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A Escolástica
A escolástica entra em crise no final da Idade Média, por volta do século XIV, período marcado
pelo surgimento do humanismo renascentista, pelas novas descobertas científicas e pela Reforma
Protestante. Entretanto, sobrevive na era moderna como um pensamento
Cristão tradicional.
Patrística
Corrente filosófica e religiosa fundada pelo Padre Santo Agostinho, através da qual, pela
iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Essa corrente é
chamada de patrística por ser elaborada pelos padres da Igreja Católica.
O Período Patrístico é compreendido desde o século I d.C. até o século VIII d.C., com a
realização do Segundo Concílio de Nicéia. Durante esse período, muitas perseguições e heresias
surgiram e ameaçaram o Cristianismo, mas graças aos esforços empreendidos por diversos
cristãos, de homens simples e figuras anônimas a grandes bispos e teólogos, a fé cristã não
apenas triunfou sobre os perseguidores como também afastou o perigo de ser contaminada com o
veneno das heresias.
É inegável a importância da Patrística para a Igreja cristã. Foi durante essa época que não apenas
a Igreja mas também seus ensinamentos e doutrinas se desenvolveram e foram melhor
explicados e aceitos por toda a Cristandade. Nenhum cristão pode negar isso, pois trata-se de fato
comprovado pela História.
Por isso, conhecer esses textos primitivos além de nos ajudar a compreender melhor a nossa fé
também nos mostra que muitas seitas cristãs de hoje pregam doutrinas condenadas há quase
quinze séculos. E se há quinze séculos todos os cristãos repugnavam esses ensinamentos (pois
reinava a Unidade), ainda hoje devem ser reprovados por não refletirem a verdadeira fé
transmitida por Cristo e seus apóstolos. De fato, na Internet encontramos diversos testemunhos
de cristãos de outras denominações que, após um estudo sério da Patrística acabaram por acolher
a fé católica.
O império bizantino
Império criado por Teodósio (346-395) em 395, a partir da divisão do Império Romano em dois –
o do Ocidente e o do Oriente (Império Bizantino). A capital, Constantinopla (hoje Istambul), é
fundada em 330, onde existira Bizâncio. Enquanto o Império Romano do Ocidente, com capital
em Roma, é extinto em 476, o domínio bizantino estende-se por vários séculos, abrangendo a
península Balcânica, a Ásia Menor, a Síria, a Palestina, o norte da Mesopotâmia e o nordeste da
África. Termina apenas em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos.
Como legislador, ele elabora o Código de Justiniano, que revisa e atualiza o direito romano para
fortalecer juridicamente as bases do poder imperial. Em 532 instaura uma Monarquia despótica e
teocrática. Nessa época, em virtude da elevação dos impostos, explode a revolta popular de Nica,
abafada com violência. Mas o Império começa a decair com o final de seu governo. Em 568, os
lombardos ocupam o norte da Itália. Bizâncio cria governos provinciais para reforçar a defesa e
divide o território da Ásia Menor em distritos militares. A partir de 610, com a forte influência
oriental, o latim é substituído pela língua grega.
Cisma do Oriente –Em 717, diante das tentativas árabes de tomar Constantinopla, o imperador
sírio Leão III, o Isauro (675?-741?) reorganiza a administração. Influenciado pelas seitas
iconoclastas orientais, pelo judaísmo e pelo islamismo, proíbe, em 726, a adoração de imagens
nas igrejas, provocando uma guerra religiosa com o papado. Em 867, a desobediência da Igreja
Bizantina a Roma coincide com nova tentativa de expansão de Bizâncio, com a reconquista de
Síria, Jerusalém, Creta, Bálcãs e norte da Itália. O Império Bizantino consolida a influência grega
e intensifica a difusão do misticismo, em contraposição às determinações católicas. A Igreja
oriental rompe finalmente com a ocidental, denominando-se Igreja Ortodoxa, em 1054, no
episódio conhecido como Cisma do Oriente.
