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LÍNGUA PORTUGUESA

2.° ano Ensino Básico

Bambi 2
Ana Pinto Maria Aurélia Carneiro

P
Aos nossos colegas

O manual de Língua Portuguesa BAMBI 2 foi


actualizado e enriquecido tendo em conta experiências e
resultados obtidos ao longo dos quatro anos anteriores.

A progressão da compreensão e expressão oral e escrita


atende aspectos culturais, lúdicos e estéticos em cada uma
das nove unidades de trabalho que compõem este livro.

A planificação interligada ao Livro de Fichas completa,


com actividades diversificadas, a estrutura do Livro de
Leitura.

A aquisição de competências linguísticas, regulada por


uma avaliação contínua, desenvolve-se com segurança e
com prazer.

A entrada de cada unidade é apresentada como uma


janela aberta para a beleza das cores, para o encanto da
poesia e para mensagens de valores e atitudes
imprescindíveis para um desenvolvimento integral.

Esperamos ter transmitido todo o empenhamento,


entusiasmo e ilusão depositados neste projecto, que
oferecemos com carinho aos nossos colegas e aos nossos
meninos.

As Autoras

ISBN 972-0-11207-7
Í n d i c e / P l a n i f i c a ç ã o

REGRESSO À ESCOLA... 1
Páginas Páginas
Livro de Livro de
• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola quando os meninos regres- Leitura Fichas
sam de férias.
• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.
• Escrever um poema sobre o que significa, para cada um, a cor amarela. 6e7
• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-
nário orientado. 8e9
• Trabalhar no Livro de Fichas. Dialogar sobre o “relógio do tempo” e sobre os temas que se vão trabalhar ao longo
do ano. Pintar as figuras que indicam as unidades. Pintar no “relógio do tempo” o que é indicado. 4e5

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, teatro, lengalengas, cantilenas,
anedotas... – A surpresa; A festa; Bom dia!; O muro do pátio; Foi sem querer…; A varinha
de condão; Brincadeiras; Vizinhos; Isabel; A galinha vermelha; A despedida dos patos; Pequenas leituras.
• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções. Mimar e memorizar poesias,
fazer teatro... 10 a 23
• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, caligrafia,
ditados mudos, jogos de palavras... 6 a 21

Avaliação Formativa 22 e 23

É O UTONO. . . 2
Páginas Páginas
Livro de Livro de
• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola durante o Outono. Leitura Fichas
• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.
• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Outono. 24 e 25
• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-
nário orientado. 26 e 27

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, lengalengas, provérbios, anedotas...
– Joana-Ana; Na toca; Que medo!...; O arco-íris; O sono da menina; Castanhas assadas; Tapete de folhas;
Aula ao ar livre; Um susto; A Corujinha teimosa; Pequenas leituras.
• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-
cias escolares e extra-escolares, recontar histórias, dramatizar... 28 a 39
• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, caligrafia,
cópia, ditados mudos, jogos de palavras, expressão plástica, banda desenhada. 24 a 37

Avaliação Formativa 38 e 39

N ATA L , T E M P O D E A M O R . . . 3
Páginas Páginas
Livro de Livro de
• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola na época de Natal. Leitura Fichas
• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.
• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Natal. 40 e 41
• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-
nário orientado. 42 e 43

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, teatro – A bailarina; Dois cora-
ções; Os sons; A menina e o vento; O trenó do Pai Natal; Conversas; Bolinhos de luz; Pinheirinhos de Natal;
Noite feliz.
• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-
cias escolares e extra-escolares, recriar textos (recontar histórias, dramatizar, mimar...). 44 a 55
• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, caligrafia,
cópia, ditados mudos, jogos de palavras, expressão plástica, banda desenhada. 40 a 53

Avaliação Formativa 54 e 55
3
É I N V ER NO. . . 4
Páginas Páginas
Livro de Livro de
• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola durante o Inverno. Leitura Fichas
• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.
• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Inverno. 56 e 57
• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-
nário orientado. 58 e 59

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética – A cidade; Escadas rolantes;
O último andar; A neve; A geada; A capa azul; O guarda-chuva novo; Dez mochinhos; Mestre Corvo; O mea-
lheiro; As gotas de chuva; Chape, chape...
• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-
cias escolares e extra-escolares, recontar histórias, memorizar poesias, mimar e dramatizar. 60 a 71
• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, banda
desenhada, palavras cruzadas. 56 a 69

Avaliação Formativa 70 e 71

C A R N AVA L , T E M P O D E FA N TA S I A . . . 5
Páginas Páginas
Livro de Livro de
• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola na época do Carnaval. Leitura Fichas
• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.
• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Carnaval. 72 e 73
• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-
nário orientado. 74 e 75

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, teatro, notícias, recados/avisos –
A Girafa pescoço alto; O Elefante; Sou feiticeiro; A Galinha Verde; O palhaço; A máscara; Que avestruz
gulosa!; Pobre Joãozinho Coelho!; Os meninos da escola; Pequenas leituras.
• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-
cias escolares e extra-escolares, recriar textos, memorizar poesias, mimar e fazer teatro. 76 a 87
• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, ortografia, composição, palavras
cruzadas, ditados mudos, rimas, introdução ao dicionário, recolha de notícias e anúncios, recolha de informações
sobre o tempo, elaboração de recados e de avisos, consulta do calendário, utilização de agendas... 72 a 85

Avaliação Formativa 86 e 87

É P R I M AV E R A . . . 6
Páginas Páginas
Livro de Livro de
• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola na época da Primavera. Leitura Fichas
• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.
• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores da Primavera. 88 e 89
• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-
nário orientado. 90 e 91

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, cantilenas, notícias, experiências
– Chegou a Primavera…; No jardim; A cabrinha; A glicínia; O Sapo Jururu; Atchim!...; O desgosto da
Borboleta; O aniversário da abelha; Pintas e cores; Joaninha; Pequenas leituras.
• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-
cias escolares e extra-escolares, recriar textos (recontar histórias, dramatizar histórias, mimar...). 92 a 103
• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, aplicação de vocabulário, legendar figuras, ilustrar legendas,
ortografia, ditados mudos, jogos de palavras, composição, rimas, cantilenas, experiências, banda desenhada. 88 a 101

