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BRASIL
2
MANUAL DE
Classificação de terras
Para Irrigação
IRRIGAÇÃO
BRASÍLIA - DF
2002
Todos os Direitos Reservados
Copyright © 2002 Bureau of Reclamation
Os dados desse Manual estão sendo atualizados por técnicos do Bureau of Reclamation.
Estamos receptivos a sugestões técnicas e possíveis erros encontrados nessa versão. Favor
fazer a remessa de suas sugestões para o nosso endereço abaixo, ou se preferir por e-mail.
1ª Edição: Outubro de 1993
2ª Edição: Dezembro de 2002
Meio Eletrônico
Editor:
BUREAU OF RECLAMATION
SGA/Norte - Quadra 601 - Lote I - Sala 410
Edifício Sede da CODEVASF
Brasília - DF
CEP - 70830-901
Fone: (061) 226-8466
226-4536
Fax: 225-9564
E-mail: burec2001@aol.com
Autor
Val H. Carter – Engº Agrônomo – “Bureau of Reclamation”
Equipe Técnica do Bureau of Reclamation no Brasil
Catarino Esquivel - Chefe da Equipe
Ricardo Rodrigues Lage - Especialista Administrativo
Evani F. Souza - Assistente Administrativo
Tradutores
Amir Gomes de Souza - Pedólogo - DNOS
Mario Guilherme Garcia Nacinovic - Engº Agrônomo - DNOS
Revisão Técnica
CODEVASF / DNOCS / DNOS – Vários Especialistas
Composição e Diagramação:
Print Laser - Assessoria Editorial Ltda
Ficha Catalográfica:
Carter, Val H.
Classificação de terras para irrigação / Val H. Carter. —
Brasília: Bureau of Reclamation, 2002
143 p. : il. (Manual de Irrigação, v.2)
Trabalho elaborado pelo Bureau of Reclamation, do Depar-
tamento de Interior, dos Estados Unidos, por solicitação do Mi-
nistério da Integração Nacional do governo brasileiro.
1. Solo – classificação. 2. Irrigação – Solo. I. Título. II.
Série.
CDU 631.47:626.81/84
Classificação de Terras para Irrigação
APRESENTAÇÃO
O Bureau vem prestando estes serviços há mais de dezesseis anos. Neste período,
obteve um conhecimento bastante amplo sobre a agricultura irrigada, no Brasil. Devido
a este conhecimento e à grande experiência do Bureau, em assuntos de irrigação, o
Ministério da Integração Nacional, solicitou que fossem elaborados manuais técnicos,
para utilização por órgãos governamentais (federais, estaduais e municipais), entidades
privadas ligadas ao desenvolvimento da agricultura irrigada, empresas de consultoria,
empreiteiras e técnicos da área de irrigação.
Para sua elaboração contou com o trabalho de uma equipe de engenheiros e espe-
cialistas do “Bureau of Reclamation”, por solicitação do governo brasileiro.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8
1.1 Objetivo do MANUAL ..................................................................................... 8
1.2 Finalidade e Teoria da Classificação de Terras .................................................... 8
1.3 Definições ................................................................................................... 10
2 PRINCÍPIOS ......................................................................................................... 14
2.1 Previsão ...................................................................................................... 14
2.2 Correlação Econômica ................................................................................... 15
2.3 Fatores Permanentes e Mutáveis .................................................................... 16
2.4 Clima e seus Efeitos na Irrigação .................................................................... 16
3 PROCEDIMENTOS ........................................................................................ 18
3.1 Correlação dos Fatores Econômicos e Físicos ................................................... 18
3.1.1 Determinação do Plano de Cultivo e do Método de Irrigação .................. 19
3.1.2 Relação entre os Níveis de Produtividade e o Planejamento
para o Desenvolvimento da Terra ....................................................... 21
3.1.3 Relação entre os Custos de Desenvolvimento da Terra e
Outros Custos de Produção .............................................................. 21
3.2 Formulação das Especificações ...................................................................... 22
3.2.1 Limites Críticos para Deficiências em Relação ao Retorno Econômico ..... 22
3.2.2 Limites Críticos para Fatores Relacionados à
Permanência da Agricultura Irrigada Produtiva ..................................... 27
3.3 Considerações no Desenvolvimento do Projeto ................................................. 27
3.3.1 Níveis de Detalhes Necessários aos Objetivos do Estudo ....................... 28
INTRODUÇÃO
Embora este guia seja mais útil para pedólogos, poderá ser também uma boa refe-
rência para qualquer pessoa envolvida com os métodos e objetivos da classificação de
terras.
mento das terras são realizadas em todos os levantamentos para suplementar e susten-
tar as designações das classes e subclasses de terras. Avaliações informativas adicionais
de aspectos físicos e químicos específicos e de considerações econômicas são proporcio-
nadas conforme as necessidades. Outros dados relativos a solos, topografia, drenagem,
uso atual da terra, cobertura vegetal e demais fatores são coletados e apresentados nas
observações dos perfis incluídos em cada ficha de campo de classificação de terras. Os
resultados da classificação são utilizados em estudos econômicos e na análise dos bene-
fícios do projeto, a fim de se determinar a justificativa econômica para a sua implanta-
ção. Portanto, uma classificação de terras é fundamental para o sucesso técnico e econô-
mico de qualquer projeto de irrigação.
Cada área escolhida para suportar um projeto de irrigação precisa ser estudada
como uma entidade independente, e as especificações para a sua classificação devem
ser desenvolvidas de tal forma que reflitam os níveis esperados de produção, os efeitos
dos fatores químicos e físicos, a infra-estrutura de comercialização, o uso atual e futuro
das terras e os tipos de empreendimentos. As especificações para a classificação das
terras, estabelecidas com base nestes fatores, permitem a separação das terras em cate-
gorias relativamente apropriadas, independentemente das análises de capacidade de
pagamento ou da renda líquida do lote. Assim, é possível que diversos cenários econô-
micos de atividade agrícola numa mesma área geográfica apresentem capacidades eco-
nômicas e especificações para classificações diferentes. As diferenças entre as
especificações para classificação entre os Estados Unidos e outros países podem ser tão
grandes a ponto de terras semelhantes, consideradas adequadas para irrigação em uma
área, serem inadequadas numa outra.
Entre os fatores que contribuem para a aptidão ou inaptidão de uma área, incluem-
se a duração do ciclo da cultura, as lavouras que podem ser cultivadas e os métodos de
irrigação adotados. Este princípio aplica-se particularmente às diferenças de classifica-
ção relativas aos custos permissíveis para o desenvolvimento das terras. Diferenças si-
milares podem existir num mesmo cenário econômico de atividade agrícola, quando
houver grandes variações nos custos de OM&R (operação, manutenção e reposição)
dentro do projeto.
Os fatores básicos das terras que integram uma classe de terra, e que determinam
a sua capacidade para gerar rendimentos ou benefícios, são: capacidade produtiva (in-
cluindo os custos de produção), custos de desenvolvimento da terra e custos de drena-
gem. Com base nesses itens, as terras são separadas em categorias apropriadas que
indicam a sua aptidão para irrigação.
1.3 Definições
Terra Irrigável - É a área sob um plano específico, onde a água está ou poderá
tornar-se disponível, e que possua ou planeja-se prover com irrigação, drenagem,
proteção contra enchentes e outras instalações necessárias a um projeto de irriga-
ção. O plano, que visa a proporcionar serviços de irrigação à área, precisa ser viá-
vel em termos de engenharia e atender os requisitos estabelecidos pela autorida-
de responsável pelo desenvolvimento dos recursos hídricos e de terra da área em
estudo ou pela instituição financeira responsável pelo financiamento do projeto.
Área Irrigável - Compreende a porção da área arável, que possui ou possuirá um
manancial e um sistema de drenagem, quando necessário, pertinentes à fase final
de desenvolvimento do projeto em questão. Á delineada dentro de uma área ará-
vel, mediante a análise de quaisquer limitações impostas pelo abastecimento
d’água, pelos custos das instalações e do fornecimento dos serviços a áreas espe-
cíficas e das terras necessárias para faixas de domínio e outras finalidades não
produtivas.
Renda Líquida - É a renda obtida após a dedução, da receita bruta da venda de
produtos agropecuários, de todos os custos de produção, incluindo os juros sobre
o capital tomado como empréstimo e a depreciação. Representa o retorno recebi-
do pelo agricultor sobre o capital investido, o gerenciamento e a mão-de-obra,
bem como sobre a água de irrigação fornecida pelo projeto. Pode ser também
considerada como o retorno não diferenciado de todos os fatores de produção não
cotados, incluindo a água de irrigação e outros serviços fornecidos ao produtor,
pelo projeto, quando analisados de um ponto de vista da economia global.
Capacidade de Pagamento - Conforme utilizado nos Estados Unidos, este ter-
mo significa a renda remanescente disponível para o pagamento das tarifas de
água, após a dedução da renda líquida do agricultor, do seu capital de investimen-
to, gerenciamento, mão-de-obra e mão-de-obra familiar. É a renda líquida que ex-
cede o valor necessário para proporcionar um padrão de vida adequado à família
do agricultor.
Terra Produtiva - É a porção máxima da área irrigável sob cultivo irrigado, a qual
fornece os subsídios para a determinação das necessidades de água, das capaci-
dades dos canais e das capacidades de pagamento. Esta área será menor do que a
área irrigável do projeto ou unidade. A diferença entre elas depende dos sistemas
de irrigação individualizados, da intensidade de cultivo e das outras necessidades
específicas da atividade agrícola. Esta diferença precisa ser determinada para cada
projeto em questão.
Terras com Irrigação Completa - É a terra irrigável que recebe ou receberá um
fornecimento individualizado, e em geral adequado, de irrigação através de obras
ou instalações a serem construídas.
Terras com Irrigação Suplementar - É a terra irrigável que recebe ou receberá
um fornecimento adicional ou reorganizado de água de irrigação, através de obras
ou instalações a serem construídas.
Área Bruta Classificada - Abrange todas as terras mapeadas e classificadas
num dado levantamento.
Classe de Terra - É a designação de uma mancha de terra, num projeto específi-
co, que possui características de solo, topografia e drenagem tais que resultam
num nível econômico similar em sua aptidão para irrigação. As classes de terras
são mutuamente excluentes, isto é, os fatores pertinentes a cada classe são arran-
jados em grupos discretos, distintos e definidos na classificação, e representam
níveis de capacidade de pagamento e de renda líquida.
Subclasse - É uma subdivisão de uma classe de terra que identifica os tipos de
deficiências, quando ocorrem.
Avaliação Informativa - É uma avaliação de parâmetros selecionados e relacio-
nados com a terra, visando a fornecer informações adicionais para fins de planeja-
mento, desenvolvimento e operação de projetos de irrigação.
PRINCÍPIOS
Existem três princípios básicos que regem o caráter da classificação de terras, tor-
nando-a diferente do levantamento comum de solos ou de outros sistemas taxonômicos
(é importante recordar que a classificação de terras considera todos os princípios relaci-
onados com a “terra” e não apenas aqueles relacionados com os “solos”). Estes princí-
pios e suas inter-relações estão descritos a seguir. Embora não seja um dos três princípi-
os básicos, as influências climáticas têm efeito bastante significativo na aplicação destes
(especialmente pelas aplicações em outros países) e, por isso, serão discutidas separa-
damente neste capítulo.
2.1 Previsão
É necessário cuidado no emprego do conceito NIIB, visto que este engloba a de-
signação da maioria dos custos do “projeto”, como função da classe de terra, pois, basi-
camente, supera a fase de determinação da arabilidade, no procedimento normal do
“Bureau of Reclamation”, e no mapeamento das terras irrigáveis no campo, no início do
processo de classificação. Este processo será efetivo ou eficiente, somente quando hou-
ver um plano de projeto bem elaborado e detalhado, já formulado, porquanto quaisquer
mudanças significativas nos aspectos do projeto, e nos custos relacionados a esses as-
pectos, podem resultar em necessidades significativas de reclassificação. Esta
reclassificação poderá resultar na necessidade de reformulação do projeto. Em conseqü-
ência, o “Bureau of Reclamation” considera importante, pelo menos em termos
conceituais, se determinarem, primeiramente, a natureza e a extensão do recurso de
terras aráveis, o que exige uma determinação inicial do plano cultural e de irrigação, bem
como um nível mínimo de conhecimento geral antecipado dos aspectos do projeto. Este
é um passo distinto que permite aos projetistas operarem com maior flexibilidade e ve-
locidade na determinação do plano mais desejável. O plano do projeto determina a área
irrigável.
O termo “renda líquida parcelar” é usado neste MANUAL para expressar a medida
de produtividade da terra por ser, talvez, o de maior utilidade, internacionalmente.
que as classes de terras estão definidas como entidades econômicas, desenvolve-se uma
série de especificações que correlacionam os fatores econômicos com as características
das terras da área. Os intervalos admitidos para estas características variam de acordo
com a natureza da área em estudo. Essas características são discutidas, com maior
detalhamento, nas seções seguintes deste MANUAL.
O clima exerce influência significativa na aptidão das terras para irrigação. As ca-
racterísticas do solo, as condições de drenagem, a distribuição da vegetação nativa e a
adaptação das culturas são fatores relacionados ao clima. Em menor vulto, o clima tam-
bém influencia o relevo da superfície da terra. Esses fatores afetam as necessidades da
área, o tipo de plano formulado, o desenho das instalações e os impactos econômicos
relativos à irrigação. Sendo assim, as terras consideradas irrigáveis poderão ter caracte-
rísticas e qualidades diferentes, em relação a cenários climáticos diversos.
A escolha deve considerar: (a) qualidade das terras aptas para irrigação; (b) neces-
sidade de água e eficiência da irrigação; (c) desenho e capacidade do sistema de distri-
buição de água do projeto; (d) desenho e capacidade do sistema de irrigação do lote; (e)
necessidade de drenagem superficial e subsuperficial; (f) profundidade mínima de ma-
nutenção do lençol freático; (g) necessidade de lixiviação de sais e o seu ponto de equi-
líbrio; (h) insumos necessários e produção na parcela; e (i) viabilidade e justificativa do
projeto. É necessário se obterem muitos dados, se fazerem análises e se ter bom senso
para adequar o projeto ao clima e ao cenário econômico.
Onde ocorre uma ampla faixa de adaptação de culturas, deve-se ter bastante folga
no projeto do sistema de distribuição e drenagem, para permitir qualquer mudança no
plano cultural.
