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GRADUAÇÃO
GESTÃO AMBIENTAL
MARINGÁ-PR
2012
Reitor: Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração: Wilson de Matos Silva Filho
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria do NEAD: Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Coordenação Pedagógica: Gislene Miotto Catolino Raymundo
Coordenação de Marketing: Bruno Jorge
Coordenação Comercial: Helder Machado
Coordenação de Tecnologia: Fabrício Ricardo Lazilha
Coordenação de Curso: Silvio Silvestre Barczsz
Supervisora do Núcleo de Produção de Materiais: Nalva Aparecida da Rosa Moura
Capa e Editoração: Daniel Fuverki Hey, Fernando Henrique Mendes, Jaime de Marchi Junior, Luiz Fernando Rokubuiti e
Thayla Daiany Guimarães Cripaldi
Supervisão de Materiais: Nádila de Almeida Toledo
Revisão Textual e Normas: Cristiane de Oliveira Alves, Gabriela Fonseca Tofanelo, Janaína Bicudo Kikuchi, Jaquelina
Kutsunugi e Maria Fernanda Canova Vasconcelos.
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“As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir dos sites PHOTOS.COM e SHUTTERSTOCK.COM”.
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BIOLOGIA E BIODIVERSIDADE
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos.
A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para
liderança e solução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no
mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos
nossos fará grande diferença no futuro.
Diante disso, o Cesumar almeja ser reconhecido como uma instituição universitária de referên-
cia regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de compe-
tências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; consolidação da extensão
universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação
da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrativa; compromisso social
de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também
pelo compromisso e relacionamento permanente com os egressos, incentivando a educação
continuada.
Todas as atividades de estudo presentes neste material foram desenvolvidas para atender o
seu processo de formação e contemplam as diretrizes curriculares dos cursos de graduação,
determinadas pelo Ministério da Educação (MEC). Desta forma, buscando atender essas
necessidades, dispomos de uma equipe de profissionais multidisciplinares para que,
independente da distância geográfica que você esteja, possamos interagir e, assim, fazer-se
presentes no seu processo de ensino-aprendizagem-conhecimento.
Neste sentido, por meio de um modelo pedagógico interativo, possibilitamos que, efetivamente,
você construa e amplie a sua rede de conhecimentos. Essa interatividade será vivenciada
especialmente no ambiente virtual de aprendizagem – AVA – no qual disponibilizamos, além do
material produzido em linguagem dialógica, aulas sobre os conteúdos abordados, atividades de
estudo, enfim, um mundo de linguagens diferenciadas e ricas de possibilidades efetivas para
a sua aprendizagem. Assim sendo, todas as atividades de ensino, disponibilizadas para o seu
processo de formação, têm por intuito possibilitar o desenvolvimento de novas competências
necessárias para que você se aproprie do conhecimento de forma colaborativa.
Portanto, recomendo que durante a realização de seu curso, você procure interagir com os
textos, fazer anotações, responder às atividades de autoestudo, participar ativamente dos
fóruns, ver as indicações de leitura e realizar novas pesquisas sobre os assuntos tratados,
pois tais atividades lhe possibilitarão organizar o seu processo educativo e, assim, superar os
desafios na construção de conhecimentos. Para finalizar essa mensagem de boas-vindas, lhe
estendo o convite para que caminhe conosco na Comunidade do Conhecimento e vivencie
a oportunidade de constituir-se sujeito do seu processo de aprendizagem e membro de uma
comunidade mais universal e igualitária.
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo a mais uma disciplina do curso de Gestão Ambiental EAD
– Cesumar. É com grande satisfação que apresento a você o livro da disciplina de Biologia
e Biodiversidade, assunto de extrema importância para os cidadãos de nosso planeta e
principalmente para os futuros profissionais da área. Sou a professora Lilian Capelari Soares e
preparei este material com muita dedicação e carinho, para que você adquira conhecimentos
necessários para essa nova etapa de sua vida. Este livro é um instrumento eficaz de informação
e formação do qual você levará para sua vida profissional.
Sou bióloga, trabalho na área há cerca de cinco anos e tenho percebido que precisamos
compreender cada vez mais a morada humana, o espaço da natureza que reservamos,
organizamos e cuidamos para fazê-lo nosso habitat. A partir dele nos enraizamos,
estabelecemos nossas relações e elaboramos o sentimento tão decisivo para a felicidade
humana que é “sentir-se em casa”. Ocorre que este local não é apenas a morada que
habitamos, a cidade na qual vivemos, o país no qual nascemos; é a casa comum, o planeta
Terra. Mas como fazer com que essa única casa comum que temos para habitar possa incluir
a todos, possa se regenerar das chagas que lhe infligimos, possa se manter viva e assegurar
sua integridade e beleza?
Conforme diz Boof (2007), em seus discursos em defesa do meio ambiente, a ética ambiental
não pode ser imposta de cima para baixo. Ela deve nascer da essência do humano. Deve
poder ser compreendida e praticada por todos, sem a necessidade de mediações explicativas
e complexas que mais confundem do que convencem. Ela supõe uma nova ótica que dê as
boas razões para a nova ética e seus valores.
Infelizmente, nós excermos enorme impacto em nosso meio ambiente. Transformamos, para
pior aproximadamente metade da superfície terrestre, alteramos a composição da atmosfera,
levando a severas mudanças climáticas. Introduzimos muitas espécies em regiões que elas
não fazem parte, podendo ocasionar efeitos negativos e severos tanto nas espécies nativas
como na economia humana. Mesmo os oceanos, aparentemente tão grandes, nos mostram
muitos sinais de deteriorização devido às atividades humanas, entre elas o declínio dos
Este livro foi dividido em cinco unidades compostas por temas relevantes que envolvem biologia
e biodiversidade. Logo na primeira unidade, será debatida a Biologia da Conservação,
questões como o que é diversidade biológica; o que é a biologia da conservação; quais são as
categorias de conservação de espécies existentes, e ainda o uso múltiplo de recursos florestais.
Na segunda unidade será abordado a Distribuição das Espécies e os Padrões de Riqueza,
que engloba tópicos como: o que é biogeografia: a biogeografia global e regional; biogeografia
de ilhas segundo McArthur e Wilson; gradientes da riqueza em espécies e a taxa de extinção
e seus principais focos. A terceira unidade compreenderá o foco das Principais Ameaças
à Diversidade Biológica debatendo os seguintes conteúdos: ameaças à biodiversidade:
destruição, degradação e fragmentação de habitat; a superexploração de espécies e
sua relação com o declínio da biodiversidade; poluição, mudanças climáticas e doenças
enfraquecem a variabilidade de espécies; fragmentação de habitat e suas consequências. A
quarta unidade esclarecerá a Conservação de População e Comunidades por meio de seus
tópicos: conservação de população e comunidades; populações: o problema de pequenas
populações; abordagens para conservação, e a quinta parte do livro demonstrará quais os
tipos de biomas existentes em nosso planeta por meio dos principais tipos de ecossistemas e
biomas.
"Queremos uma justiça social que combine com a justiça ecológica. Uma não existe sem a
outra".
Leonardo Boff
Boa leitura!
UNIDADE I
BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
UNIDADE II
O QUE É BIOGEOGRAFIA 44
BIOGEOGRAFIA DE ILHAS 51
TAXA DE EXTINÇÃO 61
UNIDADE III
UNIDADE IV
POPULAÇÕES 132
UNIDADE V
CONCLUSÃO 203
REFERÊNCIAS 205
GLOSSÁRIO 212
UNIDADE I
BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO
Professora Me. Lilian Capelari Soares
Objetivos de Aprendizagem
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da biologia da conservação.
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Plano de Estudo
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INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Nesta primeira etapa de nosso material iremos debater sobre a importância da
biologia da conservação para o nosso ambiente e as questões que envolvem a biodiversidade.
Lembrando que os sistemas naturais são governados pelos modos com que os organismos
interagem entre si e com o ambiente físico. Isso não necessariamente significa que exista
uma forte conexão entre todos os organismos que vivem em determinada área, duas espécies
podem viver na mesma área e exercer pouca influência uma sobre a outra. Porém, todos os
organismos estão conectados às características do ambiente, eles não só requerem alimento,
espaço e outros recursos, como também interagem com outras espécies e com o ambiente
físico ao buscarem aquilo de que necessitam para viver, e como resultado, mesmo as espécies
que não interagem diretamente podem estar conectadas ao compartilhar características do
ambiente.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Com o avanço tecnológico e crescimento populacional, os seres humanos cada vez mais têm
descuidado da questão ambiental e com isso o desmatamento, as lavouras e as represas
têm contribuído com o declínio das espécies, que por sua vez perderam os seus habitats por
destruição definitiva ou por mudanças em suas propriedades físicas. Desta forma, a biologia da
conservação tem como finalidade o estudo científico dos fenômenos que afetam a manutenção,
a perda e a restauração da biodiversidade. É uma ciência que tem por objetivo buscar meios
de se utilizar adequadamente os recursos do meio ambiente (as espécies, comunidades e
ecossistemas), promovendo a sustentabilidade e a manutenção da biodiversidade.
De acordo com Boof (2007), a humanidade parte de um vasto universo em evolução; a Terra,
nosso lar, está viva como uma comunidade de vida única; a Terra providenciou as condições
essenciais para a evolução da vida, cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e
pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todos os seres vivos do mundo; o espírito
de solidariedade humana e de parentesco com toda vida é fortalecido quando vivemos com
reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida e com humildades o lugar
que o ser humano ocupa na natureza.
Como os efeitos das atividades humanas são, atualmente, a principal ameaça da biodiversidade,
é necessário que se analise essas atividades, buscando discipliná-las. O monitoramento dos
fatores bióticos (seres vivos) e abióticos (características do meio ambiente) possibilita fazer
previsões sobre como o meio ambiente reage, como é degradado, e a traçar planos para
minimizar os impactos negativos sobre o meio ambiente. Essa tarefa de compatibilização das
atividades humanas com a manutenção dos recursos naturais são bastante complexas e, por
isso, a Conservação Biológica incorpora ideias e busca ferramentas em diversas ciências da
Biologia.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Cerca de 1,75 milhões de espécies já foram identificadas, sendo que mais da metade delas
são constituídas por insetos. Há ainda muitos organismos não conhecidos ou espécies não
descritas cientificamente, especialmente aquelas pequenas e de difícil visualização, como
bactérias, fungos e vírus. A biodiversidade pode ser avaliada também no nível genético, que
refere-se às diferenças entre as espécies em termos de variabilidade, do qual determina a
individualidade de cada espécie. As diferentes cores das penas, o tamanho maior ou menor dos
indivíduos ou a resistência a doenças são exemplos da expressão da diversidade genética. Ela
determina o grau de variação dentro das populações, que pode ser alta, como nas populações
de rinocerontes indianos (Rhinoceros unicornis), ou baixa, como nas populações de guepardos
africanos (Acinonyx jubatus). Populações com diversidade genética baixa estão mais sujeitas
à extinção.
A Biodiversidade pode ainda ser avaliada como diversidade de ecossistemas, que se relaciona
a variedade de comunidades e processos em um ecossistema íntegro, bem como os diferentes
ecossistemas de uma paisagem, desertos, florestas, manguezais, montanhas, lagos, rios ou
áreas de uso agrícola. Em cada ecossistema, existem fortes relações entre as diferentes
espécies e entre estas e o meio físico. A variedade dessas relações, funções e processos nos
ecossistemas também definem outro aspecto da biodiversidade.
No século XIX, Wallace (Alfred Russel Wallace, o pai da biogeografia), previu a atual crise
na biodiversidade e em 1869 nos advertiu de que a humanidade corria o risco de obscurecer
o registro de seu passado evolutivo pelo advento das extinções. Nos Estados Unidos da
América, por exemplo, a caça desenfreada e descontrolada ao pombo-passageiro (Ectopistes
migratorius) levou à sua extinção, o último pombo morreu em um zoológico no ano de 1914.
Os efeitos ecológicos de sua extinção nas florestas coincide com a perda do castanheiro
americano (Castanea dentata), do qual viviam em constante mutualismo.
Fonte: <http://imaginacaoativa.wordpress.com/2009/05/15/10-animais-extintos-nos-ultimos-500-anos-
aves-01/>.
Perda da biodiversidade
Este quadro só pode ser revertido se forem adotados modos de produção sustentáveis que
permitam a utilização racional dos recursos naturais (uso adequado de terras, das fontes de
energia e dos recursos minerais), com a criação de leis que disciplinem e limitem a utilização
de ecossistemas, com o desenvolvimento de técnicas de restauração e reabilitação de áreas
degradadas ou contaminadas, com tecnologias limpas de produção de bens e serviços, com
a reciclagem de materiais, e com a conscientização da população quanto à importância da
conservação do ambiente que ela ocupa, para garantir sua própria qualidade de vida.
A biodiversidade no Brasil
O Brasil é um dos países que abrigam maior biodiversidade no Planeta, segundo o Ministério
do Meio Ambiente. Estima-se que o Brasil possua de 15 a 20% de toda a biodiversidade
mundial. As estimativas não param por aí, no Brasil encontramos 45 mil espécies de plantas
superiores (22% do total mundial), 524 mamíferos (131 espécies endêmicas), 517 anfíbios
(294 endêmicas), 1.677 espécies de aves (191 endêmicas) e 468 répteis (172 endêmicas).
As estimativas seguem com cerca de 3.000 espécies de peixes de água doce e cerca de 1,5
milhão de insetos, mas este valor pode superar a marca dos 10 milhões.
É possível, então, que grande parte da biodiversidade brasileira seja desconhecida da ciência.
E somente com investimento e pesquisa poderemos descobrir mais sobre essa incrível
biodiversidade. Não é a toa que regiões da Mata Atlântica, Floresta Amazônica e Cerrado são
classificadas como "Hot Spots" mundiais.
Curiosidade:
Você gosta de feijoada? E de caipirinha? E de abelhas? Se você gosta de uma das duas primeiras, ou
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muito ameaçada sem elas. Esses insetos polinizam o feijão, o limão e a cana-de-açúcar.
Mostrou-se, recentemente, que os polinizadores são responsáveis por 9,5% do valor da produção
agrícola mundial. Assim, se as abelhas sumissem, e elas estão desaparecendo em muitos lugares, os
preços dos alimentos subiriam muito, dada a queda da produção. Ficaríamos sem mel, mas também
sem batata, tomate, feijão, repolho, berinjela, pepino, cana-de-açúcar, amendoim, laranja, melancia,
limão... ou seja, nada de caipirinha e nada de feijoada.
Disponível em: <http://www.biotrix.com.br/conexoes.html>. Acesso em: 06 mar. 2012.
A palestra “Biodiversidade, Água e Vida!” orientada pelo Professor Jorge Paiva suscitou um conjunto
de questões que despertaram no decorrer da mesma interesse e curiosidade.
Deste modo, seguem-se as respostas às questões colocadas:
1. Atualmente, fala-se bastante da necessidade das escolas incentivarem a educação ambien-
tal. O que acha que deve ser feito em concreto para que os jovens possam crescer com a
consciência de que é necessário proteger o planeta?
R. Fazer com que os alunos conheçam a Natureza, levando-os ao campo. Infelizmente, o nosso
Ensino está cada vez mais teórico e não há tempo, nem dinheiro, para levar os alunos para o campo.
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respectiva Biodiversidade para a nossa sobrevivência.
2. Na sua opinião quais são as principais causas da extinção de espécies no nosso país?
R. A destruição dos ecossistemas naturais, feita egoisticamente e estupidamente pela espécie huma-
na.
3. Que medidas podemos adotar individualmente para evitar a catástrofe que é a diminuição da bio-
diversidade?
R. Há muitas maneiras. Uma delas é não ter engaiolados animais de estimação (não de companhia,
como gatos e cães), como aves raras, pequenas tartarugas, etc., etc. Outra maneira é sabermos an-
dar na Natureza, não a destruindo, não a sujando, não fazendo barulho, não matando os animais sem
ser por necessidade de os consumir, etc.
4. Acha que estão a ser feitos, no nosso país, os esforços necessários para que os rios deixem
Biodiversidade
<http://www.biodiversidade.rs.gov.br/portal/index.php>.
De acordo com estudos realizados por Nascimento e Magalhães (1998), até o ano de 1968,
o Brasil possuía uma lista oficial de espécies da flora ameaçadas de extinção produzida pelo
Extinta: esta categoria é usada somente para as espécies que não mais existem em estado
selvagem, após inúmeras buscas na localidade típica e em outros locais conhecidos ou onde
ainda possa ocorrer.
Indeterminada: espécie conhecida por ser ameaçada, rara ou vulnerável, mas não há
informação suficiente para se afirmar a qual categoria pertença.