Domínio turco-otomano –Em 1204, Constantinopla torna-se motivo de cobiça dos cruzados, que
a conquistam. O restante do território é repartido entre príncipes feudais. A partir de 1422, o
Império luta contra o assédio constante dos turcos. Finalmente, em 1453, Constantinopla é
submetida pelos turcos e torna-se a capital do Império Turco-Otomano.
O enciclopedismo
Nome dado às idéias dos pensadores franceses que no século XVIII, sobre a direção de Denis
Diderot e Jean D’Alambert elaboraram a Enciclopédie Méthódique. Os principais
enciclopedistas foram Voltaire, Mostesquieu, Rousseau, Duclos, Marmontel, Condillac, Turgot,
Quesnay e outros propagadores das idéias que abriram caminho à Revolução Francesa.
O monaquismo
Nem todos os cristãos eram a favor de a igreja e criticavam a vida luxuosa que muitos bispos e
padres levavam. Procurando retomar os ensinamentos e a vida pobre de cristo, muitos religiosos
optaram por uma vida mais simples, recusando os bens materiais. Surgiram assim as ordens
monásticas ou o monaquismo.
Dentre as novas ordens, destacaram-se as criadas por São bento, em 529, por São Francisco de
Assis, em 1210, e por São Domingos de Gusmão, em 1217. as ordens compreendiam mosteiros
que abrigavam homens ou mulheres.
A ordem dos beneditinos defendia que os monges deveriam levar uma vida simples, rezando,
trabalhando, estudando e obedecendo a seus superiores.
Os membros dessa ordem eram eruditos. Foram eles que transcreveram a maior parte das obras
literárias gregas e romanas, sendo, em grande parte, responsáveis por sua preservação.
Desta forma, essas ordens passaram a representar uma oposição às práticas do alto clero
medieval.
Nas Abadias( centros de oração, trabalho e produção intelectual ) haviam igrejas, bibliotecas,
muitos quartos(celas), oficinas para a produção e conserto de ferramentas e carroças, estrebarias
e cocheiras, cozinhas, etc. Também, ao redor dessa moradia) cultivavam trigo, cevada, centeio,
videiras, frutas, etc.
Os monges dedicavam a sua maior parte do tempo nas bibliotecas, copiando e estudando as obras
dos grandes escritores da antiguidade, sobretudo dos gregos e romanos – eram os monges
copistas. Reproduziam verdadeiras obras de arte . nas margens das páginas, desenhavam
ilustrações, chamadas iluminuras, utilizando um tipo de letra que hoje conhecemos como gótica.
EDUCAÇÃO DO CAVALEIRO
Cavaleiros eram nobres que se dedicavam à guerra . A lealdade ao seu senhor e a coragem
representavam as principais virtudes de um cavaleiro.
Por muito tempo, para ser cavaleiro, bastava possuir um cavalo e uma espada. Em troca de
serviço militar a um senhor, o cavaleiro recebia seu feudo, onde erguia uma fortaleza. Pouco a
pouco, porém, as exigências para se tornar um cavaleiro foram se tornando mais rigorosas: além
de defender o seu feudo e o de seu senhor, ele deveria professar a fé católica e honrar as
mulheres.
O jovem nobre iniciava a aprendizagem aos 7 anos, servindo como pajem na casa de um senhor,
onde aprendia equitação e o manejo das armas. Aos 14 anos tornava-se escudeiro de um
cavaleiro, passando 7 anos, pelo menos, a seu serviço, tratando de seu cavalo e de suas armas, ao
mesmo tempo que aprendia com ele as artes do combate.
Tomava partes em corridas, em lutas livres e praticava esgrima. Para se preparar para torneios e
combates, aprendia a correr a quintana: tratava-se de galopar a grande velocidade em direção a
um boneco de madeira e cravar-lhe a lança entre os olhos. O boneco era munido de um braço e
montado sobre um pino de ferro. Quem não acertava o alvo com a lança, fazia o boneco girar; ao
girar, o braço do boneco batia nas costas do cavaleiro.