4 Avaliação Formativa 102 e 103


PÁ SCO A , TE M P O DE A LEGRIA... 7
Páginas Páginas
Livro de Livro de
• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola na época da Páscoa. Leitura Fichas
• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.
• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores da Páscoa. 104 e 105
• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-
nário orientado. 106 e 107

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética – Bom dia; A nuvem e o
caracol; A lagarta; As borboletas; Raiozinho de Sol; Jogo de sombras; O nabo teimoso; Pedro.
• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-
cias escolares e extra-escolares, recriar textos. 108 a 115
• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, ditados mudos, ortografia, composição, introdução ao dicio-
nário, jogos de palavras, descrição de figuras... 104 a 113

Avaliação Formativa 114 e 115

A N AT U R E Z A E M F E S TA . . . 8
Páginas Páginas
Livro de Livro de
• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola quando se aproxima o Leitura Fichas
Verão.
• Ler e interpretar os poemas de acordo com o questionário proposto.
• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores da Natureza
nesta época. 116 e 117
• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-
nário orientado. 118 e 119

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética, teatro, receitas, ementas, etique-
tas, rótulos, cartazes – Centopeia; Malmequer; O Espanta-Pardais; Recompensa; Lengalenga da bicharada;
Uma aposta; As rãzinhas; A borboleta estouvada; Pequenas leituras.
• Ler, interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-
cias escolares e extra-escolares, recriar textos, fazer teatro, banda desenhada. 120 a 131
• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, introdução ao dicionário, ditados mudos, jogos de palavras,
composição, construir rimas, completar as quadras de uma canção popular e cantar. 116 a 129

Avaliação Formativa 130 e 131

É V E RÃO ... 9
Páginas Páginas
Livro de Livro de
• Ler os poemas que falam das cores que enfeitam a Escola durante o Verão. Leitura Fichas
• Ler e interpretar os poemas de acordo com o vocabulário proposto.
• Escrever um poema sobre o que significam, para cada um, as cores do Verão. 132 e 133
• Observar e dialogar sobre quadros relacionados com o tema, através de um questio-
nário orientado. 134 e 135

• Observar e dialogar sobre as ilustrações de textos – prosa, poesia, prosa poética – Boas maneiras; O cortiço;
Pedro, o avô e o mar; A excursão; Era um belo dia de chuva; As férias de Bia; A escola dos bichinhos.
• Ler e interpretar, adquirir vocabulário, identificar e recriar personagens e acções, relacionar as leituras com vivên-
cias escolares e extra-escolares, recriar textos (recontar histórias, dramatizar histórias, mimar…). 136 a 144
• Trabalhar no Livro de Fichas – interpretação escrita, ditados mudos, ortografia, expressão plástica, cópia, banda
desenhada. 132 a 142
Avaliação Formativa 143 e 144
5
* Os meninos dão cores à escola como as flores ao canteirinho. * Todas as cores são
belas. • Para começar, qual foi a cor escolhida pelo pincel? * Escreve um poema
sobre o que significa, para ti, a cor amarela.

Para poder combinar


A Escola com as cores
Basta só imaginar
Um canteirinho de flores!

Tem as cores do arco-íris.


E qual será a mais bela?
O pincel já resolveu
Começar pela amarela...

6
1
• Quem enviou a cor que caiu do céu? • Que flor tem a cor do Sol? • Por que razão se
chama girassol? * Na escola, o professor parece o Sol. • E quem parece o girassol?
Porquê?

Esta cor caiu do céu


Tem muita luz pra nos dar.
Gira, gira, girassol
Todo o ano sem parar!...

A escola é um caminho
Ladeado de flores.
Tem cheiro a rosmaninho
Os meninos são as cores
Misturadas com carinho
Na paleta de pintores!

7
REGRESSO

* Os meninos já sentem saudades da Escola. • O que fazem quando se encontram de


novo? • Qual será o assunto das suas conversas?

Pondo aos ombros a sacola,


todos vão voltar à escola.
O Pedro chegou primeiro
e o Nuno, que é seu parceiro,
corre para o abraçar:
8 há todo um Verão para contar!
À ESCOLA... 1
* A professora sorri. • Porquê? • Onde passaste as tuas férias? • Que novidades
tens para contar? • Tinhas saudades da Escola? • Tens alguns colegas novos?
• Como se chamam?

É bom rever os amigos antigos!


– Ó Rosa, tu queres saber?
Estou ansiosa por conhecer a nova professora – segreda a
Carolina à outra menina, que lhe responde baixinho:
– Ela será uma amiga, a todos dará carinho.
Verbo Infantil 9
A su r pr e s a
Os presentes de aniversário
foram diferentes desta vez.
Que surpresa teve a Joaninha!…

Chamava-se Joana mas todos lhe chamavam Joaninha. Tinha


longos cabelos negros e acabara de completar seis anos de idade.
(...) Quando a Joaninha fez seis anos, num dia muito bonito já
no final do Verão, teve uma grande surpresa. Em vez dos
presentes que costumava ter no seu aniversário, havia recebido
uma pasta, cadernos, lápis, canetas, borrachas...
E a mãe dissera-lhe:
– Tenho uma filha tão crescida que até já vai para a escola!
10 Alexandre Honrado, Joana e o Semáforo, Ed. Desabrochar
A f e sta 1
O regresso à escola parecia
uma festa. Porquê?

Na manhã do primeiro dia de aulas, a Joaninha acordou mais


cedo e teve uma surpresa: em cima de uma cadeira encontrou
uma saia azul e uma camisola branca com florinhas e um
cachecol cor da saia e uns sapatos azuis...
– São para estrear no teu primeiro dia de aulas.
Feliz Joaninha. Até lhe parecia que o primeiro dia de aulas era
uma festa.
Alexandre Honrado, Joana e o Semáforo, Ed. Desabrochar 11
B o m d i a!
Dizer Era uma vez um menino que pela mão da mãe
«bom dia…» seguia na rua, a caminho da escola, para o
é como primeiro dia de aulas.
repartir a – Bom dia, disse ao sapateiro que lhe punha
nossa alegria! solas nos sapatos que ele estragava de tanto
Concordas? correr para todo o lado.
– Bom dia, disse ao padeiro que cheirava
também a pão quente do outro lado do balcão.
– Bom dia, disse ao homem que vendia a fruta
num carrinho pequeno e misturava as cores como
se fosse o dono do arco-íris.