Vulnerável: são vulneráveis as espécies cuja propagação seja naturalmente difícil e cujo
mecanismo de germinação seja desconhecido, assim como aquelas cuja propagação e
desenvolvimento sejam lentos e também as que possuam baixo rendimento de biomassa, mas
que são exploradas pelo homem, em paralelo com espécies mais produtivas, as quais tomam
aos poucos o seu lugar.
Rara: apresentam poucos indivíduos, tanto em vasta área quanto em pequena área, ou
mostram-se endêmicas.
Indeterminada: espécie conhecida que por encontrar-se em uma das categorias anteriormente
citadas, não se obtém informações em quantidade satisfatória para se afirmar em qual
categoria deve ser classificada.
Pouco Conhecida: espécie que não se pode afirmar com certeza, não pertence às categorias
aqui referidas, por falta de informação.
Fora de Perigo: espécie que fora inicialmente classificada na categoria ameaçada, rara ou
vulnerável, mas que em momento atual é considerada fora de perigo.
Singular: sob o ponto de vista biológico, todo o organismo é singular. Incluem-se nesta categoria
as espécies que excitam a imaginação por sua beleza, exotismo ou aspecto fora do comum.
Desprezadas: são espécies que por apresentarem caracteres não atrativos ou mesmo
inconvenientes ao homem como, por exemplo, muitos espinhos, são logo eliminadas quando
Extinta (Ex): espécies seguramente não identificadas na natureza durante os últimos 5 anos,
(critério usado pela Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna
and Flora - CITES).
Vulnerável (V): taxas com probabilidade de passarem para a categoria Em perigo em futuro
próximo, se os fatores causais continuarem operando. Incluem-se as taxas cujas populações
encontram-se em declínio em consequência de exploração excessiva, de destruição dos
habitats ou outra alteração ambiental; taxas com populações que tenham sido seriamente
reduzidas e cuja sobrevivência definitiva ainda não tenha sido assegurada; e taxas com
populações ainda abundantes, mas sob ameaça de fatores adversos graves em sua área de
ocorrência.
Rara (R): taxas com pequenas populações mundiais que ainda não estão Em perigo ou
Vulneráveis, mas encontram-se sem condições de enfrentar eventual extinção. Estas taxas
são geralmente localizadas em áreas geográficas ou habitats restritos ou encontram-se em
ocorrências escassas sobre uma área mais extensa.
Insuficientemente Conhecida (K): taxas que se suspeita, mas não se sabe com certeza se
pertencem a alguma das categorias acima, devido à falta de informação.
Candidata (C): taxas cuja categoria está sendo avaliada e que suspeita-se, mas não se tem
certeza de pertencer a alguma das categorias acima.
Extinto (EX): diz respeito a quando não permanece dúvida de que o último indivíduo de uma
espécie está morto.
Extinto em Estado Silvestre (EW): uma categoria está extinta em estado silvestre quando
sobrevive em cultivo, em cativeiro ou como população natural completamente fora de sua
área de distribuição natural. Esta categoria presume a extinção em estado silvestre quando
encontram-se exauridos seus habitats conhecidos e/ou esperados, nos momentos apropriados.
Os levantamentos devem ser realizados em períodos de tempos apropriados ao ciclo vital das
formas de vida desse taxon.
Em Perigo Crítico (CR): ocorre quando determinada espécie enfrenta um risco extremamente
alto de extinção em estado silvestre num futuro imediato.
Em Perigo (EN): uma espécie está em perigo quando não pertence à classificação de Em
Perigo Crítico, masencontra-se enfrentando um alto risco de extinção em estado silvestre num
futuro próximo.
Menor Risco (LR): é atribuída à categoria de menor risco a espécie quando esta, depois de ter
sido estudada, não se adéqua a nenhuma das categorias de Em Perigo Crítico, em Perigo ou
Vulnerável; e não possuem-se dados suficientes a seu respeito. A categoria de menor risco
pode ser dividida em três subcategorias:
Não Avaliado (NE): categoria que se considera quando a espécie não foi avaliada em relação
a nenhum dos critérios relacionados anteriormente.
De acordo com o que foi exposto por vários autores, as várias designações e atribuições de
categorias apresentadas contribuem para a ausência padronização das listas. Tais divergências
podem limitar as ações necessárias a preservação de uma determinada espécie. Algumas
informações conflitantes podem tornar as listas de conservação de espécies uma ferramenta
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Diante do que foi exposto, nos deparamos com duas questões: como podemos alocar os
recursos limitados disponíveis para a conservação das espécies? Protegemos as espécies
mais ameaçadas ou focamos naquelas que têm um papel ecológico substancial?
O conceito de uso múltiplo de recursos florestais é anterior ao ano de 1990. Esse termo foi
criado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos, na década de 50, quando se adotou o
manejo integrado dos principais recursos naturais renováveis, em substituição à prática de
manejo baseada em recursos isolados. O uso múltiplo em regime de rendimento sustentável é
definido como o manejo de recursos naturais renováveis, de modo que sejam utilizados numa
combinação que melhor atinja as necessidades da unidade.
A Fundação Brasileira para Conservação da Natureza enfatiza que uso múltiplo expressa o
manejo dos recursos naturais, para que produzam água, madeira, vida silvestre, forragem
e recreação ao ar livre, de modo que as necessidades econômicas, sociais e culturais da
Conforme explica Lobo e Bispo, o uso múltiplo não é um conjunto de quaisquer usos, requer,
antes de tudo uma administração consciente e coordenada dos diferentes recursos, sem
menosprezar a produtividade da terra. A ocorrência casual de mais de um único uso, não é
uso múltiplo. Ao contrário de uma prática passiva, a integração deliberada é cuidadosamente
planejada dos distintos usos, sem conflitos, complementando-se ao máximo.
Rosot (2007) ressalta que o abandono dos fragmentos florestais nas propriedades rurais
é entendido aqui como a falta de manejo de qualquer natureza, e contribui para seu
empobrecimento e degradação. Entre essas ações encontram-se:
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ração natural;
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para a agricultura e/ou pecuária.
Por outro lado, em áreas já abandonadas pela agricultura ou em áreas de pousio, inicia-se o
processo da sucessão secundária que, mesmo atingindo a cobertura arbórea, sofre processo
Na mesma linha de raciocínio, Rosot (2007) afirma que sem um manejo adequado, as
florestas naturais subtropicais submetidas à intensa pressão pela expansão das atividades
agropecuárias, o fogo resultante da atividade antrópica, extração de madeira e conversão para
outros usos, levariam cerca de 150 anos ou mais para retornar sua condição original.
Outro exemplo do uso irracional dos recursos naturais remanescentes é a crise pela qual
passa a região cacaueira. A degradação verificada no agrossistema Camac levou a sociedade
a exigir dos órgãos competentes uma posição quanto às ações predatórias, riscos envolvidos,
coibição dos excessos, normas de utilização e alternativas para a crise. Hoje, mais de dez
instituições atuam na região cacaueira com maior ou menor intensidade, e várias ações e
programas estão em andamento. Contudo, essas ações, normalmente, são segmentadas sem
preocupação multidisciplinar e/ou interinstitucional, o que tem gerado ações descoordenadas
e pouco efetivas para solução dos problemas. O período em que a grande maioria das áreas
com cacau ficaram abandonadas e a lentidão com que as políticas públicas de recuperação
da lavoura cacaueira se processam, fazem com que legalmente parte delas corram o risco de
estarem legalmente imobilizadas. Uma outra preocupação que exige resposta imediata é o
destino a ser dado às àreas que não serão contempladas nos programas de recuperação da
lavoura cacaueira.
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dutiva e uso múltiplo da propriedade agrícola;
Para McEvoy (2004), é enfático afirmar que se pretendemos manter as florestas na paisagem,
é necessário manejá-las como tal, pois florestas sem manejo estão destinadas a desaparecer,
sendo gradualmente convertidas para outros usos. A manutenção dos ambientes florestais está
indissoluvelmente ligada à melhoria das condições da floresta, buscando um equilíbrio de longo
prazo com relação às características físicas e antrópicas da região onde está localizada. A
conservação da floresta e seu uso sustentável, portanto, não prescindem de ações de manejo.
É inegável que propor um modelo de manejo, hoje, é um desafio, pela multiplicidade e fragilidade
dos ecossistemas envolvidos, pelos inúmeros fatores e variáveis a considerar quando do
planejamento de operações e pela falta de parâmetros técnicos suficientes e adequadamente
validados por experiências anteriores.
Várias definições são encontradas para o manejo florestal ao longo da história da ciência
florestal, um dos conceitos mais clássicos discutido em 1958 pela Sociedade Norte-Americana
de Engenheiros Florestais, manejo florestal é a aplicação de métodos comerciais e princípios
técnicos florestais na operação de uma propriedade florestal.
Logo após a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio
92), agregou-se o termo sustentável à palavra manejo, incorporando-se o conceito a muitos
Assim, manejo florestal, em seu sentido mais amplo, pode ser definido como o conjunto de
medidas tomadas em relação à floresta, principalmente de caráter sivicultural, visando otimizar
a produção de determinados bens e/ou serviços de forma sustentável ao longo do tempo.
Durante todo o século XX, o manejo de recursos naturais esteve focado em manter os
recursos econômicos, como a madeira, gado, soja, milho. Este foco permaneceu até meados
dos anos 80. Por fim, as agências dos recursos naturais incluíram áreas de uso múltiplo,
reconhecendo que as pessoas necessitam destes ambientes e possuem diferentes interesses.
Assim houve a compartimentalização de espaços pelo tipo de uso e extração da madeira, zona
de recreação e refúgio silvestre. Desta forma, o manejo de ecossistemas surgiu para gerenciar
essas áreas e proteger espécies da fauna e principalmente da flora, e focalizar não apenas
a sustentabilidade de um recurso de interesse, mas a sustentabilidade de todo o sistema. O
manejo de ecossistema é motivado por metas, é executado por políticas, protocolos e práticas,
tornando-se adaptável ao monitoramento e pesquisa.
Os humanos são partes integrais dos ecossistemas e suas ações alteram os ecossistemas
naturais, e com isso a economia é afetada pela falta dos recursos naturais. Deste modo, as
pessoas responsáveis a gerirem o ecossistema não devem apenas administrar os recursos
naturais, a biodiversidade do local, mas também fazer planos que protejam de forma conjunta,
o ecossistema envolvido e a economia. Assim, o manejo de ecossistema incorpora fatores
sociais e econômicos como partes fundamentais para tomada de decisões, juntamente com
questões de legislação e integridade ecológica. As pessoas necessitam dos ambientes naturais
em vários aspectos e o manejo de ecossistemas incorpora a educação do público sobre suas
dependências, o meio ambiente como todo, como parte de sua missão
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de e procurar soluções. Assim, pode transformá-la e seu trabalho pode criar um mundo próprio, seu
eu e suas circunstâncias”.
Paulo Freire
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A extinção é o ponto final do aumento do declínio crescente, à medida que as espécies perdem
indivíduos e populações e tornam-se cada vez mais vulneráveis aos problemas de pequenas
populações. Priorizar as espécies ajuda a maximizar a biodiversidade e a proteger a espécie
humana.
3) Qual a diferença de uma espécie determinada como Em Perigo pelo autor Mello Filho
(1992) e uma espécie Em Perigo debatida por IUCN (1994)?
Objetivos de Aprendizagem
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a sua importância ecológica para cada comunidade.
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vos que levam a esse acontecimento.
Plano de Estudo
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INTRODUÇÃO
Caro aluno, nesta etapa iremos estudar as questões ecológicas por meio do foco geográfico,
fazendo uma intertextualização com essas importantes áreas do ensino. Por meio do
surgimento de alguns recursos como, por exemplo, a fotografia que nos proporciona, de modo
fiel, olharmos para grandes áreas ou locais que nunca visitamos. A tecnologia que permeia os
satélites, cuja capacidade de registrar imagens ao longo do espaço é imensa, também colabora
com as pesquisas científicas, principalmente quando trata-se de estudos que envolvem grandes
escalas como, por exemplo, a Biogeografia. Ao olhar para uma comunidade marítima, fica
óbvio que a localização das espécies na margem da praia é controlada por importantes fatores
físicos, tais como altura da maré e ação das ondas, e também por interações biológicas. As
estrelas-do-mar alimentam-se de mexilhões sésseis na zona entremarés baixa, limitando-os
assim a zonas entremarés altas. Nessas zonas, as fendas entre os mexilhões proporcionam
habitat para muitas espécies, que em outras condições não sobreviveriam. Condições locais
como essas são importantes reguladores da distribuição das espécies. Contudo, por mais
importante que essas condições nos pareçam, precisamos estar sempre cientes da influência
de processos que operam em escalas geográficas maiores.
Esta unidade será dividida em quatro etapas, tratando em cada uma delas assuntos que
envolvem distribuição das espécies. Você também encontrará tópicos específicos para
orientações como: deriva genética e curvas entre área e espécie, os quais auxiliarão em
relação ao conteúdo estudado; e também a divulgação sobre obra e vida de dois grandes
nomes do evolucionismo: Charlis Darwin e Alfred Russel Wallace.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
De acordo com Caim, Bowman e Hacker (2011), um dos padrões mais óbvios na Terra é
a variação que vemos na composição e na diversidade de espécies entre localizações
geográficas. O estudo dessa variação é conhecido como biogeografia.
Biogeografia é a área da ciência biológica que estuda a distribuição dos seres vivos no espaço
ao longo do tempo, assim, esse campo da ecologia estuda a distribuição da vida com base
em sua dinâmica na escala espacial e temporal no planeta Terra. É um parâmetro útil para
entendermos qual a forma e como os organismos estão distribuídos no planeta e porque os
organismos estão em determinado local.
Biogeografia global
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Wallace comprova em suas publicações que esses padrões são inter-relacionados pelo
gradiente latitudinal ser sobreposto às regiões biogeográficas.
As seis regiões biogeográficas citadas por ele são: Neártica (América do Norte), Neotropical
(Américas Central e do Sul), Paleártica (Europa e partes da Ásia e África), Etiópica (maior parte
da África), Oriental (Índia, China e sudeste da Ásia) e Australásica (Austrália, Indo-Pacífico e
Nova Zelândia), como mostra a figura a seguir:
Paleártica
Neártica
Oriental
Etiópica
Fonte: ALFRED RUSSEL
Neo-
tropical
Australásica
C(*$+,!D!E!F%*(G%4!'()*%)*+HB(6,4!4%*$02)!7/B+%2!F$44%/!9,//,6%
Na falha de Sto, André, a placa do Pacífico e a Norte-Americana Na Dorsal Médio-Atlântica, o material quente do manto sai pelo rifle,
deslizam ao longo de uma da outra - limite conservativo. Ocorrem originando crosta oceânica. A Placa Norte-Americana e a Euro-Asiática
violentos sismos. Não há erupções vulcânicas afastam-se - limite divergente. A actividade vulcânica e sísmica é variável.
Fonte: CETECGEO
A Placa de Nazca move-se em direcção à Sul-Americana - limite convergente A Placa Indo-Australiana colide com a Euro-Asiátca - limite convergente.
A crosta ocânica, mais pesada, mergulha. Ocorrem violentos sismos, Os terrenos entre elas são erguidos, formando altas montanhas. Ocorrem
erupções vulcânicas e formação de montanhas. violentos sismos.
Com toda essa separação da Pangeia em vários continentes, as espécies que ali habitavam
também foram separadas em seis grupos biogeograficamente distintos pelo isolamento de
diferentes continentes, gerando desta forma espécies da fauna e da flora muito distintas
umas das outras. Por exemplo, como descreve Flessa (1975), as oriundas do Gondawa
foram isoladas por algum tempo e têm formas de vida distintas das demais. Em outros casos,
espécies distintas umas das outras foram unidas. As espécies existentes na região Neotropical
são diferentes das espécies da região Neártica, apesar da proximidade dos continentes. Como
a América do Norte foi originada pelo continente Laurásia e a América do Sul pela Gondawa,
ambas não tiveram contato cerca de 6 milhões de anos atrás. Já o Neártico e o Paleártico,
ambos descenderam da Laurásia, têm similaridades na biota atual Groelândia e no Estreito
de Bering, onde uma ponte de terra permitiu trocas de espécies durante 100 milhões de anos.
A separação evolutiva das espécies devido a barreiras como deriva continental é conhecida
como vicariância. Um exemplo de vicariância são as aves ratitas, as quais têm o mesmo
ancestral comum, originado no Gondawa. Quando esse continente fragmentou-se, as Emas
(América do Sul), os avestruzes (África), os casuares e emus (Austrália) e as moas (Nova
Zelândia) foram isolados uns dos outros e assim, cada espécie em seu novo continente
desenvolveu características singulares ao seu isolamento, mas ainda conservam características
comuns, tais como a habilidade de voar e o tamanho.
