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Vingança Privada
Neste período histórico na vingança privada, cometido um crime, ocorria a
reação da vítima, dos parentes e até do grupo social (tribo), que agiam sem
proporção a ofensa, atingindo não só o ofensor, como todo o seu grupo. A
inexistência de limites (falta de proporcionalidade) imperava no revide à
agressão, bem como a vingança de sangue. Foi um dos períodos em que a
vingança privada se constituiu a mais frequente forma de punição, adotada pelos
povos primitivos.
A vingança privada constituía-se numa reação natural e instintiva, por isso, foi
apenas uma realidade sociológica, não uma instituição jurídica.
Duas grandes regulamentações, com o evoluir dos tempos, encontraram-se
fundadas na vingança privada: a lei de o talião e a composição.
Apesar de se dizer comumente pena de talião, não se tratava propriamente de
uma pena, mas de um instrumento moderador da pena, o qual consistia em
aplicar ao delinquente ou ofensor o mal que ele causou ao ofendido, na mesma
proporção.
Foi adotado no Código de Hamurabi:
"Art. 209 – Se alguém bate numa mulher livre e a faz abortar, deverá pagar dez
ciclos pelo feto".
"Art. 210 – Se essa mulher morre, então deverá matar o filho dele".
Também encontrado na Bíblia Sagrada:
"Levítico 24, 17 – Todo aquele que feri mortalmente um homem será morto".
Assim como na Lei das XII Tábuas.
"Tábua VII, 11 – Se alguém fere a outrem, que sofra a pena de Talião, salvo se
houver acordo".
"Ut supra", a Lei de Talião foi adotado por vários documentos, revelando-se um
grande avanço na história do Direito Penal por limitar a abrangência da ação
punitiva.
Posteriormente, origina-se a composição, através do qual o ofensor comprava
sua liberdade, com dinheiro, gado, armas, etc. Adotada, também, pelo Código
de Hamurabi (Babilônia), pelo pentateuco (Hebreus) e pelo Código de Manu
(Índia), foi largamente aceita pelo Direito Germânico, sendo a origem remota das
indenizações cíveis e das multas penais.
2. Vingança Divina
Nesta fase o comportamento desviante era tido como uma ofensa aos deuses.
Estas regras são encontradas nos códigos da Índia, China, Babilônia, Pérsia,
Israel, etc. A administração e aplicação das penas, geralmente ficava a cargo
dos sacerdotes.
Na Bíblia Sagrada, apresenta um exemplo claro da aplicação da vingança divina
no livro de Josué, capítulo 7, nos seguintes termos:
“Então Josué e todo o Israel com ele tomaram a Acã filho de Zera, e a capa, e a
barra de ouro, e a seus filhos e a suas filhas, e a seus bois, e a seus jumentos,
e a suas ovelhas, e a sua tenda, e tudo quanto tinha, e levaram-nos ao vale de
Acor. Disse Josué: Por que nos conturbaste? O Senhor hoje te conturbará. E
todo Israel o apedrejou; e depois de apedrejá-los, queimou-os a fogo. E
levantaram sobre ele um monte de pedras, que permanece até ao dia de hoje;
assim o Senhor apagou o furor de sua ira...”
Prevalecem nesta fase as penas corporais de extrema crueldade, as quais
geralmente levavam a morte do apenado.
3.Vingança publica
Com uma maior organização social, especialmente com o desenvolvimento do
poder político, surge, no seio das comunidades, a figura do chefe ou da
assembleia.
A pena, portanto, perde sua índole sacra para transformar-se em um sanção
imposta em nome de uma autoridade pública, representativa dos interesses da
comunidade.
Não era mais o ofendido ou mesmo os sacerdotes os agentes responsáveis pela
punição, mas o soberano (rei, príncipe, regente). Este exercia sua autoridade em
nome de Deus e cometia inúmeras arbitrariedades.
A pena de morte era uma sanção largamente difundida e aplicada por motivos
que hoje são considerados insignificantes. Usava-se mutilar o condenado,
confiscar seus bens e extrapolar a pena até os familiares do infrator.
Embora a criatura humana vivesse aterrorizada nessa época, devido à falta de
segurança jurídica, verifica-se avanço no fato de a pena não ser mais aplicada
por terceiros, e sim pelo Estado.
Idade Média
Neste período, o Direito Canônico possuía cada vez mais poder, suas decisões
eram executadas em tribunais civis, com grande influência na legislação penal,
por introduzir no mundo as primeiras noções de privação de liberdade como
forma de punição. Desta forma: “Começando a ser aplicada aos religiosos que
cometiam algum pecado, a privação da liberdade era uma oportunidade dada
pela Igreja para que o pecador, no silêncio da reclusão, meditasse sobre sua
culpa e se arrependesse dos seus pecados” (CALDEIRA, 2009, p. 264).
