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PROPOSTA DE APROVEITAMENTO E USO DE ÁGUAS CINZAS, PLUVIAIS E DE

CONDENSAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO LABORATÓRIO DE APOIO AO


DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO (LADETEC) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO – UFRJ.

Richard Almeida de Sena

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de


Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Engenheiro civil.

Orientador: Jorge Henrique Alves Prodanoff


Rio de Janeiro
PROPOSTA DE APROVEITAMENTO E USO DE ÁGUAS CINZAS, PLUVIAIS E DE
CONDENSAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DO LABORATÓRIO DE APOIO AO
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO (LADETEC) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO – UFRJ.

Richard Almeida de Sena

PROJETO DE GRADUAÇÃO APRESENTADO AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA


ESCOLA POLITÉCNICA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COMO
PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO.
Examinada por:

_____________________________________________
Prof: Jorge Henrique Alves Prodanoff

_____________________________________________
Prof: Mônica Pertel

_____________________________________________
Prof: Isaac Volschan Júnior

_____________________________________________
Prof: Elaine Garrido Vasquez

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL


MARÇO de 2018
Sena, Richard Almeida de
Proposta de aproveitamento e uso de águas cinzas,
pluviais e de condensação nas instalações do Laboratório
de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (LADETEC)
da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ./
Richard Almeida de Sena. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola
Politécnica, 2018.
X, 55 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Jorge Henrique Alves Prodanoff.
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/
Curso de Engenharia Civil, 2018.
Referencias Bibliográficas: p. 56 - 58.
1.Reúso de água 2.Recursos hídricos. 3. Instalações
hidráulicas.
I. Jorge Henrique Alves Prodanoff. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de
Engenharia Civil. III. Trabalho de Graduação.

1
Resumo do projeto de graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Proposta de aproveitamento e uso de águas cinzas, pluviais e de condensação nas


instalações do Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (LADETEC) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Richard Almeida de Sena

Março/ 2018.

Orientador: Jorge Henrique Alves Prodanoff

Curso: Engenharia Civil

A partir da análise de geração de água não potável das diversas fontes presentes, água de
condensação do sistema de condicionamento de ar, água cinza e águas pluviais, do perfil de
consumo do Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, – LADETEC - além do estudo
das características físicas da edificação, tornou-se possível tomar decisões a cerca da melhor forma
de integrar todas as fontes de água ao sistema de tratamento e aparelhos hidráulicos que receberiam
a água em questão. As três fontes foram avaliadas quantitativa e qualitativamente a partir de
medições e análises, no caso da água de condensação, ou a partir de vasto levantamento
bibliográfico e estimativas matemáticas apropriadas. Os volumes conjuntos das fontes
correspondem a uma geração de água, capaz de satisfazer as necessidades deste recursos para os
usos pretendidos nas atividades internas da edificação e ainda gerar significativo excedente o qual
pode ser direcionado para atividades de irrigação e limpeza de vias na área da Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Desta forma, a água não potável mostrou-se um importante recurso para ser
utilizado em complemento ao abastecimento da concessionária de água, gerando significativa
economia de água.

Palavras chave: reúso de água, água cinza, água pluvial, água de condensação, instalações
hidráulicas, recursos hídricos.

2
Summary of the undergraduate project presented to the Polytechnic School / UFRJ as part of
the requisites required to obtain the degree of Civil Engineer.

Proposal of use of graywater, rainwater and condensation water in the facilities of the
Laboratory of Support to Technological Development (LADETEC) of the Federal University of Rio
de Janeiro - UFRJ.
Richard Almeida de Sena

March 2018.

Advisor: Jorge Henrique Alves Prodanoff

Course: Civil Engineering

From the analysis of non-potable water generation from the various sources present,
condensation water from the air conditioning system, gray water and rainwater, from the
consumption profile of the Laboratory for Support to Technological Development, - LADETEC - in
addition to the study of physical characteristics of the building, it became possible to make
decisions about how best to integrate all sources of water into the treatment system and hydraulic
apparatus that would receive the water in question. The three sources were evaluated quantitatively
and qualitatively from measurements and analyzes, in the case of condensation water, or from a
large bibliographical survey and appropriate mathematical estimates. The joint volumes of the
sources correspond to a generation of water, able to satisfy the needs of this resources for the
intended uses in the internal activities of the building and still generate significant surplus which
can be directed to irrigation and cleaning activities of the University area Federal University of Rio
de Janeiro. In this way, non-potable water proved to be an important resource to be used in addition
to supplying the water utility, generating significant water savings.

Key words: reuse of water, gray water, rainwater, condensation water, hydraulic facilities,
water resources.

3
Sumário
1Introdução...........................................................................................................................................1
1.1Objetivos.....................................................................................................................................3
1.2Justificativa.................................................................................................................................4
1.3Metodologia................................................................................................................................4
1.4Estrutura do trabalho...................................................................................................................8
2Revisão bibliográfica..........................................................................................................................9
2.1Definições...................................................................................................................................9
2.2Legislação vigente....................................................................................................................11
2.3Perspectivas e evolução da legislação......................................................................................13
2.4Normatização técnica................................................................................................................14
2.5Avaliação da qualidade da água................................................................................................15
2.5.1Práticas legais internacionais............................................................................................16
2.6Sistemas de tratamento de água................................................................................................19
2.6.1Tratamento Primário.........................................................................................................20
2.6.2Tratamento Secundário.....................................................................................................20
2.6.3Tratamento terciário..........................................................................................................20
2.6.4Exigências legais do tratamento........................................................................................21
3Metodologia......................................................................................................................................22
3.1Água cinza................................................................................................................................23
3.1.1Aspectos quantitativos......................................................................................................23
3.1.2Aspectos qualitativos........................................................................................................29
3.2Água pluvial..............................................................................................................................30
3.2.1Aspectos quantitativos......................................................................................................30
3.2.2Aspectos qualitativos........................................................................................................33
3.3Água de condensação................................................................................................................34
3.3.1Aspectos quantitativos......................................................................................................34
3.3.2Aspectos qualitativos........................................................................................................39
4Resultados.........................................................................................................................................40
4.1Água cinza................................................................................................................................40
4.1.1Aspectos quantitativos......................................................................................................40
4.1.2Aspectos qualitativos........................................................................................................40
4.2Água pluvial..............................................................................................................................41
4.2.1Aspectos quantitativos......................................................................................................41
4.2.2Aspectos qualitativos........................................................................................................41
4.3Água de condensação................................................................................................................41
4.3.1Aspectos quantitativos......................................................................................................41

4
4.3.2Aspectos qualitativos........................................................................................................42
4.4Tratamento adotado..................................................................................................................42
4.5Possibilidades de utilização de água.........................................................................................46
4.5.1Descarga de bacias sanitárias e mictórios.........................................................................46
4.5.2Atividades de limpeza.......................................................................................................46
4.5.3 Irrigação...........................................................................................................................47
4.6Oferta de água não potável.......................................................................................................47
4.7Balanço quantitativo.................................................................................................................47
4.8Balanço qualitativo...................................................................................................................47
5Estratégias de implantação do aproveitamento da água de condensação.........................................49
6Considerações finais.........................................................................................................................55
7Referência bibliográfica...................................................................................................................56

5
1 Introdução
Estima-se que a quantidade de água presente na terra tenha se mantido imutável desde a
pré-história, contudo a população humana ao longo de todo o tempo experimenta um crescimento
ininterrupto e com ele o aumento da necessidade por este recurso.

Atualmente, cerca de 20% da população mundial não tem acesso regular à água potável e
aproximadamente 40% não dispõem de uma estrutura adequada de saneamento básico (ANA,
2005). A crise hídrica é uma crise diferente de tantas outras já enfrentadas na esfera energética,
econômica ou política. Segundo organismos multilaterais trata-se de uma crise de gestão, uma crise
anunciada e que apesar de seus efeitos já se fazerem sentir fortemente sobre as populações em
várias áreas do planeta pode ainda tomar contornos mais dramáticos. É uma crise que guarda ainda
um agravamento latente, consequente da cada vez maior captação de água, do despejo de efluentes,
da destruição de matas ciliares e de áreas de proteção de nascentes, da impermeabilização do solo e
consequente diminuição da alimentação das reservas subterrâneas. O resultado inevitável se traduz
numa contínua e alarmante diminuição da disponibilidade de água e do comprometimento da
qualidade dos recursos restantes.

Além dos usos diretos para nossas atividades cotidianas existe também uma forte demanda
por água na produção de inúmeros bens que fazem parte de nosso cotidiano. Existe uma demanda
por água que se oculta na nossa própria incapacidade de conhecer os processos de produção,
transformação e disponibilização de todos os itens presentes na satisfação de nossas necessidades.

Mesmo em países com grande quantidade de recursos hídricos a disponibilidade destes


recursos pode se mostrar comprometida. As precipitações e desgelos, que propiciam sua “produção”
são processos comumente sazonais e sua distribuição bastante heterogênea.

Assim, mesmo um país como o Brasil que detém aproximadamente 18% de toda a água
doce do planeta, sendo 11% oriunda de precipitações em seu próprio território e 7% água que entra
em território brasileiro através de rios originados em países vizinhos (ANA, 2005) enfrenta, graças
às sazonalidades e heterogeneidades da natureza, historicamente problemas de estresse hídrico em
algumas regiões, como a região do semiárido que se estende do norte de Minas Gerais até a zona da
mata nordestina.

1
A concentração dos recursos hídricos, no Brasil, se faz sentir fortemente com a região norte
do país concentrando aproximadamente 68% de seu volume enquanto a região nordeste, com uma
área de aproximadamente 40% da região norte, possui apenas 3% do total (ANA, 2014).

No Brasil, o desenvolvimento das atividades econômicas e o crescimento populacional que


se alia a uma contínua concentração demográfica em grandes centros urbanos, levam a um
constante crescimento da pressão sobre os recursos hídricos. Assim, já seria de se esperar encontrar
sinais do maior uso da água sobre os principais mananciais que abastecem estas áreas. Situação
fortemente agravada pela falta de cuidado com os corpos d'água resultado da falta de boas
condições sanitárias devido à insuficiência ou mesmo total ausência de redes de saneamento que
possam suprir corretamente a coleta, transporte e tratamento dos efluentes domésticos e industriais,
além de dar destinação aos resíduos sólidos e a falta de proteção do entorno dos corpos hídricos.

O resultado de tantos problemas se faz sentir sobre toda a população com a diminuição da
água disponível para o abastecimento, gerando desconforto e alterando a rotina das famílias,
levando à deterioração da qualidade ambiental e se refletindo sobre a qualidade de vida de todos os
cidadãos e causando maiores dificuldades na captação e tratamento da água levando à elevação dos
custos pagos por toda a sociedade.

Os impactos se fazem sentir ainda mais fortemente sobre a população mais pobre,
comumente mais exposta às péssimas condições sanitárias e às doenças associadas. É também sobre
esta camada da população que os inevitáveis aumentos da tarifa de água, resultantes de seu
tratamento mais caro, produzem maiores danos e levam muitas vezes a busca por alternativas
inadequadas de abastecimento expondo as pessoas aos perigos inerentes a fontes sem qualquer
controle da qualidade ou da segurança sanitária.

O aumento do valor real das tarifas de água levam não apenas as famílias mas também
órgãos públicos e empresas a se debruçarem cada vez mais frequentemente sobre o problema e a
buscarem ativamente formas de diminuir seu consumo.

Este cenário torna urgente a adoção de medidas que possam reverter as condições que
levam a precarização das condições ambientais das fontes de água e que possam racionalizar seu
uso, impactando positivamente sua qualidade e disponibilidade.

Deste modo o reúso de água surge no atual cenário como uma prática cada vez mais viável.
Segundo Mierzwa e Hespanhol (2005), o reúso da água corresponde ao uso de efluentes, tratados ou
não, para fins benéficos, tais como irrigação, uso industrial e fins urbanos não-potáveis. Pressupõe

2
sobretudo o direcionamento de reservas de água de menor qualidade, seja por suas características
químicas, físicas ou biológicas, para os usos menos restritivos. Portanto, o reúso não potável de
água pode ser feito objetivando suprir a demanda em locais que, rotineiramente, utilizam água
potável, com diferentes necessidades e associações. Entre elas estão a reserva de proteção contra
incêndio, irrigação de jardins ao redor de edifícios, residências e indústrias, gramados, árvores e
arbustos; lavagem de pisos e calçadas, entre outros (COSTA & JÚNIOR, 2005).

O reúso constitui-se assim, em uma alternativa plausível para a satisfação de tais demandas
e segundo Wendel e Knudsen (2005), libera a água de melhor qualidade para usos mais nobres e
evita-se o desperdício de água.

Assim o reúso de água para fins não potáveis, a captação e aproveitamento não potável de
águas pluviais, o tratamento de efluentes para reutilização em processos industriais tornam-se cada
vez mais importantes e mais presentes. A reutilização de água residuária vai tomando corpo e se
tornando uma fonte viável de recursos hídricos e de economia de recursos financeiros. Este é o
contexto onde o presente trabalho se insere, uma vez que se pauta no mesmo engajamento, na
procura da melhor utilização dos recursos hídricos, na incorporação de fontes disponíveis e não
efetivamente aproveitadas até o presente momento e na diminuição do consumo de água potável.

1.1 Objetivos
O objetivo deste trabalho é avaliar a viabilidade técnica da construção de um sistema de
reutilização da água gerada pelo sistema de condicionamento de ar do Laboratório de Apoio ao
Desenvolvimento Tecnológico (LADETEC) de maneira integrada aos sistemas de reúso de água
cinza e de aproveitamento de águas pluviais já presentes na edificação. Busca-se ainda realizar o
levantamento de dados, qualitativos e quantitativos, dos sistemas atuais de modo a construir uma
imagem mais apurada de suas características e potencialidades.

Para que o exposto possa ser alcançado faz-se necessário:

• Avaliar a oferta de água das diferentes fontes disponíveis, água cinza, água pluvial e água de
condensação as quais, ao final, deverão ser enviadas ao tratamento e posterior utilização.

• A verificação da capacidade do sistema de lidar com a oferta levantada e os possíveis usos a


destes recursos.

• Por fim a proposição das diretrizes básicas para as soluções que nortearão as ações para o
possível aproveitamento da água de condensação.

3
1.2 Justificativa
Para que os objetivos esperados para o projeto possam ser alcançados se faz necessário um
amplo e cuidadoso estudo das condições atuais das instalações, da qualidade das águas oriundas das
diversas fontes e que serão direcionadas ao sistema de tratamento bem como dos usos pretendidos.

Torna-se relevante portanto, realizar o conjunto das análises, levantamentos e estimativas


necessários a elucidar todas as condições envolvidas nos sistemas atuais assim como, para avaliar se
apresenta-se oportuna a ampliação de tais sistemas com a adição da água condensada no sistema de
refrigeração do LADETEC.

Somente desta maneira será possível determinar as estruturas de captação, transporte,


tratamento e distribuição que porventura precisem ser adicionadas e o real potencial das estruturas
existentes de modo a garantir a qualidade, economicidade e segurança do suprimento hídrico da
edificação.

1.3 Metodologia

Figura 1: Vista Externa do LADETEC. Av. Horácio Macedo, 1281, bloco c Cidade Universitária.

O LADETEC é vinculado ao Instituto de Química da universidade Federal do Rio de


Janeiro (UFRJ) e atua na formação de estudantes de graduação e pós-graduação além de abrigar

4
pesquisas e laboratórios especializados nas diversas áreas da química tais como o Laboratório
Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), Laboratório de Análise de Resíduos (LAB. RES),
dentre outros.

Localiza-se na Ilha do Fundão, no interior da Baía de Guanabara. A Ilha do Fundão é o


resultado da união de um conjunto de pequenas ilhas através da construção de aterros e abriga
atualmente a cidade-universitária, inaugurada em 1972, e que se constitui no principal campus da
UFRJ.

Figura 2: Localização do LADETEC e principais acessos à cidade universitária.

