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Sumário
PREFÁCIO
Oração: Ó Senhor, oramos para que abras nossos olhos e possamos realmente
conhecer-Te, como Tu, sendo somente Deus, te encarnaste, viveste uma vida
humana, foste crucificado e entraste em ressurreição para tornar-te o Deus
consumado com divindade, humanidade, experiências do viver humano, e com a
eficácia da morte e ressurreição. Senhor, Tu és tal Pessoa. Tu te tornaste o
Espírito e hoje vives em nós para cumprir uma obra especial de nos fazer Deus. Ó
Senhor, oramos para que nos faças ver. Queremos essa visão. Ó Senhor,
somente Tua luz pode matar-nos e somente ela pode eliminar todo o nosso fazer.
Senhor, precisamos de Tua misericórdia; realmente brilha em nós. Que Tu nos
fales hoje, mesmo com abundância de luz, para que não apenas apreendamos e
entendamos. O que precisamos é ver. Nós Te recebemos como luz. Perdoa-nos
novamente por nossas falhas e erros e porque não somos absolutos e fiéis.
Realmente precisamos de Teu perdão. Também fizemos muitas coisas sem Ti,
por isso tudo é que precisamos de Teu perdão e do limpar de Teu precioso
sangue. Não podemos depender de algum mérito, integridade ou perfeição nossa.
Ó Senhor, só podemos ser aceitos por Ti e viver em Tua comunhão por Teu
precioso sangue. Também é por Teu sangue precioso que podemos vencer o
inimigo que nos acusa. Ó Senhor, uma vez que Teu inimigo sempre nos persegue,
podemos somente declarar que o vencemos pelo sangue do Cordeiro. Senhor,
concede-nos uma boa comunhão. Amém. Irmãos, realmente tenho o encargo de
ter comunhão com vocês sobre algo, que é como Deus tomou-se homem e
também como Ele faz do homem Deus. O resultado de Deus tomar-se homem e o
homem tornar-se Deus é um organismo, que é a união e a mescla de Deus com o
homem, e é também o Corpo de Cristo. É sobre isso que queremos ter comunhão
esta noite. Posteriormente seguiremos vendo a realidade do Corpo de Cristo.
DEUS TORNOU E HOMEM PARA FAZER DO HOMEM DEUS Primeiramente
falaremos a respeito de Deus ter-se tornado homem para fazer do homem Deus.
De acordo com o que é claramente registrado nas Escrituras, hoje os cristãos em
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geral sabem que, em primeiro lugar, Deus se encarnou e em segundo lugar, Ele
veio viver uma vida humana; em terceiro lugar, foi crucificado e quarto, entrou na
ressurreição. Esses são quatro pontos em comum no cristianismo; todos os
sabem. Todos sabem que Aquele que se encarnou é Jesus, com os quatro
evangelhos como Seu esboço biográfico. Esse Jesus viveu uma vida humana por
trinta e três anos e meio, foi morto na cruz e após três dias foi ressuscitado. Esses
quatro pontos são tão comuns que são conhecidos até mesmo por alguns que não
são cristãos. No entanto o que as pessoas geralmente sabem sobre esses quatro
pontos é totalmente superficial e de acordo com a letra. Quando lêem e relêem o
Novo Testamento, tudo que vêem é algo na letra, literal. Viram que o Novo
Testamento, especialmente os quatro evangelhos, fala sobre o nascimento de
Cristo, Seu viver e andar na terra, Sua morte e ressurreição. Portanto inventam o
natal e o anúncio das boas novas para declarar que Cristo nasceu numa
manjedoura em Belém para ser o Salvador do mundo. Sabem somente isso.
Quase ninguém sabe o significado real da encarnação de Deus. Hoje alguns
professores de seminário e evangelistas renomados ensinam histórias de Jesus:
como abriu os olhos do cego e fez o coxo andar, como amou as pessoas e
acolheu os pequeninos e como acalmou o vento e o mar e levantou o morto.
Falam muito sobre essas coisas, mas não vêem realmente o significado da vida
humana de Cristo. Os pregadores falam principalmente que Ele morreu por nós
para fazer propiciação por nossos pecados, que nos ama e até mesmo Se
entregou por nós. Além disso, não têm muito a dizer. Os místicos, as pessoas da
vida interior, começaram no século dezessete. Naquele tempo alguns deles
incluindo Madame Guyon ainda pertenciam à Igreja Católica Romana. Como
mística, ela falou de modo tão misterioso que era muito difícil entendê-la. Mais
tarde, no século seguinte, um irmão chamado William Law foi levantado na
Inglaterra. A princípio ele era um místico, e foi ele que melhorou os ensinamentos
do misticismo e tornou-os simples e fáceis de entender. Andrew Murray o seguiu.
Ao ler os livros de William Law que simplificaram os ensinamentos místicos,
Andrew Murray recebeu ajuda e avançou pregando essas verdades. Sua
pregação era muito boa, e ele produziu uma obra prima intitulada "O Espírito de
Cristo" [The Spirit of Christ]. Alguns no cristianismo já traduziram esse livro para o
chinês, mas a tradução não era muito clara. Quando eu estava em Taipé, instei
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vários jovens a traduzí-Io novamente e revisei a tradução. Até hoje não é fácil lê-
lo. Após Andrew Murray, duas linhas surgiram. De um lado estava a Sra. Penn-
Lewis, que focou a morte de Cristo, ressaltando seu aspecto negativo. Ela nos
mostrou como a morte de Cristo lidou com nosso velho homem, crucificou nossa
carne e destruiu Satanás. Seu falar foi excelente. Ela pode ser considerada a
primeira que, desde o alvorecer da história, falou sobre a morte de Cristo de modo
tão profundo e ao mesmo tempo prático. Por outro lado, havia o irmão Austin-
Sparks, que sem dúvida viu o princípio da ressurreição. Com respeito à
ressurreição de Cristo, seu falar foi também excelente, porém um tanto misterioso
e não facilmente compreensível. Há mais de sessenta anos li um livro escrito por
ele intitulado "A Liberação do Senhor" [The Release of the Lord]. O que li foi um
panfleto em inglês, já que ainda não havia sido traduzido para o chinês. Esse livro
fala que a morte de Cristo não apenas resolveu nossos problemas do lado
negativo, mas também liberou a vida divina de dentro Dele no aspecto positivo. A
vida divina que liberou é Ele mesmo. Assim esse livro ressalta que Cristo era o
grão de trigo que morreu para liberar a vida de seu interior e produzir muitos
grãos. Fui muito ajudado por isso. Na verdade aquele livro enfoca a ressurreição
de Cristo. A morte ele Cristo é um término, que põe fim ao homem para que,
juntamente com ele, tenha fim tudo o que se relaciona com ele - a velha criação, o
pecado, Satanás e o mundo. O irmão Austin-Sparks nos mostrou que terminar
tudo da velha criação é apenas a primeira parte da morte de Cristo, que é o
aspecto negativo. A outra parte é positiva: foi para libertar Ele mesmo (que é
Deus), Sua divindade e Sua vida divina. Certa vez nos evangelhos, o Senhor
Jesus disse que estava contristado e ansiava morrer para ser libertado (Lc 12:50).
