Viver de maneira nova é um dos quesitos
para o corpo de Cristo viver unido, como vi-
mos na lição da semana passada. Já que so-
mos igreja, temos, pela graça, o poder de
Deus para viver de acordo com sua lei, da
maneira que o agrada (Rm 8:7-10). Devemos
Acesse os
Comentários Adicionais aceitar esse desafio da Bíblia; afinal, ser igreja
e os Podcasts é fazer parte de um povo que abandonou a
deste capítulo em
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I PARA A IGREJA SABER
Que tal se desfazer de algumas novo andar não era uma vontade
coisas velhas? Como o ser humano apenas sua para os crentes (eu lhes
gosta de juntar coisas desnecessá- digo), mas era, também, do Senhor
rias! Quase todo mundo tem o seu (no Senhor insisto). É na autoridade
“quartinho da bagunça”. No que se de Deus que o apóstolo insiste, e, na
refere a nossa vida cristã, isso não autoridade de Deus, ele apresenta
pode acontecer, de maneira alguma. todas as recomendações do restante
Paulo diz aos cristãos de Éfeso que do capítulo 4.
precisam abandonar tudo o que faz Paulo não está se dirigindo a pa-
parte da “velha vida” e devem ser gãos, mas a crentes em Jesus. Deve-
controlados pela “nova natureza”. ria ser óbvio que estes não poderiam
Vamos ao estudo. mais viver como os gentios (v.18c). A
1. Um apelo incisivo: O trecho palavra “gentios” é usada, aqui, para
de Efésios em que se baseia esta lição se referir aos incrédulos, os que não
começa da seguinte maneira: Assim, pertencem a Cristo. Paulo faz o apelo
eu lhes digo, e no Senhor insisto, que solene porque sabe que, se não to-
não vivam mais como os gentios (Ef massem cuidado, até mesmo os con-
4:17 – NVI). O apóstolo conclama os vertidos poderiam continuar repro-
cristãos de Éfeso a um novo andar. duzindo, em certa medida, valores e
Viver como os gentios está em con- comportamentos da velha vida.
traste com o que ele diz no v.1 do 2. Recapitulando a velha vida:
mesmo capítulo: ... vivam da maneira Para que fique clara a sua admoes-
digna da vocação que receberam. tação do início do v. 17 de Efésios 4,
Esse apelo de Paulo está basea- Paulo apresenta algumas caracterís-
do na certeza que ele tinha de que ticas da vida do mundano incrédulo,
essa era a vontade de Deus para seu para contrastá-las com a nova vida
povo. Tal certeza torna-se clara na que os crentes receberam em Cristo.
expressão no Senhor insisto (NVI). A Vejamos como era a vida daqueles
tradução Almeida Revista e Atualiza- pagãos, conforme Efésios 4:17-19.
da traz a expressão no Senhor testi- Paulo começa dizendo que os pa-
fico. A palavra grega traduzida por gãos vivem na vaidade dos pensa-
“insisto” e “testifico” é marturomai, mentos (v.17), ou seja, suas mentes
que poderia também ser traduzida estão corrompidas. Sendo assim, tudo
por “declaro solenemente”. que estas produzem é manchado pelo
Paulo tinha, então, absoluta cer- pecado. Por isso, seus pensamentos
teza de que a exortação para um são obscuros, o que os leva a viverem
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O homem e a mulher salvos preci- mas, sim, o que traz edificação. Tam-
sam revestir-se do “novo homem”. bém os orienta a falarem apenas o
Mas como sabemos se estamos necessário (Tg 1:19), para o bem dos
revestidos desse novo homem? Pau- que ouvem (v.29).