As condições climáticas também podem variar de uma estação para outra. Dessa
forma, a alteração do clima, de um ano para outro, é de suma importância na definição
do plano cultural e do projeto do sistema.
Os fatores climáticos não estão entre os itens das especificações para a classifica-
ção das terras, embora sejam uma consideração importante no valor das terras para
irrigação. Normalmente, as condições climáticas não apresentam diferenças significati-
vas dentro da área de um projeto, e podem ser perfeitamente definidas por um conjunto
de especificações. Entretanto, poderão ocorrer exceções, como no caso de projetos com
elevações extremas, tendo como conseqüência variações climáticas apreciáveis, que
poderão influenciar a aptidão das terras, tornando-se necessária a preparação de dois
grupos de especificações, ou um só grupo, que reflita as variações climáticas.
Existem casos isolados onde o microclima poderá ser significativo; nestas circuns-
tâncias, poderão ser incluídos itens referentes às situações microclimáticas nas
especificações. O exemplo mais comum, em que um fator microclimático é relevante,
está no efeito da drenagem do ar no fenômeno da geada em culturas sensíveis. Podem
existir situações de terras em altitudes elevadas ou em declive, onde o efeito da geada é
menos intenso, pelo fato de o ar mais frio permanecer nas terras mais baixas e planas.
Apesar de o clima ter efeitos definidos nas características das terras, a sua mais
importante influência na aptidão das terras para irrigação reside na variabilidade das
culturas permitidas pelos fatores climáticos num certo projeto, a qual, por sua vez, influ-
encia bastante o retorno econômico da terra sob um regime de irrigação. As classes das
terras e o limite mínimo permissível para ser arável dependem destes retornos econômi-
cos.
Alguns dos aspectos climáticos mais importantes que influenciam a aptidão das
terras para irrigação são: (a) duração da época de cultivo; (b) temperatura; (c) quantida-
de, intensidade e distribuição da precipitação; (d) velocidade dos ventos; (e) tempesta-
des de granizo e/ou de vento; (f) umidade; e (g) duração do dia.
PROCEDIMENTOS
Este capítulo aborda como os princípios são aplicados nas situações de campo.
Este processo, brevemente citado no Item 2.2, envolve a relação existente entre os
fatores físicos e químicos da terra e os retornos econômicos previstos em um projeto.
Por conseguinte, será feito um prognóstico. As interações entre solo e água, de-
senvolvimento da terra e práticas culturais intensivas acarretarão, com o tempo, mudan-
ças que devem ser previstas e cuidadosamente avaliadas, para que a classificação final
tenha alguma validade e utilidade. A avaliação destas mudanças requer uma abordagem
razoavelmente precisa do tipo de desenvolvimento que irá ocorrer, como, por exemplo,
o plano de cultivo a ser adotado, o tipo do sistema de abastecimento de água do projeto,
o sistema de distribuição de água às parcelas e a dimensão do sistema de drenagem
necessário.
variações no investimento para uma produção similar. A experiência nos Estados Uni-
dos indica que os agricultores se dispõem a investir considerável soma no desenvolvi-
mento de suas terras, para minimizar os custos de mão-de-obra com a irrigação, caso a
produtividade possa alcançar níveis semelhantes aos das terras de Classe 1; porém, este
não é o caso nos países em desenvolvimento. Estudos orçamentários do lote mostram
as limitações no investimento com a produtividade dos solos, em detrimento das condi-
ções econômicas do projeto. As deficiências sem possibilidades de correção, tais como
as dos solos rasos, reduzem a produtividade e a renda da parcela abaixo dos níveis
definidos para Classe 1 e, dessa forma, indica-se o enquadramento numa classe de ter-
ras inferior. Essencialmente, uma decisão econômica é tomada antes de se fazer um
investimento inicial alto, para corrigir ou não uma deficiência do solo. Existem duas
opções: a primeira seria corrigir a deficiência e, conseqüentemente, obter maior produti-
vidade e redução dos custos de produção; a segunda seria não corrigir a deficiência, e
assim obter ou menor produtividade e/ou maiores custos de produção. Se a deficiência
for muito severa, talvez não seja viável aceitar qualquer uma destas alternativas. Portan-
to, se nenhuma das alternativas for economicamente aceitável, a terra será considerada
inapta para irrigação.
vezes, é necessário promover uma rotação de culturas de menor rendimento para redu-
zir a erosão do solo, recuperar sua fertilidade ou controlar doenças e pragas.
Deve-se ter segurança na elaboração do plano cultural para se assegurar que não
se destinará uma percentagem das terras cultiváveis a culturas nobres, além do que a
realidade de mercado recomenda. Superestimar o potencial da produção agrícola para
reforçar a justificativa econômica do projeto e aumentar as chances de obter financia-
mento para o projeto pode ser desastroso para o sucesso dos agricultores e para a segu-
rança financeira do projeto. Com o objetivo de preparar especificações para classificação
de terras, os estudos econômicos devem, em geral, assumir o uso da terra e o tamanho
das propriedades ou parcelas como sendo idênticos, para evitar erros ou confusões que
estes itens podem causar, se forem adotados valores com grande flutuação.
Caso não haja uma escolha evidente, fornecida pelos fatores já citados, deverá se
fazer uma análise dos custos anuais de métodos alternativos para se selecionar o méto-
do de custo menor. Os custos de investimento para desmatamento, sistematização, cons-
trução de valas e diques deverão ser incorporados aos seus juros anuais equivalentes e
aos custos de depreciação. Todos os custos anuais que variam entre os métodos de
irrigação devem ser estimados e adicionados ao custo anual de capital. Alguns exem-
plos de fatores de custos anuais que podem variar entre os sistemas de irrigação são:
manutenção, mão-de-obra e vida útil das máquinas. Os custos anuais, independente do
método de irrigação escolhido subseqüentemente, são usados nas análises econômicas
dos rendimentos e benefícios da parcela.
Os custos da sistematização são de US$ 500/ha e deverão ser pagos num prazo de
30 anos, com juros de 12 por cento. A amortização do débito será de US$ 62/ha/ano, o
que é inferior ao aumento do rendimento líquido do lote devido à sistematização. Portan-
to, neste exemplo hipotético, o investimento para os custos de desenvolvimento das
terras seria economicamente justificável. Neste exemplo, assumiu-se que o agricultor
financiou os custos de desenvolvimento da terra. Se o investimento para o desenvolvi-
mento da terra fosse considerado um custo de projeto, seriam utilizadas a vida útil do
nivelamento - supondo que seja 50 anos - e a taxa de juros avaliada para o projeto.
Contudo, o critério básico de avaliação é essencialmente o mesmo: o custo anual do
investimento no desenvolvimento da terra deve ser menor do que o aumento no rendi-
mento líquido do lote anual, proveniente da maior produtividade.
Algum método deve ser elaborado para catalogar os fatores e avaliar seus efeitos,
para manter a consistência dos dados ao se abordar o grande número de fatores com-
plexos que influenciam a aptidão das terras para irrigação. O desenvolvimento e o regis-
tro das “especificações” para as classes de terras evoluiu deste modo. Estas
especificações, como utilizadas pelo “Bureau of Reclamation”, listam as características
mais importantes das terras, relativas a solo, topografia e drenagem, para um certo ce-
nário econômico agrícola, e mostram o nível máximo permitido de deficiência de cada
característica, onde todas as demais são ótimas.
acordo com o volume de dados disponíveis e com o esforço dedicado à análise econômi-
ca. Os procedimentos aqui relatados, utilizados para relacionar os parâmetros físicos do
solo e a produtividade econômica, diferem somente na quantidade de dados empíricos
relativos às estimativas criteriosas usadas na elaboração das especificações para a clas-
sificação das terras.
Quando a utilização agrícola da terra comporta mais de uma cultura, poderá ser
útil estabelecer um índice global de produtividade para cada cultura, relativo ao rendi-
mento líquido total. Conseqüentemente, um índice composto de produtividade para cada
classe de terra poderá ser calculado a partir do produto dos índices de produtividade
estimados para cada principal fator de deficiência de solo, a fim de se estabelecer o
índice global de produtividade para cada parâmetro de deficiência, baseado na relevân-
cia da produtividade de cada cultura e no rendimento líquido total. O índice composto
será normalmente representado por valores de 0 a 100.
salário específico à mão-de-obra, custear o cultivo e garantir uma taxa mínima de retor-
no do investimento do agricultor, e mais a sua tarifa mínima de água.
Deve-se preparar pelo menos dois orçamentos do lote segundo o conceito de uma
classificação econômica das terras. O orçamento mais importante é aquele que repre-
senta a produtividade e os custos de produção nas terras marginais, cuja arabilidade foi
questionada pela equipe de pedólogos. Se o estudo orçamentário indicar que estas ter-
ras estão praticamente no limite inferior da arabilidade, este orçamento servirá de base
para estabelecer os limites de tolerância permitidos para as deficiências, de modo que as
terras sejam consideradas aráveis nas especificações para a classificação de terras. En-
tretanto, o orçamento poderá mostrar que estas terras marginais produzem rendimentos
significativamente maiores ou menores do que o esperado pela equipe de classificação
de terras. Isto mostra que serão indispensáveis algumas mudanças nos limites dos
parâmetros físicos, e orçamentos adicionais serão necessários para definir melhor os
limites inferiores da arabilidade.
Com estas duas estimativas limitando o rendimento esperado das terras do proje-
to, sob as melhores e piores condições pelas quais as terras seriam consideradas ará-
veis, para as deficiências principais, é possível selecionar intervalos de rendimento,
correlacionados a parâmetros físicos, para definir os limites das classes de terras.
Em um caso bastante favorável, onde há dados e tempo suficientes para uma aná-
lise econômica detalhada, é útil preparar orçamentos para cada um dos principais
parâmetros físicos, que a equipe de pedólogos identificou como potencialmente
determinantes de classes de terras. Os resultados dos orçamentos deverão ser usados
para ordenar os parâmetros físicos em classes de terras, baseados nos seus respectivos
graus de influência no rendimento da atividade agrícola. Além disto, as especificações
que estabelecem as condições limites para cada parâmetro principal determinante da
classe podem ser mais facilmente desenvolvidas com informações orçamentárias adici-
onais. Esta abordagem elimina a necessidade de índices de produtividade e diminui a
quantidade de julgamentos na elaboração das especificações. Embora os custos desta
análise orçamentária sejam maiores, devido ao maior tempo e trabalho requeridos na
sua elaboração, ela fornecerá uma melhor base empírica para a classificação de terras. A
maioria dos estudos encaixa-se em algum lugar entre os dois extremos aqui apresenta-
dos, dependendo da complexidade do projeto, da significância dos prováveis erros nas
especificações para classificação das terras e dos recursos disponíveis para realizar os
estudos econômicos. O mais importante é que a classificação das terras deve refletir as
diferenças na produtividade das terras sob irrigação, a longo prazo, ao invés de se deter
nas diferenças físicas sem considerar as implicações econômicas.
Como ilustração deste método, admita-se que existam dois níveis orçamentários
de rendimento líquido para as terras do projeto. O melhor solo de Classe 1 requer um
custo de desenvolvimento de US$ 200/ha e produz um rendimento líquido anual de ativi-
dade agrícola de US$ 600/ha. O nível mínimo aceitável de rendimento líquido para as
terras aráveis de Classe 3 no projeto é de US$ 300/ha. O custo do capital para o fazendei-
ro tem juros de 12%, e os melhoramentos potenciais eliminarão, ao longo do tempo, as
deficiências corrigíveis. Portanto, se as terras deficientes forem tão produtivas quanto as
melhores de Classe 1 após a sua correção, o investimento máximo permitido no desen-
volvimento da terra será calculado assim: o rendimento líquido anual da atividade agrí-
cola das terras de Classe 1 após o melhoramento (US$ 600/ha) menos o rendimento
líquido mínimo das terras aráveis de Classe 3 (US$ 300/ha) mais o custo de desenvolvi-
mento das terras de Classe 1 (US$ 200/ha) dividido por uma taxa de juros de 12%. Neste
exemplo, o limite máximo do investimento para todas as deficiências corrigíveis é de
US$ 4.167/ha.
Esta quantia poderá ser usada para corrigir apenas uma deficiência ou diversas
deficiências; porém, é tudo que pode ser investido por hectare. Investindo-se mais do
que US$ 4.167/ha para corrigir deficiências, a renda líquida do lote cai para menos de
US$ 300/ha, que é estabelecido como nível mínimo para a terra ser classificada como
arável.
Dentre as diretrizes de classificação das terras, o pedólogo deverá ter senso crítico
para determinar os limites de danos para as combinações admissíveis de deficiências e
preestabelecer o nível de produtividade após a correção parcial ou total das deficiências.
O Apêndice 3, “Classificação Econômica de Terras” é um dos capítulos do Manual de
“Avaliação Econômica e Financeira dos Projetos de Irrigação”, e trata, em detalhes, das
O não reconhecimento destes fatores poderá resultar num severo declínio de pro-
dutividade e/ou numa deterioração completa e permanente dos recursos da terra.
za e propriedades dos recursos de solos e água na área do projeto são reunidos, devem
ser estabelecidas a intensidade dos estudos a serem realizados, as características físicas
e químicas referentes às diversas classes de terras e as informações a serem incluídas no
mapeamento. O tipo e a extensão dos estudos de terras a serem executados poderão ser
influenciados pelas seguintes condições: quantidade e qualidade da água, e a sua dispo-
nibilidade legal e institucional; extensão e tipo de irrigação e drenagem existentes; im-
pacto ambiental relativo aos recursos de água e solos (particularmente sobre a qualida-
de da água percolada); relação custo-benefício exigida; tipos de sistemas de irrigação no
lote; e práticas de manejo aplicadas na agricultura regional.
Tabela 3.1. Requisitos Mínimos e Médios para os Parâmetros de Classificação de Terras para Irrigação
mentos deste tipo são normalmente feitos na escala 1:25.000, com base em foto-
grafias aéreas. Qualquer ou todas as classes poderão ser delimitadas, se as condi-
ções locais específicas o permitirem. Geralmente não é aconselhável usar as Clas-
ses 4 e 5 devido à possibilidade de serem reveladas mais terras aráveis do que os
levantamentos posteriores mais detalhados possam registrar.
