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Aulas práticas

Direito Internacional Público Fontes de Direito Internacional


2017-2018 – segundo semestre

O Costume internacional

1. Defina costume internacional.

2. Responda às seguintes questões:

a. Qual a importância e quais as críticas tecidas ao artigo 38.º do Estatuto do Tribunal


Internacional de Justiça (TIJ)?
b. Como é que as normas de ius cogens se relacionam com o costume internacional?
c. O que significa a expressão “codificação do costume”?
d. O que são “costumes selvagens”?

3. Comente os excertos das seguintes decisões do TIJ, dizendo o que lhe aprouver no que se prende à
temática do costume internacional.

A. O “asylum case” (Colômbia vs Peru)1


ICJ (International Court of Justice) – TIJ -, 1950

“Após um golpe de Estado sem sucesso, ocorrido no Peru em 1948, o líder de um movimento rebelde
procurou refúgio e “asilo diplomático” na Embaixada da Colômbia sita em Lima, a capital peruana. O
Governo do Perú recusou o salvo-conduto para o líder rebelde e o litígio foi remetido, por acordo,
para o TIJ. Um dos assuntos levantados consistia em saber se haveria um “costume local” na
América-Latina que permitisse que um Estado concedesse asilo político e que, consequentemente,
oferecesse a consequente protecção diplomática ao requerente de asilo.”

“O Governamento da Colômbia baseou-se num alegado costume regional ou local próprio dos
Estados da América Latina.
A Parte que confia num costume deste género deve provar que o mesmo está estabelecido de uma
tal forma que se tenha tornado vinculativo para a outra Parte. O Governo Colombiano deve provar
que a norma invocada por si está de acordo com um uso constante e uniforme praticado pelos
Estados em questão, bem como que esse uso é a expressão de um direito pertencente ao Estado que
concede o asilo e um dever que incumbe ao Estado territorial. Esta é uma decorrência do artigo 38.º
do Estatuto do TIJ, o qual se refere ao costume internacional “como prova de uma prática geral
aceite como direito”. Dando suporte a esta convicção respeitante à existência do costume referido, o
Governo Colombiano fez referência a um número avultado de tratados (…).
Finalmente, o Governo Colombiano fez referência a um vasto número de casos particulares nos quais
o asilo diplomático foi, de facto, concedido e respeitado. Todavia, não demonstrou que a alegada
norma (…) foi invocada ou que – se nalguns casos foi de facto invocada – para além de estipulações
convencionais, tal norma foi posta em prática pelos Estados como um dever que lhes pertencesse e
não apenas por razões de conveniência política. Os factos que foram trazidos ao conhecimento do
Tribunal revelam tanta incerteza e contradição, tanta flutuação e discrepância no exercício do asilo
diplomático, assim como nas perspectivas oficiais expressas em várias ocasiões. Houve tanta
inconsistência na rápida sucessão de convenções sobre o asilo, ratificadas por alguns Estados e
rejeitadas por outros, e a prática tem sido tão influenciada por considerações de conveniência
política em diversos casos, que não é possível discernir em tudo isto um uso constante e uniforme,
aceite como lei, no que respeita à norma alegada de qualificação unilateral e definitiva qualificação
da ofensa.

1
O presente texto foi integralmente retirado e traduzido para português de “Cases and materials on
International Law”, da autoria de Martin Dixon, Robert McCorquodale e Sarah Williams, 5.ª edição, Oxford
University Press, p. 30 e 31. Para mais desenvolvimentos vide:
http://www.icj-cij.org/docket/index.php?p1=3&p2=3&code=cp&case=7&k=f8&p3=0
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Teresa Lancry A. S. Robalo
Aulas práticas
Direito Internacional Público Fontes de Direito Internacional
2017-2018 – segundo semestre

Consequentemente, o Tribunal não pode considerar que o Governo Colombiano tenha provado a
existência de um tal costume. Mas mesmo que fosse possível supor que um tal costume tenha
existido apenas entre certos Estados da América Latina, não poderia ser invocado contra o Peru pois
que este, longe de ter aderido ao mesmo por via do seu comportamento, repudiou-o, pelo contrário,
ao ter-se abstido de ratificar as Convenções de Montevideo de 1933 e de 1939, que foram as
primeiras a incluir a regra relativa à qualificação da ofensa em matéria de asilo diplomático”
(tradução nossa).

B. O caso do Direito de Passagem pelo Território Indiano (Portugal vs Índia)2


ICJ (International Court of Justice) – TIJ -, 1960

“No que diz respeito à reclamação de Portugal de um direito de passagem formulado com base num
costume local, foi (o mesmo) contestado pela Índia invocando que nenhum costume local poderia
ser estabelecido apenas entre dois Estados. Seria difícil encontrar (uma razão para) argumentar por
que é que o número de Estados entre os quais o costume local pode ser estabelecido tendo por base
uma longa prática deveria ser necessariamente superior a dois. O Tribunal não encontra qualquer
motivo para arguir que uma prática contínua e duradoura entre dois Estados, aceite por eles como
reguladora das suas relações, não deva servir de base a mútuos direitos e obrigações entre eles”
(tradução nossa).

2
O presente texto foi integralmente retirado e traduzido para português de “Cases and materials on
International Law”, cit., p. 31. Para mais desenvolvimentos vide:
http://www.icj-cij.org/docket/index.php?p1=3&p2=3&code=poi&case=32&k=ce&p3=0
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Teresa Lancry A. S. Robalo

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