Вы находитесь на странице: 1из 73

Ana Claudia Pozo Griecco

Eliana dos Santos Costa Lana

Josimeire Cristina Martins

Formação Geral
1ª edição

Mogi das Cruzes - SP

2016
Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar

CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP

Reitor: Prof. Maurício Chermann

EQUIPE PRODUÇÃO CORPORATIVA

Gerência: Adriane Aparecida Carvalho

Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim

Coordenação Pedagógica: Karen de Campos Shinoda

Equipe Pedagógica: Alessandra Matos, Graziela Franco, Vania Ferreira

Coordenação Material Didático: Michelle Carrete

Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues, Aline Gonçalves,

Claudio Nascimento, Telma Santos

Diagramação: Amanda Holanda, Fábio Francisco, Nilton Alves,

Priscila Noberto

Ilustração: Everton Arcanjo, Noel Gonçalves

Impressão: Grupo VLS / Jet Cópias

Imagens: Fotolia / Acervo próprio

Os autores dos textos presentes neste material didático assumem total

responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade.

Proibida a reprodução total e/ou parcial.

© Copyright UBC 2016


Sumário

Sumário

Apresentação 5
O Professor 7
Introdução 9

1Unidade I
Globalização; TICs; relações de trabalho 11
1.1 A economia mundial e a globalização: faces da globalização 12
1.1.1 Economia mundial globalizada; maior concentração de riquezas  14
1.2 A organização moderna da sociedade da informação e do conhecimento  16
1.2.1 Os desafios da sociedade da informação  17
1.3 O crescimento da informalização nas relações trabalhistas.  19
1.3.1 Crescimento das práticas de terceirização e suas consequências: vantagens e
desvantagens  20
1.4 Considerações da unidade I 22
Referências da unidade I 24

2Unidade II
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/biodiversidade25
2.1 Avanços tecnológicos  26
2.1.1 Ecologia e biodiversidade 29
2.2 Brasil: recursos naturais; políticas ambientais 30
2.3 Educação socioambiental 33
2.3.1 ECO 92 / RIO+20  34
2.4 Considerações da unidade II 37
Referências da unidade II 40

3Unidade III
Políticas públicas e responsabilidade social 41
3.1 Direitos sociais 41
3.2 Políticas públicas 43
3.2.1 A desilusão com a política: corrupção 44
3.3 Responsabilidade social 47
3.3.1 Setor público, privado e terceiro setor 48
3.4 Vida rural e urbana 49
Referências da unidade III 52

4Unidade IV
Democracia, sociodiversidade e cidadania 53
4.1 Diversidade e multiculturalismo: um debate em curso 53
4.1.1 O multiculturalismo como estratégia para a criação de políticas de
reconhecimento 54
4.1.2 Democracia, ética e cidadania 55
4.2 Inclusão social  57
4.2.1 Lei de cotas 58
4.3 Estados latino-americanos e povos indígenas  61
4.3.1 Povos Indígenas - Povos Exóticos e distantes, ou presentes? 64
4.4 Afrodescendência  65
Sumário

4.4.1 A África de todos nós 66


4.5 Cultura e arte: a resposta do homem ao desafio da existência 68
4.5.1 A importância da arte 69
Referências da unidade IV 71
Apresentação

Apresentação

Caro(a) aluno(a),

Bem-vindo(a) à disciplina de Formação Geral!

A disciplina de Formação Geral tem como principal característica levar você,


como futuro profissional da área de atuação escolhida, a perceber que somente a
técnica da área em que irá atuar já não é mais suficiente, pois, o conhecimento es-
tático, ou seja, que não é atualizado constantemente, se torna inútil para o mercado
de trabalho em pouco tempo, tal o dinamismo da sociedade atual cada vez mais
especializada.

Atualmente, não há como desvincular os acontecimentos sociais, seja em re-


lação à política, à tecnologia ou ao mercado de trabalho, da nossa formação intelec-
tual, ou seja, da nossa formação acadêmica.

Buscaremos compreender um pouco mais sobre a sociedade atual a partir do


estudo de diversos temas relacionados. Vamos refletir juntos sobre as mudanças
sociais dos últimos anos, e de que maneira interferem em nossas vidas, tanto no
âmbito pessoal quanto como cidadãos e profissionais.

Os temas que compõem esta disciplina, como você poderá comprovar ao lon-
go do curso, versam sobre assuntos, como o avanço da globalização e suas conse-
quências em questões como relações de trabalho, avanços tecnológicos, mercado de
trabalho, políticas públicas, sociodiversidade, arte e cultura, entre outros.

O conteúdo previsto para este semestre, na disciplina de Formação Geral, aten-


de à legislação do Ministério da Educação (MEC) e está dividido em quatro unidades.
Além do livro didático, você contará com videoaulas e a plataforma virtual.

Entretanto para que possamos dar conta do conteúdo e termos condições de


analisar os matérias disponibilizados para seu estudo, questões de língua portugue-
sa, tais como argumentar coerentemente? Qual a diferença entre língua e lingua-
gem? O que é discurso? O que é texto? Todas essas indagações também serão con-
templadas em nossas aulas.

O propósito é buscar condições para que se possa interpretar os discursos


contidos nos textos, nas questões das atividades, além de dar subsídios para que,
nos fóruns que teremos durante todo o curso, as discussões sejam proveitosas.

5
Apresentação

Então... Pronto para começarmos a discutir qual é o nosso papel numa socie-
dade realmente pulsante e dinâmica, que a cada novo dia nos convida a refletir sobre
ela e como esse dinamismo interfere em nossa vida? Conto com você!

6
O Professor

O Professor

Prof.ª Eliana dos Santos Costa Lana.

Mestre em Integração da América Lati-


na, pela Universidade de São Paulo (USP
2009). Título: Políticas Públicas para a Edu-
cação Escolar Indígena na América Latina:
legislações de Brasil e Bolívia. Especializa-
ção em Textos Literários: aspectos sociais e
psicológicos, pela Universidade Braz Cubas
(2005). Graduação em Letras, pela Univer-
sidade Braz Cubas (2004). Atualmente é
Docente da Universidade Braz Cubas, Mogi
das Cruzes, São Paulo.

Endereço para acessar este CV:


http://lattes.cnpq.br/6211831514845346

Prof.ª Josimeire Cristina Martins

Possui graduação em Letras Habilitação


Tradutor e Intérprete Inglês-Português,
Pós graduação em Tradução pela Unibe-
ro e mestrado em Estudos Linguísticos e
Literários em Inglês pela Universidade de
São Paulo (2007). Atualmente é professo-
ra efetiva da Escola Estadual Profa Enedina
Gomes de Freitas e professora da Universi-
dade Braz Cubas. Tem experiência na área
de Letras, com ênfase em Línguas Estran-
geiras Modernas, atuando principalmente
nos seguintes temas: tradução, linguística
de corpus, terminologia, Língua Portugue-
sa e ensino.

7
O Professor

Prof.ª Ana Claudia Pozo Griecco

Possui graduação em Letras pela Univer-


sidade Braz Cubas (2003) e graduação em
Comunicação Social - Propaganda e Marke-
ting pela Universidade Anhembi Morumbi
(1992).Atualmente é Professora da Univer-
sidade Braz Cubas, Orientadora de Estágio
Supervisionado nos cursos de Pedagogia
e Matemática. Professora concursada por
tempo indeterminado na disciplina de Lín-
gua Inglesa na FATEC de Itaquaquecetuba.

8
Introdução

Introdução

O mundo atual está em constante modificação em todos os setores sociais.


Após a revolução industrial, nada mais foi o mesmo. Por esse motivo, convido você
para refletirmos sobre o fato.

Na disciplina de Formação Geral, podemos debater, discutir e refletir acerca do


que nos rodeia, seja na área social, política, ou ambiental, e até mesmo das novas
configurações da arte, por exemplo.

Incialmente, você terá, no livro didático, um breve estudo das questões sobre
a Globalização e suas consequências na área econômica, ou seja, no novo modo de
comercializar mercadorias entre países; a contribuição dos avanços tecnológicos, na
área da informação e comunicação, e como esses dois fatores interferem de modo
radical nas relações de trabalho.

A seguir, vamos analisar um pouco mais os avanços tecnológicos que trouxe-


ram novas formas de produzir, de pensar e de viver na sociedade atual. As grandes
inovações na área da robótica, que modificaram o modo de produção de merca-
dorias, e as questões do uso excessivo dos recursos naturais para a produção são
temas de estudos, cujo intuito é produzir mais, porém, com responsabilidade am-
biental. Assim, não há como abordar esses avanços sem levarmos em consideração a
preservação do bioma do planeta e, por esse motivo, o acréscimo do tema ecologia/
biodiversidade.

Vamos continuar nosso estudo sobre um assunto fundamental para nossa vida
pessoal, social e profissional: Políticas Públicas. Conhecer como e porquê são neces-
sárias e qual sua função e importância para termos consciência dos nossos deveres
e direitos como cidadãos. Vamos analisar, também, a corrupção, infelizmente parte
do nosso cotidiano, e os impostos bastante discutíveis que pagamos. Nesse contex-
to, é possível também analisar o crescimento do número de ONGs, que propiciam à
população menos favorecida os direitos sociais não assumidos pelo Estado.

Na última unidade deste livro, você terá a oportunidade de participar do es-


tudo de um tema muito atual, que faz parte da área de Ciências Humanas desde a
década de 1980: Sociodiversidade/Multiculturalismo. Abordaremos questões refe-
rentes à afrodescendência, aos povos indígenas e às políticas de reconhecimento
relacionadas à inclusão social. Desde 2003, o Ministério da Educação e Cultura (MEC)
incluiu, na grade curricular das escolas brasileiras, esses temas com vistas à tolerân-
cia e ao respeito ao outro: um dos principais fundamentos de uma democracia e de
um país multicultural como o Brasil.

9
Introdução

Abertura de conteúdo

O mundo do trabalho, como a vida e tudo que nos cerca, tornou-se mais com-
plexo. Vive-se a cada dia mais inundado de informações. O conhecimento produzido
pela humanidade cresce a passos cada vez mais acelerados, o mundo se torna cada
vez mais especializado e as especializações são úteis para a o mundo do trabalho
cada vez por menos tempo. Atualizar os conhecimentos e competências técnicas se
torna necessário em intervalos de tempo cada vez menores.

Em complemento às competências e conhecimentos técnicos, existem múl-


tiplas habilidades a serem desenvolvidas e estimuladas. Podem-se destacar entre
elas: capacidade de comunicação oral e escrita, capacidade para lidar com situações
novas e desconhecidas, capacidade de liderança e de trabalhar em equipe, capaci-
dade de lidar com situações complexas e o enfrentamento de situações problemas.

Nesses novos tempos em que vivemos, o espaço de Formação Geral e do de-


senvolvimento de competências múltiplas se constituem em requisitos de formação
universitária essenciais.

10
Globalização; TICs; relações de trabalho Unidade 1

1 Unidade I

Globalização; TICs; relações de trabalho

Objetivos da Unidade:

• Refletir sobre as questões sociais e econômicas relacionadas ao fe-


nômeno da globalização em decorrência das inovações tecnológicas
e suas interferências nas relações de trabalho;

• Ampliar a capacidade comunicativa e a percepção para as várias


possibilidades de leitura do mundo por meio de uma atitude crítica
e reflexiva.

Competências e Habilidades da Unidade:

• Compreensão do assunto proposto a partir do entendimento das


afirmações presentes nos textos;

• Entendimento para interpretar os itens que compõem a unidade,


de modo a compreender o dinamismo da sociedade atual e a
correlação que há entre eles.

Disponível em: http://mcartuns.xpg.uol.com.br/globalizacao.html>. Acessado em: 19/10/2013.

11
Unidade 1 Globalização; TICs; relações de trabalho

1.1  A
economia mundial e a globalização: faces da
globalização 1

Quem já não ouviu a frase “estamos na era da globalização e da informação”?


Você já ouviu? Entretanto, essa é uma questão que ainda gera dúvidas e incertezas
a respeito dos resultados desse fenômeno, em razão das alterações profundas na
mudança do papel do Estado, ou seja, no gerenciamento das políticas públicas, que
reduz sua interferência em questões sociais. Somos pegos de surpresa com as novi-
dades acerca da economia, da organização de produção, dos conflitos entre países,
e até mesmo as questões ambientais estão na ordem do dia. Temos que estar pre-
parados para enfrentar novos desafios todos os dias e, sem dúvida, compreendê-los
para que possamos contribuir de alguma forma para vencê-los.

Disponível em: <http://geoprofessora.blogspot.com/search/label/Globalização>. Acessado em: 19/10/2013.

Foi a partir do século XX, que esse processo se intensificou, por conta da acele-
ração do desenvolvimento das tecnologias da informação e telecomunicações. Não
podemos nos esquecer da grande contribuição da massificação do uso da internet na
década de 1980, quando teve início a utilização do computador pessoal, e, em 1990,
o uso da internet para uso comercial, o que fez com que se expandisse globalmente
a produção, o capital.

A globalização, que poderia ser uma força propulsora de desen-


volvimento e da redução das desigualdades internacionais, está
sendo corrompida por um comportamento hipócrita que não

1 Globalização: sf. Processo de integração entre as economias e sociedades dos vários


países, especialmente no que se refere à produção de mercadorias e serviços, aos mercados
financeiros, e à difusão de informações [PL.:-ções] (Dicionário Aurélio).

12
Globalização; TICs; relações de trabalho Unidade 1

contribui para a construção de uma ordem econômica mais jus-


ta e para um mundo com menos conflitos. (STIGLITZ, 2001 apud
PRADO, 2007:1).

Nessa nova modalidade econômica, em que o mundo se tornou um grande


mercado, os critérios que prevalecem são o lucro e o consumo individualista. Outra
característica é o crescimento das corporações e megafusões entre setores variados,
ou seja, as indústrias buscam, nesse tipo de negociação, sobreviverem no mercado
globalizado, pois o poder das grandes corporações é infinitamente maior do que o
poder das economias nacionais. O resultado desse poder criou uma economia instá-
vel para os países subdesenvolvidos, que participam com apenas 30% do comércio
global, e, assim, os países ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres.