A diversidade regional das espécies são controladas por área e distância, devido ao balanço
entre as taxas de migração e extinção. A riqueza de espécies aumenta com o aumento da área
amostrada e tem sido documentada em uma variedade de escalas espaciais, de pequenas
lagoas até continentes inteiros. Estudos de relações espécie-área têm sido realizados em
escalas espaciais regionais, onde tendem a ser bons preditores das diferenças na diversidade
de espécies (CAIM; BOWMAN; HACKER, 2011).
Devido ao isolamento natural das ilhas, a diversidade de espécies mostra uma forte relação
negativa com a distância da fonte principal de espécies, por exemplo. Lomolino e Brow
(1984) observaram que a riqueza de espécies de mamíferos em topos de montanhas no
sudoeste americano diminui em função da distância das principais fontes de espécies (fontes
populacionais), neste caso, duas grandes cadeias de montanhas. Isso demonstra que ilhas mais
distantes de fontes populacionais, tais como áreas continentais ou habitats não fragmentados,
apresentam menos espécies do que ilhas próximas a essas fontes.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
As ilhas, porções de terras menos extensas que os continentes e rodeadas por água por todos
os lados, servem de palco para o espetáculo de especiações advindas da deriva genética. Em
uma ilha pode ser encontrado um complexo de ecossistemas de pequena extensão espacial
com número de códigos genéticos restrito, pois as trocas genéticas e ocorrência de colonização
são potencialmente reduzidas. Esse isolamento favorece o processo de especiação.
Tal fato sempre despertou a atenção dos biogeógrafos, pois conforme Quammen (2008, p.19):
a biogeografia de ilhas é, pois, um catálogo de excentricidades e superlativos. E é por
isso que as ilhas sempre desempenharam um papel central no estudo da evolução. O
próprio Charles Darwin foi um biogeógrafo de ilhas antes de se tornar darwinista.
1. Comunidades insulares são muito mais pobres em espécies do que as comunidades con-
tinentais equivalentes.
A riqueza de espécies aumenta com o tamanho da ilha. Nesse sentido, MacArthur e Wilson
(2001, p.8) enfatizam que “there exists within a given region of a relatively uniform climate an
orderly relation between the size of a sample area and the number of species found in that
area”. Ou seja, existe, no interior de uma dada região, de um clima relativamente uniforme,
uma relação ordenada entre o tamanho de uma área de amostra e do número de espécies
encontradas naquela área.
10
Monte Serrat
Saba
Redonda
1
1 10 100 1000 10.000 100.000
Area in Square Miles
Gráfico 1- Relação entre número de espécies de anfíbios e répteis e área das ilhas
Esta riqueza diminui com o aumento do isolamento da ilha, pois a probabilidade de uma
espécie chegar a uma determinada ilha é inversamente proporcional à distância entre a ilha e
o continente.
De acordo com o gráfico, o número de espécies em uma ilha representa um equilíbrio entre a
taxa de colonização e a taxa de extinção.
(espécies/tempo)
(espécies/tempo)
Taxa de extinção
0 Se P
Chegada de uma Número de espécies
espécie nova na ilha
pequena grande
Taxa de imigração
(espécies/tempo)
Taxa de extinção
(espécies/tempo)
0 Sepq Segrd P
Número de espécies
O resultado final dessas taxas mais altas de imigração e mais baixa de extinção em áreas
continentais é uma taxa menor de aumento da riqueza de espécies com o aumento da área,
assim, uma inclinação mais suave que em áreas de ilhas.
Como o nome sugere, a escala global inclui o mundo inteiro, é uma área geográfica enorme
com grandes variações de latitude e longitude e, segundo Cain, Bowman e Hacker (2011), as
espécies têm sido isoladas umas das outras, possivelmente em continentes diferentes, por
A escala regional engloba uma área geográfica menor, na qual o clima é mais ou menos
uniforme e as espécies, limitadas pela dispersão naquela região. Quando encontra-se espécies
contidas dentro de uma região, são conhecidas como reservatório regional de espécies,
algumas vezes chamadas de diversidade gama.
A importante conexão entre as escalas local e regional de diversidade das espécies aparece
na forma de uma medida conhecida como diversidade beta. Ela nos mostra a mudança
no número e na composição de espécies de uma comunidade para outra, ou a reposição
(turnover) de espécies, à medida que passamos de um tipo de comunidade para outro (CAIN;
BOWMAN; HACKER, 2011).
Saber como as escalas espaciais estão relacionadas hierarquicamente umas com as outras
é importante, mas não existe um valor específico para se aplicar em cada escala, elas variam
Assim, a área real que utiliza-se para definir medidas de diversidade de espécies pode ser
decisiva para a interpretação dos processos que controlam os padrões biogeográficos.
De acordo com Cain, Bowman e Hacker (2011), os padrões de diversidade das espécies e
os processos que os controlam estão conectados com as escalas espaciais. É importante
salientar que o reservatório regional de espécies fornece matéria-prima para assembleias
locais e com isso define o limite superior de espécies para as comunidades. Mas esse limite
também é definido por condições locais como, por exemplo, a interação entre as espécies e o
ambiente físico que elas ocupam.
Um dos fatores propostos como causa dos gradientes latitudinais de diversidade é a área
das zonas climáticas. As zonas terrestres tropicais possuem uma área superficial total
similar climaticamente maior que as zonas terrestres em latitudes mais altas, com flutuações
de temperatura de mesma magnitude. Isso pode estar relacionado a níveis mais altos de
especiação e níveis mais baixos de extinção nos trópicos. Além disso, a maior parte da
superfície da Terra foi tropical ou subtropical durante o Terciário, o que pode explicar, em
parte, a maior diversidade atual nos trópicos como resultado de processos evolucionários e
históricos (RICKLEFS, 2003).
A maior radiação solar nos trópicos aumenta a produtividade que, por sua vez, é tida como
responsável pelo aumento da biodiversidade. Entretanto, a produtividade só pode explicar
porque há maior biomassa nos trópicos, e não porque essa biomassa está distribuída em
mais indivíduos, e tais indivíduos, em mais espécies. Os tamanhos corporais e as densidades
populacionais são tipicamente menores nos trópicos, implicando um número maior de espécies,
mas as causas e as interações entre essas três variáveis são complexas e ainda incertas.
Temperaturas mais altas podem representar menores tempos de geração e maiores taxas
de mutação, acelerando assim a especiação nos trópicos. A especiação também pode ser
acelerada por uma complexidade maior do habitat nos trópicos, embora isso não se aplique
aos ecossistemas de água doce. A explicação mais provável é uma combinação de vários
fatores, e espera-se que diferentes fatores afetem de formas diferentes os diferentes grupos
de organismos, regiões, por exemplo, hemisfério norte e hemisfério sul, e ecossistemas,
resultando na variedade de padrões.
TAXA DE EXTINÇÃO
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Uma espécie é dita extinta quando já não existe nenhum exemplar vivo, ou quando os indivíduos
restantes encontram-se apenas em cativeiro.
Conforme Morales (2006) descreve, muitas características determinam que uma espécie
esteja mais vulnerável à extinção, dentre elas estão:
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Porém, atualmente, nosso maior problema reside na extinção ocasionada pelo homem.
Especialmente após a revolução industrial, o progresso e a ganância levaram o homem a
ocupar e explorar desordenadamente vários ambientes, deixando danos irreparáveis.
1) o interesse comercial direto em algumas espécies naturais: como exemplo podemos citar
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#"!4#C$?$,5(!"/0&$+&$2";#3(&$("#89#$9$*#$8&#$,5,#2;&C
Dessa maneira, é importante que tenhamos em mente que a natureza é complexa e interligada,
e que a luta para a defesa das espécies deve ser feita no ambiente como um todo. É hora de
pensarmos que, ao invés de salvar apenas animais cativantes ao público, como o panda ou o
mico leão dourado, deveríamos salvar ambientes como um todo e uma biodiversidade que não
é mostrada na mídia.
Abaixo, segue alguns exemplos de como as extinções estão presentes em nosso dia a dia:
2) Nos últimos 500 anos, as atividades humanas causaram a extinção de 816 espécies de
seus habitats naturais.
3) Uma em cada quatro espécies de mamíferos e uma em cada oito espécies de pássaros são
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a Conservação da Natureza).
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como ameaçados de extinção pela IUCN.
5) A atual taxa de extinção das espécies, devido às ações humanas, é estimada como 1.000
a 10.000 vezes maior do que a taxa natural de extinção.
6) Desde 1800, foram extintas 103 espécies de pássaros, uma taxa de extinção 50% maior do
que a taxa natural.
8) Como resultado da pesca predatória e da diminuição dos estoques de peixes, desde 1996,
o número de espécies de albatroz ameaçadas de extinção saltou de 3 para 16.
Conforme dados obtidos por Medeiros (2003), a taxa anual da ordem de uma espécie para
cada milhão de espécies, valor médio para todos os grupos, cuja taxa de extinção esteja bem
documentada pelo registro fóssil, estima-se que mil espécies sejam extintas por ano no planeta,
o correspondente a 3 (três) espécies por dia. Afirma o autor que se a destruição continuar
no ritmo atual, até o ano de 2015, de 4% e 8% de todas as espécies vivas presentes nas
florestas tropicais podem desaparecer, algumas sem nem terem sido descritas, catalogadas
ou estudadas.
Infelizmente os danos acumulados pela extinção de espécies e ecossistemas não podem ser
reparados dentro de uma escala de tempo tangível, dessa forma, a paleontologia descreve que
novas faunas e floras levam milhões de anos para se recompor da forma que possuía quando
a espécie humana apareceu no planeta.
De acordo com a lista vermelha da União Mundial para a Conservação Nacional (IUCN), a qual
é atualizada todos os anos, na progressividade do problema. No ano de 1989, a lista da Fauna
Brasileira Ameaçada de Extinção relacionava 218 espécies, a lista do ano de 2002 revela que
627 espécies estão ameaçadas, 2 estão extintas da natureza e 9 definitivamente extintas. Para
os mamíferos, encontramos neste mesmo ano 69 mamíferos, 153 aves, 20 répteis, 15 anfíbios,
165 peixes, 93 insetos, 21 invertebrados terrestres e 91 invertebrados aquáticos.
Esses dados foram baseados em pesquisas realizadas no Parque Nacional Intervales: a perda
e redução de uma área contínua em manchas isoladas alterou a dinâmica dos organismos
que ali habitavam. Por exemplo é a Mata Atlântica, que encontra-se em pequenos fragmentos,
As espécies ameçadas de extinção, de modo geral, estão sob o efeito direto e indireto, da
perda e fragmentação de habitat e as principais consequências estão ligadas ao declínio
populacional, que levam à redução da densidade populacional e possivelmente a extinções
locais.
Fonte: <http://www.pensefacil.com.br/andamentos/tecpamsite/admin/?page_id=190>.
A caça
A caça predatória é grande responsável pelo impacto negativo que os ecossistemas têm sofrido
e influenciado na dinâmica das espécies. Infelizmente, a caça pode ocasionar extinção local
de algumas espécies, afetando principalmente animais grandes, como os primatas, antas,
veados, tatus entre outros.
O risco de extinção representado pela caça é maior em áreas fragmentadas do que em áreas
contínuas, porém, os conceitos devem ser entendidos em ambas as áreas, devido à função de
cada espécie em seus respectivos habitats.
Espécies exóticas são espécies animais ou vegetais que se instalam em locais onde não são
naturalmente encontradas. As maneiras pelas quais essas espécies chegam e se instalam
nessas novas localidades são diversas. Sabe-se, por exemplo, que habitats alterados pelo
homem e de climas quentes são mais propensos à instalação de espécies exóticas do que
habitats conservados, por exemplo. Williamson no ano de 1996 propôs a lei dos 10% (por cento),
que diz que cerca de 10% das espécies introduzidas se estabelecem no local de introdução
e 10% dentro dessas que conseguiram se estabelecer tornam-se pragas (LANGANKE, s/a).
O fato é que hoje em dia essas espécies invasoras representam um grande risco à
biodiversidade no Planeta. Isso acontece porque, em muitos casos, a chegada de espécies
exóticas invasoras a um determinado habitat altera o equilíbrio ecológico local. Muitas dessas
espécies, por possuírem determinadas características, como ciclo reprodutivo rápido, baixa
demanda nutricional e parasistismo, acabam por se tornar pragas, crescendo e multiplicando
rapidamente e alocando recursos que antes eram suficientes para o bem-estar de todas as
espécies naquele habitat. Esse desequilíbrio no habitat geralmente tem graves consequências,
especialmente nas espécies nativas do habitat, que podem morrer, e se forem específicas
daquela região, podem ser extintas (LANGANKE, s/a).
Segundo o livro “Global strategy on invasive alien species”, publicado em 2001 pela IUCN (União
Internacional para a Conservação da Natureza), a melhor maneira de se prevenir a presença
de espécies exóticas invasoras num ambiente é prevenir diretamente, de alguma forma, a
introdução dessas espécies. Já as espécies invasoras são organismos que possuem elevada
taxa de reprodução, diante disso, tornam-se capazes de colonizar áreas afastadas da zona
inicial de introdução. Atualmente, é um dos principais fatores da perda de biodiversidade do
planeta, pelo fato de que seu controle exige um processo complexo e difícil (LANGANKE, s/a).
Fonte: <http://ecologia.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/conserva_exoticas.htm>.
Fonte: <http://radames.manosso.nom.br/ambiental/urbano/pequenas-grandes-ideias-ambientais-
colher-araca-na-rua/>.
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Curiosidade
A deriva genética corresponde a uma drástica alteração casual de ordem natural, atingindo a con-
centração genotípica de uma ou várias espécies, não preliminarmente envolvendo fatores de seleção
Curvas espécie-área
Q6!'!'$#0,:)%1!'1#'"$I&'/!0'1%'$2O,# %'1#'#0.K/2#0'LQR'1#',-%'%-!0)$%'.%$)2/,:%$'5#$0,0'%'I$#%'LER'
dessa amostra. A equação da regressão linear estima a relação entre S e A da seguinte maneira:
S=zA+c
Onde z é a inclinação da linha e c é a linha de inserção na linha do eixo y.
Devido aos dados de espécie-área serem tipicamente não linear, ecólogos transformam S e A em
valores logaritmos, para que os dados se ajustem a uma linha reta e conforme o modelo de regressão
não lineares, como equações polinomiais ou quadráticas, podem ser difíceis de visualizar e interpretar.
Veja o exemplo:
Number of species
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=!*)#>'?<)).>@@#/!.%20%"#-AC2S20.%/#0A/!-@T2!"#!"$%&'%U%.:2/%1%U%UV%20%"#*0DA'
Escalas espacias distintas de diversidade e espécies são conectadas umas às outras de forma
hierárquica, e uma depende da outra para vários fatores. Por meio dessas escalas, pode-se
perceber que a diversidade de espécies é maior em zonas tropicais de menor latitude e declina
em latitudes maiores.
Entende-se que as diferenças regionais na diversidade de espécies são controladas por área e
distância devido ao balanço entre as taxas de imigração e extinção, o estudo para esse controle
chama-se biogeografia de ilhas, segundo McArthur e Wilson. Ilhas grandes e próximas às
fontes de espécies apresentam mais espécies do que ilhas pequenas e mais longe das fontes.
A mesma observação realizada em ilhas, também é válida para áreas continentais, mas a taxa
de aumento da riqueza de espécies com o aumento da área é menor do que em ilhas.
A massa terrestre pode ser dividida em seis regiões biogeográficas que variam bastante na
composição e diversidade das espécies. A biota dessas seis regiões refletem a história de
isolamento devido à deriva continental.
2) Imagine que você trabalha para o serviço de parques do governo. Você foi apresentado a
três propostas de projetos para um novo parque que pretende preservar um tipo importante
de habitat raro. Todos os projetos consistem em fragmentos de habitat raro, circundados
por matriz de habitat menos desejável. Você precisa escolher o projeto de parque que me-
lhor preservará a riqueza de espécies desse habitat raro. Utilizando a teoria de equilíbrio
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proposto você recomendaria ao governo.
Habitat Matriz
Habitat Raro
Objetivos de Aprendizagem
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os seus três principais fatores: destruição, degradação e fragmentação de habitat.
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o declínio da biodiversidade.
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consequências.
Plano de Estudo
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pécies
2& $%"4/?;%5<-&8/&@%7!;%;&/&.#%.&,-?./E#F?,!%.