O prédio é composto de um total de cinco pavimentos, sendo um deles subterrâneo e


denominado pavimento técnico uma vez que concentra máquinas e instalações necessárias ao
funcionamento das diversas facilidades da unidade. Esta situação ainda se repete no quarto
pavimento, apesar deste não receber nenhuma denominação especial. No pavimento técnico
também se encontra o sistema de tratamento de água e os diversos tanques destinados ao acúmulo
de água das fontes alternativas utilizadas.

5
A edificação já possui instalações que visam o aproveitamento e reutilização de fontes de
água não potável que apesar de sua existência ainda não se encontram em utilização, assim, será
também objeto deste trabalho fazer uma avaliação de tais sistemas tendo em vista seu potencial em
volume de água reaproveitada e economia de recursos financeiros. O LADETEC já apresenta:

 sistema de captação e aproveitamento de águas pluviais;

 sistema de reutilização de água cinza responsável por captar a água servida de chuveiros,
lavatório e água de lavagem de pisos. Diferentemente do que ocorre normalmente o sistema
de água cinza em questão não recebe águas utilizadas em pias de refeitórios e cozinhas;

Toda a água oriunda desses sistemas é invariavelmente direcionada para o tratamento que
acontece a partir da microfiltração por membrana associada à filtração por carvão ativado.

Caso o projeto demonstre a necessária viabilidade, será proposto um conjunto de diretrizes


para o projeto hidráulico básico necessário para que as instalações possam proporcionar a adequada
captação e o aproveitamento da água de condensação, de maneira conjunta às estruturas já presentes
na edificação.

Assim, espera-se que a água de condensação do sistema de refrigeração contribua para


suprir total ou parcialmente as necessidades hídricas para os usos menos nobres presentes no
LADETEC e ou que não necessitam propriamente de água potável. O suprimento será determinado
por ordem de prioridade, para os serviços de descarga das bacias sanitárias e mictórios, limpeza
predial e irrigação de áreas verdes, sendo este último, alternativa para o aproveitamento de volumes
que excedam os consumos prioritários e possivelmente, poderá ser estendido a outras áreas da
universidade.

A metologia adotada no escopo deste trabalho deve ser capaz de avaliar com segurança a
possibilidade de utilização da água condensada no sistema de condicionamento de ar aos volumes
das outras fontes, água pluvial e água cinza e destinados ao sistema de aproveitamento e reúso de
água. Para tanto, todas as características necessárias para a água, compatíveis com os usos
pretendidos, devem ser alcançadas.

Para que a água oriunda de projetos de reúso e aproveitamento não seja objeto de rejeição
nem fonte de problemas ambientais ou de saúde pública, vários aspectos devem ser observados e
para tanto vários critérios devem ser satisfeitos:

Critério 1 – Saúde pública – a água ofertada não deve resultar em riscos sanitários à
população;

6
Quanto maior a exposição ou nível de contato humano com a água recuperada, maior deve
ser a segurança sanitária. Para o projeto em questão, várias são as possibilidades de contato direto
dos usuários com a água por ocasião dos usos pretendidos, podemos listar os seguintes:

• Pela pele durante serviços de limpeza;

• Ingestão inadvertida da água – neste caso, cuidados devem ser tomados para que não
aconteça a ingestão mas, uma vez que esta eventualidade se concretize a saúde deve ser preservada
e portanto qualidades mínimas devem ser alcançadas;

• Por inalação de aerossóis formados no sistema de irrigação por aspersão ou mesmo


durantes as descargas sanitárias;

Critério 2 – Aceitação da água pelo usuário – a água não deve causar qualquer objeção por
parte dos usuários;

Dependendo do nível de contato, a água deve apresentar um nível de qualidade estética tal
que não cause nenhum tipo de objeção. Para descargas sanitárias, por exemplo, a água não poderá
apresentar turbidez ou cheiro perceptíveis.

Critério 3 – Preservação do ambiente – a água não deve acarretar prejuízos ao meio


ambiente;

A implantação do sistema não pode comprometer a qualidade ambiental de uma forma


geral, como ocorreria no caso de contaminação do solo ou desequilíbrio de sua microfauna
ocasionada por carreamento de substâncias contaminantes ou até mesmo excesso de nutrientes
presentes.

Critério 4 – Qualidade da fonte da água;

A confiabilidade do sistema, ou mais exatamente, a produção da água resultante de reúso


ou de aproveitamento de outras fontes em conformidade com os padrões estabelecidos, ficará
comprometida se o efluente utilizado deixar de atender às especificações mínimas de qualidade
exigidas para o tratamento adicional aplicado.

Critério 5 – Adequação da qualidade ao uso pretendido – a qualidade da água deve atender


às exigências relativas aos usos a que ela se destina.

Por um lado é indispensável que a água tenha os padrões mínimos necessários para a
segurança e satisfação das aplicações planejadas, por outro lado, porém, precisa-se ter em mente
que a utilização de água de uma qualidade superior àquela que seria preponderante para o uso

7
levaria a um desperdício de recursos, principalmente se a água necessitou de algum tratamento para
atingir essa qualidade. Isso é típico no uso da água potável para muitas aplicações que dispensariam
esse nível de qualidade, como uso em irrigação e limpeza.

1.4 Estrutura do trabalho


Este trabalho é composto de cinco capítulos desenvolvidos de forma a promover um
entendimento sobre as modalidades de reúso e de aproveitamento de água pluvial, além de abordar
a possibilidade de aproveitamento da água de condensação resultante do funcionamento do sistema
de refrigeração do Laboratório de Apoio ao desenvolvimento Tecnológico (LADETEC) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. O foco principal do trabalho está na avaliação da
qualidade da água, estimativa dos volumes disponíveis e eficiência do tratamento proposto.

O primeiro capítulo deste estudo trata da introdução ao tema, apresentando sua


contextualização, o objetivo do trabalho, justificativa, a metodologia utilizada para o seu
desenvolvimento e sua estruturação. No segundo capítulo, foi feita uma revisão bibliográfica,
contextualizando o cenário atual e discutindo suas diferentes possibilidades avaliação, planejamento
e projeto.

O terceiro descreve a metodologia adotada para realização dos procedimentos e avaliações


necessárias e suas diferentes etapas.

O quarto capítulo se ocupa dos resultados atingidos e das possibilidades de utilização da


água acumulada ao final do processo de tratamento.

O quinto e último capítulo apresenta as considerações finais, apresentando a contribuição


de cada um dos fatores discutidos para a problemática do tema abordado.

8
2 Revisão bibliográfica
A questão da adequação da água, seja devido suas características, seja devido as
quantidades disponíveis ou investimentos necessários para sua captação, tratamento ou
aproveitamento, exige um conhecimento suficiente sobre suas propriedades e efeitos, tendo em vista
os usos pretendidos ou praticados. Deve-se também conhecer os riscos que podem apresentar para a
saúde e o meio ambiente. Esse conhecimento é vital para uma decisão se – ou quanto de – uma água
pode ser utilizada para determinado fim. Visa evitar o seu uso impróprio mas também o desperdício
da oportunidade de aproveitamento de uma água de qualidade inferior para usos seguros,
aumentando ou preservando assim o estoque de água potável ou que uma vez não sendo potável
apresenta ainda assim nível de qualidade superior e que poderia ser direcionada para uso
relativamente mais nobre.

A legislação não tem se mostrado capaz de acompanhar o desenvolvimento das pesquisas e


o crescente interesse da sociedade nas técnicas e possibilidades de reutilização de recursos hídricos.
Ainda assim todo um arcabouço legal tem se formado, mesmo que lentamente, acerca do assunto,
estabelecendo parâmetros e as práticas que devem ser buscadas para que se possam alcançar as
potencialidades e objetivos almejados, fazendo sentir sobre a população os aspectos positivos da
reutilização da água sem que venha a pôr em risco a saúde pública ou a preservação do meio
ambiente.

A presença de substâncias químicas e organismos patogênicos na água destinada ao reúso é


a preocupação central de seus potenciais consumidores. A remoção dos contaminantes dependerá da
eficiência dos sistemas de tratamento, cuja tecnologia, por sua vez dependerá da qualidade desejada
para a água a ser produzida para reúso.

2.1 Definições
Nos parágrafos seguintes estão expressos algumas das definições e dos termos mais
importantes que serão usados ao longo deste trabalho e que são largamente utilizados no meio
técnico.

A Resolução nº 54 de 28 de novembro de 2005, do Conselho Nacional de Recursos


Hídricos – CNRH foi a primeira a dispor sobre o reúso de água e em seu artigo 2º possui as
seguintes definições:

I – água residuária: esgoto, água descartada, efluentes líquidos de edificações, indústrias,


agroindústrias e agropecuária, tratados ou não;

9
II – reúso de água: utilização de água residuária;

III – água de reúso: água residuária, que se encontra dentro dos padrões exigidos para sua
utilização nas modalidades pretendidas;

IV – reúso direto de água: uso planejado de água de reúso, conduzida ao local de


utilização, sem lançamento ou diluição prévia em corpos hídricos superficiais ou subterrâneos;

V – produtor de água de reúso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que
produz água de reúso;

VI – distribuidor de água de reúso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,


que distribui água de reúso; e

VII – usuário de água de reúso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que
utiliza água de reúso.

De maneira geral, o reúso da água pode ocorrer de forma direta ou indireta, por meio
de ações planejadas ou não. De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS:

– Reciclagem interna: é o reúso da água internamente às instalações industriais, tendo


como objetivo a economia de água e o controle de poluição;

– Reúso indireto: ocorre quando a água já utilizada, uma ou mais vezes para uso doméstico
ou industrial, é descarregada nas águas superficiais ou subterrâneas e utilizada novamente a jusante,
de forma diluída;

– Reúso direto: é o uso planejado e deliberado de esgotos tratados para certas finalidades
como uso industrial, irrigação, recarga de aquífero e água potável sem que tenham sido lançados em
corpo d’água natural, superficial ou subterrâneo, antes de sua reutilização.

É importante ressaltar que a legislação brasileira não prevê o reúso potável direto em
nenhuma de suas publicações e portanto, a despeito de seu uso em diversos países, esta modalidade
não é permitida no Brasil.

– Reúso Não Potável: é aquele em que a água não pode ser utilizada para fins nobres tais
como consumo direto, higiene pessoal ou preparo de alimentos. Este tipo de reúso apresenta um
potencial muito amplo e diversificado. Por não exigir níveis elevados de tratamento, vem se
tornando um processo viável economicamente e, consequentemente, com rápido desenvolvimento.

Há ainda outros dois termos utilizados neste trabalho e que por isso suas definições neste
momento mostram-se pertinentes.

10
A Agência Nacional de Águas (ANA, 2005), define ainda que fontes alternativas de água
são todas aquelas que não estão sob concessão de órgãos públicos ou que não sofrem cobrança pelo
seu uso. Outras denominações encontradas na literatura que se referem a este tema são: “fontes
alternativas de abastecimento”, “substituição de fontes” e “águas não convencionais”.

No caso específico dos sistemas para aproveitamento de água de chuva podem ser
definidos, segundo Peters (2006), como aqueles que captam a água da superfície, encaminhando-a
para algum tipo de tratamento quando necessário, reservação e posterior uso.

2.2 Legislação vigente


Neste ponto, não é objetivo fazer um resumo de toda a legislação existente ou mesmo uma
análise dos aspectos legais em torno do reúso, mas sim fazer um breve levantamento de alguns dos
aspectos mais relevantes acerca do tema.

Sendo a primeira a dispor sobre reúso de água, a resolução nº 54 de 28 de novembro de


2005 do CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hídricos – dita as diretrizes fundamentais sobre o
assunto.

Constam na resolução do CNRH como utilizações previstas para a água de reúso os


seguintes fins:

_ Urbanos: utilização de água de reúso para fins de irrigação paisagística, lavagem de


logradouros públicos e veículos, desobstrução de tubulações, construção civil, edificações, combate
a incêndio, dentro da área urbana;

_ Agrícolas e florestais: aplicação de água de reúso para produção agrícola e cultivo de


florestas plantadas;

_ Ambientais: utilização de água de reúso para implantação de projetos de recuperação do


meio ambiente;

_ Industriais: utilização de água de reúso em processos, atividades e operações industriais;

_ Na aquicultura: utilização de água de reúso para a criação de animais ou cultivo de


vegetais aquáticos.

Existem ainda muitos outras possíveis utilizações para a água de reúso mas que não estão
previstas na resolução do CNRH, algumas seriam:

– Reúso não potável para fins recreacionais: classificação reservada à irrigação de plantas
ornamentais, campos de esportes, parques e também para enchimento de lagos ornamentais, etc.

11
– Reúso não potável para fins domésticos: considerados aqui os casos de reúso de água
para a rega de jardins para descargas sanitárias e lavagem de pisos.

– Reúso para manutenção de vazões: a manutenção de vazões de cursos d’água promove a


utilização planejada de efluentes tratados, visando uma adequada diluição de eventuais cargas
poluidoras a eles carreadas, incluindo-se fontes difusas, além de propiciar uma vazão mínima na
estiagem.

Recarga de aquíferos subterrâneos: a recarga dos aquíferos subterrâneos com efluentes


tratados, pode se dar de forma direta, pela injeção sob pressão, ou de forma indireta, utilizando-se
águas superficiais que tenham recebido descargas de efluentes tratados a montante.

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos em sua resolução nº 121 de 16 de dezembro


2010, estabelece a regulamentação para a prática de reúso direto não potável de água na modalidade
agrícola e florestal. Nenhum dos outros usos previstos possui ainda qualquer regulamentação, assim
alguns usos, como por exemplo o uso doméstico para descargas sanitárias, já encontrados em
crescente número de projetos no país, não possuem a regulamentação legal necessária.

Apesar de não regulamentados por resolução do CNRH, outros usos previstos possuem
vasta literatura técnica desenvolvida no âmbito acadêmico e em instituições e programas de
pesquisa. Pode-se, entre eles, destacar o PROSAB – Programa de Pesquisa em Saneamento Básico
que conta com a participação de diversas instituições de pesquisa e já produziu extensa literatura
técnica voltada para a área. A produção do PROSAB abrange parâmetros de qualidade, estudos da
eficácia de diversas modalidades de tratamento de água, suas aplicações e parâmetros de projeto.

Várias unidades de saneamento foram construídas por todo o país e em maior ou menos
grau, utilizaram informações geradas pelos projetos de pesquisa do PROSAB (PROSAB, 2006).

Portanto, no escopo deste trabalho, as recomendações técnicas e parâmetros desenvolvidos


pelo PROSAB serão adotados, principalmente quando não houver referência legal pertinente
regulamentada.

Há ainda a atuação do Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA – que através de


suas resoluções desempenha importante papel na proteção dos mananciais e do meio ambiente
limitando a captação dos recursos hídricos, classificando os diversos corpos d’água e estabelecendo
os limites de despejo de substâncias potencialmente poluentes.

Nas questões que envolvem a possibilidade de implicações de saúde pública o Ministério


da Saúde, através de suas portarias, também publica vasto material, tanto de caráter

12
fundamentalmente informativo quanto outros de caráter obrigatório, que devem ser observados
pelos projetistas de sistemas de abastecimento e aproveitamento de recursos hídricos.

Devido à variedade de instituições e órgãos atuantes, podem ocorrer sobreposições ou


contradições entre os documentos emitidos referentes à água em seus diversos usos. Desse modo,
todos os intervenientes, projetistas, produtores, consumidores e órgãos de controle e fiscalização
precisam estar atentos às complexidades geradas por essa situação. Como regra, as posturas mais
conservadoras e restritivas devem ser preferencialmente adotadas visando assegurar principalmente
a segurança dos usuários.

2.3 Perspectivas e evolução da legislação


Apesar das lacunas presentes na legislação esta vem se desenvolvendo e várias iniciativas
estão sendo apresentadas. São propostas com o intuito de apoiar a implantação de projetos de reúso
e podemos encontrar exemplos em diversos estados e algumas dessas propostas serão mostradas a
seguir.