lo diz que esse novo ser é criado por Paulo também ensina que o es-
Deus, para uma vida justa e reta tilo de vida do cristão pode ale-
(Ed 4:24b). Entendemos essa “justi- grar ou entristecer o Espírito Santo
ça” como uma referência ao homem (v.30). Este é “o Autor de toda vir-
que cumpre seus deveres para com o tude cristã e de todo bom fruto”,5
seu próximo, e “retidão” como uma uma pessoa divina. Sendo assim,
referência aos seus deveres para com em Efésios, Paulo orienta os cren-
Deus.4 Isso vem da verdade do evan- tes a não entristecerem o Espírito
gelho de Cristo, através da pregação de Deus, que, sendo “Santo”, abo-
e do estudo da palavra de Deus. Ser mina todo tipo de pecado e se en-
igreja é fazer parte de um povo que tristece pela falta de santidade dos
passou por essa transformação. filhos de Deus, inclusive quando
4. Mudando de vida: Em estes falam palavras torpes.
Ef 4:25-32, Paulo apresenta pecados Após alertar os cristãos efésios a
e virtudes. Ele começa pela mentira, não entristecerem o Espírito, Paulo
que deve ser deixada (v.25); em se- combate a amargura, manifestada
guida, apresenta a ira (v.26) como por quem guarda ressentimentos; a
uma possibilidade ao cristão (a “ira cólera, que é um sentimento de fú-
justa”), como indignação contra o ria; a ira, que é um coração ardendo
pecado (cf. Mt 21:12), mas alerta de raiva; a gritaria, que é o descon-
quanto ao perigo de ela se trans- trole total; as blasfêmias, que são in-
formar em algo perpétuo, que abri- sultos contra Deus e o próximo, e as
rá uma “porta” para o diabo agir malícias, que são a vontade de fazer
(v.27); por isso, orienta os crentes a mal ao próximo (v.31).6
abandoná-la, antes de o dia acabar, Em seguida, o apóstolo encora-
no pôr-do-sol. ja os crentes em Jesus à pratica das
Paulo também trata sobre o rou- boas atitudes. Paulo apresenta, no v.
bo, que deve ser combatido com tra- 32, três virtudes que eles deveriam
balho honesto, para sustento tanto cultivar: a primeira é a benignidade,
de quem trabalha quanto de quem que é a disposição mental para de-
necessita (v.28). No v.29, ele orien- monstrar amor pelos outros; a se-
ta os crentes a não falarem o que gunda é a compaixão, que é a dis-
é “torpe” ou “inconveniente” (EP),
5. Hendriksen (2005:263).
4. Foulkes (1983:109). 6. Idem (2005:265).
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II PARA A IGREJA VIVER
06. Quais as atitudes práticas que nos mostram que nos “despimos”
do “velho homem”? Você tem conseguido se desfazer dos pecados
da velha vida?
07. Fale sobre atitudes práticas que mostram a nova natureza criada
segundo Deus. Como isso tem se desenvolvido em seu dia-a-dia?
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10
SER IGREJA É...
Andar como
filhos da luz
8 DE JUNHO DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 317 • BJ 34
INTRODUÇÃO
Uma das coisas que caracterizam o ser
LEITURA DIÁRIA igreja é o abandono da velha vida, que, com
certeza, demonstra a distância do ser humano
D 02/06 Ef 5:21-22
S 03/06 Ef 5:23 em relação a Deus (Ef 4:18). No presente estu-
T 04/06 Ef 5:24-25 do, veremos que, como filhos de Deus, somos
Q 05/06 Ef 5:26-27 não somente herdeiros de uma nova vida, no
Q 06/06 Ef 5:28 porvir, mas representantes, aqui e agora, de
S 07/06 Ef 5:29-30
um Pai amoroso, santo e verdadeiro, a quem
S 08/06 Ef 5:31-32
devemos imitar.
Existe um velho ditado, que diz: Tal pai,
tal filho. A ideia presente, neste provérbio
popular, é que, assim como é o pai, o filho é
ou será. Sabemos, entretanto, que nem sem-
pre as coisas são assim: nem todos os filhos
são iguais aos pais. Contudo, com relação à
igreja, que é o ajuntamento de pessoas fei-
tas, em Cristo, filhas de Deus, essa deve ser
uma verdade comum a todos. Aliás, uma exi-
Acesse os
Comentários adicionais gência das Escrituras é que os filhos de Deus
e os Podcasts exprimam o santo caráter de seu Pai em suas
deste capítulo em
www.portaliap.com.br condutas (Mt 5:43-48; Lc 6:35; 1 Jo 4:10-11).