INTRODUÇÃO
Olá aluno! Na terceira unidade deste material você encontrará explicações para compreender
quais as principais ameaças à biodiversidade, dentre elas, encontram-se a degradação,
a fragmentação e a destruição de habitats. Será possível assim analisar e reconhecer as
ferramentas e os métodos utilizados para tratar desses problemas, tendo em vista que as
áreas protegidas são as principais estratégias para a conservação da biodiversidade.
Nesta etapa você entenderá a importância da colaboração de toda a população para se chegar
a planos de manejos efetivos, bem como que humanos são partes integrais do ecossistema, e
planos de conservação incluem o bem-estar econômico e social.
Fonte: PHOTOS.COM
Em qualquer caso, são múltiplos os fatores que contribuem para o declínio de uma espécie e
sua extinção. Por exemplo, a morte do último íbex-dos-pirineus (Capra pyrenaica pyrenaica)
ocorreu no ano de 2000 devido à queda de uma árvore. Essa cabra da montanha, endêmica
da Espanha e França, era abundante no século XIV, mas seus números decaíram rapidamente
devido à caça, mudanças climáticas, doenças e competições com o rebanho domesticado
e com animais não nativos (CAIN; BOWMAN; HACKER, 2011). Durante o século passado,
aproximadamente 40 animais de sua espécie foram contados, e os problemas de populações
Pare de prestar atenção em nosso material e pense um pouco em sua região, cidade, estado e
pergunte-se: “que espécies viviam aqui antes dessas fazendas, sítios, cidades estarem aqui?,
“Onde é que essas espécies nativas deste lugar vivem e como elas e seus descendentes se
deslocaram?” Compreendendo um pouquinho essas questões você irá se deparar com a fonte
da crise da biodiversidade: a pegada ecológica da humanidade sobre a Terra.
A Terra tem sido modificada cerca de 83% de sua superfície terrestre e uma única espécie,
Homo sapiens, se apropria de 10 a 15% da produção primária da Terra e se apropriou de 98%
onde trigo, milho e arroz podem ser cultivados (SANDERSON et al., 2002).
A expressão pegada ecológica é uma tradução do Inglês Ecological Footprint, que significa,
em termos de divulgação ecológica, a quantidade de terra e água que seria necessário para
sustentar as gerações atuais, tendo em conta todos os recursos materiais e energéticos gastos
por uma determinada população.
O termo foi primeiramente usado em 1992 por William Rees, um ecologista e professor
canadiano da Universidade de Colúmbia Britânica. A pegada ecológica é usada ao redor
do globo como um indicador de sustentabilidade ambiental. Pode ser usado para medir e
gerenciar o uso de recursos por meio da economia. É comumente usado para explorar a
sustentabilidade do estilo de vida de indivíduos, produtos e serviços, organizações, setores
industriais, vizinhanças, cidades, regiões e nações.
Desta maneira, pode-se dizer que a pegada ecológica é o fator que mais contribui para o
declínio global da biodiversidade. Existem áreas de extrema influência humana como, por
exemplo, as áreas urbanas e os campos cultivados, e áreas de moderada influência humana,
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Fonte: <http://naturlink.sapo.pt/Investigacao/Projectos/content/Reproduzir-para-Preservar-Conservacao-de-
Especies-Piscicolas-Ameacadas?viewall=true&print=true>.Projectos/content/Reproduzir-para-Preservar-
Conservacao-de-Especies-Piscicolas-Ameacadas?viewall=true&print=true>.
Fonte: <http://www.ufz.de/index.php?en=19148>.
Fonte: <http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0130-Efeitos-fragmentacao-Cerrado-sobre-
biodiversidade.html>.
- Perda de habitat>'$#B#$#+0#'N'/!*5#$06!'1#&*2)25%'1#',-'#/!0020)#-%'.%$%'!,)$%',)2:21%1#A'
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mercúrio).
Brooks et al., (1999) fizeram a seguinte questão: por que não há registro de extinção de
pássaros para essa região? Eles também ofereceram três possibilidades, as quais também
podem ser aplicadas aos padrões biológicos de outros sistemas. Primeiro, as aves podem
estar se adaptando a habitar fragmentos das florestas. Segundo, as espécies vulneráveis
podem ter sido extintas antes de serem conhecidas pelos pesquisadores. Terceiro, o tempo
da defasagem entre o desmatamento e a extinção ainda não tenha ocorrido, embora, talvez
ainda não tenha ocorrido extinções, as populações têm sido reduzidas a tal ponto que as aves
não são mais capazes de manter suas populações. A menos que medidas drásticas sejam
tomadas, essas espécies estão condenadas ao desaparecimento.
A degradação de habitat é ainda mais ampla que a perda do mesmo, e seus efeitos apenas
começaram a ser estudados e esclarecidos pelos pesquisadores da área. Essa degradação
tem diversas causas e toma muitas formas, por exemplo, na Península do Sinai, no Egito,
Attum et al. (2006) compararam habitat de dunas degradados por pastejo, colheita de
vegetação e agricultura em pequena escala com habitat não degradado. A degradação reduziu
a porcentagem da cobertura de plantas e a altura da vegetação. Comunidades de lagartos
desse habitat declinaram em decorrência da degradação, havia menos indívíduos, bem como
menos diversidade de espécies nos habitats degradados.
Um outro fator importante que leva ao declínio da biodiversidade é a mudança nos ambientes
bióticos que resulta das espécies invasoras, como já debatemos na unidade anterior, que são
espécies não nativas e introduzidas que sustentam populações crescentes e têm grandes
efeitos sobre as comunidades. De acordo com MacDonald et al. (1989), mundialmente, 20%
dos vertebrados ameaçados, particularmente aqueles de ilhas, estão em perigo devido à
presença de espécies invasoras em seus habitats.
Espécies invasoras são um motivo particular para preocupação onde elas se estabelecem,
pois competem, predam ou mudam o ambiente físico das espécies nativas em perigo. Um
exemplo clássico é o efeito do molusco mexilhão-zebra (Dreissena polymorpha) sobre as
espécies de moluscos da América do Norte. Conforme discorre Cain, Bowman e Hacker (2011),
a América do Norte é o centro da diversidade de mexilhões de água doce, com 297 espécies,
cerca de um terço de todas as espécies existentes no mundo. Antes da invasão do mexilhão-
zebra, no final da década de 1980, a conservação dos mexilhões dulciaquícolas (dependentes
de água doce) já era uma preocupação. A maioria dessas espécies está globalmente em
risco, muitas são endêmicas e portanto, naturalmente raras, e todas estão ameaçadas pelo
comprometimento da qualidade da água doce e canalização dos rios. A competição com o
mexilhão-zebra trouxe sérios declínios às populações dulciaquícolas, de 60 a 90%, incluindo
algumas extinções regionais. Ainda não contém dados se a invasão levará algumas espécies
à completa extinção (PIVELLO, s/a).
Controlar ou erradicar as espécies invasoras é difícil, trabalhoso e caro, mas às vezes pode ser
justificado no interesse de proteger a economia ou cultural, importantes espécies nativas ou
os próprios recursos naturais. Os prejuízos podem ser vistos numericamente: 5% da economia
global é gasta para combater os prejuízos ocasionados pelas espécies invasoras, sendo 6
bilhões gastos apenas com pragas invasoras que afetam nossa agricultura, assim, a melhor
forma de combater essa ameaça é previni-la por meio de cuidados como triagem do material
biológico nas fronteiras internacionais, mas uma vez inseridas no ambiente, as ações para o
seu controle devem ser postas em práticas imediatamente; vigilâncias constantes e rápidas
ações são essencias para minimizar os seus efeitos.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
A maior parte da população urbana põe em suas mesas alimentos industrializados, advindos
de supermercados, mas para muitas pessoas, essa alimentação vem diretamente dos recursos
naturais, o problema está diretamente relacionado com o aumento da população. Conforme
esse número cresce, o ambiente natural encolhe e a colheita de muitas espécies silvestres que
compunha a mesa de vários cidadãos tem se tornado insustentável. Assim, a superexploração
está contribuindo para o risco de extinção de muitas espécies, incluindo aves, mamíferos,
peixes e até mesmo os répteis e uma gama de plantas. Uma provável extinção de um primata,
o macaco-colobo-vermelho-de-miss-waldron (Procolobus badius waldroni), endêmica de
Gana e da Costa do Marfin, avistada pela última vez na década de 70, foi ocasionada pela
superexploração (OATES et al., 2000).
A sobrecolheita seletiva de outros recursos, tais como madeira, fibras, medicamentos e óleos
tem levado muitas espécies ao estado de ameça. Por exemplo, as três espécies existentes de
mogno (Swietenia spp) estão em perigo de extinção tanto pela superexploração como pela
degradação e perda de habitat. Muitas espécies de palmeiras utilizadas na fabricação de móveis
como, por exemplo, o junco (rattan), demandam preocupação quanto à sua conservação. O
interesse por plantas medicinais também tem aumentado muito e tem ameaçado a população
silvestre de muitas ervas medicinais e de espécies da fauna que dependem da existência
dessas ervas.
Quando alguma espécie possui valor comercial reconhecido, é provável que venha a ser
superexplorada e a melhor maneira para proteger as espécies dessa ameaça é determinar
os níveis de coletas que seriam biologicamente sustentáveis e estabelecer um mecanismo
regulatório para permitir somente esses níveis aceitáveis de coleta. Algumas espécies podem
ser mantidas pelo desenvolvimento de sistemas para propagá-las em cativeiro, embora
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Fatores como: mudanças climáticas, poluição do ar, da água e doenças são fatores que
contribuem fortemente com a eliminação de muitas populações de espécies. Presenciamos,
quase anualmente, o surgimento de novas doenças e a passagem delas, de animais domésticos
para animais silvestres. Os efeitos desses fatores exacerbam o declínio de espécies já
reduzidas em números pela perda de habitat ou superexploração.
Os poluentes estão presentes no ar, na água, na terra e contribuem para a degradação dos
habitats e com a perda de biodiversidade onde estão presentes em níveis que causam estresse
fisiológico.
Conforme menciona Cain, Bowman e Hacker (2011), uma emergente ameaça de poluição é
o crescimento das concentrações de contaminantes persistentes que desregulam o sistema
endócrino. Os poluentes orgânicos persistentes, tais como DDT; BPCs; organofosforados
De acordo com as impressões deixadas pelos seres humanos e há pouco tempo esclarecidas
pelos pesquisadores, a distribuição das espécies em locais de maiores altitudes ou mais
elevadas, possuem diferenças em seu estado de conservação devido ao clima. Por exemplo,
a extinção do sapo-dourado (Bufo periglenes), ex-habitante das florestas nebulares da Costa
Rica, tem sido atribuída, em partes, às mudanças no regime do nevoeiro, devido às alterações
climáticas. Calcula-se que o contínuo aquecimento global resultará em mudanças ecológicas
e consequentemente, estresse fisiológico adicional, do qual implicará em extinções locais e
globais.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
A Terra está aquecendo em uma escala sem precedentes devido à emissão de gases e ao
efeito estufa. As mudanças climáticas, particularmente mudanças nas frequências de eventos
extremos, como secas prolongadas, tempestades violentas ou temperaturas extremamente
baixas ou altas, terão profundos efeitos sobre os padrões e processos ecológicos. Por serem
distúrbios que resultam em mortalidades significantes dentro das populações, esses eventos
são cruciais na determinação da distribuição geográfica das espécies e também de sua
biodiversidade.
Quando nos referimos ao tempo, estamos mencionando o estado atual da atmosfera ao nosso
redor, num dado tempo, incluindo temperatura, umidade, nebulosidade e precipitação. Já o
clima é a descrição, a longo prazo do tempo, incluindo as condições médias e uma gama
de variações. A variação climática ocorre em uma multiciplidade de escala no tempo, desde
mudanças diárias associadas ao aquecimento solar e ao resfriamento noturno, até mudanças
sazonais associadas à inclinação do eixo da Terra. As mudanças climáticas referem-se às
Conforme descreve o Climate Change – IPCC (2007), a década de 90 foi a mais quente dos
últimos 1.000 anos, e 2005 foi o ano mais quente em cem anos. Associados a essa tendência
de aquecimento, tem havido recuo generalizado das geleiras nas montanhas, redução na
espessura da capa de gelo polar e derretimento do permafrost (solo congelado), além da
elevação do nível do mar, cerca de 15 cm desde 1900. Com todas essas mudanças drásticas
no habitat de várias espécies, o declínio e a biodiversidade de diversas populações tornam-se
ameaçadas.
As mudanças climáticas têm sido heterogêneas em diferentes regiões do globo, algumas partes
estão aquecendo, outras não apresentam mudanças e algumas estão resfriando. A tendência
ao aquecimento global tem sido mais significativa nas médias e altas latitudes do hemisfério
Norte. Mudanças no regime de chuvas também é frequente, existe uma maior precipitação
nas porções continentais de altas latitudes do hemisfério Norte e áreas secas nos trópicos e
subtrópicos. Também tem havido tendência de maiores frequências de tempestades, furacões
como, por exemplo, o Katrina em 2005, Tsunamis, como o ocorrido no nordeste do Japão,
secas e extremos de altas temperaturas.
Mas qual o real significado das mudanças climáticas para as comunidades biológicas? Para
termos noção de como as mudanças climáticas possuem real significado, compararemos a
variação climática e sua relação com a elevação de montanhas.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Diversas mudanças ambientais físicas ocorreram simultaneamente, incluindo a retração das
geleiras, intensificação do derretimento do gelo marítimo e aumento do nível do mar. Perante
esses fatos, inúmeros registros de mudanças biológicas são consistentes com o aquecimento
global. Essas mudanças incluem antecipações nas migrações de pássaros, assim como
antecipações no rebrote da vegetação na primavera (WALTHER, 2002).
Animais migratórios também podem sofrer com mudanças climáticas. Espécies marinhas
migratórias, incluindo baleias e peixes, podem ser forçadas a longas jornadas devido a
mudanças substanciais nas distribuição de suas presas, devido ao aumento de temperatura
nos oceanos. Algumas aves migratórias da Inglaterra e América do Norte têm chegado ao
seu local de nidificação até três semanas antes do período observado há 30 anos, devido
às temperaturas mais quentes na primavera e ao rápido derretimento das neves. No entanto,
espécies-presa como plantas e animais invertebrados têm respondido mais rapidamente às
mudanças climáticas do que os pássaros migratórios, resultando no desequilíbrio entre a
chegada das aves e a disponibilidade de presas. Em contrapartida, estações reprodutivas
mais longas podem aumentar o número de descendentes produzidos por algumas espécies
de aves, particularmente em ecossistemas de altas latitudes.
Cain, Bowman e Hacker (2011) descrevem que as alterações na composição das comunidades,
bem como extinções locais de espécies, também podem ser indicadores de mudanças
climáticas. Esses efeitos podem ser particularmente evidentes em algumas espécies marinhas
não móveis como, por exemplo, os corais. Esses organismos são sensíveis às mudanças
de temperatura na água, temperaturas quentes podem matar as algas simbiontes dos
corais resultando no branqueamento dos recifes de corais. Desde 1980, diversos eventos
de branqueamento têm ocorrido ao redor do mundo em associação à temperatura acima da
média da superfície marinha. Em 1988, um dos mais quentes já registrados, 16% dos recifes
de coral em torno do globo sofreram branqueamento (WALTHER, 2002).
Fonte: <http://www2.igc.usp.br/micropaleo/laboratorio.htm>.
Cain, Bowman e Hacker (2011) discutem que as doenças também têm contribuído para o
declínio de muitas espécies em perigo. O declínio final para a extinção do lobo-da-tasmânia
(Thylacinus cynocephalus), nos anos 30, foi precipitado por uma doença indeterminada, e
agora o diabo-da-tasmânia (Sarcophilus harrissi) também corre risco de extinção devido à
propagação de um tipo de tumor facial.
A revista Nature, edição de Abril 2012, publicou que a perda das espécies em um ambiente pode
aumentar a propagação e incidência de infecções na região, incluindo as doenças que afetam
os seres humanos. Tais pesquisadores analisaram vários estudos publicados nos últimos
cinco anos, estudaram 12 doenças distintas em ecossistemas de todo o planeta. Em todos os
casos, foi percebida uma maior prevalência de doenças conforme a perda da biodiversidade.
Em três episódios semelhantes, por exemplo, foi visto que a redução da diversidade de
pequenos mamíferos em determinada área aumentava a prevalência da hantavirose (doença
que pode ser fatal para os humanos) em até 14%. Em outro caso, três investigações distintas
encontraram fortes ligações entre a baixa diversidade de aves e o aumento da incidência de
encefalite no Nilo Ocidental, nos Estados Unidos.