Tramita na assembleia legislativo do estado do Rio de Janeiro, projeto de lei que dispõe
sobre a obrigatoriedade de instalação de mecanismo de captação, armazenamento e conservação
para reúso da água proveniente de aparelhos de ar condicionado, trata-se do projeto de lei 141 de
2015 de autoria do deputado estadual Jorge Picciani.

Segundo o projeto, edificações residenciais multifamiliares, comerciais e industriais


ficariam obrigadas a construir tais sistemas. As edificações já existentes teriam um prazo de cinco
anos para se adaptarem às novas normas ficando os infratores, sujeitos à aplicação de multa no
valor de 2000 unidades fiscais do estado do Rio de Janeiro (UFIR) no caso das edificações
residenciais e 5000 unidades fiscais no caso das edificações comerciais e industriais. A justificativa
do projeto é a busca pelo aproveitamento racional da água que embora não sendo potável poderia
ser aproveitada de diversas outras formas e contribuir para a solução da crise hídrica enfrentada
então pelo estado e origem de grande preocupação no ano de 2015, ano em que a proposta foi
elaborada.

Importante salientar que medidas como a proposta no projeto de lei 141 encontram eco em
vários outros locais e mostram ser uma possível tendência, de maneira que iniciativas como a do
presente trabalho devem, em futuro próximo, encontrar não só respaldo legal mais sólido como até
mesmo podem se tornar obrigatórias.

Assim, temos outras iniciativas que vão ao encontro da proposta do deputado Jorge
Picciani. Entre estas iniciativas podemos citar o projeto de lei 01-0730 de 2009 no município de São

13
Paulo de autoria do vereador Arselino Tatto, a lei municipal 3392 de 2002 sancionada pelo então
prefeito José Carlos Pejon no município de Limeira, estado de São Paulo e também o projeto de lei
09 de 2015 no município de Nova Odessa, também no estado de São Paulo, todas preveem o uso da
água condensada em aparelhos e sistemas de ar-condicionado. Esta última proposta, redigida pelo
vereador Sebastião Gomes dos Santos, foi motivada pelo recebimento de ofício encaminhado a
partir de um dos munícipes, José Francisco Bassora, que relatava a produção de água condensada
nos aparelhos de condicionamento de ar de sua empresa.

2.4 Normatização técnica


As normas técnicas publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT,
apesar de seu caráter de adoção voluntária, são indispensáveis fontes de informações para a
confecção dos projetos de engenharia estabelecendo métodos, materiais e parâmetros técnicos além
de descrever as melhores práticas a fim de atingir segurança e desempenho satisfatórios.

Para os projetos de reúso de águas servidas no Brasil, são adotados os padrões referenciais
internacionais ou orientações técnicas produzidas por instituições privadas. Esta realidade dificulta
a implantação desta prática no país uma vez que dificulta o trabalho dos profissionais e ainda pode
pôr em risco a saúde da população devido a falta de orientação técnica adequada e que sirva de base
para a fiscalização de tais sistemas.

A NBR 13969 de 1997 – Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e


disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, Construção e Operação – também trata de reúso de
água, especificando os usos e separando-os em classes para determinar valores para os diferentes
parâmetros a serem pelo tratamento da água. Os usos previstos na norma são o reúso para irrigação
de jardins, lavagem de pisos e de veículos, descarga de bacias sanitárias, manutenção paisagística e
irrigação de pastagens.

As classes de uso previstas são:

Classe 1 – Lavagem de carros e outros usos que requerem contato direto do usuário com a
água, com possível aspiração de aerossóis pelo operador.

Classe 2 – Lavagem de pisos, calçadas e irrigação de jardins, manutenção de lagos e canais


para fins paisagísticos.

Classe 3 – reúso na descarga de bacias sanitárias.

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Classe 4 – reúso nos pomares, cereais, forragens, pastagens para gado e outros cultivos
através de escoamento superficial ou por sistema de irrigação pontual1.

Os valores das diferentes classes são dados na tabela 1:

Tabela 1: Parâmetros e controle para as diferentes classes de uso. NA - Não se aplica.


FONTE: NBR 13.969
Coliformes Sólidos Oxigênio
Turbidez Cloro
Termotolerantes dissolvidos pH Dissolvido
(NTU) Residual( ppm)
(NMP/100ml) (ppm) (ppm)
Classe 1 <5 < 200 < 200 6 < pH < 8 0,5 < Cl < 1,5 NA
Classe 2 <5 < 500 NA NA 0,5 < Cl NA
Classe 3 < 10 < 500 NA NA NA NA
Classe 4 NA < 5000 NA NA NA > 2,0

Quanto aos projetos de aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis, as
diretrizes de projeto e dimensionamento são prescritas na norma NBR 15527 de 2007 – Água de
chuva – Aproveitamento de coberturas para captação de água para fins não potáveis – Requisitos.

A NBR 15527, porém, apesar de versar sobre o projeto, construção e manutenção dos
sistemas de águas pluviaisnão determina a qualidade que água pluvial deve atingida para que possa
ser utilizada. Assim, a opção viável é seguir as orientações do PROSAB nesse sentido. A tabela 2
mostra os parâmetros preconizados para a utilização não potável de águas pluviais. Importante notar
que não há divisão em classes diferentes de qualidade para os diversos usos, sendo portanto os
valores válidos para todos os usos não potáveis.

Tabela 2: Parâmetros de qualidade da água para uso não potável para águas pluviais
Coliformes
Sólidos Coliformes
Turbidez DBO Cloro Termotolerant
Suspensos pH Totais
(NTU) (mg/l) Residual( ppm) es
Totais (mg/l) (NMP/100ml)
(NMP/100ml)
2–5 --- --- 6–8 0,5 – 3,0 Ausência Ausência

2.5 Avaliação da qualidade da água


Para a determinação da viabilidade técnica deste projeto o fator dominante é a qualidade da
água. Esta qualidade deve ser avaliada tanto em relação a fonte, isto é, da água bruta que será alvo
de tratamento, quanto em relação a qualidade final atingida e que se relaciona intimamente com o
tratamento a ser determinado e o uso pretendido.

1 A aplicação deve ser interrompida pelo menos 10 dias antes da colheita.

15
A qualidade de água que será tratada neste momento se relaciona àquela que deve ser
atingida para o encaminhamento da água para sua utilização, ou seja, a qualidade final da água, uma
vez que as características da água bruta coletada nos diversos sistemas e o tratamento que será
adotado, são pontos que só serão adotados posteriormente neste trabalho.

Como visto anteriormente, a legislação brasileira não tem parâmetros definidos para a água
de reúso na maioria das suas possíveis aplicações e a normatização técnica, apesar de apresentar
alguns destes parâmetros e que visam estabelecer segurança, desempenho e economia dos sistemas
de reúso podem vir a entrar em contradição com a legislação ainda em formação. A ocorrência de
tal situação poderá levar a necessidade de adaptações dos sistemas atualmente projetados ou mesmo
em uso e levar a gastos adicionais buscando sua adequação ou até mesmo levar à inviabilidade de
tais sistemas.

Visando atingir maior segurança técnica e robustez para o sistema em questão será feita
uma revisão das práticas internacionais. O intuito é investigar os parâmetros e recomendações mais
comuns e que podem ser utilizados como referência em futuras legislações brasileiras, além de
fazer, sempre que possível, o confrontamento da legislação brasileira com as leis estrangeiras em
uso a mais tempo.

A utilização de águas resultantes de sistemas de condensação não se encontra discriminada


na grande maioria das legislações dos países que fazem uso de sistemas alternativos de
abastecimento nem se encontra regulamentada no Brasil. Portanto a revisão será centrada no
levantamento de leis e normas acerca do aproveitamento de águas pluviais e outras modalidades
comuns de reúso. Importante notar que as principais diferenças encontradas se devem ao fato de
cada país procurar adaptar os parâmetros para a realidade física de seu território e para os usos
pretendidos por sua população.

2.5.1 Práticas legais internacionais


O guia do Reino Unido, Rainwater Harvesting System – Code of Pratice 2009, ressalta não
serem necessárias amostragens periódicas para realização de teste da água e que a observação das
condições do sistema devem ser feitas durante as visitas de manutenção buscando quaisquer sinais
de risco à integridade das instalações e que os testes devem ser realizados conforme critérios
estabelecidos pelo próprio administrador do sistema. Os testes que venham a ser realizados para
investigação de mal funcionamento do sistema ou a ocorrência de doenças de veiculação hídrica
que possam estar associadas devem ser realizados no reservatório mais a montante.

16
O Rainwater Quality Guidelines – Guidelines and praticals tools on rainwater quality da
Holanda preconiza que as amostras sejam tomadas nos pontos de consumo, ou seja, nos acessórios
terminais alimentados pela água de chuva.

Um fator da norma americana para qualidade da água pluvial, Standard Pratices for
Assessment of Rainwater Quality, é a consideração de alguns fatores antes da escolha do uso do
aproveitamento pluvial. Assim como a consideração da água da chuva como não contaminada até
que entre em contado com alguma superfície de captação e considera que o usuário utilizará um
sistema pronto e neste caso as ações de manutenção, assim como os parâmetros mínimos de
qualidade da água bruta, dependerão das recomendações do fabricante.

O guia australiano, Guidance on use Rainwater tanks, não relata os índices de qualidade
pluvial necessários para o uso seguro, mas mostra algumas diretrizes que podem contribuir para um
bom funcionamento do sistema.

Considera seguros os sistemas de água da chuva, particularmente aqueles que envolvem o


armazenamento em tanques acima do solo. As principais fontes de contaminação das águas pluviais
são aves, pequenos animais e detritos recolhidos em telhados. O impacto destas fontes de
contaminação pode ser minimizado por algumas medidas simples: limpeza regular das calhas,
retirada de galhos, uso de peneiras na tubulação e na entrada dos tanques. Assim como o descarte
dos primeiros milímetros da precipitação.

Outro ponto interessante deste guia é a indicação para que não se utilize a água bruta, pois
não atende as condições mínimas de uso seguro, recomenda a utilização para filtração e desinfecção
dispositivos instalados diretamente nos pontos de consumo. E sugere que, por fim, utilize os
parâmetros e índices do Water Quality Research Australia para eventual classificação da água.

Assim, dois são os fatores a serem levados em conta quando da comparação das exigências
da legislação brasileira em comparação com várias legislações internacionais, exigências de
qualidade da água que será distribuída e utilizada e aquelas acerca da frequência e tipo de
manutenção dos sistemas.

Quanto à qualidade da água a tabela 3 mostra uma breve compilação de alguns parâmetros
presentes em diferentes legislações e os usos recomendados para a água.

17
Tabela 3: Normas internacionais. FONTE: BASSANESI, K. et al. 2014.
Tirbidez DBO DQO Sólidos em
Normas Aplicação pH
(NTU) (mg/l) (mg/l) suspensão (mg/l)
Urbana, agrícola e ambiente com
<2 < 10 - <5 6–9
exposição humana.
Austrália – Victoria (EPA – Victoria,
2003) Urbana, agrícola e ambiente com
- < 20 - < 30 6–9
exposição humana controlada.
Irrigação subsuperficial - < 20 - < 30 -
Austrália – ACT (ACT – 2004) Irrigação superfície, lavabo e
- < 20 - < 30 -
descarga
Canadá (Chaillou et al., 2011) Água para uso doméstico <2 < 10 - < 10 -
China (Lin et al., 2005) Uso não potável < 10 < 10 < 50 < 10 6,5 – 9
União Europeia (Nolde, 2005) Águas balneárias - <5 - - -
Alemanha (Nolde, 2000) Água para reúso - <5 - - -
Restrita para irrigação - < 25 - < 35 -
Grécia (Andreadakis et al., 2001) Irrestrito para irrigação / reutilização
<2 < 10 - < 10 -
não potável urbana.
Itália (Ciabatti et al., 2009) Descargas para águas superficiais - - < 160 < 80 5,5 – 9,5
Descargas de vaso sanitário. - - - - 5,8 – 8,6
Japão (Asano et al., 1996) Irrigação / paisagismo. - - - - 5,8 – 8,6
Água para meio ambiente. < 10 < 10 - - 5,8 – 8,6
Categoria – Irrigação A (legumes
- < 30 < 100 < 50 6–9
cozidos)
Categoria – Irrigação B (plantações
Jordania (Halalsheh et al., 2008) - < 200 < 500 < 150 6–9
de árvores)
Categoria – Irrigação C (forrageiras) - < 300 < 500 < 150 6–9

Corea (Kim et al, 2009) Reutilização não potável irrestrita <2 - < 20 <5 -

Eslovênia (Sostar-Turk et al., 2005) Descarga para águas superficiais - < 30 < 200 < 80 6,5 – 9
Espanha (Chaillou et al., 2011) Reúso urbano e residencial. <2 - - < 10 -
Reutilização urbana (paisagismo,
EUA (USEPA, 1992) <2 < 10 - - 6–9
irrigação, descarga)

Holanda (Rain Water Qaulity Reutilização urbana (paisagismo,


<5 - - - 6,5 – 8,5
Guidelines, 2009) irrigação, descarga)
Reino Unido (Rainwater Harvesting
Reúso urbano e residencial. < 10 - - - 5–9
System - 2009)

Uma comparação entre os parâmetros dos diversos países citados na tabela 3 e aqueles
constantes na tabela 2, onde são mostrados os parâmetros determinados pelo PROSAB, denota o
rigor dos valores brasileiros os quais admitem menor faixa de variação do Ph e ao contrário de
várias legislações não permite a presença de coliformes, sejam totais ou termotolerantes, assim
como também não comporta a presença de DBO observável ou sólidos em suspensão.

Quanto à frequência de manutenção para os diversos componentes a NBR 15527 toma


uma postura de caráter preventivo mais rigoroso que as normas internacionais onde este aspecto foi
citado, uma vez determina de maneira objetiva as rotinas a serem adotadas e sua periodicidade não
permitindo posturas menos severas acerca de tais procedimentos. A tabela de frequência de
manutenção presente na norma é reproduzida a seguir, tabela 4.

18
Tabela 4: Frequência de manutenção – FONTE: NBR 15527
Componente Frequência de manutenção
Dispositivo de descarte de detritos Inspeção mensal e limpeza trimestral
Dispositivo de descarte do escoamento inicial Limpeza mensal
Calhas, condutores verticais e horizontais Semestral
Dispositivos de desinfecção Mensal
Bombas Mensal
Reservatório Limpeza e manutenção anual

2.6 Sistemas de tratamento de água


A água consumida pelo ser humano deve obedecer critérios de qualidade definidos por
normas nacionais e internacionais. A obediência a esses critérios determina que a seleção da
tecnologia de tratamento a ser adotada considere, além da qualidade da água a ser tratada, a própria
característica da comunidade a ser beneficiada (PROSAB, 1999).

O sistema de tratamento, do ponto de vista de solução tecnológica adotada, é uma


sequência de operações e processos unitários definidos em razão de três requisitos:

1. das características do líquido a ser tratado;

2. dos objetivos pretendidos com o tratamento;

3. da capacidade de remoção de cada processo unitário.

Essa sequência de operações e processos pode na verdade constar de uma única operação,
como remoção de sólidos sedimentáveis por decantação até um conjunto relativamente amplo que
inclui oxidação biológica, coagulação química, filtração, remoção de sólidos dissolvidos,
desinfecção, entre outros.

Algumas dessas sequências já são clássicas, tanto no tratamento de dejetos como de água
para abastecimento público, e por esse motivo são conhecidas por termos já consagrados como
tratamento primário e secundário, no caso de dejetos, e tratamento convencional, no caso de água
para abastecimento público.

Segue uma descrição dos principais objetivos dos processos primário, secundário e
terciário de tratamento segundo Gonçalves (2006). Sem deixar de considerar que apesar deste
arranjo básico as possibilidades de sistemas de tratamento são inúmeras pois depende sobretudo da
qualidade da água demandada pela sua utilização final.