12
1

– Bom dia, disse a professora ao menino que entrava nessa


manhã para a sua Escola e também para o seu coração.
Bom dia é o primeiro canto da manhã e uma maneira alegre
de dizermos aos outros que todos somos amigos.
Maria Cecília Correia 13
O m u r o d o p át io
O gatinho cismava e olhava o muro alto…
O que haveria do outro lado?

Deitado nas paredes quentes do pátio, o gatinho cisma.


Um raio de sol brincalhão vem fazer-lhe cócegas no nariz.
Zzz... Zzz..., zumbe uma grande mosca, convencida de que
é avião.
O gatinho quer brincar com ela e dá um salto, mas a mosca
já vai longe.
Pára e boceja, aborrecido. O pátio é tão pequeno! E ainda
por cima, com aquele muro...
Não gosta do muro. É alto de mais.
Que haverá do outro lado?
14 Verbo Infantil
Foi s em qu e re r... 1
Que grande A mãe foi fazer compras com a Joana.
confusão… Compraram batatas, carne e ovos.
O rapaz, o cão Joana ajudou, trazendo o saco de batatas.
e as batatas De repente apareceu um menino a correr atrás
no chão! de um cão.
Joana nem teve tempo de sair da frente!
As batatas espalharam-se pelo chão.
– Foi sem querer – disse o menino. – Eu
apanho as batatas.
A mãe riu e comentou:
– Ainda bem que foram as batatas. Imagina se
fossem os ovos!...
Didáctica Dinâmica

15
A va r i n h a d e c o n d ã o
Será possível uma tesoura
na mão fazer de varinha
de condão?
A menina quer ser fada?
Não custa nada.
Com uma tesoura na mão
e papel, já pode ter
a varinha de condão...
E fará logo aparecer
– Estão a vê-las? –

As estrelas,
corações,
uma viola,
uma bola,
flores, flores...
um chapéu,
a Lua que está no céu
e balões
de várias cores...
Ester de Lemos

16
Br i ncade i ras 1
As meninas A Cristina e a Guilhermina eram pequeninas.
sabiam brincar Antes de dormir, à noitinha, era uma brincadeira
com as pegada.
palavras… – Ó Guilhermina, as minhocas são dorminhocas?
Mas, na hora – Ó Cristina, os sapatos têm patos?
de dormir, – Ó Guilhermina, os burros dão urros?
a mãe… – Ó Cristina, o regato tem gato?
– Ó Guilhermina, as saias têm aias?
– Ó Cristina, as calças têm alças?
A certa altura, a mãe espreitava à porta, muito
zangada:
– Meninas, caladas! Toca a dormir!
Só então, adormeciam.
E adormecia também
na cadeira,
a brincadeira.
Maria Alberta Menéres, Ed. ASA

17
B2LP-02
Vi z i n h o s
Os vizinhos são diferentes uns dos
outros. Vais conhecer alguns.

Uns conversam pela janela.


Outros não.
Uns são barulhentos.
Outros não.
Uns criam passarinhos.
Outros não.
Uns cultivam flores.
Outros não.
Uns brincam na calçada.
Outros não.
Uns fazem as suas roupas.
Outros não.
Uns são apressados.
Outros não.
E tu, que espécie de vizinho és?
18 Didáctica Dinâmica
I s a be l 1
Isabel sabia Isabel não tinha irmãos e por isso sabia brincar
brincar sozinha e conversar com as árvores, com as
sozinha… pedras e com as flores. Todos os dias ela
A Natureza percorria a quinta onde vivia.
oferecia-lhe Quando começava o Outono, os dias ficavam
muitas mais curtos e mais doirados, as vinhas eram
distracções… vindimadas e dos castanheiros caíam os
primeiros ouriços. Então, Isabel apanhava
castanhas, esmagando com o pé os ouriços
verdes.
Sophia de Mello Breyner Andresen, A Floresta, Figueirinhas

19
A g al in ha ve rm e lha
Ninguém sabia
– Que barulho! Que se passa?
da galinha
vermelha, – Perdeu-se uma galinha vermelha...
até que…
Lê e descobre
o que aconteceu.

– Diz-me, meu amigo galo,


sabes onde está?
– Não,
não sei.

– E tu sabes, amigo cavalo?

– Não sei.

– Tu sabes, amiga
coelhinha? – Não,
não sei.

– Que pena! Que aborrecido!


Onde está a galinha vermelha?

20 – Estou aqui. Vede os meus pintainhos. Nasceram hoje. Popular


A d es pe d ida d o s pa tos 1
Sabes por que Marta e Xavier vão à janela para verem passar
razão os os patos, que vão para África. Até ao ano
patos, quando seguinte não se poderá voltar a vê-los.
partem, Marta explica a Xavier que os patos viajam em
vão em forma bandos, voam em grande número de aves juntas
de V? e, para irem mais depressa, vão em formato de V.
Xavier está muito interessado: quer saber mais
coisas. Não é de estranhar, porque os patos são
muito simpáticos. E além de simpáticos são úteis.
Por exemplo, antigamente, como não havia
canetas, escrevia-se com penas de uma espécie
de patos a que se chama gansos.
Paula Oliveira, Marta no Outono, Edições Majora

21
PEQUENAS
Cantilenas
Quem vai ao vento
perde o assento.
Quem vai ao ar
perde o lugar.
E quem está bem
deixa-se estar.
Popular

O zumbido
Da abelha
Faz coceguinhas
Na orelha.
Bem-te-vi e outras poesias

O mar
É lindo e azulado
A gente entra doce
E sai salgado.
Bem-te-vi e outras poesias

Lengalenga
Mário Mora foi a Mora
Com tenção de vir embora.
Mas como em Mora demora,
Diz um amigo do Mora:
– Está cá o Mora?
– Está, está, está cá o Mora.
– Então, agora, o Mora mora
em Mora?
– Mora, mora.
Popular
22
LEITURAS 1
Boas maneiras
Passar a correr,
De qualquer jeito,
Na frente dos outros,
É um defeito.
Devo sorrir e perguntar:
Dá-me licença?
Posso passar?
Didáctica Dinâmica

Poesia
Gafanhoto saltarelo
fez hoje uma descoberta:
um pequeno cogumelo
serve de sombrinha aberta.
365 Histórias de Encantar, Verbo Infantil

Anedota
– Ó Miguel, há mais de uma hora
que te disse para desenhares uma
locomotiva!
– E já desenhei, Senhor Professor.
– Mas... não a vejo.
– Pois não, partiu há bocadinho.
Fernando Cardoso
23
• Que cores tem a Escola, no Outono? • Quem sabe misturar as cores, como faz a
Natureza? * Escreve um poema sobre o que significam, para ti, as cores da Escola, no
Outono.