As causas desse efeito ainda não foram concluídas, mas a especulação gira em torno do fato
de que as espécies mais propensas a controlar doenças, como aquelas que possuem um
menor índice de reprodução ou possuem sistemas imunológicos mais fortes, são as primeiras
a serem afetadas pela perda da biodiversidade, enquanto que os animais hospedeiros de
doenças são os que costumam sobreviver a essa perda (FISHER et al., 2012).
Conforme discorre Cain, Bowman e Hacker (2011), os ecossistemas que formam as paisagens
são dinâmicos, os organismos interagem uns com os outros e essas interações podem ocorrer
pelo fluxo de água, da energia, dos nutrientes e dos poluentes. Também há o fluxo biótico
entre as manchas adjacentes do mosaico, à medida que os animais, sementes, pólen e
outros agentes biológicos se movem entre os fragmentos. Para que ocorra essa interação, as
manchas devem estar diretamente conectadas umas com as outras ou o habitat do entorno,
chamado de matriz, deve possibilitar a dispersão.
Para estudarmos ecologia de paisagem, devemos ter claro que a heterogeneidade é observada
na natureza em termos de composição e estrutura. A composição da paisagem refere-se aos
tipos de elementos ou de manchas em uma área natural, assim como o quanto de cada tipo
se faz presente. Por exemplo, em um estudo realizado por Tinker et al. (2003) no Parque
Nacional de Yellowstone, os pesquisadores envolvidos designaram cinco diferentes classes
etárias de floresta de pinheiros. A composição foi quantificada pela contagem dos tipos de
elementos presentes na área. Já quando percebemos que uma área é mais fragmentada que
a outra, estamos nos referindo à estrutura da paisagem, ou à configuração física dos diferentes
elementos constituintes.
Estudos realizado por Weathers et al. (2001), demonstram que acréscimos de enxofre, cálcio
e nitrogênio oriundo de deposição atmosférica eram maiores nas bordas das florestas em
relação ao seu interior, basicamente em decorrência da maior interceptação de partículas
aéreas pelas copas mais densas das árvores e da maior complexidade física encontrada
nas bordas florestais. Assim, as florestas fragmentadas próximas a áreas urbanas podem
ser significativamente influenciadas por entradas de poluentes e nutrientes; também há
implicações na dinâmica de micro-organismos do solo, no crescimento da vegetação e nas
comunidades de animais nas bordas destes fragmentos. Em geral, os fragmentos de paisagens
variam em qualidade de habitat e em disponibilidade de recursos. Essa variação pode afetar a
densidade populacional das espécies que habitam cada mancha, o tempo em que os animais
permanecem forrageando a mancha e o deslocamento dos organismos entre as manchas.
Com o aumento da pegada ecológica, o tipo e a extensão dos níveis de distúrbios na paisagem
foram alterados, alguns locais estão mais sujeitos aos distúrbios humanos do que os outros.
Os primeiros povoados se fixaram e desbravaram áreas com os solos mais férteis para a
agricultura. Atraídos para áreas portuárias, sujeitaram os ecossistemas desses locais aos
primeiros distúrbios. Áreas próximas às aldeias tiveram a madeira extraída, foram convertidas
em lavouras e sofreram com a caça mais cedo do que as áreas restantes. Esses padrões
de distúrbio continuam interferindo na biodiversidade atual, mesmo depois dos povoamentos
terem abandonado as terras e que elas tenham voltado a ser floresta.
Temos como exemplo estudos realizados por Arnold et al. (1993), que pesquisaram os
movimentos do Wallroo (Macropus robustus), um marsupial do mesmo gênero que o canguru,
entre os fragmentos de uma matriz de campo de trigo. Eles descobriram que essa espécie
habitava grandes fragmentos de habitat e tendiam a permanecer nos mesmos locais, embora
o machos jovens se dispersassem para fragmentos menores a pouca distância do seu local
de nascimento. Onde a paisagem caracterizava-se por agrupamentos de fragmentos menores,
os animais se deslocavam mais prontamente entre os fragmentos, utilizando corredores de
vegetação natural ao longo das estradas ou pequenas manchas de habitats próximas para os
deslocamentos.
Vandemeer (2001) diz que a qualidade da matriz modifica-se nos ambientes terrestres e
dependendo do que o compõe (agricultura, residências, pastejo), a composição das espécies
dos habitats fragmentados também é influenciada, alterando assim as taxas de migração, a
dispersão e a qualidade de extensão dos efeitos de borda. Neste contexto, Lagnone (2007)
aborda que a qualidade da matriz também afeta os padrões de ocupação dos fragmentos,
representando um fator determinante, por exemplo, para várias espécies de mamíferos. Desta
forma, a dinâmica das populações será distinta de acordo com o tipo de matriz circundante.
O EFEITO DE BORDA
Quando um habitat conservado é fragmentado, uma fronteira abrupta é criada entre dois
tipos de manchas distintas. A extensão dessa fronteira, ou borda, cresce com o aumento
da fragmentação. Assim, efeito de borda depende do tamanho e da forma dos fragmentos
florestais. É menor em remanescentes maiores e com forma mais próxima de circular. Como
o efeito de borda pode atingir, em uma generalização grosseira, 100 metros mata adentro,
Os efeitos de borda são as variadas mudanças bióticas e abióticas associadas a essa fronteira.
O resultado da formação do efeito de borda é a modificação na condição física do ambiente
em certa distância rumo ao interior do fragmento remanescente, podendo levar a mudanças
nas interações biológicas e nos processos ecológicos. Por exemplo, como demonstra a figura
16, os dois tipos de ambientes, a floresta e a área aberta, se influenciam mutuamente, em
uma certa medida. Se nas plantações agrícolas o ambiente estiver ensolarado e quente, basta
aproximar-se da mata para experimentar um ambiente gradativamente mais fresco e sombrio,
até o interior da floresta. As áreas da floresta perto da borda com o exterior acabam ficando
mais iluminadas, mais quentes e mais secas. E as espécies da floresta respondem de várias
maneiras a este fenômeno. Algumas não suportam a baixa umidade, por exemplo, mas outras
acabam por se beneficiar, como algumas espécies de cipós. Com isso, o equilíbrio natural fica
comprometido, podendo haver perda de espécies.
Os efeitos na borda das florestas também são ilustrados por meio de estudos com microclimas
de 10 a 15 anos após o desmatamento de uma antiga floresta no noroeste do Pacífico. De
acordo com Chen et al. (1995), as bordas eram caracterizadas por temperaturas mais altas,
maior velocidade do vento e maior penetração da luz. Os extremos da temperatura diurna
também eram maiores nas bordas, pois mais calor era irradiado da borda da floresta durante
a noite. As consequências bióticas, causadas pelas modificações abióticas incluem: maior
taxa de composição, mais árvores derrubadas pelo vento, como consequência, mais restos
de madeira no solo da floresta e uma sobrevivência diferenciada das plântulas de algumas
espécies de árvores em detrimento de outras.
Cain, Bouwman e Hacker (2011) descrevem que os habitats de borda podem servir tanto de
barreiras como de facilitadores de dispersão. Novas interações entre espécies podem se
estabelecer na junção entre dois ambientes. Algumas espécies podem ser beneficiadas pelo
forrageio em um habitat e pela reprodução em outro. Porém, Fagan et al. (1999), indica que
espécies invasoras são mais abundantes em habitats de borda, e a dinâmica pode ser alterada
para muitas espécies nativas.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Espécies que vivem próximas de habitats de borda também precisam lidar com os crescentes
riscos causados pela atividade humana. Espécies vulneráveis à caça, ao corte seletivo de
madeira ou pela extração, têm se tornado cada vez mais raras após a criação da borda.
Animais pastejadores e domesticados, como cães e gatos, podem penetrar nos fragmentos
e afetar negativamente os animais selvagens. Como resultados destes processos, temos as
alterações da biota dos fragmentos, com consequências potenciais de longa duração.
Diante do que já foi exposto, pode-se dizer que a fragmentação altera o processo evolutivo das
espécies faunísticas e florísticas envolvidas. Em muitos casos, a fragmentação aumenta a taxa
de endocruzamento e de deriva genética, alterando o regime de seleção para aquelas espécies
confinadas nos fragmentos. Para ilustrar esse fato, Keller e Largiardèr (2003) encontraram
significativa diferenciação genética na população de um besouro de solo incapaz de voar
(Carabus violaceus) que havia sido isolado por estradas, em especial uma autoestrada.
O zoneamento de uma unidade pode também ser um elemento de conflito. No caso das
unidades de proteção integral, onde há populações residentes ou usuárias de recursos naturais,
o zoneamento é chave para amenizar ou acirrar os conflitos pelo uso da biodiversidade. Há
ainda os casos de sobreposições de áreas protegidas, como unidades de conservação e/ou
com terras indígenas.
Estudo de caso 2
Lobos na paisagem de Yellowestone
Imagine que você percorreu, com raquetes e tênis apropriados para a neve, uma trilha até um refúgio
da vida silvestre na parte do norte do Parque Nacional de Yellowstone. Você tem seu binóculo aponta-
do para um bando de alces que atravessa um prado congelado, retirando a neve com os cascos para
alcançar tufos de gramas encobertas. De repente, você percebe alguns animais erguendo a cabeça e
dirigindo a atenção para o leste. Você olha para lá e visualiza uma alcateia de lobos se aproximando.
O bando de alces se reúne e começa a se mover, fugindo descampado abaixo. Um jovem macho em
5Z#$!&I)DJK"#$)"$#%a)"$F$!%$.%@%$-@Z#H$#".%@%;#"$)&$4%I)&$"$X$!"@!%)&$.&@$8&4&#$U3"$.38%$#&4@"$#"3#$
quartos traseiros e pescoço. Ele cai e logo é morto.
Em Yellowstone, essa predação é uma cena bem antiga e ocorre regularmente, pois os lobos hoje
reintroduzidos nas Montanhas Rochosas do norte em 1995 e 1996 depois de 70 anos de ausência têm
disponível para a caça um verdadeiro bufê de ungulados e outras presas. A reintrodução dos lobos
foi o resultado de anos de esforço em pesquisa e debates políticos acaloradamente contestados, com
objeções veementes de alguns moradores da região. Em uma década, as conseqüências ecológicas
dessa reintrodução se mostraram multifacetadas e profundas, e a opinião pública se tornou mais
favorável.
O grande ecossistema de Yellowstone (GYE) é uma área que simboliza a alma da América selvagem.
A biodiversidade pode ser melhor preservada por grandes reservas conectadas por meio da
paisagem e protegidas de áreas de uso humano intenso. Assim, o manejo de ecossistemas
é um processo participativo, cuja meta principal é a manutenção da integridade ecológica a
longo prazo.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1) Quais as semelhanças entre ilhas de habitat terrestre resultantes de fragmentação com as
D8,%#$!D@!3I)%)%#$."8%$Z93%6$j3%D#$%#$)D?"@"IJ%#6$]&5&$&#$.@DI!(.D&#$)%$4D&9"&9@%F%$)"$
ilhas se aplicam às ilhas de fragmentos de habitat?
CONSERVAÇÃO DE POPULAÇÕES E
COMUNIDADES
Professora Me. Lilian Capelari Soares
Objetivos de Aprendizagem
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os passam.
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Plano de Estudo
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INTRODUÇÃO
Caro aluno, aqui você encontrará uma breve discussão a respeito das populações. Assim,
população é um grupo de indivíduos da mesma espécie que vivem em uma área particular
e que interagem uns com os outros. Várias espécies possuem distribuição fragmentada
dentro de sua ocorrência geográfica, e a localização de indivíduos de uma determinada
população depende da localização dos recursos essenciais, da dispersão e das interações
comportamentais de cada espécie.
Para que essas populações não se extinguam facilmente, é necessário que se tenha técnicas
de manejos adequadas, pensando sempre na viabilidade populacional e em modelos
demográficos que agregam as características reais da população e de seu habitat. Estratégias
como conservação in situ e ex situ, são exemplos de manejos que podem ser adequados.
Estudar populações e comunidades não é uma tarefa fácil, porém é extremamente importante
e gratificante a conservação desses ecossistemas, tanto para manter a diversidade biológica
quanto para a conservação do meio em que vivemos.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Os estudos de populações naturais mostram que seu controle depende de fatores que agem de
uma forma dependente da densidade; esses fatores, incluindo carência de alimentos, doenças,
predação e conflito social, reduzem a fecundidade, aumentam a mortalidade, ou ambas,
conforme as populações crescem. Se a população humana tivesse tais controles externos,
o preço e o sofrimento dos humanos seriam enormes. Assim, manter a qualidade individual
de vida em alto nível, demandará, acima de tudo, que nós seres humanos apresentemos uma
Cain, Bowman e Hacker (2011) descrevem que o consumo individual de energia, recursos e
alimentos produzidos nos níveis trópicos mais altos deve ser reduzido. A Terra não poderia
sustentar a depleção de recursos de energia que resultaria, se todos consumissem nos níveis
agora exibidos pelos cidadãos, afluentes dos países desenvolvidos. A eficiência pode ser
aumentada e o consumo de supérfulos reduzido sem impactar o conforto ou o prazer da vida.
Cada espécime humano pode reduzir seu impacto comendo mais baixo na cadeia alimentar,
reduzindo o consumo de carne, por exemplo, investindo em tecnologias eficientes em energia
e recursos e vivendo mais próximo do equilíbrio com o mundo físico, por exemplo, baixando o
termostato no inverno e subindo no verão.
Embora seja inevitável que a maior parte do mundo passe à esfera da gestão humana, os
ecossistemas deveriam ser mantidos tão próximo de seus estados naturais quanto possível,
para manter os processos ecossistêmicos naturais intactos. Como regra geral, quanto menos
alteramos a natureza, mais fácil será sustentar o ambiente numa condição saudável. Por
exemplo, muitas áreas cobertas por florestas tropicais são inadequadas para pastagem e
agricultura, porque estas atividades prejudicam a regeneração natural dos nutrientes e fazem
com que os solos deteriorem. Estas áreas devem ser deixadas como reservas florestais ou
áreas de recreação, ou como lugares para exploração sustentável dos produtos da floresta.
Os desertos podem ser irrigados, e eles frequentemente se tornam tremendamente produtivos
para certos tipos de agricultura. Mas os custos para manter tais sistemas de manejáveis
podem se tornar extremamente altos, conforme o solo acumula sais da água da irrigação e
os aquíferos tornam-se deplecionados. Viver com a natureza é sempre preferível e menos
custoso do que ir contra ela.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Uma população é um grupo de indivíduos da mesma espécie que vivem em uma área
particular e que interagem uns com os outros. Em uma população de lagartos que vivem e
deslocam-se dentro de uma pequena ilha, podemos mostrar a abundância populacional em
termos de tamanho populacional, o número de indivíduos da população, ou de densidade
populacional, ou seja, o número de indivíduos por unidade de área. Por exemplo, se existissem
2.500 lagartos em uma ilha de 20 hectares, o tamanho populacional seria 2.500 lagartos e a
densidade populacional seria de 125 lagartos por hectare (CAIN; BOWMAN; HACKER, 2011).
Em alguns casos, a área total ocupada por uma espécie não é conhecida, por exemplo,
quando pouco se sabe sobre quão longe um organismo de reprodução sexuada ou seus
gametas, no caso o pólen de uma planta, podem chegar. É difícil estimar a área em que
indivíduos se acasalam frequentemente representando assim uma única população. Para
espécies assexuadas, problemas semelhantes são encontrados quando tentamos estimar
a área em que interações ocorrem, exceto pelo endocruzamento. Quando a área ocupada
pela população não é totalmente conhecida, ecólogos e pesquisadores utilizam a melhor
O número de indivíduos de uma população muda com o tempo, isto é verdade se as abundâncias
forem medidas em escala espacial pequena, como o número de plantas encontradas em uma
área restrita ao longo de um rio, ou numa escala muito maior, como o número de bacalhaus
encontrados no norte do oceano Atlântico. Cain, Bowman e Hacker (2011) afirmam que em
qualquer momento abundâncias populacionais também diferem de um lugar para o outro.
Algumas populações diferem pouco em abundância no tempo e no espaço, outras mudam
consideravelmente.
Os organismos diferem muito nas suas capacidades de movimento. Nas plantas, por exemplo,
a dispersão ocorre quando a semente, que contém embrião de indivíduo de uma próxima
geração, se distância da planta parental. Ainda que eventos como tempestades possam
transportar sementes por longas distâncias, a distância de disperção das plantas é geralmente
pequena. Em alguns casos, as distâncias típicas de disperção são tão pequenas que fica
difícil interpretar como movimentação. Como exemplo, temos a planta arbórea Viola odorata
que possui no máximo 0,02m de movimentação. Quando distâncias típicas são pequenas,
Devido ao acaso, toda população experimenta variações nos nascimentos e nas mortes
durante qualquer intervalo de tempo específico, isso causa variação no tamanho da população.