19
2.6.1 Tratamento Primário
Embora em dimensões reduzidas, a presença de sólidos grosseiros nas águas cinzas garante
a necessidade de uma etapa de tratamento primário. Sendo sua principal função garantir a eficiência
das demais etapas de tratamento. A remoção de areia, cabelos, felpas de tecidos, restos de alimentos,
entre outros tipos de materiais contidos nas águas cinzas, pode ser realizada por meio de grades
finas ou peneiras, raramente associadas a uma etapa de sedimentação (caixa retentora de areia).

2.6.2 Tratamento Secundário


O tratamento secundário objetiva a degradação biológica de compostos carbonáceos,
convertendo-os em compostos mais simples, como: CO2, H2O, NH3, H2S, etc. Esse pode ser
realizado pela via anaeróbia, pela via aeróbia ou pela associação em série de ambas, anaeróbia e
aeróbia, ou por leitos cultivados, os chamados wetlands.

2.6.3 Tratamento terciário


Os tratamentos terciários de efluentes consistem em técnicas físico-químicas ou biológicas
para a retirada de poluentes específicos tais como compostos orgânicos, metais pesados e
substâncias químicas inorgânicas que não foram eliminados nos processos anteriores.

Os tratamentos terciários podem ser classificados como:

 de transferência de fase, onde o poluente é levado a outro estado físico de maneira a


promover assim a sua separação da corrente hídrica. Desse modo pode-se fazer a separação,
por exemplo, do nitrogênio que uma vez levado ao estado gasoso em sua forma molecular
por processos de degradação biológica pode separar-se naturalmente da corrente líquida em
direção à atmosfera.

 De destruição do poluente, onde este é realmente transformado deixando portanto de existir.


Este processo pode ser feito através da oxidação de moléculas orgânicas até seus
constituintes mais simples e possivelmente voláteis ou até sua total mineralização. No caso
de microrganismos os processos terciários buscam sua eliminação também através de
oxidação de seus constituintes o que leva a destruição de suas estruturas vitais.

Alguns dos principais modos de tratamento terciário são a coagulação e precipitação, troca
iônica, osmose reversa, cloração, a microfiltração, e a adsorção, que pode ser feita por meio de
filtração por carvão ativado. Estes dois últimos métodos serão objeto de análise adiante por conta de
estarem presentes nos sistemas de tratamento adotados pelo LADETEC.

20
2.6.4 Exigências legais do tratamento
Para o tratamento de águas cinzas para reúso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária -
ANVISA - exige que se faça ao menos o tratamento primário composto por sedimentação e\ou
filtração seguida de desinfecção para eliminação de organismos patogênicos. Mas esses tratamentos
não excluem a necessidade de outras técnicas e comumente se faz necessário também o emprego de
tratamento biológico com o intuito de remover sólidos e matéria orgânica dissolvida.

Como visto anteriormente, para o uso não potável de águas pluviais é preconizado pelo
PROSAB que haja a presença de cloro residual na água como forma de assegurar a proteção da
mesma contra a contaminação e proliferação de microrganismos, assim, a desinfecção da água
pluvial é prática recomendada ainda que não possua, até o momento, imposição legal.

21
3 Metodologia
A água, objeto de estudo deste trabalho, possui três origens, uma proveniente da
condensação ocorrida no sistema de refrigeração, as águas cinzas coletadas em lavatórios, chuveiros
e água da lavagem de pisos e outra proveniente da captação pluvial na cobertura do LADETEC.

Tendo em vista os critérios apresentados e a partir de parâmeros estabelecidos na NBR


13.969 – onde são determinadas as classes de uso para água de reúso e as recomendações técnicas
do PROSAB para aplicação de águas pluviais, os recursos oriundos das três fontes serão analisadas
e se, após submissão ao sistema de tratamento existente no LADETEC, o resultado conjunto delas
se amostrará adequado aos pretensos usos.

Para a água proveniente do sistema de refrigeração foram feitas amostragens em cinco


diferentes equipamentos, as amostras resultantes foram submetidas a análises para estabelecer os
valores de diversos parâmetros sendo estes, cor, oxigênio dissolvido, nitrogênio total, fósforo total,
turbidez, sólidos totais dissolvidos, DBO e coliformes termotolerantes no Laboratório de
Engenharia do Meio Ambiente (LEMA) do Departamento de Recursos Hídricos e Meio Ambiente
(DRHIMA) da UFRJ.

Ainda se tratando da água de condensação, para que a viabilidade técnica do projeto seja
assegurada é necessário demonstrar que a água de condensação se apresente em quantidade
significativa e com qualidade satisfatória ao seu aproveitamento. Além disso é preciso que a água
possa ser coleta e direcionada ao sistema de tratamento e posteriormente distribuída aos aparelhos
hidráulicos correspondentes aos quais se destina.

Para que tais requisitos pudessem ser verificados, foi realizada uma análise das instalações
prediais atuais e como poderiam se relacionar com as modificações necessárias à captação da água
desta nova fonte. Além disso será necessário verificar se o sistema de tratamento existente será
capaz de lidar com o acréscimo de volume representado pela adição da água de condensação.

Uma vez que os resultados mostrem que a água de condensação deva ser incorporada aos
outros volumes acumulados, as análises recairão na exiguidade das instalações. É fundamental notar
que a edificação em questão se trata de uma construção recente, inaugurada em 2016 e portanto
dentro dos prazos e garantias determinados pela NBR 15.525 – norma de desempenho de
edificações. Assim, no momento é desaconselhável que sejam executadas obras civis de suficiente
vulto que levem a perda das proteções estabelecidas pela norma assim como possíveis garantias
adicionais estabelecidas por ocasião da contratação dos serviços construtivos.

22
No caso das águas pluviais e das águas cinzas optou-se por não realizar análises diretas
mas sim fazer um levantamento bibliográfico dos valores que devem ser assumidos. A justificativa
para essa decisão decorre do fato de haver um considerável volume de informações acerca destas
fontes produzido a partir de trabalhos anteriores. Este procedimento não se mostra comprometedor
da qualidade das informações necessárias ou das posteriores decisões acerca do projeto uma vez que
dados sobre estes parâmetros já são largamente estudados e são alvo de expressiva publicidade na
literatura técnica tanto para a caracterização das águas pluviais quanto para as águas cinzas.

Como as instalações para aproveitamento de águas pluviais e reúso de águas cinzas já se


encontram prontas, nenhuma outra consideração é necessária acerca de obras ou adaptações das
instalações prediais.

Passaram a ser tratados agora aspectos específicos da metologia aplicada a cada fonte
individualmente.

3.1 Água cinza


3.1.1 Aspectos quantitativos
A produção de água cinza nas instalações prediais está intimamente ligada às formas de
consumo da água nas mais diversas atividades, desde que estas propiciem a captação de um recurso
adequado às instalações de tratamento disponíveis ou planejadas e aos usos pretendidos. Assim, a
geração de água cinza no LADETEC será estimada de maneira conjunta às estimativas de consumo
de água da edificação.

Portanto, será feita a estimativa dos consumos previstos internamente ao LADETEC e


também uma estimativa das necessidades de irrigação por área irrigada como alternativa de
utilização de possíveis excedentes que possam ocorrer.

Estimar o consumo de água em uma edificação é tarefa bastante trabalhosa e complexa.


Tarefa dependente de diversas variáveis e por maior que seja o cuidado sempre guardará alguma
margem de incerteza.

Diminuir a incerteza é sempre o objetivo a se atingir ao longo do processo de estimação do


consumo aumentando assim a segurança dos dados produzidos e a confiança na tomada das
decisões decorrentes. Dessa forma esta etapa demandou uma extensa pesquisa buscando o maior
número possível de trabalhos que pudessem dar maior robustez e praticidade às estimativas
necessárias. As estimativas dependem fortemente da tipologia predial presente, uma vez que o perfil
de consumo em uma edificação esta diretamente ligado ao seu uso e consequentemente à população

23
presente e das atividades desenvolvidas, tempo e horário de permanência e até possíveis
sazonalidades que possam interferir na rotina das pessoas e levar assim a mudanças no uso da água.

Os estudos mais comuns no sentido de quantificar e classificar os diferentes usos da água


nas edificações se concentram principalmente em edificações residenciais e também nas edificações
do setor de hotelaria que de modo geral, e em suas devidas proporções, possuem para água, usos
muito similares.

Devido a particular natureza do LADETEC o levantamento da bibliografia mostrou-se


infrutífero em encontrar edificações de idêntica tipologia que pudessem servir de base para as
estimativas, porém, algumas tipologias guardam certa similaridade e os trabalhos acerca destas
formaram então o principal cabedal de informações que estruturaram as estimativas realizadas.

Foram utilizados trabalhos que se basearam em estudos de prédios comerciais (prédios de


escritórios), repartições públicas e unidades acadêmicas buscando assim populações expostas à
condições ambientais e rotinas de trabalho que se identificam com as atividades administrativas,
laboratoriais e de ensino e pesquisa exercidas no LADETEC e que portanto, acredita-se apresentem
comportamento semelhante relativo à utilização dos recursos hídricos.

Os consumos que ocorrem no LADETEC foram classificados em lavatório, chuveiro,


bacia sanitária, mictórios, limpeza, pias de copas, cozinhas e refeitórios e outros consumos. Deve-se
atentar que os usos finais foram assim classificados para atender aos objetivos futuros deste trabalho
de avaliar o potencial de economia de água potável por meio de aproveitamento de água de reúso.
Portanto, em etapas posteriores, os usos finais como bacia sanitária, mictórios e limpeza poderão
considerados como usos que não necessitam de água potável e portanto potenciais utilizadores da
água de oferecida pelos sistemas de aproveitamento e reúso. Já as atividades de como lavagem das
mãos (lavatório), banho (chuveiros), não poderão receber a água não potável porém são provedores
de água para o sistema a partir da coleta da água cinza. Há ainda atividades que não podem receber
água de reúso e também não contribuem com a geração de efluentes que poderão ser tratados e
reaproveitados como é o caso da água utilizada em preparo de alimentos nas pias de cozinhas e
copas.

A estimativa do consumo de água pela população do LADETEC foi feita a partir de dados
presentes na literatura técnica disponível como explicado anteriormente e particularmente a partir
da adaptação da técnica apresentada no trabalho de Proença (2009), por ser aquela que melhor se
aplica à maioria das utilizações listadas devido a natureza das edificações estudadas,
fundamentalmente edificações comerciais, no referido trabalho.

24
Para o cálculo do consumo de água através do uso dos lavatórios utilizou-se a equação a
seguir:

C = N × T ×V Equação 1

Onde:

C é o consumo de água de cada usuário através do uso da torneira (litros/dia);

N é a frequência de utilização (vezes por dia);

T é o tempo de cada utilização (segundos por vez);

V é a vazão do aparelho sanitário (litros/segundo).

A análise bibliográfica resultou em um levantamento de 4,9 utilizações diárias per capta


com um volume de 1,95 litro por utilização.

Para o cálculo de consumo de água nos chuveiros foi estimado que eles serão utilizados
diariamente por um décimo da população do LADETEC uma vez que boa parte dela fará serviços
tipicamente de escritório ou em laboratórios e dessa forma muitas das pessoas não devem utilizar os
chuveiros no trabalho deixando para fazer isso em casa. A estimativa de utilização por 10% da
população foi fornecida pelas próprias equipes de operação e manutenção do LADETEC, baseado
na experiência cotidiana da mesma. O volume em cada utilização é de 20 litros conforme estimado
em Proença (2009).

Para as bacias sanitárias, foi assumida uma frequência per capta de utilização de 2,7.
Como as bacias sanitárias utilizam válvulas de descarga, foi adotado o volume de nove litros por
utilização. Este valor foi escolhido a partir do trabalho de Back e Deboita (2014) que apresentou
relevante estudo de estimativa de consumo de água a partir do uso de válvulas de descarga enquanto
a frequência de utilização se baseou na estimativa realizada em Katano et al (2009), a partir dos
hábitos de consumo levantados da população do prédio da faculdade de economia e administração
da Universidade de São Paulo.

Para o consumo nos mictórios, que no LADETEC também possuem válvula de descarga,
utilizou-se também das estimativas de Katano et al (2009), a qual resultou num consumo per capta
de 10,7 litros diários.

Estudos em edifícios de escritório nos Estados Unidos desenvolvidos por Dziegielewski


(2000) e em edifícios comerciais de São Paulo desenvolvidos por Thomaz (2000) demonstram
existir uma forte convergência na verificação da utilização de 1% dos volumes, de toda a água
consumida, em pias presentes em cozinhas, copas e refeitórios para estas edificações. Portanto, com

25
o consumo atual de 310 m3 mensais no LADETEC, espera-se que ocorra o consumo, nessas
instalações, correspondente a 31 m3 mensais e este deve apresentar uma evolução proporcional ao
aumento da população.

Para o consumo de água nas atividades de limpeza, foram encontrados na literatura valores
com bom nível de concordância em torno de 0,2 litro/m² de área comum da edificação, o que
corresponderia a lavagem dos pisos 2 vezes por semana. Há ainda o uso semanal de 5 litros/m² para
a limpeza dos banheiros e vestiários e 1,3 litro/m² para áreas de preparo de alimentos e alimentação
incluindo cozinhas, copas e refeitórios.

O item outros usos engloba atividades de laboratório e eventuais perdas (vazamentos e


desperdícios por má utilização). O volume utilizado neste item é estimado pela diferença entre o
volume médio consumido atualmente, de aproximadamente 310 m 3 por mês e o volume estimado
para os usos anteriormente citados.

Importante salientar que, como foi mostrado, os dados apresentados para esta estimativa
são o resultado da compilação de vários trabalhos publicados sobre o tema e todas as estimativas
realizadas em tais trabalhos refletem consumos em edificações em pleno uso. Assim, como o
LADETEC ainda se encontra em utilização parcial e com uma população menor que aquela prevista
no momento de sua completa utilização, o consumo de água nas diversas atividades sofrerá um
incremento ao longo dos próximos anos, proporcional ao aumento esperado da população com
exceção da limpeza que já se assume em pleno funcionamento e portanto é calculada em seus
valores finais.

A tabela 5 mostra os cálculos dos volumes direcionados à limpeza predial.

Importante que parte da água utilizada na limpeza dos banheiros e vestiários 2 será coletada
pelos ralos dos chuveiros e também pelas caixas sifonadas nas áreas de circulação dos mesmos e
portanto será conduzida conjuntamente aos reservatórios de águas cinzas onde serão posteriormente
tratadas e estarão disponíveis para serem reutilizadas. Para este caso, como parte da água utilizada
na limpeza predial se perderá, será arbitrado um coeficiente de retorno igual a 0,25 para representar
o volume que deve ser coletado. Ainda assim isto representa um retorno da água de
aproximadamente 2,7 m3 mensalmente.

2 Na tabela 5 a letras PNE se referem às instalações adaptadas destinadas a portadores de necessidades especiais.

26
Tabela 5: Volumes de água utilizada na limpeza predial. FONTE: Elaboração própria

Volume gasto Volume Semanal Volume Mensal


Pavimento Local Área (m²)
(litro/m²) (litros) (litros)
Vestiário Feminino 22,75 5,0 113,75 500,50
Vestiário Masculino 22,75 5,0 113,75 500,50
Vestiário PNE 5,40 5,0 27,00 118,80
Sanitário Feminino 13,85 5,0 69,25 304,70
1
Sanitário Masculino 13,85 5,0 69,25 304,70
PNE 2,90 5,0 14,50 63,80
Área Comum 2613,50 0,2 522,70 2.299,88
Subtotal 4.092,88

Sanitário Feminino 13,85 5,0 69,25 304,70


Sanitário Masculino 13,85 5,0 69,25 304,70
2 PNE 2,90 5,0 14,50 63,80
Área Comum 2664,40 0,2 532,88 2.344,67
Subtotal 3017,872

Vestiário Feminino 19,05 5,0 95,25 419,10


Vestiário Masculino 19,05 5,0 95,25 419,10
PNE 5,68 5,0 28,40 124,96
3
Refeitório 90,18 1,3 117,23 515,83
Área Comum 2561,04 0,2 512,21 2.253,72
Subtotal 3.732,70

TOTAL 10.843

Para o quarto pavimento e para o pavimento técnico, este último localizado no subsolo,
como se tratam de pavimentos fechados à circulação geral e acessados exclusivamente por pessoal
de operação e manutenção do LADETEC julga-se que não haverá serviço contínuo de limpeza e
volumes gastos dessa forma nestes locais ocorrerão de forma eventual e não se mostram
significativos para os objetivos que trata este trabalho. Passamos a seguir à análise da água utilizada
em atividades de higiene e consumo pessoal.