A Escola no Outono
Tem várias cores misturadas.
Vermelho, verde e castanho
E cores amareladas.

Saber misturar as cores


Como faz a Natureza
É trabalho de pintores
E na Escola é riqueza!

24
2
• O que acontece quando os meninos se ajudam no seu trabalho? * É bom saber
trabalhar sozinho. • Mas, quando trabalham em grupo, o que parecem os meninos?

Os meninos também são


Diferentes no seu saber.
Se todos derem a mão
É mais alegre aprender!

Saber trabalhar sozinho


É como ser de uma cor
Mas se trabalhar em grupo
Ficará de várias cores
Vai parecer um raminho
De saberes e de valores...

25
É OUTONO...

* Chegou uma nova estação. A Natureza modifica-se lentamente. • Como ficam as


árvores no Outono? • O que acontece às suas folhas? • E o tempo também se
modifica? • O que fazem alguns animais, quando o tempo começa a arrefecer?

– Sou uma árvore grande de um jardim. Tenho visto muitas


vezes as minhas folhas nascerem e depois caírem amarelecidas
e voltarem a nascer novas folhas...
– Sou uma árvore de jardim e gosto de aqui estar.
– Gosto muito das tardes de Outono, quando o Sol, ao
esconder-se, avermelha as nuvens e torna ainda mais douradas
e cor de cobre as minhas folhas, que começam a cair, lentamente,
em movimentos suaves e tristes.
26 Margarida Ofélia, A Árvore do Jardim
2
* As uvas colhem-se no Outono. • Que outros frutos há nesta época do ano? • Em
que dia começou o Outono? • Quando vai terminar? • Gostas desta estação do ano?
Porquê?

Tantas folhas, tantas!


De tanto feitio!
De tanto tamanho!
Umas amarelas
Outras encarnadas
Ou em tom castanho!
Umas têm recortes...
Há outras que não...
Com cola e pincel
Colo-as num papel
Façam como eu,
E vocês verão
Que bonita fica
Esta colecção!
Verbo Infantil 27
J oan a-A na
Buga foi o Joana-Ana vivia numa casa caiada de branco,
nome que a com uma linda trepadeira azul-roxa à porta,
Joana deu à fazendo alpendre.
trepadeira. Joana-Ana chamava à trepadeira Buga.
Tu que nome Dera-lhe aquele nome. Passava por ela e dizia
lhe darias? baixinho:
– Bom dia, Buga!
– Boa tarde, Buga!
– Boa noite... Buga...
À noite, Buga fechava as pétalas das suas
flores. Como se dissesse: Boa noite!
De madrugada, abria-se e ficava toda roxa-azul
igual à luz da manhã.
Matilde Rosa Araújo, Joana-Ana

28
N a t oc a 2
Na toca do Na toca do velho ouriço
velho ouriço a que é um ouriço-cacheiro,
caminha está está uma caminha feita
sempre para quem chegar primeiro.
pronta.
Isso é coisa já sabida:
Para quem
primeiro vou eu chegar!
será?
E nessa caminha feita
depressa me vou deitar.

Se algum dia o velho ouriço


trouxer o filho e o neto,
caberemos aqui todos
debaixo do mesmo tecto!
Maria Alberta Menéres, No Coração do Trevo, Ed. Verbo

29
Q ue me do!. ..
Que susto!
O Manuel não
percebeu que
o barulho
era inofensivo…

Chegou a casa e não conseguia falar.


– Que aconteceu, rapaz? – perguntou o pai.
– Ai que ele está mais branco que a cal!... – admirou-se a mãe.
– Ali... ali... ali... – gaguejou o Manuel.
– Fala devagarinho!
Devagar, muito devagarinho, o Manuel contou tudo.
– Anda comigo, rapaz! Vamos tirar as dúvidas! – disse o pai.
Puseram uma pilha nova na lanterna e meteram-se a caminho.
Quando chegaram à curva, o pai do Manuel apontou o foco de
luz da lanterna para o local donde vinha o barulho.
E o Manuel riu-se.
Era um simples saco de plástico que, levado pelo vento, estava
preso nas trepas de um carvalho.
Foi remédio eficaz. A partir dessa noite o Manuel nunca mais
teve medo à noite.
30 António Mota, Abada de Histórias, Editora Desabrochar
O arco-íris 2
Os olhinhos dos meninos
olham as cores do arco-íris.
O sol e a chuva olham os
olhinhos dos meninos…

De regresso da escola, os meninos que vivem no povoado


param a meio do caminho, olhinhos extasiados.
– Olha! Olha o arco-íris! Que lindo! Que lindo!
– Quem o pintará no céu? – pergunta um deles.
– Talvez um pássaro – responde um companheiro.
– Talvez um anjo – arrisca outro.
– Talvez a Natureza... – murmura um terceiro.
O sol e a chuva sossegam as suas estouvadas brincadeiras e
ficam, enlevados, a ver os olhos das crianças. Tão lindos como
o arco-íris!
Soledade Martinho Costa, Publicações Europa-América, Colecção “Quatro Estações” 31
O s on o d a men i n a
Quem não deixava
dormir a menina
que tinha sono?

