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UNIVERSIDADE CEUMA

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL


PUBLICIDADE E PROPAGANDA

STENIO BRUZACA SOARES

ÉTICA E A LIBERDADE HUMANA:


LIMITES DA RESPONSABILIDADE DO INDIVÍDUO NO CONTEXTO
PUBLICITÁRIO

São Luís – MA
2016
STENIO BRUZACA SOARES

ÉTICA E A LIBERDADE HUMANA:


LIMITES DA RESPONSABILIDADE DO INDIVÍDUO NO CONTEXTO
PUBLICITÁRIO

Texto dissertativo apresentado à Professora


Ma. Fabíola de Mesquita Costa, da disciplina
Ética para a obtenção de nota referente à
atividade 1.

São Luís – MA
2016
Segundo os conceitos de ética e liberdade humana elaborados e defendidos por
Jean-Paul Sartre, existir é um processo e a consciência é um constante transcender-se. O homem
se torna aquilo que ainda não é, e isso se dá com a liberdade. Na lógica de Sartre, o homem é
livre e também responsável por tudo o que fizer. Segundo a teoria existencialista desse
pensador, o sujeito ou a consciência não é coisa alguma, ambos são aquilo que se faz ser. Nesse
contexto, o sujeito é a liberdade e não pode deixar de ser livre. Não há escolha. Assim, o homem
está livre para sempre optar, mas não para deixar de escolher. Esta premissa se configura como
um dos maiores paradoxos dessa doutrina, uma vez que a liberdade não é uma ideia absoluta.
Como Sartre afirmava, “o homem está condenado a ser livre” (RIBEIRO, 2005).
A doutrina elaborada por Sartre, permite ao homem uma série de apreensões
importantes, sendo muitas vezes, diferente de doutrinas da filosofia tradicional. Por exemplo,
em Karl Marx, na essência de sua filosofia é defendida a ideia de que o “o homem é produto do
meio”. A ideia marxista, de certa forma, tira do indivíduo a oportunidade de escolha, tira a
liberdade. Em Sarte, o indivíduo é ativo. Dessa forma, tomando como exemplo o contexto
capitalista, o ser humano não é aquilo que o sistema político e econômico fez dele, na verdade,
o indivíduo é aquilo que ele fez com o que o sistema fez dele. Nesse aspecto, existe um abismo
entre aquilo que é defendido no marxismo e aquilo que se encontra em Sartre. No primeiro,
fala-se de um sujeito programado pelo meio em que se encontra inserido, no segundo, de um
sujeito participativo e, portanto, integrante do processo histórico, ou seja, o indivíduo é
determinado pela história, mas ele também faz a história (MOUTINHO, 1996; RIBEIRO,
2005). Estabelecidos os conceitos de Sartre sobre a responsabilidade do homem enquanto
indivíduo ético e dotado de liberdade, fica a questão, como isso está inserido no contexto
publicitário?
Antes de tudo, é importante destacar que, na contemporaneidade, a publicidade
influencia, de diversas maneiras, o homem e a sua maneira de entender a vida, o mundo que o
cerca e, até mesmo, a sua própria existência, especialmente em se tratando de suas motivações,
critérios de escolha e atitudes comportamentais (XAVIER, 2012). Dessa forma, qualquer
ferramenta publicitária precisa atender a dois critérios básicos: informar e persuadir. Mesmo
sendo objetivos diferentes, são ideias complementares e, por isso, geralmente caminham juntas
(ANDRÉ, 2000).
Partindo desses princípios, uma campanha publicitária, a exemplo de uma
propaganda de bebida alcoólica, precisa atender a todos esses critérios e, quando bem elaborada,
interfere e influencia diretamente o público alvo. Entretanto, bebida alcoólica não é um item de
primeira necessidade e campanhas que criam necessidades falsas ou ferem o pudor e se
apropriam e exploram os extintos sexuais, devem ser evitadas. Existe uma realidade bastante
prejudicial por trás do uso abusivo de bebidas alcóolicas, por isso, campanhas publicitárias que
acendam o sinal vermelho para essas questões, devem ser elaboradas e veiculadas da mesma
maneira que as campanhas que estimulam o consumo dessas bebidas, dando dessa forma, ao
consumidor, a possibilidade de escolha que sempre deve existir, como defendido nas ideias de
Sartre. Nesse aspecto, entra a responsabilidade do publicitário enquanto indivíduo preocupado
não apenas em vender um excelente material publicitário, mas também, consciente da sua
responsabilidade ética, moral e social.
Assim, seja na esfera pessoal ou profissional, segundo Sartre, “não há
determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade” e por isso, estará sempre diante de
escolhas. Liberdade de escolha é um direito assegurado. O tipo de escolha modula e determina
a vida do indivíduo. Extrapolando isso para o contexto publicitário, as escolhas tomadas pelo
indivíduo responsável por uma campanha, podem ser fatores determinantes de mudanças na
forma de pensar de um indivíduo, de um grupo e até mesmo, de uma sociedade.

REFERÊNCIAS

ANDRÉ, A. Ética e códigos da comunicação social. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000. 134
p.

MOUTINHO, L. D. S. Sartre: existencialismo e liberdade. São Paulo: Moderna, 1996. 120 p.

RIBEIRO, R. J. O pensador que engajou a filosofia na política. Revista Cult (Especial


Filosofia), v. 97, p. 52-55, 2005.

XAVIER, J. T. N. Os limites da atuação publicitária na condução dos comportamentos sociais:


o valor da ética no controle jurídico da publicidade. Revista de Direito do Consumidor, v. 21,
n. 81, p. 117-143, 2012.

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