13
Unidade 1 Globalização; TICs; relações de trabalho

1.1.1  Economia mundial globalizada; maior concentração de


riquezas

Iniciemos esse tópico com uma estatística em relação à economia mundial glo-
balizada, que acentua a concentração de riquezas.

A concentração do capital e o crescente abismo entre ricos e


pobres (48 empresários possuem a mesma renda de 600 milhões
de outras pessoas em conjunto) e o crescimento do desemprego
(1,2 bilhões de pessoas no mundo) e da pobreza (800 milhões
de pessoas passam fome) são os principais problemas sociais
da globalização [...] (SANTOS e ANDRIOLI, 2005. Disponível em:
<http://www.rieoei.org/deloslectores/905Santos.pdf> . Acesso
em 15/10/2013.

Por conta do mercado mundial ser controlado por grandes corporações, as di-
ferenças entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos se ampliam cada vez mais.
Por esse motivo, muitos movimentos contra a globalização surgiram em todo o mun-
do, alegando que as conquistas desse fenômeno não estão à disposição de todos, e
que as multinacionais, com seu poder econômico sem precedentes, moldam o mun-
do segundo seus interesses econômicos.

Fonte:https://ramonbieco.wordpress.com/2012/09/18/qual-e-a-diferenca-entre-paisesdesenvolvidos-e-

subdesenvolvidos/. Acesso em 11/01/2016.

14
Globalização; TICs; relações de trabalho Unidade 1

Embora a negociação do comércio mundial tenha de seguir as normas da Orga-


nização Mundial do Comércio (OMC), que regulam a comercialização de mercadorias
e serviços, não raras vezes, o que prevalece são os interesses das grandes corpora-
ções. Para os países subdesenvolvidos, resta disputar o mercado oferecendo as es-
truturas necessárias para que essas empresas abram suas filiais em seus territórios.

Para refletir:

Vamos analisar um poema de Drummond e verificar, segundo ele, a nossa


condição atual de cidadão globalizado. O poema está disponível no AVA.
Acesse, leia-o e volte para continuarmos.

Como é possível perceber após a leitura do poema, principalmente nos ver-


sos em destaque, é que a globalização trouxe, além das questões políticas, sociais e
econômicas, a mudança de comportamento em relação ao consumismo exacerbado
da economia capitalista. O que se sente é como se fosse uma obrigação ser um con-
sumidor de marcas famosas para ser aceito pela sociedade. Segundo Drummond, é
nesse momento que perdemos nossa identidade e passamos a ser mera coisa, igual,
ou seja, somos a etiqueta do produto que usamos.

Por essas e outras razões, já mencionadas, é possível encontrarmos defensores


da globalização e críticos à globalização, e nesse sentido, podemos afirmar que não
se trata de uma situação, na qual há unanimidade em seu conceito. Segundo Santos
e Andrioli, 2005 (Disponível em: <http://www.rieoei.org/deloslectores/905Santos.
pdf>. Acesso em 15/10/2013.)

O paradoxo, nesse contexto, é que a humanidade poderia ter sido beneficiada


com as oportunidades do avanço tecnológico que desencadeou a globalização dos
mercados. Mas, o que vemos, é que apesar de conseguirmos produzir muito, conti-
nuamos ainda hoje a ter gente faminta, desempregada e sem lugar para morar.

99 54 dos 84 países menos desenvolvidos


viram o seu Produto Nacional Bruto
É evidente, hoje, que a ini-
(PNB) per capita decrescer nos anos 80;
quidade da distribuição da
riqueza mundial se agravou 99 Em 14 deles, a diminuição rondou os

nas duas últimas décadas: 35%; segundo o Relatório do Programa


para o Desenvolvimento das Nações
Unidas de 2001 (PNUD, 2001).

15
Unidade 1 Globalização; TICs; relações de trabalho

Por fim, entre a face boa e a face ruim da globalização, o resultado, até en-
tão, nos dá conta de que esse fenômeno se caracteriza pelo aumento da imigração
de cidadãos de países pobres para países ricos, houve um aumento significativo do
desemprego nos países subdesenvolvidos, o que resultou no crescimento do su-
bemprego e da economia informal. Todos esses acontecimentos nos levam a outra
questão: as relações trabalhistas que sofreram enorme interferência no processo de
produção do mundo globalizado, o que será abordado mais adiante.

Antes, vamos refletir acerca do papel do desenvolvimento tecnológico, princi-


palmente no que se refere à comunicação, e o quanto o domínio das novas tecnolo-
gias interferem na vida do cidadão, tanto na área profissional, quanto na vida pes-
soal e social, além de ser atualmente uma necessidade cada vez maior para entrar e
permanecer no mercado de trabalho.

1.2  A
organização moderna da sociedade da informação
e do conhecimento

Na sociedade da informação, o conhecimento do indivíduo, a capacidade de


saber usar esse conhecimento com inteligência, é o diferencial para o êxito num
mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Porém,

Uma das maiores interrogações que estão no horizonte próxi-


mo, no quadro da sociedade da informação, é a ameaça da info
-exclusão. Parece evidente que o curso da história caminha para

16
Globalização; TICs; relações de trabalho Unidade 1

um ponto em que não saber operar com tecnologias de comu-


nicação e informação será equivalente ao analfabetismo funcio-
nal. Quem aí se deixar fixar terá uma enorme desvantagem com-
petitiva ao nível do emprego e da cidadania. (MARQUES,1998, p.
15).

Entretanto, não se deve confundir informação com conhecimento. Não raras


vezes já ouvimos a seguinte afirmação “temos excesso de informação e pouco co-
nhecimento”, ou seja, conhecimento é o resultado de uma análise profunda das in-
formações.

No contexto da globalização, esses dois elementos são de fundamental im-


portância econômica, pois é a partir deles que se criam riquezas, além de procurar
meios que dêem ao cidadão melhor qualidade de vida.

Assim sendo, para que a sociedade da informação possa ser considerada uma
sociedade do conhecimento é imprescindível que se estabeleçam critérios para orga-
nizar e selecionar as informações, e não simplesmente ser influenciado e “moldado”
pelos constantes fluxos informativos disponíveis (COUTINHO E LISBÔA, 2011, p. 10).

Nesse sentido, a palavra conhecimento é, muitas vezes, utilizada de forma in-


devida, porque na verdade há muita informação, que é disseminada numa veloci-
dade espantosa, e mais, o acesso ao conhecimento ainda é precário nos países sub-
desenvolvidos que possuem um sistema educacional atrasado ou de má qualidade.

Para refletir:

Agora acesse a Midiateca pasta Unidade I, para consultar os materiais


complementares (charge e os textos indicados). E não se esqueça de res-
ponder no fórum a temática disponível para reflexão.

1.2.1  Os desafios da sociedade da informação

Como vimos, o avanço da tecnologia da informação e comunicação mudou o


mundo. Novas formas de interagir, tanto no campo econômico, de visão de mundo,
de relacionamentos entre os povos e, principalmente, das questões culturais, têm
hoje uma nova configuração.

17
Unidade 1 Globalização; TICs; relações de trabalho

Mas, como entender e Como a sociedade se


conviver com mudanças comporta diante desses
tão radicais? fatos?

Segundo Maria Alice Borges (2000), a busca pela compreensão dessa fase tem
se intensificado, surgindo novos métodos de pesquisas e estudos para a compreen-
são do mundo que passa constantemente por diversas mudanças. Exemplo disso
é o mundo virtual que permitiu alterações significativas, rompendo as barreiras do
tempo e espaço, em que tudo é realizado em tempo imediato, em que os maiores
bens passaram a ser a informação e o conhecimento.

Ainda segundo a autora, a sociedade moderna, em que vivemos atualmente,


tem como grande desafio fazer com que tal modernidade e virtualidade não interfi-
ram na identidade intrínseca da cultura dos povos.

De acordo com Churchman (1972, apud BORGES, 2000), a princípio, existem


diversos problemas que a moderna tecnologia pode resolver, como a capacidade
tecnológica de alimentar, vestir, oferecer educação adequada a todos os habitantes
do mundo. Porém, as soluções de todos esses problemas estão barradas na falta de
mobilização e organização para fazê-los.

A sociedade da informação é uma realidade que tem como premissa o


desenvolvimento da humanidade e dos benefícios econômicos. Estamos vivendo
um momento de transição, em que estar atualizado é uma questão de sobre-
vivência, quem detém conhecimento e informação possui as ferramentas para
o sucesso. Entretanto, os avanços tecnológicos somente terão um fundamento
efetivo para a solução dos problemas mundiais quando houver uma mudança
de pensamento e posicionamento da sociedade, a fim de buscar a organização
para fazer a diferença.

18
Globalização; TICs; relações de trabalho Unidade 1

1.3  O
crescimento da informalização nas relações
trabalhistas.

Em relação à informalização das relações trabalhistas, Lucci e Branco (2005)


esclarecem que há atualmente um novo modo de praticar essas relações, ou seja, os
serviços que exigem mão de obra menos qualificada são terceirizados, cujo propó-
sito é reduzir custos e salários, além de não terem de arcar com o ônus dos direitos
trabalhistas conquistados após muita luta. Mas, no mercado globalizado essa prática
é uma necessidade por parte das empresas nacionais para concorrerem com o ca-
pital externo.

Os autores afirmam ainda que para concorrer com o capital externo, as empre-
sas nacionais são obrigadas a diminuir custos, reduzir salários e demitir funcionários.
A mão de obra menos qualificada é descartada e adota-se a prática da terceirização
do trabalho (para serviços gerais, limpeza, vigilância, manutenção de equipamentos
menos sofisticados etc.), eliminando-se muitos dos direitos dos trabalhadores e eli-
minando-se muito das conquistas sindicais.

Atenção:

Este assunto será discutido no AVA.

Vamos lá?

19
Unidade 1 Globalização; TICs; relações de trabalho

1.3.1  Crescimento das práticas de terceirização e suas


consequências: vantagens e desvantagens

Para alguns estudiosos, como o advogado especializado em Direito do Trabalho


e Previdenciário, José Salvador Torres Silva, é preciso não confundir “terceirização”
do trabalho com “precarização” do trabalho, que frequentemente ocorre. Para ele,
a terceirização nada mais é que a necessidade que uma empresa tem de contratar
uma outra empresa para fins como manutenção, conservação/limpeza, segurança,
dentre outros, sem que para isso demita funcionários já existentes na empresa. Ao
contrário, segundo ele, a precarização se confirma quando a empresa demite fun-
cionários diretos com o objetivo de diminuir a folha de pagamento, ou os encargos
tributários, e contrata uma empresa terceirizada.

Assim, a terceirização precarizará o trabalho sempre e quando


provocar a redução do salário, dos benefícios; promover a rota-
tividade dos trabalhadores no local de trabalho; acarretar o au-
mento da jornada de trabalho e dos riscos de acidente de traba-
lho - uma vez que o trabalhador terceirizado, normalmente, tem
menor capacitação técnica para o exercício da função – acarretar
a perda à possibilidade de ascensão na carreira, arrefecimento
da categoria profissional etc. (SILVA, 2008, p.1).

Enfim, o que se pode concluir das afirmações acima é que as relações de traba-
lho da sociedade atual requerem amadurecimento, uma legislação mais rígida, além
da preocupação com o trabalhador terceirizado, pois estamos tratando de seres hu-
manos e não de mercadorias. Acredita-se que com o avanço cada vez mais intenso
da tecnologia, as questões emprego/desemprego e novas formas de organização do
trabalho virão. O que se espera é que se encontrem respostas que sejam satisfató-
rias para ambos: empresa/funcionário, e que a prática do lucro, acima de tudo, não
fortaleça ainda mais o abismo que há entre países ricos e países pobres.

20
Globalização; TICs; relações de trabalho Unidade 1

Conheça mais:

Leia a notícia do Jornal Estadão, disponível no AVA, na qual é possível per-


ceber que as desvantagens são muito graves.

21
Unidade 1 Globalização; TICs; relações de trabalho

1.4  Considerações da unidade I

Caro(a) aluno(a),

Nesse momento, vamos refletir acerca do que foi discutido até aqui.

Você deve ter percebido que agrupamos três tópicos que se correlacionam, ou
seja, a Globalização, a Tecnologia da informação, comunicação, e as Relações de tra-
balho. Não há como tratar de um sem mencionar o outro, pois, a globalização atingiu
o seu ápice com o advento dos avanços tecnológicos nas áreas de informação e co-
municação, e esses dois elementos modificaram substancialmente a vida de todos
os cidadãos ao redor do mundo.

Toda essa mudança de comportamento do mercado mundial, que em tese, de-


veria facilitar o comércio entre os povos e, com isso, beneficiar a todos, não aconte-
ceu, ao menos até hoje. Os países ditos ricos, continuaram a intensificar a expansão
de suas fronteiras econômicas e capitalistas, e os países pobres, sendo o celeiro das
condições para que tal fato se concretizasse.

Grande parte da humanidade está excluída do processo da Globalização, seja,


em relação à aquisição de bens, seja pela qualidade de vida que a globalização deve-
ria trazer. Inúmeros países ainda não propiciam ao seu povo, o básico para uma vida
digna: educação de boa qualidade, saneamento básico, habitação, trabalho digno,
saúde e cultura geral, sem falar das condições de trabalho a que são submetidos
todos aqueles que por falta de qualificação profissional, ou ficam fora do mercado e
entram para a economia informal, ou se sujeitam ao trabalho terceirizado que não
lhe proporciona segurança e continuidade.

Assim, ao final desta Unidade, espero ter contribuído de alguma maneira para
sua reflexão acerca do universo em que está inserido, e na qual, ao final de sua jor-
nada acadêmica, estará pronto para colaborar com seus conhecimentos para que a
sociedade seja, além de desenvolvida, tecnológica e rica, mais humana.

Até a próxima Unidade...