Pardalito do telhado
Quem te mandou cantar?
Não vês que a menina tem sono?
Tem sono e quer nanar.
Estrelinha do céu longo
que estás tu a espreitar?
Não vês que a menina tem sono?
Tem sono e quer nanar.
Lua cheia
fecha os olhos
apaga o teu luar.
Não vês que a menina tem sono?
Tem sono e quer nanar.
Ó Vento, está caladinho.
Quem te manda assobiar?
Não vês que a menina tem sono?
Tem sono e quer nanar.
José Vaz, O Nó da Corda Amarela, Porto Editora

32
C a s ta n ha s a s s a da s 2
Afinal é
simples assar
castanhas.
Sabes qual é
o segredo?

No caminho para casa, depois de fazerem as compras com a


avó, a Marta e o Xavier sentem um cheirinho maravilhoso.
São castanhas assadas! Que boas que são!
A avó, que é muito sua amiga, comprou-lhes um cartucho.
O Xavier fica curioso e quer saber como é que elas são
assadas. Toma atenção e vê que o castanheiro, o Sr. Mário,
dá um corte em cada castanha.
Porque será?
O Sr. Mário explica-lhe que, se não desse esse pequeno corte,
as castanhas saltariam do assador e não ficariam assadas.
Paula Oliveira, Marta no Outono, Edições Majora 33
B2LP-03
Tapete de f olhas

Hoje sou rei


e sabem porquê?
Era uma vez
um menino Vinha da escola
que foi rei, e encontrei
mas por pouco um tapete gigante
tempo… para eu caminhar
Quem lhe um tapete de folhas
tirou o trono? para eu pisar
e que estava ali
para me aclamar.
Amanhã o vento
levará as folhas
para novas paragens
e eu deixarei de ser rei
com cortesãos e pajens.
Foi um curto reinado.
Amanhã serei um rei destronado.

34
A u l a a o ar l i v r e 2
A Natureza é maravilhosa.
É preciso estudá-la!

Hoje a aula é ao ar livre. Todos estão bem agasalhados porque


está cada vez mais frio. Levam camisolas, gorros e luvas.
A professora leva-os ao bosque para estudarem a Natureza:
os cogumelos, que crescem ao pé das árvores, os animais e as
plantas.
Marta e a sua amiga Ana aproximaram-se dos cogumelos para
os ver de perto e fixar bem os detalhes. Isto é muito importante
para distinguir bem os pormenores e diferenciar os venenosos
dos comestíveis.
Paula Oliveira, Marta no Outono, Edições Majora 35
Um su s t o

Acontece cada uma!


As letras saíam sem ordem…
As palavras não se liam…
A máquina apanhou um susto!

A máquina de escrever apanhou um susto, quando a Mariazinha


resolveu usá-la.
E havia razões para sustos. Calculem que as palavras não saíam
com as letras certas e na ordem devida. “Devo ter adoecido”,
pensou a máquina.
(...) Quando a menina quis escrever o nome dela, foi uma
complicação. As letras atrapalharam-se e apareceram todas fora
do lugar: MRAIHAAIZN.
Só então é que a máquina de escrever se recompôs do susto e,
então, até sorriu.
Não era ela que estava a adoecer... Era a menina que ainda não
sabia escrever...
36 Inácia Fiorillo
A C o r u j i n h a t e im o s a 2
A Corujinha era pequenina e já era teimosa.
A Fada veio ajudá-la…

A Corujinha é teimosa. Em vez


de fechar os olhos, abre-os.
A mãe coruja ralha-lhe:
– Durma, bebé.
Já é de dia.
A Corujinha fecha
um olho só, e com o
outro tenta espreitar
para lá da cortina
de folhagem.
– Mas por que é que nós
não podemos voar de dia?
– choraminga ela. – Eu cá
queria voar de dia!
– Ai queria? Então olhe
lá para fora.
Assim que a Corujinha espreita, fica logo encandeada. Mas é
tão teimosa que continua a insistir: – Eu queria voar de dia... Eu
queria voar de dia, eu queria...
A Fada tem pena dela. Vai buscar a caixa mais leve do
armário, uma caixa cilíndrica que ao abrir-se deixa sair nevoeiro.
As duas corujas já podem voar de dia. Dirigem-se para o
jardim, onde a névoa é tão fria como sombra.
Violeta Figueiredo, A Casa da Floresta, Ed. Desabrochar 37
PEQUENAS

Lengalenga
Bichinha gata
que comeste tu?
Sopinhas de mel.
Guardaste-me delas?
Guardei, guardei.
Onde as puseste?
Atrás da arca.
Com que as tapaste?
Com o rabo da gata.
Sape gato
lambareiro
tira a mão
do açucareiro.
Alice Vieira (popular)

Provérbios

Desmanchar e fazer, Quem muito dorme


tudo é aprender. pouco aprende.

Amigo do meu amigo


Meu amigo é.
38 Fernando Cardoso
LEITURAS 2
Anedotas
O professor:
– Onde é que vivem os
esquimós, Beatriz?
A aluna:
– Não sei. A minha mãe nunca
me deixa visitar ninguém aqui da
vizinhança...

– Depois de lavar a cara, olho


sempre o espelho a ver se está
limpa. Porque não fazes o mesmo?
– Eu não preciso. Para mim
basta-me olhar para a toalha.
Fernando Cardoso

Poesia
Apanhei um cogumelo
com um chapéu às pintinhas.
Tinha um anel amarelo
e as pintas vermelhinhas.
39
* No Natal tudo é amor, paz e sonho. • Que cor darias à Escola nesta época do ano?
Porquê?

O Natal é amor
É paz, é tempo sonhado.
Mas qual será a cor
Deste tempo tão amado?

Nem todos os arco-íris


Separados ou juntinhos
Dizem a cor do amor
De corações pequeninos!

40
3
• Afinal, qual é a cor da Escola no Natal? • Como surgiu essa cor?
* Escreve um poema sobre o que significa, para ti, a cor azul.

Na Escola, a amizade
Todo o dia é praticada.
No trabalho e no brincar
Com que cor será pintada?

Então olham para o céu


Com olhos de perguntar.
Que cor terá o amor
Para o poder desenhar?

Pensamos no Deus Menino


No Presépio de Belém.
Como Ele é rapazinho
O azul vai ficar bem!...
41
N ATA L ,

* Vai chegar o Natal. • Em que dia se festeja? • Qual a razão por que se festeja o
Natal? * A festa de Natal não é igual em todas as regiões. • Como se festeja o Natal
na tua terra?

– Senhora Lua! Ó senhora Lua!


A Lua responde prontamente ao seu chamado:
– O que foi, Estrelinha, alguma novidade? – pergunta ela.
– (…) Gostava que me dissesse o que vem a ser aquela fita
serpenteada e luzente que não me lembro de ter visto antes!
– (…) Então, Estrelinha, já esqueceste?! Estamos no Outono!
O que vês lá em baixo, luzente, a copiar a tua luz, é simplesmente
o rio, que começa a encher, porque a Chuva chegou!
42 Soledade Martinho Costa, Publicações Europa-América, Colecção “Quatro Estações”
TEMPO DE AM OR... 3
* Na época de Natal, as pessoas trocam presentes com amizade. • Gostas de receber
presentes? • E de oferecer? • O que podemos fazer para que a alegria do Natal
exista todo o ano?