Cristo morreu e mediante a morte quebrou-se a casca de Sua carne, com que Se
revestiu quando se tornou homem. É como o grão de trigo que foi semeado na
terra e morreu, destruindo, desse modo, completamente sua casca. Fora do trigo,
a vida foi liberada e brotou; assim muitos grãos foram produzidos. Somos esses
grãos. Mais tarde, seguindo o que o irmão Austin-Sparks disse, avancei em dizer
que esses grãos são moídos até se tornar farinha para formar um só pão, que é o
Corpo de Cristo. AS VIRTUDES HUMANAS DE JESUS EXPRESSAM OS
ATRIBUTOS DIVINOS Precisamos ver que a morte de Cristo não tem somente o
aspecto negativo, mas também o positivo, que é liberá-Lo como Deus. Por trinta e
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três anos e meio o fato de Ele ser Deus ficou oculto na carne do Senhor Jesus, na
Sua forma humana. Em Sua vida por todo esse tempo, grande parte de Seu viver
era a manifestação de Seus atributos divinos interiores. O que foi manifestado
tornaram-se Suas virtudes humanas. Hoje os leitores comuns das Escrituras vêem
somente que Jesus era muito bom e cheio de virtudes. Mas pouquíssimos vêem
qual é a essência das virtudes do Senhor. A essência de Suas virtudes são os
atributos divinos, que se referem ao que Deus é. Deus é luz e amor, e é também
paciência, santidade e mansidão. Tudo que Deus é são Seus atributos, que são
todos inerentes à natureza divina. Então que é Deus? Deus é luz, amor, justiça,
santidade e paciência. Quando juntamos esses atributos, o que temos é Deus.
Assim, a lei escrita por Ele também foi escrita de acordo com Seus atributos.
Quando o Senhor Jesus viveu na terra, viveu a vida humana, porém o que
expressou em Seu viver não era algo humano, mas divino. Isso significa que os
atributos divinos foram expressos a partir Dele para tornar-se as virtudes de
Jesus. Hoje, em geral, os pregadores falam somente das virtudes de Jesus e não
percebem que elas vieram dos atributos divinos intrínsecos Nele. Isso significa
que Ele viveu como homem, porém expressou Deus. Assim, quando estava na
terra, as pessoas ao redor, mesmo Seus seguidores como Pedro, Tiago e João,
sempre perguntavam: "Quem é este?" (Mt 8:27; 13:53-56; Mc 4:41). Eles não
sabiam quem Ele era porque não percebiam que era Deus que se tornou homem.
Sem falar que os cristãos de hoje não têm essa percepção, nem mesmo os
discípulos que seguiram o Senhor Jesus por três anos e meio a tiveram. Eles
diziam: "Quem é este? Obviamente é um homem, é alguém que todos
conhecemos, sua mãe é Maria e também conhecemos Seus irmãos". Além do
mais, de acordo com o que está registrado nas Escrituras, a forma exterior de
Jesus não era alta ou forte, e Sua aparência não era bela; em vez disso, Ele
parecia pobre e humilde (Is 53:2; 52: 14). Estes dias desfrutei cantando um hino
muito simples (número 1060, de Hymns em inglês). A primeira estrofe com o
refrão diz: "Deixaste o trono e a coroa real, / Ao vires à terra por mim; / Mas na
casa de Belém não se achou lugar / para Teu santo nascimento: / Oh! vem a meu
coração, Senhor Jesus! / Há nele lugar para Ti / Oh! vem a meu coração, Senhor
Jesus, vem, / Há nele lugar para Ti". Minha ênfase está na estrofe dois: "Os arcos
dos céus vibraram quando os anjos cantaram, / Proclamando Tua realeza; / Mas
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vieste de modesto nascimento, Senhor, na terra, / E em grande humildade"
(tradução literal). O que quero ressaltar são as últimas duas linhas: "Mas vieste de
modesto nascimento, Senhor, na terra, / E em grande humildade". [Nota: Na
versão chinesa, a tradução dessas duas linhas diz: "Mas vieste à terra, nascido de
família pobre, sem forma atraente, / Cresceste em cidade humilde e não foste
estimado por ninguém]. Realmente gosto dessas duas linhas; são maravilhosas. O
Senhor Jesus era exatamente esse homem de tal forma que ninguém jamais
pensaria que havia algo como tesouro Nele ou que Deus estava Nele. Pedro,
João, Tiago, Maria e muitos outros viram as virtudes do Senhor Jesus. Ele
suportou o que os demais não poderiam. Independente de como os outros O
insultavam, Ele ainda era manso para com eles. Certa vez Ele e os discípulos
passaram por um vilarejo, mas as pessoas ali não os acolheram. Então Tiago e
João disseram ao Senhor: "Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu e
consumi-los?". Mas o Senhor Jesus disse: "Vós não sabeis de que espírito sois"
(Lc 9:54-55). Aquela era uma virtude. Em outra ocasião, pequeninos foram
levados a Ele para que lhes impusesse as mãos e orasse, mas os discípulos
repreendiam as pessoas. Jesus, porém, disse: "Deixai as crianças e não as
impeçais de vir a Mim" (Mt 19: 13-14). Essa também foi uma virtude. Apesar de ter
visto as virtudes do Senhor Jesus, ninguém percebeu que elas eram expressas
por Ele a partir de todos os atributos divinos Nele. Portanto, na conferência de
língua chinesa este ano, o novo hino que escrevi diz: "Carne se fez, um homem-
Deus, / E quer tornar-me Deus também: / Em vida e natureza, iguais, / Na
Divindade, não, porém! / Seus atributos mostrarei, / Gloriosa imagem, pois, terei".
Esse era o tipo de pessoa que o Senhor era na terra. Os atributos de Deus
tornaram-se virtudes Nele e a gloriosa imagem de Deus foi manifestada e
expressa Nele. CRISTO COMO O DESCENDENTE DE DAVI TORNOU-SE FILHO
DE DEUS Após Cristo passar pela morte e ressurreição, um de Seus discípulos
Lhe disse: "Senhor meu e Deus meu!" (Jo 20:28). Antes da ressurreição de Jesus,
os discípulos dirigiam-se a Ele como Senhor. Esse tratamento era igual ao que as
pessoas do Antigo Testamento tinham para com Deus. Era um título geral de
tratamento entre os judeus. No entanto, uma vez que o Senhor Jesus era homem,
como podia ser chamado Deus? É porque encarnou-se para ser homem como
descendente de Davi. Esse descendente tornou-se o Primogênito de Deus em
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ressurreição. Isso é o que Romanos 1: 1-4 nos fala. Na verdade esses versículos
se baseiam em 2 Samuel 7:12-14. Davi desejava construir uma casa para Deus,
mas Deus disse: "Não construa uma casa para mim; em vez disso, Eu farei uma
casa para você. E dela levantarei um descendente para você. Eu serei seu Pai e
ele será Meu filho". Isso corresponde ao que diz Romanos 1, que o descendente
de Davi tornou-se Filho de Deus. O PRIMOGÊNITO E OS MUITOS FILHOS DE
DEUS Quando os leitores da Bíblia, incluindo os rabinos judeus, chegam a 2
Samuel 7: 12, não tentam investigar esse versículo profundamente. Ele não era
descendente de Davi? Então como se tornou o Filho de Deus? A respeito disso,
Davi deu-nos uma palavra muito clara em Salmos 2:7: "Tu és meu filho, eu, hoje,
te gerei". Mais tarde em Atos 13:33 Paulo deu uma explicação disso dizendo que
se refere à ressurreição de Cristo. Eu, hoje, Te gerei significa que no dia da
ressurreição a humanidade de Cristo foi gerada por Deus para ser o Filho de
Deus. Foi a partir daí que o Filho de Deus teve a natureza humana em Seu
interior. Antes desse dia, antes da ressurreição, Ele era meramente o Unigênito de
Deus. Como tal, Ele tinha apenas Deus em Si e a essência divina; nada tinha a
ver com o homem. Mas por Sua morte e ressurreição, o homem que Ele se
tornara foi introduzido por Deus na divindade. Isso foi Ele se tornar o Primogênito
de Deus. Quando seres humanos dão à luz, geralmente nasce uma só criança.