A privação de liberdade, não foi adotada somente a clérigos, mas também aos
cidadãos em geral. A partir de agora, com a instituição do cárcere como
penitência, originou-se a palavra “penitenciária”, considerada como a grande
contribuição deste período da história para a teoria da pena.
No ano de 1215, a Igreja católica já temerosa, começa a punir todo e qualquer
ato que divergisse ou atentasse contra os dogmas presentes em sua doutrina.
Como forma para conter a ameaça de heresias no seio da comunidade, o Papa
Inocêncio IV, compele nova legitimidade para a pratica da tortura. Ascendia na
humanidade, um dos mais célebres movimentos de execução da pena como
espetáculo punitivo, denominado de: “Inquisição”.
Estes são alguns dos aspectos relevantes sobre o processo de tomada das
Inquisições:
Ela foi criada na Idade Média, durante o século XIII, sob os ditames da Igreja
Católica Romana. Ela era composta por Tribunais que julgavam todos aqueles
considerados uma ameaça ao Direito Canônico, aos dogmas e valores
defendidos pela Igreja. Bastava mera denúncia anônima para que a pessoa se
tornasse suspeita, fosse perseguida e condenada. As pessoas estavam
sujeitas desde a prisão temporária ou perpétua até a pena de morte na
fogueira, onde os condenados eram queimados vivos em plena praça pública
(CHIAVERINI, 2011, p. 31).
Sobre esta vertente, as penas de morte e de castigos corporais bárbaros,
outrora, consideradas, contrariam a doutrina cristã, eram permitidas desde que
admitidas pela igreja e aplicadas pelo Estado.
Nesse sentido, Naspolini atesta que:
Após a confissão, vinha a condenação e, em seguida, a execução da pena.
Mas, antes disso, o condenado era obrigado a confessar sua culpa em uma
igreja, pedindo perdão a Deus e aos Santos por ter-se entregado ao diabo.
Nesse evento denominado ato-de-fé, a multidão comparecia para ouvir o relato
de suas maldades e seu arrependimento. Em seguida era conduzido ao
cadafalso, normalmente situado em praça pública, onde seria queimado pelo
carrasco. Algumas vezes, e dependendo da gravidade do crime, o juiz
concedia o estrangulamento antes que fosse acesa a fogueira; em outras, o
condenado era queimado vivo. Durante a execução, a sentença era lida em
público para que todos tomassem ciência dos malefícios por ele praticados
(NASPOLINI, 2010, p. 266).
Vigorava entre os homens a ideia de punição ao invés de vingança, deixou-se
de se punir “mais”, para se punir “melhor” mediante a extensão de alguma
inflação cometida. Ver-se-á que durante a idade média não havia a
preocupação com a dignidade da pessoa humana nem com a legalidade. A
prisão, célebre conquista da época, só funcionava como ferramenta de punição
e intimidação, mantendo-se isenta de qualquer noção de proporção ou
humanização.
TEORIAS DA PENA
Através dos tempos o Direito Penal tem dado respostas diferentes a questão de
como solucionar o problema da criminalidade. Essas soluções são chamadas
Teorias da pena, que são ideias científicas sobre a pena, principal forma de
reação do delito.
O estudo das construções teóricas sobre as finalidades das penas, possibilita
uma compreensão adequada acerca de como a razão humana vem justificando
a punição criminal, que é a faceta mais violenta do direito moderno.
FINALIDADE DA PENA:
a) Retribuição (mal justo pelo mal injusto): impõe-se ao descumpridor da
norma penal um gravame de privação de bem jurídico (pena privativa de
liberdade, restritivas de direito ou multa);
b) Prevenção (especial e geral): prevenção especial, por servir como exemplo
ao apenado, e geral, por servir de intimidação aos que cogitarem praticar
conduta similar, evitando, dessa forma, a prática de crime
c) Readaptação Social: (regeneração ou ressocialização): esta é uma
característica muito importante da pena – corrigir o caráter do delinqüente, para
que no egresso não volte a delinqüir.
TRÊS TEORIAS:
Teoria absoluta ou da retribuição: a pena é a retribuição do mal injusto,
praticado pelo criminoso, pelo mal justo previsto no ordenamento jurídico, seria
ainda o velho espírito da vingança. Esta teoria não se preocupa com a
readaptação social do infrator. Os principais defensores dessa teoria foram
Emmanuel Kant e George Wilhelm Friedrich Hegel.