22
Globalização; TICs; relações de trabalho Unidade 1

Aprendemos que:

A sociedade atual está em constante modificação, e que os avanços tecno-


lógicos trouxeram facilidades para produção de bens, mas, também novas
formas de relações tanto pessoais quanto de trabalho e economia. Viver
nessa nova era requer constante aprimoramento dos conhecimentos para
não ficar fora dos benefícios que ela pode nos proporcionar.

Caro (a) aluno (a)

Organize seus estudos de forma a, além de aprimorar seus conhecimen-


tos sobre os temas abordados possa ter maior rendimento nas atividades.
Leia o livro didático, acesse a plataforma e procure tomar conhecimento
dos materiais adicionais. Assista às videoaulas e participe do Ambiente Vir-
tual de Aprendizagem (AVA). Em caso de dúvidas, entre no nosso Fórum!

Dica:

Assista a esse documentário e você terá uma visão mais ampla sobre o
processo da globalização como a conhecemos e suas consequências.

“Por uma outra globalização - Editado para fins didáticos- MILTON SAN-
TOS”. https://www.youtube.com/watch?v=5Qwg8Y0SDDY

23
Unidade 1 Globalização; TICs; relações de trabalho

Referências da unidade I

ARROIO, Ana; RÉGNIER, Karla. O Novo Mundo do Trabalho: Oportunidades


e Desafios para o Presente. Disponível em: <http:// www.senac.br/BTS/272/
boltec272d.htm>. Acesso em 15/10/2013.

BORGES, Maria Alice Guimarães. A compreensão da sociedade da informação. Ci.


Inf., Brasília, v. 29, n. 3, p. 25-32, set./dez. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/ci/v29n3/a03v29n3.pdf>. Acesso em 13/10/2013..

COUTINHO, Clara; LISBÔA, Eliana. Sociedade da informação, do conhecimento


e da aprendizagem: desafios para educação no século XXI. Revista de Educação,
Vol. XVIII, nº 1, 2011 | 5 – 22. Disponível em: <http://revista.educ.fc.ul.pt/arquivo/
vol_XVIII_1/artigo1.pdf>. Acesso em 12/10/2013.

LUCCI, Elian Alabi e outros. In: Território e Sociedade no mundo globalizado. 2005.

MARQUES, R. Os desafios da sociedade da informação. Porto: ASA, 1998.

PRADO, Luiz Carlos Delorme. A política econômica deles, e a nossa.... uma resenha
de A globalização e seus malefícios: a promessa não-cumprida de benefícios globais.
Rev. econ. contemp. vol. 11, n. 3, Rio de Janeiro Sept./Dec. 2007. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielophp?script=sci_arttext&pid=S1415-98482007000300007>.
Acesso em: 12/10/2013.

Relatório do Desenvolvimento Humano 2001. Fazendo as novas tecnologias


trabalhar para o desenvolvimento humano. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/
HDR/Relatorios-Desenvolvimento- Humano-Globais.aspx?indiceAccordion=2&li=li_
RDHGlobais>. Acesso em 12/10/2013.

SILVA, José Salvador Torres. Terceirização e precarização do trabalho. Disponível


em: http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI72951,11049-Terceirizacao+e+precar
izacao+do+trabalho. Acesso em: 14/12/2015.

24
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

Unidade II
2

Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e


sociedade; ecologia/biodiversidade

Objetivos da Unidade:

• Refletir sobre as questões sociais e econômicas relacionadas aos


avanços tecnológicos, bem como sobre questões ambientais e quais
são os entraves para a proteção e preservação do planeta;

• Ampliar a capacidade comunicativa e a percepção para as várias


possibilidades de leitura do mundo por meio de uma atitude crítica
e reflexiva.

Competências e Habilidades da Unidade:

• Entendimento para dominar o assunto proposto a partir da


compreensão das afirmações presentes nos textos;

• Capacidade de interpretar os itens que compõem a unidade, de


modo a compreender o momento pelo qual passa o planeta e a
responsabilidade do homem em minimizar os efeitos da degradação
e exaustão dos recursos naturais.

Disponível em http://tecnologiasemidiasnaeducacao.blogspot.com.br/2009/05/blog-post_28.html.

Acessado em 21/10/2013).

25
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

2.1  Avanços tecnológicos

Desde os primórdios da humanidade, o homem busca modificar o mundo à sua


volta, na tentativa de fazer da sua existência algo melhor. Mas, ao mesmo tempo em
que existe essa possibilidade, ele se vê diante da sua fragilidade, a qual gera incerteza
quanto ao futuro. Somos capazes de criar máquinas para substituir atividades, antes
apenas possível de serem realizadas por mãos humanas, mas temos dificuldade em
controlar a nova realidade que se instaurou após os avanços tecnológicos.

As mudanças hoje são cada vez mais frequentes e com intervalo de tempo
tão mínimo que, por vezes, nem percebemos. Resultado da atividade humana que
evoluiu ao longo da história com o propósito de realizar os desejos humanos, seja
para o seu conforto diário ou no campo do trabalho para produzir mais em menos
tempo.

Num futuro não muito distante, mudanças mais drásticas poderão ocorrer, pois
há, atualmente, um grande avanço na área da manipulação genética, que certamente
trará outra forma de relacionamento homem/natureza. A existência do ser humano,
tal como entendemos e conhecemos ao longo da história, é muitas vezes posta em
dúvida, por conta do avanço da tecnociência. Até mesmo as questões éticas do que é
certo ou errado tem sua concepção modificada na sociedade contemporânea.

Conheça mais:

Como consequência do avanço da ciência e da tecnologia, vivemos em


uma sociedade dependente da tecnociência, que promove a criação de
novos mecanismos e altera de modo substancial a vida do homem. Mas,
se por um lado contribui para o desenvolvimento social, por outro, gera
polêmicas sobre as vantagens e desvantagens. Ao tratar das vantagens,
podemos pensar nas grandes descobertas da ciência para a cura de
inúmeras doenças; o domínio da mecânica; da eletrônica e as tecnologias
da informação e comunicação, que auxiliam o homem a viver melhor.

Entretanto, o conforto decorrente do avanço tecnológico não é democrático,


uma vez que não está ao alcance da parte expressiva da população mundial.
Grande parte dos bens da área é voltada ao consumo de uma minoria
privilegiada, ficando excluída parte expressiva da população mundial.

26
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

(Disponível em: <professorwalter.wordpress.com>. Acessado em: 21/10/2013).

Nesse momento, instaura-se uma dicotomia2, ou seja, por um lado há a liber-


dade proveniente de uma sociedade tecnocientífica, que recorre a diversos tipos de
engenhos que, de uma forma ou de outra, modificam o quotidiano dos indivíduos
em todo o mundo. Por outro, a dependência social em relação a elas, o que gera dis-
cussões sobre suas vantagens e desvantagens.

2 Dicionário Aurélio. Dicotomia: s.f. Divisão em dois; oposição entre duas coisas.

27
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

Mas não podemos negar que a revolução econômica resultante da contribui-


ção da tecnologia da informação criou uma nova versão de mundo, e essa nova ver-
são não alterou somente o mundo, a política e a economia, mas, também, o valor das
informações que circulam cada vez com mais rapidez e precisão.

No final dos anos 70 do século XX, com a revolução econômica


apoiada na Tecnologia da Informação, começou a se delinear
uma nova versão para a visão mecanicista de mundo. A metáfo-
ra da máquina foi substituída pela do mercado, fazendo surgir
a visão econômica de mundo. Além do capital tangível, temos
agora um capital intangível – a informação. As organizações con-
tinuam funcionando como máquinas e se relacionando como
provedores do mercado global. As pessoas são tratadas como
“capital humano” – ainda uma coisa –, ou como “capital intelec-
tual” – uma mercadoria ( TÔRRES, 2005, p.1).

ogia
as pesquisas em ciência e tecnol
No Brasil, apesar dos esforços,
ns poucos
ricos, embora aqui existam algu
estão longe do avanço dos países
as, como
s as previsões não são animador
centros de excelência na área. Ma
Pró-Ino-
u o físic o Rob erto Nic olsk i, Diretor da Sociedade Brasileira
afirmo
2009. Para
entrevista a Revista Época, em
vação Tecnológica (Protec) em
scimento
tecnologia poderá bloquear o cre
ele, a falta de investimentos em
a tecnologi-
indústria brasileira está atrasad
econômico do País, porque a
nas para o
pesas de importação de máqui
camente. O Brasil paga suas des
gócio.
as com as exportações do agrone
setor industrial e matérias-prim
ortar
a crescer, o País terá que imp
Nicolski (2009) afirma que par
conseguir
, pode-se chegar ao ponto de não
sempre mais, e por esse motivo
consegue
ção e agronegócio. O Brasil não
pagar a conta apenas com minera
sequência
por falta de tecnologia em con
tornar sua indústria competitiva
o país não
industrial do passado, ou seja,
do modelo de desenvolvimento
corrigir essa
re a política tecnológica para
se modernizou no que se refe
situação.
ain-
inho de um apagão tecnológico,
Enfim, explica que estamos a cam
a econo-
vai acontecer com certeza porque
da que não possa dizer que ele
risco que
isibilidade. Mas afirma que é o
mia tem um alto grau de imprev
a política atual.
corremos se continuarmos com

28
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

Para refletir:

O professor do DIN/UEM e doutor em Ciência da Computação, Antonio


Mendes da Silva Filho, publicou na revista Espaço Acadêmico nº 40, em
setembro de 2004, o gráfico que está no AVA aguardando a sua reflexão!
Vamos discutir no fórum e depois voltaremos à leitura.

2.1.1  Ecologia e biodiversidade

Frequentemente, as pessoas se referem à ecologia e à biodiversidade como se


tivessem o mesmo significado.

99 Ramo da Biologia que estuda as interações entre os


seres vivos e o meio onde vivem.

99 A palavra ecologia tem origem no grego “oiks”, que


significa casa, e “logia”, estudo, reflexão.
Ecologia
99 Assim, podemos entender que ecologia é o estudo
da casa, ou do lugar onde se vive.

Já, biodiversidade, segundo Guedes e Soares (2007, p.1) : 52

O termo biodiversidade, segundo Artigo 2 da Convenção sobre


Diversidade Biológica (Brasil, 2002), pode ser entendido como a
variabilidade dos organismos vivos de todas as origens, abran-
gendo os ecossistemas terrestres, marinhos, e outros ecossiste-
mas aquáticos, incluindo seus complexos; e compreendendo a
diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossiste-
mas. Dentro deste conceito é importante ressaltar a inclusão da
espécie humana como componente fundamental do sistema e
altamente dependente dos serviços e bens ambientais ofereci-
dos pela natureza.

As gerações que nos antecederam, principalmente da era pós-industrial, não ti-


veram a preocupação em proteger o planeta, e, hoje, precisamos tentar minimizar os
problemas ambientais causados pela expansão do uso indiscriminado dos recursos

29
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

naturais, bem como dos efeitos que a queima de combustível fóssil causa ao meio
ambiente e à natureza como um todo.

O fato do ser humano entender por natureza apenas plantas e animais e não se
sentir parte dela, faz com que a destruição seja vista como algo que não o atingirá, já
que ele se sente o dono do universo, ou que está ao seu serviço, ou, ainda, que existe
apenas para atender às suas necessidades (BERNA, 2010).

No modelo econômico que é capitalista, que tem como principal característica


o consumismo e que produz cada vez mais, não é levado em conta que é preciso
limitar a produção, pois os recursos naturais não são ilimitados.

Atenção:

Vá até o AVA e leia atentamente o texto disponibilizado.

2.2  Brasil: recursos naturais; políticas ambientais

Disponível em: http://envolverde.com.br/ambiente/brasil/brasil-maior-exportador-de-riquezas-naturais>.

Acesso em 25/10/2013.

Grande parte do povo brasileiro desconhece as riquezas naturais do Brasil e


o fato de que somos o maior exportador de produtos primários. A população tem
conhecimento de que exportamos grãos, como a soja, por exemplo, mas desconhece
que também são exportados por preços irrisórios, recursos naturais e, principalmen-
te, água, ou seja, é o País mais explorado em suas riquezas naturais.

30
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

Segundo Vigna (2012), nossa cultura ainda tem arraigada a ideia de que somos
um País com vocação para a agricultura e celeiro do mundo, resultado da história
das monoculturas praticadas em outros tempos, como o café. Modificaram a nomen-
clatura, porque hoje é “agronegócio”, mas a visão de País agrícola continua como no
tempo dos coronéis das grandes fazendas, embora tenham mudado os produtos,
atualmente com ênfase na cultura do açúcar/etanol e a soja.

A pauta de exportação brasileira, mesmo diversificada, ainda se


concentra em grãos e minérios. O ferro, por exemplo, represen-
ta cerca de 90% dos bens minerais exportados. Assim, a “voca-
ção” de país exportador de bens primários vai degradando as
terras férteis e impactando sobre todas as dimensões da vida
das comunidades locais e regionais. (VIGNA, 2012, p. 1).

Entretanto, há, além da pressão sobre a utilização dos recursos naturais dis-
poníveis, de forma sustentável, em que a preocupação maior incide em questões
como o extrativismo e a expansão da fronteira agrícola, uma demanda direcionada à
solução da enorme desigualdade social que impera nesse País.

Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente tem se esforçado para garantir


que o uso dos recursos naturais brasileiros seja feito de forma responsável, para que
a geração atual e futura possa usufruir dessa herança natural, com vistas a desen-
volver completamente as potencialidades dos cidadãos, mas, sempre em harmonia
com a natureza.

O primeiro passo concreto nessa direção ocorre no Brasil em


1973, com a criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente
(SEMA), ligada diretamente à Presidência da República. Oito
anos depois, em 1981, é promulgada a Lei n° 6.938, que institui
a Política Nacional do Meio Ambiente, marco para a gestão do

31
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

meio ambiente brasileiro. Subsequentemente, o processo de


incremento na capacidade de gestão ambiental do Estado Bra-
sileiro testemunha a criação do Instituto Brasileiro do Meio Am-
biente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), em 1989, e,
três anos mais tarde, a do Ministério do Meio Ambiente (MMA,
2013. Disponível em: http://www.mma.gov.br/port/gab/asin/
ambp.html. Acesso em 18/10/2013.)

