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JOSÉ GERALDO ALBERTO BERTONCINI POKER

MEMORIAL

Marília, novembro de 2003

Sou José Geraldo Alberto Bertoncini Poker. Geralmente, quando me conhecem, as pessoas
estranham o sobrenome. Logo perguntam se é porque jogo poker, ou ainda se também jogo truco.
Alguns acham que é um apelido. Daí, tenho de explicar que se trata de um sobrenome mesmo, que
veio da Holanda, terra de meu pai, cujo pai, o meu avô, era alemão. Então Poker é um sobrenome
alemão.

Sou assim, filho de um holandês descendente de alemão que migrou para o Brasil depois da
segunda guerra. Minha mãe, por sua vez, é filha de italianos casados com portugueses. Quando nasci,
na cidade de Campos Novos Paulista, às 5 horas da manhã de 27 de dezembro de 1961, era o primeiro
neto homem. Por isso meu nome ficou desse jeito: José, que é o santo padroeiro da cidade; Geraldo,
que é o nome aportuguesado do meu pai; Alberto, que era o nome de um padre amigo, que resolveram
homenagear; Bertoncini, o sobrenome da minha mãe. E finalmente, o sobrenome do pai, Poker.
Aparentemente meu nome foi composto na tentativa de contemplar vários gostos.

Sou o mais velho de três irmãos. Depois de mim, nasceu Beatriz, em 22 de abril de 1964. Por
último, veio José Eduardo (o tio Didi, que minhas filhas adoram), em 21 de setembro de 1968.

Atualmente, sou casado com Rosimar Bortolini Poker, desde 22 de julho de 1989. Eu a conheci
e nos tornamos namorados quando éramos estudantes, ela de Pedagogia e eu de Ciências Sociais. Ela
é professora assistente-doutora da FFC-UNESP/Campus de Marília, vinculada ao Departamento de
Educação Especial. Temos duas filhas, como já disse: Giovana, que completa onze anos, e Gabriela,
que já completou 5 anos.

Quando nasci, meu pai já era professor. Ministrava aulas de quase todas as disciplinas do antigo
curso ginasial, por causa de sua formação eclética. Mas era licenciado mesmo em História e Filosofia.
Minha mãe também trabalhava. Era escrituraria dos Correios. Levávamos uma vida modesta, muita
tranqüila em Campos Novos. Foi lá que comecei a estudar, logo aos 5 anos, freqüentando o pré-
primário na única escola pública, a única escola da cidade.

No início de 1968, meus pais me matricularam no antigo 1º ano do grupo. Tinha apenas 6 anos,
recém completados, e era o menor da turma. Essa foi a minha sina por quase toda a vida escolar. Ser
sempre o menor e mais novo, o café-com-leite das brincadeiras, e que eventualmente era também
vítima da brutalidade dos maiores.

Em 1969, minha mãe foi transferida para Botucatu, para onde nos mudamos no dia 6 de maio
do mesmo ano. Lá continuei meus estudos, ainda na escola pública. Primeiro, continuei o 2º ano no
Grupo Escolar Estadual “Dom Lúcio”. No ano seguinte, mudei de escola. Fui matriculado na Escola
Estadual de Primeiro Grau “José Gomes Pinheiro”. Estudei lá até a 7ª série.

Quando chegou 1974, novamente minha mãe recebera a notícia de que seria transferida de
agência, para Tietê. E mudamos outra vez. Também de escola. Dessa vez fui parar na EEPSG “Plínio
Rodrigues de Almeida”. Lá terminei a 7ª série. Estava já com 13 anos, e era 1975. Por causa do fervor
religioso dos meus pais, e pelo meu interesse em bons estudos, naquele ano ingressei no Seminário
Redentorista Santa Teresinha, lá em Tietê mesmo.
No seminário, cursei a 8ª série e todo o colegial. O regime era de internato. As aulas eram
oferecidas dentro do seminário, e consumiam quase todo o período do dia. Lembro de ter estudado
muito naquele tempo. Lembro de ter sentido muito cansaço nas noites, em que preparava as atividades
do dia seguinte, para as aulas. Era um estudo, como se diz hoje, puxado. Mas valeu a pena. Além de
uma ótima cultura geral, a formação no seminário me trouxe conhecimentos de grego, latim, inglês e
francês.