Como descreve Rikclefs (2003), a magnitude desta variação varia inversamente com o número
de indivíduos na população. Populações muito pequenas como, por exemplo, as populações
isoladas em fragmentos restritos de habitat, podem se extinguir apenas devido ao acaso
se passarem por uma série de anos muito ruins. Este fenômeno é denominado de extinção
estocástica e embora seja relativamente improvável, exceto para as pequenas populações, sua
probabilidade aumenta com a fragmentação de habitats. É em particular, uma ameaça para
as espécies como os grandes predadores, que normalmente têm densidades populacionais
baixas.
- quando a deriva leva a uma perda de variabilidade genética, a habilidade de uma popu-
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limitada.
- a deriva genética pode gerar alelos deletérios, ou seja, material genético improdutivo,
levando, frequentemente a um baixo sucesso reprodutivo.
Em uma pequena população, eventos ao acaso podem estar relacionados com a sobrevivência
e reprodução de indivíduos, ou seja, a estocasticidade demográfica, mudanças irregulares ou
imprevisíveis no ambiente, e podem mostrar resultados diferentes daqueles que as médias
nos levam a esperar. Considere uma população com dez indivíduos, para os quais os dados
anteriores previam a taxa de 70% de um ano para o outro. Muitos eventos ao acaso podem
causar uma drástica mudança na porcentagem de indivíduos para mais ou para menos do que
o previsto. Por exemplo, se uma tempestade ocorrer e matar seis membros de uma população,
a taxa de sobrevivência observada, 40%, será consideravelmente menor do que o esperado.
Ao afetar assim as taxas de sobrevivência e reprodução, a estocasticidade demográfica pode
levar pequenas populações a flutuar ao longo do tempo (CAIN; BOWMAN; HACKER, 2011).
A estocasticidade demográfica é um dos vários fatores que podem levar a pequenas populações
Conforme discorre Oates et al. (2000), as populações também enfrentam riscos ambientais
extremos como cheias, queimadas, ventanias ou a explosão populacional de doenças ou
inimigos naturais. Ainda que esses eventos ocorram raramente, essas catástrofes naturais
podem eliminar ou diminuir drasticamente o tamanho das populações que, caso contrário,
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Por que algumas espécies parecem mais vulneráveis à extinção do que outras? Esta questão
tem sido difícil de responder. Claramente, as espécies que atraem a atenção de exploradores
Mas o que torna uma espécie rara e localmente distribuída quando um parente próximo que
apresenta adaptações superficialmente semelhantes é abundantemente distribuído? Segundo
Rikclefs (2003), a diferença entre o sucesso e a falha nos sistemas naturais pode se basear
em diferenças muito pequenas no sucesso reprodutivo ou na longevidade, talvez pequenas
demais para detectarmos em estudos de populações naturais. A maioria das espécies
persiste por um milhão de anos ou mais, e assim suas populações devem ser completamente
autossustentáveis, capazes de se recuperar de retrocessos infligidos por um mundo variável.
As forças que fazem uma população embarcar em um declínio para a extinção podem ser
muito sutis. Se a raridade está relacionada com a especialização, devemos nos perguntar
quais forças promovem a especialização, especialmente considerando que parentes próximos
de espécies raras podem ser abundantes e distribuídos.
Mas afinal, onde devemos nos concentrar para que haja conservação: nas espécies ou em
seu habitats?
Técnicas em genética molecular também podem ser usadas em aplicações forenses, tais
como a identificação da fonte de produtos silvestres confiscados do comércio ilegal, por
exemplo, o uso de marcadores moleculares tem permitido a identificação de caça ilegal de
baleias protegidas, como em carne japonesa rotulada como golfinhos ou baleias-minke, cuja
a caça é autorizada. A disponibilidade das ferramentas da genética molecular tem melhorado
nossa habilidade para entender alguns dos problemas genéticos enfrentados por pequenas
populações, bem como fornecido ferramentas para ajudar a resolver alguns desses problemas.
Preocupados com as altas taxas de erosão de recursos genéticos e com a perda de componentes
da biodiversidade e, mais ainda, interessados no incremento de esforços voltados à conservação
dos recursos biológicos em todo o planeta, países, independentemente da sua condição episódica
de usuário ou provedor de material genético, promoveram negociações, no âmbito do Programa das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente (PNUMA), que resultou na adoção da Convenção sobre Di-
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para a alimentação e a agricultura, conscientes de que esses recursos são motivo de preocupação
comum da humanidade, cientes de sua responsabilidade para com as gerações presentes e futuras
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aprovaram, no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO),
o Tratado Internacional sobre Recursos Fito-genéticos para a Alimentação e a Agricultura, do qual o
Brasil é um dos seus membros.
Diversidade biológica ou biodiversidade são expressões que se referem à variedade da vida no pla-
neta, ou à propriedade dos sistemas vivos de serem distintos. Engloba as plantas, os animais, os
microorganismos, os ecossistemas e os processos ecológicos em uma unidade funcional. Inclui, por-
tanto, a totalidade dos recursos vivos, ou biológicos, e, em especial, dos recursos genéticos e seus
componentes, propriedade fundamental da natureza e fonte de imenso potencial de uso econômico. É
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O Brasil, por sua própria natureza, ocupa posição de destaque dentre os países megabiodiversos.
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total mundial). Possui alguns dos biomas mais ricos do planeta em número de espécies vegetais - a
Amazônia, a Mata Atlântica e o Cerrado. A Floresta Amazônica brasileira, com aproximadamente 30
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O País conta ainda com a maior riqueza de espécies da fauna mundial e, também, com a mais alta
taxa de endemismo. Dois de seus principais biomas, a Mata Atlântica e o Cerrado, estão relacionados
na lista dos 25 hotspots da Terra, sendo que a Mata Atlântica encontra-se entre os cinco mais ame-
açados. Uma em cada onze espécies de mamíferos existentes no mundo são encontrados no Brasil
(522 espécies), juntamente com uma em cada seis espécies de aves (1677), uma em cada quinze
espécies de répteis (613), e uma em cada oito espécies de anfíbios (630) e mais de 3 mil espécies de
peixes, três vezes mais do que qualquer outro país. Muitas dessas são exclusivas para o Brasil, com
68 espécies endêmicas de mamíferos, 191 espécies endêmicas de aves, 172 espécies endêmicas de
répteis e 294 espécies endêmicas de anfíbios. Esta riqueza de espécies corresponde a pelo menos
10% dos anfíbios e mamíferos, e 17% das aves descritas em todo o planeta.
A composição total da biodiversidade brasileira não é conhecida e talvez nunca venha a ser na sua
plenitude, tal a sua magnitude e complexidade. Nesse sentido, e considerando-se que o número de
espécies existentes no território nacional, particularmente na plataforma continental e nas águas juris-
dicionais brasileiras, - em grande parte ainda desconhecida, é elevado, é fácil inferir que o número de
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da ordem de dezena de milhões. Apesar dessas estimativas, a realidade é que o número de espécies
conhecidas atualmente, em todo o planeta, está em torno de 1,7 milhões, valor que atesta o alto grau
de desconhecimento da biodiversidade, especialmente nas regiões tropicais. Além disso, é interes-
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refere a organismos de grande porte. O nosso conhecimento sobre outros organismos, a exemplo dos
insetos, liquens, fungos e algas é ainda muito incipiente. A parcela da biodiversidade menos conhecida
está localizada na copa das árvores, no solo e nas profundezas marinhas.
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de cerca de 6,5 milhões de acessos de interesse agrícola mantidos em condição ex situ. Desse total,
Muito se procura para obter informações científicas para tomada de decisões em relação ao
bem-estar das espécies e do meio ambiente, porém, como afirma Cain, Bowman e Hacker
(2011), muitas dessas decisões são mais sociais do que científicas e cai no domínio das
políticas e das comunicações públicas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a mais proeminente legislação que protege as espécies, o
Ato para Espécies em Perigo (ESA) de extinção, tem desenvolvido um papel vital na proteção
de muitas espécies ameaçadas do país. Ela foi aprovada em 1973 para fornecer meios para
conservar os ecossistemas dos quais contêm espécies em perigo e ameaçadas.
De acordo com Cain, Bowman e Hacker (2011), o ESA protege mais de 1.300 espécies nativas
nos Estados Unidos e outras 570 em outros países. Estende sua influência além das fronteiras
norte-americanas pela regulação do comércio ilegal de espécies ameaçadas por meio do
tratado de Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies em Perigo da Fauna e
da Flora Selvagens. Este tratado existe há 35 anos e regula o comércio internacional de
Em 1992, a cidade do Rio de Janeiro - Brasil foi sede de uma das mais famosas conveções
sobre a diversidade biológica, a ECO-92, ou Cúpula da Terra. Com exceção dos Estados
Unidos, a maioria das nações assinaram o acordo que reconhece o declínio da biodiversidade
como um problema compartilhado por todas as pessoas do mundo e estabelece objetivos e
ações para contê-lo (CAIN; BOWMAN; HACKER, 2011). A proteção da biodiversidade também
depende de regulamentações e políticas nacionais, estaduais e locais que definem restrições
sobre o desenvolvimento de áreas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise de variância populacional é uma abordagem que utiliza modelos demográficos para
avaliar os riscos de extinção de determinadas espécies e as propostas e ações de manejo.
Algumas destas propostas são a conservação in situ e ex situ, que envolvem a retirada da
espécie do local para maiores cuidados ou ainda, determinados cuidados para a espécie
Leis, políticas e tratados internacionais são suplementos vitais para a conservação e proteção
das espécies e de seus habitats.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
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dentro do que foi explicado em nosso material.
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Objetivos de Aprendizagem
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nosso planeta.
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em nosso país.
Plano de Estudo
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INTRODUÇÃO
Nosso país, devido à sua grande extensão territorial, está dividido em oito biomas, dentre eles
terrestres, marinhos e de água doce. É importante compreender as diferenças entre eles e
identificar, por meio das principais características, quais são os biomas existentes em nosso
país, para que os manejos sejam realizados da melhor forma possível, para a presevação da
biodiversidade global.
Os seres vivos podem ser encontrados em lugares extraordinários. Aves como corvos,
grandes abutres europeus e galhas alpinas voam sobre os cumes mais altos do Himalaia,
8.000 m acima do mar. Peixes podem ser encontrados a mais de 8.000 m abaixo da superfície
do oceano. Entretanto, a maioria dos seres vivos ocorre em uma gama de habitats que
cobrem uma estreita camada superficial da Terra, desde as copas das árvores até a camada
superficial do solo nos ambientes terrestres, incluindo a faixa até 200 metros de profundidade
nos oceanos. De acordo com Cain, Bowman e Hacker (2011), a biosfera, zona da vida sobre a
Terra, está inserida na litosfera, a crosta superficial da Terra e a parte superior do manto que
inclui as placas tectônicas, e a troposfera, a camada mais baixa da atmosfera.
Como discorre Cain, Bowman e Hacker (2011), os biomas ocorrem como assembleias
biológicas semelhantes em continentes distantes, indicando respostas similares às forças
climáticas. Os biomas proporcionam uma introdução útil à diversidade da vida sobre a Terra.
Os biomas também proporcionam uma unidade conveniente para pesquisadores envolvidos
com modelagem simularem os efeitos da mudança climática sobre as comunidades biológicas,
bem como os efeitos da biota sobre o sistema climático.
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Os biomas terrestres são classificados pela forma de crescimento das plantas mais abundantes,
tais como as árvores, arbustos ou gramíneas. Além disso, características das folhas podem
ser usadas, como a deciduidade, queda sazonal das folhas, espessura e suculência,
desenvolvimento de tecidos suculentos para armazenamento de água.
Mas por que se usam as plantas em vez de animais para classificar os biomas terrestres?
As formas de crescimento das plantas são bons indicadores do ambiente físico, refletindo
as zonas climáticas, bem como as taxas de distúrbios. Além disso, as plantas são imóveis,
a fim de ocupar com êxito um local por um longo período, as plantas devem ser capazes de
enfrentar os seus extremos ambientais bem como suas pressões biológicas, como competição
por água, nutrientes e luz. Portanto, são excelentes integradores de seus ambientes físicos e
biológicos. Os animais são componentes menos visíveis na maioria das grandes paisagens e
sua modalidade lhes permite evitar a exposição a condições ambientais adversas.
Desde a sua emergência dos oceanos, cerca de 500 milhões de anos atrás, as plantas têm
tomado uma multiplicidade de diferentes formas em resposta às pressões de seleção ao
ambiente terrestre, conforme demonstra a figura 17 (CAIN; BOWMAN; HACKER, 2011). Essas
pressões incluem acidez, temperaturas elevadas e abaixo de zero, radiação solar, pastejo por
animais terrestres e aglomeração por vizinhos. Ter folhas decíduas, por exemplo, é uma solução
para exposições sazonais a temperatura abaixo do ponto de congelamento ou longos períodos
Odum e Barret (2007) descrevem que as zonas climáticas da Terra são uma consequência
dos padrões de circulação atmosférica e oceânica resultantes do aquecimento diferencial da
superfície da Terra pelo sol. Essas zonas climáticas são as principais causas determinantes da
distribuição dos biomas terrestres.
Por exemplo, os trópicos entre 23,3º norte e sul são caracterizados por precipitação elevada
e temperaturas quentes constantes. Nas regiões subtropicais que margeiam os trópicos, a
precipitação se torna mais sazonal, com estações secas e chuvosas pronunciadas. Os
maiores desertos estão associados com zonas de alta pressão e cerca de 30º norte e sul e
com sombras de chuvas de grandes cadeias de montanhas. As temperaturas abaixo do ponto
de congelamento durante o inverno são uma característica climática importante de zonas
temperadas e de zonas polares. A quantidade de precipitação ao norte e ao sul de 40º varia
dependendo da proximidade do oceano e da influência de cadeias de montanhas.
Conforme discorrem Cain, Bowman e Hacker (2011) e Odum e Barret (2007), as localizações
dos biomas estão correlacionadas com essas variações na temperatura e na precipitação. A
temperatura influencia a distribuição das formas de crescimento vegetal diretamente por meio
de seu efeito sobre a fisiologia das plantas. A precipitação e temperatura atuam em conjunto
para influenciar a disponibilidade de água e sua taxa de perda pelas plantas. A disponibilidade
ECOSSITEMAS MARINHOS
Os oceanos cobrem 71% da superfície terrestre e contêm uma rica diversidade de uma biota
inigualável. A vasta área e volume dos oceanos e sua uniformidade ambiental os tornam
consideravelmente diferentes dos ecossistemas terrestres no contexto da organização
biológica. Os organismos marinhos são mais amplamente dispersos e as comunidades
biológicas marinhas não são tão facilmente organizadas dentro de cada unidade definida,
como iremos verificar nos biomas terrestres. Em vez disso, as zonas biológicas marinhas
tendem a ser grosseiramente categorizadas pela localização física em relação à linha da costa
e ao leito oceânico (fig. 18).
Cain, Bowman e Hacker (2011) descrevem que as marés são geradas pela atração gravitacional
entre a Terra, a lua e o sol. A água do mar sobe e desce na maioria das zonas litorâneas duas
vezes ao dia. A magnitude da zona entremarés é altamente variável entre diferentes locais e
Estuários
A palavra estuário (do latim aestus, “maré”) refere-se a um corpo semifechado de água doce,
em que ocorre a junção de um rio com o oceano. Estuários são caracterizados por variações
na salinidade associadas com o fluxo de água doce do rio no oceano e o influxo de água
salgada fluindo rio acima a partir do oceano quando a maré sobe.
Fonte: <http://www.kisskiss.it/news/klima/Energia-ecosostenibile-dai-fiumi..html>.
Fonte:<http://www.pratigi.org/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=1275&Item
id=546>.
Diferentes espécies escavam tocas onde passam grande parte do tempo, se camuflando ou
escondendo-se dos seus predadores. O linguado, por exemplo, enterra-se na areia como
forma de proteção, confundindo-se com a areia do fundo do estuário. Outros exemplos de
animais que vivem nos estuários são os ceriantos, vieiras, cenoura-do-mar e peixe-boi.
Algumas espécies de pássaros são comuns nesse ecossitema, como as gaivotas que se
alimentam no lodo do estuário, as garças (Egretta thula), biguá (Phalacrocorax olivaceus) os
pelicanos e cormoranes (pássaros mergulhadores) (CAIN; BOWMAN; HACKER, 2011). Os
estuários estão cada vez mais ameaçados pela poluição das águas levadas pelos rios. Os
nutrientes provindos de fontes agrícolas rio acima podem causar zonas mortas nesses locais
e perdas de diversidade biológica.