O Brasil, pela primeira vez em sua história, incorpora em sua Carta Magna, um
capítulo especial em relação ao meio ambiente, considerado como um bem público
essencial à qualidade de vida, o que faz com que haja respaldo jurídico para as ques-
tões ambientais.

[...] É nesse ambiente de amadurecimento institucional e par-


ticipação da sociedade civil que o MMA vem buscando novas
alternativas para a conservação ambiental aliada ao ideal de
desenvolvimento sustentável [...]. (MMA, 2013. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/port/gab/asin/ambp.html. Acesso em
18/10/2013.)

A preocupa
ção com a p
reservação
de? sos naturais dos recur-
Q ual é a verda , consolidad
as por uma
lação especí legis-
fica, ou trata
-se apenas
discurso po de um
liticamente
correto?

Para poder opinar, reagir, fazer cumprir as leis, todo cidadão deve procurar
informações das mais variadas fontes, acompanhar os acontecimentos para não ser
levado a aceitar apenas um lado da questão.

32
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

2.3  Educação socioambiental

DEFINIÇÃO

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos


quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, co-
nhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
(Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.
htm. Acesso em 21/10/2013.)

A proposta principal da educação socioambiental é a de conscientizar o ho-


mem da sua responsabilidade e de como suas ações interferem no meio ambiente.
Propõe-se mudança de valores e costumes, aliando educação e cidadania, sendo que
toda a sociedade deve participar além das organizações de uma economia globaliza-
da que necessita aliar competitividade e produção de forma sustentável.

A educação, concebida não como escolarização, pode e deve


ter um peso na luta pela sustentabilidade econômica, política
e social. Processos não formais, informais e formais já estão
conscientizando muitas pessoas e intervindo positivamente, se
não solucionando, despertando para o problema da degradação
crescente do meio ambiente, [...] buscando novos elementos
para uma alfabetização ambiental [...]. [...] A educação ambiental
em muitas escolas tem sido o ponto de partida dessa conscienti-
zação, embora se saiba que a educação para um futuro susten-
tável é mais ampla do que uma educação ambiental ou escolar.
(GADOTTI, 2000, p. 87).

Atenção:

Vamos continuar este assunto no AVA. Acesse o material indicado e corra


para o fórum!

33
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

2.3.1  ECO 92 / RIO+20

Conferência Rio-92 sobre o meio ambiente do planeta: desenvolvimento sus-


tentável dos países.

Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=40202>. Acesso em 25/10/2013.

A necessidade de conciliar o desenvolvimento econômico com a utilização


consciente dos recursos naturais, foi a marca dos debates que aconteceram na Con-
ferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em
junho de 1992, no Rio de Janeiro, ou mais popularmente denominada ECO-92, Rio
– 92 ou Cúpula da Terra. Essa conferência aconteceu vinte anos depois da primeira
conferência que tratou dos mesmos problemas, realizada em Estocolmo, na Suécia.

A partir dos debates desses encontros, começa a ser discutida a relação ho-
mem/natureza, economia/meio ambiente e o futuro tanto do planeta, quanto das
próximas gerações. A principal suposição que surgiu desses encontros é que se to-
das as pessoas almejarem o mesmo padrão de desenvolvimento dos países ricos,
não haverá recursos naturais para todo mundo. Portanto, é necessário, desde já,
pensar sobre o aspecto econômico e social em conjunto com o meio ambiente para
garantir a sustentabilidade do desenvolvimento.

O principal acordo firmado na ECO – 92 é que os países ricos, ou desenvolvidos,


forneceriam apoio financeiro e tecnológico para que os países em desenvolvimento
alcançassem um modelo sustentável de desenvolvimento, diferente do que aconte-
ceu com os países de primeiro mundo. Para tanto, deveriam reduzir os padrões de
consumo, em especial dos combustíveis fósseis (petróleo e carvão mineral).

Vinte anos depois, o Brasil foi palco da Rio+20.

A Rio+20 tem a missão de renovar compromissos com


o desenvolvimento sustentável em meio a urgências
ambientais, sociais, econômicas e políticas que entra-
vam a definição de metas para evitar degradação do
meio ambiente.

34
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

Fruto da primeira conferência, é a origem de cinco documentos que serviram


de base para compor a Agenda 213 , responsável pelas negociações que envolvem o
meio ambiente. Na ocasião, havia representantes de mais de 170 países.

Para entender um pouco mais sobre a Rio+20 e como alguns representantes


de diferentes setores sociais se posicionaram a respeito dessa conferência, temos
abaixo algumas opiniões veiculadas pela imprensa às vésperas do evento4.

listas Os participantes criti-


uerdas e ambienta
Intelectuais de esq “Do ponto de vista de che
fes de Estado, caram o documento
co, fa-
Fórum Social Temáti
que participam do temo que vá ser um frac
asso”, afirmou divulgado pelas Nações
ência
casso para a confer
zem previsões de fra o escritor Frei Betto. “O
G8 não está Unidas como esboço de
iais em ju-
á líderes mund
Rio+20, que reunir minimamente interess
ado em fechar resolução a ser votada
O clim a
futuro do planeta.
nho para discutir o compromissos ambien
tais.” na conferência.
iro dia
nou ontem o prime
de pessimismo domi
Po rto Ale gre .
tro, em
de debates do encon

não pressio- O ambientalista Tasso Aze-


“Se a sociedade
er pouca coi- vedo, ex-diretor do Serviço
O empresário Oded Grajew,
um dos nar, vai acontec
ontecido nas Florestal Brasileiro, afirmou
organizadores do fórum, diss
e que o sa, como tem ac
erindo-se às que o documento será inó-
texto está “muito abaixo
da expec- COPs”, disse, ref
e mudanças cuo. “É um texto certinho.
tativa” e não prevê ações
concretas conferências sobr
Existindo ou não, não fará
para reduzir as emissões
de gases climáticas.
diferença alguma.”
poluentes.

Outros participante
velho, do s apontaram risco
to já nasceu s “Eles não querem imp
“O documen de os países desen or
nã o leva a volvidos usarem
mo está, o metas para si mesmos,
século 19. Co discurso do meio só
só con- ambiente para blo
nclusão. São - para os emergentes.
nenhuma co quear o crescime Não
mos- nto de nações em
ealistas, sem er- aceitaremos que congele
clamações id gentes, como Bras m
emos”, il, China e Índia.
de que quer nosso desenvolvimento
trar a socieda por
ff.
o Leonardo Bo decisão dos países rico
disse o teólog s”,
afirmou Nilmário Mirand
a,
presidente da Fundaç
ão
Perseu Abramo, do PT.

A dificuldade para tratar de um tema complexo como este, é a das relações que
se estabelecem entre vários fatores necessários ao cumprimento do que se espera
de uma sociedade sustentável. Não basta somente pensar no meio ambiente: é pre-

3 Agenda 21 Global. Disponível na íntegra em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-


socioambiental/agenda-21/agenda-21-global>. Acesso em 11/01/2016.

4 FRANCO, Bernardo Mello. Intelectuais prevêem fracasso no evento Rio+20.


Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/poder/1039561-intelectuais-preveem-fracasso-
no-evento-rio20.shtml>.Acesso em 20/10/2013.

35
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

ciso levar em conta outras questões que interferem no andamento do cumprimento


de agendas como a Agenda 21, que esbarra em problemas sociais, econômicos, eco-
lógicos, cultural, espacial, político e ambiental.

A sustentabilidade social pressupõe a diminuição das desigualdades sociais


aliada à melhoria na qualidade de vida da população; a econômica implica avanços
na ciência e na tecnologia e equilíbrio entre produção e consumo. A sustentabilidade
ecológica inclui uma proteção ambiental baseada na diminuição de poluentes, cria-
ção de energias limpas e redução de resíduos tóxicos. O desenvolvimento cultural
requer tolerância e respeito às mais variadas culturas que, hoje, convivem em várias
partes do mundo.

No que se refere à sustentabilidade espacial, são necessários


estudos demográficos com vistas a evitar um êxodo rural
expressivo, que comprometa a área urbana e, para isso, é preciso
investir em práticas agrícolas modernas e acessíveis. Na política,
deve haver a descentralização dos recursos para que todo o
País possa se desenvolver a partir da autonomia dos governos
locais. Quanto ao fator ambiental, são requeridos conservação
geográfica, equilíbrio de ecossistemas, erradicação da pobreza
e da exclusão, respeito aos direitos humanos e integração
social. (CATALISA, 2003. Disponível em: < http://catalisa.org.br/
textoteca/30-o-conceito-de-sustentabilidade-e-de-senvolvimento-
sustentl>. Acesso em 20/10/2013.)

No dia 30 de novembro de 2015, autoridades de vários países do mundo se


reuniram em Paris para discutir um acordo de proteção ambiental. O encontro foi
promovido na intenção de propor ações contra o aquecimento global e efeitos da
mudança climática. O que se espera deles são ações objetivas para frear o aqueci-
mento e combater as consequências dessa mudança. As ações serão efetivas? Só o
tempo dirá.

36
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

Conheça mais:

Foram necessários bilhões de anos com uma complexidade e uma evolu-


ção irrepetíveis para construir o patrimônio biológico de uma única es-
pécie; nos próximos decênios, a intervenção do homem será responsável
pelo desaparecimento de uma espécie viva a cada quarto de hora. Mas
a cultura ecológica permanece à margem da política e da cultura oficial.
No máximo, toma-se posição, no discurso, a favor do meio ambiente, mas
quando os problemas ambientais opõem-se às vantagens econômicas e à
manutenção do emprego dentro da estrutura social existente, a tendência
sempre é de minimizar a gravidade das consequências que recairão sobre
as vidas futuras. O principal ponto a discutir hoje é o crescimento material
sem limites nem objetivos. Para isso, é preciso rediscutir as relações de pro-
dução e trabalho, mas também o quê, como, onde, quando produzir etc.
(TIEZZI, Enzo. Tempos históricos, tempos biológicos. São Paulo: Nobel,
1988. Adaptado.)

2.4  Considerações da unidade II

Então, caro (a) aluno (a), ao final da Unidade II, mais uma vez convido você a
refletir acerca das afirmações contidas nesta unidade.

Você deve ter percebido que tratar de questões ambientais, tecnológicas, pre-
servação do planeta, não é uma tarefa simples. Na verdade, o que fica explícito é
que a economia mundial está sempre à frente de qualquer tema social, seja ele na
área das humanidades, ou das ciências, ou ecológicas. Desde a Revolução Industrial
e a consolidação do sistema capitalista, que o estudo de todo e qualquer assunto
esbarra no crescimento econômico das nações, no lucro, na produção de bens e,
principalmente, no consumo.

É possível perceber também que, no que se refere aos avanços tecnológicos e


crescimento econômico, grande parte da sociedade não tem possibilidade de usu-
fruir dos bens produzidos por uma sociedade cada vez mais tecnológica, que cria
produtos cada vez mais modernos e eficazes, capazes de proporcionar o bem-estar
do homem, seja para o trabalho, para o lazer, ou mesmo para facilitar seus afazeres
cotidianos.

37
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

Embora tenhamos avançado tecnologicamente, segundo os autores que fize-


ram parte da base teórica desta unidade, ainda estamos longe de resolver problemas
antigos, talvez por falta de organização, ou porque o sistema capitalista não favorece
a realização de ações que não sejam voltadas para o campo econômico.

Diante de uma situação como essa, fica evidente que é dever de toda a socieda-
de, a preocupação com o uso dos recursos naturais, que hoje sabemos que não são
infinitos e que já passou do tempo da revisão da produção desenfreada que trans-
formou a biodiversidade e é responsável pelo desparecimento de grande parte do
bioma do planeta e do desaparecimento de inúmeras espécies como consequência
das ações humanas.

Diante de todo esse assunto, peço a você, que assista às videoaulas e participe
do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Em caso de dúvidas, entre no nosso
Fórum!

Até a próxima unidade....

Conheça mais:

Durante a ECO 92, no Rio de Janeiro, uma garota canadense de doze anos
se fez ouvir por seis minutos na defesa da biodiversidade. Seu discurso
foi visto e ouvido por todo o mundo. Vale a pena refletir acerca das ações
do homem em relação à natureza, mas com outro olhar: não somente
da preservação do planeta, mas do que fazer para que a terra seja um
lugar de igualdade, na qual todos os homens possam usufruir do mínimo
necessário para viverem dignamente. Passar do discurso apenas para a
realização de fato.

1. A garota que calou o mundo por 6 minutos - Eco 92 Legendado


Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=SlZi6if fOGc>. Vale
a pena ler ou assistir a palestra do professor, ministrada no RS em 3
de Junho de 2011.

2. TEXTO: Aquecimento global é uma grande mentira, diz doutor em


Climatologia da USP. Disponível em: <http://www.dci.com.br/sao-
paulo/aquecimento-global-e-uma-grande-mentira,-diz-doutor-em-
climatologia-da-usp-id294697.html>.

38
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

Aprendemos que:

As nossas ações em relação à produção desenfreada e uso inconsciente


dos recursos naturais, causadas pelo sistema capiatalista que é pautado
no lucro e consumo a qualquer preço, são responsáveis pelos problemas
climáticos a que estamos submetidos no momento atual. Os encontros
mundiais sobre o clima contêm propostas para tentar minimizar os efei-
tos da nossa intervenção sobre a natureza, mas esbarram em questões
relacionadas como a continuação do crescimento econômico das grandes
potências. Entretanto o fato de pensarem sobre o assunto já é um avanço.

Caro (a) aluno (a)

Uma sugestão para que seu estudo se torne mais consistente e completo.
Lembre-se que o conteúdo da disciplina não se esgota apenas no livro di-
dático, pois você tem outros meios de complementá-lo.