Mas o nascimento de Cristo incluiu grande número, não apenas um, a saber, Ele
mesmo. Ele é o Primogênito e há milhões e milhões de filhos depois Dele. A Bíblia
diz claramente que nós, os salvos, fomos ressuscitados com Ele. Assim, 1 Pedro
1:3 diz: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua
muita misericórdia nos regenerou para uma viva esperança, mediante a
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos". Em Sua ressurreição, não apenas
Cristo com Sua humanidade foi gerado como o Primogênito de Deus, mas os
eleitos de Deus e redimidos pela morte de Cristo nasceram como os muitos filhos
de Deus. Portanto Deus tem o Primogênito e também os muitos filhos. Isso é dito
claramente no Antigo e no Novo Testamento. Em Romanos 8:29 Paulo diz que
Deus fez Seu Filho o Primogênito entre muitos irmãos. Hebreus 2: 10 diz que um
dia esse Primogênito, como nosso Capitão, irá conduzir-nos, os muitos filhos,
Seus muitos irmãos, à glória. Hebreus 2: 1112 diz que tanto o Primogênito como
os muitos filhos são todos de Um só e Ele não se envergonha de chamá-los
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irmãos, dizendo: "A meus irmãos declararei o teu [do Pai] nome". Essa é a
ressurreição de Cristo. Mas tal ressurreição não é simples. Nela primeiramente
Jesus com Sua humanidade foi gerado para ser o Primogênito de Deus. Em
segundo lugar, nós, os eleitos de Deus e redimidos de Cristo, fomos gerados para
ser os muitos filhos de Deus. Em terceiro lugar, o último Adão em Sua
humanidade, que é Jesus encarnado, tornou-se o Espírito que dá vida. Foi o
último Adão, o Jesus encarnado, que se tornou o Espírito que dá vida; logo, o
Espírito que dá vida é o próprio Jesus Cristo. A CONSUMACÃO DA
RESSURREICÃO DE CRISTO É O ESPíRITO QUE DÁ VIDA Portanto a
consumação da ressurreição de Cristo é que Ele se tornou o Espírito que dá vida.
O Espírito que dá vida é o Cristo encarnado, a corporificação do Deus Triúno.
Assim, por inferência, dizemos que o Espírito é o Cristo todo-inclusivo, o Deus
Triúno processado e consumado. Hoje Ele se tornou o Espírito que dá vida. Por
isso, esse Espírito é a consumação extrema do Deus Triúno. Desde a eternidade,
Ele era o Deus Triúno com estes três: o Pai, o Filho e o Espírito, mas sem passar
por esses processos. Quais são os processos pelos quais Ele passou? São os
processos de encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição. Na
eternidade o Deus Triúno não tinha nenhum elemento humano, nenhuma
experiência do viver humano, nenhum elemento de morte e nenhum elemento de
ressurreição. Assim não poderia ser considerado consumado. Ele era eternamente
completo, mas não consumado. No entanto o Espírito é a consumação final do
Deus Triúno. Neste ponto Ele está totalmente consumado. É o homem-Deus com
a humanidade e o viver humano que passou pela morte e entrou na ressurreição.
Agora Ele tem estes quatro grandes elementos que não havia em Deus na
eternidade: humanidade, a experiência do viver humano, morte e ressurreição. O
HOMEM TORNA-SE DEUS POR TER SUA VIDA E NATUREZA Quem é Cristo?
Não é apenas o Criador, mas também a criatura. Os primeiros teólogos
acreditavam nisso, mas os últimos não ousavam ensiná-lo. "Deus tornou-se
homem para o homem tornar-se Deus" era algo predominante nos tempos antigos.
Por isso, no começo do século IV, Atanásio, que estava presente no concílio de
Nicéia, disse que "Ele se fez homem para que o homem seja feito Deus". Na
verdade essas palavras significam que Deus tornou-se homem para fazer Deus a
todos os que cremos. Isso já fora dito no século II, posteriormente, porém, as
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pessoas não tiveram a ousadia de dizê-lo. O que Deus criou foi um homem, mas
este tinha a imagem de Deus. Por fim, Deus poderia entrar para gerar homens de
maneira que sejam Seus filhos, tendo Sua vida e natureza. Assim o homem é da
espécie de Deus, em vida e natureza. Que há de errado em dizer que o homem se
torna Deus? No entanto sou cauteloso em dizer isso. Antigamente isso era
ensinado não tão clara e cuidadosamente como fazemos hoje. Ressalto que o
homem torna-se Deus sem partilhar a Deidade, tendo apenas a vida e a natureza
de Deus. Nenhum mestre do cristianismo pode opor-se a isso. Uma vez que
cremos no Senhor, recebemos a vida de Deus e 2 Pedro 1:4 diz claramente que
podemos tornar-nos "co-participantes da natureza divina". Ninguém pode refutar
isso. Primeira João 3:2 diz: "Quando ele se manifestar, seremos semelhantes a
ele, porque haveremos de vê-lo como ele é". Espero que possamos
definitivamente lançar bom fundamento entre nós sobre esse assunto. OS
PASSOS QUE DEUS DEU PARA FAZER DO HOMEM DEUS Deus tornou-se
homem pelo processo de encarnar-se, viver a vida humana, ser crucificado e
entrar na ressurreição. Como Deus faz do homem Deus? Primeiramente tornou-se
homem. O processo pelo qual Deus passou da encarnação até a ressurreição foi o
procedimento para se tornar homem. Por fim, em ressurreição, tornou-se o
Espírito que dá vida, no qual vem cumprir a obra de fazer do homem Deus. Em
primeiro lugar, Ele é o Espírito santificador, citado em 1 Pedro 1:2. Éramos
pessoas caídas em pecado, mas alguns foram movidos por Deus a vir e nos
pregar o evangelho. Por essa pregação, o Espírito santificado r nos separa,
separa os eleitos de Deus. A obra do Espírito santificador nos pecadores é como a
mulher que acendeu a candeia para procurar a dracma perdida, como registra
Lucas 15:8. Fomos santificados antes de ser salvos. Em segundo lugar, quando
ouvimos o evangelho, o Espírito pôs fé em nós. Em terceiro lugar, quando cremos,
a vida de Deus, que é Ele mesmo, o próprio Cristo, entrou em nós. Desse modo
fomos regenerados. A santificação que experimentamos após a regeneração não
é posicional, mas disposicional. Quando o Espírito nos separou dos pecadores,
essa foi a santificação posicional ocorrida antes de sermos salvos. Quando o
Espírito entra em nós para mudar nossa disposição temos a santificação
disposicional que acontece após a regeneração. Essa santificação não é realizada
num só dia, mas resulta na renovação, que é uma questão para a vida toda.