PÂNTANOS SALGADOS
Os sedimentos terrestres transportados para o litoral pelos rios formam zonas pantanosas
rasas, dominadas por plantas vasculares emergentes, neste caso, refere-se a plantas cujas
partes aéreas elevam-se acima da lâmina d’água, incluindo gramíneas, juncos e ervas de
folhas largas (fig. 21). Conforme debatem Cain, Bowman e Hacker (2011), nesses pântanos
salgados, como ocorre nos estuários, a entrada de nutrientes dos rios aumenta a produtividade
biológica. A inundação periódica dos pântanos na maré alta resulta em um gradiente de
salinidade nos pântanos, as partes mais elevadas são mais salinas, pois a inundação pouco
FLORESTAS DE MANGUES
Estuários costeiros rasos e as regiões próximas salgadas pela maré alta de regiões tropicais
e subtropicais são habitados por árvores e arbustos perenes tolerantes à salinidade. Essas
plantas lenhosas são coletivamente referidas como “mangues”, mas não fazem parte de um
único grupo taxonômico; os mangues incluem espécies de 16 famílias vegetais diferentes.
As raízes do mangue retêm lama e sedimentos transportados pela água, que formam e
modificam o contorno da costa. Assim como os pântanos salgados, as florestas de mangue
As florestas de mangue estão ameaçadas pelo desenvolvimento humano nas áreas costeiras,
particularmente o desenvolvimento de fazendas de camarão, bem como pela poluição aquática,
desvio das fontes de água doces continentais e pelo corte das florestas por causa da madeira.
Costões rochosos proporcionam um substrato estável ao qual uma coleção diversa de algas e
animais podem se fixar, impedindo de serem levados pelo bater das ondas. O ambiente físico
da zona entremarés alterna-se entre marinho e terrestre com a subida e descida das marés.
Entre os limites da maré cheia e maré baixa, uma multidão de organismos está organizada em
zonas associadas com a sua tolerância para variações na temperatura, salinidade, dessecação,
ação das ondas e interações com outros organismos. De acordo com Cain, Bowman e Hacker
(2011), os organismos sésseis, ou seja, fixos, como cracas, mexilhões e algas marinhas,
devem enfrentar esses estresses a fim de sobreviver, já os organismos móveis, como estrela-
do-mar e ouriço-do-mar, podem mover-se para poças da maré a fim de minimizar a exposição
a esses estresses.
Litorais arenosos
Ao olharmos para as praias arenosas, logo nos remete a ideia de que este ambiente é
desprovido de vida. Apesar do substrato arenoso não proporcionar uma superfície de fixação
estável como uma costa rochosa, e a falta de algas aderidas limitar o suprimento de alimento
potencial para os animias herbívoros e a ação das ondas limitar adicionalmente o potencial
para o desenvolvimento das comunidades biológicas, embaixo da areia, invertebrados
como mariscos, vermes marinhos e tatuíras encontram habitat adequado para manter suas
populações. Organismos menores, como vermes poliquetos, pequenos animais relacionados
Recifes de corais
Como discorre Cain, Bowman e Hacker (2011), próximo da costa, a luz solar é suficiente para
alcançar o fundo do oceano, permitindo assim o estabelecimento de organismos fotossintéticos.
Da mesma forma que as plantas terrestres, esses organismos fornecem energia para sustentar
as comunidades de animais e micro-organismos, bem como estrutura física para criar habitat
para outros organismos, incluindo refúgios de predadores. A diversidade e complexidade dos
habitats proporcionadas pelos organismos fotossintéticos suportam considerável diversidade
biológica.
Em águas oceânicas quentes e rasas, corais, vivem em íntima associação com algas, formando
grandes colônias. Muitos corais constroem uma estrutura semelhante a um esqueleto,
extraindo carbonato de cálcio da água do mar. Com o passar do tempo, esses esqueletos de
coral amontoam-se em maciças formações denominadas de recifes. A formação de recifes
é auxiliada por outros organismos que extraem outros minerais da água do mar, como as
esponjas que precipitam a sílica. A associação única desses organismos dá origem a um
complexo habitat que sustenta uma rica comunidade marinha, conforme demonstra a figura
22 e 23.
Fonte: <http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/acidez_oceanica_afeta_corais.html>.
Kelps
Kelps, leitos de kelps ou florestas de kelps são algas enormes de coloração marrom de vários
gêneros diferentes. Habitam águas oceânicas temperadas claras e rasas (menos de 15 metros)
e suportam uma rica e dinâmica comunidade de vida marinha. Esses organismos possuem
tecidos especializados, semelhante às folhas, denominadas de frondes, também possuem
caules (estipes) e raízes (apreensórios).
Seagrass
Importantes componentes das zonas biológicas rasas infralitorâneas com menos de 5 metros
de profundidade, os leitos de seagrass são compostos por plantas floríferas submersas, embora
não sejam estreitamente relacionadas às plantas da família das gramíneas. Morfologicamente,
são similares às suas parentes terrestres, possuem raízes, caules, folhas e flores, as quais são
polinizadas embaixo d´água.
Embora ocupem uma pequena porção da superfície terrestre, riachos, rios e lagos são
essenciais na conexão entre ecossistemas terrestres e marinhos. De acordo com Cain,
Bowman e Hacker (2011), os rios e lagos processam a assimilação de elementos químicos e
energia do sistema terrestre e os transportam para os oceanos. A diversidade biológica dos
sistemas de água doce refletem as características físicas da água incluindo sua velocidade,
por exemplo, rios e riachos de água corrente versus lagos e lagoas; sua temperatura, incluindo
as variações sazonais; quão profundamente a luz pode penetrar, a transparência; e suas
características químicas, tais como salinidade, nutrientes e pH.
- Os rios e riachos:
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM
Os rios que formam ecossistemas de água doce são considerados o meio de vida natural mais
ameaçado do planeta. Embora ocupem apenas 1% da superfície terrestre, estes ecossistemas
abrigam cerca de 40% das espécies de peixes e 12% dos demais animais. Só o rio Amazonas
possui mais de três mil tipos de peixes.
A composição das comunidades biológicas em riachos e rios varia com a ordem do curso de
água, porém os efeitos humanos em sistemas de água doce têm sido significativos e extensos.
A maioria dos rios foram alterados em resultado das atividades humanas, incluindo a poluição,
aumento na entrada de sedimentos e pela introdução de espécies nativas. Riachos e rios têm
sido usados como condutos para descarte de esgoto e resíduos industriais. Esses poluentes,
muitas vezes, alcançam níveis tóxicos para muitos organismos aquáticos. Aplicações
excessivas de fertilizantes em cultivos agrícolas resultam na lixiviação de compostos para a
água subterrânea e por fim para os rios. A entrada de nitrogênio e fósforo, provenientes dos
fertilizantes, altera a composição e a abundância dos organismos aquáticos.
- Lagos e lagoas:
Lagos e outras águas estacionárias ocorrem onde depressões naturais foram preenchidas
com água, ou onde os seres humanos represaram rios para formar reservatórios.
Lagos e lagoas também podem ser formados quando geleiras abrem depressões ou deixam
A variação no tamanho dos lagos é grande, desde pequenas lagoas até imensos lagos como,
por exemplo, o da Sibéria, com 1.600 metros de profundidade e 31.000 km2. O tamanho de
um lago e sua profundidade têm importantes consequências para seu status energético e
nutricional, e portanto, para a composição de suas comunidades biológicas.
Dois pólipos de uma mesma colônia do coral Mussismilia harttii, um totalmente branqueado e outro
A doutora Zelinda Leão, uma das líderes do laboratório de Estudos Costeiros do Instituto de Geoci-
ências da Universidade Federal da Bahia (UFBA), apontou que algumas espécies de corais são mais
afetadas que outras. “Tanto no percentual de colônias branqueadas como no grau de branqueamento.
Estes percentuais variaram dentro de um mesmo recife, em recifes localizados na mesma região ou
em áreas recifais diferentes”, conta Zelinda. Como exemplo, seu trabalho cita a espécie Mussismilia
braziliensis, que apresentou baixa frequência de colônias branqueadas nos recifes no Parque Na-
cional Marinho de Abrolhos (inferior a 3%), enquanto que nos recifes das Ilhas de Tinharé e Boipeba
(no litoral Sul baiano) o percentual de colônias branqueadas desta espécie alcançou 24%. Vale dizer
ECOSSISTEMAS TERRESTRES
Os efeitos da conversão solo e a extração de recursos pelos seres humanos são cada vez mais
aparentes na superfície terrestre. As modificações humanas dos ecossistemas começaram
no mínimo há 10.000 anos com o uso do fogo como instrumento para remover florestas e
aumentar o tamanho das populações de caça. As maiores mudanças ocorreram ao longo
dos últimos 150 anos, com o início da agricultura mecanizada e a derrubada de árvores e
um aumento exponencial da população humana. Como descrevem Harrison e Pearce (2001),
entre 50 a 60% da superfície do solo terrestre foram alteradas pelas atividades humanas,
principalmente a agricultura, silvicultura e pecuária. Como resultado dessas influências, a
distribuição potencial e efetiva dos biomas são notavelmente diferentes.
As florestas tropicais pluviais são encontradas em regiões de baixa latitude, entre 10°
Norte e Sul em relação à linha do Equador, com precipitação anual que geralmente excede
2.000 milímitros (mm) e, em algumas florestas, atinge mais de 10.000 mm. Essas florestas
desenvolvem-se em temperaturas quentes, sazonalmente invariáveis. A precipitação
Segundo Ricklefs (2003), estas condições ocorrem em três importantes regiões dos trópicos:
primeiro, as bacias do Amazonas e do Orinoco da América do Sul, com áreas adicionais na
América Central e ao longo da costa atlântica do Brasil, constituem a floresta pluvial americana.
Segundo, a àrea do extremo sul da África oeste que estende-se em direção ao leste através
da bacia do rio Congo e constitui a floresta pluvial africana. Terceiro, a floresta pluvial indo-
málasia cobre que parte do sudeste da Ásia (Vietnã, Tailândia e a Península da Malásia),
as ilhas entre a Ásia e a Austrália, incluindo as Filipinas, Bornéu e Nova Guiné e a costa de
Queesland na Austrália, como demonstra a figura 24a e 24b.
Os ritmos climáticos sazonais estão ausentes neste bioma, as plantas crescem continuamente
ao longo do ano. As florestas tropicais pluviais possuem uma quantidade alta de biomassa
vegetal viva e incluem os ecossistemas mais produtivos da Terra. Estima-se que elas
contenham 50% das espécies da Terra em 11% de sua cobertura vegetal terrestre (DIRZO;
RAVEN, 2003). Este bioma é caracterizado por árvores latifoliadas e decíduas. Sendo a luz
um importante fator ambiental de determinação da estrututura da vegetação destas florestas.
Fonte: <http://www.infoescola.com/biomas/floresta-tropical/>.
Fonte: <http://meioambiente.culturamix.com/ecologia/flora/floresta-tropical-pluvial>.
Nos trópicos terrestres, além de 10º da linha do Equador, os climas tropicais frequentemente
apresentam uma estação seca pronunciada, correspondente ao inverno das latitudes mais
altas. A resposta da vegetação a esse gradiente climático inclui estatura mais baixa, menores
densidades de árvores e um grau crescente de deciduidade causado pela seca, com árvores
perdendo as folhas durante a estação seca. Além disso, há maior abundância de gramíneas e
arbustos com menos árvores do que em relação às florestas tropicais pluviais.
Este bioma inclui um complexo sistema denominado por árvores, incluindo as florestas tropicais
secas, as florestas espinhosas e as savanas tropicais. A frequência de queimada aumenta
com a extensão da estação seca, influenciando a forma de crescimento da vegetação. As
queimadas recorrentes, às vezes provocadas pelo homem, promovem o estabelecimento de
savanas (figura 25).
As savanas são comunidades dominadas por gramíneas entremeadas por árvores e arbustos,
e se espalham sobre grandes áreas dos trópicos secos, especialmente em altitudes elevadas
do leste da África. De acordo com Ricklefs (2003), a precipitação normalmente é de 900
a 1.500 mm por ano, mas 3 ou 4 meses mais secos recebem menos de 50 mm cada. Os
incêndios e a pastagem indubitavelmente representam importantes papéis na manutenção do
cárater do bioma da savana, particularmente em regiões mais úmidas, porque as gramíneas
podem persistir melhor que outras formas de vegetação sob ambas as influências.
As floretas tropicais estacionais e as savanas cobriram uma área maior do que as florestas
pluviais. Conforme discorre Cain, Bowman e Hacker (2011), a crescente demanda humana
pelo suprimento de madeira e de terras para a agricultura resultou em taxa de redução das
florestas tropicais estacionais e das savanas iguais ou maiores do que aquelas das florestas
tropicais pluviais.
Fonte: <http://meioambiente.culturamix.com/natureza/savana-africana>.
Desertos quentes
Sara
Arábico
Namibia
Calaári Australiano
Fonte:<http://www.prof2000.pt/users/elisabethm/geo7/clima/climas.htm>.
Fonte:<http://www.noticiasvirtuais.com.br/index.php?mega=codigo_noticias&cat=Cidade&c
od=30900>.
Fonte: <http://ciencia.hsw.uol.com.br/biomas2.htm>.
Ricklefs (2003) descreve que a zona climática mediterrânea está distribuída em 30º e 40° a
norte da linha do Equador, sendo um pouco mais alta na Europa, no lado oeste das massas
continentais, onde as correntes de água fria e ventos vindos dos continentes dominam o
clima. Esse clima é denominado de mediterrâneo. Os climas mediterrêneos ocorrem nas
costas ocidentais das Américas, África, Austrália e Europa. Este clima é caracterizado pela
assincronia entre a precipitação e a estação de crescimento. A precipitação ocorre no inverno,
e o tempo quente e seco ocorre em todo final de primavera, verão e outono.
Fonte: <http://www.meteopt.com/forum/biosfera-atmosfera/biodiversidade-2732-10.html>.
Esse clima sustenta a vegetação arbustiva, espessa, perene, ou seja, com ciclo de vida mais
longo, sua altura varia entre 1 a 3 metros, com profundas raízes e folhagens resistentes à seca.
As folhas perenes permitem às plantas serem ativas durante os períodos mais frios e mais
úmidos e também reduzir suas demandas por nutrientes, já que não precisam desenvolver
novas folhas todos os anos. Conforme demonstra Cain, Bowman e Hacker (2011), muitas
plantas do clima mediterrâneo têm folhas do tipo esclerófilas, ou seja, mais resistentes e duras.
Essas plantas são bem adaptadas ao clima seco e podem continuar a fazer a fotossíntese e
As folhas decíduas são uma solução para não passar pelo estresse de longos períodos de
tempo frio na zona temperada, pelo fato de serem mais sensíveis ao congelamento do que
outros tecidos vegetais. As florestas temperadas decíduas ocorrem em área de precipitação
suficiente, entre 500 a 2.500 mm por ano (figura 29a e b) para sustentar o crescimento de
árvores, e os solos são suficientemente férteis para suprir a necessidade nutricional devido à
queda das folhas. Esse tipo de bioma é restrito ao hemisfério norte, uma vez que o hemisfério
sul contém menos área de terras emersas e faltam áreas extensas aos climas continentais
associados a esse tipo de floresta.
Fonte: <http://www.infoescola.com/biomas/floresta-temperada/>.
Fonte: <http://www.klickeducacao.com.br/enciclo/encicloverb/0,5977,RPT-10732,00.html>.
Plantas como carvalho, bordos e faias são comuns neste ecossistema; a estrutura vertical das
florestas inclui um dossel de espécies arbóreas como plantas mais baixas, arbustos e ervas
de folhas largas. A diversidade das espécies é menor do que em florestas tropicais, mas pode
incluir até 3.000 espécies de plantas. Distúrbios como o fogo não tem papel importante na
determinação do desenvolvimento e na persistência da vegetação.
O bioma de floresta decídua foi por muito tempo um foco para o desenvolvimento agrícola. Os
sólos férteis e o clima são propícios ao crescimento das culturas agrícolas, mas desde o início
do século XX, a agricultura gradualmente se transferiu para os trópicos, particularmente para
as Américas.
Fonte: <http://www.icb.ufmg.br/treeatlan/treeatlan_3_abrangencia.htm>.