Acompanhe com dedicação as videoaulas, compartilhe suas dúvidas e di-


ficuldades em nosso Fórum de Dúvidas disponível no Ambiente Virtual
de Aprendizagem, além de realizar todas as atividades e o estudo de todo
o material de cada unidade.

Dica de Leitura:

Conferência do Clima é aberta em Paris

• Representantes de quase 200 países participam da cerimônia.


Encontro discutirá ações contra aquecimento global e efeitos da
mudança climática.
• Disponível em: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/11/
conferencia-do-clima-e-aberta-em-paris.html

Veja a repercussão do acordo global do clima aprovado na COP 21

• Acordo prevê ‘esforços para limitar o aumento de temperatura a


1,5°C’. ‘Isso é enorme’, diz Obama no Twitter.
• Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/12/veja-
repercussao-do-acordo-global-do-clima-aprovado-na-cop-21.html

39
Avanços tecnológicos; ciência, tecnologia e sociedade; ecologia/
A Unidade
Braz Cubas
2
biodiversidade

Referências da unidade II

BERNA, Vilmar. A importância da educação socioambiental. 2010. Disponível


em: <http://rmai.com.br/v4/Read/299/a-importancia-da-educacao-socioambiental.
aspx>. Acesso em 21/10/2013.

GADOTTI, Moacir. Pedagogia da terra. São Paulo: Peiropolis, 2000.

LAMIM-GUEDES, V.; SOARES, N.C. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, 23


a 28 de Setembro de 2007, Caxambu – MG. Conceito de biodiversidade: educação
ambiental e percepção de saberes. Disponível em: <http://www.seb-ecologia.org.br/
viiiceb/pdf/1458.pdf>. Acesso em 21/10/2013.

LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/


ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em 21/10/2013.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Esplanada dos Ministérios, Bloco B


70.068.900 Brasília-DF Brasil. Disponível em: <http://www. mma.gov.br>. Acesso em
23/10/2013.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Meio Ambiente no Brasil, Esplanada dos


Ministérios, Bloco B 70.068.900 Brasília-DF Brasil. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/port/gab/asin/ambp.html>. Acesso em 23/10/2013.

NICOLSKY, Roberto. Seguimos para um apagão tecnológico. Disponível em:


<http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI781 02-15259,00.html>. Acesso
em 11/11/2013. O conceito de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável.
Disponível em: <http://catalisa.org.br/textoteca/30-o-conceito-de-sustentabilidade-
e-desenvolvimento-sustentl>. Acesso em 20/10/2013.

TEIXEIRA, Gilberto. O conhecimento interdisciplinar na sociedade contemporânea,


em Educação na sociedade da informação. Disponível em:

<http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/m%C3%B3dulos/educa%C3%A7%C3%A3o-
na-sociedade-de-informa%C3%A7%C3%A3o#. UoOUrCfFr44>. Acesso em 01/11/2013.

VIGNA, Edélcio. Brasil maior exportador de riquezas naturais. Disponível em:


<http://www.institutocarbonobrasil.org.br/?item=240&id=732053>. Acesso em
10/10/2013.

40
Políticas públicas e responsabilidade social A Unidade
Braz Cubas
3

Unidade III
3

Políticas públicas e responsabilidade social

AGORA LÊ AQUELE
TODO BRASILEIRO TEM
PEDAÇO BONITO
DIREITO À MORADIA...
QUE FALA DE
COMIDA, SAÚDE...

MIGUEL PAIVA
O Estado de S. Paulo, 05/10/1988
In: RODRIGUES, Marly. O Brasil da abertura: de 1974 a constituinte. São Paulo: Atual, 1990.

3.1  Direitos sociais

CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

A Constituição Federal de 1988 estabelece uma série de dispositivos que asse-


guram ao cidadão todo o básico necessário para uma existência digna.

Artigo 6º: São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a


moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.

Artigo 5º, § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias


fundamentais têm aplicação imediata.

Assim, em obediência a este princípio, o Estado tem o dever de proporcionar


aos indivíduos o pleno exercício dos Direitos Sociais, para que possam viver com
dignidade, livres da insegurança causada pelo desemprego e miséria crescentes que
assolam o sistema capitalista globalizado.

41
A Unidade
Braz Cubas
3 Políticas públicas e responsabilidade social

Entretanto, como afirma Norberto Bobbio em sua obra A Era dos Direitos (2004),
ao sairmos do plano ideal e passarmos para o plano real, uma coisa é falar dos direi-
tos do homem; outra coisa é garantir-lhes uma proteção efetiva.

Em razão da interdependência e indivisibilidade dos direitos hu-


manos, conclui-se que a efetivação desses direitos é indispensá-
vel para o exercício de outros direitos e liberdades fundamen-
tais. O direito à vida, por exemplo, exige a eficácia do direito à
saúde, e o direito à dignidade reclama o direito à moradia, à edu-
cação, à escolha de um trabalho digno e à proteção social em
caso de desemprego e outras contingências. (RAMOS, 2012:1)

Para a autora, os direitos sociais nasceram abraçados ao princípio da igualdade


e são os que mais se aproximam do princípio da dignidade da pessoa humana e da
cidadania, pois visam a reduzir as desigualdades entre as pessoas, proporcionando
aos indivíduos melhores condições de vida.

42
Políticas públicas e responsabilidade social A Unidade
Braz Cubas
3

3.2  Políticas públicas

43
A Unidade
Braz Cubas
3 Políticas públicas e responsabilidade social

3.2.1  A desilusão com a política: corrupção

LOCALIZAMOS O
EPICENTRO.
MAS SE ESPALHA POR
TODO O TERRITÓRIO
NACIONAL!

(Disponível em: <bibliotecaets.blogspot.com>. Acessado em: 03/11/2013)

No Brasil, quando se fala em pagar impostos, não se vê essa obrigação como


positiva, e, sim, como um abuso. Óbvio que sabemos que o País não é o pior nesse
sentido, mas está numa posição intermediária quando se refere à cobrança de im-
postos. Em outros países, como Estados Unidos, por exemplo, o povo norte-ameri-
cano entende ser fundamental o pagamento deste tributo como forma de exercer a
cidadania, enquanto para nós, causa certa vergonha, além de confundirmos noção
de cidadania com direitos humanos e sociais. (CORTELLA, 2012).

O problema da nossa concepção, aparentemente mais gene-


rosa, é que ela não pensa que aos direitos correspondem obri-
gações, e que o sustento do Estado depende de nós, cidadãos.
Talvez por isso, muitos pensam que o dinheiro público pode ser
gasto a rodo, como se não tivesse dono, como se não tivesse
custo (CORTELLA e RIBEIRO, 2012:45).

44
Políticas públicas e responsabilidade social A Unidade
Braz Cubas
3

Fonte:https://blogdoonyx.wordpress.com/tag/chega-de-tanto-

imposto/. Acesso em 12/01/2016.

Uma das razões para que o povo brasileiro veja no pagamento de impostos
uma espoliação5, é o pouco retorno dos impostos pagos. O cidadão paga para ter
saúde, transporte, educação, entre outros, e, paralelamente, tem que pagar convê-
nio médico, a escola do filho, transporte individual, entre outros.

Isso acontece porque muitos confundem a ineficiência do Estado com delin-


quência do Estado, que na verdade são situações diferentes. Afinal, a delinquência é
resultado de incompetência e de má-fé. Já a consequência, é resultado da não parti-
cipação política pública do cidadão.

Por conta de tantos escândalos na esfera pública, os quais nos chegam todos os
dias, percebe-se uma atitude de desprezo em relação à política, o que faz com que a
maioria dos jovens associe política com partidos, com acordos ilegítimos e corrupção.

Em seu livro “Política para não ser idiota”, o autor Mario Sergio Cortella faz a
seguinte indagação: a corrupção aumentou ou apenas se tornou mais perceptível? E
afirma que a corrupção é o que mais enfraquece a democracia, pois, os cidadãos se
sentem impotentes para vencê-la. Mas a corrupção que a sociedade quase sempre
atribui ao poder público, não está ausente de outras esferas da sociedade. A impa-
ciência do brasileiro em relação à ineficiência estatal gerou o que se costuma deno-
minar “jeitinho brasileiro”, que nada mais é que burlar as leis em benefício próprio. É
quando prospera a propina, o suborno e o peculato .

5 Dicionário Aurélio. Peculato. sm. Delito de funcionário público que se apropria de valor ou
qualquer outro bem móvel em proveito próprio ou alheio.

45
A Unidade
Braz Cubas
3 Políticas públicas e responsabilidade social

(Disponível em: <amarildocharge.wordpress.com>. Acessado em: 03/11/2013)

Podemos dizer que há uma luz no fim do túnel, pois até pouco tempo não tí-
nhamos conhecimento da prática da corrupção e, hoje, se tornaram públicas. Para
Cortella (2012), o momento é de transição quando se percebe a sujeira, o asco pro-
vocado por ela e o desprezo pelos que a exercem.

Assim como as pessoas hoje fazem voluntariado porque consta-


tam que o Estado não cumpre seu papel a contento, deverá che-
gar um momento em que percebam que não adianta se alhear
dele: é preciso investir suas energias na construção de um Esta-
do realmente comprometido com a coisa pública (CORTELLA e
RIBEIRO, 2012:79).

O que fazer? Educar.

Uma educação de boa qualidade modificaria, com o passar do tempo, a cultura


da população. A partir do momento em que o Estado com suas instituições realiza-
rem um trabalho com excelência, não haverá necessidade de recorrer ao jeitinho,
pois não faz sentido querer levar vantagem sobre algo que já é bom para todos.

46
Políticas públicas e responsabilidade social A Unidade
Braz Cubas
3

3.3  Responsabilidade social

Ainda que o setor privado seja responsável pela geração de riqueza, sua res-
ponsabilidade em relação ao meio em que está inserido não deixa de ter fundamen-
tal importância. Assim, a responsabilidade social passa a ser uma atitude calcada
em valores éticos cuja principal meta é o desenvolvimento sustentável da sociedade
como um todo. Para Arcúrio (2001:1)

Responsabilidade Social nas empresas significa uma visão em-


preendedora mais preocupada com o entorno social em que a
empresa está inserida, ou seja, sem deixar de se preocupar com
a necessidade de geração de lucro, mas colocando-o não como
um fim em si mesmo, mas sim como um meio para se atingir
um desenvolvimento sustentável e com mais qualidade de vida.

Há que se deixar claro que a responsabilidade social não se atém apenas em


construção de creches ou postos de saúde, ou qualquer outro projeto para a comu-
nidade do entorno da empresa. Além de se preocupar com essas áreas, há também
a obrigação de se policiar, no sentido de não poluir, não estar em situação irregular,
e outras questões, como por exemplo, não utilizar mão de obra infantil, não usar
matéria prima de maneira inconsciente, ou seja, responsabilidade social requer mais
do que um discurso, requer uma atitude responsável, o que difere da lógica do lucro
imediato e a qualquer preço.

Para Bomeny (2003):

O conceito de responsabilidade social nos obriga a um movi-


mento reflexivo em direção distinta. Atribui ao agente do mer-
cado, ao agente da produção, a responsabilidade pelos efeitos
sociais de suas ações. Consiste, portanto, na fusão das ideias de
economia e sociedade. O conceito se vincula à ideia de que as
empresas, como os indivíduos, devem ser responsabilizados por
todas as consequências decorrentes de atitudes tomadas.

Para tanto, deve haver uma preocupação em aliar desenvolvimento econômico


ao bem-estar social. Esse pensamento, ou essa atitude, ainda está longe de ser um
consenso, tanto entre empresários, quanto economistas, embora as publicações sobre
esse assunto deem conta de que nessa ação ganha a empresa e ganha a sociedade.

47
A Unidade
Braz Cubas
3 Políticas públicas e responsabilidade social

3.3.1  Setor público, privado e terceiro setor

Fonte: Adaptado de <http://controlesocialdesarandi.com.br/entidades-filantropricas/o-que-tanto-atrai-

no-terceiro-setor>. Acesso em: 03/11/2013.

O setor responsável pelo bem-estar social é o Setor Público, embora, sozinho,


não tenha capacidade para corresponder às necessidades de todos os cidadãos.
Mas, é preciso distinguir Estado de governo, pois este é o representante daquele e é
um representante temporal.

Já o Setor Privado, representado pelo mercado, é responsável pela lei da oferta


e da procura, e é ocupado por empresas privadas com fins lucrativos. Para que tenha
sua função lógica, que é o aumento da riqueza, necessita de liberdade para estabe-
lecer contatos baseados na acumulação de capital.

Por fim, o Terceiro Setor, que é uma espécie de junção de princípios públicos
e privados com outra lógica de distribuição de riqueza. Suas ações partem da so-
ciedade civil e obedecem à lógica do altruísmo, da filantropia, da reciprocidade, dos
costumes e tradições, das concepções morais e religiosas, entre outros.

Na verdade, não há como dissociar um setor do outro, definir limites, pois o cida-
dão vive entre os três setores, simultaneamente, em diversas ocasiões. Não raras ve-
zes, as organizações mesclam características de cada setor, as chamadas organizações
mistas. Não há como responsabilizar um único setor para resolver problemas sociais.

48
Políticas públicas e responsabilidade social A Unidade
Braz Cubas
3

Para promover uma sociedade mais solidária, o poder público também destina
verbas para o Terceiro Setor. Hoje,

Este setor movimenta mais de um trilhão de dólares por ano, o


que o coloca na posição de oitava economia mundial, se com-
parado ao PIB das nações mais ricas. Mas, o Terceiro Setor não
trabalha unicamente com recursos pecuniários. Faz parte inte-
grante da sua concepção a prática de valores, que motivam os
indivíduos a buscarem melhoria na própria vida e na do próximo,
o esmero das qualidades ou virtudes sociais, o aprimoramento
das aptidões e habilidades profissionais, o amadurecimento da
cidadania. Voluntariado, iniciativas beneficentes, cooperativis-
mo, independência, oblatividade, humanismo, subsidiariedade,
partilha etc. São diversos nomes com os quais muitas vezes de-
signamos as práticas do Terceiro Setor (REBRATES, 2014, p.1).