Paulo é muito claro ao dizer que mente, não podemos imitar a Deus
nosso comportamento deve refletir criando um universo ou inventando
a santidade e pureza de Deus, vis- um método de satisfação das exi-
to que, em Cristo, nós nos torna- gências da justiça e da misericórdia
mos seus filhos; filhos imitam seus para salvar os seres humanos do
pais; por isso, como filhos de Deus abismo em que haviam se lançado.
devemos imitá-lo. Paulo argumenta Mas é surpreendente como Jesus,
que os filhos são como seus pais; por exemplo, é enfático em ensi-
eles aprendem pela imitação. Deus nar sobre a necessidade de sermos
é amor (1Jo 4.8); por isso, os crentes semelhantes a ele (Mt 5:43-48; Lc
devem andar em amor. Deus é luz 6:35-36; Jo 13:34). Por ser Deus,
(1Jo 5.8); portanto, os crentes de- Jesus deve ser imitado. Os apósto-
vem andar como filhos da luz. Deus los também enfatizaram esse ensi-
é verdade ( 1 Jo 5.6); por isso, os no (Rm 15:2-3, 7; Fp 2:3-8).
crentes devem andar em sabedoria1. Deus é infinito; nós, não. Porém,
1. Imitadores de Deus: Assim em nossa própria forma finita, po-
começa o trecho de Efésios que va- demos e devemos imitá-lo, ou seja,
mos analisar: Portanto, sejam imita- devemos copiar seu amor,3 e sua
dores de Deus (5:1 – NVI). A palavra santidade deve nos inspirar a sermos
“imitadores” é a tradução da expres- santos. A igreja é a nova criação de
são grega mimetai. Aparece inúme- Deus. Dela fazem parte pessoas que
ras vezes no Novo Testamento, para já passaram pela restauração divina,
indicar o ato de seguir um exemplo gente que em nada se parecia com o
humano; mas só aqui aparece com criador, pois vivia conforme o curso
o sentido de imitar o próprio Deus. deste mundo (Ef 2:1-3), mas, agora,
Ela tem a mesma origem da palavra compõe um ajuntamento em que
“mímica”. Os grandes oradores do Deus pode ser visto.
passado faziam uso da mímica para Portanto, o modelo de vida dos
serem eficientes em suas exposições. crentes em Deus deve expressar se-
Se você quiser ser um grande melhança com o Senhor. Imitar é a
orador, então imite os oradores do palavra de ordem, e a razão para isso,
passado. Mas, se você quiser ser segundo Paulo, é que somos filhos
santo, então imite Deus.2 Certa- amados (Ef 5:1b). Este fato acrescen-
1. Lopes (2009:128).
2. Idem. 3. Hendriksen (2005:268).
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ta ainda maior peso à admoestação. amor de Cristo o levou para o Calvá-
Nossos costumes e ações devem evi- rio. O seu sacrifício prova, de modo
denciar quem é nosso Pai. Ser igreja contundente, seu amor por nós.
é viver imitando Deus. Paulo diz que esse sacrifício é uma
2. Andando em amor: Na se- oferta de cheiro suave (5:2), numa
quência do capítulo 5, Paulo diz: comparação com os sacrifícios do
... e andai em amor (v.2). O verbo Antigo Testamento, descritos como
“andar” aparece cerca de cinco ve- de “aroma agradável” para expres-
zes em toda a carta (2:10, 4:1,17, sar sua aceitabilidade perante Deus.
5:8,15). É a tradução para a palavra Aos nossos olhos, a cruz pode pare-
grega peripateo, que, dentre tantas cer apenas uma cena de horror, mas
coisas, significa pisar ao redor, isto é, foi uma ação tão sublime e aceitável,
andar de maneira irrestrita, especial- perante o Pai, que encheu o céu de
mente como prova de habilidade; fragrância agradável, pois atendeu
no sentido figurado, significa viver; à justiça divina. Andemos em amor
comportar-se ou acompanhar, ou, como Cristo andou.
ainda, estar ocupado com4 alguma 3. Luz e não trevas: Chegamos
coisa; neste caso, estar ocupado a Efésios 5:2, e é interessante notar-
com o amor. mos como Paulo nos tira repentina-
A exortação de Paulo aos seus lei- mente da contemplação do amor sa-
tores é que façam do amor a prin- crificial de Cristo para a perversão do
cipal regra de suas vidas, a fim de amor, no adultério e no abuso sexu-
que tenham habilidade para andar al. Ele tinha consciência dos perigos
em amor. Para encorajar a igreja de que rondavam as igrejas, naquela re-
Éfeso a essa prática, Paulo evoca o gião: a imoralidade sexual grassava
exemplo do Senhor, cujo amor tem nos templos de Afrodite, em Corin-
duas características distintas dignas to, e de Diana, em Éfeso; era uma
de imitação. A primeira é que o amor prática comum naquele tempo.5
de Cristo é perdoador (Ef 4:32). Ele O Apóstolo não perde a opor-
nos ama e, por isso, nos perdoa. Seu tunidade de ser direto e específi-
amor é benevolente, capaz de eli- co. Numa sociedade que louvava
minar toda e qualquer culpa. Assim a promiscuidade e a perversão, ele
também devemos amar, a ponto de precisava ser contundente, e a igre-
desconsiderar as ofensas. ja precisava ser radicalmente san-
A segunda característica do amor ta. A prostituição e toda impureza
de Cristo é que é sacrificial (5:2b). O não deveriam ser nomeadas, isto
é, não deveriam ser assunto entre os
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bem seu tempo, porque os dias eram tis. Em tempos como o nosso, nada
maus: de perseguição e hostilidade. é mais importante do que estarmos
Se os dias de Paulo eram maus, o no centro da vontade do Senhor.