Depois da formatura no colegial, no final de 1978, ainda no seminário dos redentoristas, fui com
a minha turma para Campinas, continuar os estudos para ser padre. Precisava fazer o vestibular no
começo de 1979 para cursar Filosofia, na PUCCamp, o que consegui. Saí do seminário logo depois, e
permaneci cursando Filosofia.

Lembro que era uma vida gostosa aquela de estudante de filosofia em Campinas. Estudava um
pouco, tocava violão nas festas e bares para arrumar algum dinheiro. Tornei-me militante da antiga e
extinta LIBELU. Fui preso duas vezes, participando de manifestações e distribuindo panfletos
considerados proibidos. Mas não consegui me formar, porque devido a problemas familiares, tive de
voltar para casa dos meus pais.

Foi quando abandonei os estudos, e no final de 1980 comecei a trabalhar como mecânico de
refrigeração na rede de assistência técnica da Brastemp. Por causa disso, passei uma temporada em
São Bernardo do Campo. Lá, na fábrica da Brastemp, trabalhei na linha de montagem e no serviço de
controle de qualidade.

Em 1981, em Tietê, voltei a trabalhar na rede de serviço autorizado daquela fábrica,


permanecendo até março de 1983. Naquele ano, por causa de uma recessão econômica decidida por
Antônio Delfin Netto, então ministro do planejamento do governo militar de João Batista Figueiredo,
meu emprego ficou inviabilizado. Resolvi tentar a sorte na agricultura, junto com meu pai. Ele e eu
passamos a trabalhar nas terras herdadas pela minha mãe, em Campos Novos.

A plantação mal nos sustentava. Para conseguir um pouco mais de dinheiro, eu revezava meus
dias de trabalho no nosso sítio, com dias em que trabalhava nos sítios de outros, como bóia-fria.

Fiquei assim até setembro de 1984, quando resolvi mudar-me para Marília, onde já estavam
meus irmãos. Em Marília, voltei a trabalhar no serviço autorizado da Brastemp, ao mesmo tempo em
que era incentivado por minha tia Maria Aparecida a voltar a estudar. Por causa dela, no final de 1984,
inscrevi-me no vestibular para o curso de Ciências Sociais da FFC-UNESP.

Passei no vestibular, e em 1985 matriculei-me no curso. Por causa do horário e do tipo de


trabalho, chegava sempre atrasado às aulas, e meu desempenho era ruim. Como resultado, reprovei
em todas as disciplinas no primeiro ano da faculdade. Decidi não desistir, e retornei para o primeiro
ano em 1986. Nessa época, recebi um conselho do meu professor de economia, o falecido Helton
Alves Faleiros, que mudou a minha vida. Disse-me Helton que eu tinha talento para a área, e que
deveria parar de trabalhar para somente estudar; que poderia desenvolver uma pesquisa de iniciação
científica, e poderia até pedir uma bolsa de estudos.

Não sei porque levei o conselho a sério. No final de 1986 parei de trabalhar, dedicando-me só
aos estudos. Em 1987 colhi os primeiros resultados da opção que fiz: tornei-me monitor da professora
Mirian Cláudia Lourenção, na disciplina Geografia Humana. Para ser monitor, recebi uma bolsa da
Fundunesp durante aquele ano letivo.
Ainda no final de 1987, participei da seleção para concorrer a uma bolsa de Iniciação Científica
do CNPq, oferecida pelo projeto de pesquisa Análise e Avaliação dos Projetos de reforma Agrária e
Assentamento no Estado de São Paulo. Era um projeto que envolvia docentes e alunos de vários cursos
e câmpus da UNESP. Consegui a vaga, e tornei-me bolsista do CNPq, logo em março de 1988. A
participação no grupo de pesquisadores foi determinante para que eu entrasse em contato com a
problemática da pesquisa, com a questão agrária, com os movimentos de luta pela terra. Tudo isso
compôs o cenário em que nasceu meu interesse pela carreira acadêmica, os meus temas de pesquisa,
que me levaram ao mestrado, ao doutorado, e me acompanham ainda agora, nesse concurso, dentro
do projeto de pesquisa que trago comigo.

Terminada a graduação, tornei-me bacharel em Ciências Sociais no final de 1989. Defendi a


monografia A prática da vida e os desencontros da libertação, orientada por Maria Isabel Leme
Faleiros, minha inesquecível primeira orientadora, inclusive na bolsa do CNPq, e no projeto de
pesquisa que fazia parte.