Florestas boreais
Acima de 50º norte da linha do Equador, a severidade dos invernos aumenta. Temperaturas
mínimas de -50°C são comuns em locais como a Sibéria, e temperaturas abaixo de zero podem
durar até seis meses. De acordo com Cain, Bowman e Hacker (2011), a condição do tempo
A floresta boreal ocupa a zona entre 50º e 65° norte da linha do Equador, esse bioma também
é conhecido como taiga. Ele é composto por espécies de coníferas, pinheiros e lariços. Embora
a floresta boreal seja encontrada apenas no hemisfério norte, é um dos maiores biomas em
área e contém um terço da superfície florestada da Terra.
Fonte: <http://cienciaemdia.folha.blog.uol.com.br/arch2009-08-30_2009-09-05.html>.
Fonte: <http://www.infoescola.com/geografia/taiga-floresta-de-coniferas-ou-floresta-boreal/>.
A condição fria e úmida dos solos desse ecossistema limita a decomposição do material
vegetal, tais como: folhas, madeira e raízes. Esses solos, portanto, contêm grandes
quantidades de matéria orgânica, já que a taxa de crescimento vegetal excede a taxa de
decomposição. Durante secas prolongadas no verão, as condições são propícias a queimadas
florestais provocadas por raios, essas queimadas podem atingir tanto as árvores quanto o solo.
A combustão do solo pode continuar a queimar lentamente por vários anos, mesmo através
dos invernos gélidos. Na ausência do fogo, o crescimento florestal intensifica a formação do
permafrost, pela redução da radiação solar. Em áreas mais baixas, o solo torna-se saturado,
matando as árvores e formando extensas turfeiras (CAIN; BOWMAN; HACKER, 2011).
Em relação aos outros biomas, as florestas boreais foram pouco afetadas pelas atividades
humanas. A atividade madeireira ocorreu em algumas regiões, assim como a produção de
óleo e gás.
Tundras
De acordo com Ricklefs (2003), ao norte da floresta boreal, na assim chamada zona
climática polar, situa-se a tundra ártica, uma extensão sem árvores sustentada por solo
A tundra tem várias semelhanças com a floresta boreal: as temperaturas são baixas, é
grosseira, o permafost não se desenvolve, os solos podem ser secos e as plantas podem
ser capazes de lidar com a baixa disponibilidade de água. Esses desertos polares são mais
comuns em latitudes mais altas, onde a tundra é encontrada (figura 32a e b).
Fonte: <http://megaarquivo.com/2011/06/23/3428-planeta-terra-tundra-e-florestas-boreais/>.
Fonte: <http://www.cotf.edu/ete/modules/msese/earthsysflr/tundra.html>.
Devido à grande extensão territorial brasileira, existe um complexo mostruário das principais
paisagens e ecologias do planeta. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o país possui oito biomas diferentes: Caatinga, Campos, Cerrado, Floresta Amazônica,
Mata Atlântica, Mata de Araucária, Pantanal e as Zonas Litorâneas (FELFILI, 2003).
Biomas terrestres
Caatinga
Com extensão territorial de 800 mil quilômetros quadrados, presente nos Juntos, os estados
do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, Piauí e no
norte de Minas Gerais, possuem cerca de 800 mil quilômetros quadrados, formando um bioma
Figura 33 - Caatinga
Fonte: <http://www.infoescola.com/meio-ambiente/desmatamento-da-caatinga/>.
Campos
Conforme discorre Cruz (2010, p.39), “Os campos são caracterizados por vegetação composta
de herbáceas, gramíneas e pequenos arbustos esparsos”. Esse bioma está distribuído em
áreas descontínuas do Brasil, sendo encontrado na Região Norte (Amazonas, Roraima e
Pará) em forma de savanas de gramíneas baixas; e na Região Sul, com as pradarias mistas
subtropicais (FELFILI, 2003).
Fonte: <http://br.viarural.com/servicos/turismo/parques-nacionais/dos-campos-amazonicos/default.htm>.
Cerrado
Este bioma é o segundo maior brasileiro e está presente em diferentes regiões, entretanto é
na região Centro-Oeste que ele predomina. Apresenta clima quente e períodos alternados
de chuva e seca. Sua vegetação é composta por árvores esparsas, arbustos e gramíneas.
Segundo Cruz (2010, p. 56), “uma das principais características do cerrado são as árvores
com caules tortuosos e folhas coriáceas, além do solo com poucos nutrientes e com grande
concentração de alumínio”.
Figura 35 - Cerrado
Fonte: <http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2009/11/a-historia-do-cerrado>.
Essa é a maior floresta tropical do mundo, compreendendo cerca de 42% do território nacional.
A floresta Amazônica está presente nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, além de outros países sul-americanos. Esse é
o bioma que possui a maior biodiversidade do planeta. Entre as espécies animais estão: jabuti,
paca, anta, jacaré, sucuri, macacos entre outros.
Fonte: <http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/biomas-brasileiros.htm>.
Mata amazônica
Cruz (2010) descreve que a Mata Atlântica engloba os estados do Piauí ao Rio Grande do Sul.
Esse bioma é um dos mais ricos do mundo em espécies da flora e da fauna. Sua vegetação
é bem diversificada e é representada pela peroba, ipê, quaresmeira, cedro, jequitibá-rosa,
Mata de araucária
A floresta de Araucária é um bioma típico de regiões com clima subtropical. No Brasil, ela
está presente nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sua
vegetação é composta por árvores com folhas em formato de agulha, e a espécie predominante
é o pinheiro-do-paraná.
Fonte: <http://www.grupoescolar.com/pesquisa/mata-araucaria.html>.
Pantanal
O Pantanal está localizado no sudoeste de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul,
encontra-se também no Paraguai e na Bolívia. Esse bioma é considerado uma das maiores
Figura 38 - Pantanal
Fonte: <http://www.pantanalecoturismo.tur.br/>.
BIOMA MARINHO
Manguezal
Conforme descreve Cruz (2010) e Felfilini (2003), o Brasil possui uma costa litorânea de mais
de 7 mil quilômetros de extensão em linha contínua. A paisagem do litoral brasileiro é bem
diversificada, composta por dunas, ilhas, recifes, costões rochosos, baías, estuários, brejos e
falésias.
Figura 38 - Manguezal
Fonte: <http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2009/264/manguezais-as-florestas-da-
amazonia-costeira>.
2ª#M#E#(*O&S'#"%"T81&."#0*;*(=#"O&(#.'%'#7%#U-'1,'#0*#&1)*RS'U#-"("#'#.!&%"#O!'N"!K#D*O710'#
estudo divulgado em fevereiro por cientistas da Universidade de Oxford, do Instituto Pots-
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mais vulnerável à mudança climática depois do Oceano Ártico. A ideia central é que o
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temperaturas globais, que assim causariam secas.
3ª - A biodiversidade gigantesca do bioma, que ainda faz dele o mais rico do mundo em recur-
sos naturais.
Desmatamento
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igarapés. Devido a essa riqueza e biodiversidade, o extrativismo vegetal tornou-se a principal ativi-
dade econômica da região, e também o principal foco de disputa entre nativos, governo e indústrias
nacionais e internacionais. Ao todo, são mais de 200 espécies diferentes de árvores por hectare que
são foco direto do desmatamento, principalmente as madeiras nobres, como o mogno e o pau-brasil.
Desmatamento foi alto em julho deste ano, mas o acumulado foi o menor desde 2004, informou o
Inpe/Foto: Ana Cotta
BIOLOGIA E BIODIVERSIDADE | Educação a Distância 197
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“Estamos perdendo coisas que a gente nem sabe que existe. Como, por exemplo, a mandioca que é
.7!,&;"0"#-*!'+#-';'+#&10IO*1"+K#]#%*0&0"#67*#"#O*1,*#0*+,(A&#"#)'(*+,"2#*++"+#-!"1,"+#;S'#*%N'("K#
Ou seja, são alimentos que a gente vai perdendo”, informou à Rádio Nacional da Amazônia o biólogo
Antônio Mauro dos Anjos, que também é analista ambiental do Parque Nacional Serra da Cutia.
Além de trazer sérios problemas para o planeta por conta da emissão de gás carbônico, o desmata-
mento compromete o andamento de pesquisas genéticas e medicinais. Isso porque muitas dessas
plantas estão exclusivamente na Amazônia. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa da Ama-
zônia (Inpa), são mais de 10 mil espécies que podem ser usadas na medicina, na indústria cosmética
e para controle biológico de pragas.
Dados
Em 1º de setembro, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apon-
taram que o desmate acumulado entre agosto de 2008 e julho de 2009 é o menor desde o ano de
2004, quando teve início a série histórica do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real
(Deter) - mais rápido que o Prodes, detecta devastações acima de 25 hectares. No entanto, houve
aumento na degradação da Amazônia no último mês de julho, em comparação com o mesmo período
do ano passado.
Índios são de suma importância para a preservação da cultura local/Foto: Fábio Rodrigues Pozze-
bom/ABr
Mas não é só de música que vive a cultura amazônica. Os traços da cerâmica marajoara, desenvolvida
pelos indígenas na Ilha de Marajó entre os anos 400 e 1400 depois de Cristo (dC), são elementos
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Museu do Índio, Fábio Freitas, comentou sobre o valor das peças – no espaço, há réplicas das obras,
e há originais nos museus Histórico Nacional (no Rio de Janeiro) e Americano de História Natural
k*%#j';"#l'(mnK#oW#O("C+%'2#-"("#'#&10IO*1"2#,*%#7%"#&%-'(,H1.&"#%7&,'#O("10*2#67*(#+*@"#1"#=(*"#
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defendeu.
Outro elemento relevante na arte regional é o folclore, especialmente representado pelo bumba-meu-
-boi. Conhecido em todo o Brasil, a expressão se destaca no Maranhão e no Amazonas. O município
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme vimos nesta unidade, as zonas biológicas marinhas são determinadas pela
profundidade, disponibilidade de luz e estabilidade do substrato do fundo. Assim, os estuários
e pântanos salgados e florestas de mangue ocorrem em zonas pouco profundas entre os
sistemas terrestres e marinhos, e são influenciados pela importação da água doce e sedimentos
pelos rios vizinhos. Já os recifes de corais, os leitos de kelp e as seagrass são comunidades
reprodutivas com elevada diversidade e as comunidades biológicas do mar aberto e zonas
bentônicas contêm populações esparsas de organismos, cuja distribuição é determinada pela
disponibilidade de luz e proximidade ao fundo.
Leituras sugeridas:
Livro: Twilight of the Mammoths: Ice Age Extinctions and the Rewilding of America.
Autor: Paul S.Martin, Harry W. Greene.
Editora: California Universit
Interessante livro que examina o papel controverso dos seres humanos na rápida extinção dos gran-
des mamíferos durante os últimos 50.000 anos.
ATIVIDADE DE AUTOESTUDO
1) Por que os biomas terrestres são caracterizados usando as formas de crescimento das
formas dominantes de plantas que os ocupam?
Pn# f'(#67*#;'.g#".4"#67*#'+#N&'%"+#+S'#.!"++&C#."0'+#0*#".'(0'#.'%#+7"+#."(".,*(I+,&."+#
vegetais, e não diferenças na forma animal?
Neste material, meu objetivo foi levar a você, aluno, conhecimentos relevantes que envolvem a
biologia e a biodiversidade, não apenas conhecimentos para a academia, mas sim para a vida,
vocês quanto cidadão, em quanto ser humano habitante de um meio tão rico e complexo, do
qual dependemos para sobreviver.
Na segunda unidade, o tema foi debatido a distribuição das espécies de acordo com a região
geográfica. Com o auxílio da tecnologia, conseguimos alcançar áreas antes inalcançáveis,
permitindo a averiguação do desmatamento e devastação de determinados locais e a
probabilidade do manejo correto para que aquelas comunidades fossem restabelecidas. No
terceiro momento do livro, interpretamos quais as principais ameaças que a biodiversidade
global atualmente encontra, abordando questões que envolvem mais uma vez a relação
homem/meioambiente. Na penúltima unidade, as questões que envolvem a conservação de
populações e comunidades foram evidenciadas, deixando claro de que a degradação ao meio-
ambiente pode afetar a genética das populações e comunidades envolvidas, ficando explicito
como esse impacto é prejudicial a biodiversidade do planeta.
Para finalizar o nosso material, contamos com uma unidade que resgata os conhecimentos
que envolvem os biomas de nosso planeta. Esses ecossistemas são divididos em três
categorias: biomas terrestres, biomas de água doce e biomas marinhos, importantíssimos
para a compreensão da vida dos seres que os habitam. Os biomas brasileiros também foram
descritos.
BIOLOGIA E BIODIVERSIDADE | Educação a Distância 203
Espero que esses conhecimentos tenham contribuído com a sua carreira acadêmica e futuro
profissional, e principalmente como habitante desse ecossistema que deve ser “tratado” e
preservado o mais urgente possível.
Abraços,
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Árvores decíduas: são plantas que, em alguma época do ano, deixam cair suas folhas. A
maior parte dessas plantas são de clima temperado.
Assexuada: reprodução assexuada ou vegetativa, a que não se faz por intermédio de células
reprodutoras ou gametas como, por exemplo, a enxertia ou estaca e o alporque.
Bioacumulados: é o processo por meio do qual os seres vivos absorvem e retêm substâncias
químicas no seu organismo; pode ser de uma forma direta por meio do ambiente que os
envolve (bioconcentração) e indiretamente a partir da alimentação (biomagnificação).
Chupin: Molothrus, gênero de pássaros que roubam ovos de outros gêneros de pássaros.
Comunidade: inclui todas as populações que habitam uma área específica ao mesmo tempo.
Comunidades insulares: são áreas formadas por conjuntos de ilhas, ou seja, arquipélagos,
que podem ser classificadas segundo três critérios: origem, formação e localização.
Dispersão em salto: evento de dispersão a longa distância pelo qual uma espécie coloniza
uma nova região geográfica.
Doença de lyme: a doença de Lyme (ou borreliose de Lyme) é uma doença causada pela
Dossel: nas florestas, a vida animal e vegetal nem sempre é encontrada sobre o chão, mas
sim nas folhagens das árvores muito acima do chão, conhecidas como dossel. O dossel, que
pode ter mais do que 25 metros de altura, é resultado da sobreposição dos galhos e folhas
das árvores.
Ecótino: área de transição entre duas comunidades ecológicas adjacentes, tais como floresta
e campina, resultante da competição mútua entre organismos comuns às duas.
Espécies dominantes: espécie que tem grande efeito sobre a comunidade em virtude do seu
tamanho ou abundância, sua forte habilidade competitiva ou sua disposição no habitat por
alimento ou de outras espécies.
Espécies-chave: grupo funcional ou população sem redundância, uma espécie que tem
influência dominante na estrutura e no funcionamento de uma comunidade ou ecossistema.
Espécie: do latim species, tipo. Um tipo de organismo; as espécies são designadas por
nomenclatura binomial escrita em itálico.
Fotossíntese: processo que utiliza a luz solar para produzir energia necessária para captar
CO2 e sintetizar açúcar.
Latifoliada: significa que a árvore tem folhas largas. Dessa forma, a superfície de contato é
maior, facilitando a transpiração. Se o ambiente é muito úmido, a árvore tem a possibilidade de
absorver muitos nutrientes do solo que chegam até ela, dissolvidos na água
Líquens: vegetal que vive no solo, nas árvores, nas pedras, formado de um talo achatado e
ramoso, em que vivem associados (simbiose) cogumelo e alga. Os líquens formam uma classe
dos talófitos. A alga é capaz de produzir o próprio alimento, mas precisa de água para viver. O
fungo conserva a água que absorve, mas não tem capacidade de produzir o próprio alimento.
Lixiviação: lixiviação é o processo de extração de uma substância de sólido por meio da sua
dissolução num líquido. É um termo utilizado em vários campos da ciência como a geologia,
ciências do solo, metalurgia e química.
Micorrizas: associação simbiótica entre as raízes de plantas e vários tipos de fungos que
usualmente são mutualísticas.
Musgos: nome dado a várias plantas briófitas, que formam uma espécie de relva ou limo sobre
a terra, no tronco das árvores, nos muros velhos etc., e das quais há mais de três mil espécies
conhecidas.
População: grupo de indivíduos da mesma espécie que vivem dentro de uma área particular
e interagem uns com os outros.
Pradarias: uma pradaria ou relvado é uma planície vasta e aberta onde não há sinal de árvores
nem arbustos, com capim baixo em abundância.
Seleção natural: processo no qual indivíduos com certas características hereditárias tendem
a sobreviver e a reproduzir com mais sucesso do que indivíduos com outras características
hereditárias.
Taxon: termo geral para qualquer uma das categorias taxônomicas, tais como espécie, classe,
ordem, filo.
Turfeiras: espécie de hulha de formação recente, de cor escura, leve, esponjosa, produzida
por matérias vegetais carbonizadas.