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Renovação resulta em transformação, que também é uma questão para a vida
toda. O resultado final da transformação é ser conformado à imagem do Senhor e
ser como Ele é. Do primeiro passo, a regeneração, até o último passo, a
conformação, tudo é realizado pelo Espírito. Por fim esse Espírito nos conduzirá à
glória de modo que Deus será totalmente expresso de nosso interior através de
nosso corpo corruptível. Naquele momento, nosso corpo corruptível também será
redimido e transformado. Isso é a glorificação dita em Romanos 8:30: "E aos que
justificou, a esses também glorificou". É por meio desses procedimentos que Deus
faz de nós Deus. A REALIDADE DO CORPO DE CRISTO Agora veremos a
realidade do Corpo de Cristo. Essa realidade é o Espírito, e o Espírito é a
ressurreição. O irmão Nee afirmou que "o Espírito Santo é a realidade da
ressurreição; sem o Espírito, não há ressurreição". Em João 11:25 o Senhor Jesus
disse: "Eu sou a ressurreição e a vida". Ele não é apenas a vida, mas também a
ressurreição. No entanto, embora a maioria de nós entenda que o Espírito é vida,
não podemos compreender que Ele é ressurreição. O Senhor Jesus disse que Ele
é a ressurreição. Que é essa ressurreição? É a consumação extrema do Deus
Triúno. A obra do Deus Triúno em nós é produzir o Corpo de Cristo, cuja realidade
é o Espírito, o Cristo pneumático. Esse Espírito, como o Deus Triúno consumado,
como a ressurreição, trabalha em nós. Quando temos o Cristo pneumático, o Deus
Triúno consumado, a ressurreição, somos o Corpo de Cristo na prática. Sem isso
a igreja, os irmãos responsáveis e os diáconos não são o Corpo de Cristo. A igreja
e os irmãos responsáveis e os diáconos são usados pelo Senhor para liderar os
filhos de Deus que ainda vivem na carne, no corpo físico. Estamos ainda na carne,
e nela precisamos viver e precisamos de lugar para viver. Além do mais, quando
nos reunimos não devemos agir impropriamente; antes, nosso proceder deve ser
ordenado. Assim, precisamos dos irmãos responsáveis e dos diáconos. Mas estes
não são o diamante; são meramente a embalagem. Além disso, o diamante
precisa de uma caixa para ser guardado. Portanto nas igrejas locais, os
presbíteros e diáconos e todas as práticas são apenas a embalagem exterior e a
caixa. Não entrarão na Nova Jerusalém. Não podemos discutir sobre coisas como
a autonomia das igrejas e o limite da cidade. Apesar de independentes umas das
outras no que se refere às questões administrativas e financeiras, as igrejas são
todas uma na questão do tesouro. Que é o tesouro? É o testemunho de Jesus.
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Como podemos produzir esse tesouro hoje? Pelo fato de Ele ter cumprido tudo e
ascendido aos céus. Hoje em ascensão, como o Ministro nos céus, Ele trabalha
em nós, pouco a pouco, tudo que realizou desde a encarnação até a ressurreição.
Hoje não precisamos continuar a pregar os ensinamentos antigos como a
embalagem. Não precisamos discutir sobre coisas superficiais. Contanto que o
tesouro esteja aqui, já é bom o suficiente. Quando você embala o tesouro, quer
seja de um jeito ou outro, não vale a pena discutir. Independente de embalar deste
ou daquele jeito, é a mesma pedra preciosa. Quer embrulhe em uma ou duas
camadas de embalagem, ainda é a mesma pedra. Mesmo sem embalagem, ainda
é a mesma pedra. Contanto que a pedra preciosa esteja aqui, já basta. Desde que
experimentemos Cristo, está tudo certo; não há o que discutir: imersão, aspersão,
água quente, água fria, água do mar ou água doce, nada importa. Assim,
precisamos ter visão cabal. Tudo o que vale a pena é o Espírito. Devemos permitir
que Ele entre em nós e a cruz de Cristo seja posta em prática em nós. Isso é o
que vale a pena. Esse é o tesouro. Onde estamos hoje? Não jogamos fora as
coisas exteriores ainda as guardamos. Mas não de acordo com o que gostamos.
Nós as guardamos de acordo com os exemplos mostrados na Bíblia. O exemplo
bíblico para o batismo é a imersão. Então batizamos as pessoas na água. Não as
batizamos necessariamente em batistério. Colocá-las na água, mesmo em
banheira, está certo. Não devemos ser legalistas. As coisas exteriores não
merecem atenção. Precisamos prestar atenção ao tesouro interior. Quando o
virmos, não seremos divididos. Uma vez que nos dividimos, já não vemos o
tesouro. Assim a realidade do Corpo de Cristo é o Deus Triúno consumado em
nós, o Cristo pneumático, a ressurreição. Que o Senhor tenha misericórdia de nós
para nos fazer voltar das coisas exteriores para a realidade.
Oração: Senhor, nosso coração está cheio de gratidão por Tua restauração. Nesta
era Tu a tens revelado e também confiado a nós, incumbindo-nos de expandi-Ia
por todo o mundo. Senhor, por causa de Tua misericórdia e graça, Tu tens
realmente conduzido tudo isso até este âmbito. Senhor, percebemos, no entanto,
que até o dia de hoje somos muito pequenos e fracos de muitas maneiras. Não
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temos vivido como homens-Deus suficientemente em nosso viver, andar e
trabalhar na terra. Ó Senhor, oramos para que nesta noite Tu abras nossos olhos
novamente, para que de nosso interior vejamos com clareza que a realidade do
Corpo de Cristo é o viver de Deus e o homem juntos. Oh! realmente buscamos a
Ti por Tua bênção e que Tua palavra seja clara a nós. Também oramos para que
nos livres de palavras supérfluas e nos dês as palavras puras e purificadas.
Amém. Com respeito à realidade do Corpo de Cristo, sinto que o encargo em mim
ainda não esgotou. Então esta noite ainda precisamos falar sobre esse tema.
Posteriormente falaremos uma palavra de advertência e alerta. A REALIDADE DO
CORPO DE CRISTO: O VIVER CONJUNTO DE DEUS E O HOMEM De modo
simples a realidade do Corpo de Cristo é o viver da vida do homem-Deus por um
grupo de pessoas redimidas por Deus juntamente com o homem-Deus, Cristo.
Antes da encarnação, crucificação e ressurreição de Cristo, no universo havia
Deus nos céus e o homem na terra, mas não havia um ser humano que era Deus
e homem. Além do mais, esse que devia ser Deus, porém homem, não se tornou
homem num piscar de olhos. Em vez disso, de acordo com a lei natural do
homem, Ele foi concebido no útero materno por nove meses e nasceu para ser um
homem. Viveu na terra por trinta e três anos e meio, começando como uma
criança. No passado eu tinha dúvida sobre isto: Por que o Senhor teve de viver na
terra por tanto tempo? Ele viveu aqui por trinta e três anos e meio, e parece que
foi nos últimos três anos e meio, quando saiu para pregar e conduzir os discípulos,
que Ele realmente fez a obra de Deus. Com respeito a Seus primeiros trinta anos
de vida, os evangelhos não dizem muito. No entanto podemos ver que Ele viveu
numa casa pobre de carpinteiro e era chamado carpinteiro (Mt 13:55; Mc 6:3). Eu
não entendia, no entanto, qual era o significado do viver do Senhor como
carpinteiro por trinta anos na terra. Agora, por causa da luz, vi que Ele usou esses
trinta e três anos e meio para viver o modelo da vida do homem-Deus. Após a
morte e ressurreição, Ele produziu muitos irmãos que, com Ele como o Irmão mais
velho, tornam-se um grande homem no universo. Que é esse grande homem
universal? É um homem-Deus, alguém que é Deus, contudo também homem, e
homem, contudo Deus. Primeiramente Ele viveu na terra para viver um modelo.