Naquele momento, disposto a continuar os estudos para a carreira acadêmica, enveredei pelos
exames de seleção em alguns programas de mestrado. A primeira tentativa foi na seleção promovida
pela Universidade Federal Fluminense. Fui reprovado. Depois veio a vez da Universidade Federal
Rural do Rio de Janeiro. Passei na prova escrita, mas fui reprovado na entrevista. Prestei, em seguida,
a seleção para o mestrado em História, na UNESP de Assis, e de Ciências Sociais, na UFSCAR.

Por último, tentei a seleção do programa de mestrado em sociologia, da FFLCH da USP. Para
minha surpresa, fui aprovado em Assis, São Carlos e na USP. Resolvi escolher a USP. Fui para São
Paulo, morar com a minha sogra, Dona Marlene, e minha cunhada, Carla.

No programa de mestrado, foi-me designado como orientador o professor Brasílio Salum. No


entanto, logo em março, quando comecei a cumprir os créditos em disciplinas, conheci Carlos
Rodrigues Brandão, que era da UNICAMP, mas vinha para a USP por dois anos. Tornamo-nos
amigos, e Carlos Brandão me propôs que fosse seu orientando, o que aceitei de pronto. Infelizmente,
o seu nome não pode constar como orientador oficial da minha dissertação, porque seu contrato com
a USP acabou, e ele não quis renovar.

Isso não me causou problema. Em 22 de junho de 1994, diante de uma banca composta por
Carlos Brandão, Heloísa de Souza Martins e Lísias Negrão, sob a orientação do último, defendi a
dissertação de mestrado intitulada A prática da vida e os desencontros da libertação.

A dissertação enfocou a problemática que envolve as práticas de assessoria e mediação nos


movimentos de luta pela terra. Explico: em geral, os movimentos de luta pela terra no Brasil não
nascem espontaneamente, criado pelos seus próprios integrantes. Eles são constituídos contado com a
preciosa ajuda de agentes vinculados à Igreja Católica, a Sindicatos ou partidos políticos.

Esses agentes são os chamados mediadores ou assessores dos movimentos. Os agentes oferecem
apoio logístico, organizacional e até material aos sujeitos dos movimentos, quer dizer, aqueles que
efetivamente lutam politicamente para conseguir um tanto de terra. Mas cobram por isso: a ajuda dos
mediadores ou assessores costuma ser cobrada quando da conquista da terra. Nesse momento, os
mediadores e assessores tentam dirigir os recém assentados para outros caminhos, que não aqueles
traçados por eles mesmos.

Via de regra, assessores e mediadores tentam convencer os assentados a adotarem formas


coletivizadas ou cooperadas de trabalho e gestão da terra, com o que nem sempre os assentados
concordam. Ocorre então o rompimento entre mediadores, assessores e assentados, matando as
possibilidades de a parceria continuar, e de promoverem novas lutas, visando novas conquistas.

Esse foi também o tema que explorei na tese de doutorado. Depois da defesa da dissertação,
comecei a preparar o projeto para o doutorado. Conversei com Lísias Negrão, e ele concordou em
continuar como meu orientador numa nova empreitada.

Em janeiro de 1995, inscrevi-me para a seleção do doutorado, ainda na Sociologia da USP. Fui
aprovado.

A tese ficou pronta e foi depositada em setembro de 1999, mas somente pode ser defendida em
1 de dezembro daquele ano. O título ficou enorme: Reinventando a vida. Uma análise da metodologia
empregada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para implementar formas
de cooperação em assentamentos de reforma agrária.

Na tese, tentei demonstrar a repetição da complicada relação entre assentados, militantes e


dirigentes do MST, que fazem as vezes de mediadores e assessores nos movimentos localizados de
luta pela terra.

Tal como observado na dissertação de mestrado, dirigentes e militantes do MST ajudam pessoas
a se organizarem e se mobilizarem para lutar pela terra, mas tentam conduzi-las depois por caminhos
que originalmente não escolheram. Ocorre o rompimento, devido à resistência dos assentados em
aceitar a coletivização ou cooperação na gestão da terra e do trabalho.