Protegerás a igreja;
Defenderás viúvas e órfãos;
Cumprirás com teus deveres feudais, se estes não forem contrários à lei de Deus;
EDUCAÇÃO DO SERVO
Como já sabemos, o trabalho nos feudos era realizado pelos servos. Cada servo, com sua família,
plantava em um pedaço de terra. O servo era educado a respeitar as normas dos senhores feudais.
Dentre as normas, citamos as seguintes:
recebia do Senhor a posse da terra( direito de morar e plantar ), com isso poderia
sustentar-se e à sua família;
Não podia abandonar o feudo. Se ele fugisse o Senhor tinha o direito de perseguí-lo e
trazê-lo de volta;
se conseguisse um outro Senhor que lhe desse acolhida, as coisas não mudariam em nada
– continuaria submetido à servidão;
Por intermédio de um contrato entre o servo e o Senhor, em troca de terras para plantar e
de proteção, o servo servia o Senhor de diversas maneiras;
Tudo que o senhor, sua família e seus guerreiros consumiam deveria ser produzido pelos
sevos;
Além de ter de dar uma parte do que produzia para o Senhor, era obrigado a trabalhar
alguns dias da semana para ele;
quando uma filha do senhor se casava o servo era obrigado a contribuir para o dote;
Se o senhor fosse julgar uma causa entre esses camponeses, também receberia por isso;
Se quisesse um casaco teria que plantar, colher, fiar, tecer e costurar o linho;
Eram muito religiosos. A religião católica os ajudava a enfrentar aquela vida dura. Nessa época,
se acreditava que o importante era a vida após a morte. Assim, os servos aceitavam com
resignação a sua vida sacrificada.
Eles viam a sua condição como natural. Sempre tinha sido assim, e sempre seria assim. Também
viam a desigualdade social entre eles e os senhores como natural ou como fruto da vontade de
Deus – o criador os tinha feito nascer servos e deviam aceitar isso.
Talvez isso nos ajude a entender porque eram raras as revoltas dos servos.
Não se julga necessário ensinar as letras aos camponeses, bastando formá-los cristãos. A ação da
igreja é eficaz nesse propósito, destacando-se as catedrais góticas imponentes que exaltam a
espiritualidade, os inúmeros afrescos com temas religiosos e os livros – cujo acesso é mais
restrito – muito ilustrados para o entendimento dos analfabetos.
O que a atinge o povo de modo mais direto são a poesia e a música, com predominância de temas
religiosos. As canções populares e a literatura lendária contam as histórias dos santos e ensinam a
devoção e o comportamento ideal.
A EDUCAÇÃO FEMININA
BIBLIOGRAFIA:
Vicentino, Cláudio
Vicentino, Cláudio
Introdução
A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre
o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV, com a retomada
comercial e o renascimento urbano. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada,
enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e
sociedade hierarquizada.
Estrutura Política
Prevaleceu na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um
lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano.
O vassalo oferecia ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar
no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o
suserano mais poderoso.
Todos os poderes jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores
feudais, donos de lotes de terras (feudos).
Sociedade Medieval
A sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal
(senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava
impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era
responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo.
A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos.
Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corveia (trabalho
de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas
pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).
Economia Medieval
A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura.
Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas.
As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia
Servos trabalhando feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem
no feudo tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era
praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas
de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado
puxado por bois era muito utilizado na agricultura.
A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Esta era marcada pela
influência da Igreja, ensinando o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da
população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas
retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das
igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.
Podemos dizer que, no geral, a cultura medieval foi fortemente influenciada pela religião. Na
arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.
As Cruzadas
As Guerras Medievais
Em meados do século XIV, uma doença devastou a população europeia. Historiadores calculam
que aproximadamente um terço dos habitantes morreu desta doença. A Peste Negra era
transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos
porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições
higiênicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contato com a doença, a pessoa
tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo
corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram
pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a
doença a fatores comportamentais, ambientais ou religiosos.