Como Ele viveu como homem-Deus? Tinha um viver de homem e era
definitivamente um homem na terra. Ele teve fome, teve sede, dormiu, até mesmo
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chorou e derramou lágrimas, ficou cansado e fatigou-se. Ele não apenas era
semelhante a homem, mas era homem. No entanto, como homem, Ele não viveu
pela vida humana, mas pela vida divina Nele. Ele viveu, mas não sozinho; não
apenas por Sua vida, mas pela vida divina. Ele nos disse claramente que falava e
fazia coisas não por Ele mesmo, mas por Aquele que O enviou 00 5: 19; 8:28). Em
João 6:57 Ele disse: "O Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo por causa do Pai".
Mas qual o propósito de o Pai que vive O enviar? Em geral, os cristãos
responderiam que o Pai O enviou para ser nosso Salvador e cumprir a redenção
por nós. Talvez ainda dissessem que Ele veio trazer a vida de Deus a nós. Não há
nada de errado em dizer isso, mas essas são afirmações superficiais. Qual foi o
propósito de Deus ao mandar o Senhor Jesus? Deus O enviou para ser um
homem e viver a vida de homem-Deus pela vida divina. Esse viver resulta num
grande homem universal que é exatamente o mesmo que Ele - um homem com o
viver do homem-Deus pela vida divina. De fato espero que você se lembre da
palavra do Senhor em João 6:57. Qual o propósito de Deus mandar o Senhor
Jesus? Se ler o Evangelho de João inteiro, saberá o significado desse versículo.
Deus O enviou para ser um homem e viver a vida do homem-Deus pela vida
divina. Ele viveu na terra por trinta e três anos e meio e produziu um modelo desse
viver. No final da vida, Ele foi à cruz, morreu e ressuscitou. Em ressurreição,
introduziu Sua natureza humana em Deus e Dele foi gerado como Seu
Primogênito. Não apenas isso, na ressurreição todos os escolhidos de Deus
nasceram com Ele em Seu nascimento. Efésios 2:5-6 diz que Deus "nos deu vida
juntamente com Cristo [ ... ] e, juntamente com ele nos ressuscitou". Dar vida e
ressuscitar é gerar. Sabemos disso porque Atos 13:33 diz que, quando Deus
ressuscitou a Jesus dentre os mortos, disse ao Senhor: "Tu és meu filho, eu, hoje,
te gerei". Em que dia o gerar aconteceu? No dia da ressurreição do Senhor. Por
isso, quando a ressurreição foi consumada, o Primogênito e os muitos filhos de
Deus foram gerados. Como tal, Ele se tornou o Espírito que dá vida (l Co 15:45b)
e produziu a Si mesmo e aos muitos filhos de Deus em ressurreição. O Senhor
Jesus ressuscitou, ascendeu aos céus e agora está lá como o Espírito que dá
vida. O Espírito que dá vida é Aquele que é Deus, contudo é homem; Ele se
encarnou, passou por um viver humano, morreu e ressuscitou. Após nos
regenerar, Ele habita em nós e Se mescla com nosso espírito para ter um viver de
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homem-Deus conosco. Ele é Deus, contudo homem e morreu e ressuscitou para
tornar-se o Espírito que dá vida, o Cristo pneumático. Em ascensão Ele é o
Mediador da nova aliança (Hb 8:6), o fiador da nova aliança (7:22), o Sumo
Sacerdote (8: 1) e o Ministro celestial (v. 2). Agora, no céu, Ele faz algo: trabalha
em todos os Seus redimidos e regenerados para fazer deles Deus. Como Ele o
faz? Estando neles para santificá-los, renová-los e transformá-los continuamente.
Essa transformação é para deificá-los. O propósito da transformação é fazer do
homem Deus até que o homem seja conformado à imagem divina e seja
exatamente como Deus (2 Co 3: 18). A imagem de Deus é Aquele que é Deus,
contudo homem. É verdade que Ele viveu na terra como homem, mas não viveu
por Sua vida humana; em vez disso, vivia por Deus como Sua vida. Assim, Ele
rejeitava e negava a Si mesmo. Em Seus trinta e três anos e meio na terra, todos
os dias Ele vivia por Deus, uma vida em que rejeitava e negava a Si mesmo. Esse
é um tipo de vida sob a cruz, pela vida de ressurreição. Portanto, quando falamos
de Cristo antes de ir à cruz morrer e ser ressuscitado, Ele vivia todos os dias uma
vida de morte e ressurreição. Morrer é rejeitar a nós mesmos e nos colocar na
morte; ser ressuscitado é expressar Deus como nossa vida. Apesar de o que é
vivido é a vida humana, as virtudes que se manifestam são algo transformado dos
atributos divinos. O VIVER DE JESUS NA TERRA COMO MODELO DO VIVER
PARTILHADO ENTRE DEUS E O HOMEM Quando viveu na terra, o Senhor
Jesus era de fato homem, mas, em vez de viver pela vida humana, Ele viveu por
Deus como Sua vida. Desse modo, em Sua vida e viver, Ele viveu os atributos
divinos como Suas virtudes humanas manifestadas aos olhos dos homens.
Quando olhavam para Ele, por fora viam que era realmente um homem.