Consciente disso, a direção do MST tem investido na formulação de métodos de implementação


de formas cooperação que permitam superar a resistência dos assentados. A tese teve como objetivo
avaliar os resultados obtidos pelos métodos elaborados, concluindo que eles ainda não produzem o
resultado esperado devido a um problema epistemológico que condiciona sua formulação. A tese foi
defendida e aprovada com a nota máxima, acrescida das menções de distinção e louvor. Mas não foi
recomendada para a publicação na forma como se encontrava. A banca examinadora, composta por
Antônio Flávio Pierucci (USP), Carlos R. Brandão (UNICAMP), Heloísa de Souza Martins (USP),
Robinson Janes (UNESP) e Lísias Negrão (Orientador – USP), considerou o trabalho muito longo.
Poderia ser publicado, desde que devidamente enxugado.

A narrativa até aqui teve como objetivo principal descrever alguns aspectos da minha vida como
estudante, que sou desde o meus 5 anos, e que continua ainda, porque penso que não terminei meus
estudos. Tenho planos de iniciar um outro doutorado, possivelmente na área do Direito, continuando,
entretanto, a enfocar a temática dos movimentos sociais de luta pela terra.

Preciso tratar agora de dizer algo sobre minha carreira como professor, e do que fiz até
candidatar-me nesse concurso.

Meu interesse em ser professor não nasceu junto com o desejo de seguir a carreira acadêmica.
Desejava a carreira acadêmica pelo gosto que sentia pela pesquisa. Queria ser um cientista social, um
pesquisador.

No entanto, tudo isso se modificou quando no final de 1986, a convite do professor Misael
Ferreira do Vale, Rosimar, naquela época minha namorada, resolveu engajar-se no Projeto Rondon,
num trabalho de capacitação de professores leigos que seria desenvolvido no município de Manicoré,
no Amazonas. Gostei da idéia, e resolvi ir com ela. Guardamos dinheiro, porque eu iria por conta
própria.
Quando chegamos em Manicoré, o professor Misael permitiu que eu fosse integrado ao grupo
de trabalho, deixando de ser um mero acompanhante. Minha atividade consistia em ajudar a produzir
os materiais que seriam utilizados nas aulas de capacitação em Matemática e Língua Portuguesa. Tive
um contato muito próximo com aquelas pessoas, e passei a observar a maneira pela qual o
desenvolvimento do conhecimento pode proporcionar possibilidades de emancipação, à medida que
proporciona formas alternativas de elaboração de soluções aos problemas, mesmo àqueles cotidianos.

Eis o momento em que decidi, além de ser um pesquisador na área das Ciências Sociais, tornar-
me professor, com o intuito de fazer com que os conhecimentos que eu porventura produzisse na
atividade de pesquisa pudessem ser divulgados, e assim instrumentalizados por pessoas que queiram
mudar a si mesmas e intervir de alguma forma no contexto em que vivem.

Depois daquela experiência em Manicoré, não mais consegui pensar em outra coisa.
Entusiasmei-me pelas questões relacionadas à educação, sobretudo com a filosofia de Paulo Freire e
a Educação Popular. Pelo autodidatismo às vezes, mas sempre contando com a valiosa direção da
Rosimar, especialista no assunto, fui conhecendo mais e mais dos meandros que perfazem a atuação
no magistério, o que é e o que é preciso para ser um bom professor.

Embora não possa comprovar com documentos, no rol de minhas experiências consta a
passagem como repórter do Diário Marília Notícias, em 1988. Era um jornal bi-semanal, de circulação
local. Trabalhei ali apenas por dois meses, o tempo suficiente para aprender algumas técnicas de
redação, que sempre me ajudam muito.

Enquanto professor mesmo, demorou para que eu tivesse outras experiências em sala de aula.
Lembro que a primeira vez que ministrei uma aula foi para uma 5ª série, na disciplina Educação Moral,
numa escola pública do distrito mariliense de Padre Nóbrega. Isso foi em meados de 1991. Fui parar
lá por causa de uma nova e valiosa intervenção de minha tia Maria Aparecida, que na época era
diretora de escola, não sei qual, e que divulgou meu nome entre as suas colegas diretoras, pedindo
para me chamarem quando houvesse a necessidade de um professor substituto nas escolas.

A partir daquele momento as possibilidades de aula aumentaram, e eu não mais deixei de ser
professor. Em agosto de 1991, consegui aulas de Geografia como substituto na 6ª e 7ª séries da EEPSG
“Monsenhor Bicudo”, e no final daquele ano prestei a seleção para professor do CEFAM (Centro
Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério), sendo aprovado para ministrar aulas das
disciplinas Sociologia da Educação e História Geral e do Brasil.