Lá fora a chuva cai, o frio corta!


Mas, para cá da porta,
há luz e há calor.
É Natal. É Natal. Vai nascer o Redentor!
Ah, se o tempo parasse nesse dia
de esperança e de alegria!
Mas o relógio da Carolina
continua a marcar cada estação
e ensina:
Outono, Inverno, Primavera, Verão...
Verbo Infantil 43
A b a i la r i na
Como é bom ser bailarina,
menina e pequenina!
Ora lê!…

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré


mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá


mas inclina o corpo para cá e para lá.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar


e não fica tonta e não sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu


e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas, depois, esquece todas as danças


e também quer dormir como as crianças.
44 Cecília Meireles
Doi s coraç õe s 3

Quantos eram A menina ia e vinha, da terra para o céu, do céu


os corações? para a terra, ora os olhos nas nuvens, ora os pés
E a quem pela relva...
pertenciam? – Mãe!
– Emília...
– Hoje andei pelo espaço!
– Pelo espaço...?
– No baloiço, mãe! Ora subia, ora descia...
Quando pus os pés na terra, e vim para casa, o
baloiço ainda ficou a baloiçar...
– Talvez já tenha parado, filha...
– Mas eu é que não, mãe! Continuo do chão
para o ar, upa!, e do ar para o chão...
– Mas tu estás sentada!
– Então...
– Então?
– Então... é o coração do baloiço no meu coração!
Pedro Alvim 45
O s so n s
Os sons Tlim-tlão, tlim-tlão, faz o sino
dizem-nos Na sua fresca canção.
coisas… Como o riso de menino
O que nos Se tem sol no coração.
dizem nas
suas
conversas?

Tic-tac, tic-tac,
Diz o relógio a cantar.
Tic-tac, dança o tempo,
Velho compasso a marchar.

Ping-ping, faz a chuva


Nas flores, nas folhas, na terra.
E faz gordinhas as uvas
46 Mais as nascentes das serras.
3
Chap-chap, chapinhando,
Cantam passos no caminho.
Piu-piu, piu-piu, faz, chamando
Pela mãe, o passarinho.

Clip-clap, a voz da fonte


A cantar como quem chama.
Fresquinha do ar do monte,
A rir no sol e na lama.

Zum, zum, zum, o avião


A cruzar o firmamento.
Uh, uh, uh, uh, a canção
Que canta a passar o vento.

Tic-tac, ping-ping,
Zum, zum, zum, zum, cada dia.
– A vida a girar constante
Suas rodas de alegria!
Maria Alzira Machado 47
A m enin a e o vento
O vento entra e sai. Traz e leva notícias…
Nunca pára.

Senhor vento bate à porta O Senhor vento é cigano?


Senhor vento pode entrar! Ou não tem onde morar?
O Senhor vem de tão longe Olhe a minha chaminé...
há-de trazer que contar. Se quiser, pode ficar.

O Senhor viu outras terras? O Senhor tem olhos verdes?


Viu palmeiras? Viu o mar? Ou tem-nos cor do luar?
Quantas torres de castelo Sempre por fora de casa...
viu antes de cá chegar? Sua mãe vai-lhe ralhar!
Magias Quotidianas, Verbo Infantil

48
O trenó do P a i Na t al 3
Já ouviste falar nas renas do trenó do Pai Natal?
Elas já estão perto…

E chega o grande dia. As enormes caixas onde foram arrumados


os brinquedos são trazidas para a pista de descolagem.
O Pai Natal não pode partir atrasado e, além disso, as renas já
começam a ficar impacientes.
O grande trenó já está carregado.
O Pai Natal verifica, uma vez mais, a longa lista e instala-se
aos comandos. Tem a certeza de que as crianças ficarão felizes
com os maravilhosos brinquedos electrónicos que vão receber.
A Cidade do Pai Natal, Edições ASA 49
B2LP-04
C o n v er sa s
Também podes ser Vaquinha
artista de teatro.
– Nasceu aqui no nosso estábulo um
Podes ser
menino que está a dormir, e se ele acorda
vaquinha,
é capaz de começar a chorar.
burrinho, camelo,
ovelhinha… (...)
Que divertido!

Burro
– Vamos para junto dele. Talvez precise
de nós.

(algum tempo depois)

– Eu não dizia?! O pequenino parece


que está cheio de frio. Ó comadre, dê-lhe
um bocadinho do seu bafo quente, que
mal não lhe há-de fazer. Que eu vou fazer
o mesmo.

Camelo
– Valeu a pena vir de tão longe para ver
esta criança!

Vaquinha
50 – Vieste de muito longe?
3
Camelo
– Do Oriente longínquo. Dias e noites
sem parar, sempre a seguir uma estrela
misteriosa. Mas o meu amo Baltasar é
que entende dessas coisas.

Outro camelo
– Posso entrar? Eu também venho do Oriente. O meu amo
chama-se Melchior e diz que este menino é Deus.

Vaquinha
– Cá para mim é apenas uma criança cheia de frio.

O terceiro camelo (entrando)


– O meu amo, que se chama Gaspar, diz que esta criança, que
hoje aqui nasceu, é uma criança muito especial. E ele é um
grande sábio!

Uma ovelhinha (que está deitada aos pés do menino)


– Deixem-se mas é de larilolelas, e tratem
de rodear a criancinha para ela não sentir frio!
E quem quiser conversar, vai lá para fora,
que isto aqui não é lugar de falatórios!
Ora não querem lá ver?!
Maria Alberta Menéres, Ed. Desabrochar 51
Bo li nh os d e lu z
São de luz, são docinhos, são fáceis de fazer.
É só começar e fica tudo a brilhar…

Vermelhinha ia fazer nove milhões de anos, o que, para uma


estrela, é bem pouco.
Clara Luz, que adorava festas, estava felicíssima por ajudar
a mãe.
Justamente na véspera do aniversário, a Fada-Mãe teve de
sair para desencantar uma princesa.
– Não faz mal – disse ela. – Está tudo quase pronto. Podes
ir fazendo a massa dos bolinhos de luz, enquanto eu saio.
52 Acho que já sabes fazê-los sozinha.
3
– Sei fazer muito bem.
– Óptimo. Amanhã de manhã faço o bolo de aniversário. É só
o que falta.
E a Fada-Mãe, abrindo as asas cor de prata, saiu a voar pela
janela.
Clara Luz correu para a cozinha e abriu o livro de receitas na
página dos bolinhos:

Bolinhos de luz
Maneira de fazer:
250 gramas
de raios de sol. Mistura-se bem os
250 gramas raios de sol e de luar,
de raios de luar. até saírem faíscas.
Uma colher de chá Junta-se então
de fermento o fermento de
de relâmpago. relâmpago.

