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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

DEPARTAMENTO DE AGROTECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS


CURSO DE DIREITO
DIREITO DO PETRÓLEO E GÁS NATURAL

DOCENTE: JULIANNE HOLDER DA CAMARA SILVA


DISCENTES: JOSÉ GILVAN ALVES JÚNIOR E LARYSSA RODRIGUES DA SILVA

DO CONTRATO DE TRABALHO E DA ARBITRAGEM NA INDÚSTRIA DO


PETRÓLEO E GÁS.

MOSSORÓ, SETEMBRO DE 2017


1. DO CONTRATO DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

A venda da força de trabalho acompanha o homem há séculos. Karl Marx


interpretou muito bem as motivações que levam um indivíduo a vender sua força de
trabalho a quem seja detentor do capital e dos meios de produção, para garantir a
sua subsistência. Entretanto os empregados, por serem muito vulneráveis,
precisaram de leis que estabelecessem os seus direitos e deveres, ficando assim
especificados no devido contrato de trabalho. (MARX, 2013)

Dessa maneira, podemos estudar como é o regime de trabalho dos


profissionais da indústria do petróleo. Quando o petróleo ainda era monopólio da
União, a Lei nº 5.811/1972 definia como petroleiros aqueles “empregados nas
atividades de exploração, perfuração, produção e refinação de petróleo,
industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus
derivados por meio de dutos”. Após a flexibilização do monopólio, outra empresas
puderam disputar com a PETROBRÁS atividades de exploração, perfuração,
produção e refino de petróleo no Brasil, através da Emenda Constitucional nº 9/1995
e com a publicação da lei 9.478/1997. E assim passaram a ser considerados
petroleiros, os empregados que realizam atividades de exploração, perfuração,
produção e refino do petróleo, estando excluídos, de acordo com a lei especial, os
que trabalham na administração da indústria petrolífera e os empregados nos postos
de gasolina, transportadoras e distribuidoras. (MONTALVÃO, 2013)

A jornada de trabalho dos petroleiros, abordo de navios e plataformas, é de


8h diárias, em regra, podendo ser aumentada para 12h nas atividades de
exploração, perfuração, produção e transferência de petróleo do mar, em áreas
terrestres distantes, conforme artigo 2º, §1º da Lei 5.811/72.

Os empregados que estão em atividade por 8h, possuem o direito a uma folga
de 24 a cada 3 turnos em serviço, enquanto os que estão sob o regime de jornada
de 12h, possuem o repouso de 24h a cada um turno em atividade. Além do mais, o
artigo 8º da lei em questão estabelece um limite máximo para que o petroleiro fique
embarcado, sendo de 15 dias consecutivos, devendo as folgas serem também de 15
dias consecutivos, mas em Convenções coletivas, os dias trabalhados podem ser
alterados para menos e as folgas serem alargadas por um tempo maior, visando o
melhor desempenho do empregado.

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Diferente do que determina a CLT, em que os trabalhadores ficam em
sobreaviso, à disposição do empregador por 6 ou 8h, os petroleiros que trabalham
embarcados, em tese ficam a disposição da empresa 24h por dia, os intervalos inter-
jornadas são de 11h no próprio local de trabalho, no campo, a cada 12h trabalhadas
e com chamada diária de folga em casa, a qual também é de 24h, isso para cada
24h em serviço ou a disposição da empresa. (MONTALVÃO, 2013)

De acordo com o artigo 3º, inciso II da lei 5.811/72, os petroleiros que


trabalham em regime de sobreaviso devem receber como pagamento o dobro do
valor da hora normal por cada hora extra trabalhada, quando o intervalo intra-
jornada for suprimido, ou seja, a hora do repouso e alimentação, enquanto que a
CLT estabelece que o valor da remuneração da hora extra deve ser de no mínimo
50% a mais do que a hora normal. Porém, esse regime, não é seguido plenamente,
uma vez que muitas empresas acabam colocando seus empregados para
trabalharem ate 48h sem descanso, o que consequentemente coloca em risco tanto
o executor da tarefa como os outros petroleiros do campo. Além do mais, algumas
suprimem até parte do pagamento, não querendo pagar o adicional de sobreaviso
juntamente com a hora extra trabalhada, uma vez que deve ser devido a todos os
petroleiros em regime de sobreaviso, por não utilizarem livremente o seu período de
descanso. (MONTALVÃO, 2013)

Ainda vale ressaltar que o art. 3º, inciso II da lei 5.811/72 deve ser
interpretado de forma ampla, devendo ser incluso na hora extra o período que o
petroleiro passa viajando a disposição da empresa, o momento de embarque e
desembarque para chegada ou saída dos campos de exploração, também chamado
de hora in itinere. Todavia, algumas empresas vêm isso como um custo do
empregado, de responsabilidade dele e, dessa forma, não querem pagar a diária de
embarque, suprimindo mais um direito do petroleiro. (MONTALVÃO, 2013)