Entretanto, quanto mais O observavam e seguiam, mais tinham de admitir que Ele
realmente era Deus. Nos quatro evangelhos vemos os galileus que seguiram o
Senhor por trinta e três anos e meio. No início perceberam que Ele era o filho de
um carpinteiro, que era um homem. Gradualmente, quanto mais O observavam,
mais viam as virtudes manifestadas Nele. Essas virtudes nunca poderiam ser do
homem. De onde vinham? Naqueles dias os galileus não sabiam, mas hoje
sabemos que elas se expressavam do viver do homem-Deus Jesus, que como
homem viveu não por Si mesmo, mas por Deus, e expressava os atributos divinos
e os manifestava como virtudes Daquele que é Deus, contudo homem. Depois de
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o Senhor Jesus ser ressuscitado dentre os mortos, Seus discípulos também
entenderam. Foi quando começaram a perceber que Cristo é Deus. Perceberam
isso não somente porque viram os milagres que Ele fez, como acalmar os ventos
e o mar e ressuscitar os mortos. Pelo contrário, perceberam que Ele é Deus
porque viram os atributos da própria natureza divina expressos por meio do viver
de um homem para tornar as genuínas virtudes desse homem. Sem dúvida, Deus
está nas virtudes de Cristo como homem. Portanto no final dos evangelhos vemos
que, diferentemente dos cristãos de hoje em sua situação geral, os discípulos
tinham uma percepção profunda e elevada Dele como Deus. Em Sua morte e
ressurreição, Cristo também nos produziu. Ele introduziu Deus em nós, não de
modo objetivo, mas subjetivo. Como Ele introduziu Deus em Maria, também agora
O introduziu em nós, Seus redimidos. Dessa forma, Ele começou a nos fazer
Deus; ou seja, gerou-nos como filhos de Deus. Uma vez que nascemos de Deus
Pai em Cristo e uma vez que nosso Deus Pai é Deus, como nós, filhos gerados
Dele, não podemos ser Deus? Uma vez que nosso Pai é Deus, nós que somos
nascidos Dele certamente somos Deus também. No entanto, apesar de nascidos
dessa forma, somos ainda a velha criação e estamos na carne. Ainda somos
naturais e temos o velho "eu". Ao mesmo tempo, temos de admitir que também
somos imundos e corruptos. Vivemos no mundo e somos sempre contaminados
por sua imundice. Que fazer? Em geral, os cristãos aprenderam que Jesus é o
Senhor onipotente e é o mesmo ontem, hoje e sempre será, e hoje está nos céus
a interceder por nós e é capaz de nos salvar de tudo. Mas o que Deus nos tem
mostrado é que, apesar de bons, esses ensinamentos são superficiais e não muito
exatos. Os cristãos sabem que Cristo intercede nos céus por nós e se compadece
de nós em nossos problemas socorrendo-nos na situação. Porém, em realidade,
não é assim. Esse homem-Deus ascendido é tanto Deus como homem. Ele é
homem, não o homem que foi criado e tornou-se caído, mas um homem que foi
criado e caiu, mas entrou na morte e ressurreição e foi exaltado. Ele é esse
homem em ressurreição. Ao mesmo tempo, também é Deus, mas não o Deus que
é puramente Deus, antes da encarnação. Agora Ele é o Deus consumado. Nele
estão Deus, o homem, a experiência humana, a eficácia da morte e o poder da
ressurreição. Todos esses elementos estão combinados para tornar-se um
Espírito composto. Há uma figura clara disso no Antigo Testamento, em Êxodo
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30:23-29. Em um him de azeite foram combinados quatro tipos de especiarias -
mirra, cinamomo, cálamo e cássia - formando um total de cinco ingredientes. Isso
significa que o Espírito de Deus é composto da morte de Cristo e sua eficácia, e
também da ressurreição de Cristo e seu poder. Todos esses elementos são
combinados para tornar-se o óleo composto da unção. Não é apenas óleo, mas
um ungüento. O tabernáculo, os sacerdotes que serviam a Deus e tudo
relacionado com a adoração divina foram ungidos com esse óleo da unção. O
VIVER DO HOMEM PARA TORNAR-SE DEUS É UM VIVER DE MORTE E
RESSURREIÇÃO SOB A CRUZ Após ter tido um viver típico de homem-Deus de
modo prático, o Senhor realizou a redenção por meio da morte e ressurreição para
nos redimir e regenerar para que sejamos como Ele é. Somos da mesma vida e
natureza que Ele. Dessa forma, tornamo-nos Deus e tornamo-nos filhos de Deus.
Contudo ainda temos muitas coisas negativas em nós. Graças ao Senhor, Ele
eliminou essas coisas negativas em Sua morte. Ele foi à cruz com nossa carne e
nossa natureza humana pecaminosa. Ele incluiu todos nós na cruz. Nosso velho
homem foi crucificado com Ele, desse modo a velha criação, a carne, Satanás e o
mundo, ou seja, tudo que envolvia o velho homem foi condenado na cruz. Hoje,
uma vez regenerados, não devemos mais participar dessas coisas ou viver por
elas. Pelo contrário, devemos rejeitar-nos assim como o Senhor Jesus Se negou.
Nosso ser é corrupto, tão corrupto a ponto de ser incurável. Cristo não tem nada
de mal em Si e é absolutamente bom, porém teve de pôr de lado Seu "eu" bom.
Sendo assim, muito mais nós temos de pôr de lado nosso ser maligno. Portanto
hoje, se queremos ter a realidade do Corpo de Cristo, precisamos viver a vida do
homem-Deus. Para vivê-la, precisamos receber a cruz. A estrofe um do hino 321
diz: "Se ressurreição anelo, / Devo a cruz de Cristo amar; / Do morrer procede a
vida / E da perda, o ganhar". A estrofe dois, diz: "Para Cristo em mim formar-se /
Devo aniquilado ser; / Morre a vida da minh'alma, / Se eu em Sua cruz viver". Se
conhecermos o poder da ressurreição, certamente nos deleitaremos em estar no
molde da cruz e ser conformados a ela. Assim, Filipenses 3:10 diz que é pelo
poder da ressurreição de Cristo que somos conformados à Sua morte. Por nós
mesmos não podemos sê-Ia; por nós mesmos não podemos negar-nos. Somos
conformados à morte de Cristo pelo poder de Sua ressurreição, o que não é uma
coisa ou uma questão, mas uma pessoa: o Espírito que dá vida. O Espírito que dá
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vida é o Espírito composto, o Cristo pneumático, a consumação do Deus Triúno
processado e consumado. Isso é ressurreição. O Senhor disse claramente que Ele
é a ressurreição (Jo 11:25). Assim, a ressurreição é a consumação do Deus
Triúno, do Cristo pneumático, que realizou a redenção por nós e é o Espírito que
dá vida que habita em nós. Hoje Ele vive em nós para nos dispensar a vida divina
diariamente. Essa é a vida Daquele que é Deus, contudo homem. A vida que foi
expressa por Aquele que era Deus encarnado para ser homem e tornou-se o
homem-Deus, não por Sua vida humana, mas por Sua vida divina. "JÁ NÃO SOU
EU QUEM VIVE AQUI, MAS DEUS COMIGO HOJE ESTÁ" O modo de ter o viver
de um homem-Deus é a morte e ressurreição. Morremos cada momento, todos os
dias, e vivemos cada momento de cada dia pelo Espírito que dá vida em nós. De
acordo com minha experiência cristã, no início, antes de receber ajuda do irmão
Nee, apesar de buscar, eu não sabia nada sobre o que é a experiência de vida.
Os Irmãos Unidos me ensinaram por sete anos e meio, mas esses ensinamentos
eram exteriores e superficiais. Quando entrei em contato com o irmão Nee, soube
que precisava morrer, permanecer na cruz e viver segundo o Espírito.
Gradualmente, na restauração, o Senhor me mostrou que isso não é tudo nem é
suficiente. Ainda precisamos ver que a vida cristã que o Senhor deseja é que o dia
todo, cada minuto e cada segundo estejamos sob morte, tendo uma vida e um
viver com o Deus Triúno que habita em nós, o Cristo pneumático, o Espírito que
dá vida. É por isso que a estrofe três do novo hino diz: "Já não sou eu quem vive
aqui, / Mas Deus comigo hoje está". Sobre essa questão, há um ensinamento
errôneo no cristianismo. Alguns dizem que nós, cristãos, vivemos uma vida
permutada. Dizem que nossa vida é muito má, então Cristo a pregou na cruz e,
em troca, Ele mesmo vem viver em nós. Portanto é questão de permuta de vida.