Permaneci no CEFAM até abril de 1995, quando decidi me dedicar apenas ao trabalho na FFC.
Em 1994, concorri numa seleção para professor substituto em regime de 20 horas semanais, vinculado
ao Departamento de sociologia e Antropologia, e fui aprovado para ministrar as disciplinas Sociologia
Geral, Sociologia Rural e Sociologia da Educação nos cursos de Pedagogia e Ciências Sociais.

Meu contrato de substituição acabou em 1995, mas permaneci como professor conferencista,
até surgir novo contrato de substituição, por dois anos, no mesmo departamento.

Na minha passagem pela FFC, mesmo sendo professor substituto, engajei-me em várias
atividades. Fui membro da Comissão de Moradia, da Comissão de Seleção de Bolsistas PAE, da
Comissão Organizadora do Venha nos Conhecer por duas vezes; organizei exposições sobre
artesanato indígena, e, por fim, fui designado pelo diretor Antônio Geraldo de Aguiar, como professor
responsável pela participação da UNESP no Programa Universidade Solidária. Durante pouco mais
de um mês, de 6 de janeiro a 8 de fevereiro de 1997, a equipe por mim coordenada desenvolveu
diversas atividades educativas no município baiano de Ribeira do Amparo. Mais detalhes sobre isso
poderão ser obtidos mediante a documentação apresentada em anexo.

Em 1997, juntamente com os colegas Vandei P. da Silva, Vinício C. Martinez, Marília Higa,
Rosimar Bortolini e Arleta N. Zelante, compus a equipe que ofereceu o módulo Fundamentos da
Educação: dimensões filosóficas, sociológicas, metodológicas e as propostas curriculares, para o
Programa de Educação Continuada, criado pela Secretaria Estadual da Educação. Ministrando o
módulo, a equipe transitou por várias escolas da região, durante aquele ano todo.

O contrato de substituição na FFC terminou em julho de 1997. Por vários fatores, não houve
possibilidades de permanência. Todavia, desde fevereiro, quando retornei da participação no
Programa Universidade Solidária, fui chamado para uma entrevista pela direção da Fundação de
Ensino “Eurípides Soares da Rocha”, hoje também chamada UNIVEM, que se interessou pelo meu
currículo. No final da entrevista, fui contratado para assumir as aulas de Sociologia das Organizações,
no curso de Administração de Empresas, e de Ciência Política e Teoria Geral do Estado, no curso de
Direito.

Quando entrei para o corpo docente da UNIVEM, meu contrato era de 20 horas semanais, com
a incumbência de ministrar 10 aulas em sala, e as outras 10 horas deveriam ser consumidas na
implementação do Programa de Iniciação Científica, recém criado pela instituição.

E assim foi. Durante todo o ano letivo de 1997, insisti com os alunos dos cursos de Direito e de
Administração de Empresas a desenvolverem projetos de pesquisa. Tive sucesso apenas com os alunos
do Direito. Naquele ano, consegui reunir um grupo de 10 alunos, e nos encontrávamos pelo menos
duas vezes por semana, para conversarmos sobre assuntos relacionados à elaboração de um projeto de
pesquisa. É preciso destacar que a atividade de pesquisa é algo totalmente estranho nas faculdades
particulares, e mais estranha ainda nos cursos de Direito e de Administração de Empresas. Como
resultado, no ano seguinte, em 1998, havia dois resumos de pesquisas que foram encaminhados e
aceitos para apresentação na Reunião Anual da SBPC, que se realizou em Natal. Por causa dos
melhores resultados obtidos, concentrei minha atuação no curso de Direito. O aumento de alunos
envolvidos com a pesquisa e a contração de mais professores titulados com a incumbência de orientar
pesquisas de iniciação científica, levou-me a um outro passo no trabalho. Por decisão de Samyra H.
Naspolini, direito recém contratada para o curso de Direito, criamos o Núcleo de Pesquisa e Extensão
em Direitos Humanos e Cidadania, e eu fui empossado coordenador, cargo em que permaneci até
janeiro de 2001.

O Núcleo criado tinha como objetivo integrar as diversas pesquisas, de alunos e professores,
que já estavam sendo realizadas, em torno da temática comum. Na prática, o objetivo do Núcleo era
se constituir como um grupo de pesquisa. Porém, em grande parte devido à novidade que a atividade
de pesquisa representava para a instituição, o que influenciava alunos, professores, direção e
mantenedores, a tentativa de articulação não deu resultados. O Núcleo transformou-se numa instância
burocrática, limitando-se a registrar as pesquisas feitas.

