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A língua e os nomes na Guiné-Bissau

Por Odete Semedo 31 de outubro de 2003 9K


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Na Guiné-Bissau, tal como em muitos países de África, as línguas são muitas


porque os grupos étnicos são vários, possuindo cada um a sua língua. Porém,
no caso específico do meu país, para além das línguas usadas por cada um
dos grupos étnicos, existe uma língua franca falada por cerca de 70 por cento
da população de todo o país, o crioulo de base portuguesa, e uma língua oficial
utilizada na administração e no ensino, o português, dominado por cerca de 12
por cento da população guineense.
Esta realidade linguística da Guiné-Bissau vê-se logo que um bebé nasce: às
vezes, mesmo antes da sua nascença, a preocupação dos pais é se será
menina ou rapaz e qual o nome a dar ao futuro hóspede. Na maioria dos
grupos étnicos guineenses a preocupação ou curiosidade é maior em relação
ao sexo da criança, porque, no que respeita ao nome do recém-nascido, as
circunstâncias em que o bebé nascer, a relação entre os pais da criança, a
relação da mãe da criança com as suas rivais – em caso dos casamentos
políginos –, a relação dos pais com a comunidade, é que ditam o nome. Por
exemplo, na etnia mandinga, a uma criança desejada, muitas vezes é posto o
nome de Meta «aquele(a) que é esperado(a) há muito tempo».
A criança de cuja saúde todos duvidam porque a mãe teve uma gravidez difícil,
mas que no entanto nasceu de boa saúde – e se se surpreender a mãe a olhar
longamente para o filho nos primeiros momentos de vida deste –, pode vir a
chamar-se Ntinhina, «estou a ver, mas não acredito no que vejo».
Por vezes, há contradições entre os habitantes de uma aldeia, mas embora de
cunho doméstico, muitas vezes dão origem a graves conflitos. Quando uma
das pessoas envolvidas numa dessas desavenças vier a ter bebé, à criança
pode chamar-se Busnassum «deixem-me em paz/parem de falar de mim”» ou
ainda Midana «não leve em conta/ releve/jogue tudo para o alto», e todos estes
três exemplos referem-se à etnia balanta.
Quando os pais, sobretudo o pai da criança, aspiram a que o filho venha a
reinar, ou, ainda, quando os pais pertencem a uma família da linhagem nobre,
ao filho pode ser posto o nome de Nassin «chefe da aldeia».
Em circunstâncias diferentes desta última, mas em que, com orgulho, os pais
do recém-nascido entendem que a vinda da criança trouxe harmonia em casa e
na tabanca, o nome dessa criança pode eventualmente
ser Bufétar «amigo/camarada», na etnia manjaco.
Já na etnia mancanha, quando se espera um futuro melhor tanto para a criança
recém-nascida como para toda a aldeia, o nome adoptado pode ser Ulilé «há-
de melhorar/há-de ser bom».
E, assim por diante, os nomes acabam sendo parte da vida da comunidade e
das pessoas que nela vivem. Cada membro da comunidade acaba sendo,
através do seu nome, portador de mensagens das contradições, das amizades,
dos desejos e das aspirações de que é feita a convivência entre as pessoas
duma comunidade. Por isso, «a nossa relação com a vida, o espaço em que
essa relação decorre, tudo e todos quantos, em interacção connosco, aí vivem,
passam e deixam rastos, acabam por ser a nossa poesia, o nosso desabafo
triste ou alegre...»
E nesse desabafo/ Silêncio falante/ Choro cantado/ Querer desconseguido/
Que mais poderá ser a língua senão um instrumento fenomenal de
comunicação entre os seres humanos?
E enquanto nós comunicamos, o latim vagueia no português que se fala um
pouco por todo o mundo, no crioulo da Guiné-Bissau, no crioulo de Cabo
Verde, no crioulo de São Tomé e Príncipe, no papiá cristão do bairro de
pescadores em Malaca, em pó pairando no eco da fala das gentes ou diluído
no mar onde navegou o substrato dessas línguas e dialectos.

Composição étnica
A população da Guiné-Bissau é etnicamente diversa e tem muitas línguas, costumes e
estruturas sociais distintos. Ela pode ser dividida nos seguintes grupos étnicos: fulas e os
povos de língua mandinga, que compõem a maior parte da população e estão
concentrados no norte e nordeste do território; os balantas, que vivem nas regiões
costeiras do sul; e os mandjacos, que ocupam as áreas costeiras do centro e norte. A
maioria do restante são mestiços, com ascendência mista de portugueses e africanos,
além de uma minoria de Cabo Verde.[21]
Os nativos de Portugal compreendem atualmente uma percentagem muito pequena da
população do país. Depois que Guiné-Bissau conquistou a independência, a maioria dos
cidadãos portugueses deixou o país. O país tem uma pequena população de chineses.
Estes incluem comerciantes de ascendência portuguesa e chinesa de Macau, uma
antiga colónia portuguesa na Ásia.[22]

Idiomas[
Apenas uma pequena minoria da população do país tem o português, língua oficial e
idioma usado pelo governo desde os anos coloniais, como língua materna. Cerca de
27,1%[2]dos guineenses consegue falar este idioma, principalmente como segunda língua.
Cerca de 90,4% da população fala kriol,[2] uma língua crioula baseada no português e que
é efetivamente a língua nacional de comunicação. O restante fala uma variedade
de línguas africanas nativas de suas etnias.[23] A maioria dos portugueses e mestiços falam
uma das línguas africanas e o crioulo como segunda língua[carece de fontes]. O francês é
ensinado nas escolas, porque o país é cercado por nações de língua francesa, além de ser
membro da Francofonia.[24]

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