Esse tipo de ensinamento é errado. Fomos pregados na cruz, mas essa
crucificação não foi nosso fim; pelo contrário, nós ressurgimos. É verdade que
Gálatas 2: 19 diz que fomos crucificados com Cristo, no entanto não paramos ali,
mas ressuscitamos com Ele. Por um lado, fui aniquilado. Por outro, o "eu"
ressurreto vive. Não me entreguei em troca de outra vida. Em vez disso, o velho
"eu" foi erguido [na cruz] e Cristo vive no novo "eu". É por isso que, por um lado,
Paulo disse que estava crucificado com Cristo e aniquilado, mas, por outro, disse:
"Vivo". "Já não sou eu quem vive", mas isso não significa que não há mais "eu",
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porque "agora [ ... ] vivo". Como vivo? Exercitando a fé no Filho de Deus, ou seja,
vivo pelo próprio Cristo. "Já não sou eu" não significa que eu não sou mais;
significa que eu que vivo por mim mesmo já não sou mais. Quando dizemos que
fomos crucificados com Cristo, não significa que Ele vem para nos substituir e não
existe mais o eu. Esse tipo de interpretação é errônea. CRISTO VIVE, E NÓS
TAMBÉM VIVEMOS POR CAUSA DELE Em João 14:16-17 o Senhor Jesus disse
aos discípulos: "Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco, o Espírito da realidade". Depois, no versículo 19 Ele
disse: "Porque Eu vivo, vós também vivereis". Foi no dia da ressurreição que os
discípulos souberam que o Senhor vivia e eles também viviam. Mas o modo como
viviam era diferente do modo como tinham vivido antes de ser crucificados com
Cristo. Anteriormente tinham vivido a própria vida, ao passo que agora, depois de
crucificados com Cristo, viviam pela vida do Deus Triúno, que os ressuscitou. Em
João 6:57 mesmo Cristo, que foi enviado por Deus, disse: "O Pai, que vive, Me
enviou, e Eu vivo por causa do Pai". Cristo vivia por causa do Pai. Isso significa
que não vivia por Si mesmo. É difícil determinar o significado da preposição grega.
Algumas versões a traduziram por "pelo". No entanto essa tradução é incorreta.
Na tradução de Darby tem uma nota de rodapé nessa palavra que diz que o termo
aqui não é simplesmente "por", "mediante" ou "a bem de". O Senhor foi enviado
pelo Pai com uma comissão, ou seja, viver o Pai. Assim sendo, uma vez que foi
enviado pelo Pai, Ele veio para expressar o Pai em Seu viver. Foi por essa razão
que o Pai enviou o Filho. Além do mais, Darby diz que aqui se refere ao que o Pai
é e Seu viver. O Pai tem o que Ele é e Sua vida. O Filho foi enviado com a
comissão de, em Seu viver, expressar o Ser e a vida do Pai. Em João 6:57 o
Senhor prossegue: "Quem Me come, também viverá por causa de Mim". Viver por
causa do Senhor é expressar em nosso viver o Ser e a vida do Pai. Cristo
ressuscitou e o Espírito entrou em nós. Desde então, visto que Ele vive, nós
também vivemos. Ele vive, e nós vivemos por causa Dele, porque Ele e nós, nós e
Ele, vivemos juntos. Portanto em ressurreição Ele e nós, nós e Ele estamos
totalmente unidos e mesclados como um só. Desse modo, Paulo disse: "Para
mim, o viver é Cristo" (FI 1:21). Além disso, disse: "Como sempre, também agora,
será Cristo engrandecido no meu corpo" (v. 20). Era Paulo que vivia, mas era
Cristo, e não Paulo, que Se manifestava. Quando Jesus vivia, quem Se
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manifestava não era Jesus nem um carpinteiro de Nazaré, mas Deus. Em Suas
virtudes humanas, os atributos divinos se manifestavam. Quem Se expressava em
Seu viver era o homem-Deus como resultado da união e da mescla de Deus com
o homem. Esse homem-Deus Se expandiu na ressurreição de Cristo. Antes Ele se
constituía de um só Filho; agora expandiu-Se para ser o Primogênito e os muitos
filhos. Essa expansão é um organismo que é o Corpo de Cristo. A REALIDADE
DO CORPO DE CRISTO É A UNIÃO E A MESCLA DE DEUS COM O HOMEM
PARA EXPRESSAR O HOMEM-DEUS CORPORATIVO EM SEU VIVER O Corpo
de Cristo não é mero termo, mas urna realidade. A realidade do Corpo de Cristo é
a união e a mescla de Deus com o homem para viver o homem-Deus corporativo.
Para isso, precisamos passar por morte e ressurreição, morrendo e sendo
ressuscitados diariamente. Também precisamos estar no Espírito e andar de
acordo com Ele todos os dias. Novamente, deixe-me contar algo de minha
experiência. Por muitos anos senti que estava tudo bem comigo, mas
recentemente o Senhor me mostrou algo diferente. Tenho dito aos irmãos que o
povo de Deus é Sua esposa e deve tomá-Lo como Marido, e tenho apresentado
isso de forma clara e razoável. No entanto, em realidade, em vez de tornar Deus
como Marido em meu viver, tenho tornado a mim mesmo como marido. É de
acordo com os padrões morais que não faço coisas más ou digo palavras ruins à
minha esposa. Mas não torno Deus como meu Marido nem falo por Ele. Eu
mesmo sou o marido, falo por mim mesmo e falo sobre a obra por mim mesmo.
Há pouco tempo, por causa da grande visão que tive, tenho praticado urna coisa,
ou seja, quando vou falar a outros, eu me pergunto: "É você que quer falar, ou é
seu Marido?". Em outras palavras: "É você que quer falar, ou é o Espírito que
habita em você? Seu falar é no Espírito e de acordo com Ele?". Se usarmos esse
padrão para nos pesar e medir, veremos que estamos muito aquém. Embora
tenhamos a visão do Corpo de Cristo e falemos claramente sobre ele, o que
ternos como realidade disso é muito pouco. A UNIDADE DO CORPO É O
ESPÍRITO O que fazemos e falamos nas reuniões, na maior parte das vezes, não
é a realidade do Corpo de Cristo. O que temos são meras práticas exteriores.
Ternos as igrejas e sabemos estabelecer igrejas, levantar presbíteros e designar
diáconos. Também sabemos ter boas reuniões por não haver um só orador, mas
todos praticando o profetizar como profetas. Todas essas coisas estão corretas e
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certas, mas acaso são feitas no Espírito e de acordo com Ele? Minha resposta é:
A maioria delas não. Desse modo, mesmo na restauração do Senhor ainda somos
muito carentes da realidade do Corpo de Cristo. A maneira de expressar a
realidade do Corpo de Cristo em nosso viver é passar por morte e ressurreição
pelo viver em conjunto de Deus com o homem. Por meio da morte, todas as
nossas coisas foram clarificadas; mediante a ressurreição nossa natureza humana
foi elevada e fornos gerados como os muitos filhos de Deus. Embora sejamos os
filhos de Deus hoje, ainda ternos muitas coisas negativas que persistem em nosso
ser. Desse modo, devemos tornar a cruz todos os dias. Devemos morrer cada dia,
momento após momento. Tudo precisa morrer. Quer você diga às pessoas que a
igreja em cada cidade não é autônoma, ou que, por um lado as igrejas são
autônomas e, por outro, são unidas como um Corpo, você deve dizê-lo na
realidade do Corpo de Cristo, ou seja, no Espírito. De fato, não é correto dizer que
as igrejas são absolutamente autônomas; por certo, é correto dizer que, por um
lado, elas são autônomas e, por outro, são unidas como o Corpo universal de
Cristo. Todavia, a principio, os que falam tais coisas, o falam em si mesmos, e não
no Espírito ou de acordo com Ele. Desse modo, o que falam é sem sentido. Se
você vir essa luz, não terá de dizer nada e mesmo assim manterá
espontaneamente a unidade do Corpo. Como mantemos a unidade do Corpo?