Uma classificação taxonômica dos solos poderá ser uma fonte valiosa de dados
básicos das terras. Poderá haver outras fontes, como estudos geológicos, levantamen-
tos de uso da terra, levantamentos utilitários do meio físico, mapas topográficos e
fotointerpretação executada por outros órgãos. Os dados, não importando sua proce-
dência, deverão ser convertidos para uma forma adequada para a designação convenci-
onal dos símbolos de classificação das terras, adaptados a uma escala e cobertura uni-
formes.
Caso não haja perfis descritos ou análises químicas dos solos na área, provavel-
mente será necessário coletar dados adicionais no trabalho de campo. Os dados sobre
as terras devem ser adequados, para possibilitar a identificação dos principais tipos de
terra da área. A avaliação do substrato para os estudos de drenagem deve ser feita
coordenadamente com os engenheiros de drenagem, para assegurar que está sendo
dado um enfoque adequado às condições de drenagem. A coleta de informações suple-
mentares, incluindo dados do meio ambiente sem utilização direta pela equipe, deve ser
mínima. Porém, para garantir a máxima eficiência e precisão, o tipo e o nível de detalhe
dos dados suplementares coletados devem ser correlacionados com a potencialidade da
equipe de estudos.
Manchas pequenas de terras inaptas, inclusas em áreas aráveis deverão ser deli-
mitadas apenas se isto se mostrar prático ou necessário para evitar sua irrigação e culti-
vo, em conjunto com o manejo agrícola irrigado de toda a área.
Uma aproximação da área irrigável para os estudos semidetalhados pode ser feita
freqüentemente pela aplicação de um percentual de redução, relativo à área arável en-
contrada nas áreas, em geral selecionadas para irrigação pelos procedimentos de formu-
lação do projeto. Esta redução deverá ser adequada para incluir as faixas de domínio do
projeto, as áreas isoladas dentro das parcelas e devidas à construção da infra-estrutura
antecipada do projeto, ou áreas economicamente ou fisicamente inviáveis para irriga-
ção, tanto do ponto de vista da parcela como do projeto. Deverá haver uma relação
estreita entre as áreas aráveis e irrigáveis se a determinação inicial da área bruta do
levantamento for bem correlacionada por toda a equipe.
Embora uma amostragem menos intensa possa ser suficiente quando as condi-
ções das terras forem uniformes e favoráveis, linhas de amostragem cortando a área a
cerca de 0,4km entre si são em geral consideradas mínimas. A locação das sondagens
não se apóia num sistema rígido de malhas, pois as delimitações das classes de terras
freqüentemente se baseiam nas mudanças nas propriedades físicas e químicas relacio-
nadas com a fisiografia. Seis observações pedológicas por km2 podem ser suficientes
em condições muito uniformes; porém, normalmente, tem-se uma média de 7,7 obser-
vações pedológicas por km2 áreas com solos complexos e duvidosos devem ter mais
observações e amostragens. Pequenas glebas de terras inclusas em áreas aráveis em
geral e que não satisfazem as exigências mínimas para arabilidade, devem ser delimita-
das somente se for necessário e prático manejá-las sob irrigação e condições de cultivo
prevalecentes.
DESCRIÇÃO DAS
CLASSES DE TERRAS
Classes de terras similares de projetos diferentes, podem ter níveis de retorno eco-
nômico diversos. Porém, terras da mesma classe, num projeto específico, devem estar
contidas aproximadamente na mesma faixa de retorno econômico, mesmo que as carac-
terísticas físicas das terras possam diferir. As classes de terras incluem aquelas que iden-
tificam: (1) terras aráveis em grupos relativos a sua aptidão para irrigação, (2) terras não
aráveis e (3) uma classe provisória.
dos, em que as condições das terras são complexas, as variações de terras são vastas e/
ou culturas nobres são cultivadas.
Classe 1 - Arável
Estas terras são as mais aptas para irrigação na área específica em estudo. As
terras de Classe 1 são mapeadas, exceto quando somente uma designação de arável e
não arável é usada. Em geral, estas terras são bastante adequadas para a agricultura
irrigada, sendo capazes (numa área de cultivo diversificado) de fornecer e sustentar pro-
duções relativamente altas de ampla faixa de culturas climaticamente adaptadas, a um
custo razoável; ou, em áreas de cultivos específicos, manter as altas produções de uma
única cultura adaptada. Estas terras podem ser pronta e eficientemente irrigadas pelo
sistema previsto. O solo deve ser física e quimicamente bem adequado à produção das
culturas propostas para a área geográfica e climática considerada. A capacidade de re-
tenção de água do solo deve ser adequada ao sistema de irrigação estimado, para pro-
porcionar umidade para o ótimo desenvolvimento das plantas cultivadas. O solo deve
estar livre de acumulações nocivas de sais solúveis ou, havendo sais presentes, poderão
ser facilmente lixiviados. Os efeitos da erosão devem ser mínimos com a irrigação, e o
desenvolvimento da terra pode ser executado a um custo relativamente baixo. Estas
terras possuem alta renda líquida do lote.
Classe 2 - Arável
Classe 3 - Arável
Quando for mapeada, é considerada como a classe das terras aráveis de mais
baixa categoria. As terras desta classe são aptas para desenvolvimento sob irrigação,
porém possuem apenas os requerimentos mínimos para irrigação, pois apresentam de-
ficiências de solo, topografia ou drenagem, as quais são mais severas individualmente
ou combinadas (duas ou mais deficiências menos acentuadas). As terras desta classe
apresentam menor capacidade produtiva, maiores custos de produção e de desenvolvi-
mento, ou qualquer combinação destes três fatores, do que a anterior. Embora maiores
riscos envolvam a sua utilização em agricultura irrigada, quando comparadas às classes
de terras anteriores (1 e 2), prevê-se que estas terras possuam adequada capacidade de
pagamento para atender os custos de operação, manutenção e reposição do projeto, sob
Classe 4 - Arável
As terras incluídas nesta classe devem ser limitadas a situações raras ou específi-
cas e apenas a projetos que geralmente apresentem alto retorno econômico e renda
líquida do lote com uma ampla faixa de domínio. A Classe 4, se for mapeada, deve repre-
sentar a terra arável de mais baixa qualidade. As terras nesta classe podem ter certas
deficiências excessivas, que resultam numa utilização restrita; entretanto, possuem os
requisitos mínimos para uma terra arável, no âmbito do plano proposto. Podem ser simi-
lares às terras de outras classes aráveis, mas apresentam deficiências mais severas. Em
todo caso, apresentarão menor produtividade, custo de produção e de desenvolvimento
mais altos, ou combinações destes, mais restritivas que as das terras de Classe 3. A
Classe 4 deve ser usada somente em raras situações, em que uma quarta clas-
se arável for necessária para identificar e caracterizar adequadamente terras
com arabilidade marginal. Normalmente é aplicável apenas em estudos em que são
considerados cultivos especiais ou com alto retorno. Suas propriedades características
devem ser logo reconhecidas para permitir uma avaliação adequada no levantamento. A
Classe 4, em geral, não é usada no estudo a nível de reconhecimento.
A arabilidade das terras incluídas nesta classe não pode ser determinada pelos
métodos de classificação de rotina; porém estas terras aparentam possuir valor potenci-
al suficiente para serem separadas para estudos especiais. A designação em Classe 5 é
provisória, e normalmente muda para uma classe arável apropriada ou para a 6, após
completada a classificação. Se algum problema relacionado com estas terras não for
resolvido, deve-se assumir que elas são não aráveis sob as formulações do projeto pro-
posto. Estas terras podem ter deficiências de solo específicas, como: excessiva salinidade,
topografia desfavorável, drenagem inadequada, excessiva cobertura arbórea ou de ro-
chas; ou outras deficiências severas que exijam estudos especiais de agronomia, econo-
mia ou engenharia para determinar a sua arabilidade. As terras da Classe 5 são separa-
das somente quando as condições existentes na área exigem considerações de tais ter-
ras para a competente avaliação das possibilidades do projeto; por exemplo, quando
existirem recursos hídricos em abundância ou déficit de terras melhores. Esta classe
também serve para delimitar áreas com problemas e encorajar a solução dos mesmos;
normalmente, não seria usada num estudo a nível de reconhecimento.
Inclui as terras que não atingem os requisitos mínimos para pagar os custos de
operação, manutenção e reposição do projeto. Em geral, compreende terras com alto
declive, acidentadas, irregulares, ou gravemente erodidas; com solos de textura muito
grossa ou fina; com solos de pouca profundidade sobre cascalho, camada barreira, duripan
ou rocha; terras com drenagem inadequada e/ou alta concentração de sais solúveis ou
sódio. As terras classificadas como de Classe 6 em uma área podem ser aráveis sob
condições climáticas mais favoráveis.
Na maioria das vezes, estas terras podem ser aptas apenas para um uso específico
sob irrigação. Em tais casos devem ser usadas classes e subclasses de terras normais,
mas as especificações devem ser desenvolvidas na base do uso especial indicado. Uso
especial implica na utilização de um certo método de irrigação ou culturas específicas,
como abacate, arroz ou pastagem. O que se exige para que as terras de mesma classe
tenham capacidade de pagamento relativamente igual aplica-se, também, às classes de
uso especial. Normalmente, cada classificação de uso especial iria requerer um mapa
distinto; porém, se a classificação de terras puder ser correlacionada, ambas podem ser
incluídas no mesmo mapa (entretanto, em geral aparecem dificuldades na correlação de
classes de terras indefinidas entre dois tipos de uso). O mapeamento no campo, para um
ou mais tipos de uso, pode ser feito ao mesmo tempo. Se mais de um tipo de uso for
incluído no mesmo mapa, o uso representado por um símbolo deve indicar sua limitação.
Por exemplo, “R1” para rizicultura ou ”F1" para fruticultura. No caso do mapeamento
com, apenas, um tipo de uso, nenhuma designação na representação cartográfica seria
necessária; no entanto, uma exposição da limitação de uso deve ser colocada no mapa.
As designações das subclasses devem ser usadas para fornecer informações bási-
cas relativas às características das terras e à aptidão para irrigação. As informações
fornecidas pelas subclasses são usadas, principalmente, para estudos econômicos, es-
tudos sobre a qualidade da água percolada, pelos gerentes dos projetos e outros - os
quais necessitam de informações a respeito das terras - e para esboços de relatórios. As
subclasses são usadas para indicar deficiências nos três fatores básicos das terras: solo,
topografia e drenagem. As razões para se colocarem áreas em classes mais baixas que a
Classe 1 são indicadas, acrescentando-se as letras “s”, “t” e “d” ao número da classe, o
que esclarece se a deficiência é de “solo”, “topografia” ou “drenagem”.
Outros símbolos cartográficos (símbolos exclusivos) podem ser usados para iden-
tificar certos fatores físicos das terras, que não são indicativos da classe de terras, mas
que representam aspectos fisiográficos que podem ter contribuído para definir a classe
de terras. Estes símbolos são opcionais e usados por conveniência, e não precisam se-
guir padrões rígidos; porém, muitos símbolos, mostrados na Figura 4.2, são convencio-
nais e mais facilmente interpretados pela maioria dos usuários. Uma legenda com o
significado dos símbolos deve ser incluída no mapa.
Classe 1 - 1
Classe 2 - 2s, 2t, 2d, 2st, 2sd, 2td, 2std
Classe 3 - 3s, 3t, 3d, 3st, 3sd, 3td, 3std
Símbolos Provisórios
Classe 5 - Investigações pendentes - 5s, 5t, 5d, 5st, 5sd, 5td, 5std.
Não Aráveis
W - Vazadouro;
Row - Faixa de domínio.
4.3.2 Produtividade
Deficiências de Solo
“ k ” Solos rasos sobre areia grossa, cascalho ou pedras. Este símbolo, usualmente,
pressupõe que o cascalho esteja livre de partículas finas. Se houver partículas fi-
nas em proporções substanciais, deve haver tolerância na determinação da classe
de terras apropriada. Dados referentes à capacidade de água disponível normal-
mente são necessários nestes solos.
“ h ” Textura muito argilosa. A utilização do símbolo “h” significará que esta caracterís-
tica é considerada como uma deficiência. Dados acerca da estrutura e testes de
permeabilidade no campo devem ser feitos, quando ocorrerem solos argilosos. O
tipo de mineral da argila (isto é, atividade da argila) é importante na avaliação da
produtividade de um solo argiloso.
“ v ” Textura muito grosseira (areia e areia franca). Este símbolo deve ser usado quando
a textura grosseira acarretar o enquadramento do solo em uma classe inferior.
Estes tipos de solos possuem deficiência na capacidade de água disponível. O
tamanho das partículas de areia deve ser observado.
“ q ” Baixa capacidade de água disponível. Este símbolo deve ser usado quando a ca-
mada superior do solo for composta de material de textura leve ou média sobre
material de textura grosseira, e o perfil do solo tiver menos que 152mm de capaci-
dade de água disponível nos primeiros 120cm.
“ i ” Taxa de infiltração restrita. Este símbolo deve ser usado se a taxa de infiltração for
baixa o suficiente para influir na classe de terras, devido aos maiores custos de
produção resultantes do trabalho extra envolvido na irrigação, ou à menor produ-
tividade, conseqüência da escassez de água para o crescimento das culturas. Não
deve ser confundida com condutividade hidráulica restrita, na camada superior do
subsolo (símbolo “p”), que não afeta a infiltração normal das aplicações de irriga-
ção.
“ p ” Condutividade hidráulica restrita. Esta condição não deve ser confundida com in-
filtração; está relacionada com limitações na camada superior do subsolo, o que
poderá provocar o aparecimento de um lençol freático suspenso, temporário na
rizosfera, após a irrigação. Isto se aplica, principalmente, se a taxa de infiltração for
alta.
“ y ” Fertilidade do solo. Este símbolo não é usado com freqüência, porque é muito
difícil avaliá-lo com precisão. Solos muito arenosos são geralmente deficientes em
fertilidade, mas a designação de níveis baixos de produtividade e do símbolo “v”
servem para imputar ao solo a característica de baixa fertilidade, tornando desne-
cessário, assim, o símbolo “y”. Se existirem dados confiáveis demonstrando que
um certo solo tem necessidade de uma quantidade consideravelmente maior de
fertilizantes do que demais solos similares em outros projetos, e a análise orça-
mentária não refletir estes custos, então será apropriado considerar esta quantida-
de extra de fertilizante como um custo de desenvolvimento que poderá rebaixar a
classe de terras. Se um nivelamento brusco expuser os subsolos de fertilidade
natural baixa, uma adubação extra é usualmente requerida para aumentar a fertili-
dade a um nível compatível à terra sem sistematização. Tal gasto pode ser conside-
rado um custo de desenvolvimento e não precisará ser mostrado como uma defi-
ciência específica, pois a capacidade de pagamento reflete a necessidade deste
investimento. Porém, se uma produtividade menor for evidenciada, ou se a neces-
sidade de fertilizante for maior do que a normalmente esperada, o uso do símbolo
“y” pode ser apropriado.