Uma vez desaparecida a ginástica higiénica, o único vislumbre de preparação física intensa
durante o período medieval foi a levada a cabo pelo cavaleiro feudal, orientada para a guerra,
torneios e justas. A crise que a educação física atravessou durante o longo período que vai do
século VI ao século XIV deveu-se fundamentalmente ao espiritualismo imposto pela Igreja, que
procurava prioritariamente a saúde (ou salvação) da alma, condenava o orgulho da vida terrena e
menosprezava toda a actividade físico-desportiva.
Assim, o atletismo, por exemplo, que tinha sido a base da educação física na Grécia antiga,
praticamente desapareceu na Idade Média. Por isso, como expoente quase único da educação
física pode citar-se o treinoque os jovens recebiam para se tornarem cavaleiros, depois de
passarem, desde crianças, pelas categorias de pajem e escudeiro.
Na sua preparação aprendiam esgrima, equitação, tiro, luta, natação e outras habilidades físicas.
A concreção dos ideais de cavalaria tinha como marco as justas (confrontos entre dois cavaleiros)
e torneios (verdadeiras batalhas que dois grupos de cavaleiros enfrentavam). Também adquiriram
grande importância os jogos de bola, sobretudo a palma e a sou/e.
Após a Idade Média, o interesse que despertou a cultura clássica fez com que a educação física
voltasse a ser apreciada no Renascimento e, sobretudo, pelo humanismo, a partir do século XVI.
Influenciado por Petrarca e Rabelais, o médico humanista Jeronimus Mercurialis publicou em
1569 Arte Ginástica, obra na qual recuperou a teoria da ginástica greco-romana, sobretudo no
sentido do exercício físico para a saúde. A actividade física orientou-se basicamente para a
vertente higiénica, em detrimento da formação de atletas (aspecto que não se recuperaria até
finais do século XIX). Baltasar de Castiglione, na sua obra O Cortesão, traçou a imagem do
perfeito cavalheiro renas- centista, incluindo inúmeras referências à educação física, que estava
incluída no conceito de educação integral e servia para a expressão da personalidade do
indivíduo.
Para podermos compreender bem o que foi a Idade Média (476 a 1453) é necessário conhecer
como a Igreja católica se desenvolveu nesse período. Foi durante os 10 séculos que se costuma
chamar de "Idade Média" que o poder dessa instituição religiosa, juntamente com a fé cristã,
cresceu e expandiu-se de maneira colossal.
A Igreja católica se baseia no cristianismo, a crença em Jesus Cristo, um homem que afirmava
ser enviado pelo criador do mundo, Deus, para falar à humanidade. Ela surgiu no século 1 da
nossa era, sendo o calendário cristão definido pelo ano que se supõe ser o nascimento de Jesus. O
calendário oficial de todo o mundo ocidental até os nossos dias é o calendário cristão. Os
contemporâneos de Jesus Cristo, que acreditaram nas suas palavras, passaram a espalhar essas
ideias, contando os fatos de sua vida. Eles angariaram seguidores, cujo número foi crescendo ao
longo dos séculos seguintes.
Conquistando cada vez mais adeptos à sua crença, os cristãos foram barbaramente perseguidos
durante 300 anos. No entanto, a uma certa altura, foram aceitos pelo Império Romano, até então
seu maior inimigo. Já nas últimas décadas antes do seu fim, este Império tornou o cristianismo a
religião oficial dos romanos, proibindo outras crenças e rituais de serem praticados.
A partir do século 4, com o Imperador Constantino, começaram a ser definidos os ritos cristãos
pelos líderes dessa igreja. Havia cinco patriarcas ou bispos espalhados nas principais cidades do
Império Romano. Esses patriarcas diziam-se herdeiros dos apóstolos de Cristo e, a partir do
século seguinte, definiu-se que o bispo de Roma seria o mais importante deles, chamado de Papa,
o vigário de Deus na Terra, pai de todos os cristãos. Assim, com o estabelecimento das normas
da religião cristã, passou a se afirmar essa Igreja como católica (que significa universal, devendo
ser expandida para todos), apostólica e romana.