A insatisfação de algumas pessoas com as consequências da desigualdade so-


cial gerou uma nova forma de pensar e agir, no sentido de proporcionar às vitimas
dessa desigualdade uma vida mais digna. Para tanto, foi preciso abandonar concei-
tos preestabelecidos sobre a vida em sociedade e pensar diferente, ou seja, ajudar
as outras pessoas na construção de uma nova sociedade.

Enfim, o Terceiro Setor surge como uma resposta à ineficiência do Estado em


cumprir com os direitos sociais garantidos por lei, que são primordiais para o desen-
volvimento social e a igualdade de atendimento em diversas áreas, que auxiliam no
que se pode denominar qualidade de vida e dignidade humana.

3.4  Vida rural e urbana

Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/exodo-rural.htm>. Acesso em: 11/11/2013.

49
A Unidade
Braz Cubas
3 Políticas públicas e responsabilidade social

Na sociedade brasileira atual, se tornou difícil delimitar, ou dividir, o conceito


do que seja área rural e área urbana. Por muito tempo, tivemos a ideia de que a área
rural seria um lugar atrasado, enquanto a urbana, desenvolvido. Hoje, não podemos
afirmar o mesmo.

A partir das mudanças sociais e econômicas ocorridas por causa da industriali-


zação, houve um crescimento demográfico das áreas urbanas e o esvaziamento das
áreas rurais. No início desse advento, configurou-se a separação mais clara entre
área rural e área urbana. Hoje não mais, pois estão ligadas e não podem ser conce-
bidas isoladamente, ou seja, há um novo limite entre os dois, quase imperceptível, o
que tornou o rural quase uma extensão do urbano, ou vice-versa.

Entretanto, em relação às políticas públicas para o bem-estar, as áreas considera-


das como rurais ainda sofrem com escassez de acesso a alguns bens e serviços, como
água potável, educação e atendimento médico, embora já tenham chegado à área rural
os avanços tecnológicos, como a mecanização do agronegócio e da agropecuária.

A questão agrária e outros sérios problemas nacionais possuem relação direta


com a compreensão e ação sobre o rural e o urbano. São exemplos desses pro-
blemas o êxodo rural, a favelização, a extrema pobreza, o problema habitacional, a
implosão das cidades e as dificuldades na geração de empregos. A solução desses
problemas e o planejamento territorial passam pela identificação e medida do rural
e do urbano (GIRARDI, 2013:1).

Esses avanços tecnológicos fizeram com que as atividades no campo se tor-


nassem menos penosas, além de acelerar a produção cada vez mais necessária para
atender à demanda da área urbana que cresce num ritmo cada vez mais intenso.

As questões agrárias são as que mais prejudicam o desenvolvimento rural e


que necessitam de uma política específica para resolver um impasse que vem à tona
constantemente.

(Disponível em: <exodoedemocracia.blogspot.com>. Acesso em: 11/11/2013.)

50
Políticas públicas e responsabilidade social A Unidade
Braz Cubas
3

O êxodo rural se intensificou a partir da década de 1950, resultado da ine-


ficiência do Estado em solucionar a falta de estrutura para que a população rural
permanecesse no campo, seja concedendo incentivos, seja criando políticas públicas
próprias para o local. Como consequência, aumentou consideravelmente a popula-
ção urbana e, por conseguinte o aumento das taxas de desemprego.

A solução está no principal nó da política brasileira em relação ao campo: a


reforma agrária. Essa reforma pode vir a ser a única, senão a mais importante alter-
nativa para resolver a questão. Incentivar a agricultura familiar, ou camponesa, daria
aos pequenos agricultores, que não fazem parte do agronegócio, condições de per-
manecerem no campo, o que pode vir a ser uma medida para minimizar a questão
do êxodo rural e do crescimento desordenado e preocupante das grandes cidades.

Conheça mais:

Em seu texto “O rural e o urbano”, Eduardo Paulo Girardi explica, entre


outras coisas, a relação que o indivíduo rural tem para com a natureza, e
principalmente a importância deste para a produção, a economia e para o
desenvolvimento sustentável. Leia o texto no AVA!

Aprendemos que:

As políticas públicas têm o objetivo de suprir as necessidades básicas do


cidadão e que a responsabilidade social de todos os setores da sociedade
exerce um papel fundamental nas questões sociais e ambientais. Além dis-
so, vimos as questões relacionadas ao rural e urbano, que nos ajudam a
entender a sociedade em que vivemos. Por fim, entendemos que é impres-
cindível a aliança entre os diversos setores para minimizar as desigualda-
des e promover o bem estar social.

Dica de Leitura:

CORTELLA, Mário Sergio; RIBEIRO, Renato Janine. Política para não ser
idiota. 9ª. ed., São Paulo: Campinas, Papirus 7 mares, 2012.

51
A Unidade
Braz Cubas
3 Políticas públicas e responsabilidade social

Referências da unidade III

ARCÚRIO, Renato. Responsabilidade social e voluntariado no Brasil. Disponível


em: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/ responsabilidade-social-e-
voluntariado-no-brasil/58643/. Postado em 02/10/2011. Acesso em 15/07/2014.

BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Trad. COUTINHO, Carlos Nelson. 13. ed. Rio
de janeiro: Elsevier, 2004.

BOMENY, Helena. Um balanço da responsabilidade social no Brasil. Centro de


Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil / FGV. (CPDOC /
FGV). Disponível em: <www.cpdoc.fgv.br>. Acesso em 12/11/2013.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm>. Acesso em
03/11/2013.

CORTELLA, Mário Sergio; RIBEIRO, Renato Janine. Política para não ser idiota. 9ª.
ed., São Paulo: Campinas, Papirus 7 mares, 2012.

GIRARDI, Eduardo Paulon. O rural e o urbano. Disponível em: <http://www2.fct.unesp.


br/nera/atlas/caracteristicas_socioeconomicas_d.htm>. Acesso em 10/11/2013.

KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Responsabilidade social corporativa como


estratégia para o desenvolvimento sustentável. Revista Eletrônica de Ciência
Administrativa – RECADM. Disponível em: <http://revistas.facecla.com.br/index.php/
recadm/>. Acesso em: 12/11/2013.

QUEIROZ, Leonardo Rossato. O jeitinho brasileiro e a tônica do individualismo.


Disponível em: <http://leorossatto.wordpress.com/2011/03/16/o-jeitinho-brasileiro-
e-a-tonica-do-individualismo/>. Acesso em: 03/11/2013.

RAMOS, Elisa Maria Rudge. Os direitos sociais: direitos humanos e fundamentais.


Disponível em: <http://www.direitosociais.org.br/article/ os-direitos-sociais-direitos-
humanos-e-fundamentai/>. Acesso em 02/11/2013.

REDE BRASILEIRA DO TERCEIRO SETOR. O terceiro setor. Disponível em: http://www.


terceirosetor.org.br/quemsomos/index.cfm?page=terceiro. Acesso em 15/07/2014.

SOUZA, Sandra Pereira. Ampliação do terceiro setor. Disponível em: <http://www.


partes.com.br/terceirosetor/artigos02.asp>. Acesso em 11/11/2013.

52
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

4 Unidade IV

Democracia, sociodiversidade e cidadania

(Fonte: http://leandroeconomista7601.blogspot.com.br/2012/04/sociodiversidade-multiculturalismo-e.html.

Acesso em 11/11/2013.)

4.1  Diversidade e multiculturalismo: um debate em curso

Iniciamos este capítulo com uma breve reflexão sobre as várias faces do deba-
te acerca do multiculturalismo e a perspectiva de vários autores sobre sua origem
e importância na sociedade contemporânea, especialmente quando referida às po-
líticas de reconhecimento. Poderemos verificar que há certa divergência entre os
teóricos, pois cada um define o termo multiculturalismo de acordo com sua visão
histórica e de mundo. O que une os diversos autores aqui referidos são as ideias de
respeito à diversidade, da prática de convivência pacífica e respeitosa entre todos os
povos, assim como a necessidade de criar políticas públicas de reconhecimento, ten-
do em vista resolver as tensões existentes sobre a diferença e a igualdade no mundo
contemporâneo.

53
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

4.1.1  O multiculturalismo como estratégia para a criação de


políticas de reconhecimento

O multiculturalismo não é um conceito de consenso, ao contrário, ele suscita


polêmicas, que evidenciam a sua dimensão política. Entre seus defensores, Praxedes
(2004) entende o respeito à diversidade como uma necessidade vital na socieda-
de contemporânea. O autor afirma que numa sociedade globalizada e heterogênea,
cuja composição se faz por grupos humanos distintos, na qual o conflito entre clas-
ses e identidades culturais é uma constante, faz-se necessária a ruptura com velhas
práticas e uma nova forma de convivência. Uma sociedade em que os diferentes es-
tão em contato permanente requer um convívio pacífico e de tolerância também
permanentes. “O reconhecimento pelo outro é uma necessidade humana, já que o
ser humano é um ser que só existe através da vida social”. (PRAXEDES, 2004, p. 1)

O conceito de tolerância não se limita a simplesmente tolerar o diferente, mas


a incorporá-lo e projetá-lo na diversidade. De acordo com o autor boliviano Susz
(2005), que se alinha com Praxedes (2004), a democracia, de fato, não se pauta pela
unanimidade, nem tampouco por uma falsa homogeneidade cultural. A democracia
implica flexibilidade para incluir a heterogeneidade e a primeira obrigação do Estado
consiste em criar condições para que todos tenham a garantia de sua própria cultura.

Contudo, para Santos (2003) trata-se de uma tarefa complexa exigir reconhe-
cimento das diferenças e esperar que os outros nos olhem como iguais e com os
mesmos direitos, bem como, compatibilizar a reivindicação da diferença e ao mesmo
tempo combater a desigualdade e defender os direitos coletivos e individuais.

Multiculturalismo, justiça multicultural, direitos coletivos, cida-


danias plurais são hoje alguns dos termos que procuram jogar
com as tensões entre a diferença e a igualdade, entre a exigência
de reconhecimento da diferença e de redistribuição que permi-
ta a realização da igualdade. Essas tensões estão no centro das
lutas de movimentos e iniciativas emancipatórios que, contra as
reduções eurocêntricas dos termos fundamentais (cultura, justi-
ça, direitos, cidadania), procuram propor noções mais inclusivas
e, simultaneamente, respeitadoras da diferença de concepções
alternativas de dignidade humana. (SANTOS; NUNES, 2003, p.25)

De acordo com Taylor (2001), a luta pela igualdade de acesso aos direitos ou
aos recursos pelo reconhecimento pode ser um sinônimo da defesa da diferença

54
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

cultural, da identidade coletiva e da autonomia, porque cada pessoa tem um modo


original de ser e não só cada pessoa, mas cada povo, ou seja, não há somente um
indivíduo entre outras pessoas, mas também um povo entre outros povos que trans-
mitem sua cultura, sua identidade.

Marés (2008) pondera que uma das criações da modernidade, ou seja, os direi-
tos humanos, poderá ser usado como uma política de emancipação nas lutas pelo
reconhecimento da diversidade cultural e ao mesmo tempo, a afirmação comum da
dignidade humana6. Mas, adverte que, uma das preocupações da sociedade moder-
na é tornar possível os direitos humanos, como um recurso político cultural e global
ao mesmo tempo.

4.1.2  Democracia, ética e cidadania

Os princípios dessa forma de governo são a proteção da liberdade humana, ou


seja, a institucionalização da liberdade associada aos direitos individuais e das minorias.

6 Sobre o tema dos Direitos Humanos, Guendel (2008) enfatiza que o conceito dos direitos
humanos se define não só como uma nova ética ou uma nova moral para provocar mudanças
culturais baseada no reconhecimento recíproco, mas também criar metas políticas que
permitam prosseguir e evoluir efetivamente essas mudanças.

55
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

A Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 1988 consagra


no art. 1º que “Os fundamentos do Estado Democrático de Direito são: a soberania,
a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa, o pluralismo político”, e que os objetivos fundamentais da República são:

Construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o de-


senvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização
e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem
de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º da Constitui-
ção Federal PCNs, 1997: 19).

Entretanto, a realidade está distante desses princípios e na verdade se torna-


ram metas e objetivos a serem alcançados. Nesse sentido, a democracia pensada
restritamente refere-se apenas aos direitos civis e políticos, mas se pensada em sen-
tido amplo pode ser definida como um sistema que permite ao cidadão maior parti-
cipação nas decisões políticas do país, seja participando da gestão pública, seja por
meio de movimentos sociais durante os quais manifestam sua opinião e desejo de
viver em uma sociedade que não seja marcada pela desigualdade social e econômi-
ca, que exclui grande parte da população da participação dos direitos e deveres.

Por fim, democracia e cidadania pressupõem a prática dos seguintes princípios:

• Dignidade da pessoa humana


Implica respeito aos direitos humanos, repúdio à discriminação
de qualquer tipo, acesso a condições de vida digna, respeito mú-
tuo nas relações interpessoais, públicas e privadas.

• Igualdade de direitos
Refere-se à necessidade de garantir a todos a mesma dignidade
e possibilidade de exercício de cidadania. Para tanto há que se
considerar o princípio da equidade, isto é, que existem diferenças
(étnicas, culturais, regionais, de gênero, etárias, religiosas etc.)
e desigualdades (socioeconômicas) que necessitam ser levadas
em conta para que a igualdade seja efetivamente alcançada.

• Participação
Como princípio democrático, traz a noção de cidadania ativa,
isto é, da complementaridade entre a representação política tra-
dicional e a participação popular no espaço público, compreen-

56
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

dendo que não se trata de uma sociedade homogênea e sim,


marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas etc.

• Corresponsabilidade pela vida social


Implica partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos
sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos
da vida coletiva.