“ a ” Sodicidade ou alcalinidade. O uso deste símbolo indica altos teores de sódio trocável
na rizosfera e mostra a necessidade de recuperação do perfil do solo, assim como
na lixiviação dos solos salinos tem-se como requisito uma drenagem adequada
para a recuperação destes; porém, inicialmente, a condutividade hidráulica do solo
deve ser adequada o suficiente para permitir a saturação da solução do solo com
uma fonte de íons de cálcio, para reagir e deslocar os íons de sódio.
Deficiências de Topografia
“ j ” O tamanho e a forma das áreas precisam ser considerados de maneira tal que a
configuração e a localização de uma área permitam o uso eficiente de implementos
agrícolas, a eficiência de irrigação e a obtenção de retornos compatíveis com a
classe de terras indicada. Além disso, o tamanho e a forma das áreas devem ser
considerados em relação ao tipo de irrigação usado.
e mão-de-obra extra por unidade de área para irrigação, cultivo e colheita. Consi-
derações relativas aos custos de desenvolvimento incluem maior custo unitário
para sistematização, devido ao tamanho restritivo da área para uso de máquinas
que movimentam grandes quantidades de terra, maior número de canais secundá-
rios e de drenos por unidade de área.
“ c ” A cobertura vegetal superficial que precisa ser removida para possibilitar o cultivo
ou que, caso não seja removida, reduza a produtividade da terra ou aumente os
custos de produção, deve ser considerada na classificação. A remoção da cobertu-
ra requer um custo de desenvolvimento que variará da Classe 1 à Classe 6, depen-
dendo do custo do desmatamento, do valor do material removido e das diferenças
no valor da terra com mata e desmatada.
“ r ” Remoção de pedras. Algumas vezes pode ser difícil distinguir entre a necessidade
de remoção de pedras e a condição de solos com pedregosidade. Tais condições
ocorrem freqüentemente juntas e é possível ter ambas as deficiências (x e r) na
mesma terra.
Deficiências de Drenagem
FATORES DE SOLO A
SEREM CONSIDERADOS
NA CLASSIFICAÇÃO DE
TERRAS
Este capítulo aborda os fatores relacionados aos solos, os quais devem ser consi-
derados na execução da classificação de terras para irrigação. Ele não trata, com deta-
lhes, de outros fatores principais (topografia e drenagem) igualmente relevantes, mas
abordados em outros capítulos deste MANUAL. Pretende-se, com ele, sumarizar as ca-
racterísticas físicas e químicas, tipicamente importantes, que devem ser consideradas na
formulação de especificações e do programa dos trabalhos de campo. Existem fatores
adicionais que não serão discutidos adiante e que podem ser significativos em algumas
situações. Embora algumas referências aqui discutidas não sejam aplicáveis mundial-
mente, a consideração destes fatores e suas influências na aptidão para irrigação é, de
modo usual, de importância crítica no processo de classificação de terras. Estes fatores
influenciam o processo de classificação de terras, pelos seus efeitos na aptidão física e
química das terras em questão e pelas conseqüentes implicações econômicas. Estes
fatores se relacionam, em geral (direta ou indiretamente), com o nível de produtividade,
os custos de produção, o custo de medidas corretivas e/ou uma produtividade estável; e
todos se relacionam com o retorno econômico.
5.1.2 Estrutura
Lu - Ls
,
Ls
onde:
Em geral, o conteúdo de matéria orgânica, pelo menos nos solos minerais, não é
fator válido para determinar classes de terras. É útil na determinação da gênese dos
solos e, conseqüentemente, no agrupamento de certos tipos de solos de propriedades
semelhantes; mas, na maioria das vezes, altera-se rapidamente sob um sistema de irri-
gação, como resultado do cultivo e das práticas culturais.
Este fator relaciona-se aos itens 5.1.2 e 5.1.3 já citados, bem como às práticas cul-
turais e aos fatores químicos do solo e da água a ser aplicada.
O solo deve ter capacidade para receber água suficiente de modo a atender o uso
consuntivo da cultura e os requerimentos de lixiviação, bem como uma aeração suficien-
te que permita a penetração e o desenvolvimento de raízes (com exceção do arroz). Tam-
bém o substrato abaixo do solum precisa ser capaz de eliminar o excesso de umidade
proveniente de percolação profunda da água de irrigação e precipitação; ao contrário,
deve-se providenciar a drenagem artificial subsuperficial.
Valores de pH de solos inferiores a 4,8, medidos numa solução 0,01M CaCl2 indi-
cam atividade neutra de troca de bases. Porém a quantidade de acidez permutável
envolvida não pode ser determinada pelo valor do pH inferior a 4,8;
Solos carbonáticos e não sódicos possuem um pH em 0,01M CaCl2 de cerca de 7,5,
enquanto o pH dos solos sódicos é, normalmente, maior que 7,5;
Valores de pH em solução de solo acima de 7,6 indicam, em geral, a presença de
carbonatos provenientes de materiais alcalinos;
Solos não carbonáticos e não sódicos podem ter um pH com valores até 7,4;
Solos com valores de pH menores que 7,5 quase nunca possuem carbonatos de
materiais alcalinos, e aquele com valores inferiores a 7,0 possuem quantidades
significativas de hidrogênio ou alumínio trocáveis;
Valores de pH na solução do solo acima de 8,5 comumente indicam saturação com
sódio trocável superior a 15%, mas solos com valores abaixo de 8,5 não indicam,
necessariamente, valores inferiores a 15% de sódio trocável;
A relação entre a ESP (saturação com sódio trocável) e o pH é influenciada pela
salinidade. Em solos de textura fina, estimativas de ESP freqüentemente podem
ser obtidas correlacionando-se o pH e a condutividade elétrica com a ESP de uma
área específica de estudo;
As determinações em laboratório do pH usualmente não são relevantes para ava-
liar solos cultivados com arroz, pois é provável que o pH do solo se modifique sob
condições de inundação, devido a reações de redução. O pH pode ser instrumento
valioso nas estimativas gerais dos níveis aproximados das medidas corretivas de
certas deficiências (calcário para solos ácidos, gesso ou ácido sulfúrico para - so-
los sódicos), para fins de determinação dos impactos econômicos nas classes de
terras. Porém, o seu papel mais importante é como indicador de alerta ou “sinal
vermelho” (particularmente nos casos em que o pH chega aos limites extremos)
para os casos que demandam uma análise mais detalhada.
É importante lembrar que nos estudos de aptidão para irrigação, se deve conside-
rar o grau de permuta de cátions dos solos em equilíbrio sob condições de operação do
projeto, em vez do grau de permuta sob condições atuais. Adicionalmente, as quedas
dos níveis ótimos de produtividade, os custos para correções, ou os aumentos nos cus-
tos de produção, necessários à correção das deficiências de permuta de cátions, são
implicações econômicas que devem ser consideradas na etapa final do desenvolvimen-
to das classes de terras.
5.1.10 Mineralogia
Este termo geral refere-se à natureza física da porção mineral do material do solo,
bem como às suas relações com a química do solo e a presença de elementos tóxicos.
Os minerais presentes nas frações de areia e silte do solo são indicativos do mate-
rial originário e do grau de intemperismo, mas a mineralogia destas frações não é, em
geral, fator relevante na determinação da aptidão para irrigação. Porém, a organização
mineralógica da fração argila é elemento importante. A determinação precisa da minera-
logia da argila é, em geral, cara e demorada; mas na ausência de equipamentos sofistica-
dos de laboratório, podem-se obter pistas quanto ao tipo da argila pela percepção do
profissional, pela determinação da CTC e por testes do coeficiente de contração linear.
Geralmente, os solos com quantidades altas de minerais argilosos tipo 1:1, juntamente
com óxidos de ferro e alumínio, possuem melhores características físicas e são mais
aptos para irrigação do que solos com altas proporções de minerais argilosos tipo 2:1;
porém, esses solos tendem a possuir menor CTC e menor capacidade de água disponí-
vel, o que pode anular as vantagens apresentadas. As avaliações das implicações da
mineralogia da argila na aptidão para irrigação devem ser feitas baseadas na área de
estudo.
sempre, carbonáticos por todo o solum, mas possuem uma zona de concentração de
calcário na profundidade média de percolação da água de precipitação. Deficiências de
ferro, fósforo e manganês são associadas, de modo geral, a solos com calcário.
Níveis de toxicidade variam com o tipo da cultura, bem como com uma complexi-
dade de outros fatores; portanto, é muito difícil generalizar seus efeitos na aptidão para
irrigação. Conseqüentemente, a equipe de classificação de terras deve ficar alerta para
eventuais problemas potenciais de toxicidade na área específica em estudo e, se neces-
sário, iniciar estudos especiais para determinar os efeitos da toxicidade e suas implica-
ções econômicas.
5.1.13 Erodibilidade
Solos e/ou fisiografias altamente erodíveis podem constituir uma justificativa sufi-
ciente à determinação de inaptidão. Estas situações devem ser consideradas com base
num cenário específico, e os pedólogos devem estar sempre atentos às implicações da
erosão.
Regra geral, a manutenção de níveis toleráveis de salinidade deve ser feita pelo
processo de lixiviação, associado a uma drenagem subsuperficial adequada. Deve-se
tomar cuidado no processo de lixiviação, para evitar a dispersão do solo, que reduz o
movimento da água no solo. Isto é particularmente importante onde houver sódio em
excesso. A qualidade da água utilizada, bem como o possível uso de corretivos (gesso
ou ácido sulfúrico), para substituir os íons de sódio, devem ser cuidadosamente conside-
Toda água de irrigação possui alguns sais solúveis, e uma grande parte tem
uma quantidade apreciável de sais. Se as aplicações da água de irrigação pudessem ser
limitadas ao volume necessário para o uso consuntivo, haveria acúmulo de sais, a me-
nos que a água de chuva realizasse alguma lixiviação. Porém, a eficiência da irrigação
por métodos gravitários é, em geral, inferior a 50%, devido às perdas por percolação
profunda, e raramente ultrapassa 75% nas condições tecnológicas atuais. Perdas por
percolação profunda na irrigação por aspersão normalmente excedem 15 a 20%.
ECiw
LR = x 100,
ECdw
onde:
Dcw
Dw = LR,
1 – LR
onde:
Dd
LF = (1)
Di
Dd = Di – De (2)
onde:
Di = Iti (3)
e
De = ETc (4)
onde I e E são respectivamente as taxas médias de infiltração e evapotranspiração,
em milímetros, durante o tempo de infiltração, ti, e o ciclo de irrigação, tc, em dias de 24
horas. Portanto, substituindo-se Dd da equação 2 na equação 1, tem-se:
Di – De
LF = (5)
Di
ou
De
LF = 1 (6)
Iti
onde:
Taxas de infiltração muito baixas ou muito altas requerem sistemas mais especia-
lizados de distribuição de irrigação do que taxas moderadas. Estes sistemas podem re-
presentar investimentos adicionais em equipamento, custos operacionais, necessidades
de mão-de-obra e, portanto, são uma importante consideração econômica para a deter-
minação da classificação das terras.
A determinação precisa das taxas de infiltração pode ser realizada somente por
testes de campo, visto que as simulações em laboratório podem mostrar-se extrema-
mente imprecisas.
A capacidade do solo de reter água disponível para as plantas tem efeito profundo
na aptidão das terras para irrigação. Esta capacidade influencia a escolha das culturas, o
sistema de irrigação usado, a freqüência de irrigação e a lâmina de irrigação. Subse-
qüentemente, tais fatores são correlacionados economicamente com a classe de terras
pela sua influência na produtividade, no desenvolvimento da terra e nos custos do siste-
ma de irrigação e da mão-de-obra ou nos outros custos de produção.
A disponibilidade de água nos solos pode ser precisamente determinada por uma
combinação de testes de campo e laboratório.
A influência da retenção da água do solo na classificação das terras pode ser extre-
mamente variável em relação à localização do projeto; portanto, deve ser estimada local-
mente ou com base em toda a extensão do projeto.
ATIVIDADES DE
CAMPO
6.1 Introdução
A coordenação dos estudos em laboratório deve começar antes do início dos tra-
balhos de campo. É importante identificar as necessidades de apoio de laboratório, tes-
tes específicos previstos, procedimentos de amostragem e análise, proporção de
amostragem, prazo permitido para as análises e canais de comunicação entre as equipes
de campo e de laboratório.
cem. Deve ser mantida uma intercomunicação durante os estudos. É também responsa-
bilidade do pedólogo e do engenheiro de drenagem a identificação dos problemas de
drenagem existentes e potenciais.
Em geral, a classificação das terras começa com uma inspeção no local da área
proposta para estudo, após compilação e revisão dos dados de recursos de terras dispo-
níveis. A adequação e a eficiência do estudo de classificação de terras dependem muito
da inspeção inicial de campo. Esta inspeção deve ser feita pelo chefe da equipe de estu-
dos e pelos responsáveis pelas atividades dos pedólogos, engenheiros de drenagem e
economistas agrícolas.