que dizer dos nossos dias? Descobrimos Deus e entendemos
Entretanto, tudo isso seria inútil, sua vontade, à medida que nossa
se a igreja não entendesse a vontade mente é transformada (Rm 12:1-2).
do Senhor (v.17). Entender a vonta- Essa transformação só é possível por
de de Deus é essencial para andar meio da Palavra de Deus, da oração,
com sabedoria e enfrentar dias hos- da meditação e da adoração.
04. Leia Ef 5:15 e responda: Que cuidados a igreja deve ter nestes
dias maus?
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quele que a chamou das trevas para dormes (Ef 5:14). Por outro lado, é
a sua maravilhosa luz. animador ver a luz daqueles que, de
É triste sabermos de pessoas, na fato, se tornaram filhos da luz: gen-
igreja, que ainda não conseguiram te que expressa, em sua vida, a vida
desvencilhar-se das velhas práti- de Cristo. É isso que glorifica a Deus.
cas. Andam como que dormindo. Portanto, vivamos essa nova vida
A esses, diz Paulo: Desperta, tu que que ele nos deu.
DESAFIO DA SEMANA
Cultivar relaciona-
mentos santos
15 DE JUNHO DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 33 • BJ 48
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também santos em toda a vossa ma- a submissão não ignora o valor da Pa-
neira de viver (1 Pd 1:15), diz a Bíblia. lavra. Nenhuma autoridade está acima
E é assim que devem ser os relaciona- dos princípios da Bíblia (At 5:29). Por-
mentos entre irmãos em Cristo, entre tanto, a sujeição só será santa e agra-
marido e esposa, pais e filhos, patrões dável quando praticada dentro dos pa-
e empregados. No tocante a isso, ana- râmetros estabelecidos por Deus.
lisemos o ensino bíblico a seguir. Cuidado com os empecilhos à
1. Irmãos em Cristo: Paulo ob- submissão! O orgulho e o egoísmo
serva que, entre os membros do cor- são obstáculos fortíssimos a essa
po de Cristo, deve haver celebração prática santa. O orgulhoso acha-se
de louvor e gratidão a Deus (Ef 5:19- grande demais para se sujeitar a al-
20). Em seguida, ele completa: ... guém. O egoísta não se sujeita aos
sujeitando-vos uns aos outros no te- outros porque só pensa em si. Logo,
mor de Cristo (Ef 5:21). O verbo “su- para vencermos tais obstáculos, pre-
jeitar” é a tradução para a palavra cisamos ter o mesmo sentimento que
grega hupotasso, “que, na voz ativa, houve também em Cristo Jesus (Fp
significa ‘sujeitar’, ‘subordinar’ e, na 2:5). Como Jesus, os cristãos devem
voz passiva, tem o sentido de ‘ficar sujeitar-se e respeitar uns aos outros.
subordinado’, ‘ser submetido’”.1 2. Marido e esposa: O casamento
Nesse texto, trata-se do uso da voz foi feito para durar e para ser bênção
passiva. Isso implica que a expressão na vida dos cônjuges. Para que isso
de Paulo sujeitando-vos uns aos ou- aconteça, necessário é que o relacio-
tros significa que o cristão não apenas namento entre esposo e esposa seja
obedece a alguém, mas também abre saudável. Isso acontecerá se cada qual
mão dos próprios direitos em prol do fizer a sua parte. Quanto ao papel da
próximo, com humildade e amor; esposa, a Bíblia destaca: As mulheres
sacrifica-se para fazer que o relacio- sejam submissas ao seu próprio mari-
namento com o outro seja saudável.2 do, como ao Senhor (Ef 5:22).