– Que fácil! – pensou Clara Luz. – Não sei como certas


pessoas podem achar difícil fazer bolos!
E foi tirando os raios de sol e de luar das latas onde estavam
guardados, nas prateleiras. Despejou tudo num tacho e mexeu,
como a receita mandava. A cozinha inteira começou a brilhar!
Fernanda Lopes de Almeida, A Fada Que Tinha Ideias 53
P i nh e i r i n h o s d e N a t a l
Eram doze
pinheirinhos
Doze pinheirinhos
que nasceram
muito perfilados.
no pinhal…

Doze pinheirinhos
verdes cor de esperança
baloiçando os ramos
com a aragem mansa.

Doze pinheirinhos
sobre a neve pura.
Verde sobre branco,
que linda pintura!

Doze pinheirinhos
vindos do pinhal
são todos agora
árvores de Natal.
54 365 Dias de Encantar, Editorial Verbo
No i te fe l iz 3
Naquela noite, as crianças
esperam a resposta do Pai Natal
às cartinhas que escreveram.
E ele não se esquece de responder.

Na Terra, caiu a noite. As crianças colocaram os sapatos na


chaminé e foram deitar-se, um pouco inquietas.
– E se o Pai Natal não recebeu a minha carta?
Mas elas sabem que nunca foram esquecidas.
– Meninos, de pé! Venham depressa. O Pai Natal já passou.
Saltando das camas, correm todos para a chaminé.
– Oh! Fantástico! A minha boneca que anda!
– E eu, olha, tenho um jogo electrónico! É o máximo!
As crianças estão felizes. Tão felizes que as suas exclamações
de alegria chegam aos ouvidos de toda a gente.
A Cidade do Pai Natal, Ed. ASA 55
* É Inverno. • Como costuma estar o tempo? * A cor da Escola nesta época é o
branco. • O que lhe dá essa cor? * Escreve um poema sobre o que significa, para ti,
a cor branca.

Há neve, há chuva e há vento.


Só a neve é branquinha
Cai do céu até à terra
Sem barulho, caladinha.

No jogo do faz-de-conta
A chuva sempre a cair
Se pudesse ir à Escola
Era só p’ra distrair!...

56
4
* Na Escola é preciso tranquilidade para trabalhar. • A chuva e o vento não podem
aprender. Porquê? • A neve pode estudar. Porquê?

O vento, esse, coitado


Não podia aprender.
É preciso haver silêncio
Para ler e escrever…

A chuva a cair
O vento a ventar
Não podem ter cor
Não são para pintar.
A neve é branquinha
Pode estudar
Não é barulhenta
Pode aqui ficar!

57
É INVERNO...

* Já estamos noutra estação do ano. • Como ficam as árvores nesta época? • Todas
as árvores perdem as suas folhas?

A árvore no Inverno
– Certa vez perdi um ramo; um ramo grande e pesado. Foi num
dia de vento violento, de muita chuva e trovoada. Um golpe de
vento quebrou-o e ele caiu, num só ruído de folhas raspando.
Não percebi bem se o que tombava das minhas folhas eram só
gotas de chuva ou se lágrimas também. Sei que todo o meu
tronco se contraiu, se apertou de desgosto.
58 Margarida Ofélia, A Árvore do Jardim
4
* No Inverno há chuva, frio, neve... • Na tua terra costuma cair neve? • O que fazes
quando isso acontece? • Como é que as pessoas se defendem do frio? • E os animais?
• Em que dia começou o Inverno? • Quando vai terminar?

Trovoada
Fez-se o céu cinzento
levantou-se vento
e as folhas secas
voaram pelo chão.
Dois riscos de luz
saltaram das nuvens
e dali a nada
estalou um trovão.
Mas a trovoada
passou num instante
e o sol apareceu
risonho e brilhante.
365 Histórias de Encantar, Verbo

59
A c id a d e
É grande a Pedro e Paula encontram-se na rua. Que
animação e o animação!
movimento – Repara, que lindas casas! E todas
nas cidades. diferentes... Tudo é sempre diferente na cidade:
E não faltam as lojas, os automóveis e até as pessoas,
divertimentos!… constantemente apressadas.
No meio da cidade há um jardim público,
onde as crianças gostam de brincar.
Verbo Infantil

Es c a d a s r o l a n t e s
Ando nas escadas rolantes
quando vou ao armazém,
uma sobe, a outra desce,
leva a gente num vaivém.

Se pudesse ali ficava


toda a tarde a divertir-me
porque uma escada que mexe
é melhor do que chão firme.
60 365 Histórias de Encantar, Verbo
O ú l t i m o a nd a r 4
Há muitas razões para
escolher o último andar…
Lê e dá a tua opinião…

No último andar é mais bonito:


do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.

O último andar é mais longe:


custa muito a lá chegar.
Mas é lá que eu quero morar.

Todo o céu fica a noite inteira


sobre o último andar.
É lá que eu quero morar.

Quando faz lua, no terraço


fica tudo luar.
É lá que eu quero morar.

Os passarinhos lá se escondem,
para ninguém os maltratar,
no último andar.

De lá se avista o mundo inteiro,


tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero morar:
no último andar.
Cecília Meireles 61
A nev e
Macia e leve
cai silenciosa
sobre a terra.
Quem é?

São moscas brancas?


São borboletas?
Não pode ser.
Moscas são pretas,
e as borboletas
estão por nascer!...