A avaliação da topografia deve ser feita em conjunto com as observações das ou-
tras características das terras no decorrer dos trabalhos de campo. Exceto quando os
mapas topográficos estão disponíveis, a avaliação dos fatores topográficos baseia-se
quase inteiramente nas observações de campo. Os mapas topográficos, freqüentemente,
não fornecem detalhes necessários para avaliar plenamente os requerimentos de
nivelamento das terras para irrigação de superfície. É indispensável a habilidade para se
conseguir distinguir e avaliar as feições topográficas significativas à aptidão das terras
para irrigação. Uma considerável experiência é necessária, para se obter uma precisão
aceitável na estimativa dos custos de nivelamento e em outras práticas de desenvolvi-
mento pelas observações de campo. Orientação e treinamento podem ser fornecidos
por um engenheiro agrícola com experiência e envolvido com estudos de leiautes deta-
lhados. Leiautes detalhados das parcelas em áreas representativas, mostrando custos
de desmatamento, nivelamento, estruturas do lote e localização do sistema de drena-
gem superficial, limites das áreas e áreas residuais, fornecem excelentes subsídios e
exemplos na avaliação da topografia do projeto. Uma estimativa apenas razoável dos
custos reais pode ser esperada, pois o desenvolvimento final pode depender das deci-
sões de gerenciamento; além disso, a superfície da terra pode estar obliterada pela vege-
tação; ou não há informação disponível suficiente para determinar precisamente os limi-
tes preliminares da área, e os limites das propriedades podem mudar. A avaliação da
topografia, baseada na experiência, e estudos de leiaute de campo, usualmente são ade-
quados à maioria dos trabalhos de planejamento.
tro dos limites impostos pelos custos de desenvolvimento permitidos, as terras não são,
normalmente, eliminadas, apenas com base numa declividade inadequada.
O grau de uniformidade que a superfície deve possuir, para uma irrigação efici-
ente, pode variar com o gradiente, o método de irrigação por gravidade pressuposto, a
qualidade da água, a profundidade prevista do lençol freático e a rotação das culturas.
Usualmente, uma sistematização menos rigorosa é utilizada, em face dos seguintes
classe de solo ou faixa de declive. Devem-se tomar cuidados extras em situações em que
há uma inter-relação entre deficiências.
Cobertura - Uma cobertura que interfere com práticas de cultivo normais pode
ocorrer em terras propostas para irrigação. Essa categoria inclui cobertura vegetal
com árvores e arbustos altos e pedregosidade na superfície ou nas camadas su-
perficiais, que interferem com as práticas de cultivo ou limitam a área que pode ser
cultivada. É indispensável que o custo de desmatamento seja considerado na ava-
liação das terras para desenvolvimento sob irrigação, porque muitas culturas ne-
cessitam da limpeza do terreno.
A maioria das terras irrigadas pela primeira vez, com métodos por superfície, re-
quer alguma sistematização, para que haja uma distribuição satisfatória da água.
Freqüentemente, a topografia determina a formação de lotes menores que o de tamanho
ótimo, os quais apresentam forma irregular, ou com pequeno comprimento dos sulcos
para irrigação. A declividade da terra pode ser fator importante na aptidão para irrigação,
pois é inerente ao método por superfície um menor controle da aplicação de água. Ao
contrário, o relevo estabelece muito menos limitações ao uso de sistemas por aspersão
ou gotejamento. O requerimento primordial da irrigação por aspersão é que as práticas
de cultivo, necessárias ao tipo de agricultura preconizada, possam ser realizadas ou, no
caso de aspersão móvel, a topografia não impossibilite a mobilidade do sistema. Em
sistemas de irrigação que aplicam água com “runoff” muito pequeno, os limites de
declividade relacionados ao controle da erosão são determinados, principalmente, pelos
padrões climáticos e pelos fatores dos solos que influenciam a erosão.
Os custos de desmatamento para uma certa área variam pouco com o método de
irrigação proposto. Contudo, como os custos de desenvolvimento permissíveis são, usu-
almente, menores para irrigação por aspersão, um menor desmatamento é viável em
terras desenvolvidas para este tipo de irrigação. Onde os custos de desmatamento fo-
rem fator primordial, uma parte maior da área levantada poderá ser mais adequada para
irrigação por superfície do que por aspersão.
É indispensável que a terra arável tenha condições de ser drenada. A seleção das
terras aráveis deve incluir os seguintes critérios para avaliar as necessidades existentes
e potenciais de drenagem: solo, subsolo e condutividade hidráulica do substrato; pro-
fundidade até a camada barreira; topografia, incluindo relevo e declividade da superfície
e das formações subsuperficiais; posição da área; profundidade, flutuação e direção do
movimento do lençol freático; qualidade da água; salinidade e alcalinidade; vegetação; e
tipo e localização das linhas de drenagem existentes. A condutividade hidráulica é a taxa
de percolação da água nos solos. Ela está relacionada, principalmente, à porosidade,
que é função da estrutura, textura e composição do solo, sendo que qualquer um destes
pode exercer domínio sobre os outros. A variação destes fatores, ao longo do perfil,
influencia significativamente a percolação da água, como por exemplo, qualquer
cimentação, duripan ou camada de permeabilidade lenta que dificulta a livre percolação
da água. Substratos com permeabilidade lenta ou impermeáveis têm de ser considera-
dos com relação a:
Profundidade;
Espessura, relevo e declividade;
Existência de diques ou escolhos que podem causar elevação do lençol freático,
mesmo em bancos ou declives;
Possibilidade de que esta camada tenha moldes para formar um lago subterrâneo
com a água percolada, resultando em um lençol freático elevado;
Características químicas.
Quando todos ou a maioria dos custos de desenvolvimento do lote são pagos por
uma entidade que não seja o proprietário ou o agricultor (país, estado, etc.), o procedi-
mento para o manuseio destes custos torna-se mais complexo. Todos os custos podem
ser considerados custos de “projeto” e também determinantes de classes de terras com
base no benefício adicional líquido da irrigação, eliminando-se, na prática, a etapa de
avaliação pelos conceitos de arabilidade. De outro modo, os custos podem ser credita-
dos a uma prática agrícola existente ou prevista, ou como uma função do projeto, e o
procedimento de avaliação da arabilidade-irrigabilidade é mantido. Este último procedi-
Salinidade - Deve-se fazer uma determinação inicial relativa aos níveis em que,
supostamente, um solo em particular poderá manter sua salinidade em equilíbrio
com uma certa quantidade de água de irrigação aplicada. Tal avaliação requer apre-
ciações da tolerância aos sais das culturas a serem cultivadas; características de
permeabilidade e infiltração do solo; condições climáticas, particularmente aque-
las relacionadas à evapotranspiração; qualidade prevista da água do lençol freático;
profundidade de controle do nível do lençol freático; e propriedades fundamentais
dos solos, particularmente aquelas que influenciam a percolação da água sob con-
dições de saturação e insaturação.
Solutos fitotóxicos - Deve ser feita uma determinação das influências de íons
tóxicos nas culturas. Isto envolverá determinações destes elementos no solo e na
água. Esta avaliação irá requerer uma relação dos níveis tóxicos destes íons com
os níveis de tolerância das culturas a serem desenvolvidas na área do projeto.
Padrões de qualidade da água não são aplicados usualmente por si, na avaliação
da adequabilidade da água para irrigação. Esta adequabilidade depende do que pode ser
feito com a água, se esta for aplicada em um certo solo sob uma série de circunstâncias
particulares. O uso bem sucedido, ao longo do tempo, de qualquer água de irrigação
depende profundamente da precipitação, da lixiviação, do manejo da água de irrigação,
da tolerância da cultura à salinidade e das práticas de manejo das terras.
As anotações de campo não devem se limitar a uma lista específica de itens, mas
serem usadas para descrever quaisquer condições das terras, que possuam significado
especial à aptidão das terras para irrigação. As anotações podem referir-se às condições
ou atividades durante o planejamento, construção e operação do projeto; e podem ser
úteis no ajuste da classificação de terras durante os períodos de construção e pós-cons-
trução, na identificação das condições das terras anteriores à irrigação e para os geren-
tes agrícolas. Embora a maioria das anotações deva se referir às deficiências das terras,
as características proeminentes das mesmas devem ser também anotadas, o que ainda
deve ser feito em relação às características genéticas dos solos e fenômenos físicos liga-
dos à irrigação, tal como a relação solo/umidade. As anotações devem auxiliar a classifi-
cação das terras e podem ser usadas para elucidar dados conflitantes. Exceto se os resul-
tados do laboratório ou estudos especiais forem significativamente diferentes das ob-
servações de campo, ou se os critérios de mapeamento forem mudados, não será neces-
sário fazer acréscimos ou revisões extensivas nas anotações de campo e mapas. Porém,
como o espaço para as anotações é limitado, devem-se usar abreviações. As anotações
originais devem ser preservadas no mapa ou na caderneta de campo. Deve-se tomar
cuidado para que as anotações não repitam informações que podem ser interpretadas
pelo símbolo para classificação das terras ou pelo diagrama do perfil. Fichas com uma
descrição geral do perfil e seus principais parâmetros podem ser reproduzidas para uso
no campo. Após as anotações terem sido esquematizadas em uma forma final, as cader-
netas de campo devem ser preenchidas com os dados adicionais de suporte. Podem ser
usados diagramas e comentários por escrito. “The Soil Survey Manual (Agriculture
Handbook nº 18)” ou “Soil Taxonomy (Agriculture Handbook nº 436)” fornecem uma
referência útil para os termos apropriados, abreviações e descrições de aspectos
fisiográficos. As Figuras 6.1, 6.2 e 6.3 mostram exemplos de abreviações e formatos que
podem ser usados para expor estas informações.
Após a conclusão dos trabalhos de campo, incluindo observações visuais dos fa-
tores pertinentes, localização, descrição e amostragem de locais de solos representati-
vos e separação das áreas com características diferenciadas, todos os fatores, para uma
área individualizada, devem ser avaliados, e as delineações feitas, de tal forma que sepa-
rem as terras em classes distintas.
As melhores terras devem ser colocadas na Classe 1. Estas terras não possuem
deficiências significativas quando relacionadas às especificações estabelecidas. Qual-
quer terra com uma única deficiência de magnitude maior do que a permitida para as
classes aráveis deve ser colocada na Classe 6. Terras com uma única deficiência, com-
preendida entre os limites permitidos para arabilidade, devem ser colocadas na classe
de terras indicada pela severidade da deficiência. Quando ocorrerem combinações de
deficiências relativamente menos intensas, o estabelecimento da classe de terra torna-
se mais complexo. Regra geral, quando três classes aráveis são mapeadas, as terras de
Classe 2 possuem ou uma única deficiência de Classe 2 ou duas deficiências menos
severas. É impossível haver uma terra de Classe 2 com três deficiências de Classe 2. As
terras de Classe 3 podem ter uma deficiência de severidade a nível de Classe 3, duas
deficiências de Classe 2, ou possivelmente uma combinação de três deficiências de Clas-
se 2, ou uma deficiência de Classe 3 com uma deficiência de Classe 2. Duas deficiências
a nível de Classe 3 normalmente resultam numa Classe 6 (classe não arável). Se estive-
rem na faixa de maior severidade dos seus limites, a combinação de duas deficiências de
Classe 2 e 3 provavelmente irão resultar numa designação de Classe 6. Porém, por ra-
zões práticas e para se ter uniformidade, é melhor limitar a terra de Classe 2 a um máxi-
CIMENTAÇÃO
cw - fracamente cimentado
cs - fortemente cimentado
ci - endurecido
REAÇÃO COM HCl DILUÍDO - EFERVESCÊ NCIA
+ - muito ligeira
++ - ligeira
+++ - forte
++++ - violenta
RETENÇÃO DE UMIDADE
a 15 atmosferas
CRITÉRIOS PARA
AVALIAÇÃO DOS
CUSTOS DE
DESENVOLVIMENTO
DA TERRA
7.1.1 Desmatamento
3 O “greasewood” (Sarcobatus sp.) é um pequeno arbusto comum em solos alcalinos no oeste dos Estados Unidos.
7.1.3 Nivelamento
O método de irrigação projetado para a área que está sendo classificada tem influ-
ência considerável na quantidade e no custo dos nivelamentos necessários. Na maioria
das vezes, o sistema por aspersão pode reduzir significativamente os requerimentos de
nivelamento. Os métodos comentados adiante, aplicam-se, principalmente, a áreas com
culturas diversificadas a serem irrigadas por métodos gravitários. Em geral, o nivelamento
é menos intenso em terras com um curto ciclo agrícola e um sistema de cultivo proposto
menos intenso. Também, geralmente, quanto maior a declividade, menos intensa a sis-
tematização. O desenvolvimento das terras para agricultura irrigada tem se tornado mais
sofisticado, para reduzir os custos com a mão-de-obra. Na avaliação do desenvolvimen-
to de terras com relevo relativamente plano, deve-se assumir que o nivelamento será
feito para condicionar as terras para a irrigação por inundação, com algum declive per-
missível. Declividades acima de 4% são avaliadas, quase sempre, para a sistematização
necessária ao uso de irrigação por corrugação e diques de contorno; porém, costumes
locais e condições de cultivo podem alterar estes critérios gerais.
7.1.5 Terraceamento
São usados terraços de base larga para irrigação em algumas áreas com solos
altamente erodíveis. Geralmente, o custo da preparação desses terraços é similar ao de
diques de bordas largas e amplamente espaçados. Os custos de desenvolvimento relati-
vos ao terraceamento não devem ser considerados, a menos que as condições dos solos
ou as práticas locais indiquem, claramente, que o desenvolvimento da irrigação deve
incluir o terraceamento. Se forem planejados terraços de base larga, a perda de áreas de
produção com a construção deve ser avaliada.
7.2.2 Bueiros
Se a drenagem de uma área considerável for servida por um bueiro, sifão, estrutu-
ra de retorno ou similar, o custo por hectare para fins de desenvolvimento deve ser ava-
liado como um custo básico e estimado em relação à área arável envolvida.
7.2.3 Bombas
7.2.4 Tubulação
São necessários drenos abertos superficiais, em geral, para conduzir a água resi-
dual para canais escoadouros adjacentes maiores. Tubos de descarga ou estruturas
dissipadoras de energiapara controlar a erosão são necessários nos locais de descarga
dos drenos superficiais nos drenos profundos. Os tubos de descarga possuem, normal-
mente, diâmetros de 45cm e podem ter 300cm de comprimento. Os canais de drenagem
devem ser gramados e podem requerer estruturas dissipadoras, se passarem por terras
com declividade acentuada. Os custos variam consideravelmente se estas estruturas
forem necessárias.
Podem ser necessários drenos abertos profundos no lote se o nível do lençol freático
for alto e o sistema do projeto não for adequado. Nenhum dreno aberto profundo deve
ser projetado como um custo do lote até que o engenheiro de drenagem determine a sua
necessidade e que o plano do projeto tenha-se desenvolvido o suficiente para se saber
se a drenagem do projeto não pode controlar o nível do lençol freático.