Assim sendo, no corpo de Cristo, o Submissão é obediência sob a li-
cristão honra as autoridades, mas es- derança de alguém. Todo lar precisa
tas lhe fazem o bem. (Rm 13:1,4) de um líder. A liderança do lar cristão
A submissão não ignora o valor pes- foi confiada ao marido, o cabeça da
soal dos membros do corpo de Cristo. mulher (Ef 5:23). Essa é a vontade de
Quem é submisso não é inferior àquele Deus. Ao ser submissa, a esposa agra-
que está numa escala maior de hierar- da, acima de tudo, ao Senhor. Portan-
quia, na igreja do Senhor. Além disso, to, submissão não é sinal de inferiori-
dade, mas de fidelidade. É um item de
1. Champlin (1983:627). fundamental importância para o bom
2. Lopes (2007:32). relacionamento entre os cônjuges. Se
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devem portar-se de maneira exemplar: tão trabalhando para impressionar.
nada de falar uma coisa e fazer outra. É isso que significa não servir à vista
4. Patrões e empregados: Após (v.6). A sinceridade é uma virtude do
dar orientações relacionadas à san- empregado cristão. Deus se agrada
tidade nos relacionamentos entre os de quem a cultiva (v.7).
irmãos em Cristo, marido e esposa e Aos patrões, Paulo ordena: ... de
pais e filhos, Paulo passa a tratar do igual modo procedei para com eles,
relacionamento entre servos e senho- deixando as ameaças, sabendo que
res. Os termos servos e senhores, de o Senhor, tanto deles como vosso,
Ef 6:4-9, referem-se a escravos cristãos está nos céus (v.9). O patrão cristão
e a senhores cristãos, donos de escra- é orientado a não explorar o seu
vos. A escravatura era comum no im- empregado. Não pode cobrar deste
pério romano e resultava “de pessoas mais do que lhe é de direito cobrar,
capturadas em guerra, culpados de cri- nem agir com ameaças. Deve tratá-
me, alguém vendido pelo pai quando -lo com respeito e consideração, sa-
criança, ou alguém desesperadamente bendo que “mesmo depois que um
endividado a um credor”.6 indivíduo torna-se um líder, deve
A nossa cultura, porém, não é escra- continuar liderando para servir”.7
vagista. Contudo, os princípios relacio- Naquela época, o senhor tinha to-
nados aos escravos e senhores podem dos os direitos sobre o escravo, até
ser utilizados aos empregados e pa- mesmo o direito de matá-lo, se este se
trões de hoje. É isso que faremos ago- rebelasse. Os senhores que os “con-
ra. Aos servos, Paulo escreve: ... obe- sideravam como mera propriedade,
decei a vosso senhor segundo a carne não hesitavam em maltratá-los e es-
com temor e tremor, na sinceridade do pancá-los brutalmente.”8 O evange-
vosso coração, como a Cristo (Ef 6:5). lho, no entanto, estava ensinando aos
Os empregados, portanto, de- senhores cristãos uma nova maneira
vem manter, para com os patrões, de lidar com um servo. Espancamen-
uma atitude de respeito. Não devem tos e brutalidade seriam substituídos
se aproveitar deles, mas trabalhar pelo respeito, pois servos e senhores
diligentemente, sem fazer “corpo servem, na verdade, a um só Deus.
mole” no trabalho ou fingir que es-
7. Wiersbe (2006:72).
6. Idem, p.189. 8. Howard (2006:189).
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06. Por que a submissão é tão importante em nossos relacionamentos?
DESAFIO DA SEMANA
Saber que
há uma guerra
22 DE JUNHO DE 2013 Hinos sugeridos – BJ 188 • BJ 239
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I PARA A IGREJA SABER
O Brasil foi invadido por um en- vra “ciladas”, ainda em Ef 6:11. Essa
sino antibíblico sobre batalha espi- é a tradução para a palavra grega
ritual: oração de guerra, demônios methodéias, que pode ser entendi-
territoriais, amarração de demônios, da como “métodos artificiosos” ou
quebra de maldições etc. são termi- “métodos de engano”. Esses “artifí-
nologias presentes nesse falso ensi- cios são ciladas perigosas que surgem
no. Daí a urgente necessidade de en- com ares de inocência, mas que são
tendermos o que a Bíblia diz sobre a preparadas para pegar de surpresa o
guerra que enfrentamos e a maneira crente desprevenido”.2 Satanás está
correta de nos posicionarmos nessa sempre na espreita para pegar cris-
condição. À luz de Efésios 6:10-20, tãos desatentos. Cuidemos! Ele não
analisaremos duas informações im- está para brincadeiras. A igreja não
portantes sobre a nossa batalha. pode ignorar essa realidade.