É, nesse sentido, responsabilidade de todos para a construção e


a ampliação da democracia no Brasil. (PCNs, 1997, p. 20)

4.2  Inclusão social

(Disponível em: <http://sandracarvalhocuiaba.blogspot.com.br/2013/10/diogo-nogueira-e-martinalia-em-

cuiaba.html>.)

Os mais variados setores sociais defendem atualmente a ideia de inclusão so-


cial, que visa a atender às necessidades de todos os cidadãos, partindo do princípio
de que todos merecem ser valorizados perante a sociedade, seja maioria ou minoria,
privilegiados ou marginalizados, embora o termo inclusão tenha surgido na déca-
da de 1980 como forma de defender a causa da pessoa com deficiência, quando
a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou o Ano Internacional das Pessoas
Deficientes.

57
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

A definição de exclusão é atribuída às pessoas que não têm as mesmas


oportunidades dentro da sociedade, e os motivos podem ser diversos: condições
socioeconômicas; gênero; raça, e mais recentemente a falta de acesso às tecnolo-
gias (exclusão digital). A inclusão destes deve ser efetivada por meio de políticas
públicas, que além de oficializar, devem criar mecanismos para que os que dela
necessitam sejam de fato incluídos e não seja somente mais uma legislação que
fica no papel.

A percepção do
um dos maiores lugar do outro na
Sociedade atual desafios vida em sociedade.

Já há algum tempo, algumas categorias sociais que permaneciam historica-


mente excluídas são, hoje, protagonistas de inúmeras propostas de inclusão. Esta
sociedade luta por uma vida menos injusta, na qual a diferença seja valorizada e não
motivo de exclusão, e que o direito de pertencer ao gênero “humano” venha a ser
o principal motivo de estarmos no mundo, e se sobreponha qualquer motivo que
rotule o ser humano em superior ou inferior, o qual divide, separa e gera conflitos.

4.2.1  Lei de cotas

Este é um tema que assim como o multicul-


turalismo gera polêmica e não há um consenso a
respeito. Por um lado há os que defendem as co-
tas raciais como uma atitude de reconhecimento
de uma política excludente em relação aos afro-
descendentes deste país, praticada há tempos.
Por outro, há os que entendem a política de cotas
como uma maneira de apaziguar a sociedade e
postergar uma política social real que englobe a
(Fonte:http://www.pragmatismopolitico. todos os brasileiros negros ou não, mas que ne-
com. br/wp-. Acesso em 12/01/2016. cessitam de auxílio do Estado para fazer parte do
content/uploads/2012/08/lei-)
conhecimento gerado dentro das universidades.

58
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

De qualquer forma, a única unanimidade é a questão do ensino público de


base, que por ser ineficiente e fraco, não propicia aos egressos do ensino público
condições de seguirem adiante com seus estudos sem que haja um incentivo por
parte do estado, como bolsas de estudo por meio de paliativos, como exames na-
cionais do Ministério da Educação, que funcionam como passaporte de entrada na
universidade.

Entre os que defendem o sistema de cotas podemos citar o professor Angelo


Priori (2004), que no artigo intitulado “Estimular o debate, subverter o preconceito”
comenta o que ele caracteriza como exclusão perversa:

Para ele, quem perde com essa exclusão é o país, que deixa de formar inúme-
ros profissionais de diversas áreas necessárias ao desenvolvimento. O professor não
vê um futuro muito feliz para o Brasil se o poder público não fizer nada para qualifi-
car o ensino fundamental e médio. Nesse sentido, entende o sistema de cotas como
alternativa para minimizar essa questão. O sistema de cotas raciais, para ele, é um
avanço apesar de não ser o suficiente para resolver todos os problemas já mencio-
nados, pois com cotas ou sem cotas, apenas 9% dos alunos têm condições de entrar
e permanecer na universidade.

Daí que o debate sobre as cotas, seja ela racial ou social, deve
ser encarado como uma medida paliativa e temporária, pois a
verdadeira inclusão educacional somente virá com a adoção de
políticas públicas voltadas para salvar o ensino fundamental e
médio e ampla expansão de vagas públicas e gratuitas no ensi-
no superior para os nossos jovens. (PRIORI, 2004. Disponível em:
<http://www.espacoacademico.com.br/040/40priori.htm>. Acesso
em: 17/11/2013.)

59
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

Como citado acima, há posicionamentos contra o sistema de cotas por consi-


derar que este divide a humanidade em raças, como é de opinião do Professor De-
métrio Magnoli (2003), doutor em geografia humana pela USP. Para ele,

A espécie humana não se divide em raças, e que foi uma inven-


ção para justificar a escravidão no século XIX. Segundo o discur-
so que sustenta essa política, {...} as cotas destinam-se a reparar
as injustiças cometidas pelos brancos contra os negros através
do instituto da escravidão. Assim, brancos e negros são defini-
dos em bases raciais e os representantes atuais da ‘raça bran-
ca’ devem expiar a culpa de seus ancestrais de ‘raça’. A noção
de culpa coletiva serviu, no passado, para justificar a opressão
imposta a sociedades derrotadas em guerra. Mas nem sequer
os vencedores das guerras chegaram a sugerir que a ‘culpa’ dos
derrotados pudesse se transferir para as gerações futuras. Por
isso, a imposição de reparações sempre foi limitada a períodos
curtos de tempo. (MAGNOLI, 2003. Disponível em: <http://revis-
taepoca.globo.com/Revista/Epoca>. Acesso em: 22/11/2013.)

O professor termina seu comentário afirmando que conceder bolsas de estu-


do, cotas nas universidades e tantos outros auxílios criados pelo Estado é uma forma
de mascarar o real problema da desigualdade deste país. Além de adiar a solução,
ou seja, promover políticas sérias e investir com eficiência e honestidade em saúde,
educação, e outros direitos sociais, que interessam de fato não somente para os
incluídos nas leis de cotas, mas para todos os cidadãos, negros ou brancos pobres.

De acordo com a carta dos direitos do homem, em seu artigo 1°

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direi-


tos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em
espírito de fraternidade”.

A partir desse conceito podemos afirmar que só há uma maneira de cumprir


fielmente com essa premissa:

60
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

Aprender a conviver com a diferença, ser tolerante e ser solidá-


rio, transformar aquilo que aparentemente nos separa em no-
vos laços de convivência, marcados por respeito e solidariedade,
é o grande desafio de nossa época, que ganha uma dimensão
maior na medida em que se intensificam as relações globais, se
aceleram os meios de comunicação, se internacionalizam as re-
lações e se estreitam as fronteiras. Encontrar os meios para uma
convivência harmoniosa, pautada por respeito e aceitação da di-
ferença, é hoje o nosso grande desafio como indivíduos e como
cidadãos (GRUPIONI; VIDAL; FISCHMANN, 2001, p. 31).

Para superar esse grande desafio, atualmente, os sujeitos sociais procuram


imprimir novas formas de agrupamento e canalização de suas demandas.

4.3  Estados latino-americanos e povos indígenas

(Disponível em: <www.sohistoria.com.br>. Acesso em: 17/11/2013.)

Em meio a governos ditatoriais, populistas e diante de crises econômicas em


diversos desses países, surge no cenário social latino-americano a luta dos povos
indígenas, que até então permaneciam em silêncio, com apenas uma ou outra mani-
festação pontual de luta.

Mesmo tendo considerado que os povos indígenas tiveram uma participação


importante na formação de cada um dos países em questão, os Estados que se cons-
tituíram apenas lhes conferiu o simbólico direito de serem chamados de cidadãos.

61
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

Os primeiros colonizadores que aqui chegaram, a pretexto de catequizar e civi-


lizar esses povos, na verdade os escravizaram e tentaram de todas as formas desca-
racterizarem a cultura do índio para integrá-lo a sociedade não indígena7. Apesar de
todas as discussões sobre a humanidade dos povos que habitavam as terras ameri-
canas, a escravidão indígena não foi impedida, e a catequese forçada comprovou o
caráter de imposição que assegurava a relação pretendida pelos invasores.

Para Marés (2008), um dos erros cometidos pelos novos Estados foi o de acre-
ditar que por meio da assimilação, absorção e integração dos povos que possuíam
uma cultura diferente dos que passaram a compor este Estado, os indígenas dei-
xariam de ser o que eram. Não foi o que aconteceu, e de acordo com este autor,
o mesmo Estado que acreditava nessa transformação não ofereceu condições ou
oportunidades a esses “diferentes” para que se integrassem à sociedade nacional,
mesmo porque, na realidade a intenção não era a de integrá-los. Essa presumida in-
tegração ficou apenas no discurso do Estado e nos textos das leis, e em seu lugar, na
prática, o que se viu foi a transformação da política de integração em discriminação
e crueldade. Corrobora com Marés, Grupioni:

O índio passava a ser visto como um ser em vias de transforma-


ção: a ação tutelar do Estado iria providenciar a passagem de um
estado inferior da evolução ao estágio inferior da sociedade: da
selvageria eles deveriam ser conduzidos ao posto de trabalha-
dores nacionais e a partir dali poderiam, despojados de atribu-
tos étnicos e culturais, progredirem na escala social. (2006, p.41)

De qualquer modo, com o passar do tempo observou-se que os próprios povos


indígenas resistiram e resistem a abandonar suas culturas. Ao mesmo tempo, não
é mais aceitável conceber a ideia de os povos indígenas abandonarem sua cultura
para serem considerados cidadãos nacionais. Essa perspectiva é ainda recente, mas
pode-se afirmar que avançou muito nas últimas décadas.

7 A esse respeito, Marés, (2008) esclarece que, a proposta inicial de que todos os indivíduos
aos poucos estariam convertidos em cidadãos, ou pelo menos de que todo o indivíduo teria
direito a se tornar cidadão, estava camuflada na ideia de assimilação, absorção ou integração
dos povos culturalmente diferenciados. Nesse caso, a integração jamais se deu, e o motivo
principal é que a intenção de integrá-los se transformou, como afirma Mares, em deslavado
cinismo.

62
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

Um dos grandes entraves para que a sociedade não indígena conheça e en-
tenda a cultura indígena, segundo Rosner (1998) é que esse conhecimento se dá so-
mente por meio de livros e de textos publicados a respeito dos povos indígenas, que:

[…] codificam a vida indígena e não podem transmitir a dinâmica


de sua vida. [...] Mesmo estudando tantos livros, não podemos
captar suficientemente sua vida; a alma indígena não se pode
aprender dos livros, unicamente da convivência. O mundo indí-
gena não pode ser guardado nos livros ou museus, como se fos-
sem objetos do passado. (ROSNER, 1998, p.230, tradução nossa)

Na opinião do autor, de nada servem tantos livros e textos publicados a respei-


to da vida dos povos indígenas, se estes em nada modificam sua vida, se não se lhes
proporcionam o que mais necessitam: viverem melhor e dignamente.

Nas últimas três décadas, os povos indígenas conseguiram colocar no centro


do debate nacional e internacional, e com certa intensidade, suas reivindicações de
reconhecimento coletivo diferenciado, e essa vitória é resultado de suas organiza-
ções e ações8.

Para Grupioni (2006), ao longo da história se constatou que, apesar dos esfor-
ços dos colonizadores, não se confirmou a perda de pertencimento étnico desses
povos, pelo contrário, estes insistem em manter sua identidade. No entanto, o maior
desafio desses povos, segundo a Comissão Econômica para a America Latina e Ca-
ribe (CEPAL) é o da implantação efetiva dos direitos reconhecidos desde os anos 80
até o presente.

Segundo Marés (2008), não se confirmou a afirmação de que os Estados lati-


no-americanos se constituiriam em um espaço onde se poderia construir uma so-
ciedade que propiciaria aos seus indivíduos, igualdade de direitos, respeito mútuo,
oportunidades para o desenvolvimento de todos e liberdade.

Nesse contexto, ou seja, nesse fracasso do Estado em criar uma sociedade na


qual a igualdade fosse uma realidade para todos, os povos indígenas foram, talvez,
os mais prejudicados, situação esta que, de certa forma, continua até hoje.

8 Como resultado mais notável destacam-se as mudanças ocorridas no campo jurídico


internacional dos Direitos Humanos, cuja tradição era a de considerar apenas os direitos
individuais e não o coletivo. Aos poucos se reconhece que alguns direitos humanos devem
proteger também grupos e comunidades.

63
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

4.3.1  Povos Indígenas - Povos Exóticos e distantes, ou presentes?

Durante muito tempo, a temática indígena somente era presente nas salas de
aula das escolas de todo o Brasil ao comemorar o dia do índio, 19 de abril. Hoje, é
uma determinação da legislação brasileira que esse assunto faça parte do currículo
escolar.

O estudo da história do povo indígena no Brasil deve ser obrigatoriamente


incluído no currículo escolar, de acordo com a Lei nº 11.465/08, sancionada pelo
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e publicada no Diário Oficial da
União em 11 de março. A lei altera um artigo da Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional (LDB) e substitui a Lei nº 10.639/03, que já previa a inclusão da te-
mática afro-brasileira nos currículos das redes de ensino. Agora, todas as escolas
de ensino fundamental e médio, tanto públicas quanto privadas, devem conferir o
mesmo destaque ao ensino da história e cultura dos povos indígenas.

Sabemos que a temática indígena é de fundamental importância quando se


pensa em diversidade cultural brasileira, mas se suscita uma questão:

De qual índio devemos falar?

Do índio distante, exótico, presente no imaginá-


rio comum, o índio de 500 anos atrás, ou do índio atual,
sujeito social e político, presente na sociedade e que
necessita de políticas públicas direcionadas à sua so-
brevivência como um povo diverso dos demais brasilei-
ros, com uma cultura tradicional e diferenciada?