Pode ser requerida drenagem por manilhas sob circunstâncias similares às neces-
sidades por drenos abertos profundos. É necessária, em todo o trabalho de classificação
uma estreita colaboração com o engenheiro de drenagem, envolvendo a consideração
da drenagem profunda como um custo de desenvolvimento do lote. Os custos variarão
nestas instalações em relação à condutividade hidráulica do material do substrato, à
dimensão da manilha e à profundidade. Os dados de custo devem ser desenvolvidos
localmente.
Pode ser necessária uma proteção contra inundação em depressões onde o rio
transborda periodicamente. O dimensionamento dos diques protetores necessários à
prevenção contra a inundação depende da previsão das cheias. O hidrólogo regional ou
do projeto normalmente possui dados a respeito dos riscos de inundação em todos os
rios. Estes dados são úteis no planejamento de proteção contra inundação e na determi-
nação dos custos envolvidos. Podem ser necessárias a retificação do rio ou a limpeza
das margens, para aumentar a capacidade do rio como uma medida de proteção contra
inundação. Os custos de construção dos diques por metro cúbico são similares a outros
trabalhos de movimentação de terra. Às vezes, a inundação e a produtividade podem ser
influenciadas pela sedimentação ou erosão, necessitando de nivelamentos periódicos.
Algumas vezes, podem ser usados poços artesianos com bombeamento para con-
trole profundo de drenagem, como uma alternativa para drenos abertos ou fechados.
Freqüentemente, as condições são desfavoráveis para um efetivo rebaixamento do len-
çol freático, por poços bombeados. Portanto, deve-se ter uma clara evidência de que um
poço artesiano com bombeamento é uma solução efetiva para um problema com o len-
çol freático, antes de ele ser usado. Os custos variam segundo as condições locais. Em
complemento ao investimento inicial com um poço artesiano com bombeamento, de-
vem-se considerar os custos anuais de OM&R na determinação das classes de terras.
Poços invertidos são furos feitos para receber a água de drenagem em excesso.
Estes podem penetrar algum material de baixa permeabilidade e vazar a profundidade
com material cascalhento permeável. O seu uso é limitado a condições específicas, nem
sempre encontradas. Os custos relativos são baixos, mas variam segundo o diâmetro e
a profundidade. Poços deste tipo são, usualmente, custos de projeto, em lugar de custos
de desenvolvimento individuais ou particulares.
7.4.1 Lixiviação
Pode ser necessária a lixiviação de sais em excesso antes que uma produção agrí-
cola bem sucedida seja possível. Se as condições são favoráveis à lixiviação, e se os
solos que têm atualmente salinidade suficiente para reduzir ou impossibilitar a produção
agrícola forem considerados aráveis, deve ser feita alguma compensação pelos custos
de lixiviação. O custo dessa lixiviação depende da taxa de infiltração, do tipo de drena-
gem subsuperficial, da declividade da terra, do grau de nivelamento e da quantidade de
água disponível para lixiviação. Uma boa drenagem subsuperficial é necessária para
uma lixiviação de sais bem sucedida. Uma sistematização complementar pode ser ne-
cessária após a lixiviação, para corrigir a sedimentação desuniforme.
7.4.2 Corretivos
A remoção do excesso de sódio trocável em solos aráveis pode ser difícil, exceto
se houver uma fonte natural de cálcio em forma de gesso no solo ou na água de irriga-
ção. Se uma quantidade apreciável de cálcio não estiver disponível nessas fontes, o ges-
so pode ser adicionado ao solo ou à água de irrigação. O enxofre também pode ser um
adequado corretivo de solo quando houver calcário, já que o enxofre reage com o calcário
e produz sulfato de cálcio (gesso).
Um cultivo especial pode ser necessário em alguns solos devido a uma adapta-
ção específica para certas culturas ou à necessidade de culturas especiais para incorpo-
ração de matéria orgânica, melhoramento da estrutura ou aumento da condutividade
hidráulica. A avaliação dos solos deveria considerar necessidades de tratamentos espe-
ciais ou não usuais, na medida em que estas influem na classe de terras. Do mesmo
modo que a subsolagem, isto deve ser tratado como um custo do lote e não como um
custo de desenvolvimento. O custo do cultivo especial deve ser identificado como um
custo do lote no seu orçamento, o que diminuirá a capacidade de pagamento.
7.4.5 Fertilizante
INVESTIGAÇÕES
ESPECIAIS E
DADOS DE
LABORATÓRIO
NECESSÁRIOS
8.1 Introdução
A escolha dos locais para os testes de campo dos estudos especiais é de importân-
cia fundamental. Os locais devem ser representativos com relação ao problema a ser
estudado e deve haver meios pelos quais possam ser correlacionados às áreas similares
não testadas. Normalmente, podem ser escolhidos locais aptos após o mapeamento da
área. Uma projeção razoável de dados, além dos locais dos testes, depende muito da
adequação da escolha destes locais.
Os solos nas regiões áridas e semiáridas geralmente contêm sais solúveis numa
concentração variada. As quantidades podem exceder os limites toleráveis pelas cultu-
ras e, portanto, restringir a sua produtividade e qualidade. A água de irrigação também
transporta sólidos solúveis que podem-se acumular nos solos como resultado da
evapotranspiração ou de condições de drenagem pobre. Portanto, a lixiviação é essenci-
al em muitas situações de irrigação. Em algumas áreas, a qualidade da água de irrigação,
a drenagem natural da terra, as práticas de irrigação previstas e a precipitação efetiva
mantêm o balanço dos sais sem práticas especiais. Entretanto, existem muitas áreas
cujos solos contêm uma concentração excessiva de sais solúveis, ou que são altamente
alcalinos antes da irrigação que necessitam de uma lixiviação especial. Concentrações
de sais podem ter sido desenvolvidas ou podem desenvolver-se por percolação, drena-
gem inadequada, ou uso de água de irrigação salina ou sódica. Quase sempre é fisica-
mente possível realizar a lixiviação, mas os custos podem exceder os benefícios. Portan-
to, é indispensável que a terra e a água de cada projeto sejam avaliadas com relação às
necessidades de recuperação, balanço de sais e influência na qualidade da água percolada.
Solos Salinos
Solos Sódicos
Solos sódicos são os que contêm sódio trocável o suficiente para interferir no
crescimento da maioria das culturas. A presença de conteúdos altos de sódio nos solos
pode ser marcada por manchas lustrosas (álcali negro), ou pode ser indicada por testes
Os horizontes endurecidos são quase sempre difíceis de avaliar, devido aos efeitos
imprevisíveis causados pela água com o passar do tempo. Os vários testes que podem
ser úteis são o teste Winger de condutividade hidráulica no campo; densidade aparente
do horizonte endurecido; dados referentes à causa do endurecimento, incluindo percen-
tagem de calcário; observação da penetração das raízes; dados relativos à continuidade
dos horizontes endurecidos; estabilidade dos agregados; análises de custo de escarificação
ou de desagregação do horizonte endurecido; e análises mecânicas.
Água disponível é a porção retida pelo solo após a irrigação e que está prontamen-
te disponível para ser utilizada pela cultura. A quantidade de água disponível influencia
as práticas de irrigação e determina as necessidades de água.
8.2.6 Calcário
O calcário é um constituinte comum nos solos irrigados nas áreas áridas. Em pe-
quenas quantidades, possui, em geral, efeito deletério pequeno e é útil na manutenção
de uma boa estrutura. Com o acréscimo da quantidade de calcário, o solo poderá requi-
sitar fósforo e ferro. Em concentrações altas, ocorre um efeito de diluição que afeta a
produtividade. Conteúdos de calcário que excedam 45 a 50% podem reduzir a produção,
dependendo do outro material do solo. Devem-se obter informações a respeito da per-
centagem de calcário e realizar algumas análises mecânicas do calcário removido, onde
ocorram grandes concentrações do mesmo. Se o calcário aparece na forma de caliche,
deve-se examinar a ocorrência de horizontes endurecidos.
8.2.7 Gesso
O gesso pode ocorrer em volume tão grande que se torna prejudicial à produção
das culturas, devido ao fator de dispersão do solo. O gesso pode estar presente no
substrato em quantidades suficientes para que a lixiviação cause subsidência no terre-
no, tornando a irrigação difícil. Geralmente, o gesso ocorre em pequenas quantidades e
é benéfico ao solo.
Como não existem duas áreas exatamente iguais, os resultados do leiaute detalha-
do do lote não devem ser projetados para outras áreas com aspectos similares. Pelo
contrário, devem ser usados pelos pedólogos para aperfeiçoar sua capacidade de avali-
ação dos fatores específicos que contribuem para os custos de desenvolvimento, produ-
tividade e custos de produção. Os leiautes de campo podem ser úteis na estimativa dos
limites da área pela identificação de altos e baixos do relevo, corte e aterro médio neces-
sários à sistematização em cada parcela para uma distribuição adequada da água, rela-
ção entre a infra-estrutura e o tamanho dos lotes, custo da drenagem superficial de áreas
abaciadas, custo e volume da remoção da pedregosidade superficial, custos de desmata-
mento relativos ao número e tamanho das árvores.
DETERMINAÇÃO E
LEVANTAMENTO DA
ÁREA IRRIGÁVEL
As faixas de domínio das estradas de ferro ou rodovias públicas, que não são
irrigáveis, devem ser excluídas da área arável. A área necessária para os canais princi-
pais e laterais, drenos ou canais escoadouros do projeto também é deduzida na determi-
nação da área irrigável.
custo de adição. Os incrementos a serem assim considerados são aqueles mínimos que
podem ser, na prática, omitidos do plano.” [3]4*
Se o suprimento de água para o projeto não for fator limitante, podem-se adicio-
nar blocos de terras aráveis, separadamente, à área irrigável, desde que os custos de
adição de tais blocos de terras sejam inferiores aos benefícios conseguidos. Os custos
de adição são a variação nos custos totais, causada pelo acréscimo do bloco de terra,
normalmente expresso numa base anual. Os custos totais compreendem a amortização
do investimento com a construção das instalações do projeto, incluindo os sistemas de
drenagem e os custos anuais de OM&R.
Se o suprimento de água for insuficiente para servir todas as terras aráveis poten-
cialmente irrigáveis, os blocos de terras devem ser ordenados de acordo com seus bene-
fícios líquidos por hectare. Após esta ordenação, os blocos com os maiores benefícios
líquidos por hectare são adicionados à área essencial até que o suprimento de água se
esgote. Isto assegurará que o máximo de benefícios será obtido dos recursos de água
limitados.
COMPILAÇÃO DE
DADOS
E PREPARAÇÃO DO
RELATÓRIO
Rever os limites das manchas de terras, para assegurar que não há mais de um
símbolo para cada delimitação;
Desenhar os mapas de forma definitiva, delimitar as classes de terras resultantes
em material recopiativo;
Medir a área para a classificação detalhada;
Relacionar no mapa, em hectare, as áreas de cada delimitação, de forma sumária e
adequada;
Apresentar tabelas com classes e subclasses de terra e subfatores;
Preparar mapa de classes de terras aráveis e irrigáveis;
Preparar quaisquer outros mapas ou resumos necessários.
NECESSIDADES DE
CLASSIFICAÇÃO DE
TERRAS NOS
PROJETOS EM
OPERAÇÃO
11.1 Introdução
Uma vez que a área irrigável esteja determinada, o arranjo final estabelecido e a
construção iniciada, pode-se concluir que a fase de planejamento do processo de classi-
ficação de terras está essencialmente finalizado. Contudo, as responsabilidades da equi-
pe de classificação de terras não terminam aí, visto que as condições de operação de
projeto são dinâmicas e que a avaliação das mudanças são, normalmente, necessárias.
Quando a produtividade das terras se altera, as terras afetadas por esta mudança
devem ser reclassificadas, para se avaliar sua capacidade de pagamento ou a renda líqui-
da do lote, sob as condições presentes.
BIBLIOGRAFIA
[1] U.S. Department of Agriculture, Soil Conservation Service, Agriculture Handbook nº 436,
dezembro de 1975.
[2] Maas, E.V., and G.J. Hoffman, “Crop Salt Tolerance - Current Assessment”, Journal of the
Irrigation and Drainage Division, pp.115-117, junho de 1977.
[3] “Policies, Standards and Procedures in the Formulation, Evaluation, and Review of Plans for
Use and Development of Water and Related Land Resources”, U.S. Senate Document 97, 29
de maio de 1962.
ANEXOS
ANEXO
I. Introdução
C. Recomendações.
3. Fisiografia da área.
3. Origem do solo
a. Sedimentação: “Loess”, “Eólica”, “Lacustre”, “Residual”, etc.
2. Características da Temperatura
3. Características da Precipitação
a. Velocidade do vento.
b. Umidade.
c. Freqüência de ocorrência de granizo.
D. Desenvolvimento da Agricultura
1. Histórico.
3. Vegetação Nativa.
4. Agricultura de Sequeiro
a. Culturas.
b. Produtividade.
5. Desenvolvimento de Irrigação
a. Culturas.
b. Produtividade.
c. Práticas culturais.
d. Suprimento de água.
e. Adequabilidade da água.
f. Drenagem.
g. Problemas.
h. Extensão.
III. Principais Manchas de Terras Naturais (repetir os itens para cada mancha
principal)
A. Solos
2. Material.
3. Gênese de Origem.
4. Fisiografia Associada.
6. Relações Solo-Umidade
a. Entrada de água.
b. Permeabilidade.
c. Retenção de água.
7. Características Químicas
a. Reação do solo (pH).
b. Salinidade.
c. Sodicidade.
d. Acidez.
e. Capacidade de troca catiôntica.
f. Mineralogia.
g. Constituintes tóxicos.
h. Fertilidade.
8. Localização e extensão
9. Variabilidade
B. Topografia
C. Drenagem
D. Salinidade e Sodicidade
IV. Água
B. Características
C. Necessidades de Lixiviação
2. Impactos.
V. Classificação de Terras
1. Objetivo.
2. Fatores Considerados.
3. Segregações Envolvidas.
4. Tipo de Levantamentos.
5. Levantamentos de Solos e Classificação de Terras Anteriores, Incluindo Da-
tas e Avaliação.
6. Cooperação com Outros Órgãos.
C. Métodos
1. Pessoal e Equipamentos.
2. Mapas-base.
4. Fatores de Drenagem.
5. Fatores Econômicos.
6. Apoio de Laboratório
a. Procedimentos para determinar as análises a serem conduzidas.
b. Análises de perfis representativos.
c. Fonte dos procedimentos de laboratório (pode ser incluída no anexo).