Essas práticas são visualizadas devido à empresa querer diminuir o custo


com o trabalhador para garantir maior lucro para a empresa, violando os direitos
desses trabalhadores. Esses contratos que constituírem fraude devem ser
rescindidos e os petroleiros devem, outrossim, ingressar com ação na Justiça do
Trabalho até 2 anos após a rescisão do contrato para cobrar os pagamentos
suprimidos e indenizações devidas. Sendo dever da empresa petrolífera, além do

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pagamento devido aos seus empregados, o desenvolvimento de praticas
preventivas de doenças psicológicas decorrentes do trabalho contínuo, seja em
conjunto com o estresse, exposição a elementos perigosos derivados do petróleo,
para que assim possa haver um equilíbrio maior da relação de trabalho do
empregador com o petroleiro. (MONTALVÃO, 2013)

2. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS ACERCA DA ARBITRAGEM, LATO SENSU.

Antes de adentrar na temática em tela, cumpre traçar, de maneira geral,


alguns aspectos introdutórios, realçando o conceito da arbitragem, em seu sentido
lato sensu, sua forma de realização etc.

Pois bem. Nos termos preconizados pelo Instituto de Mediação e Arbitragem


– IMAPR, o conceito desta última pode ser estabelecido como o procedimento
extrajudicial de resolução de conflitos, por meio do qual as partes, em comum
acordo, isto é, através da manifestação de suas vontades, elegem um terceiro – o
árbitro – para dirimir o litígio, desde que verse sobre direitos disponíveis e que este
tenha noção do tema objeto da demanda.

Dito isto, através do conceito supra, depreende-se algumas características


principais da arbitragem, qual sejam: a facultatividade, ou seja, as parte podem optar
pela realização do procedimento; celeridade, na medida em que é menos
burocrática e formalista, sendo, portanto, informal e célere; viés conciliatório,
buscando dar ênfase aos interesses das partes envolvidas, validando seus
sentimentos e acepções; confidencialidade de informações entre os envolvidos; e,
por fim, a validade da decisão arbitral, consistente em título executivo extrajudicial,
nos moldes estabelecidos pelo art. 515, Inc. VII, do CPC 2015.

3. DA ARBITRAGEM NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO E GÁS.

Tecidas tais considerações, passemos a análise da arbitragem na indústria do


petróleo e gás.

A arbitragem vem ganhando diariamente mais espaço no cenário nacional e


internacional, notadamente nas questões que envolvam aspectos econômicos,
dentre elas o petróleo, gás natural e seus derivados. Isso porque, vistas suas

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características, os membros da relação econômica – leia-se investidores – vêem
neste meio de solução de conflitos maiores vantagens e possibilidades de auferir
lucros elevados.

Neste esteio, o art. 20 da Lei nº 9.478/97 – Lei do Petróleo – prevê, in verbis:

Art. 20. O regimento interno da ANP disporá sobre os procedimentos


a serem adotados para a solução de conflitos entre agentes
econômicos, e entre estes e usuários e consumidores, com ênfase
na conciliação e no arbitramento.

Ou seja, os procedimentos adotados pela referida Lei, em uma análise


técnica, são regidos pelos ideais da conciliação e ênfase no arbitramento, não
havendo vedação, assim, para a utilização da arbitragem na indústria do petróleo e
gás, mas sim, muito pelo contrário, seu estímulo.

Outrossim, percebe-se que o legislador, no momento de criar a norma em


tela, ainda que de forma embrionária, enfatizou o aspecto volitivo das partes nos
contratos e na solução dos conflitos, devendo, cada dia mais, ser aplicada a
arbitragem ao caso concreto. A este pensamento se unem as professoras Carmem
Tibúrcio e Suzana Medeiros – um dos referenciais teóricos do presente trabalho.

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REFERÊNCIAS

BUCHEB, José Alberto. Migalhas. A arbitragem na indústria do petróleo. Disponível


em:<http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI4837,71043A+arbitragem+na+industr
ia+do+petroleo>. Acesso em: 24 set. 2017.

IMAPR – Instituto de Mediação e Arbitragem. Conceito de Arbitragem.


Disponível em: <http://www.imapr.com.br/conceito-de-arbitragem/>. Acesso em 23
set. 2017.

MARX, K. O capital: crítica da economia política – Livro I. São Paulo: Boitempo,


2013.

MONTALVÃO, Marcelo Carvalho de; Direitos dos Petroleiros no Brasil, artigo


publicado no Blog de mesmo nome. Rio de Janeiro – RJ, 2013. Disponível em:
<http://direitosdospetroleirosnobrasil.blogspot.com.br/>. Acesso em 23 set. 2017.

NETO, João Luiz Lessa. Migalhas. Execução da sentença arbitral. Disponível em:
<http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI231347,21048Execucao+de+sentenca+a
rbitral+e+a+multa+do+artigo+475J+do+CPC+de+1973>. Publicado em: 11 dez.
2015. Acesso em: 24 set. 2017.

TIBURCIO, Carmem e MEDEIROS, Suzana. Biblioteca digital da FGV. Arbitragem


na indústria do petróleo no direito brasileiro. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/viewFile/43328/44669>.Acesso
em 23 set. 2017.

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