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Quando relembramos nossos tempos de colégio, nos vêm à mente as aulas de língua portuguesa e as
“chatices” (pelo menos para a maioria) das regras gramaticais. Colocação pronominal, predicativo do sujeito,
oração subordinada substantiva objetiva direta etc. Isso porque entendemos (ou nos foi assim ensinado) que
a gramática reduz-se à ideia de “um livro em que se expõem as normas de uso de uma determinada língua”.
Acompanhe a história de uma criança de 3 anos que ainda não foi alfabetizada, e só teve contato com a
língua portuguesa através da interação com os pais e com outros parentes. Ao final, iremos fazer uma
pergunta para você responder. Vamos começar?
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SIM, realmente ela usou parte do sistema lingüístico (a distinção entre gêneros masculino e feminino), que é
um recurso gramatical acionando pela capacidade lingüística. Ainda que tal palavra não exista na língua
portuguesa, o fato de ela ter assim pronunciado demonstra que ela soube distinguir masculino de feminino e
soube adaptar o recurso morfológico (a letra “o”, modelo para a formação do gênero masculino na língua
portuguesa) em sua construção.
E A LÍNGUA DE SINAIS?
A língua de sinais, a exemplo de qualquer língua oral, tem uma gramática própria, constituída por um conjunto
de regras presente na mente dos seus usuários. Poderemos ter a tendência a acreditar que a língua de sinais
seja uma espécie de “língua oral sinalizada”. Em conseqüência disso, acabaremos acreditando que o léxico
(dicionário mental), os aspectos sintáticos, semânticos, pragmáticos e quirológicos (*) da LIBRAS constituem
um emaranhado de sinais, aleatoriamente utilizados, que mais pareceriam uma língua oral mal falada.
Por isso, podemos afirmar que os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma língua, na medida em
que, dotados desta capacidade lingüística, decodificam logicamente o mundo, organizando-o em suas
mentes, através dos recursos físicos e mentais dos quais dispõem. Assim, sua capacidade lingüística
exterioriza-se, formando uma língua específica que, ao invés de sinais orais e auditivos, usa sinais
espaciais e visuais, valendo-se do pleno funcionamento de sua visão, de suas mãos e do restante do corpo
como um todo.
Desfazendo mitos...
COMEÇANDO A COMEÇAR...
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Uma boa descrição da língua de sinais não pode ser feita, naturalmente, a partir da mesma lógica utilizada
para a descrição de línguas orais. Afinal, a modalidade lingüística é totalmente diferente. No entanto,
existem parâmetros que regem o uso da língua de sinais.
Costuma-se apresentar cinco parâmetros que possibilitam entender a formação dos sinais e as bases para os
seus usos durante a produção discursiva. Vamos conhecer esses parâmetros?
Assim, percebeu-se que um sinal é produzido a partir da combinação de elementos espaciais, visuais e
motores que determinam o lugar onde as mãos devem estar na hora da produção do sinal, como as mãos
devem estar configuradas, para que direção elas devem estar apontando, se devem ou não estar se
movimentando e como deve ser feito este movimento. Além disso, é preciso considerar a posição do corpo
e a expressão facial que acompanham a produção desse sinal para que ele seja plenamente entendido em
seu contexto de produção.
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Informação Cultural (IC): Se repararmos bem, o sinal de “Como vai você?” tem escrito ao lado:
“Saúde B-E-M”. Isso porque tal forma de construir a frase é pragmática; dizer Saúde B-E-M em Libras
equivale a perguntar Como vai você? em português.
Informação Linguística (IL): algumas palavras podem ser sinalizadas de forma diferente, dependendo de
alguns aspectos (como a pessoa que sinaliza, por exemplo). É o caso da palavra MÃE que, se sinalizada por
uma criança, terá um sinal; se sinalizada por um adulto, será outro.