Que é essa unidade? É o Espírito. Assim, Efésios 4:4 diz: "Um corpo e um
Espírito". Essa é a unidade do Corpo. Quando você está no Espírito, mantém a
unidade. Quando não está no Espírito, mesmo se disser que não está dividido,
você está. ADVERTÊNCIA E PRECAUÇÃO Agora gostaria de fazer uma
advertência e uma precaução. Precisamos estar em alerta uma vez que todos
temos ambição. Não há ninguém sem ambição. O que é mais nocivo a nós, mais
obstrutivo a Deus, mais prejudicial à restauração do Senhor e mais destrutivo ao
Corpo de Cristo é nossa ambição. Por um lado, todos desejam ser presbíteros ou
apóstolos ou, pelo menos, diáconos, e se não diáconos, ser alguém que toma a
dianteira. Por outro lado, em nosso labor para o Senhor, aspiramos ter a melhor
pregação, pregar melhor que os outros. Também aspiramos ter uma obra mais
poderosa do que os outros, levar mais pessoas à salvação, ter uma igreja sob
nossa liderança que sobrepuje as demais. Todas essas sementes de divisão são
encontradas na ambição. Quando a ambição se for, toda divisão desaparecerá.
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Em meu labor junto ao irmão Nee, a primeira coisa que notei nele é que era sem
ambição. Ele sabia apenas trabalhar; não tinha ambição. Desse modo, fui muito
influenciado por ele. Em meus sessenta anos na restauração do Senhor, não tive
nenhuma ambição. Você pode observar minha história: quer em Chefoo, em
Xangai ou em Taiwan, não tive ambição. Apenas sabia trabalhar e labutar. Após
concluir a obra, quando o Senhor me conduzia a partir, eu apenas partia. Vamos
rever a história da restauração do Senhor entre nós. Todos os que eram
ambiciosos, e por isso dissidentes, rebeldes e divisivos, seja na China continental
ou em Taiwan - onde estão hoje? Naqueles dias os dissidentes de Taiwan
disseram que tiveram a visão de que os cooperadores que lideravam tinham
ficado velhos e estavam prontos para ser colocados num caixão. Mas hoje eu
gostaria de perguntar: que aconteceu com a visão deles? Eu os adverti: "Uma vez
que vocês saírem desta base, irão dividir-se várias vezes. Irão dividir-se
infinitamente". Minha palavra se cumpriu. Entre os quatro ou cinco deles, não há
nem dois juntos. Alguns voltaram ao mundo para arrumar emprego, e o paradeiro
dos outros é desconhecido. Enquanto escrevo o esboço de 1 e 2 Reis, vejo o juízo
de Deus sobre todos, e Seu juízo é severo. Quanto aos quatro líderes rebeldes
destes dias, que fazem hoje? Não têm mensagem para dar e nenhuma obra para
fazer. Tudo que fazem é ir a vários lugares, atacar-me e espalhar rumores, criando
divisões em toda parte. Gostaria que víssemos essas histórias e aprendêssemos
lições das falhas desses que nos precedem. A começar com o irmão Nee, todos
que foram fiéis e sinceros em permanecer na restauração do Senhor foram
abençoados. Mesmo se não tinham muitos dons, receberam a bênção do Senhor.
Essas são as coisas que quero apresentar como advertência. Com respeito à
precaução, nunca devemos permitir que nossa personalidade, ser natural, velho
"eu" e disposição ressuscitem. Na obra do Senhor, não temos ambição,
comparação, competição ou inveja. Além do mais, nunca olharemos para os erros
dos outros, mas sempre consideraremos os outros mais excelentes que nós. Não
se orgulhe do que você alcançou, não seja invejoso do que os outros fizeram nem
julgue os erros dos demais. Mesmo se você estiver totalmente ciente de que o que
os outros fazem é errado e há falhas, ainda assim não deve criticá-los, mas ajudá-
los. Não fomos enviados pelo Senhor para medir os outros com uma trena. Pelo
contrário, fomos enviados por Ele para ministrar Cristo às pessoas. Devemos
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aprender a ser humildes. Se há algo que outros têm e nós não temos, devemos
admiti-lo com coração humilde. Todos têm falhas, mas não fomos enviados pelo
Senhor para expor as falhas dos outros. Fomos enviados por Ele para ministrar
vida e ministrar Cristo a outros. Finalmente, ao fazer a obra do Senhor, somente
laboramos. Não devemos tentar exibir-nos e vangloriar-nos com respeito a nosso
trabalho. Não devemos ser relutantes em abrir mão de nossa obra nem levar o
mérito de nosso sucesso. Quando partimos, simplesmente partimos e transferimos
tudo aos outros. Dessa forma nós nos conduzimos - sem ambição, sem nos
vangloriar, sem fazer comparações e sem culpar os outros por seus erros - porque
já vimos o Corpo. Conseqüentemente o que fazemos hoje não é uma obra
pessoal, mas a economia de Deus através das gerações, ou seja, a edificação do
Corpo de Cristo. O Senhor pode levar-nos a expressar a vida de um homem-Deus
estando unidos com os outros. Assim, a terceira estrofe do hino novo diz: "Já não
sou eu quem vive aqui, / Mas Deus comigo hoje está. / Edificado co' os irmãos, /
Seremos Seu eterno lar, / Seu Corpo vivo mui real/ E expressão universal". Essa é
a realidade do Corpo de Cristo. Se virmos isso, não prestaremos atenção às
práticas exteriores. O que quer que você faça é da velha criação, a menos que
passe por morte e ressurreição. Se você fizer o certo, é da velha criação; se fizer o
errado, é da velha criação. Nenhum dos dois tem valor. Em nosso serviço a Deus,
primeiro precisamos ver que Dele não se zomba. Segundo, devemos ver que no
universo, Ele não tem apenas as leis físicas, mas as leis espirituais são mais
estritas do que as físicas. Dessa forma, uma vez que tocamos a obra espiritual de
Deus, precisamos ser restringidos por Suas leis. Se nos desviarmos um
pouquinho delas, estamos terminados. É como correr numa pista de corridas.
Quando você corre, deve ficar entre duas linhas. Uma vez que pise na linha
branca, está fora e, mesmo que se lamente, não há solução. Isso é verdade. No
passado eu disse essas coisas aos dissidentes advertindo-os que não criassem
de forma alguma qualquer divisão ou fossem rebeldes. Até hoje, raramente vi um
rebelde se arrepender. O que quer que você faça, independente de pregar o
evangelho ou ir às vilas ou vir aos Estados Unidos ou conduzir um treinamento,
nunca considere que faz algo mais excelente que os outros. Além do mais, não se
compare com os outros para não ser desencorajado por sentir que o que você faz
não é tão bom quanto o que eles fazem. Não devemos ter essas coisas. Sabemos
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apenas que devemos laborar, morrer diariamente e ressuscitar todos os dias, e dia
a dia devemos andar no Espírito, ou seja, de acordo com o Espírito. O restante,
posso testificar aqui, é da responsabilidade do Senhor.
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