A estimativa dos consumos a partir deste ponto está fortemente atrelada ao número médio
de pessoas frequentando o LADETEC. Foi fornecida pela administração da unidade uma previsão
de ocupação dos laboratórios presentes na edificação e consequentemente da população do
LADETEC ao longo dos próximos anos. Portanto a tabela 6 mostra nas colunas 2 e 3 o ano e a
população média prevista respectivamente. São mostradas ainda a frequência média de utilização de
cada equipamento e o volume gasto em cada utilização. As duas últimas colunas mostram
respectivamente o total consumido mensalmente por todos os usos e qual o volume total coletado e
destinado para o sistema de água cinza.

27
Tabela 6: Consumos pessoais e geração de águas cinzas para o sistema de reúso. FONTE:
Elaboração Própria

Volume por Total


Frequência de Volume Total Total Coletado
Local / Aparelho Ano População Utilização Consumido
Utilização (litros/dia) (litros/mês)
(litros) (litros/mês)
Bacia Sanitária 2,70 9,00
Mictório 1,00 10,70
Lavatório 4,90 1,95
Chuveiro 2017 150 0,10 20,00 14.091 310.000 40.842
Limpeza NA NA
Copas e refeitórios NA NA
Outros NA NA
Bacia Sanitária 2,70 9,00
Mictório 1,00 10,70
Lavatório 4,90 1,95
Chuveiro 2018 230 0,10 20,00 21.606 475.333 61.179
Limpeza NA NA
Copas e refeitórios NA NA
Outros NA NA
Bacia Sanitária 2,70 9,00
Mictório 1,00 10,70
Lavatório 4,90 1,95
Chuveiro 2019 310 0,10 20,00 29.121 640.667 81.516
Limpeza NA NA
Copas e refeitórios NA NA
Outros NA NA
Bacia Sanitária 2,70 9,00
Mictório 1,00 10,70
Lavatório 4,90 1,95
Chuveiro 2020 450 0,10 20,00 42.273 930.000 117.105
Limpeza NA NA
Copas e refeitórios NA NA
Outros NA NA
Bacia Sanitária 2,70 9,00
Mictório 1,00 10,70
Lavatório 4,90 1,95
Chuveiro 2021 510 0,10 20,00 47.909 1.054.000 132.358
Limpeza NA NA
Copas e refeitórios NA NA
Outros NA NA
Bacia Sanitária 2,70 9,00
Mictório 1,00 10,70
Lavatório 4,90 1,95
Chuveiro 2022 650 0,10 20,00 61.061 1.343.333 167.947
Limpeza NA NA
Copas e refeitórios NA NA
Outros NA NA

Como visto, dividindo-se o volume coletado pelo volume total consumido, ambos em base
mensal, a tabela 6 mostra que aproximadamente 12,5% da água utilizada pela população do
LADETEC retorna para o sistema na forma de água cinza (lavatórios, chuveiro e limpeza).

28
Portanto, na condição de máxima ocupação, é esperado um retorno de aproximadamente 170 m 3
mensalmente3 no sistema de águas cinzas.

3.1.2 Aspectos qualitativos


As variações na composição de águas cinza podem culminar em significativas alterações
químicas, as quais podem ocorrer em períodos de apenas algumas horas, sendo um das dificuldades
encontradas no processo de tratamento conforme constatado em Aljayyousi (2003). Segundo
Valentina (2009), tecnologias empregadas no tratamento de águas cinza devem manejar essas
variações e produzir efluente com qualidade adequada e segura de forma constante, cumprindo as
normas estabelecidas para o reúso.

Processos já desenvolvidos para tratamento de águas cinza variam desde sistemas simples
até séries de tratamentos avançados para reúso em larga escala. Considerando seu consumo dentro
da própria edificação, como nas descargas das bacias sanitárias, por exemplo, Elmitwalli (2007)
afirma que são indispensáveis os processos físicos, químicos e biológicos para a remoção de
partículas e de matéria orgânica dissolvida. Segundo Gonçalves (2006), uma Estação de Tratamento
de Águas Cinza (ETAC) deve ser composta por, pelo menos, os níveis primário e secundário para
garantia de água de reúso inodora e com baixa turbidez, e nível terciário, correspondente ao
processo de desinfecção, assegurando baixas densidades de coliformes termotolerantes.

Em relação à água cinza temos uma característica peculiar do sistema específico em


estudo. Apenas parte da água cinza é coletada e direcionada para tratamento e reúso. As águas
provenientes das pias das cozinhas e refeitórios não é coletada de modo que a água não recebe sua
carga característica. Dessa forma é esperado que os parâmetros para a água cinza do LADETEC
sejam mais favoráveis, uma vez que a fonte potencialmente mais poluidora, devido às altas cargas
orgânicas típicas dessas contribuições, não está presente no sistema de coleta de água cinza.

Na tabela 7, resultante de levantamento bibliográfico, os diversos autores referenciados


apresentam dados referentes a amostragens realizadas em caixas sifonadas localizadas nos
banheiros, portanto contendo água da lavagem destes ambientes. Existem também dados resultantes
de amostras coletadas a partir de água de lavatórios e chuveiros separadamente. As amostras onde
se denomina água de mistura representam a junção de todas as fontes de água cinza, inclusive águas
provenientes de pias de cozinha e refeitórios, material que não faz parte do universo de fontes de
água cinza coletadas no LADETEC e que são, em geral, a fonte com maior quantidade de material
orgânico, inclusive compostos gordurosos e grande quantidade de detergentes e outros produtos,
comumente contendo quantidades significativas de elementos fosforados.
3Todos os volumes mensais foram calculados tendo como base um número de 22 dias úteis por mês.

29
Tabela 7: Água cinza - FONTE: Compilação de elaboração própria

Coliformes
Fonte da água Cor Turbidez Sólidos Totais Fósforo DBO DQO OD
Referência NTK (mg/l) pH Termotolerantes
cinza (uC) (uT) (mg/l) Total (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l)
(NMP/100ml)
Lavatório - 158,0 500,0 5,6 0,6 265,0 653,0 8,03 6,90 1,01E+01
Bazzarella
Chuveiro - 109,0 437,0 3,4 0,2 165,0 582,0 7,34 6,60 2,63E+04
(2005)
Mistura - 166,0 1536,0 6,6 9,0 571,0 857,0 7,05 6,50 3,25E+04
Phillipi (2005) Mistura 379,0 - - - - 387,0 541,0 7,10 - -
Banheiro
Fiori, - - - - - 20,0 44,0 8,40 - -
Masculino
Fernandes e
Pizzo (2004) Banheiro
- - - - - 96,0 234,0 8,20 - -
Feminino
Valentina* Mistura (min) - 15,0 - 0,6 0,1 33,0 38,0 5,00 - 9,40E+04
(2009) Mistura (max) - 240,0 - 74,0 74,0 1460,0 1380,0 10,90 - 3,80E+08
Mistura (média) 103,2 107,4 232,7 3,6 0,4 19,0 131,2 7,30 - 2,70E+06
Rebelo (2011) Mistura (min) 70,0 5,7 86,0 0,2 0,0 14,0 23,8 6,90 - 5,00E+05
Mistura (max) 170,1 361,0 564,6 60,2 2,3 43,0 354,6 7,80 - 6,20E+06

3.2 Água pluvial


3.2.1 Aspectos quantitativos
Compondo o sistema de captação e aproveitamento de recursos hídricos existe a coleta de
águas pluviais a partir da cobertura do LADETEC, para a quantificação das vazões esperadas para
esta fonte, foram utilizados dados em milímetros de precipitação da estação pluviométrica da Ilha
do Governador, estação mais próxima do local do projeto, pertencente ao sistema Alerta Rio.

O sistema Alerta Rio é um serviço da prefeitura municipal do Rio de Janeiro que divulga
informações em tempo real sobre clima, chuvas, ventos e possibilidade de deslizamentos em todas
as áreas da cidade. Os dados pluviométricos das várias estações que compõem o sistema estão
disponíveis e podem ser acessadas livremente. Para a estação da Ilha do Governador as medidas
pluviométricas alcançam desde o ano de 1997. Os dados são apresentados na tabela 8.

A partir dos valores levantados no sistema Alerta Rio foi possível determinar a
pluviosidade média mensal esperada para o local de estudo.

30
Tabela 8: Dados pluviométricos mensais acumulados em mm. FONTE: Elaboração própria com
base nos dados do sistema Alerta Rio.

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

1997 235,4 26,0 84,5 22,9 49,9 23,0 9,3 35,1 43,0 84,5 68,5 117,4
1998 242,7 275,0 99,4 68,6 115,8 41,7 34,1 23,3 59,0 123,8 87,5 223,2
1999 221,3 159,2 110,6 27,1 36,3 57,9 2,1 7,9 94,8 38,3 107,5 101,1
2000 216,0 173,6 129,5 38,6 13,4 5,0 53,3 45,6 97,4 39,2 165,8 116,2
2001 16,8 58,6 206,2 15,8 68,4 18,6 66,2 3,6 24,4 54,4 109,6 532,0
2002 137,6 144,8 67,8 37,2 71,4 54,2 6,8 55,4 35,8 123,6 148,6 46,4
2003 319,4 7,4 147,4 72,4 46,8 3,6 9,6 149,0 44,4 161,8 263,4 68,2
2004 187,4 192,6 66,0 124,0 58,4 32,4 87,6 17,4 12,4 60,0 146,4 132,2
2005 264,6 88,6 112,8 117,0 51,8 30,0 67,6 5,4 49,6 42,0 152,0 150,6
2006 295,4 110,0 38,6 99,0 50,2 19,6 22,8 34,0 89,6 96,8 116,0 95,8
2007 139,2 75,8 11,4 47,6 64,2 35,4 60,2 2,6 12,8 143,0 125,0 151,2
2008 167,2 141,2 263,4 101,6 41,2 57,0 34,6 45,0 73,8 62,0 217,4 126,4
2009 253,0 115,8 154,6 112,8 19,8 47,2 55,8 18,6 65,2 201,6 172,2 439,6
2010 181,2 58,2 366,2 320,8 67,8 32,0 51,0 2,4 22,4 108,0 135,6 326,0
2011 105,6 28,2 92,2 142,0 87,8 23,0 7,8 12,8 7,6 108,8 119,2 105,8
2012 199,0 76,2 96,2 68,0 91,0 64,4 26,4 13,0 90,8 33,8 88,8 34,8
2013 267,2 78,8 249,0 61,6 31,8 25,2 64,2 5,2 59,6 61,6 145,8 188,0
2014 38,6 14,8 101,4 91,8 25,6 36,4 60,4 10,6 18,8 23,2 42,8 66,4
2015 44,6 78,4 139,2 52,0 34,6 55,0 13,4 3,2 77,6 13,8 183,2 104,2
2016 202,6 191,0 79,6 3,4 33,2 61,6 0,2 30,2 29,6 53,8 135,0 98.4
Média
186,7 104,7 130,8 81,2 53,0 36,2 36,7 26,0 50,4 81,7 136,5 156,3
mensal

Assim, podemos estimar o volume de águas pluviais que poderá ser captado mensalmente
a partir dos dados pluviométricos apresentados e da área da cobertura do LADETEC, de
aproximadamente 2600 m2. O cálculo será feito utilizando a fórmula apresentada a seguir:

V = A× P ×c
Equação 2

Onde:

V – Volume coletado;

A – Área da cobertura;

P – precipitação média mensal;

c – Coeficiente de run-off.

O coeficiente de run-off busca refletir as perdas ocorridas entre o volume precipitado e o


efetivamente coletado. Várias são as fontes de perdas possíveis sendo extravasões e vazamentos das
canaletas a fonte mais comum de perdas. Além disso, para o caso em estudo é importante apontar a
existência de duas cisternas com capacidade de 27150 litros cada uma com a função de receber as

31
águas pluviais e fazer seu armazenamento até que estas sejam encaminhadas ao tratamento. Assim,
quaisquer volumes produzidos e que excedam a capacidade total das cisternas serão imediatamente
descartados sendo este portanto um importante fator limitante.

Diante do exposto, para quantificar o coeficiente de run-off que deve ser aplicado realizou-
se o cálculo dos volumes prováveis produzidos à luz da equação de chuvas intensas apresentada por
Novaes (2006) para a cidade do Rio de Janeiro.

3463 × TR0,172
imax =
( t + 22 )
0,761

Equação 3

Onde:

imax – Intensidade máxima da chuva em milímetros por hora;

TR – Tempo de recorrência dado em anos;

t – Tempo de duração da chuva em minutos.

Assim, a intensidade máxima das chuvas é mostrada na tabela 9:

Tabela 9: Intensidade máxima das chuvas para a região de estudo


Intensidade máxima (mm/h)
Tempo de recorrência
Duração (min) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 319 359 385 404 420 434 445 456 465 473
2 308 347 373 391 407 420 431 441 450 458
3 299 337 361 379 394 407 418 428 436 444
4 290 327 351 368 383 395 406 415 423 431
5 282 318 341 358 372 384 394 403 411 419
10 248 279 299 314 327 337 346 354 362 368
20 201 227 243 256 266 274 282 288 294 299
30 171 193 207 217 226 233 239 245 250 254
60 121 136 146 154 160 165 169 173 177 180
120 80 90 96 101 105 108 111 114 116 118

A partir das intensidades determinadas foi possível calcular os volumes produzidos. O


objetivo da aplicação da fórmula é descobrir um coeficiente de run-off que possa ser assumido
como razoável para que possamos dimensionar o total de água pluvial que pode ser aproveitado
levando-se em conta ao volume total disponível no reservatório de 54300 litros. Como parâmetros
utilizaremos o tempo de recorrência de 5 anos e tempo de duração da chuva de 5 minutos. Estes são

32
os parâmetros utilizados na norma NBR 10844 para o projeto de instalações prediais de águas
pluviais. Assim, temos os resultados apresentados na tabela 10:

Tabela 10: Intensidade máxima de precipitação. FONTE: Elaboração própria


Intensidade Máxima (mm/h)
Volume (litros) – Run-off = 0,673
Tempo de Recorrência (Anos)
Duração (min) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 9.290 10.466 11.222 11.792 12.253 12.643 12.983 13.285 13.556 13.804
2 17.988 20.265 21.729 22.831 23.725 24.481 25.138 25.722 26.249 26.729
3 26.156 29.468 31.597 33.200 34.499 35.598 36.554 37.403 38.169 38.867
4 33.850 38.136 40.890 42.964 44.646 46.068 47.306 48.405 49.395 50.298
5 41.114 46.320 49.666 52.185 54.227 55.954 57.458 58.793 59.996 61.093
10 72.255 81.404 87.284 91.712 95.300 98.336 100.978 103.324 105.439 107.367
20 117.497 132.374 141.936 149.136 154.971 159.908 164.204 168.019 171.458 174.593
30 149.807 168.776 180.966 190.146 197.586 203.880 209.358 214.222 218.606 222.604
60 211.850 238.674 255.914 268.895 279.416 288.317 296.064 302.942 309.142 314.796
120 278.984 314.309 337.011 354.106 367.961 379.683 389.885 398.943 407.108 414.552

Portanto para o volume do atual reservatório podemos adotar o run-off de 0,673 como
limite para o cálculo dos aproveitamentos. Aplicando o coeficiente de run-off às médias
pluviométricas mensais calculadas anteriormente, podemos expressar os volumes coletados
esperados em cada mês como se segue na tabela 11:

Tabela 11: Volumes pluviométricos esperados médios mensais


Mês Volume(m³) Mês Volume(m³) Mês Volume(m³)
Janeiro 326,8 Maio 92,7 Setembro 88,2
Fevereiro 183,2 Junho 63,3 Outubro 143,0
Março 228,9 Julho 64,2 Novembro 238,9
Abril 142,1 Agosto 45,5 Dezembro 273,4

3.2.2 Aspectos qualitativos


Como as características das águas pluviais podem apresentar grande diversidade devido
fatores ambientais tais como tempo, frequência e intensidade da precipitação, número e abundância
de aves locais, condições de conservação da cobertura entre outros, é comum que esses dados sejam
representados pelos valores máximos, médios e mínimos das amostragens. Assim, os dados
colhidos na literatura são apresentados na tabela 12 mantendo esta característica encontrada em
diversos trabalhos.