É interessante constatarmos que a Igreja católica se constituiu como uma instituição no Império
Romano. Mas, ainda que tenha sido fortalecida pelos últimos imperadores de Roma, sobreviveu
à sua queda, em 476, e foi adquirindo cada vez mais poder e prestígio durante a Idade Média.
Esse poder continuou ganhando força ao longo dos séculos e alguns fatores ajudam a explicá-lo.
Primeiramente, durante o Império Carolíngeo (séculos 8 e 9), a Igreja católica foi privilegiada
com a concessão de um amplo território. O Império Carolíngeo iniciou-se com o domínio do
norte da Europa pelos francos, numa política expansionista em direção a todo o continente
europeu. Pepino, o Breve, que iniciou a dinastia Carolíngea, derrotando a dinastia anterior
(Merovíngia - séculos 6 a 8), conquistou terras na Península Itálica e doou-as para o Papa,
constituindo-se, assim, os Estados papais.
A partir do século 10, com a desagregação política que caracterizou a Idade Média, sem um
poder centralizador no continente europeu que comandasse os diversos povos que nele viviam, a
Igreja Católica obteve espaço para ir expandindo cada vez seu "império da fé". Assim, acreditar
em Cristo pressupunha uma série de regras que todo indivíduo deveria seguir para merecer um
lugar após a sua morte no Paraíso celeste, ao lado de Deus.
Objetivando fazer os povos merecerem esse lugar no Paraíso, a Igreja instruía os fiéis a não
pecarem, obedecendo aos mandamentos divinos e fazendo caridade. Essa caridade, por sua vez,
além da ajuda ao próximo, também estavam diretamente relacionadas à doação de bens para a
Igreja Católica, a fim de ajudá-la a prosseguir em sua missão.
Os nobres, então, como forma de se livrarem do que a religião considerava seus pecados
terrenos, deveriam doar à Igreja bens materiais, como dinheiro, terras e riquezas. Portanto, o
crescimento do poder dessa instituição e o tamanho de sua fortuna estão diretamente
relacionados com a capacidade que a Igreja tinha de fazer com que os fiéis acreditassem nas
verdades que ela pregava. Mais do que acreditar nelas, os fiéis deveriam temer a ira divina e o
risco de queimarem no fogo do Inferno após a morte.
Mas como a Igreja fazia os povos acreditarem nisso e a obedecerem? Em primeiro lugar, não foi
fácil o processo de definição sobre quais práticas cristãs eram certas ou erradas. Desde o século
4, sob o Imperador romano Constantino, começaram a definir-se os dogmas, com o Concílio de
Nicéa, realizado em 325. Os dogmas são as verdades inquestionáveis que norteiam os católicos.
No decorrer dos séculos, outros dogmas foram sendo criados, alguns foram reafirmados, outros
negados.
Contudo, nesse processo, ainda no século 11, as discordâncias entre o clero estavam longe de ter
fim. Foi isso que motivou o Cisma do Oriente em 1054, ou seja, a separação entre a Igreja
católica de Roma e a Igreja católica do Oriente, que abrangia Constantinopla, Grécia e Ásia
Menor. Discordando da adoração de imagens de santos e figuras divinas, a ala oriental da Igreja
Católica fundou uma nova prática cristã com a Igreja católica ortodoxa grega. Essa é uma
religião existente até hoje, com algumas crenças e rituais diferentes da Igreja Católica usasse de
todos os meios para se impor.
Um desses meios foi a própria doutrinação religiosa. Como as pessoas eram proibidas de terem
outras religiões que não a católica, frequentar os cultos nas igrejas e praticar os ritos católicos
eram as únicas manifestações culturais permitidas. As igrejas, como templos de Deus,
funcionavam como um meio das pessoas serem instruídas na fé e temerem a ira divina sobre
aqueles que pecavam.