1. Conhecendo o campo de ba- Em segundo lugar, precisamos
talha: Contra quem lutamos? Não saber que o nosso inimigo não está
podemos lutar contra alguém que sozinho em suas investidas. O v. 12
não conhecemos. Há duas coisas alista o nome dos ajudantes do dia-
que precisamos saber sobre nosso bo. Neste texto, somos informados
inimigo: Em primeiro lugar, o escri- sobre a existência de “principados e
tor de Efésios mostra que ele não potestades”, de “dominadores des-
está para brincadeiras. O capítulo 6, te mundo tenebroso”, de “exércitos
versículo 11, refere às “ciladas do espirituais da maldade”. Não temos,
diabo”. O nome do nosso adversário aqui, diferentes tipos de anjos, mas
é “diabo”, do grego “diabolos”, que diferentes hierarquias entre eles.
significa “dado à calúnia”, “difama- O diabo não está sozinho: ele con-
dor”, “o que acusa com falsidade”. seguiu a terça parte dos anjos para
Ele é especialista em fazer isso. ajudá-lo. Por isso, mesmo “não sen-
O diabo é um “querubim” caído do onipresente, onisciente e onipo-
(Ez 28:12-17), o chefe geral de todos tente, tem seus agentes espalhados
os anjos que o acompanharam na por toda a parte, e esses seres caí-
sua rebelião contra Deus. Ele com- dos estão a seu serviço para guerrear
bate pessoalmente e comanda seus contra o povo de Deus”.3 Eles não
espíritos maus contra o crente.1 E tiram férias, não dormem e nem des-
como ele age? Atente para a pala-
2. Idem.
1. Cabral (1999:89). 3. Lopes (2009:179).
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roupa de um soldado romano, Paulo fortes, feitas de couro; davam pro-
alista seis partes dessa armadura: teção e estabilidade nas batalhas; ti-
Em primeiro lugar, temos o cinto nham cravos em baixo, para garantir
da verdade (v. 14a). Era o cinto de maior apoio e impedi-lo de deslizar.7
couro que o soldado romano usava Para ficarmos inabaláveis no dia mau,
para amparar e proteger o abdô- precisamos do evangelho da paz, a
men; servia também para prender a boa nova que nos foi contada. Uma
túnica e sustentar a espada. O cinto vez que o recebemos, temos comu-
o deixava apto para a batalha, pois nhão com Deus. Não somos mais seus
garantia que o soldado não teria im- inimigos. Essa comunhão e essa “paz
pedimento algum, ao marchar.5 Por com Deus”, que vêm com o evange-
isso mesmo, esse elemento é compa- lho, garantem-nos firmeza no dia mau.
rado com a verdade do evangelho, Em quarto lugar, temos o escudo
que nos torna aptos para essa bata- da fé (v.16). A palavra escudo utili-
lha. Firmada na verdade, a igreja está zada por Paulo denota o longo escu-
pronta para a guerra. do retangular que cobria o soldado
Em segundo lugar, temos a cou- inteiro na batalha. Era feito de duas
raça da justiça (v. 14b). A couraça camadas de madeira coladas juntas
do soldado romano era feita de uma e cobertas, primeiro com linho e de-
placa de metal, que cobria a parte pois com couro. Era projetado para
frontal do corpo, desde o pescoço proteger os soldados contra as lan-
até a cintura.6 Paulo compara esse ças e flechas com pontas de fogo
elemento da armadura com a jus- (inflamadas).8 Esse escudo é com-
tiça, que, aqui, é uma referência à parado com a fé, a confiança que
justificação. Fomos declarados ino- depositamos em Cristo, no início da
centes por Deus, quando recebemos nossa jornada cristã. Podemos des-
a Cristo. Em dias maus, o inimigo cansar seguros. A nossa fé em Cristo
não pode mudar essa sentença. Ele funciona como um escudo protetor,
pode até nos acusar, mas suas calú- diante dos dardos do maligno.
nias não mudam o que Deus pensa Em quinto lugar, temos o capace-
de nós. Para ficar firme, diante das te da salvação (v.17a). O capacete do
ciladas dele, lembre-se: você é justo soldado romano, usualmente, era fei-
aos olhos de Deus. to de metal resistente, tal como bron-
Em terceiro lugar, temos as sandá- ze ou ferro.9 Servia para proteger a
lias do evangelho (v.15). As sandálias sua cabeça de golpes mortais. Quan-
que o soldado romano utilizava eram
7. Cabral (1999:90).
5. Stott (2007:212). 8. Stott (2007:216).
6. Lopes (2009:184). 9. Idem.
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05. Leia Ef 6:16-17 e fale sobre as três últimas partes do armamento
disponível a todo crente em Jesus, na guerra espiritual que enfrenta.