No entanto, para este trabalho, assumindo uma postura conservadora, será tomada sempre
a condição extrema, ou seja, aquela que apresente a pior qualidade de afluente ao processo de
tratamento adotado no projeto e o que se poderia esperar da qualidade do efluente final.

33
Tabela 12: Águas pluviais - FONTE: Compilação de elaboração própria

Coliformes
Cor Turbidez Sólidos Totais Fósforo DBO DQO OD
Referência Valor NTK (mg/l) pH Termotolerantes
(uC) (uT) (mg/l) Total (mg/l) (mg/l) (mg/l) (mg/l)
(NMP/100ml)
Média 24,9 4,6 96,9 - - - 9,8 7,48 - 1,54E+01
Peters (2006) Máximo 66,0 9,7 200,0 - - - 23,3 8,60 - 1,14E+02
Mínimo 10,0 2,0 40,0 - - - 0,3 6,62 - 1,00E+00
Média 7,1 37,0 303,3 - - 4,1 46,1 6,52 - -
Annecchini
Máximo 12,8 70,0 517,0 - - 7,1 64,1 6,70 - -
(2005)
Mínimo 2,8 14,0 91,0 - - 0,8 7,9 6,33 - -
Média 31,3 35,0 138,5 - - 6,6 31,7 7,31 - 5,58E+01
Hagemann
Máximo 70,0 88,6 232,0 - - 10,2 54,9 7,63 - 1,14E+03
(2009)
Mínimo N.D. 7,5 93,0 - - 2,1 13,3 6,59 - 1,00E+00
Média - 16,8 73,6 3,2 0,4 5,2 5,7 7,30 7,20 2,05E+02
Silva (2014)
Máximo - 89,0 320,0 23,8 0,8 10,0 13,0 7,90 8,00 7,16E+02

3.3 Água de condensação


3.3.1 Aspectos quantitativos
A existência de um sistema de refrigeração de grande potência no LADETEC para suprir
as necessidades das várias unidades da edificação criou um problema não previsto, a geração de um
considerável volume de água condensada a partir da atmosfera e que não encontrou um sistema
planejado de coleta e reaproveitamento que pudesse dar um destino adequado a este recurso.

Atualmente a água gerada é captada de maneira improvisada através de mangueiras ou


tubos de PVC e direcionada aos ralos próximos, sendo despejada portanto no sistema de esgotos.

Há produção de água em cada um dos vários equipamentos. Os equipamentos relevantes


são de dois tipos fan coils e fancoletes.

Voltados para ambientes que necessitam de grandes potências, os condicionadores de ar


tipo fan coil são equipamentos que utilizam água gelada em seu sistema e dispensam o uso direto de
fluidos refrigerantes. O insuflamento interno varia conforme a escolha do projetista ou aplicação
que mais se adapte ao ambiente, podendo ser em unidades cassete, hi-wall, built-in ou em sistemas
de grande capacidade onde são utilizados no conjunto ramais de dutos sendo este o caso da presente
edificação. Já na unidade externa, também chamada de CAG (central de água gelada), a
aparelhagem conta com um ou mais chiller’s e tem dimensões que variam dentro da instalação,
podendo ter um metro quadrado ou chegar a dezenas de metros quadrados.

34
Figura 3: Condicionador de ar tipo Fan Coil – FONTE: TRAYDUS,
2014

Trata-se de um módulo (caixa) que comporta em seu interior uma serpentina de


cobre/alumínio onde circula água gelada, um ventilador provido de motor e correias que tem a
função de captar o ar do ambiente, passar este ar por um sistema de filtros, e após, pela serpentina
onde será refrigerado e devolver através do insuflamento ao mesmo ambiente, já refrigerado e
filtrado.

Figura 4: Fan Coil – Detalhe - – FONTE: TRAYDUS, 2014

35
O Fan Coil assemelha-se com qualquer equipamento de ar-condicionado normal, porém
utiliza como meio de refrigeração secundária a água gelada, enquanto os condicionadores normais
utilizam o gás refrigerante para resfriar diretamente a serpentina.

O fancolete é um fan coil de baixa capacidade e geralmente instalado e funcionando a


plena capacidade. A diferença aparente entre os dois tipos de aparelho resume-se então ao tamanho,
sendo o fancolete menor.

Essencialmente, estes equipamentos possuem diferentes potências e tais potências podem


ainda não ser plenamente utilizadas ou são utilizadas de maneira diferente ao longo do dia dessa
forma fazendo variar também a quantidade de água que é produzida. Assim, foi levantado para todo
o quantitativo de equipamentos existentes, um fator de utilização de cada um deles.

Todos os dados referentes às potências instaladas e aos fatores de utilização foram


baseados nas instalações, histórico de dados e experiência do pessoal do setor de operações e
manutenção do LADETEC sendo fornecidos por estes últimos para a confecção deste trabalho.

Para a relação destes dados com a geração de água condensada nos aparelhos foi feita
amostragem em oito máquinas, quatro fan coils e quatro fancoletes, sendo medidas as vazões e
posteriormente relacionadas à potência do equipamento. Estes pares de dados foram plotados em
um plano cartesiano. O gráfico gerado sugeriu a ocorrência de uma relação linear, entre as duas
variáveis, a qual foi testada pelo modelo de regressão linear e tendo sido quantificada
estatisticamente a correlação destes fatores.

Gráfico 1: Relação entre potência e vazão – Fancoletes

0,14

0,12
Vazão (Litros por Minuto)

0,1

0,08

0,06

0,04

0,02

0
6 8 10 12 14 16 18 20 22
Potência

36
Os cálculos de regressão linear buscam fundamentalmente a determinação dos dos
coeficientes a e b, ou seja, o coeficiente linear e o coeficiente angular respectivamente, da equação
da reta que melhor representa a distribuição dos dados no gráfico. Assim, as variáveis estudadas, no
caso presente a potência do aparelho no eixo das abscissas, representada na equação da reta pela
letra X e a vazão da água de condensação apresentada no eixo das ordenadas, representada pela
letra Y possam ser relacionadas.

Realizando os cálculos da regressão linear para as vazões dos fancoletes temos a partir dos
dados de potência em HP e vazão medida nas saídas de água dos aparelhos em litros por minuto
temos:

Tabela 13: Tabela de regressão linear - Fancoletes. FONTE - Elaboração própria

FANCOLETES

Vazão (X-Xm)(Y-
Potência X-Xm Y-Ym (X-Xm)² (Y-Ym)²
(litro/minuto) Ym)

7,500 0,084 -7,5 -0,02325 0,174 56,2500 0,0005


12,500 0,094 -2,5 -0,01325 0,033 6,2500 0,0002
20,000 0,121 5 0,01375 0,069 25,0000 0,0002
20,000 0,13 5 0,02275 0,114 25,0000 0,0005
60,000 0,429 0,390 112,5000 0,0014

Os coeficientes a e b calculados são:

a = 0, 0553
b = 0, 0035

Assim, a reta de regressão é a seguinte:

Y = 0, 0553 + 0, 0035 × X

Equação 4

Podemos ainda expressar a capacidade da reta de regressão de fazer predição no que é


conhecido como redução proporcional do erro (RPE), ou seja, a proporção do erro de predição que
pode ser reduzida desde que se conheça a variável independente, neste caso a potência do
equipamento, como:

RPE = 95, 03%

37
Portanto, é possível predizer 95,03% do valor da vazão a partir do valor da potência do
equipamento, este resultado mostra que a potência do aparelho é a variável essencial que deve ser
conhecida para predizer com boa margem de segurança a vazão da água condensada.

Para os equipamentos fan coils temos:

Gráfico 2: Relação entre potência e vazão - Fan coils

0,9
0,8
0,7
Vazão (Litros por Minuto)

0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
2 4 6 8 10 12 14
Potência

Realizando os cálculos de regressão linear:

Tabela 14: Tabela de regressão linear - Fan Coils. FONTE - Elaboração própria

FAN COILS

Vazão (X-Xm)(Y-
Potência X-Xm Y-Ym (X-Xm)² (Y-Ym)²
(litro/minuto) Ym)

3,000 0,21 -3,875 -0,33175 1,286 15,0156 0,1101


6,000 0,5 -0,875 -0,04175 0,037 0,7656 0,0017
6,000 0,6 -0,875 0,05825 -0,051 0,7656 0,0034
12,500 0,857 5,625 0,31525 1,773 31,6406 0,0994
27,500 2,167 3,044 48,1875 0,2146

Os coeficientes a e b calculados são:

a = 0,1074
b = 0, 0632

Assim, a reta de regressão é a seguinte:

Y = 0,1074 + 0, 0632 × X

Equação 5

38
Portanto a redução proporcional do erro é:

RPE = 89, 64%

Mostrando novamente boa segurança na correlação entre as variáveis potência do aparelho


e vazão de água condensada.

3.3.2 Aspectos qualitativos


As amostras de água coletada nas saídas de condensado dos aparelhos foram encaminhadas
para análise no Laboratório de Engenharia do Meio Ambiente – LEMA – UFRJ e a tabela 15 mostra
os resultados observados para a água de condensação:

Tabela 15: Resultado da análise da água coletada a partir do sistema de condicionamento de ar -


FONTE: Elaboração própria a partir de laudo do LEMA-UFRJ.

Parâmetro Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5


DQO – mg/l < 50 Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa < 50 Abaixo da Faixa
DBO – mg/l - - - - -
O 2 dissolvido – mg/l 9,2 9 9,2 9,2 9,2
Cor – PtCO Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa
Turbidez – FAU Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa
NTK – mg/l 14 14 14 14 14
Ortofosfato – mg/l ND ND 0,014 0,037 0,002
pH 7,08 6,85 6,71 6,84 6,55
ST dissolvidos – mg/l 31,3 10 53,3 17 10
Coliformes Totais NMP/100 ml Ausente Ausente Ausente Presente Ausente
Coliformes Termotolerantes NMP/100 ml Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

39
4 Resultados

4.1 Água cinza


4.1.1 Aspectos quantitativos
Seguindo a metodologia mostrada no item 3.1.1 e detalhado nas tabelas 5 e 6 a quantidade
total de água cinza captada e tratada pelo sistema de reúso sofre um incremento anual com o
aumento previsto da população do LADETEC. Assim, a quantidade média de água ofertada pelo
sistema de água cinza segue a tabela 16.

Tabela 16: Evolução da captação de água cinza


ano 2017 2018 2019 2020 2021 2022
Volume (litros/mês) 43.553 63.890 84.227 119.816 135.069 170.658

Portanto, na condição de máxima ocupação, somando-se os volumes captados de limpeza,


lavatórios e chuveiros a oferta total de água é de pouco mais de 170 m3 por mês.

4.1.2 Aspectos qualitativos


Na tabela 17 a água cinza é representada em dois grupos diferentes, água cinza (1) que
representa a situação formada a partir dos valores extremos encontrados na literatura e que
caracterizam a água cinza formada por todas as suas fontes comumente coletadas, inclusive pias dos
locais de alimentação e preparação de alimentos, e água cinza (2) com os valores máximos
encontrados na literatura técnica para as mesmas fontes que serão coletadas no LADETEC, isto é,
lavatórios, chuveiros, ralos e caixas sifonadas, coletadas no LADETEC Assim, estes valores se
mostram mais representativos do objeto de estudo do presente trabalho.

Tabela 17: Parâmetros máximos de qualidade de água cinza levantados da literatura técnica

Sólidos Totais Fósforo Coliformes


NTK OD
Referência Cor (uC) Turbidez (uT) Dissolvidos Total DBO (mg/l) pH Termotolerantes
(mg/l) (mg/l)
(mg/l) (mg/l) (NMP/100ml)
Água Cinza (1) 379 361 - 74 74 1380 5 – 10,9 6,5 3,80E+08
Água Cinza (2) Abaixo da Faixa 158 - 5,6 0,6 265 7,34 – 8,40 6,6 2,63E+04

É possível notar que a água cinza com a composição integral, coletada na mistura de todas
as fontes possíveis, possui concentrações de nitrogênio superiores a treze vezes a concentração
encontrada na água cinza com composição sem água das pias de cozinhas e refeitórios, já a
concentração de fósforo tem uma diferença ainda maior, superior a cento e vinte vezes. Ainda são

40
observáveis valores superiores em cor, turbidez e DBO e ainda uma concentração de coliformes
termotolerantes dez mil vezes maior na água cinza (1) em relação à água cinza (2).

4.2 Água pluvial


4.2.1 Aspectos quantitativos
Os volumes previstos para a contribuição de águas pluviais variam de 326,8 m 3 no mês de
janeiro, mês de maior pluviometria a 45,5 m 3 no mês mais seco, o mês de agosto conforme a tabela
11 mostrada no item 3.2.1.

4.2.2 Aspectos qualitativos


A tabela 18 reúne os valores paramétricos que representam a situação formada a partir dos
valores extremos encontrados na literatura.

Tabela 18: Parâmetros máximos de qualidade de água pluvial levantados da literatura técnica

Sólidos Totais Fósforo Coliformes


NTK OD
Referência Cor (uC) Turbidez (uT) Dissolvidos Total DBO (mg/l) pH Termotolerantes
(mg/l) (mg/l)
(mg/l) (mg/l) (NMP/100ml)
Água Pluvial 70 89 - 23,8 0,8 10,2 6,33 – 8,60 7,2 1,14E+03

4.3 Água de condensação


4.3.1 Aspectos quantitativos
Os cálculos anteriores demonstrados no item 3.3.1 mostram que o modelo linear explica de
maneira satisfatória a vazão dos equipamentos a partir dos dados de potência e portanto é possível
fazer a estimativa da vazão total aplicando a cada um dos equipamentos a metodologia apresentada.

A vazão de cada aparelho é o resultado da substituição do valor da sua potência nominal na


equação de regressão encontrada multiplicada pelo fator de utilização. Para exemplificar o cálculo
será utilizado um equipamento do tipo Fan Coil, portanto utilizaremos a equação 5, com potência
nominal de 6 HP e coeficiente de utilização de 0,7 portanto, corresponde a ficar ligado em potência
máxima por 70% do tempo, como segue:

y = (0,1074 + 0, 0632 × X ) × (coef .util )

Equação 6

Substituindo os valores, temos:

y = (0,1074 + 0, 0632 × 6, 0) × 0, 7 = 0,341

Equação 7

41
Portanto, a vazão é de 0,341 litro por minuto, o que resulta em aproximadamente 490 litros
diários ou 14,7 m3 mensais gerados por este aparelho.

A vazão total é o resultado da soma das vazões individuais. Portanto a vazão encontrada
após os procedimentos necessários é superior a 25,2 m 3 diários, levando a um volume de
aproximadamente 758 m3 mensais4.

4.3.2 Aspectos qualitativos


Para a água de condensação o pior resultado advindo da combinação de todas as amostras
analisadas é mostrado na tabela 19:

Tabela 19: Valores máximos das análises de qualidade de água da condensação

Sólidos Totais Fósforo Coliformes


NTK OD
Referência Cor (uC) Turbidez (uT) Dissolvidos Total DBO (mg/l) pH Termotolerantes
(mg/l) (mg/l)
(mg/l) (mg/l) (NMP/100ml)
Água de
Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa 53,3 14 0,037 Abaixo da Faixa 6,55 – 7,08 9 Ausentes
Condensação

4.4 Tratamento adotado


No LADETEC a água proveniente de cada fonte coletada é direcionada para um
reservatório próprio onde é acumulada até ser aspirada para o sistema de tratamento. Após o
tratamento todos os efluentes resultantes se são acumulados em um único reservatório de água
tratada.

