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Foco dos jornais não é prender Lula e sim mantê-lo inelegível
Mas como diz o provérbio alemão: é nos detalhes que o diabo mora.
E aí vale destacar três pontos que permearam toda a edição da
quinta.
O primeiro, e mais impressionante – apesar de não inédito – foi a
ausência de qualquer declaração de Lula no telejornal, tanto sobre a
decisão do STF quanto sobre a decretação da prisão.
Lula pode não ter dado entrevistas à imprensa nas últimas horas,
mas falou em inúmeras ocasiões e espaços públicos sobre este
fato, e sua posição poderia ter sido facilmente recuperada pela
produção da emissora. Mas não o foi.
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O mecanismo da manipulação
Por fim, vale citar duas cerejas do bolo desta edição histórica, como
a Globo mesmo fez questão de destacar: mais uma tentativa de
caracterizar o PT como um partido violento – a emissora mostrou
imagens de uma briga que aconteceu em frente ao Instituto Lula e
afirmou que o partido teria dito que faria “tudo para impedir a prisão
do ex-presidente” – e as declarações escolhidas para o quadro “O
Brasil que queremos”, que encerrou o jornal da noite com metade
dos participantes falando sobre combate a corrupção, uma delas
afirmando que “os políticos corruptos tem que ser banidos do País”.
Mas não foi só. O Grupo Globo, uma vez mais, reafirmou seu
compromisso editorial com a Operação Lava Jato – o que o fez, em
2017, a tentar derrubar o próprio Temer: “a ordem de prisão de Lula,
por sua vez, é o ponto mais alto de um processo de limpeza ética
por que passa a vida pública do País, a partir do fortalecimento de
instituições de Estado — Ministério Público, Judiciário, Polícia
Federal —, renovadas por gerações recém-chegadas de servidores
profissionais”.
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