Flocos de neve?
Isso é que são.
Dançam ao vento.
Depois, cansados,
caem ao chão.
62 Maria Isabel Mendonça Soares
A g e ad a 4
Então, pardalito,
não querias frio no Inverno?
Ora, ora, a geada tem razão…

– Se não fosse a Geada – chilra o Pardal, agora mais desperto


–, era eu o primeiro a tomar o pequeno-almoço. Mas, assim...
Brrrrrr! Com este frio! – E acomoda-se de novo no casaco de
penas que lhe veste o corpo.
– Ora, não querem lá ver, o mal-agradecido! – resmunga a
Geada ao ouvir o chilreio do pardal. – A queixar-se do frio...
E eu, que culpa tenho disso? Acaso não cheguei na altura própria?
Não estamos no Inverno? Então o que quer que lhe faça?
Se calhar, do Vento, da Chuva e do Pedraço não se queixa ele. (...)
Só não vê, o ingrato do Pardal, como me afadigo a enfeitar com
teias de cristal estes campos sem fim...
Soledade Martinho Costa, Histórias que o Inverno me Contou, Europa-América 63
A capa azul
Era uma menina que parecia
uma flor azul a andar.
Porquê?

A Ana tinha uma capa azul. Tão linda a capa da Ana!


Dei-lha quando fez cinco anos.
Tão linda a minha Ana com a capa!
Estreou-a quando começou a escola.
Eu ficava-me à janela e via-a partir com a capa (era azul), ela a
andar em passos miudinhos.
E eu ficava-me a olhar. Apoiava as mãos contentes no parapeito
da janela salpicada pela chuva, ou pelo sol da manhã.
A minha filha é uma flor que anda!
64 Matilde Rosa Araújo
O g u a r d a - c hu v a n o v o 4
O guarda- Chuva, vem cair sobre o meu guarda-chuva
-chuva abriga novo!
e faz sonhar É muito azul e com flores.
uma menina Cai na rua, cai em todas as ruas.
de oito anos… Que é para eu o abrir.
E sorrir debaixo dele a todas as pessoas da
cidade.
Como se dissesse:
– Chove e eu tenho oito anos!
E, depois, hei-de fechá-lo devagarinho.
Para ver todas as pessoas e toda a cidade
molhada a sorrir.
Matilde Rosa Araújo

65
B2LP-05
D e z mo c hi nh o s
Os mochinhos Dez mochinhos tiritavam
estão batendo o bico com frio,
constipados, e tossiam e espirravam
Faz muito frio. sem poder soltar um pio.
Mas, depois de
agasalhados, Calçaram meias e luvas,
deram o seu vestiram gorros de lã,
pio logo de sofreram ventos e chuvas
manhãzinha… de noite até de manhã.

Só então é que puderam,


finalmente agasalhados,
piar como é o dever
dos mochos bem-educados.
365 Histórias de Encantar, Verbo

66
M e s t r e C o rv o 4
Escondeu a comida e não
conseguia encontrá-la.
Tinha tantas despensas…

Fatinho preto, toque-toque, Mestre Corvo não perde o hábito


de instalar uma despensa em cada canto. E com muito mais
afinco antes da chegada do Inverno... Mestre Corvo é
previdente, lá isso é. Mas depressa esquece os lugares onde
armazena o alimento: frutos, sementes, pequenos répteis, ratos,
insectos...
– Se não fosse tão esquecido havia de me lembrar onde
guardei a comida para hoje almoçar! – grasna ele, a escavar com
o bico a terra coberta de folhas apodrecidas, à procura dos
petiscos que arrecadou.
– Teria sido aqui? Teria sido além? Ou quem sabe se foi acolá?
– crucita, de novo, enquanto continua a busca.
Desta vez, porém, teve sorte. Toque-toque, fatinho preto,
Mestre Corvo acaba de descobrir uma das suas despensas.
E pronto. Não perde mais tempo e começa o almoço.
Soledade Martinho Costa, Histórias que o Inverno me Contou, Europa-América 67
O m eal heiro
Coitado do Era uma vez um mealheiro que era um porco.
mealheiro! Ou um porco que era mealheiro. De barro, já se
Tantos vê, mas pesado das moedas que tinha dentro.
projectos Sobre a cómoda fazia vista. Na sua vizinhança,
para nada… os outros objectos como que o rodeavam. Eram
uma espécie de séquito para ele.
– De pouco valem – dizia o porco-mealheiro,
muito desdenhoso.
– Dou horas – dizia o relógio.
– Dou luz – dizia o candeeiro.
– Dou flores – dizia a jarra.
– Pois eu não dou nada – dizia o porco. – Só
guardo. Mais dia menos dia, estou rico. E quando
tiver arrecadado toda a minha fortuna, vou pôr
em prática os meus projectos.

68
4
– Que projectos são? – quis saber a jarra.
– Projectos grandiosos, à minha dimensão. Vou erguer um
palácio. Vou construir fábricas de fazer dinheiro. Vou viajar.
Vou...
Não acabou o discurso. Veio um martelo – pimba! – e partiu-o.
Duas mãos colheram os tostões que ele tinha dentro e abalaram.
António Torrado, Da Rua do Contador para a Rua do Ouvidor, Ed. Desabrochar

69
A s go ta s d e c h uv a
As nuvens As gotas de chuva,
choraram… e que as nuvens choraram,
os homens caíram nas ruas
cantaram! Que da minha cidade
confusão!… e os chapéus molharam.
Procura a
As gotas de chuva,
explicação…
que as nuvens choraram,
caíram nos vasos
da minha varanda
e as folhas regaram.

As gotas de chuva,
que as nuvens choraram,
caíram nos campos
da minha aldeia.
E os homens cantaram!
Élia Pereira de Almeida

70
Chape, chape... 4
Os meninos, às vezes,
fazem cada traquinice!
O que fizeram desta vez?

No Inverno, os meninos levam grandes botas pretas,


de borracha, para chegarem com os pés enxutos à escola.
Isso é o que julgam os pais, que recomendam sempre:
– Não metam os pés dentro das poças de água.
E eles respondem, muito sérios:
– Não, senhor.
E vão direitinhos ao ribeiro e por ele seguem, chape, chape,
até à curva para a mata. Procuram enguias, procuram cágados,
brincam uns com os outros e chegam à escola com os pés
molhados, claro, porque brincar no ribeiro, apesar das botas,
é o que faz.
Maria Cecília Correia 71
* O Carnaval é tempo de magia. * O pincel pinta cores de encantar. • Onde vai
buscar essas cores? * Escreve um poema sobre o que significam, para ti, as cores da
Escola no Carnaval.

Os rolos de serpentinas
Têm cores de encantar.
Neste tempo de magia
Basta o pincel e pintar.

Pintar aquilo que sou


Aquilo que queria ser
Cada um pinta a seu gosto
Há muitas cores para escolher.

72

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