O processo existente na LADETEC para tratamento da água é composto por um sistema de


microfiltração por membrana e por uma filtração por carvão ativado.

O uso de membranas semipermeáveis é relativamente recente no campo da purificação da


água e somente a partir de meados dos anos 1990 o desenvolvimento das membranas e a tecnologia
de aplicação tornaram esses processos de separação mais práticos de tal forma que passaram a ser
encontrados em sistemas de obtenção de águas ultrapuras, em dessalinização e em tratamento de
efluentes (Mancuso e dos Santos, 2003).

4 Os coeficientes de utilização dimensionados levam em conta ciclos de uma semana, inclusive fins de semana,
portanto o cálculo do volume total produzido pela água de condensação é feito a partir de 30 dias mensais e não só
dos dias úteis. Detalhes nos anexos.

42
Figura 5: Sistema de microfiltração – FONTE: Fabricante Pam
Membranas

Quando uma membrana semipermeável é usada para a separação de soluções em água,


esse solvente passa através de seus poros em decorrência de uma força, designada força motriz, que
comanda o processo e produz duas fases, separando parte de suas impurezas originais na forma de
um concentrado e outra fase purificada que atravessa a membrana, o permeado.

O tipo de membrana utilizada, o método de aplicação dessa força e as características da


água determinam o tipo de impureza a ser removida e a eficiência da remoção. Assim, é importante
salientar que esta barreira não atua de forma passiva, mas exerce uma função, em outras palavras,
ainda que se defina a membrana apenas pelos seus aspectos estruturais, sua performance em termos
de fluxo e seletividade, depende da natureza dos elementos presentes e da força motriz aplicada
Mancuso e dos Santos, 2003).

Figura 6: Módulo pressurizado de microfiltração

Toda a operação acontece à temperatura ambiente, sem troca de fase, isto representa uma
enorme vantagem em relação a outros processos em que isso não ocorre.

43
A microfiltração origina duas correntes, o concentrado e o permeado. O concentrado é
descartado de forma temporizada, de acordo com os ajustes de operação. O percentual máximo de
descarte é de 10%. O permeado é encaminhado para o tanque de acúmulo. O controle de pressão de
filtração é feito através do controle automático de uma válvula globo.

A separação ocorre sem acumulação de impurezas no interior da membrana. A limpeza


desta área é composta por uma operação chamada de retrolavagem: o permeado
acumulado no tanque é temporariamente bombeado no sentido contrário ao da filtração, ou seja, de
dentro para fora das membranas, o que permite a remoção de particulados que obstruam os poros da
membrana. O processo de retrolavagem é um processo puramente físico, sem necessidade de
aditivos químicos, como é o caso de processos convencionais de clarificação e no caso do
equipamento adotado pelo LADETEC acontece de forma automática.

A microfiltração ocorre através de poros de 0,1 mm com pressões operacionais de 0,5 a 5,0
kg\cm2. A principal aplicação para esta operação é na remoção de material particulado, ou seja, na
clarificação e não é capaz de realizar a desinfecção do permeado. Apesar disso, é importante
lembrar que grande parte dos microrganismos patogênicos ficam aderidos ao material particulado
chegando a grande eficiência de remoção destes microrganismos quando o material particulado é
removido.

Figura 7: Fotomicrografia da morfologia das fibras ocas de microfiltração: superfície


porosa (A) e seção transversal (B) – FONTE: Fabricante Pam Membranas

O processo de filtração por membrana é complementado pela filtração por carvão ativado.
Este processo utiliza o carvão obtido da queima de alguns tipos de madeira e suas principais

44
características são a grande área de contato do material altamente porosa além de sua alta
capacidade de adsorção de partículas e moléculas orgânicas uma vez que tem grande capacidade de
reter principalmente moléculas a base de carbono e cloro, tanto em fase líquida quanto gasosa.
Filtros de carvão ativado são utilizados em diversos processos industriais e de purificação de água
sendo capaz de eliminar cor, odor, sabores desagradáveis e até substâncias como pesticidas,
fármacos, hormônios e outros micropoluentes.

Figura 8: Sistema de filtração por carvão ativado –


FONTE: Fabricante Scientech Ambiental

A capacidade do carvão é limitada, uma vez que esteja com seus sítios ativos saturados,
perde sua capacidade de adsorção, mas pode ser regenerado por processos de aquecimento que
degradam as moléculas adsorvidas devolvendo, total ou parcialmente, as capacidades originais ao
material.

Não pode ser deixado de notar que estes dois tratamentos são classificados como processos
avançados de tratamento devido sua grande eficiência e confiabilidade sendo muitas vezes adotados
como processos complementares ou terciários em sistemas de tratamento de água, inclusive
sistemas para produção de água potável sendo capazes de produzir água para usos que necessitam
de elevada qualidade da água. Portanto, o sistema de tratamento existente mostra-se adequado para
gerar recursos hídricos para usos e processos de elevado grau de exigência, precisando ser
complementado apenas por método de desinfecção da água, obrigatório segundo a legislação
vigente e ao qual a água será submetida após os processos de filtração e por eventual correção do
pH caso se mostre necessário a partir do funcionamento final do sistema.

45
Para o sistema esteja de acordo com a legislação em vigor é necessário ainda adotar um
método de desinfecção como a instalação de dosador automático de cloro com controle de vazão
por se tratar de um tratamento simples e de baixo custo, mas suficientemente seguro e eficiente.

Tabela 20: Resultado da análise da água coletada a partir do sistema de condicionamento de ar -


FONTE: Elaboração própria a partir de laudo do LEMA-UFRJ.

Parâmetro Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4 Amostra 5


DQO – mg/l < 50 Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa < 50 Abaixo da Faixa
DBO – mg/l - - - - -
O 2 dissolvido – mg/l 9,2 9 9,2 9,2 9,2
Cor – PtCO Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa
Turbidez – FAU Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa Abaixo da Faixa
NTK – mg/l 14 14 14 14 14
Ortofosfato – mg/l ND ND 0,014 0,037 0,002
pH 7,08 6,85 6,71 6,84 6,55
ST dissolvidos – mg/l 31,3 10 53,3 17 10
Coliformes Totais NMP/100 ml Ausente Ausente Ausente Presente Ausente
Coliformes Termotolerantes NMP/100 ml Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente

4.5 Possibilidades de utilização de água


Para o presente trabalho serão avaliados alguns possíveis usos da água resultante do
tratamento, são estes o uso em descargas de bacias sanitárias e mictórios, uso na limpeza predial e o
uso em irrigação e limpeza de vias públicas.

Sendo este último a destinação planejada para os volumes excedentes que por ventura
ocorram após o atendimento dos usos anteriores que arbitrou-se de caráter prioritário no que se
refere este trabalho.

4.5.1 Descarga de bacias sanitárias e mictórios


As descargas de bacias sanitárias e mictórios no LADETEC poderão receber água
exclusivamente do sistema de fontes de água não potável. O consumo estimado ao final da
ocupação do LADETEC é de aproximadamente 500,5 m 3. Todas as instalações para fornecimento
da água para esses aparelhos já se encontra em funcionamento, uma vez que já haviam sido
previstas no projeto original.

4.5.2 Atividades de limpeza


As atividades de limpeza que tem uma previsão de uso de aproximadamente 11 m 3 mensais
poderão receber água de reúso a partir das várias torneiras existentes para esse fim. Ao contrário das
bacias sanitárias, as torneiras não possuem instalações previamente construídas para utilizar água
não potável.

46
4.5.3 Irrigação
A presença de área gramada e jardins no entorno do LADETEC e outras áreas da
universidade determina a necessidade de irrigação, atividade que demanda grande consumo de
água, principalmente tendo em vista as médias de temperatura no município do Rio de Janeiro.

Como as áreas verdes hoje existentes no entorno do LADETEC são em sua maioria
transitórias, uma vez que é prevista sua ocupação parcial com novas edificações que complementam
o projeto do instituto de química, nenhuma instalação de irrigação será prevista por este projeto.
Porém, muitas áreas da UFRJ estão aptas ao aproveitamento de possíveis excedentes hídricos que
possam ocorrer a partir do aproveitamento da água de fontes alternativas, sejam estes excedentes de
caráter perene ou sazonal.

4.6 Oferta de água não potável


A água de condensação terá uma produção de 758 m 3 mensais, a água cinza produzirá
aproximadamente 40,8 m3 mensais no primeiro ano e atingirá uma produção de 169,7 m 3 ser
atingida a população máxima prevista para o LADETEC. A água pluvial tem uma variação sazonal
anual entre 45,5 m3 atingindo o valor máximo de 326,8 m3 mensais. Portanto, a quantidade total de
água disponível para os possíveis usos mensais de água não potável em seu menor valor será de
844,3 m3 atingindo até um máximo de 1254,5 m3.

4.7 Balanço quantitativo


Avaliando a quantidade de água disponível e as quantidades necessárias para a satisfação
dos usos propostos podemos dizer que há volume suficiente para suprir os serviços de descarga
sanitária de bacios e mictórios 500,5 m3. Apesar da potencial economia gerada pelo uso da água não
potável para as atividades de limpeza predial, como este uso não foi contemplado pelo projeto
original, seria necessário construir todas as ligações para as torneiras destinadas às atividades de
limpeza e seria necessário grande volume de obras civis gerando grandes gastos para uma economia
de apenas 10,8 m3, portanto esta atividade continuará a ser realizada com água potável. Há ainda
geração de excedentes que podem ser destinados à irrigação de áreas verdes em um volume nunca
menor que 344 m3 mensais.

4.8 Balanço qualitativo


Uma vez que toda a água tratada será armazenada em um mesmo reservatório toda a água,
independentemente de sua origem, deve atingir a classe ou recomendação técnica que leve ao
melhor nível de segurança exigido para os usos escolhidos já que não será possível produzir
volumes diversos com níveis de qualidade diferentes. Assim, analisando os parâmetros presentes

47
para água de reúso na NBR 13.969 que diferencia classes para diferentes usos e as recomendações
para águas pluviais publicados pelo PROSAB que possui apenas uma “qualidade” para todos os
usos temos, na tabela 21, como parâmetros finais:

Tabela 21: Parâmetros de qualidade de água para os usos estabelecidos

Coliformes Coliformes
Sólidos Totais Cloro residual Oxigênio
Turbidez (NTU) Termotolerantes Totais pH DBO (mg/l)
(ppm) (ppm) Dissolvido (ppm)
(NMP/100ml) (NMP/100ml)
Classe 1 <5 < 200 < 200 < 200 6–8 0,5 – 1,5 NA ---
Classe 2 <5 < 500 NA NA NA 0,5 NA ---
Classe 3 < 10 < 500 NA NA NA NA NA ---
Classe 4 --- < 500 NA NA NA NA >2 ---
PROSAB 2–5 Ausentes Ausentes Ausentes 6–8 0,5 – 3,0 NA Ausente
Parâmetros
<5 Ausentes Ausentes Ausentes 6–8 0,5 – 3,0 >2 Ausente
Finais

Tendo em vista as características do tratamento adotado no LADETEC, somado à


desinfecção exigido pela ANVISA, a água atingirá as características determinadas.

48
5 Estratégias de implantação do aproveitamento da água de condensação
Para que a água de condensação possa ser aproveitada, deve haver uma maneira de
conduzi-la dos locais onde é gerada até o sistema de tratamento.

A situação encontrada mostrou-se bastante favorável uma vez que a edificação já possui
instalações hidráulicas destinadas a fazer o aproveitamento de água pluvial e reúso de água cinza,
distribuídos pelos pavimentos do prédio através de um conjunto de shafts hidráulicos. A presença
destes shafts torna os sistemas facilmente acessíveis e passíveis de receberem novas conexões de
maneira simples e direta.

Outro ponto importante, é o fato dos aparelhos onde a água de condensação é gerada
encontrarem-se em locais destinados apenas a receber máquinas e acessíveis somente ao pessoal de
engenharia e manutenção predial, portanto fora da circulação do público em geral. Essa
característica torna possível que as novas tubulações sejam instaladas de maneira aparente, sem
qualquer prejuízo à funcionalidade ou estética das áreas de livre circulação da edificação e a torna
muito pouco dispendiosa já que evita a necessidade da realização de grandes intervenções ou
trabalhos de alvenaria.

Portanto é possível fazer a ligação das saídas de condensado das máquinas do sistema de
refrigeração às tubulações de água cinza que se localizam nas proximidades.

Esta solução se mostra satisfatória à medida que após realizada a conexão a água é levada,
junto com a água cinza, para o sistema de tratamento localizado no andar térreo sem gerar nenhuma
outra modificação.

É preciso atentar que a tubulação de água cinza deve ser capaz de conduzir a água
produzida nos aparelhos sanitários por ela coletados além da água de condensação. Para que possa
ser avaliada a capacidade de condução da tubulação devemos somar a vazão estimada para todos os
aparelhos ligados a cada condutor, que neste caso recebeu nos projetos originais a denominação
TSR - Tubo de Queda Secundário de Reúso – somada à vazão resultante da água de condensação
gerada. Para tanto essas vazões serão calculadas em sua condição de máximo estresse, ou seja, com
vazão total esperada dos aparelhos sanitários somada à vazão produzida pelo sistema de
refrigeração em sua potência plena, ou seja, com um coeficiente de utilização de 100% em todos os
aparelhos.

Os cálculos são mostrados nas tabelas que se seguem. Na tabela 22 e 23 a primeira coluna
contém o número de série de cada aparelho. A segunda coluna a potência nominal do aparelho e a
terceira a vazão em litros por minuto produzida pelo aparelho funcionando em plena potência. A

49
quarta coluna tem o número do condutor que deverá receber a vazão produzida e as colunas
seguintes representam os condutores e todas as vazões que cada um recebe de modo a mostrar ao
final a soma das vazões recebidas de água de condensação cada condutor.

Tabela 22: Vazão da água de condensação - Ala 1. FONTE: Elaboração própria

POTÊNCIA Vazão Gerada Coletor


EQUIPAMENTO TSR1 TSR3 TSR4 TSR6 TSR7 PT
(cv) (litros/minuto) (TSR)
C0-CAU-01-01-01 3,0 0,297 4 0,000 0,000 0,297 0,000 0,000 0,000
C0-CAU-01-02-01 3,0 0,297 4 0,000 0,000 0,297 0,000 0,000 0,000
C0-CAU-02-01-01 0,0 0,000 4 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C0-CAU-02-02-01 5,0 0,423 4 0,000 0,000 0,423 0,000 0,000 0,000
C0-CAU-03-01-01 3,0 0,297 4 0,000 0,000 0,297 0,000 0,000 0,000
C0-CAU-03-02-01 2,0 0,234 4 0,000 0,000 0,234 0,000 0,000 0,000
C0-CAU-PT-01-01 2,0 0,234 7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,234 0,000
C0-CAU-PT-01-02 2,0 0,234 7 0,000 0,000 0,000 0,000 0,234 0,000
C1-CAU-02-01-01 2,0 0,234 3 0,000 0,234 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CAU-02-02-01 3,0 0,297 3 0,000 0,297 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CAU-02-03-01 3,0 0,297 3 0,000 0,297 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CAU-02-04-01 2,0 0,234 3 0,000 0,234 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CAU-02-05-01 5,0 0,423 3 0,000 0,423 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CAU-02-06-01 12,5 0,897 3 0,000 0,897 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-01-05-01 12,5 0,099 1 0,099 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-01-05-02 12,5 0,099 1 0,099 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-01-01 12,5 0,107 1 0,107 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-02-01 12,5 0,897 1 0,897 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-03-01 5,0 0,073 1 0,073 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-04-01 7,5 0,081 1 0,081 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-05-01 7,5 0,081 1 0,081 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-01-05-01 12,5 0,099 1 0,099 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-01-05-02 12,5 0,099 1 0,099 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-01-01 12,5 0,107 1 0,107 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-02-01 12,5 0,897 1 0,897 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-03-01 5,0 0,073 1 0,073 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-04-01 7,5 0,081 1 0,081 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-05-01 7,5 0,081 1 0,081 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
Vazão acumulada por coletor Litros/min 2,874 2,382 1,548 0,000 0,468 0,000

Os condutores são denominados TSR – Tubo Secundário de Reúso quando se originam em


pavimentos acima do subsolo ou PT, quando originam-se no pavimento do subsolo, também
denominado de pavimento técnico.