7. Investigações Especiais
a. Desenvolvimento da terra.
b. Estudos de solo, tais como capacidade de água disponível, lixiviação,
infiltração, condutividade hidraúlica e outros.
c. Qualidade da água de retorno.
d. Seleção dos perfis representativos.
i. Classe 6
(1) Localização e extensão.
(2) Designação do levantamento pedológico.
(3) Vegetação nativa.
(4) Aptidão para irrigação.
A Figura A-1.2 mostra quão descritivos devem ser apresentados os dados acerca
do uso atual das terras e do manejo, nas classes de terra e suas subclasses, e no relatório
de classificação de terras. Este exemplo deve conter várias páginas.
2. Resultados da Arabilidade
a. Exemplo de uma ficha típica de classificação de terras.
b. Mapa generalizado de terras aráveis.
c. Tabulação das classes e subclasses de terras aráveis e suas deficiências.
1. Cota e localização.
2. Barreiras naturais ou topográficas.
3. Faixa de domínio.
4. Limites das propriedades.
5. Outros.
A. Problemas de Solo
1. Fertilidade.
2. Salinidade.
3. Sodicidade.
4. Acidez.
5. Toxicidade (por exemplo, boro e selênio).
6. Duripans e fragipans.
7. Retenção de água.
B. Topografia.
C. Drenagem.
D. Qualidade da Água.
E. Desenvolvimento da Terra.
1. Solos.
2. Topografia.
3. Drenagem.
4. Outros aspectos.
1. Tamanho da partícula.
2. Classe textural (laboratório).
3. Condutividade hidráulica.
4. Estabilidade de estrutura.
5. Retenção da umidade.
6. Reação do solo.
7. Carbono orgânico.
8. Fósforo disponível.
9. Extrato de saturação com os constituintes.
10. Acidez trocável.
11. Acidez total.
12. Bases permutáveis.
13. Capacidade de troca catiôntica.
14. Gesso.
15. Necessidade de gesso.
16. Carbonatos insolúveis.
17. Outros.
1. Exemplos
a. Tabulações das áreas em hectare.
b. Relatório detalhado das análises físicas e químicas.
c. Descrição detalhada dos procedimentos e estudos especiais.
d. Diagrama das sondagens profundas.
e. Mapas de classificação de terras.
f. Nomenclatura vulgar e científica das culturas.
g. Glossário de termos.
h. Símbolos e abreviações.
i. Fatores e fórmulas de conversão.
j. Bibliografia.
ANEXO
1. Introdução
As amostras não devem ser coletadas a profundidades arbitrárias, sem uma consi-
deração das diferenças na morfologia dos solos ou na estratificação. Toda amostra de
solo, ou conjunto de amostras de solo, deve ser representativa, de modo que a informa-
ção proveniente deste estudo possa ser aplicada além da área amostrada.
Muitos testes de laboratório são feitos com amostras fragmentadas. Uma varieda-
de de equipamentos para coleta de amostras pode ser usada; contudo, ferramentas mais
comuns, como trado, pá quadrada ou reta e escavadeira, são geralmente utilizadas.
A quantidade mínima necessária de solo coletada varia com o tipo de análise a ser
realizada. Na maioria das vezes, uma amostra de um litro é suficiente para análises de
rotina de campo e laboratório. No local escolhido para a amostragem, devem-se remo-
ver toda a vegetação e o material vegetativo em decomposição. O perfil em trincheira ou
a sondagem é aberto até a profundidade desejada - geralmente 3m para amostragem de
rotina e mais profunda para amostragem do substrato, exceto se houver impedimentos
devidos a areia grossa, cascalho, calhau, rocha-matriz ou outros materiais similares. A
ocorrência de água do solo dentro do limite de 3m de profundidade não justifica a inter-
rupção da amostragem, e este perfil deve ser examinado por inteiro, quando possível.
ANEXO
As especificações para classificação de terras são elaboradas para cada área a ser
classificada, com o intuito de auxiliar o classificador (pedólogo) a catalogar e estimar os
efeitos dos muitos fatores que afetam a classe de terra. Essas especificações devem
refletir as características da terra, peculiares à área em estudo.
Uma lista detalhada das características de terras, que devem ser consideradas nas
especificações para classificação de terras, encontra-se indicada a seguir. Para cada ca-
racterística, há uma possibilidade de deficiência.
Solo
Profundidade
Textura
Estrutura
Pedregosidade
Capacidade de retenção de água
Taxa de infiltração
Fertilidade
Alcalinidade
Salinidade
Acidez
Elementos Tóxicos
Topografia
Declive
Ondulação da superfície (ou necessidade de nivelamento)
Tamanho e forma da parcela ou lote
Cobertura vegetal da superfície
Remoção de pedras
Ventos
Drenagem
Encharcamento da superfície
Lençol freático elevado
Necessidades de drenagem
Profundidade;
Textura do solo;
Declive.
Ondulação da superfície;
Desmatamento;
Fertilidade;
Salinidade.
Deve-se fazer uma análise econômica de cada projeto para se determinar o mon-
tante a ser investido, pelo agricultor, nos custos de desenvolvimento de terras. Essa
análise fornece dados para a parte econômica das especificações referentes à classifica-
ção econômica de terras.
Os itens listados devem ser usados na análise de orçamento parcelar, para deter-
minar os parâmetros econômicos referentes aos custos de desenvolvimento de terras, a
serem utilizados nas especificações para classificação de terras. É preferível orçar todas
as principais deficiências físicas, em estudos detalhados de classificação de terras. Se os
índices de produtividade agrícola tiverem sido estimados com precisão, podem-se obter
bons resultados, baseando-se os orçamentos nas deficiências de solos e aplicando-se os
resultados a outras deficiências físicas da mesma classe.
Devem ser feitos orçamentos parcelares pelo menos para esses dois pontos. Nos
estudos de reconhecimento e nos estágios iniciais dos estudos semidetalhados e deta-
lhados, estes serão freqüentemente os únicos pontos orçados. Os outros dois pontos (o
limite entre as Classes 1 e 2 e o limite entre as Classes 2 e 3) devem ser estabelecidos por
interpolação. Por exemplo, se o valor (montante de recursos disponíveis para corrigir
deficiências corrigíveis) do ponto máximo da Classe 1 for US$ 3.700,00 por hectare (vide
Tabelas A-3.1 a A-3.4) e o ponto mínimo da Classe 3 for zero (vide Tabela A.3-5), os outros
dois pontos podem ser calculados partindo-se da premissa de que o limite entre as Clas-
ses 1 e 2 equivale a 66,66% de US$ 3.700,00, e o limite entre as Classes 2 e 3, a 33,33%.
Este procedimento é graficamente ilustrado a seguir.
DESPESAS INVESTIMENTO R$
ITEM R$ DESMATAMENTO E NIVELAMENTO 4.900,00
HORA/TRATOR 598,00 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO 4.900,00
HOMEM-DIA 939,00 EQUIPAMENTO
SEMENTE ALGODÃO 98,00 CERCA
SEMENTE CENOURA 250,00 ENERGIA
SEMENTE FEIJÃO 76,00 MORADIA
NITROGENIO 300,00 GALPÃO 1.000,00
FÓSFORO 650,00 FERRAMENTAS 350,00
POTÁSSIO 100,00 TOTAL 11.150,00
DEFENSIVOS 600,00
RESUMO FINANCEIRO R$
MICRONUTRIENTES 170,00
RENDIMENTO 21.510,00
ESTERCO 500,00
AUTOCONSUMO
DEPRECIAÇÃO 705,00
RENDA BRUTA 21.510,00
JUROS DO INVESTIMENTO 780,00
DESPESAS 12.877,00
TARIFA DE ÁGUA 3.454,00
IMPOSTOS SOBRE A PRODUÇÃO 17% 3.657,00 RENDA LÍQUIDA 8.633,00
TOTAL 12.877,00 MESADA FAMILIAR 5.740,00
SALDO PARA DESENVOLVIMENTO DA TERRA 2.893,00
per ha: 6,3 459,00
(1) - UTILIZADO PARA OS ANIMAIS E COMO ADUBO
(2) - AO BENEFÍCIO DA FAMÍLIA
DESPESAS INVESTIMENTO R$
ITEM R$ DESMATAMENTO E NIVELAMENTO 4.900,00
HORA/TRATOR 598,00 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO 4.900,00
HOMEM-DIA 860,00 EQUIPAMENTO
SEMENTE ALGODÃO 98,00 CERCA
SEMENTE CENOURA 250,00 ENERGIA
SEMENTE FEIJÃO 76,00 MORADIA
NITROGENIO 250,00 GALPÃO 1.000,00
FÓSFORO 568,00 FERRAMENTAS 350,00
POTÁSSIO 83,00 TOTAL 11.150,00
DEFENSIVOS 600,00
MICRONUTRIENTES 130,00 RESUMO FINANCEIRO R$
ESTERCO 380,00 RENDIMENTO 19.998,00
DEPRECIAÇÃO 705,00 AUTOCONSUMO 0,00
JUROS DO INVESTIMENTO 780,00 RENDA BRUTA 19.998,00
TARIFA DE ÁGUA 3.454,00 DESPESAS 12.232,00
IMPOSTOS SOBRE A PRODUÇÃO 17% 3.400,00 RENDA LÍQUIDA 7.766,00
TOTAL 12.232,00
MESADA FAMILIAR 5.740,00
SALDO PARA DESENVOLVIMENTO DA TERRA 2.026,00
per ha: 6,3 322,00
(1) - UTILIZADO PARA OS ANIMAIS E COMO ADUBO
(2) - AO BENEFÍCIO DA FAMÍLIA
DESPESAS INVESTIMENTO R$
ITEM R$ DESMATAMENTO E NIVELAMENTO 4.900,00
HORA/TRATOR 598,00 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO 4.900,00
HOMEM-DIA 780,00 EQUIPAMENTO
SEMENTE ALGODÃO 98,00 CERCA
SEMENTE CENOURA 250,00 ENERGIA
SEMENTE FEIJÃO 76,00 MORADIA
NITROGENIO 200,00 GALPÃO 1.000,00
FÓSFORO 483,00 FERRAMENTAS 350,00
POTÁSSIO 66,00 TOTAL 11.150,00
DEFENSIVOS 600,00
MICRONUTRIENTES 90,00 RESUMO FINANCEIRO R$
ESTERCO 260,00 RENDIMENTO 17.988,00
DEPRECIAÇÃO 705,00 AUTOCONSUMO 0,00
JUROS DO INVESTIMENTO 780,00 RENDA BRUTA 17.988,00
TARIFA DE ÁGUA 3.454,00 DESPESAS
IMPOSTOS SOBRE A PRODUÇÃO 17% 3.058,00 RENDA LÍQUIDA 11.498,00
TOTAL 11.498,00 MESADA FAMILIAR 6.490,00
SALDO PARA DESENVOLVIMENTO DA TERRA 750,00
per ha: 6,3 119,00
(1) - UTILIZADO PARA OS ANIMAIS E COMO ADUBO
(2) - AO BENEFÍCIO DA FAMÍLIA
DESPESAS INVESTIMENTO R$
ITEM R$ DESMATAMENTO E NIVELAMENTO 4.900,00
HORA/TRATOR 598,00 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO 4.900,00
HOMEM-DIA 700,00 EQUIPAMENTO
SEMENTE ALGODÃO 98,00 CERCA
SEMENTE CENOURA 250,00 ENERGIA
SEMENTE FEIJÃO 76,00 MORADIA
NITROGENIO 150,00 GALPÃO 1.000,00
FÓSFORO 400,00 FERRAMENTAS 350,00
POTÁSSIO 50,00 TOTAL 11.150,00
DEFENSIVOS 600,00
MICRONUTRIENTES 50,00 RESUMO FINANCEIRO R$
ESTERCO 140,00 RENDIMENTO 16.386,00
DEPRECIAÇÃO 705,00 AUTOCONSUMO 0,00
JUROS DO INVESTIMENTO 780,00 RENDA BRUTA 16.386,00
TARIFA DE ÁGUA 3.454,00 DESPESAS
IMPOSTOS SOBRE A PRODUÇÃO 17% 2.786,00 RENDA LÍQUIDA 10.837,00
TOTAL 10.837,00
MESADA FAMILIAR 5.549,00
SALDO PARA DESENVOLVIMENTO DA TERRA 0,00
per ha: 6,3 0,00
(1) - UTILIZADO PARA OS ANIMAIS E COMO ADUBO
(2) - AO BENEFÍCIO DA FAMÍLIA
O VALOR $1.200 É CALCULADO COMO $3.700 MENOS $2.500. O VALOR $2750 É CALCULADO COMO $3.700 MENOS
$950 E O VALOR $1.550 É CALCULADO COMO $2.500 MENOS $950. N/A = NÃO APLICÁVEL.
Neste exemplo, os orçamentos parcelares para cada um dos pontos serão basea-
dos nas deficiências de solo, com todos os outros fatores permanecendo nos níveis óti-
mos. As Tabelas A-3.1 a A-3.4 apresentam exemplos deste processo de orçamento. Os
orçamentos são utilizados como meio de se calcular o valor restante, após a dedução
das despesas com a produção parcelar (inclusive as tarifas de água) e dos retornos à
família agrícola pela mão-de-obra, gerenciamento e capital. Neste exemplo, admitiu-se
um retorno à família agrícola de sete salários mínimos. Esses orçamentos são baseados
nos preços de janeiro de 1989, quando R$ 1,00 equivalia a US$ 1,00.