06. Leia Ef 6:18 e fale sobre que prática precisamos manter, na guerra
espiritual em que estamos envolvidos? Temos levado isso a sério?
DESAFIO DA SEMANA
Pode ser que você esteja vivendo dias maus. Temos um inimigo
poderoso, mas que foi derrotado por Jesus, na cruz. Não igno-
remos seus ardis, mas tenhamos certeza de que o que está do
nosso lado é maior, muito maior! Tomemos a armadura de Deus.
Se você é crente em Jesus, ela está à sua disposição. Não precisa
fazer oração de guerra para consegui-la: o próprio Espírito Santo
lhe providenciou esse recurso, quando você recebeu a fé.
Tome a sua armadura, para permanecer firme nos dias maus.
Tome-a em oração, sem desconsiderar os outros soldados que es-
tão com você. Que tal procurar algum irmão em Cristo que não
teve a oportunidade de estudar esta lição e ainda tem conceitos
bem equivocados sobre a guerra espiritual e estudar com ele? Que
tal procurar alguém que esteja enfrentando “dias maus” e orar
com essa pessoa, mostrando o que a Bíblia ensina sobre o enfren-
tamento dos dias maus? Seu desafio é compartilhar e praticar este
ensino, durante esta semana. Que Deus o abençoe.
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13 SÁBADO o
Escola Bíblica,
Programa de Culto
e Sermão
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I AÇÕES DE JESUS NO EVANGELISMO
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02. Com base em Marcos 5:2-5 e no item 1, descreva a situação em
que se encontrava o gadareno.
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3. Diante de pessoas libertas, Todos fomos libertos por Jesus
constitua multiplicadores. Cristo, devido à graça do Pai (Ef 2:4-
Depois de libertar o gadareno, Je- 5). Somos salvos para compartilhar
sus foi constrangido a sair daquela re- essa graça que nos salvou. Todos
gião. Percebemos que aquelas pesso- nós sabemos que somos discípulos-
as estavam mais interessadas em sua -missionários do Senhor. Sendo as-
economia do que na libertação de sim, precisamos fazer discípulos (Mt
alguém. Ficaram com medo do ende- 28:19-20).
moniado liberto (Mc 5:15) e com rai- Todos nós temos a capacidade de
va, por causa do prejuízo que haviam contar para as pessoas ao nosso re-
tomado. Por isso, Jesus não pôde dor o que Jesus fez em nosso favor
pregar em Decápolis: teve de sair às e como ele teve misericórdia de nós.
pressas daquela região. Contudo, Não deixemos de desafiar aqueles
mesmo assim, as pessoas daquelas que um dia foram libertos por Jesus
cidades ouviram falar dele (Mc 5:20 a contar a sua experiência a outros,
– AS21), através do ex-endemoniado. a contar do grande amor de Jesus a
Jesus o desafiara a falar do evangelho outros. Constituamos multiplicado-
às pessoas que o cercavam. res da mensagem do evangelho.
DESAFIO DA SEMANA
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Quero fazer diferença Mostra-me tua glória,
Não ser mais um na multidão. Que enche a terra,
Eis-me aqui, Senhor, usa-me! Tua glória entre os povos,
Nova criação eu sou; Teus tesouros
Tudo novo se tornou, em Jesus. E riquezas,
Tua glória entre os povos.
A paz de Cristo, irmãos. Deus, por sua graça, concedeu-nos mais essa
oportunidade para meditarmos na quarta mensagem bíblica da série “Pesca-
dores de homens”. Hoje, queremos tratar, de maneira muito pessoal, sobre
o tema “Deixe Deus usar sua vida”. O texto bíblico que nos servirá de base
é Atos capítulo 8, versículos 4 a 8 e, depois, versículos 26 a 40. Na versão
Almeida Revista e Atualizada diz:
Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a pala-
vra. Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As mul-
tidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo
os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos
saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E
houve grande alegria naquela cidade.
Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do
Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se
levantou e foi. Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha
dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera
adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha len-
do o profeta Isaías. Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro
e acompanha-o. Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou:
Compreendes o que vens lendo? Ele respondeu: Como poderei entender,
se alguém não me explicar? E convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a
ele. Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como
ovelha ao matadouro; e, como um cordeiro mudo perante o seu tosquiador,
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assim ele não abriu a boca. Na sua humilhação, lhe negaram justiça; quem
lhe poderá descrever a geração? Porque da terra a sua vida é tirada. Então,
o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o pro-
feta. Fala de si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe explicou; e, come-
çando por esta passagem da Escritura, anunciou-lhe a Jesus. Seguindo eles
caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco:
Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito,
se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo
é o Filho de Deus. Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e
Filipe batizou o eunuco. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arre-
batou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu cami-
nho, cheio de júbilo. Mas Filipe veio a achar-se em Azoto; e, passando além,
evangelizava todas as cidades até chegar a Cesaréia.
1. Kistemaker (2006:410).
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existe lugar para a desobediência. Obedeçamos, e a atuação do Espírito
será notória em nossa vida.
Pois bem, aprendemos que, se permitirmos que Deus use a nossa vida na
proclamação, a atuação do Espírito será notória. Vejamos, agora, o segundo
ensino sobre o que acontece, quando deixamos Deus usar a nossa vida:
Até aqui, aprendemos que, se permitirmos que Deus use a nossa vida na
proclamação, a atuação do Espírito será notória e a apresentação do evange-
lho será eficaz. Vamos, agora, ao último ensino.
2. Kistemaker (2006:410).
3. Adeyemo (2010:1349).
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No livro de Atos, os sinais acompanhavam a pregação do evangelho. Aliás,
o próprio Jesus disse: Estes sinais acompanharão [gr. parakoloythései – “se-
guir ao lado”] os que crerem (Mc 16:17). E, depois, saindo os discípulos,
pregaram por toda a parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando
a palavra com os sinais (Mc 16:20). Na obra missionária, não abandonemos
a súplica: “Senhor, realiza sinais extraordinários!”.
Em segundo lugar, Filipe viu pessoas sendo salvas. Uma dessas pessoas foi
o etíope, que experimentou a benção da salvação. O escritor Lucas relata:
... chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água;
que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo
o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus
(8:36,37). Cumpriu-se na vida dele a condição de Jesus para a salvação:
Quem crer e for batizado será salvo (Mc 16:16). Nenhuma outra benção é
maior que a da salvação. O Deus abençoador é, principalmente, salvador e
conta conosco. Não esqueçamos: somos salvos para salvar.
Em terceiro lugar, Filipe viu grande alegria. As duas vezes em que Filipe
aparece, no capítulo 8, vemos a alegria tomar conta do cenário. Na primeira
vez, o povo daquela cidade ficou muito alegre (8:8). Trata-se dos samarita-
nos, povo sofrido, descriminado e com muitas enfermidades. Em tempos de
tanta tristeza, por causa de pobreza, violência, doença e morte, podemos,
também, ser usados por Deus para levar alegria a nossa comunidade. Na
segunda vez, o eunuco etíope continuou a sua viagem, cheio de alegria
(8:39 – NTLH). Ele era um homem importante, no reino etíope, mas, agora,
regozijava-se por fazer parte do reino de Deus. Não devemos pensar que
pessoas ricas ou bem-sucedidas não precisam dessa alegria. Deixemos Deus
nos usar para levarmos alegria a nossa casa, a nossa rua, ao nosso trabalho,
a nossa faculdade, enfim, onde nós estivermos.
CONCLUSÃO
Como vimos, Deus usou Filipe poderosamente para realizar seus desígnios
nos samaritanos e no tesoureiro etíope. Talvez Filipe não tivesse a consciên-
cia do alcance de suas obras. Mas, ao que tudo indica, o etíope também foi
usado por Deus no seu país, cumprindo, assim, o mandamento de ser tes-
temunha até os confins da terra. Samaria e a Etiópia foram alcançadas pelo
verdadeiro evangelho de Cristo. E nossa casa? E a nossa comunidade?
Irmãos, Deus é Deus de pessoas, como está escrito em Êxodo 3:6: Eu
sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus
de Jacó. Esse mesmo Deus usa pessoas para cumprir seus propósitos na
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BIBLIOGRAFIA
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