50
Tabela 23: Vazão da água de condensação - Ala 2. FONTE: Elaboração própria

POTÊNCIA Vazão Gerada


EQUIPAMENTO Coletor TSR1 TSR3 TSR4 TSR6 TSR7 PT
(cv) (litros/minuto)
C1-CTA-02-06-01 6,0 0,486 1 0,486 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-07-01 3,0 0,297 1 0,297 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-08-01 20,0 0,125 1 0,125 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-09-01 20,0 0,125 1 0,125 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-03-01-01 6,0 0,486 3 0,000 0,486 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-03-02-01 5,0 0,423 1 0,423 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-03-03-0-1 4,0 0,360 1 0,360 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-03-04-01 6,0 0,486 1 0,486 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C2-CAU-01-01-01 10,0 0,090 4 0,000 0,000 0,090 0,000 0,000 0,000
C2-CAU-01-01-02 10,0 0,090 4 0,000 0,000 0,090 0,000 0,000 0,000
C2-CTA-02-05-01 5,0 0,423 0 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,423
C2-CTA-02-06-01 5,0 0,423 6 0,000 0,000 0,000 0,423 0,000 0,000
C2-CTA-02-07-01 3,0 0,297 0 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,297
C2-CTA-02-08-01 3,0 0,297 0 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,297
C2-CTA-02-09-01 4,0 0,360 6 0,000 0,000 0,000 0,360 0,000 0,000
C2-CTA-03-01-01 5,0 0,423 4 0,000 0,000 0,423 0,000 0,000 0,000
C2-CTA-03-02-01 15,0 1,055 6 0,000 0,000 0,000 1,055 0,000 0,000
C2-CTA-03-03-01 15,0 1,055 6 0,000 0,000 0,000 1,055 0,000 0,000
C2-CTA-03-04-01 5,0 0,423 6 0,000 0,000 0,000 0,423 0,000 0,000
C2-CTA-03-05-01 12,5 0,099 6 0,000 0,000 0,000 0,099 0,000 0,000
C1-CTA-02-06-01 6,0 0,486 3 0,000 0,486 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-07-01 3,0 0,297 3 0,000 0,297 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-08-01 20,0 0,125 3 0,000 0,125 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-02-09-01 20,0 0,125 1 0,125 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-03-01-01 6,0 0,486 3 0,000 0,486 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-03-02-01 5,0 0,423 1 0,423 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-03-03-0-1 4,0 0,360 1 0,360 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C1-CTA-03-04-01 6,0 0,486 1 0,486 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
C2-CAU-01-01-01 10,0 0,090 4 0,000 0,000 0,090 0,000 0,000 0,000
C2-CAU-01-01-02 10,0 0,090 4 0,000 0,000 0,090 0,000 0,000 0,000
C2-CTA-02-05-01 5,0 0,423 0 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,423
C2-CTA-02-06-01 5,0 0,423 6 0,000 0,000 0,000 0,423 0,000 0,000
C2-CTA-02-07-01 3,0 0,297 0 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,297
C2-CTA-02-08-01 3,0 0,297 0 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,297
C2-CTA-02-09-01 4,0 0,360 6 0,000 0,000 0,000 0,360 0,000 0,000
C2-CTA-03-01-01 5,0 0,423 6 0,000 0,000 0,000 0,423 0,000 0,000
C2-CTA-03-02-01 15,0 1,055 6 0,000 0,000 0,000 1,055 0,000 0,000
C2-CTA-03-03-01 15,0 1,055 6 0,000 0,000 0,000 1,055 0,000 0,000
C2-CTA-03-04-01 5,0 0,423 6 0,000 0,000 0,000 0,423 0,000 0,000
C2-CTA-03-05-01 12,5 0,099 6 0,000 0,000 0,000 0,099 0,000 0,000
Vazão acumulada por coletor Litros/min 3,697 1,881 0,783 7,254 0,000 2,034

A seguir, na tabela 24 encontram-se as vazões de todos os aparelhos hidráulicos ligados ao


sistema de águas cinzas. Para calcular a vazão total nos condutores foi somada a vazão dos
aparelhos sanitários seguindo os valores expressos na tabela 1 5 da norma NBR 5626 – Instalação
predial de água fria.

5 Tabela 1 – Vazão nos pontos de utilização em função do aparelho sanitário e da peça de utilização, página 13.

51
Tabela 24: Vazão da água cinza nos tubos de queda secundários de reúso FONTE: Elaboração
própria

Vazão Coletor Vazão Total


Pavimento Aparelho Local Quantidade TSR1 TSR3 TSR4 TSR6 TSR7
(litros/s) (TSR) (litros/s)
Torneira 0,25 Tanque 2 1 0,5 0,5 0 0 0 0
4º Pavimento
Torneira 0,25 Tanque 2 6 0,5 0 0 0 0,5 0
Pia 0,25 DML 1 1 0,25 0,25 0 0 0 0
Pia 0,25 DML 1 7 0,25 0 0 0 0 0,25
Chuveiro 0,20 1 6 0,2 0 0 0 0,2 0
Lavatório 0,15 Vestiário PNE 1 6 0,15 0 0 0 0,15 0
Ralo Seco 0,20 1 6 0,2 0 0 0 0,2 0
Chuveiro 0,20 3 6 0,6 0 0 0 0,6 0
Vestiário
Lavatório 0,15 3 6 0,45 0 0 0 0,45 0
Masculino
Ralo Seco 0,20 1 6 0,2 0 0 0 0,2 0
Chuveiro 0,20 3 6 0,6 0 0 0 0,6 0
Vestiário
3º Pavimento Lavatório 0,15 4 6 0,6 0 0 0 0,6 0
Feminino
Ralo Seco 0,20 1 6 0,2 0 0 0 0,2 0
Lavatório 0,15 1 4 0,15 0 0 0,15 0 0
Sanitário PNE
Ralo Seco 0,20 1 4 0,2 0 0 0,2 0 0
Lavatório 0,15 Sanitário 3 4 0,45 0 0 0,45 0 0
Ralo Seco 0,20 Masculino 1 4 0,2 0 0 0,2 0 0
Lavatório 0,15 1 3 0,15 0 0,15 0 0 0
Sanitário PNE
Ralo Seco 0,20 1 3 0,2 0 0,2 0 0 0
Lavatório 0,15 Sanitário 3 3 0,45 0 0,45 0 0 0
Ralo Seco 0,20 Feminino 1 3 0,2 0 0,2 0 0 0
Pia 0,25 DML 1 1 0,25 0,25 0 0 0 0
Pia 0,25 DML 1 7 0,25 0 0 0 0 0,25
Lavatório 0,15 1 4 0,15 0 0 0,15 0 0
Sanitário PNE
Ralo Seco 0,20 1 4 0,2 0 0 0,2 0 0
Lavatório 0,15 Sanitário 3 4 0,45 0 0 0,45 0 0
2º Pavimento
Ralo Seco 0,20 Masculino 1 4 0,2 0 0 0,2 0 0
Lavatório 0,15 1 3 0,15 0 0,15 0 0 0
Sanitário PNE
Ralo Seco 0,20 1 3 0,2 0 0,2 0 0 0
Lavatório 0,15 Sanitário 3 3 0,45 0 0,45 0 0 0
Ralo Seco 0,20 Feminino 1 3 0,2 0 0,2 0 0 0
Pia 0,25 DML 1 1 0,25 0,25 0 0 0 0
Ralo Seco 0,20 1 1 0,2 0,2 0 0 0 0
Vestiário
Lavatório 0,15 4 1 0,6 0,6 0 0 0 0
Feminino
Chuveiro 0,20 2 1 0,4 0,4 0 0 0 0
Chuveiro 0,20 1 1 0,2 0,2 0 0 0 0
Lavatório 0,15 Vestiário PNE 1 1 0,15 0,15 0 0 0 0
Ralo Seco 0,20 1 1 0,2 0,2 0 0 0 0
Ralo Seco 0,20 1 1 0,2 0,2 0 0 0 0
Vestiário
Lavatório 0,15 4 1 0,6 0,6 0 0 0 0
1º Pavimento Masculino
Chuveiro 0,20 2 1 0,4 0,4 0 0 0 0
Lavatório 0,15 1 4 0,15 0 0 0,15 0 0
Sanitário PNE
Ralo Seco 0,20 1 4 0,2 0 0 0,2 0 0
Lavatório 0,15 1 4 0,15 0 0 0,15 0 0
Sanitário PNE
Ralo Seco 0,20 1 4 0,2 0 0 0,2 0 0
Ralo Seco 0,20 Sanitário 1 4 0,2 0 0 0,2 0 0
Lavatório 0,15 Feminino 3 4 0,45 0 0 0,45 0 0
Ralo Seco 0,20 Sanitário 1 4 0,2 0 0 0,2 0 0
Lavatório 0,15 Masculino 3 4 0,45 0 0 0,45 0 0
Litros/s 4,2 2 4 3,7 0,5
Vazão por condutor
Litros/min 252 120 240 222 30

A vazão total nos condutores, mostrada na tabela 25, resulta da soma da vazão da água
cinza expressa na tabela 24 e a vazão calculada para a água de condensação gerada no sistema de
refrigeração, como mostrado nas tabelas 22 e 23. Ocorre neste cálculo uma simplificação que não

52
leva em conta a improbabilidade de todos os aparelhos sanitários estarem em uso de suas vazões
máximas simultaneamente e portanto um resultado positivo, mesmo por uma pequena margem, se
mostrará bastante seguro em decorrência dessa abordagem.

Tabela 25: Vazão total máxima por condutor em litros por minuto. FONTE:
Elaboração própria

Origem TSR1 TSR3 TSR4 TSR6 TSR7 PT


Vazão – Condensado 1 2,87 2,38 1,55 0,00 0,47 0,00
Vazão – Condensado 2 3,70 1,88 0,78 7,25 0,00 2,03
Vazão – água Cinza 252,00 120,00 240,00 222,00 30,00 0,00
Vazão Total 258,57 124,26 242,33 229,25 30,47 2,03

Segundo os dados apresentados podemos ver que a vazão máxima é de 258,57 litros por
minuto no TSR 1 e portanto este é o valor que deve ser comparado à capacidade máxima de
condução.

Todos os TSR’s são tubos de PVC de 100 mm de diâmetro com apenas duas orientações,
vertical e horizontal com declividade de 1%.

Assim, seguindo os valores presentes na tabela 4 6 da norma NBR 10844 – Instalações


prediais de águas pluviais, é possível afirmar que a vazão máxima suportada pela tubulação é de
287 litros por minuto, portanto, a vazão máxima calculada representa aproximadamente 90% de sua
capacidade máxima, lembrando que a capacidade assumida como máxima pela NBR 10844 é
aquela onde a água ocupa dois terços do diâmetro interno da tubulação.

Assim, as instalações se mostram suficientes para a captação da água de condensação.

O último ponto a ser considerado quanto a possibilidade das instalações físicas de receber
o acréscimo da água de condensação é a capacidade do sistema de tratamento de lidar com este
aumento de volume.

Segundo informações do próprio fabricante a sistema é capaz de tratar 10 m 3 por hora de


água. Uma vez que o sistema funciona de maneira totalmente automática, este está disponível para
funcionar em tempo integral o que leva seu potencial de tratamento diário acima dos 200 m 3, ou
seja, 6000 m3 mensais, claramente muito acima da capacidade demandada neste projeto para o
volume total da água de reúso.

6 Tabela 4 – Capacidade de condutores horizontais de seção circular, página 9.

53
Evidentemente, as vazões não se apresentam, principalmente no caso das águas pluviais,
distribuídas de maneira uniforme, porém, as considerações feitas mostram que mesmo com o
acréscimo da água de condensação se espera que os equipamentos destinados ao tratamento ainda
estarão sujeitos a subutilização e portanto são capazes de receber esta nova contribuição.

54
6 Considerações finais
O aproveitamento e o reúso de água para usos não potáveis são de grande importância,
principalmente à luz dos últimos anos que explicitaram a escassez de água e insegurança hídrica em
áreas de grande concentração demográfica devido fatores ambientais e humanos. Diante desses
fatos, iniciativas como a do LADETEC tornam-se mais comuns com o intuito de garantir a
segurança do abastecimento de água e gerar economias financeiras mas ainda esbarram na falta de
uma legislação clara e abrangente que possa comportar as várias modalidades de usos não potáveis.

A água de condensação representa um volume considerável, capaz até de satisfazer as


necessidades de água não potável para os usos pretendidos. Além disso, a água de condensação é
um afluente cuja a análise de laboratório mostrou ter parâmetros favoráveis e bem superiores
àqueles esperados para a água pluvial e para a água cinza.

O aproveitamento da água de condensação mostra-se tecnicamente viável uma vez que, a


água pode ser coletada e transportada de maneira pouco dispendiosa e de forma integrada aos
sistemas já existentes no LADETEC e o sistema de tratamento pode receber o acréscimo
representado. A única ressalva ao sistema de tratamento atual é a necessidade de adicionar um
método de desinfecção.

As duas outras fontes, água cinza e água pluvial, mostram-se também capazes de produzir
grandes volumes e com o sistema de tratamento presente no LADETEC capazes de produzir água
também com qualidade adequada.

Há a perspectiva de produção de volumes excedentes significativos que podem ser


direcionados para atividades de irrigação das áreas verdes pertencentes à Universidade.

Apesar da diligência na busca pela elucidação de todos os aspectos deste trabalho, tal não
pôde ser levado a cabo de forma completa devido ao não funcionamento dos sistemas atuais o que
tornou impossível fazer coletas de água cinza e de água pluvial in loco e fazer as análises
pertinentes. Assim, fica a ressalva para que se faça posteriormente à entrada em funcionamento do
sistema a coleta e análise de água cinza e água pluvial de maneira a produzir dados próprios do
local do estudo.

Fica ainda para oportunidades futuras a confecção de um projeto hidráulico que possa
passar a compor o projeto das próximas unidades a serem construídas e nas quais este projeto de
aproveitamento e reúso possa ser replicado de maneira otimizada.

55
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ESQUEMA VERTICAL - ORIGINAL

DEMO VERSION

DEMO VERSION

ESQUEMA VERTICAL - COM ÁGUA DE CONDENSAÇÃO DEMO VERSION

DEMO VERSION

DEMO VERSION

DEMO VERSION

DEMO VERSION

TÍTULO: ALUNO:
ESQUEMA VERTICAL - ESGOTO RICHARD A. SENA
DEMO VERSION
ASSUNTO: ESCALA: FOLHA:

PROPOSTA DE APROVEITAMENTO E USO DE ÁGUAS CINZAS, PLUVIAIS E DE CONDENSAÇÃO


SEM ESCALA 01
DAS INSTALAÇÕES DO LABORATÓRIO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO ORIENTADOR: DATA:
(LADETEC) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ
JORGE HENRIQUE ALVES PRODANOFF 07/03/2018
DEMO VERSION

DEMO VERSION

DEMO VERSION

DEMO VERSION

DEMO VERSION

DEMO VERSION

DEMO VERSION

DEMO VERSION

TÍTULO: ALUNO:
ESQUEMA VERTICAL - HIDRÁULICA RICHARD A. SENA
DEMO VERSION
ASSUNTO: ESCALA: FOLHA:

PROPOSTA DE APROVEITAMENTO E USO DE ÁGUAS CINZAS, PLUVIAIS E DE CONDENSAÇÃO


SEM ESCALA 02
DAS INSTALAÇÕES DO LABORATÓRIO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO ORIENTADOR: DATA:
(LADETEC) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ
JORGE HENRIQUE ALVES PRODANOFF 07/03/2018

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