CLASSE
Manual de Irrigação
CUSTO MÁXIMO DE 0 - 1200 (1) 1550 - 2500 (2) 950 - 0 (3) (4) ( 4)
DESENVOLVIMENTO PERMITIDO
(US$/HA)
PARA TERRAS QUE TEM PARA TERRAS QUE TEM UM PARA TERRAS QUE TEM UM QUANDO SE PREPARAM OS QUANDO SE PREPARAM OS
UM POTENCIAL DE POTENCIAL DE PRODUÇÃO POTENCIAL DE PRODUÇÃO PARÂMETROS PARA PARÂMETROS PARA
PRODUÇÃO ENTRE OS ENTRE OS LIMITES ENTRE OS LIMITES IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO
LIMITES ESTABELECIDOS ESTABELECIDOS PARA A ESTABELECIDOS PARA A OU OUTROS SISTEMAS NÃO OU OUTROS SISTEMAS NÃO
PARA A CLASSE 1. OS CLASSE 2. OS CUSTOS DE CLASSE 3. OS CUSTOS DE CONVENCIONAIS, TODO O CONVENCIONAIS, TODO O
CUSTOS DE DESENVOLVIMENTO PODERIAM DESENVOLVIMENTO PODERIAM EQUIPAMENTO DEVE SER EQUIPAMENTO DEVE SER
DESENVOLVIMENTO VARIAR ENTRE US$ 0,00 E VARIAR ENTRE US$ 0,00 E INCLUÍDO NOS ORÇAMENTOS INCLUÍDO NOS ORÇAMENTOS
PODERIAM VARIAR ENTRE 1.550/HA 950/HA DA PARCELA COM CUSTO DA PARCELA COM CUSTO
US$ 0,00 E 1.200/HA PARCELAR PARA PARCELAR PARA DETERMINAR
DETERMINAR OS CUSTOS OS CUSTOS PERMISSÍVEIS
PERMISSÍVEIS PARA PARA DESENVOLVIMENTO DA
DESENVOLVIMENTO DA PARCELA
PARCELA
127
Tabela A3.8. Especificações para Classificação de Terras para Irrigação - Projeto Bom Sucesso
CLASSE
Manual de Irrigação
Textura Superficial (0-30 cm) média a argilosa permeável Areia Franca Areia 0-30 cm média a siltosa ou arenosa a média Areia 0-120 cm ou areia acima NÃO satisfaz os estabelecidos
média a muito argilosa permeável muito argilosa de texturas mais finas para as classes aráveis
Superficial (30-120 cm) média a muito argilosa média, siltosa ou muito argilosa Areia Franca, média a muito arenosa a média
pe r m e á v e l permeável argilosa
Profundidade até materiais permeáveis (areia, pedra ou > 100 cm > 90 cm > 60 cm > 80 c m > 45 c m < 45 c m
cascalho)
Até materiais semipermeáveis (fragipans, planita, rocha > 150 cm > 150 cm > 120 cm > 60 c m > 100 cm < 60 c m
penetrável)
Até materiais impermeáveis (duripans, material rochoso) > 300 cm > 240 cm > 240 cm > 150 cm < 120 cm < 120 cm
Capacidade de Água Disponível Milímetros de Água nos > 35 m m > 28 mm > 20 mm > 15 mm > 12 mm < 12
primeiros 30 cm
Centímetros de Água ate 120 cm (Água disponível) > 120 mm > 90 mm > 60 mm > 60 mm 60 mm < 60
Cátions Trocáveis Ca++ + Mg++ em mEq/100g (0-30cm) > 4.0 > 2.5 > 2.0 > 1.0 > 1.0 < 1,0
Alumínio trocável em mEq/100 g (0-30 cm) 0,0 < 1,0 < 2,0 < 3,0 < 3,0 < 3,0
Reação (ph em Água) (0-30 cm) 5.0 a 7.5 5.0 a 7.5 4.5 a 8.0 4.5 a 8.0 4.5 a 8.0 < 4.0 > 8.0
Saturação com Sódio (100 Na/CTC) < 6.0 < 6.0 < 15.0 < 6.0 15.0 > 15.0
Condutividade Elétrica mmhos/cm a 25. C até 120 cm < 1.0 < 4.0 < 8.0 < 8.0 8.0 > 8.0
Infiltração Básica < 20 mm/h até 50 mm/h até 100 mm/h até 150 mm/h até 200 mm/h < 200 mm/h
Movimento de Terra < 500 M3/ha até 1000 M3/ha até 2000 M3/ha até 2000 M3/ha até 3000 M3/ha > 3000 M3/ha
Drenagem Superficial (inundações) Nenhuma Nenhuma Ocasionais por curto período Ocasionais por curto período Ocasionais por curto período Frequentes com permanência
> do que 6 meses
Interna Acentuado a moderadamente Acentuado a moderadamente Acentuado a moderadamente Acentuado a moderadamente Imperfeitamente a mal drenado Excessiva a muito drenado
drenado Lençol > 150cm drenado Lençol > 120cm drenado Lençol > 120cm drenado Lençol > 150cm
Condições de Solo e topografia, tais que influenciam a Exigências de drenagens Algumas exigências de drenagem Significantes exigências de Exigências de drenagens Significantes exigências de Exigências de drenagem não
drenagem especificas não são previstas são feitas, porém a razoáveis drenagem são feitas a altos específicas não são previstas drenagem são feitas a altos exeqüíveis
custos custos considerados exeqüíveis custos considerados exeqüíveis
128
Classificação de Terras para Irrigação
ANEXO
Introdução
Este anexo é um modelo para ser usado na preparação dos termos de referência
para licitar propostas de consultores para classificar terras para irrigação. Cada projeto
tem suas particularidades que exigem algumas modificações.
A. Objetivo do Contrato
B. Finalidade do Projeto
O projeto de (nome) tem como finalidade irrigar terras aptas para irrigação nos
municípios de (nomes dos municípios), no sudoeste do Estado de (nome do estado).
Este projeto proverá abastecimento de água para os municípios, as indústrias e a pisci-
cultura, criando oportunidades de lazer e mantendo a flora e a fauna. A água será bom-
beada do rio (nome do rio) e transportada às terras irrigáveis através de um sistema
apropriado de irrigação.
C. Resultados Finais
1. Apresentação de Planilha
Essa planilha será avaliada pelo contratante, que irá aprová-la ou devolvê-la com
comentários no prazo de (número) dias. O contratado não poderá proceder às investiga-
ções de campo até a aprovação da planilha. Essa planilha será anexada ao contrato e
tornar-se-á parte integrante do mesmo, visando ao monitoramento e controle do traba-
lho durante o contrato.
6. Coordenação do Laboratório
C. Investigações de Campo
O contratado deverá separar as terras aráveis das terras não aráveis, de acordo
com as especificações descritas na Seção III.B.3.a. Três classes aráveis, 1, 2 e 3, - e uma
não arável, Classe 6, serão delineadas, com base na interação das condições de solo,
topográficas e de drenagem, e numa investigação até a profundidade de 3 metros.
2. Orientação de Campo
CLASSE
Manual de Irrigação
Textura Superficial (0-30 cm) média a argilosa permeável Areia Franca Areia 0-30 cm média a siltosa ou arenosa a média Areia 0-120 cm ou areia acima NÃO satisfaz os estabelecidos
média a muito argilosa permeável muito argilosa de texturas mais finas para as classes aráveis
Superficial (30-120 cm) média a muito argilosa média, siltosa ou muito argilosa Areia Franca, média a muito arenosa a média
permeável permeável argilosa
Profundidade até materiais permeáveis (areia, pedra ou > 100 c m > 90 cm > 60 cm > 80 c m > 45 c m < 45 c m
cascalho)
Até materiais semipermeáveis (fragipans, planita, rocha > 150 c m > 150 cm > 120 cm > 60 c m > 100 cm < 60 c m
penetrável)
Até materiais impermeáveis (duripans, material rochoso) > 300 c m > 240 cm > 240 cm > 150 cm < 120 cm < 120 cm
Capacidade de Água Disponível Milímetros de Água nos > 35 m m > 28 mm > 20 mm > 15 m m > 12 m m < 12
primeiros 30 cm
Centímetros de Água ate 120 cm (Água disponível) > 120 mm > 90 mm > 60 mm > 60 m m 60 m m < 60
Cátions Trocáveis Ca++ + Mg++ em mEq/100g (0-30cm) > 4.0 > 2.5 > 2.0 > 1.0 > 1.0 < 1,0
Alumínio trocável em mEq/100 g (0-30 cm) 0,0 < 1,0 < 2,0 < 3,0 < 3,0 < 3,0
Reação (ph em Água) (0-30 cm) 5.0 a 7.5 5.0 a 7.5 4.5 a 8.0 4.5 a 8.0 4.5 a 8.0 < 4.0 > 8.0
Saturação com Sódio (100 Na/CTC) < 6.0 < 6.0 < 15.0 < 6.0 15.0 > 15.0
Condutividade Elétrica mmhos/cm a 25. C até 120 cm < 1.0 < 4.0 < 8.0 < 8.0 8.0 > 8.0
Infiltração Básica < 20 mm/h até 50 mm/h até 100 mm/h até 150 mm/h até 200 mm/h < 200 mm/h
Movimento de Terra < 500 M3/ha até 1000 M3/ha até 2000 M3/ha até 2000 M3/ha até 3000 M3/ha > 3000 M3/ha
Drenagem Superficial (inundações) Nenhuma Nenhuma Ocasionais por curto período Ocasionais por curto período Ocasionais por curto período Frequentes com permanência
> do que 6 meses
Interna Acentuado a moderadamente Acentuado a moderadamente Acentuado a moderadamente Acentuado a moderadamente Imperfeitamente a mal drenado Excessiva a muito drenado
drenado Lençol > 150cm drenado Lençol > 120cm drenado Lençol > 120cm drenado Lençol > 150cm
Condições de Solo e topografia, tais que influenciam a Exigências de drenagens Algumas exigências de drenagem Significantes exigências de Exigências de drenagens Significantes exigências de Exigências de drenagem não
drenagem especificas não são previstas são feitas, porém a razoáveis drenagem são feitas a altos específicas não são previstas drenagem são feitas a altos exeqüíveis
custos custos considerados exeqüíveis custos considerados exeqüíveis
133
Classificação de Terras para Irrigação
5. Simbolização Uniforme
Se a classe for 2, 3 ou 6, usar-se-á uma ou mais subclasses “s” - solos; “t” - topo-
grafia; e/ou “d” - drenagem. Não se deve usar uma subclasse no numerador quan-
do a classe for “1”. Os símbolos usados no denominador são, em ordem, Produti-
vidade Relativa (1, 2, 3 ou 6); e Custo de Desenvolvimento (1, 2, 3 ou 6). As deficiên-
cias específicas que correspondem às subclasses encontram-se na Tabela 2.
c. O símbolo “g”, que indica uma deficiência de topografia, está sempre associado
ao fator “t” no numerador e à “Produtividade Relativa”, no denominador do sím-
bolo de mapeamento.
FATORES DE SOLOS
v - textura grossa p - permeabilidade restrita y - fertilidade natural
q - baixa capacidade retenção de umidade k - pouca profundidade efetiva x - pedregosidade e/ou rochosidade
i - alta taxa de infiltração a - sodicidade e/ou salinidade
FATORES TOPOGRÁFICOS
u - ondulação g - gradiente c - vegetação ou pedras
FATORES DE DRENAGEM
w - lençol f - inundação 0 - bacia fechada
Projeto: ______________________________________________________
Número do Perfil: _____________________________________________
Localização: __________________________________________________
Classe de Terra Provisória: ____________________________________
Declividade: __________________________________________________
Relevo: ______________________________________________________
Litologia e Formação Geológica: _______________________________
Material Originário: ___________________________________________
Erosão: ______________________________________________________
Drenagem: ___________________________________________________
Pedregosidade: _______________________________________________
Vegetação: ___________________________________________________
Uso Atual: ___________________________________________________
Nome do Pedólogo: __________________________________________
Numeração das Amostras: ____________________________________
d. Explicações:
a. As amostras deverão ser obtidas nos locais onde se encontrar uma diferen-
ça em textura, estrutura ou uma zona distinta, na qual exista uma diferença
aparente (física ou química), em intervalos de não menos de 15cm e normal-
mente não mais de 60cm.
b. Um mínimo de cinco amostras de cada perfil de 300cm deve ser colhido para
análises de laboratório. Um mínimo de três amostras de 150cm de profundi-
dade, por cada 60 ha, deve ser colhido. Uma amostragem de perfis até 150cm
será necessária em áreas complexas, a fim de apoiar adequadamente as
determinações finais das classes de terra.
para caraterizar os solos para irrigação. Onde houver suspeita de Na, deverá
ser determinada a Relação da Absorção de Sódio (SAR).
8. Avaliação Topográficas
9. Avaliação da Drenagem
Dados de uma investigação anterior, que talvez só abranjam parte da área a ser
classificada, deverão ser colocados à disposição do contratado. Ainda que estes dados
apresentem informações anteriores, será necessário obter dados adicionais que satisfa-
çam as especificações que serão desenvolvidas para o levantamento.
A.1 Depois que as revisões do campo forem completadas e aprovadas pelo contratan-
te, o contratado deverá transferir as classes de terra para folhas permanentes e
reproduzíveis. Todas as informações serão registradas nas folhas (indicar as di-
mensões das folhas) com tinta preta e permanente. Os seguintes itens deverão ser
registrados em cada folha: (1) delineação das classes de terra; (2) descrição dos
perfis, incluindo alguns dados de laboratório, (vide Seção III.C.6.d. - “Explicações”);
(3) hectares por classe; (4) resumo dos hectares por classe; (5) legenda e bloco
com o nome do projeto, data da classificação e nome do pedólogo que fez a clas-
sificação.
a. Os dados nos mapas usados no campo serão transferidos para folhas per-
manentes. Estas folhas deverão incluir todas as delineações, uma
simbolização completa de cada classe delineada, os hectares de cada área
segregada, os números das sondagens e todas as faixas de domínio. Os
mapas deverão ser similares ao que se encontra no Anexo 3 deste MANUAL.
b. As descrições dos perfis e os dados de laboratório serão transferidos das
notas de campo e da ficha de laboratório. (vide o exemplo, que se encontra
no Anexo 3 deste MANUAL).
c. Os hectares aráveis/irrigáveis serão calculados e arredondados até o mais
próximo de 0,1 de hectare, e serão registrados dentro de cada classe e
subclasse. Um resumo dos hectares, por classe e subclasse, poderia ser in-
cluído também no rodapé da folha (vide o exemplo do mapa, que se encon-
tra no Anexo 3 deste MANUAL, apresentando um exemplo de como esse
pode ser feito).
d. Uma legenda completa, com explicação, deverá ser incluída em cada folha,
(vide o exemplo do Anexo 3 deste MANUAL).
e. O bloco titular, similar ao mapa do Anexo 3 deste MANUAL, deverá aparecer
no canto inferior direito de cada folha.
f. Todas as folhas permanentes (ou reproduzíveis) serão entregues ao contra-
tante, junto com o apêndice final e com o capítulo “Recursos de Terra”, do
relatório final.
C. Relatórios
ANEXO
Mapa de
Reclassificação
Detalhada das Terras
Figura A.5.1