Antes de minha saída da coordenação do Núcleo de Pesquisa, investi na constituição de um


grupo de pesquisa, com base nos moldes do CNPq. Junto com os alunos Ana Carolina Bizari, Giovana
Temple, Alexandre Andersen, Marcelo Navarro de Moraes, Luiz Gustavo Muzzi Sant’Anna, Ângelo
Ambrizzi, Larissa da Silva, Nery dos santos de Assis, Suzimari de Castro Silva, Juliana Colombo,
entre outros, em março de 2000 foi criado o grupo de estudos sobre Direito, Racionalidade e
Democracia, cuja documentação também se encontra em anexo.
O grupo foi criado em 2000, mas por diversas contingências apenas o cadastramos no CNPq em
junho de 2002. Aliás, o cadastramento se deveu ao ingresso de dois novos membros, cuja
determinação foi crucial para a consumação do referido ato. Foram Mariana Moron Saes Braga e
Humberto Tenório Gomes, alunos do programa de mestrado, aqueles que decidiram o cadastramento.

A criação do Programa de Mestrado em Direito, que já nasceu recomendado pela CAPES,


representou para mim uma nova modalidade de trabalho dentro da UNIVEM. O Programa foi
oficialmente instituído em maio de 2000, mas fui convidado a participar dele desde o começo de sua
estruturação. Na época, Jayme W. Gasparoto, que ainda é o atual coordenador, convidou-me a integrar
o corpo docente e o grupo de orientadores. Pediu-me o plano de ensino de uma disciplina na área da
Ciência Política. Elaborei a disciplina e a ofereci. Chamou-se Teorias do Estado, e hoje é uma
disciplina obrigatória do Programa.

Desde agosto de 2000, quando houve a seleção da primeira turma, orientei quatro dissertações
defendidas. Atualmente, tenho seis orientandos sob a minha responsabilidade, dos quais um deles deve
defender a dissertação no mês de dezembro do corrente ano.

Ao longo desses anos trabalhando na Fundação Eurípides – UNIVEM, desenvolvi outras


atividades, além daquela de professor, além das aulas na graduação e no mestrado. Escrevi artigos,
integrei bancas examinadoras na própria instituição e em outros lugares, participei de eventos, etc.

Tomei a iniciativa e coordenei a comissão organizadora para a promoção das duas primeiras
edições do Seminário de Iniciação Científica, em 1999 e 2000, evento esse planejado para reunir e
divulgar os projetos de iniciação científica de todos os cursos existentes na Fundação – UNIVEM.
Atualmente, o Seminário está na sua quinta edição, merecendo uma data fixa no calendário de eventos
da instituição.

Da mesma forma, compus a primeira comissão e o conselho editorial para a criação da revista
Em Tempo, em 1999. A revista, de periodicidade anual, tem o ISSN 1516-8964, é classificada pelo
CONPED (Conselho de Pesquisa e Pós Graduação em Direito) com indicador de qualis 1, e prepara-
se para o lançamento do número 5, com pretensões de se tornar uma revista de circulação internacional
na área do Direito.

Preciso lembrar que em 2001, enviei à FAPESP um pedido de bolsa para o projeto A diversão
universitária e a colisão de direitos em Marília-SP. O pedido foi aceito, e a pesquisa foi realizada por
Flávia E. C. Noronha. Foi a primeira bolsa de pesquisa recebida de uma agência de fomento na história
da Fundação-UNIVEM. O relatório final da pesquisa foi encaminhado em setembro de 2002, e
considerado aprovado, conforme poderse-á constatar pelo comprovante, nos anexos.

De tudo que faço, uma das atividades que mais gosto de mencionar é a de professor orientador
do CAJUP (Centro de Assessoria Jurídica Popular), trabalho que faço de desde janeiro de 2002. O
CAJUP é um centro de promoção de atividades educacionais na área do Direito, dirigido às classes
populares, inventado por alunos e vinculado ao Diretório Acadêmico Paulo Correa de Lara, do curso
de Direito. No CAJUP, orientei projetos de pesquisa, extensão, atividades de estudo e capacitação, e
a realização de eventos, conforme constam da documentação que acompanha este memorial.

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