[...] Forjada no século XIX, ainda hoje, para o senso comum, pro-
liferando-se imagens idealizadas e a consequente defesa da pu-
reza total e do primitivismo, que evoca o mito do bom selvagem
como padrão de verificação sobre a autenticidade de popula-
ções indígenas [...] O índio é apresentado como um elemento so-
cial do passado, despido de contemporaneidade. A diversidade
cultural das sociedades indígenas é sistematicamente ignorada,
sendo deslocada para um passado distante e sem vínculos com
o presente. (COSTA, 2008, p.53-54)

64
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

A exclusão do índio do projeto de criação e expansão da nação brasileira se


deu desde o início e perdurou por muito tempo. Ainda hoje, não raras vezes, o índio
é apresentado como algo do passado, ou um povo aculturado que não pode ser
considerado indígena. Nesse sentido, o mais grave é a utilização que se faz dessas
afirmações, pois se são aculturados, não necessitam de terras demarcadas. Essa vi-
são tem causado inúmeros problemas para os povos indígenas, cuja cultura ances-
tral está vinculada a terra. Assim, os direitos indígenas consagrados em documentos
nacionais e internacionais são sistematicamente violados.

De certa forma, as questões indígenas, o estudo sobre esses povos, de sua rea-
lidade e cultura, seus anseios e esperanças quanto ao futuro pertencem a um círculo
muito restrito de pesquisadores e o resultado destes são apresentados de forma
fragmentada, o que dificulta uma visão mais ampla e concreta a respeito desses
povos. Essa situação precisa ser repensada, pois, o que esses povos desejam, não é
dar as costas à sociedade nacional, mas ascender aos bens culturais comuns a todos
os cidadãos. Haja vista, o teor de suas principais reivindicações à parte do território:
educação, saúde, proteção aos recursos naturais e ao meio ambiente.

4.4  Afrodescendência

O termo afrodescendente surgiu nos anos 1980/90 nas universidades norte


-americanas para se referir aos descendentes de escravos africanos, de forma po-
liticamente correta. Nesse país somente são considerados americanos, os brancos
descendentes de ingleses, e para o restante da população cria-se rótulos diferentes.
Mas, se lá é preciso fazer essa diferenciação, para nós, é desnecessário, pois somos
todos brasileiros.

65
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

4.4.1  A África de todos nós

O continente africano

(Disponível em: <geoafricanidade.blogspot.com>. Acesso em: 15/11/2013.)

Conheça mais:

Em 2003 houve a promulgação de uma lei, como instrumento legal para


enfrentar o problema das relações raciais no Brasil. Nesse sentido, a lei de
Diretrizes e Bases da Educação propõe que essa demanda seja atendida
dentro das escolas, ou seja, que o estudo do Continente africano seja in-
corporado ao currículo escolar. Para tanto criou a LEI Nº 10.639. Estude-a
no AVA!

66
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

Atualmente, o tema vem à tona, com mais visibilidade, no dia 20 de novembro


durante a comemoração do dia da consciência negra em algumas partes do país.
Embora a Lei 10.639/03 já tenha comemorado dez anos, e tenha como premissa o
estudo da história da África, dos africanos e da contribuição destes para a formação
do povo brasileiro, ainda permanece um tabu em sala de aula, pois os professores
se sentem inseguros com o tema. Muitos reclamam da falta de material adequado
para trabalhar.

A história da África não se esgota apenas com o senso comum que temos no-
tícias, como crianças famintas, guerras ou paisagens exóticas e safáris. Antes da co-
lonização europeia, esses povos eram profundos conhecedores de técnicas sofistica-
das em diversas áreas, como agricultura, mineração, ourivesaria e metalurgia, além
de sistemas elaborados de matemática, conhecimentos de astronomia e medicina.
Distorcer a imagem desses povos faz com que o preconceito e a desvalorização se-
jam acentuados.

A realidade vivenciada pelo negro brasileiro é de incertezas


quanto à sua aceitação na sociedade. Embora a Constituição Fe-
deral Brasileira (BRASIL, 1988) denote a liberdade do indivíduo
em participar de sua cultura, bem como de ser respeitado en-
quanto parte dessa dimensão particular, os afrodescendentes,
por muito, não têm como recorrer às suas origens, em razão de
terem sido destruídos os meios documentais que registravam e
atestavam a existência desses povos em terras brasileiras.(AL-
VES,2007)

Hoje, no Brasil, descreve-se a herança cultural desses povos como cultura afro
-brasileira, ou seja, o conjunto de manifestações culturais brasileiras com forte in-
fluência da cultura africana, ainda que não possamos esquecer de que no período
colonial e século XIX a cultura afro-brasileira foi muitas vezes desprezada, desesti-
mulada e até proibida, como a religião e a capoeira, que eram consideradas crimes.
Somente a partir de meados do século XX é que as expressões culturais afro-brasilei-
ras paulatinamente começam a ser reconhecidas como expressões artísticas genui-
namente nacionais.

67
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

4.5  Cultura e arte: a resposta do homem ao desafio da


existência

A palavra cultura é uma dessas palavras que causa certa dúvida ao ser utilizada,
pois para cada área de estudo, ao longo do tempo, recebeu significados diferentes.

(Disponível em: <http://jornalfolhadenegocios.blogspot.com.br/2012/10/um-pouco-sobre-cultura.html>.

Acesso em: 24/11/2013.)

Para Cotrim (2006), o homem é o único animal capaz de modificar a natureza e


criar um novo mundo para si, pois não são apenas seres biológicos produzidos por
ela, mas seres culturais que requerem e necessitam buscar crescimento interior, re-
lacionar-se socialmente, expandir sua criatividade e de buscar a verdade e a justiça
para serem plenamente felizes.

68
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

Para refletir:

A esse respeito, estude no AVA o texto do filósofo Gilberto Cotrim. Lembre-


se que o conteúdo disponibilizado no AVA é parte do conteúdo da discipli-
na e deve ser estudado para a realização das atividades e avaliações.

4.5.1  A importância da arte

Para saber de onde viemos, quem somos, ou para onde vamos, há uma janela
à nossa disposição, a arte. Ela nos permite acessar imagens do fazer humano desde
os tempos pré-históricos. Esse fazer humano, o qual demonstra maior ou menor
habilidade, mas que é realizado com capricho, talento e eficiência, nos revela a reali-
dade, mas também é visionária.

Ter acesso à arte é um privilégio para poucos, talvez não por falta de interesse,
mas porque não se prioriza esse conhecimento durante o período de aprendizado,
como na escola, por exemplo. Nos currículos escolares, a arte é considerada um sa-
ber secundário, é desvalorizado, embora, a arte esteja intimamente ligada a todas as
áreas de estudo: história, geopolítica, filosofia, literatura, matemática, entre outros.

Entre todas as habilidades desenvolvidas ao estudar arte, a de imaginar é a


mais importante. Grande parte das invenções humanas partiu da imaginação dos
inventores que criaram imagens, que se transformaram em hipóteses e propiciaram
soluções para inúmeros problemas humanos. Sem falar das habilidades de narrar,
analisar e interpretar, que contribuem para o conhecimento e apreensão do conteú-
do de todas as outras disciplinas.

Todos nós já nos deparamos com um sentimento agradável diante de uma


obra de arte, para o qual não há explicação lógica, seja ao ouvir uma música, a emo-
ção diante de um filme, a indagação ao procurar entender uma pintura, ou a alegria
interna em assistir uma apresentação de dança, e é claro o envolvimento com as
personagens de um romance. O que temos certeza é que não é fácil encontrar expli-
cação para sentimentos tão diversos perante uma obra de arte e porque desde os
primórdios da humanidade o homem é atingido por ela.

69
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

sociedade hu-
dic ion ad a ao mo me nto histórico porque passa a
Está con ntecimen-
art ista , po r ser um ser social, não é imune aos aco
mana, e o
sua obra.
iss o sua ma ne ira de sen tir o mundo é refletida em
tos e po r

A arte não é estática, pelo contrário, é dinâmica e modifica-se historica-


mente, porém, não se trata apenas de um produto histórico ou ideoló-
gico, mas de realização estética1.

É universal, permanece viva através dos tempos, e independente


e
Art
de
qualquer ideologia é a expressão mais profunda da sensib
ilidade
humana.

A função social da arte é humanizar. A arte tem esse poder, pois é


por meio dela que o homem expressa seus sentimentos, angústias e
alegrias.

Além de informar e resgatar histórias estimula a percep


ção, a
sensibilidade e a criatividade.

Por esses e tantos outros motivos, que passaríamos horas descrevendo os va-
lores da arte e a necessidade de se apoderar dela, pois é também capaz de promover
o desenvolvimento do senso crítico e melhor expressão oral e comunicativa.

Neste momento, caro (a) aluno (a), convido você a refletir sobre as expli-
cações acima, a partir da apreciação de duas obras que são exemplos da
condição social, estética e histórica de uma obra de arte. Vamos até ao
AVA?

Para finalizar, podemos dizer que há muitas formas de perceber o mundo, des-
de conceitos abstratos ao uso da lógica, mas perceber o mundo de forma imediata,
intuitiva e sensorial só pode ser por meio da experiência estética, cuja principal ex-
pressão é a ARTE. Para Cotrim (2006, p.292), “através da obra de arte, tanto o indi-
víduo como a sociedade percorrem o caminho em direção à cultura e realizam seu
encontro com a eternidade”. Assim, por meio da arte, seja qual for, o homem pode
se metamorfosear9, assumir qualquer forma de viver e mostrar que a realidade é
passível de ser transformada.

9 Dicionário Aurelio. Metamorfosear. v.t.d. e p. Transformar (-se.

70
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

Aprendemos que:

A convivência social é um direito do ser humano que deve ser respeitado e


que muito tem que ser feito para que isso aconteça, independente de cren-
ças, valores, etnias e culturas. Vimos também a importância da arte para a
sociedade e a necessidade de valorizarmos essa expressão, o que nos leva
a refletir sobre nossa própria existência.

Referências da unidade IV

BETINI, Bartira. A importância das artes. 2007. Disponível em: <http://txt.jt.com.br/


editorias/2007/06/11/opi1.94.8.20070611.33.1.xml> Acesso em 24/11/2013.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:


introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Funda-
mental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/ar-
quivos/pdf/livro01.pdf>. Acesso em 23/11/2013.

Carta da mobilização nacional dos povos indígena e tradicionais cobra - garantia


de direitos. Disponível em: <http://terradedireitos.org.br/tag/portaria-3032012/>.
Publicado originalmente no site Carbono Brasil. Acesso em: 07/10/2013.

CEPAL: Comisión Económica para América Latina y el Caribe. Panorama social


de América Latina 1997. Disponível em: <http://www.eclac.org/>. Acesso em
23/11/2013.

COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: ser, saber e fazer. São Paulo: Saraiva,
1996/2006.

GRUPIONI, L. D. B.; VIDAL, L. B.; FISCHMANN, R. Povos Indígenas e Tolerância: cons-


truindo práticas de respeito e solidariedade. São Paulo: Edusp, 2001.

GRUPIONI, L. D. B. Formação de Professores Indígenas: repensando trajetórias.


Brasília: Ministério da educação continuada, alfabetização e diversidade, 2006.

GUENDEL, L. La encrucijada del enfoque de derechos: pensando y haciendo la política


pública de otra manera. In: El Vuelo de la Luciernaga. UNICEF, 2008.

MAGNOLI, Demétrio. Desiguais perante a lei. 2003. Disponível em: <http://revistae-

71
A Unidade
Braz Cubas
4 Democracia, sociodiversidade e cidadania

poca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI35986-15228,00-DESIGUAIS+PERANTE+A+LEI.
html>. Acesso em 22/11/2013.

MARÉS SOUZA FILHO, C.F.M. de. O Renascer dos Povos Indígenas para o Direito.
Curitiba: Juruá, 1998/2008.

MARQUES, L. P.; MARQUES C. A. (Org). (Re) significando o outro. Juiz de Fora: UFJF,
2008.

OLIVEIRA, Joao Ferreira; LIBÂNEO, José Carlos. A Educação Escolar: sociedade con-
temporânea. In: Revista Fragmentos de Cultura, v. 8, n. 3, p. 597-612, Goiânia: IFI-
TEG, 1998.

PRAXEDES, V. A Diversidade Humana na Escola: reconhecimento, multiculturalismo


e tolerância. Revista Espaço Acadêmico, n 42, Novembro de 2004, Mensal, ISSN
1519.6186, Ano IV.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA - CASA CIVIL. LEI Nº 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm>. Acesso em
21/10/2013.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº


10.639/03. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.
htm. Acesso em 22/11/2013.

PRIORI, Angelo. Estimular o debate, subverter o preconceito. Revista Espaço Acadê-


mico – nº 40 – Setembro de 2004 – Mensal –ISSN 1519.6186. Disponível em: <http://
www.espacoacademico.com.br /040/40priori.htm>. Acesso em 20/11/213.

ROSNER, E. Ciegos vem, cojos andam, mudos hablan, el índio há resucitado: Del índio ob-
jeto al índio sujeto. In: El índio como sujeto y objeto de la histtoria latinoamericana:
pasado y presente. Madrid: Iberoamericana, 1998.

SANTOS, Boaventura de Souza. Reconhecer para Libertar: os caminhos do cosmo-


politismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

SANTOS, Boaventura de Souza & NUNES, J. A. Introdução: para ampliar o cânone do


reconhecimento, da diferença e da igualdade. In: Reconhecer para Libertar: os cami-
nhos do cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

SUSZ, P. La Diversidad Asediada: escritos sobre culturas y mundialización. La Paz, Bolívia:


Plural Editores, 2005.

72
Democracia, sociodiversidade e cidadania A Unidade
Braz Cubas
4

TAYLOR, C. El Multiculturalismo Y La Política del Reconocimiento. México: Fondo de Cul-


tura Economica, 2001.

TERRA DE DIREITOS. Portaria 303/2012. Carta da mobilização nacional dos povos


indígena e tradicionais cobra garantia de direitos. Disponível em: <http://terrade-
direitos.org.br/tag/portaria-3032012/. Acesso em 07/10/2013.

WANDERLEY, Mariangela Belfiore. Desigualdade e a questão social. Orgs. WAN-


DERLEY, Mariangela Belfiore; BÓGUS, Lucia; YASBEK, Maria Carmelita. 4ª. ed. rev. e
ampliada. São Paulo: EDUC, 2008.

73

Вам также может понравиться